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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

Por Gian Amato


Praça do Império em Lisboa, em frente ao Mosteiro dos Jerônimos — Foto: Gian Amato/Portugal Giro/O Globo
Praça do Império em Lisboa, em frente ao Mosteiro dos Jerônimos — Foto: Gian Amato/Portugal Giro/O Globo

Localizada em frente ao Mosteiro dos Jerônimos, um dos patrimônios culturais mais visitados de Portugal, a Praça do Império manterá os brasões que exaltam o período colonial.

Esculpidos em florais, os brasões representam as antigas colônias portuguesas e foram inaugurados na época da ditadura de António Salazar.

As obras de jardinagem já foram chamadas pela imprensa portuguesa de brasões da polêmica e, originariamente, seriam totalmente removidos da praça, que está em reforma.

O Portugal Giro constatou que os florais foram destruídos. Porém, a coluna confirmou com a prefeitura de Lisboa que novos brasões serão integrados à praça. Desta vez, em material mais resistente.

“Os brasões serão integrados no projeto de requalificação da Praça do Império em pedra da calçada”, informou a prefeitura em resposta ao Portugal Giro.

O português Rui Diogo, doutor em antropologia e professor da Universidade de Howard, em Washington, discorda da exaltação ao poder colonial.

— A não remoção destes símbolos, como muita gente argumenta, é porque não se deve apagar a História. Mas não é a verdade. A História não está nas estátuas e brasões. Está nos museus e livros. Estátuas e brasões foram para comemorar o colonialismo e a cultura dominante. Manter estes símbolos, no fundo, é uma continuação do status quo, da comemoração do colonialismo como algo bom, o que é impressionante nos tempos de hoje. Não concordo com a manutenção de um símbolo do poder escravizador — disse Diogo.

Há mais de um ano, quando foi anunciada a remodelação da Praça do Império, a extrema direita reivindicou a manutenção dos símbolos coloniais, que não estaria prevista no planejamento inicial.

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