Não basta angariar recursos para os projetos sociais e ambientais; é necessário fazer eles chegarem a quem realmente precisa. O alerta vem de especialistas que participaram da rodada de debates “G20 no Brasil”, promovida por CBN, O Globo e Valor Econômico na semana passada. Os convidados comentaram a ideia de uma aliança global contra a fome e a pobreza — uma das principais propostas do Brasil na presidência do G20. Eles avaliaram que o país tem experiência no combate à miséria, através de programas como o Bolsa Família, mas ainda pode melhorar em vários aspectos. O diretor da FGV Social, Marcelo Néri, destacou a possibilidade de ensinar e aprender no âmbito do G20, para aperfeiçoar os programas sociais no mundo todo. "Então, a gente tem uma tecnologia brasileira e acho que a gente vai se beneficiar muito com essa aliança, tentar ouvir sobre as avaliações internacionais de outras políticas. E eu acho que o Brasil tem esse lugar de conhecimento, lugar de fala sobre pobreza, sobre desigualdade, em termos mundiais, porque a gente conhece muito o problema e a gente conseguiu, de alguma forma, fazer com que a montanha se movesse, não o suficiente, mas começasse a se mover". Já a assessora internacional do instituto Geledés, Carolina Almeida, disse que as políticas de combate à desigualdade precisam considerar a situação das populações historicamente excluídas. "Nós não podemos pensar na população de forma neutra e igualitária. Nós precisamos entender que a pobreza e a fome têm endereço, que as políticas públicas precisam ser desenhadas para serem proativas e intencionais no combate às desigualdades raciais e desigualdades de gênero também". Até a cúpula de líderes mundiais em novembro, a CBN e os jornais O Globo e Valor vão realizar outros eventos presenciais da agenda de debates “G20 no Brasil”, trazendo especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes para os países do bloco. Mais recente Próxima G20 no Brasil: pobreza e desigualdade no mundo são temas da rodada de julho