Publicidade

Impacto da guerra

Orçamento volta ao Parlamento de Portugal enquanto população já enfrenta inflação recorde

Pedestres caminham diante de restaurante em Lisboa

Centro da crise política que levou Portugal às eleições antecipadas, o Orçamento do Estado será entregue hoje ao Parlamento pelo governo do Partido Socialista.

Com maioriaGoverno de Portugal pode aprovar no orçamento medida que atrai trabalhador estrangeiro

Depois de quase seis meses desde a reprovação em plenário com o fogo amigo dos ex-aliados da esquerda, o documento volta à Assembleia sob nova polêmica e inflação recorde.

Assim como na primeira votação, os socialistas dizem que é o orçamento mais à esquerda possível, mas a oposição não compra a ideia e ressuscita o fantasma da austeridade.

A diferença é que o primeiro-ministro António Costa tem maioria absoluta e não precisa dos votos de nenhum deputado além dos integrantes da bancada socialista.

Aumento da procura: Supermercados em Portugal limitam venda de óleo de girassol, que é importado da Ucrânia

A aprovação é garantida, mas não encerra o problema do impacto econômico da guerra na Ucrânia. O governo refez as previsões e, segundo representantes dos demais partidos, teria concluído que a inflação chegará este ano aos 4%. 

Se confirmada, é uma projeção anual de inflação acima da taxa de 2,9% delineada no Programa de Estabilidade apresentado há duas semanas.

Em março, a inflação acelerou para 5,3%, maior valor em 28 anos, segundo informações do Instituto Nacional de Estatística confirmadas ontem.

A inflação dos produtos energéticos chegou aos 19,8%, uma taxa que não era alcançada desde 1991.

InflaçãoGasolina esgota em alguns postos em dia de protestos contra aumento e pacote do governo

A oposição fala em austeridade ao apontar a perda de rendimentos diante da alta inflação.

A estagnação dos salários e o aumento dos preços criam um cenário de dificuldade para a população, que gasta mais para comprar as mesmas quantidades de alimentos básicos e combustíveis.

Para amenizar, o governo divulgou medidas que beneficiam a população mais vulnerável, como a inclusão de mais famílias no apoio de € 60 para cestas básicas. O mesmo será feito no subsídio de € 10 para a compra de botijões de gás. E haverá subvenção no custo do gás para cerca de três mil empresas. 

HabitaçãoPreços sobem, mas brasileiros seguem atrás de imóveis em Portugal 

Nos combustíveis, o governo reduz o Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) para corresponder à faixa de 13% do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), que é de 23%. E abate € 0,30 por litro para empresas do setor social. Agricultura e pesca serão beneficiadas com reduções temporárias de ambos os impostos.



Leia também