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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

Por Gian Amato


Panorama do centro do Porto — Foto: Unsplash/Divulgação/Arquivo
Panorama do centro do Porto — Foto: Unsplash/Divulgação/Arquivo

A Comunidade Judaica/Israelita do Porto (CJP/CIP) revelou ao Parlamento de Portugal que recusou o pedido de certificação de um ministro brasileiro. O órgão é responsável por atestar a veracidade da origem sefartida, um passo para a concessão da cidadania portuguesa.

Em um comunicado que pede parecer sobre dois Projetos de Lei à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias do Parlamento, e no qual fez diversas críticas ao governo e ressaltou o rigor dos seus procedimentos de certificação, a CIP acrescentou:

“O rabino chefe da Comunidade Judaica do Porto, a pessoa mais preparada em Portugal para emitir certificados de sefardismo, rigoroso ao ponto de ter recusado certificar um candidato a rabino chefe de Israel e um ministro do Brasil, entre muitas outras relevantes personalidades do mundo atual, foi detido, obrigado a permanecer em Portugal e humilhado em todo o mundo, com base em graves falsidades, designadamente as seguintes: por ter certificado Patrick Drahi (que afinal fora certificado pela Comunidade Judaica de Lisboa, e bem), por ter certificado Roman Abramovich (que afinal fora certificado pelo Rabinato Russo, e bem)”.

O nome do ministro brasileiro não foi revelado no documento enviado aos deputados portugueses que integram a Comissão de Assuntos Constitucionais.

A CIP se viu no centro de uma polêmica após ser revelado que o oligarca russo Roman Abramovich obteve cidadania portuguesa em seis meses. A prisão do rabino Daniel Litvak aconteceu durante as investigações do Ministério Público e do Instituto dos Registos e Notariado sobre a concessão da nacionalidade ao russo. Foi alegado perigo de fuga. Processos de certificação foram suspensos.

A Lei da Nacionalidade concede cidadania portuguesa aos descendentes de judeus sefarditas, perseguidos e expulsos da Península Ibérica na Inquisição. Mas os processos podem se arrastar por anos.

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