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Reabertura

Portugal tem plano gradual de relaxamento de medidas de combate à Covid. Conheça

Mulher de máscara na Praça Camões, em Lisboa

Portugal se prepara para aliviar as restrições de combate à pandemia de Covid-19 a partir de agosto.

Especialistas em saúde pública recomendaram nesta terça-feira um plano gradual de relaxamento, dividido em fases e com avanço atrelado à progressão da taxa de vacinação.

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As recomendações dos peritos foram feitas aos representantes do governo e ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa durante extensa reunião da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), encontro que não acontecia há dois meses.

- Parece que, neste momento, temos uma expectativa mais prolongada de fim de restrições que havia no ano passado - disse a epidemiologista Carla Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública.

Antes da reunião, já havia a ponderação para o encerramento do dever de recolhimento obrigatório noturno e a retirada dos limites de horário para o funcionamento de restaurantes, bares e atividades culturais. É possível que isto aconteça no próximo fim de semana.

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Líderes dos partidos políticos com assento no Parlamento concordam que chegou o momento de recompensar estes setores, amplamente prejudicados economicamente - além do comércio.

Atualmente, estabelecimentos gastronômicos e culturais têm que fechar às 22h30m, trinta minutos antes do toque de recolher ainda em vigor entre 23h e 5h.

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Mas o limite de ocupação de mesas dos bares e restaurantes não foi recomendado para agora. E a ideia geral é dar privilégio aos espaços externos, onde até 10 pessoas podem sentar juntas na mesma mesa atualmente, subindo para 15 na fase 2. No interior, hoje são seis e seriam permitidas oito pessoas na terceira fase.

O plano dos especialistas será encaminhado para aprovação do Conselho de Ministros, na próxima quinta-feira, de onde sairão as diretrizes oficiais de combate à pandemia para os próximos meses. Com base em critérios técnicos, decidirão que medidas serão extintas ou mantidas.

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As propostas dos especialistas foram divididas em quatro níveis de relaxamento de medidas, que avançam mediante o aumento da taxa de vacinação. Com 51% da população vacinada, Portugal está no primeiro nível. A fase quatro pressupõe a imunidade de grupo, que seria alcançada com 80% a 85% dos habitantes vacinados.

Grandes eventos ao ar livre deverão ter circuito de circulação de pessoas bem definido, mas a partir do nível 3. Para estes eventos em espaços interiores, a ideia é aumentar a lotação progressivamente até os 100%, começando nos 50%.

Casamentos e batizados têm capacidade permitida de 50%, com aumento gradual dos convidados a cada etapa.

Para eventos familiares, os peritos defendem que deve ser levado em conta a avaliação de risco. E recomendam máscara e distanciamento físico.

A epidemiologista Raquel Duarte, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, explicou que há medidas gerais para os três primeiros níveis.

- Trabalho remoto ou no exterior sempre que possível, cumprimento da distância física, máscara obrigatória em ambientes fechados e sempre em eventos públicos e evitar todas as situações não controladas de aglomeração - disse Duarte, que não descarta que a utilização da máscara ao ar livre possa cair no segundo nível, mas recomendou utilização em espaços fechados e sempre que o distanciamento não for possível, inclusive na praia.

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A especialista propôs regras fundamentais para os quatro níveis, que são a apresentação do passaporte da imunidade como controle de acesso, ventilação e autoavaliação de risco.

Neste momento, a curva de casos em Portugal é ligeiramente ascendente e estável, disseram os especialistas. O país registra 10 mortes por milhão de habitantes e há uma incidência cumulativa superior a 400 novos casos por 100 mil habitantes.

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Para a campanha de vacinação atingir mais pessoas, adolescentes entre 16 e 17 anos serão vacinados a partir de 14 de agosto. A Direção Geral da Saúde ainda estuda a vacinação de crianças entre 12 e 15 anos. 

Especialistas consideram que a vida poderá se aproximar do normal no inverno, quando há previsão de nova onda de contágio, ainda que menos intensa. Mas para isto acontecer, seria fundamental vacinar crianças. 

- Ideia forte e dada a tempo para os pais pensarem e assumirem a importância de tratar disso com tempo - disse Marcelo Rebelo, para quem “onde avança a vacina, recua o vírus”.

O coordenador da força tarefa criada para coordenar a campanha de vacinação, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, informou que mais de *255 mil cidadãos estrangeiros foram vacinados. O continente mais representativo é o americano devido ao Brasil, disse Melo durante sua apresentação, sem especificar o número de imigrantes sem registro no Sistema Nacional de Saúde imunizados.

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* Atualizada para corrigir informação sobre número de imigrantes vacinados.

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