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Flip terá Eleanor Catton, David Carr e Jhumpa Lahiri

Foto (Foto: Eleanor Catton recebe o Man Booker Prize em 2013: mais jovem vencedora)



Programação completa foi anunciada ontem; venda de ingressos começa em 2 de junho

Por Leonardo Lichote

A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) divulgou ontem a lista completa de seus autores convidados para a programação principal, incluindo Eleanor Catton, autora neozelandesa vencedora da última edição do Booker Prize; Jhumpa Lahiri, escritora de origem indiana que vive nos EUA; e David Carr, jornalista americano do “New York Times”. O show deste ano da Flip será gratuito pela primeira vez e ficará a cargo de Gal Costa.

O evento acontece entre 30 de julho e 3 de agosto, e seus ingressos começam a ser vendidos no dia 2 de junho, às 10h. Serão 41 autores nesta 12ª edição da festa, cujo homenageado será Millôr Fernandes. O jornalista carioca morto em 2012 será lembrado na sessão de abertura, com a conferência do crítico de arte Aguinaldo Farias e uma entrevista dos humoristas Hubert e Reinaldo com o cartunista Jaguar; e também em mais uma mesa, com o cartunista Cássio Loredano e o jornalista Sérgio Augusto. O curador da Flip, Paulo Werneck, garantiu, porém, que a presença de Millôr não se restringirá a esses dois momentos.

— Millôr deu o tom da curadoria. O humor e a crítica ao poder, características da sua obra, são eixos centrais da programação — afirmou Werneck.

A contestação do poder está marcada de forma clara na programação.

— Não é uma crítica tradicional, no esquema velha esquerda, velha direita — avaliou Werneck. — Elas respondem a questões do século XXI, como a crítica à indústria alimentícia feita pelo (americano) Michael Pollan. Ou o (americano) Andrew Solomon, que dá uma perspectiva política para a questão da educação.

Há ainda outros sinais fortemente políticos na programação, como a presença do russo Vladimir Sorókin, crítico ferrenho de Putin; a mesa “Memórias do cárcere”, que lembra os 50 anos do golpe militar; a “Liberdade, liberdade”, que reúne Charles Ferguson (documentarista vencedor do Oscar por “Trabalho interno”, sobre a recente crise financeira global) e Glenn Greenwald (autor de uma série de reportagens que ajudaram a denunciar o esquema de espionagem do governo americano).

Entre os participações brasileiras, destaque para estaque para as mesas "Poesia e prosa", com Eliane Brum, Gregorio Duvivier e Charles Peixoto; e “2x Brasil”, com Edu Lobo e Cacá Diegues.

Werneck apontou outros eixos da programação, como a arquitetura (que terá a mesa “Veneza do Atlântico”, que aproxima a cidade italiana de Paraty) e a questão indígena (debatida nas mesas “Marcados”, com o xamã ianomâmi Davi Kopenawa, e em “Tristes trópicos”):

— A ciência também é um tema importante, que terá a mesa de Marcelo Gleiser e Paulo Varella, um professor apaixonante que deve ser uma revelação da Flip deste ano. E temos um bom painel da literatura ibero-americana, com autores de países e gerações diferentes, como (o mexicano Juan) Villoro, (o peruano Daniel) Alarcón e (o chileno Jorge) Edwards.

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