Três influenciadoras digitais de Brasília foram presas por fazerem parte de um esquema de tráfico de drogas, inclusive com braço no exterior. Elas vendiam nas redes sociais extrato de maconha, que era misturado a solventes e aromatizantes para serem usados em cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes. A investigação da Polícia Civil mostrou que as mulheres integravam uma organização criminosa que adquiria o óleo de cannabis da Califórnia. Depois, esse extrato era enviado ao Paraguai e entrava no Brasil por Foz do Iguaçu. A organização contava inclusive com pessoas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Três pessoas foram presas no estado paulista e uma no Rio. Anvisa forma maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos no Brasil Investigadores identificaram que o óleo de cannabis chegava no Brasil embalados em potes de cera de depilação. Em São Paulo, parte do grupo manipulava a droga e transformava em refis de cigarros eletrônicos e frascos de canabidiol. Para tentar atingir um público maior, a organização criminosa alegava que o produto tinha funções terapêuticas, mas, na verdade, continha alta concentração de THC. O grupo ainda divulgava nas redes sociais que estavam vendendo remédios para diversos tipos de doenças. 2 de 4 Materiais misturados com maconha para cigarros eletrônicos. — Foto: Divulgação/Polícia Civil Materiais misturados com maconha para cigarros eletrônicos. — Foto: Divulgação/Polícia Civil Para a venda, o grupo contava com o envolvimento de profissionais de tecnologia do Rio de Janeiro, que criavam plataformas de comércio eletrônico do grupo. Os policiais inclusive identificaram o esquema de lavagem de dinheiro a partir da automatização dos pagamentos por meio de deepfake e uso de documentos e dados falsos. A organização mantinha ainda websites e contas em redes sociais para o comércio eletrônico. E, para expandir as vendas, contratavam influencers digitais. Chamou atenção da polícia o fato de que elas não atuam só na venda, mas também tinham liderança nas ações criminosas. Os líderes do grupo eram do interior de São Paulo e não tinham contato direto com as drogas. Os traficantes menores, chamados de “mulas’, eram quem postava os produtos nos Correios, mas até eles circulavam com veículos de luxo. Parte dos materiais para fazer os cigarros eletrônicos vinham da China e do Rio de Janeiro, de forma personalizada com a logomarca do esquema criminoso. 3 de 4 Maconha encontrada com influenciadoras. — Foto: Divulgação/Polícia Civil Maconha encontrada com influenciadoras. — Foto: Divulgação/Polícia Civil Policiais civis contaram, ainda, com a colaboração do Ministério da Justiça. As investigações identificaram nove integrantes do grupo. Ao todo 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Brasília, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os crimes investigados são tráfico interestadual e até internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes contra a saúde pública. 4 de 4 Materiais encontrados durante operação da Polícia Civil. — Foto: Divulgação/Polícia Civil Materiais encontrados durante operação da Polícia Civil. — Foto: Divulgação/Polícia Civil Mais recente Próxima Lula nega problemas de articulação política e diz que não fará reforma ministerial