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Eleições 2022

Lula tem esquema de segurança reforçado antes de PF começar a proteger candidatos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de evento em Juiz de Fora (Minas Gerais)

O esquema especial da Polícia Federal para proteger os candidatos a presidente da República ainda não entrou em funcionamento, mas o  ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teve o esquema de segurança reforçado recentemente. 

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Por ser ex-presidente, o petista já tem direito à segurança fornecida por uma equipe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Planalto. 

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Essa equipe intensificou o acompanhamento a Lula, até mesmo dentro de casa, depois de alguns episódios recentes – em Campinas (SP), manifestantes cercaram o carro do petista quando ele ia para um almoço; no Paraná, um deputado o ameaçou de morte. 

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O petista fica o menor período de tempo possível sozinho, e os seguranças estão sempre a alguns passos de distância. Deslocamentos longos passaram a ser desaconselhados e até o local para a gravação de vídeos do partido foi escolhido levando em conta os riscos para o ex-presidente.

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Em Juiz de Fora (MG), seguranças do ex-presidente alertaram o petista sobre a localização do palco, considerado baixo demais e próximo do público, o que o deixaria vulnerável. Mesmo assim, ele decidiu manter os planos.

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A segurança do petista, que lidera as pesquisas, é também a principal preocupação da equipe da Polícia Federal responsável pela segurança dos candidatos à Presidência da República a partir de agosto.  

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Tal preocupação ficou evidente na reunião realizada nesta terça-feira  (31) com os assessores dos principais candidatos, em que os representantes da Polícia Federal expuseram os detalhes do esquema. 

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A corporação anunciou que vai mobilizar cerca de 300 agentes, carros blindados e investir cerca de R$ 57 milhões e para garantir a segurança dos presidenciáveis.

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Para decidir como distribuir esse efetivo, a PF levará em consideração uma escala de riscos que vai de 1 (menor risco) a 5 (maior risco), elaborada de acordo com o risco de cada candidato e o risco de cada evento da agenda do presidenciável. 

O risco do candidato envolve a projeção nacional, a situação nas pesquisas, a sua visibilidade e histórico de ameaças, por exemplo.

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Já o risco do evento diz respeito ao local onde vai ser realizada a agenda, a quantidade de pessoas esperada e o tipo de espaço que vai ser palco do compromisso – se é aberto, fechado.

Uma das principais preocupações é com os deslocamentos do petista pelo país e agendas que envolvam multidões, abrindo margem para o ataque de lobos solitários.

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O clima de polarização nas ruas, com protestos de militantes bolsonaristas nas imediações de eventos com Lula, é outra fonte de preocupação do partido. 

Dentro do PT e da PF, há o temor de que o comportamento do petista – que gosta de aglomerações, de contato próximo com populares e de agendas improvisadas – crie vulnerabilidades na sua proteção pessoal em um ambiente marcado pela forte radicalização política e pela ameaça de extremistas nas redes sociais.

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“Lula não saiu da toca ainda (em termos de eventos de campanha), e o sentimento antipetista ainda é muito forte. Está todo mundo preocupado com a militância de extrema direita”, disse uma fonte da Polícia Federal à coluna.

“O discurso de extrema esquerda gerou um Adélio Bispo (que esfaqueou Bolsonaro na campanha presidencial de 2018). O discurso de extrema direita pode gerar outro Adélio”, alertou.

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Em 2018, a PF subestimou os riscos em torno da segurança dos presidenciáveis. Depois do atentado a Jair Bolsonaro, alvo de uma facada em Juiz de Fora, a corporação mudou a forma de encarar o problema, editou uma instrução normativa para definir diretrizes gerais e decidiu profissionalizar os quadros.

Um dos desafios vai ser compatibilizar o estilo de Lula – próximo das massas – com as questões de segurança. A atuação da PF é vista com ressalvas por integrantes do PT, que acusam a instituição de ter sido aparelhada por Bolsonaro.

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Apesar da preocupação da PF e do próprio PT, o casamento do petista com a socióloga Rosângela Silva no último dia 18, em São Paulo, ocorreu sem sobressaltos. Um pequeno grupo protestou em frente ao local, com gritos de “Pega ladrão” e “Cadê a Federal?”, mas nenhuma ameaça concreta foi detectada.

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