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Em Bruxelas, Lula exige medidas contra a pobreza e que os ricos paguem impostos

‘Políticas de inclusão social nunca foram aceitas pela elite brasileira”, critica o ex-presidente em visita ao Parlamento Europeu

Lula no discurso ao Parlamento Europeu nesta segunda-feira.
Lula no discurso ao Parlamento Europeu nesta segunda-feira.
Manuel V. Gómez

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas, aproveitou a visita à capital da União Europeia para esboçar uma proposta para a eleição de 2022 ou, pelo menos, para ensaiar um lema. “Queremos provar que é possível resolver os problemas do povo pobre, quando ele é colocado no Orçamento”, declarou no Parlamento Europeu, ao qual compareceu em conjunto com Iratxe García, presidente da bancada socialista europeia. Tampouco deixou passar a oportunidade de atacar Jair Bolsonaro. “Representa uma peça importante da extrema direita fascista e nazista mundial”, atacou sem panos quentes.

Enérgico, Lula, defendeu sua gestão. “Acabamos com a fome, a ONU reconheceu. Criamos 22 milhões de empregos”, disse recentemente o ex-presidente. A seguir voltou a dirigir seus dardos contra Bolsonaro: “A extrema direita não pensa no povo trabalhador, no pobre, no emprego, no índio, no negro, na população LGBT+, não pensa em nada que não seja a ganância e o processo de desestruturar o Estado brasileiro”, criticou Lula. Não sabe governar. Vendem, como estão fazendo com a Petrobras e querem fazer com os bancos públicos”.

Lula participou nesta segunda-feira de um ato no Parlamento Europeu em que também esteve presente o ex-primeiro-ministro socialista espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. “Temos o objetivo de compartilhar as agendas das esquerdas na América Latina e na Europa. E temos que enfrentar os populismos de direita e de extrema direita”, disse a líder dos social-democratas europeus, a espanhola Iratxe García, que declarou que apoiará o Partido dos Trabalhadores (PT) na próxima eleição.

Desde que saiu da prisão, Lula lidera as pesquisas em clima de polarização. “Estou preparado, motivado e com plena saúde”, tem dito. Mas não admite isso abertamente, cauteloso e respeitando os prazos do partido. “Estamos em um momento muito especial da política brasileira. Meu partido é atacado todos os dias”, destacou. “Mas meu partido vai ter um candidato em fevereiro ou março, e também temos que ver se vamos formar coalizão”, continuou.

“Em 2002″ —pouco antes de chegar ao poder —”havia 12% de inflação e 12% de desemprego. Não podíamos pagar nossa dívida com o FMI. Os pobres eram nossa prioridade. Todo dinheiro gasto com saúde e educação não pode ser visto como gasto, é investimento. Financiar bolsa para um estudante pobre não é gasto. Todo dinheiro para o capital é investimento, todo o dinheiro para o pobre é gasto, é preciso inverter essa lógica, mesmo porque quem paga o Estado brasileiro são os pobres”. Queremos que os pobres estejam no orçamento e os ricos paguem impostos. Queremos ganhar as eleições”, afirmou.

Questionado sobre se essas palavras e sua viagem pela Europa nos últimos dias —ele chegou a Bruxelas vindo de Berlim, onde se encontrou com o provável próximo chanceler, Olaf Scholz— e seus encontros com brasileiros vivendo no exterior estavam relacionados à campanha, ele negou: “Não acho que fiz um discurso de campanha. Agradeço aos compatriotas que me deram a sua solidariedade [referindo-se ao período que passou na prisão]. Será um discurso de campanha, quando houver campanha e pedir voto. Quando for decidido que vou ser candidato, farei um discurso como candidato”.

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