Falsa médica é alvo de nova denúncia por erro em procedimento estético em outra influenciadora

• Esteticista investigada por morte de influenciadora fez três semestres de medicina no Paraguai
• 'PMMA não deveria mais ser utilizado', afirma médica da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)

Segundo a mulher do interior de Goiás, que fez o procedimento em agosto do ano passado, ela sente dores e as pernas travam quando faz exercício físico, o que a obrigou parar. Ela diz ter desembolsado 1600 reais para fazer a aplicação, e que vai registrar boletim de ocorrência contra Grazielly, que também se apresentou a ela como médica. A família da também digital influencer Aline Ferreira, que morreu após complicações no início do mês, entrou em contato com Marissol após ela dizer que também foi vítima da falsa médica.

Segundo Marissol, ela não buscou a polícia antes porque a mulher "passou confiança" e dizia que estava tudo normal:

"Eu perguntava para ela: doutora, é normal essa mancha ficar agora no meu glúteo? Porque eu tenho uma mancha, né? Tipo, das cânulas que ela enfiou em mim, ela fez um descolamento na minha pele, que ela foi muito bruta, e eu chorei no consultório de tanta dor, porque ela teve que descolar o músculo pra poder aplicar o PMMA dentro, né? Então eu sofri muito com essa dor, e até hoje eu sofro. Ainda com dores nas pernas, sofro com dor no meu glúteo. Eu sinto o produto, né? Quando eu pego assim, parece que eu sinto um pouquinho duro."

A família de Aline também busca saber quem comprou o produto de uso restrito e se o que foi aplicado na modelo do DF realmente se tratava de PMMA. O laudo que vai apontar a causa da morte deve sair na semana que vem.

Aline morreu no dia 2 de julho, em um hospital particular de Brasília, após complicações decorrentes do procedimento para aumentar os glúteos. Mesmo após a morte, a falsa médica seguiu realizando atendimentos na clínica. Ela foi presa no dia seguinte e teve a clínica interditada. A Polícia Civil de Goiás descobriu que Grazielly Barbosa usava o registro profissional de outra médica, já que sequer era formada na área e teria feito apenas 3 semestres de medicina no Paraguai.

As investigações do caso correm em sigilo. Segundo advogada da família da influenciadora, Juliana Andrade, a outra vítima deve registrar ocorrência da polícia civil ainda nesta segunda:

"A polícia civil vai tomar conhecimento sim de nova vítima, que entrou em contato com a família ontem. Relatou que passou pelo mesmo procedimento, que teve infecção seríssima, pus…precisou ser drenada, mas não tinha também conhecimento que não se tratava de uma médica e também desconfia que o produto que foi aplicado nela foi adulterado. Ela já afirmou que vai fazer exames e que vai investigar o que tem dentro dela, e que nunca mais a vida dela foi a mesma. Relatou que não consegue ir pra academia, porque sente muita dor."