O Centro de Arte Contemporânea Georges Pompidou, em Paris, fechará as portas em breve. Mas não se preocupe: o famoso edifício projetado pelo italiano Renzo Piano e pelo britânico Richard Rogers reabrirá em 2030 após passar por uma grande reforma. A atualização ficará a cargo do estúdio Moreau Kusunoki e da arquiteta mexicana Frida Escobedo, além do escritório AIA Life Designers.
De acordo com o projeto divulgado pela instituição, a emblemática fachada parisiense será preservada e nenhuma construção nova ou extensão ampliará o edifício. A ideia é transformar o complexo para usos contemporâneos com uma abordagem ecologicamente responsável capaz de aproveitar as áreas existentes, mantendo a tubulação colorida característica do projeto, assim como as estruturas de aço e vidro que o tornaram um ícone da arquitetura.
Para isso, quatro diretrizes principais estruturam o escopo da reforma: criar porosidades físicas e visuais em todo o local, garantir evidências fluidas de rotas, ativar e requalificar espaços e respeitar o contexto. "A exploração do significado e do papel do museu no século XXI é um tema recorrente em nosso trabalho. Nossa proposta é guiada pela abordagem subjacente à arquitetura – o conceito de 'intermediário', ou mâ em japonês – em que espaços intersticiais totalmente capazes abrem caminho para que a vida e o significado evoluam e apareçam naturalmente entre espaços definidos", afirmam Nicolas Moreau e Hiroko Kusunoki, fundadores do escritório Moreau Kusunoki.
A renovação pretende encorajar expressões culturais espontâneas, convidando artistas, dançarinos, artistas de rua e poetas a utilizar o espaço livremente. Entre as novidades, uma reestruturação dos níveis do piso aumentará as porosidades visuais e físicas ao fornecer um novo acesso ao nível da rua principal, uma rampa de acesso aos espaços de trabalho no nível do jardim e um nível inferior adicional de escritórios. Já o jardim se estenderá para o local da antiga escadaria, enquanto a fachada sul se abrirá para a Piazza por um sistema de parede cortina.
Amplamente ampliada, a nova Ágora reunirá salas de concerto, conferências e ensaios, além de dois cinemas. Em seu centro, uma área livre poderá ser ativada para usos efêmeros, abrigando quatro 'caixas' versáteis capazes de se interconectar por meio de divisórias móveis. Assim, elas oferecem possibilidades para diferentes configurações dependendo da programação, de exposições e instalações até shows ao vivo.
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"Estou emocionada que nosso estúdio tenha recebido a extraordinária responsabilidade de reimaginar o edifício para hoje e para o futuro. Nosso projeto arquitetônico atende a um propósito maior de permitir que o Pompidou continue uma tradição de autoinvenção perpétua", diz Escobedo.