Malu Gaspar
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Por Malu Gaspar


Eike Batista na CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados, em 2019 — Foto: Jorge William/Agência O Globo
Eike Batista na CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados, em 2019 — Foto: Jorge William/Agência O Globo

A 1a Vara Empresarial de Belo Horizonte lançou hoje um novo edital de venda das debêntures de Eike Batista, desta vez com desconto de US$ 120 milhões.

A última tentativa de vender os títulos por US$ 350 milhões, em junho, fracassou, porque o único potencial comprador a fazer uma proposta não depositou o dinheiro na data prevista.

O interessado, Renato Cruz Costa, dono do RC Group, era alvo de pelo menos 18 processos no Brasil, acusado de estelionato e de dar calote em despesas variadas.

Pelas regras do leilão, a proposta do RC Group ancorava o processo de venda, o que significava que para adquirir os papéis o interessado precisava pagar o preço mínimo de US$ 350 milhões.

Contudo, nenhum dos outros grupos que avaliou o negócio aceitou pagar esse preço, e o leilão foi encerrado sem compradores.

No novo edital, o valor das debêntures não é mais expresso em dólares, em sim em reais, e o preço mínimo passou a ser de R$ 1,250 bilhão – ou US$ 230 milhões ao câmbio de hoje.

As debêntures são títulos de dívida emitidos pela mineradora Anglo American em 2008, quando comprou o complexo Minas-Rio da hoje falida MMX, de Eike. Os papéis são lastreados na produção das minas e começam a render entre US$ US$ 20 milhões e US$ 50 milhões por ano a partir de 2025.

Em março de 2020, ao fechar o acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República, Eike deu esses títulos como garantia do pagamento da multa de R$ 800 milhões.

Só que, com a falência da MMX, os mesmos papéis foram arrolados pela Vara Empresarial de Belo Horizonte – e já foram ofertados ao mercado antes.

A primeira tentativa, porém, fracassou. A empresa que fez a melhor oferta pelos papéis – uma offshore chamada Argenta e sediada nas Ilhas Virgens Britânicas – não teve sua proposta homologada pela Justiça.

No início de junho, a juíza Cláudia Helena Batista, da 1a Vara Empresarial de Belo Horizonte, nomeou as gestoras de recursos BR Partners e Mogno Capital, ambas sediadas em São Paulo, para buscar pretendentes mundo afora. Depois de um mês, porém, nenhuma proposta foi apresentada, e o preço dos papéis sofreu um desconto.

Pelo edital atual, os interessados deverão apresentar suas propostas até 5 de agosto.

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