Interlocutores de Eduardo Leite dizem que o governador gaúcho está decidido a se candidatar à presidência da República pelo PSD de Gilberto Kassab. Mas, se a ideia não vingar, não será por causa de Rodrigo Pacheco e nem de Lula.
Pacheco já deixou claro a interlocutores de vários partidos que não vai concorrer ao Palácio do Planalto, e só espera o momento certo de anunciar a desistência oficialmente.
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Lula, por sua vez, tem dito a aliados que Kassab não deve apoiá-lo no primeiro turno, porque precisa de um candidato que ajude o PSD a eleger uma grande bancada para Câmara Federal sem provocar dissidência de lulistas e bolsonaristas do partido.
Leite e Gilberto Kassab também já concordaram em seguir adiante com a candidatura.
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O que realmente pode impedir o governador gaúcho de sair do PSDB e se lançar à presidência é não conseguir fechar uma chapa competitiva para a sua sucessão no Rio Grande do Sul. Ele avalia que seria fatal em uma campanha nacional não ter sequer uma base sólida no próprio estado.
A equação gaúcha é complexa porque, ao contrário do próprio Leite, que tem grande popularidade, nenhum dos possíveis candidatos à sucessão tem bom desempenho nas pesquisas.
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O pretendente natural ao cargo, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, trocou o PTB pelo PSDB no ano passado, e teria que trocar novamente de partido para ir para o PSD – o que ainda precisa ser combinado.
Leite também teme que a direção nacional do PSDB intervenha no partido e atrapalhe os planos. Há outros candidatos possíveis – como a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas– , mas Leite ainda terá que fazer uma costura que ainda não está pronta.
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Nesse meio tempo, o (ainda) tucano terá de chegar a um acordo com os hoje correligionários do PSDB para uma saída pacífica, além de saber exatamente quem e quantos o seguiriam na empreitada.
Por isso, Leite e seu grupo não estão com pressa de ver Rodrigo Pacheco desistir oficialmente da pré-candidatura à presidência da República. Dada a dificuldade da missão, alguma demora de Pacheco será até bem vinda.