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Assassinado ex-secretário de Cristina Kirchner, que a acusou de manusear sacolas de dinheiro

Fabián Gutiérrez era testemunha arrependida na investigação dos “cadernos da corrupção”

Foto de arquivo de Fabián Gutiérrez, ex-secretário particular dos presidentes Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner, cujo corpo foi encontrado em Santa Cruz, Argentina, em 4 de julho de 2020.
Foto de arquivo de Fabián Gutiérrez, ex-secretário particular dos presidentes Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner, cujo corpo foi encontrado em Santa Cruz, Argentina, em 4 de julho de 2020.Walter Diaz (Telam)

Fabián Gutiérrez foi durante mais de dois anos secretário pessoal de Cristina Fernández de Kirchner. Preso por corrupção, em 2018 testemunhou como “arrependido” contra a ex-presidenta e falou de muitas sacolas supostamente cheias de dinheiro. Desapareceu na quinta-feira e no sábado seu corpo foi encontrado na cidade patagônica de El Calafate, onde morava. A polícia prendeu vários jovens e pelo menos um deles confessou o homicídio e disse onde tinham escondido o corpo, segundo o jornal La Nación. A investigação trabalha com várias hipóteses, uma delas a de tentativa de extorsão com final violento.

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Gutiérrez trabalhou como jovem militante peronista na campanha eleitoral que levou Néstor Kirchner à presidência em 2003. Já presidente, Kirchner encarregou-o de servir como secretário de sua esposa, a primeira-dama e senadora Cristina Fernández de Kirchner. Deixou o cargo em 2005, depois uma discussão com sua chefa. Mas voltou a trabalhar com ela assim que foi eleita presidenta, em 2007. E nos anos seguintes acumulou uma fortuna considerável: criou a empresa Patagonia Gourmet, obteve uma franquia da marca Havanna, abriu uma loja de automóveis de luxo em Río Gallegos, investiu em vários negócios e construiu um chalé de 800 metros quadrados totalmente automatizado e com piscina coberta, muito próximo do chalé que Cristina Fernández de Kirchner possui em El Calafate.

Foi preso em 2017, sob a acusação de lavagem de dinheiro procedente, segundo as suspeitas do juiz Claudio Bonadio, das supostas comissões ilegais que os Kirchners recebiam. Poucos meses depois, Gutiérrez se mostrou disposto a testemunhar contra a ex-presidenta e hoje vice-presidenta. Disse ao juiz Bonadio que à noite chegavam à Casa Rosada sacolas e mochilas que, em sua opinião, estavam cheias de dinheiro, embora nunca tenha visto as notas. Também havia sacolas com cadeado, de acordo com seu depoimento, nos voos que o casal fazia para a Patagônia todo fim de semana. Gutiérrez também falou de “um lugar descendo as escadas com uma porta branca, sempre fechada” no chalé dos Kirchner em El Calafate, onde, em sua opinião, se armazenava dinheiro.

Gutierrez, de 46 anos, foi visto pela última vez na noite de quarta-feira. Na quinta-feira, sua mãe foi à casa dele e a encontrou vazia. O juiz que instrui o caso considera que o ex-secretário da vice-presidenta foi assassinado em casa e o corpo foi levado logo depois em um furgão para uma casa no bairro do Aeroporto Velho, propriedade de um dos detidos. “Trata-se de um homicídio”, disse o juiz Carlos Navarte, que preferiu não falar sobre o celular no momento, embora tenha alegado “razões pessoais”. “Pode haver mais prisões”, acrescentou.

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