Sonar - A Escuta das Redes
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Um mergulho nas redes sociais para jogar luz sobre a política na internet.

Informações da coluna

Por Marcelo Remígio


Após meses com dificuldades de emplacar uma agenda positiva do governo nas redes sociais, bolsonaristas comemoraram a repercussão positiva da aprovação do projeto de lei que criou um teto para o ICMS que incide sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo. Levantamento feito pela consultoria Arquimedes apontou que 78,2% das postagens no Twitter foram favoráveis à iniciativa, que limitou na última quarta-feira o imposto a 17%. Já aprovado no Senado, o texto segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A oposição, segundo o estudo da Arquimedes, ficou reduzida a 13,8% dos perfis. A principal linha de argumentação, ressaltada pelo levantamento, denunciou a "desordem fiscal". As postagens contrárias à mudança na alíquota do tributo, o mais importante dos estados, também lembraram do custo que a medida poderá acarretar.

— O projeto serve a vários objetivos e narrativas caras à estratégia governista. Além de tentar reduzir o preço dos combustíveis e, consequentemente, frear a inflação, também ajuda a reforçar a "culpa dos governadores", argumento que vem sendo martelado há meses pelo presidente e seus apoiadores — explica o sócio e fundador da Arquimedes, Pedro Bruzzi. — Configura uma "entrega" de Bolsonaro, que busca se posicionar como a figura "antissistema", que tenta resolver os problemas do país, mas o sistema não deixa.

De acordo com Bruzzi, as postagens ocuparam sua base de apoiadores com um assunto positivo, mantendo o presidente Bolsonaro distante de discussões negativas para o governo, como os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na Amazônia. Em postagem no Twitter, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) destacou: "Parabéns ao Congresso Nacional que aprovou em peso o projeto que estabelece teto de 17% do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, serviços de telecomunicações e de transporte público.

Ao votarem contra o projeto, afirma Bruzzi, senadores petistas deram munição para ataques de bolsonaristas. Perfis de aliados do presidente publicaram a lista de senadores que votaram contra a redução do ICMS.

— E foi justamente esse o ponto que ultrapassou os apoiadores mais fiéis do presidente. Perfis do mercado financeiro, a chamada FinTwit, deram tração a esse ponto, dialogando com parte da base governista nas redes e representaram 8% do debate — explica Bruzzi.

Em vídeo postado em seu perfil no Twitter, a deputada federal e presidente do PT, Gleise Hoffmann, destacou as perdas de arrecadação por parte dos estados, que chegarão a R$ 115 bilhões, e a redução de repasses para o Fundeb (total de R$ 21 bilhões) e o SUS (R$ 11 bilhões), como contraponto às postagens bolsonaristas

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