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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

Por Gian Amato


Coração de Dom Pedro I é guardado por Irmandade portuguesa — Foto: Reprodução Irmandade da Lapa
Coração de Dom Pedro I é guardado por Irmandade portuguesa — Foto: Reprodução Irmandade da Lapa

O anúncio do empréstimo do coração de D. Pedro I para as comemorações do bicentenário da Independência foi feito na tarde desta quarta-feira pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. O cargo é equivalente ao de prefeito.

— É com enorme honra que anuncio que autorizo que o coração de D. Pedro IV (I) de Portugal, e I Imperador do Brasil, seja trasladado para o Brasil, em datas a acertar entre o meu gabinete e o Palácio Itamaraty — disse Moreira.

Foi realizado um exame de cinco horas por peritos do Instituto de Medicina Legal do Porto. Ainda que o resultado não esteja concluído, os peritos asseguraram que o coração poderia sair da Igreja da Lapa sem correr riscos. Mas o prefeito irá junto no avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que será responsável pelo transporte.

— O relatório não está totalmente concluído, mas já nos foi assegurado que o coração poderá ser transladado temporariamente para o Brasil, mediante a exigência de um transporte em ambiente pressurizado — explicou Moreira.

O coração de D. Pedro I está guardado pelo imponente monumento de Costa Lima em uma das laterais da Igreja da Lapa, no centro do Porto. Houve uma tentativa frustrada de levá-lo ao Brasil em 2013, quando cientistas brasileiros queriam fazer uma biópsia.

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O monumento protege o coração a cinco chaves, placa de cobre, porta de madeira, grade, urna, estojo e vaso prateado cheio de formol. Foi inaugurado em 20 de fevereiro de 1837, dois anos depois de o coração ter sido entregue formalmente à Irmandade de Nossa Senhora da Lapa. Até então, repousava na capela, protegido por um sentinela.

Durante o Cerco do Porto (1832-1833), quando D. Pedro I liderou os liberais contra os absolutistas, comandados por seu irmão D. Miguel, era lá que o monarca assistia às missas.

A entrega do seu coração ao Porto foi um desejo de D. Pedro I.

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