Chegada de frente fria no Pantanal aumenta umidade do ar e deve reduzir propagação das chamas

Enquanto a umidade do ar era de 30% na segunda-feira (24), a manhã desta terça-feira (25) registrou 85%. Já a temperatura apresentou queda, de 37º C para 21º C. Há 2,5 mil focos de incêndio ativos no bioma.

Por e — Campo Grande


Bombeiros combatem incêndio no Pantanal, em Corumbá, em Mato Grosso do Sul HANDOUT / MATO GROSSO FIREFIGHTERS DEPARTMENT / AFP

A proximidade de uma frente fria no Centro-Oeste do Brasil melhorou umidade do ar e cria a expectativa de as chamas começarem a perder velocidade de propagação no Pantanal. Enquanto a umidade era de apenas 30% na segunda-feira (24), a manhã desta terça-feira (25) registrou 85%. Já a temperatura apresentou queda, de 37º C para 21º C.

São ao menos 61 propriedades rurais com focos de incêndios no Pantanal sul mato-grossense, com 2,5 mil focos de calor ativos no bioma.

Fogo no Pantanal chegou às margens da BR-262

Há dois dias o fogo, invadiu as margens da BR 262, principal acesso ao Pantanal. Policiais rodoviários federais estão, a todo momento, interrompendo o tráfego em novos trechos tomados por fogo e fumaça, o que coloca em risco a segurança na rodovia. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse, na segunda-feira, que não faltarão recursos para o combate às chamas e se comprometeu a vir a Mato Grosso do Sul na sexta-feira (28).

Municípios em situação de emergência

O Governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência por 180 dias, nos municípios atingidos pelos incêndios Florestais. Com essa medida, fica garantida a mobilização de todo o executivo estadual para atuar, sob a coordenação da Defesa Civil, nas ações de resposta a esse desastre, na reabilitação do cenário ou mesmo na reconstrução do bioma. A medida também permite, por exemplo, que haja licitações sem edital para ações emergenciais.

Um levantamento do Mapbiomas, que será divulgado nesta semana, aponta que quase 60% do Pantanal foi atingido pelo fogo nos últimos 38 anos. Em 2023, a área alagada ficou 61% abaixo da média histórica.

Morte da fauna no Pantanal

O poder de destruição das chamas aumenta com a falta de chuvas que atinge a região, e a última grande cheia no Pantanal foi há seis anos.

A estiagem também causou a morte de diversos peixes. Repercutiu nas redes sociais uma imagem feita na última semana por pesquisadores de ONGs atuando na região. O vídeo, feito em uma baía inundável que secou na região da Serra do Amolar, próxima ao rio Paraguai, mostra centenas de peixes agonizando em meio a lama.

Um dos pontos de atenção dos agentes em atuação no pantanal ainda é no norte, acima de Corumbá, local conhecido como Paraguai Mirim. Equipes de apoio da Força Nacional devem chegar a Mato Grosso do Sul essa semana.

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