MADE 2024: confira 8 lançamentos da 12ª edição da feira de design

Com o tema Design em Movimento, a feira aborda o dinamismo, ritmo e harmonia das composições. Além disso, o conteúdo também envolve a ideia de "fazer acontecer", um desafio constante do instante da inspiração até o produto final. A cenografia é assinada por Bruno Simões, também curador do evento ao lado do sócio-fundador Waldick Jatobá.

Nesta edição, os expositores participarão de uma premiação dividida em seis categorias, que incluem: Revelação, Objetos & Complementos, Mobiliários e Inovação. A avaliação ficará a cargo dos membros do conselho da MADE e de figuras de destaque no design, como Claudia Moreira Salles e Marcio Kogan, por exemplo.

Para você ficar por dentro das novidades que estarão por lá, reunimos oito móveis e objetos que serão apresentados durante a MADE Confira abaixo.

Parte da coleção Tribos, que busca referências nas antigas sociedades africanas, o artigo foi inspirado em um escudo de batalha, em homenagem ao grande guerreiro africano Shaka Zulu. Conhecido por sua resistência feroz à colonização de sua tribo e por liderar ações revolucionárias que incluíram reformas sociais e econômicas, como explica o designer Philipe Fonseca.

A designer mineira Suka Braga afirma que as linhas simples do assento sugerem não apenas a prática de repouso, mas uma provocação com significado mais profundo. “Nesta peça, o silêncio contemplativo é cortado por uma lâmina revestida de folha de ouro e usada como forma de resistir a comunicação servil com o mundo, tornando-se um gesto artístico que liberta o criador”.

A coleção é uma volta às origens, um mergulho conectado à uma fábrica de tijolos em Barra do Piraí, no Sul do estado do Rio de Janeiro, base da família materna do designer Augusto Ribeiro, que comanda o estúdio. “A ideia é revisitar o que é o tijolo, reinventar esse elemento importante da nossa construção civil através de um novo olhar, o olhar do forasteiro, daquele que nunca fez parte, assim como eu, o único nascido e criado fora dali”, comenta.

Os adornos acima compõem a coleção Atotô, que surge como uma reverência de Pedro Galaso às suas jornadas pessoais de cura. Desde seu nascimento, ele é umbandista e encontrou nos orixás um caminho para a cura física, mental e espiritual. Atotô é a saudação ao orixá Obaluaiê, uma divindade das religiões de matriz africana.

Cada peça é exclusiva, numerada e feita à mão pelo próprio designer. Ele acredita que, ao participar de todo o processo, transfere seu agradecimento pela cura, desejando que esse sentimento chegue à casa de cada pessoa que contemplar e adquirir suas peças.

O assento faz uma reverência ao tempo por meio da analogia ao relógio de sol como uma das primeiras tentativas da humanidade de contabilizar a duração dos acontecimentos. Na procura pela materialização dessa grandeza, o estúdio homenageia a cadeira de palha, mobiliário presente no imaginário afetivo brasileiro, que nos reconecta com o passado. “Absorvendo a sabedoria ancestral por meio de um móvel que traz o aconchego funcional, a coleção nos convida a refletir sobre a ponte entre o efêmero e o eterno”, descreve o escritório.

As peças refletem a curiosidade da designer em busca de novas aplicações e materiais. Em versões diferentes de acabamentos, já que, em uma das versões, o encosto é feito a partir de lâminas de madeira tramadas, resgatando técnicas artesanais como os trançados de fibras naturais.

A criativa também utiliza o estofado com tecido feito a partir do látex e fios feitos a partir do açaí, extraído e produzido pelo projeto Seringó, no Pará. Um material criado a partir de pesquisas acadêmicas unidas ao saber popular de indígenas, seringueiros e moradores da floresta.

De autoria do designer Pietro Oliveira, à frente do estúdio que combina modernismo e regionalismo mineiro, a luminária Tatá foi inspirada no conceito da figura folclórica do Boitatá, a chama que protege as florestas das queimadas e desmatamento. A luminária pendente tem formato de um candeeiro de vidro que protege um artesanato de flores que causa a sensação de estar em chamas.

Idealizada por Bia Rezende e ilustrada por André Tokura, a linha apresenta 21 estampas diferentes em pratos inspirados nas lendas e mitos que povoam o imaginário popular. Cada prato conta uma história única, repleta de simbolismo.

Foram sete lendas transformadas em pratos: Saci, Iara, Cuca, Mula, Boitatá, Lobisomem e Boto, que, a partir do olhar da designer, apresentam uma estética harmoniosa entre o ancestral e elementos contemporâneos de design.