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A maldição de Alex Ferguson

Desde a saída do técnico, que passou 27 anos no Manchester United, seis treinadores estiveram no banco em oito temporadas

Solskjaer e Michael Carrick, em 26 de setembro no estádio do Brighton.
Solskjaer e Michael Carrick, em 26 de setembro no estádio do Brighton.GLYN KIRK (Reuters)

Dos 1.500 jogos consecutivos de Alex Ferguson em suas 27 temporadas (1986-2013) como técnico do Manchester United, ao sexto técnico nas últimas oito temporadas. O banco do Old Trafford deixou de ser o exuberante jardim de Sir Alex para se tornar uma bomba-relógio precisa que dinamita todos os que nele se sentam, independentemente de sua nacionalidade e experiência.

Os resultados também não compreendem ou respeitam sua história ou tradição. Em 94 anos, de 1892, quando a figura do treinador como tal foi oficializada no clube, a 1986, quando Ferguson chegou, o United se gabava de sua benevolência e paciência com seus técnicos. Havia tido apenas 19 técnicos. Um deles foi Matt Busby, sobrevivente do acidente em que morreram oito funcionários e 15 outros viajantes, quando o avião em que viajavam caiu na tentativa de pouso no aeroporto de Munique, após uma partida na Copa da Europa (6 de fevereiro de 1958).

Também escocês, Busby liderou a equipe de 1945 a 1969, com o parêntese forçado por sua recuperação do acidente. Foi, então, substituído provisoriamente por seu assistente, Jimmy Murphy (22 jogos). Nessa primeira fase, liderou a equipe em 1.120 jogos. Depois de se aposentar, aos 60 anos, as circunstâncias do clube o fizeram voltar em na temporada 19070-71 (21 jogos). Durante sua gestão, o clube conquistou sua primeira Copa da Europa (1968), cinco ligas, cinco Community Shields e duas FA Cups.

Solskjaer, agora demitido, será substituído provisoriamente foi Michael Carrick (40 anos), membro da sua equipe técnica. Carrick já tinha trabalhado com Mourinho em 2018, após a saída do assistente Rui Faría. É a terceira vez nos últimos anos que o clube de Old Trafford recorre a um interino, com resultados diferentes. Na primeira ocasião, quando demitiu David Moyes, em abril de 2014, Ryan Giggs liderou a equipe nos últimos quatro jogos da temporada, até Louis Van Gaal ser escolhido o técnico principal da temporada seguinte.

A segunda vez foi após a demissão de José Mourinho, em dezembro de 2018. Ole Gunnar Solskjaer, o herói do jogo do Camp Nou, artilheiro do gol que deu ao Manchester United a Liga dos Campeões contra o Bayern em 1999, treinava o Molde, com que tinha contrato válido até 2022. Surpreendentemente, o clube inglês pediu ao clube norueguês o seu empréstimo até o final da temporada, e o próprio treinador aceitou a oportunidade sem se preocupar com a marca provisória com a qual pousou em Manchester. A reação da equipe, com 14 vitórias e dois empates em 19 jogos, convenceu os dirigentes, que fizeram o acerto; assinou contrato até 2022. O homem com rosto de criança e um sorriso eterno deixava de ser o técnico provisório mais duradouro da história da Premier League. Em julho passado, o clube estendeu seu compromisso novamente até 2024.

Nem Moyes. Nem Van Gaal. Nem Mourinho. Nem Solskjaer. Todos abençoados, num primeiro momento, por Alex Ferguson, e todos vítimas, depois, da eterna comparação com o passado instalado no clube. Equalização que também coincide com uma maior competição tanto a nível nacional como nas competições europeias e que se reflete sobretudo nos últimos anos com o outro grande clube da cidade, o City.

Durante a era Ferguson, as salas de trófeus do Old Trafford tiveram que ser expandidas, para seus 39 títulos: duas Copas Europeias, uma Copa do Mundo de Clubes, uma Intercontinental, uma Recopa, duas Supercopas Europeias, 13 Premier Leagues, 10 Community, cinco FA Cup e quatro League Cups. Desde a sua despedida, o United conquistou apenas quatro títulos: uma Liga Europa, uma FA Cup, uma League Cup e um Community Shield, para 13 de seu eterno rival: quatro Premier Leagues, uma FA Cup, seis League Cups e dois Community Shields.

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