Arte

Por Redação


Ernesto Neto ganha exposição individual no MAAT, em Portugal — Foto: Joana Linda
Ernesto Neto ganha exposição individual no MAAT, em Portugal — Foto: Joana Linda

Considerado um dos maiores artistas plásticos da cena contemporânea do Brasil, Ernesto Neto apresenta uma exposição individual na Galeria Oval do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa. Intitulada Nosso Barco Tambor Terra, a instalação imersiva tem curadoria de Jacopo Crivelli Visconti e conta com uma das maiores esculturas realizadas pelo artista até hoje.

As imagens e materiais usados na instalação remetem às viagens transatlânticas — Foto: Joana Linda
As imagens e materiais usados na instalação remetem às viagens transatlânticas — Foto: Joana Linda

Nascido em 1964 no Rio de Janeiro, Ernesto Neto produz obras que lidam com relações, seja entre materiais, forças e seres. A escultura Nosso Barco Tambor Terra foi se definindo ao longo de meses de trabalho, em diálogo com o espaço arquitetônico do MAAT e com o entorno do museu. A obra foi desenvolvida à mão livre com ajuda de softwares específicos, permitindo uma maleabilidade e adaptabilidade ao espaço.

Intitulada "Nosso Barco Tambor Terra", a obra evoca o cruzamento de culturas entre Portugal e Brasil — Foto: Joana Linda
Intitulada "Nosso Barco Tambor Terra", a obra evoca o cruzamento de culturas entre Portugal e Brasil — Foto: Joana Linda
Ernesto Neto nasceu em 1964, no Rio de Janeiro — Foto: Pepe Schettino
Ernesto Neto nasceu em 1964, no Rio de Janeiro — Foto: Pepe Schettino

Carregada de simbolismo, a obra evoca o cruzamento de culturas entre Portugal e Brasil, fazendo uma referência ao ponto de partida das caravelas que rumaram para o lugar que depois viria a ser chamado de Américas. Partindo de imagens (velas) e materiais (lonas e cordas) geralmente associadas às viagens transatlânticas, o artista cria uma instalação inédita que ocupa as várias dimensões do galeria.

A chita foi um material amplamente utilizado na instalaçao — Foto: Joana Linda
A chita foi um material amplamente utilizado na instalaçao — Foto: Joana Linda
Cada célula da obra foi crochetada à mão por vários colaboradores  — Foto: Joana Linda
Cada célula da obra foi crochetada à mão por vários colaboradores — Foto: Joana Linda

O trabalho do artista é composto principalmente por chita, um tecido de algodão relativamente barato e extremamente difundido no Brasil – o material é geralmente decorado com estampas de cores fortes que representam flores e plantas. Esse tecido foi cortado em tiras e crochetado à mão por vários colaboradores, a partir de uma técnica desenvolvida ao longo de anos no ateliê do artista no Rio de Janeiro: o atelienave.

Segundo o artista, a obra é uma dança em que os corpos do público e da obra interagem — Foto: Joana Linda
Segundo o artista, a obra é uma dança em que os corpos do público e da obra interagem — Foto: Joana Linda

Nas palavras do artista, a exposição é como uma dança, em que os corpos do público e da obra interagem. Composta por diversas células, as “árvores” construídas no interior da escultura se referem à relação entre o céu e a terra. Assim como seus outros trabalhos recentes, Ernesto Neto convida os visitantes a reconectarem o corpo cultural com a espiritualidade do estar vivo.

A obra traz uma reflexão sobre identidade e comunicação — Foto: Joana Linda
A obra traz uma reflexão sobre identidade e comunicação — Foto: Joana Linda

“A dança que Nosso Barco Tambor Terra inspira e convoca, nesse sentido, é um gesto de alinhamento espiritual com as forças da natureza, mas também a celebração de um trabalho realizado célula por célula, ao longo de meses, nas duas margens de um Oceano que ao mesmo tempo, como o próprio ar que respiramos, nos une e nos separa”, escreve o curador Jacopo Crivelli Visconti para o texto da folha de sala que acompanha a exposição.

Tambores de diversos tipos e origens também compõem a instalação — Foto: Joana Linda
Tambores de diversos tipos e origens também compõem a instalação — Foto: Joana Linda

Além disso, a mostra incorpora uma série de instrumentos, apresentando também uma programação musical feita por músicos e grupos de vários lugares do mundo – com atenção especial para os ritmos das diásporas africana e asiática. O artista, que também se dedica a percussão, incluiu na obra tambores de diversos tipos e origens, expondo uma forma de uma comunicação que transcende a verbal e possibilita encontros autênticos e profundos.

Nosso Barco Tambor Terra
Local: Galeria Oval do MAAT
Endereço: Av. Brasília, 1300-598 Lisboa, Portugal
Período: 02 de maio a 07 de outubro
Entrada: € 11 (público geral) | € 8 (jovens de 13 a 18 anos, estudantes, idosos e desempregados) | A entrada é grátis em todos os primeiros domingos de cada mês, para crianças de até 12 anos e para acompanhantes de pessoas com necessidades específicas
Para mais informações, acesse o site do MAAT.

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