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Em Roma, G20 põe à prova a liderança internacional de Mario Draghi

Primeiro-ministro italiano encara a reunião em seus domínios como a certificação definitiva da mudança de ciclo na Itália e de sua nova liderança

G20 Roma
Policiais vigiam o edifício onde serão realizadas, no sábado e no domingo, as reuniões do G20.CLAUDIO PERI (EFE)
Daniel Verdú

Mario Draghi chegou à presidência do Conselho de Ministros da Itália em fevereiro de 2021. O tempo real, marcado pelo calendário, é de nove meses. Mas a sensação política, a medida da quantidade de mudanças que isso provocou, é muito maior. O Governo de união chefiado por Draghi colocou em andamento reformas importantes na Justiça, no Tesouro e na Administração Pública. Corrigiu a campanha de vacinação, deu estabilidade ao país e conseguiu pôr de acordo partidos ideologicamente opostos em questões como as aposentadorias. Na Itália, a estabilidade é efêmera. Mas Draghi, até agora, está construindo uma imagem de líder internacional bem no momento em que a chanceler Angela Merkel está deixando a chefia de Governo da Alemanha e o presidente Emmanuel Macron está mais preocupado com as questões domésticas da França do que com os assuntos europeus. A reunião de cúpula do G20, que começa neste sábado em Roma, é o grande debute de sua liderança internacional.

O Palazzo Chigi, sede do Executivo italiano, participou diretamente da organização de um evento que paralisa o centro de Roma a partir da tarde desta sexta-feira. O interesse em que tudo saia com perfeição é muito alto. Mas a reunião começa meio sem brilho devido à ausência do presidente russo, Vladimir Putin, e do chinês, Xi Jinping. Outro objetivo da presidência de turno italiana é que os membros desse clube se comprometam a zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050, em uma reunião que precederá a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que começa na segunda-feira em Glasgow. Há o temor de que as ausências citadas, somadas à do presidente japonês, Fumio Kishida, devido às eleições em seu país, e à do mandatário mexicano, Andrés Manuel López Obrador, impeçam que se chegue a algum acordo relevante nessa questão.

Draghi aproveitará o encontro do G20 para manter reuniões bilaterais com os principais líderes internacionais. Já nesta sexta-feira ele recebeu o presidente dos EUA, Joe Biden, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o secretário-geral das ONU, António Guterres. Mas Biden, com permissão de Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, será o grande protagonista da cúpula. O americano chegou a Roma para certificar a volta de seu país ao multilateralismo, depois dos quatro anos de isolamento sob a Administração de Donald Trump. A agenda do líder americano para esta sexta incluiu o Papa, o primeiro-ministro Draghi e o presidente italiano, Sergio Mattarella.

O encontro com Macron será o de maior conteúdo político, dada a crise diplomática provocada pela rescisão do contrato de venda de submarinos para a Austrália e pelo pacto de defesa no Indo-Pacífico, selado sem a participação de Paris. “Depois do anúncio da associação Aukus, os dois presidentes conversaram por telefone em 22 de setembro e concordaram em iniciar consultas de alto nível com o objetivo de restaurar a confiança e reativar a relação franco-americana com base em objetivos comuns. Também concordaram em se reunir no final de outubro”, indicou o Palácio do Eliseu em um comunicado.

Roma quer, além disso, que não haja nenhum problema de segurança e que as únicas imagens destacadas internacionalmente sejam as de uma cúpula bem-sucedida. Por isso, blindou a cidade com 5.000 policiais que protegerão o recinto onde será realizada a reunião, no bairro EUR —uma área construída durante o regime de Benito Mussolini, que pretendia realizar lá a Exposição Universal de 1942—, e os pontos da cidade onde devem ocorrer manifestações. Espera-se que saiam às ruas ativistas ambientais, trabalhadores e os já habituais antivacinas. A operação policial prevê o bloqueio do trânsito do centro da cidade para evitar problemas.

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