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Literatura de primeira, porém leitura seca

Durante uma hora exata J. M. Coetzee leu trechos do seu próximo romance"Diário de um ano ruim", que será lançado no Brasil pela Companhia das letras. O Prêmio Nobel de 2003 leu e nada mais. Antes de vir a Festa Literária Internacional de Paraty, Coetzee avisara que apenas faria a leitura e não aceitaria perguntas da platéia. Foi o que fez.

Num terno preto, com voz pausada, ele ficou no centro do palco. Parecia um sacerdote num púlpito proferindo um sermão a um público que permanecia em silêncio respeitoso.

Cassiano Elek Machado, diretor da programação da Flip, apresentou o escritor dizendo que Coetzee falava dos outros, mas evitava falar de si mesmo e que raramente participa de eventos literários.

Antes de iniciar a leitura ele fez uma breve explanação sobre seu livro. Disse que"Diário de um ano ruim" poderia ser considerado como ensaios curtos de reflexões ou pensamentos. Ele prefere chamar de opiniões. O romance está dividindo entre opiniões fortes e brandas.

"É claro que reflexões, pensamentos ou meditações não chegam do ar. Não são idéias puras. São resultados de eventos e paixões. Têm suas próprias histórias e seu tempo."

Faltou justamente isso: paixão. Após terminar a leitura, no meio de aplausos não tão efusivos, o escritor saiu rapidamente do palco.

A platéia parece que ficou  frustrada. Queria algo mais, o que não aconteceu. Entre os comentários, podia-se ouvir: Que coisa mais seca!

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