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Crise entre poderes

PL avalia pagar R$ 1,35 milhão por auditoria nas urnas exigida por Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro na live semanal em que falou sobre auditoria nas urnas eletrônicas

A novela do PL para encontrar uma empresa de auditoria que atenda aos desejos do presidente Jair Bolsonaro de fiscalizar as urnas eletrônicas pode estar chegando ao fim.

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Segundo integrantes do partido ouvidos pela reportagem, a legenda analisa uma proposta de uma empresa de São Paulo para fiscalizar todas as fases do processo de votação.

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O nome da empresa tem sido mantido em sigilo, já que o assunto enfrenta resistência dentro da própria legenda.

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Interlocutores do presidente também sabem que, assim que o contrato for fechado, a empresa vai entrar na mira da opinião pública. 

O valor previsto no contrato é de R$ 1,35 milhão, mas o martelo ainda não foi batido, já que faltam acertar alguns detalhes. Parlamentares do PL têm torcido o nariz para o curso de recursos do Fundo Partidário para a empreitada.

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O contrato sob análise entraria em vigor imediatamente e prevê que a empresa comece a fiscalizar a atuação do Tribunal Superior Eleitoral a quatro meses do primeiro turno da eleição presidencial.

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Dentro do tribunal, a avaliação é a de que a escolha vai ser um indicativo do nível de seriedade nos trabalhos da auditoria. “Precisa ver se vai ser uma empresa séria, com um nível técnico, ou uma de fundo de quintal”, afirma um ministro. 

Mas não é só na corte eleitoral que a  contratação de uma auditoria de custo milionário provoca desconforto. Entre lideranças e parlamentares do próprio PL também há restrições, embora ninguém do partido vá falar abertamente contra algo que foi encomendado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. 

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Deputados e senadores ouvidos nos últimos dias pela equipe da coluna  consideram a medida inoportuna justamente em razão da indisposição que gera com o TSE.  

Também defendem concentrar os gastos do partido com despesas de campanha e não com um trabalho que muitos não estão convencidos de ter serventia para além de atender à vontade do presidente da República.

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Em conversas reservadas, Bolsonaro já disse que “se não tiver auditoria, não vai ter eleição”.

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Mas apesar da desconfiança no TSE, há ministros que veem um aspecto positivo na contratação da auditoria. “De toda forma, já estão concordando que o voto é auditável. Ninguém contrataria uma empresa de auditoria para algo que não é auditável”, acrescenta esse magistrado.

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Conforme revelou a Coluna, a cruzada de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas não vai se limitar à contratação de uma empresa privada.

Bolsonaro pretende acionar as Forças Armadas, a Controladoria-Geral da União (CGU) e até a Advocacia-Geral da União (AGU) para fiscalizar o processo eleitoral.


 

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