SOS Rio Grande do Sul
Por — Porto Alegre

Pedaços de lona amarrados a grade de um acostamento na rodovia BR-290, em Porto Alegre, formam uma barraca que há quase um mês tem servido de casa para Claudia Rodrigues da Silva e a família. Ela e outras 50 pessoas, aproximadamente, estão acampadas às margens da rodovia desde o dia 3 de maio, quando a forte chuva e a cheia do Guaíba atingiram a cidade.

Desde então, os bairros Humaitá e Vila Farrapos, seguem alagado, com pontos em que ainda só é possível transitar de barco.

Nessa segunda (27), após protestos, a prefeitura de Porto Alegre instalou uma bomba de drenagem, cedida pela pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Sabesp, para diminuir o volume de água, que ultrapassava um metro e meio. A instalação já havia sido adiada ao menos três vezes.

Claudia Rodrigues é moradora do Humaitá, vizinha a Arena do Grêmio. Ela conta que o convívio com alagamentos no bairro é constante, mas que nunca tinha visto algo como o que ocorreu agora. Se antes havia uma casa para chamar de lar, o cotidiano agora é marcado pela fome, pela chuva e pelo frio.

"As roupas nossas que molhou, que a gente dá na barraca, em cima de uma lona, molha tudo, não temos nada. A gente temo que o pessoal da doação molhe o que molhou. No outro dia a gente estende para usar e eles dão e a gente vai botando, e a gente vai botando para não morrer de frio, né, porque é morrer de frio. Estar na BR é bem complicado", diz.

As refeições são preparadas em fogareiros improvisados com latas. O fogo é feito com gravetos da beira da estrada. Dois banheiros químicos foram colocados no local.

Famílias vivem em rodovia após chuvas em Porto Alegre

Famílias vivem em rodovia após chuvas em Porto Alegre

Solange Gomes, outra moradora da região, conta que muitas pessoas não quiseram deixar o bairro com medo de que as casas fossem saqueadas e os poucos bens que restaram fossem levados.

"A gente está aqui porque tem medo de saquear as casas, que são pessoas que não moram aqui, que vêm de outros lugares, né, e daí saqueiam as casas e já não tem nada. Perdemos tudo o que tinha e aí saquear o que tem lá dentro, né, um bujão de gás, um fogão que a gente pode reaproveitar depois, né, vai fazer falta pra nós", diz.

O Carlos Alberto Bueno também não quis deixar o bairro. Ele provisou lonas junto a um caminhão que virou a moradia dele neste período, classificado por ele como uma batalha diária.

"Uma batalha todo dia, né, chuva, vento, frio, a gente querendo voltar para as nossas casas e a gente de mão atada não pode fazer nada, esse sofrimento. A água não baixa, agora que eles providenciaram a bomba essa madrugada ali, já deu uma boa escoada. Se eles tivessem feito isso aí antes, teria sido mais ligeiro, mais rápido, acho, o escoamento. As autoridades, pouco ajuda, né, cara. A gente teve bastante ajuda de pessoas civis, né, que eram um papel fundamental, essencial", lamenta.

Cento e sessenta e nove pessoas morreram em decorrência da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, de acordo com o boletim atualizado da Defesa Civil gaúcha, publicado na manhã desta terça-feira (28). O número de desaparecidos caiu de 56 para 53 pessoas.

Nós estamos entrando em contato com a Prefeitura de Porto Alegre para saber se há algum plano em relação à assistência social para essas pessoas que estão acampadas na rodovia já há quase um mês, em relação ao volume de água.

Nesta segunda-feira (27), o diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto disse que a bomba da Sabesp que foi instalada ajudaria muito na situação, mas não iria resolver a situação como um todo, não cessaria o alagamento. A CBN pediu um novo posicionamento, para iniciar um novo prognóstico em relação a isso, depois que a bomba começou a entrar em serviço lá na região

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