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Ensino superior

Vistos para estudantes brasileiros em Portugal superam concessões pré-pandemia

Biblioteca da Universidade Nova, de Lisboa, onde houve aumento de alunos brasileiros

O número de vistos de estudo concedidos este ano para alunos brasileiros do ensino superior de Portugal já supera o total do último período pré-pandemia de coronavírus.

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Em 2019, foram emitidos 4.013 vistos de estudo, número que caiu para 3.005 em 2020, ano da explosão da pandemia de Covid-19 e de restrições globais de mobilidade.

Este ano, de acordo com números enviados à coluna pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), foram emitidos 4.141 vistos até o momento.

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O total vai aumentar, porque ainda existem estudantes brasileiros aprovados pelas universidades à espera de visto, problema revelado pelo Portugal Giro duas vezes.

Chega a ser um aumento surpreendente devido ao câmbio desfavorável, aumento de mensalidades e aluguéis e da burocracia, além das incertezas relativas à nova onda de Covid na Europa e dos constantes relatos de intolerância em sala de aula.

Somente na School of Business and Economics (SBE), da Universidade Nova de Lisboa, o número de novos estudantes brasileiros em mestrados subiu 76% no ano letivo 2020/2021 em relação a 2019/2020.

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São 122 brasileiros na SBE, onde o valor total do curso regular pode chegar a € 13 mil (R$ 82 mil) em um ano e meio.

Os cursos com mais brasileiros matriculados na Nova SBE são: Licenciatura em Gestão, Licenciatura em Economia, Mestrado em Gestão e Mestrado em Finanças.

Anna Clara Botto faz mestrado de Desenvolvimento Internacional e Políticas Públicas na Nova de Lisboa

Mas a carioca Anna Clara Botto optou pelo mestrado de Desenvolvimento Internacional e Políticas Públicas, curso criado na Nova neste ano letivo. Custa ao todo €11,9 mil, segundo estimativa dela, que entrou porque diz ter bolsa.

— Acho surpreendente a vinda para cá, especialmente para Lisboa, que é a cidade mais cara aqui de Portugal sendo estudante. Pessoalmente, só vim porque consegui bolsa de estudo. Senão, por conta do câmbio desfavorável, teria sido impossível — contou Botto, que afirma não ter tido problema para obter o visto e ouve falar de um fluxo maior de brasileiros fora de Lisboa:

— Pelo que ouço de amigos que estudam em outras cidades, há muitos mais brasileiros e imagino que seja pelo preço.

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A comunidade acadêmica brasileira é maioria em Portugal. Aumentou mais de 1000% desde os 1.907 estudantes de 2005/2006.  Há cerca de 21 mil alunos do Brasil atualmente, o que representa 33% dos mais de 65 mil estrangeiros matriculados.

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