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Educação

Grupo que comprou rede de escolas Eleva abre portas para alunos brasileiros em Portugal

Theo e Cauã, filhos da advogada carioca Julianna Werneck, estudam em Cascais

A recente venda da rede de escolas Eleva para o grupo britânico Inspired Education é o passaporte para os alunos brasileiros que desejam estudar em Portugal. A diretora Bárbara Beck Lancastre informou ao Portugal Giro que as unidades portuguesas estarão abertas para receber alunos do Brasil.

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Com uma filosofia que aproxima fronteiras, as cinco escolas internacionais do Inspired em Lisboa também são trampolim para o ensino global. Uma vez matriculados, os brasileiros terão mais facilidade para estudar nas unidades do grupo na Europa, Ásia, África e Américas do Norte e Central.

Os programas de mobilidade têm duração indefinida, mas exigem permanência mínima de um mês. A facilidade de transferência é um fator que atrai os brasileiros, a maior comunidade estrangeira matriculada no grupo em Portugal, garantiu Lancastre.

— Grande parte das famílias brasileiras em Portugal podem ir para outro lugar no futuro. E encontram uma mobilidade muito fácil entre as escolas da rede. Podem ir para outro país ou, inclusive, voltar ao Brasil, porque o Inspired acabou de adquirir o grupo brasileiro Eleva — explicou Lancastre.

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O programa de mobilidade entre Brasil e Portugal seguirá o procedimento existente. É um facilitador para profissionais brasileiros que vivem entre os países e não querem ver os filhos sofrendo com a adaptação. Nem deixá-los a um oceano de distância.

 — Tem sido cada vez mais comum: há famílias brasileiras que vivem uma parte do tempo em Portugal e outra parte no Brasil. E isso será possível, e mais fácil, com a aquisição da Eleva. É muito recente e ainda não temos esta experiência, mas nas outras unidades, de outros países, acontece bastante. Dois dos meus três filhos já fizeram programas em outras escolas — contou Lancastre.

Park Cascais passa a ser King´s College em setembro

A advogada carioca Julianna Werneck planejou esta viagem para os filhos Cauã e Theo, de 11 e 6 anos. Ambos estudam na Park Cascais, em Lisboa. 

— A gente vai experimentar o “boarding school” quando achar que eles têm maturidade, porque o mundo é globalizado e não vamos fechá-los numa bolha. Podem ir, estudam em outras unidades, e voltam de tempos em tempos. O Rio está sempre em nossos corações, mas quero que entendam que o mundo é maior — disse Werneck.

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Há sete anos em Portugal, desde que o marido Caio Pinhão, um engenheiro de telecomunicações, foi transferido, Werneck disse ter sido acolhida pelo grupo educacional. Segundo a advogada, a escola foi a grande responsável pelo sucesso na adaptação.

— Eles sempre foram felizes na escola, que ajudou demais na adaptação. Viemos para ficar dois anos e estamos há sete. E sequer conhecíamos Portugal. Optamos por uma escola com acolhimento, que criasse um vínculo com as crianças e com o Brasil. É um carinho que percebo nas pessoas, professores e auxiliares. É uma escola aberta e nada conservadora — contou Werneck.

Lancastre explicou que os brasileiros procuram acolhimento e desprendimento. Querem carinho na chegada, mas também que os filhos sejam tratados como cidadãos do mundo. O ensino bilíngue até o quarto ano é importante para os brasileiros que não querem perder totalmente o contato com a língua portuguesa.

— Não querem perder contato com a língua, mas querem segundo idioma. São atraídos não apenas pela parte acadêmica, mas pelo esporte e artes, pelas nossas salas de música e dança. O grupo é internacional, mas com gestão de um português. Então, os valores são iguais e criam laços de comunidade. As famílias e os alunos não são meros desconhecidos para nossa equipe — disse Lancastre.

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A partir de setembro, a Park Cascais passará a ser King´s College School Cascais. Já há dezenas de brasileiros pré-inscritos para o próximo ano letivo. Também há unidades Inspired em Alfragide, Praça de Espanha, Restelo e Palmela, na área metropolitana de Lisboa.

— Meu filho mais novo vai para o 2º ano na King´s e eu ainda quero que tenha ensino com português até que integre o currículo internacional. Meu filho mais velho já domina o inglês e vai inaugurar o 7º ano da King´s — disse Werneck, que diz pagar € 600 (cerca de R$ 3,2 mil) de mensalidade.

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