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Eleições 2022

'O que eu vou fazer com o PT de São Paulo?', disse Lula a França sobre PSB na cabeça de chapa no estado

O ex-presidente Lula participa de jantar do grupo Prerrogativas em São Paulo, em dezembro

A resposta de Lula à condição de Márcio França para desistir da candidatura ao governo de São Paulo em favor de Fernando Haddad -– que o petista esteja mais bem colocado nas pesquisas, incluindo as de segundo turno –– dá bem a medida do humor no partido em relação ao pessebista.

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Segundo interlocutores a quem o ex-presidente relatou a conversa com França, na quarta-feira, Lula argumentou que Haddad está na frente em todas as pesquisas, de primeiro e de segundo turno. Assim, não haveria chance de ele desistir. "Como eu faço com o PT? O que vou dizer à bancada de São Paulo?", comentou Lula com aliados. 

Entre os deputados do PT de São Paulo, que precisam de um candidato forte para ajudá-los a conseguir votos para eleger uma bancada numerosa, a candidatura Haddad é vista como estratégica.

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Além disso, vários desses deputados argumentam que o PT não pode ficar sem candidato em uma eleição tão importante no estado que é o berço do partido.

Outro argumento pró Haddad, esse também baseado em pesquisas, é que França só transfere para o petista 30% dos seus votos, por ter um eleitorado mais à direita.

Justamente por isso, no PT há quem defenda inclusive que o melhor para Haddad é que França mantenha sua candidatura, porque ele tira mais votos dos rivais Rodrigo Garcia (PSDB) e Tarcísio de Freitas. 

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Os petistas paulistas não acreditam que França vá fincar pé no argumento das pesquisas e acham que ao final poderão chegar a um acordo. 

Mas vêem o discurso de França como uma forma de ganhar tempo e manter os deputados do PSB no partido até o final da janela partidária - o prazo permitido pela lei eleitoral para a troca de legendas. 

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Isso porque a bancada do PSB no Congresso Nacional defende a formação de uma federação entre PSB e PT, contra a vontade de vários outros líderes pessebistas, principalmente governadores e prefeitos. 

Parte desses parlamentares socialistas pode resolver migrar logo para o PT caso fique claro que não haverá acordo entre os dois partidos. 

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Apesar de bastante irritados com a atitude de França – que num dia afirma publicamente que é Lula quem decide o impasse em São Paulo, e no outro diz aos aliados que mantém a exigência das pesquisas – os caciques petistas tem procurado não responder diretamente ao pessebista. "É o jogo dele, ele tem o direito de tentar", diz uma liderança. 

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