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Lei de Segurança Nacional

Felipe Neto é intimado a depor por 'calúnia', após chamar Bolsonaro de 'genocida'

O youtuber Felipe Neto

Marlen Couto e Bernardo Mello

O youtuber Felipe Neto foi intimado nesta segunda-feira a comparecer à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro (DRCI) para prestar esclarecimentos, após o influenciador chamar o presidente Jair Bolsonaro de "genocida" em um posto nas redes sociais. A Polícia Civil do Rio foi acionada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente.

O mandado de intimação informa que a investigação apura o crime de calúnia e tem como base a Lei de Segurança Nacional. Redigida durante a ditadura militar, a lei prevê reclusão a quem "caluniar ou difamar o presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação".

Em nota, Felipe Neto classificou a medida como uma "tentativa de silenciamento" que e já está adotando todas as medidas cabíveis. "Eles querem que eu tenha medo, que eu tema o poder dos governantes. Já disse e repito: um governo deve temer seu povo, NUNCA o contrário", escreveu o youtuber, que se tornou um dos principais opositores do bolsonarismo nas plataformas digitais, em uma publicação no Twitter.

Nas redes, o influenciador explicou por que utilizou o termo "genocida" para se referir a Bolsonaro: "Minha atribuição do termo genocida ao presidente se dá pela sua nítida ausência de política de saúde pública no meio da pandemia, o que contribuiu diretamente para milhares de mortes de brasileiros. Uma crítica política não pode ser silenciada jamais". O youtuber destacou ainda que o delegado titular da DRCI, Pablo Sartori, responsável pelo caso, é o mesmo que o indiciou em novembro do ano passado por corrupção de menores — por supostamente divulgar conteúdo impróprio em seu canal no YouTube.

Na época, a investigação alegou que o influenciador teria divulgado em seu canal, desde 2017, vídeos com “conteúdo e linguajar inapropriado para menores” sem limitar a classificação etária. Segundo o delegado, a intimação feita a Felipe Neto nesta segunda-feira é um "procedimento padrão" e que, após o youtuber ser ouvido, o caso será encaminhado à Justiça.

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