Por dentro da cidade mais fria do mundo, onde -40°C é a média

O fotógrafo Alexey Vasilyev conta que a neve costuma cair entre os meses de outubro e abril. "O sistema de transporte fez de Yakutsk uma das áreas mais inacessíveis do mundo. Quase não há ferrovias e poucas estradas. Alguns lugares só podem ser alcançados de avião ou helicóptero. O afastamento do mundo e as duras condições climáticas determinaram o modo de vida e a cultura especiais dos residentes locais", diz o fotógrafo em seu site, onde compartilha alguns dos registros.

Como os radiadores não funcionam por conta dos canos congelados, muitos moradores da cidade mineira russa começam o dia buscando lenha para aquecer suas casas. De acordo com o site The Mirror, o frio também representou um desafio considerável no fornecimento de água às casas, com as pessoas tendendo a aquecer blocos de gelo congelados que derretem na cozinha.

As casas são construídas para resistir às condições adversas e reter o máximo de calor possível. Ao sair, muitas pessoas relatam uma sensação de ardência no rosto, dedos das mãos e dos pés devido ao frio extremo. A maioria das crianças caminha até as escolas locais sob temperaturas baixas -- e só tem um dia de folga quando a temperatura cai para índices inferiores a -55ºC.

A cultura local é muito definida pelo status climático. A moda, por exemplo, é repleta de peles de animais, como lebre, raposa-do-ártico e rena. A alimentação é bastante calórica, pois é preciso ingerir muita gordura para resistir às intempéries dia após dia. No cardápio, não são raras as iguarias feitas com carne de cavalo. Para beber e aquecer, vodca é a opção mais popular.

Na cidade, há casas de teatro, ópera, balé e alguns museus. A cidade conta ainda com o Museu do Mamute, que possui fósseis milenares de mamutes peludos, e com o Museu de História do Estado de Yakut, que celebra a cultura do grupo étnico turco nativo.