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Por — São Paulo

Em nova série no CBN São Paulo, o repórter Daniel Reis percorre os bairros da capital paulista conversando com moradores sobre os problemas de cada região. A reportagem circulou nesta quarta-feira (19) pela região das subprefeituras de Campo Limpo e M’Boi Mirim, onde estão os distritos de Campo Limpo, Capão Redondo, Vila Andrade, Jardim Ângel e Jardim São Luiz.

Capão Redondo, Jardim Ângela e Jardim São Luís foram marcados pela violência nos anos 90. Uma maior presença do Estado na região e mais opções de mobilidade, com a chegada do metrô, melhoraram muito essa realidade. São mais de 1,3 milhão de moradores nessa região.

Mas Ingrid Araujo Silva, que mora no Capão Redondo há 19 anos, conta que a falta de segurança continua sendo um problema. Ela diz ter sido assaltada na porta de casa.

Na Via Andrade, o ouvinte Mauro Ramires cita a insegurança e relata dificuldades com o anda e para das vias na região.

"O trânsito é caótico, poucas vias, tanto de acesso como de escoamento da região transforma, dependendo do horário, num verdadeiro mar de carros, vias muito mal cuidadas."

Integrar áreas é desafio

A Vila Andrade é marcada pela desigualdade. No distrito, estão pontos que são conhecidos como região do Morumbi, com o estádio do Morumbi, o Parque Burle Marx e casas e edifícios de luxo.

Ao mesmo tempo, em toda cidade, a Vila Andrade é o distrito que possui o maior percentual de habitantes morando em favelas. Em cada 100 moradores da Vila Andrade, 35 moram nesse tipo de comunidade. A favela de Paraisópolis, a segunda maior da cidade de São Paulo, também fica aqui.

Com seus mais de 100 anos, ela tem destaques positivos que podem ser seguidos por outras comunidades, como um comércio pujante e muitas iniciativas de impacto social e cultural.

Mas ainda falta integração entre essas duas realidades. Nas áreas ricas faltam comércios. As ruas são marcadas por muitos muros, o que prejudica, inclusive, a questão da segurança. Ao mesmo tempo, um comércio mais forte na região poderia empregar justamente os moradores das zonas mais pobres.

Com criatividade, o Poder Público poderia pensar em formas de realizar essa integração de forma benéfica e saudável para todos.

A Vila Andrade é marcada pela desigualdade. — Foto: Daniel Reis/CBN

Mobilidade

A mobilidade pode ser aliada para isso. Eduardo Rosa, morador da Vila Andrade, alega que faltam linhas de ônibus na rua catarinense, por exemplo. Ela é necessária para ligar as pessoas do bairro ao metrô Vila das Belezas.

"É um desconforto terrível. Você tem que andar a pé quilômetro, desce morro, sobe morro, pra pegar ônibus. Em pleno século XXI, nós não temos condição nesse bairro, que é um bairro gigante. Da minha casa para o metrô são 25 minutos de caminhada. Quebra muito."

Conversando com moradores da região eles citam que o metrô Vila das Belezas mudou a cara da região ao ligar. O José, que mora na Vila Andrade há 50 anos, diz que o metrô é a menina dos olhos de ouro.

Eduardo também afirma que na Vila Andrade falta água na parte da noite.

Nas favelas dessas subprefeituras da Zona Sul, alguns antigos problemas também se impõem. Seja na Vila Andrade ou no Jardim Ângela, o acesso a alguns dos direitos mais básicos fica, muitas vezes, comprometido.

Pouco mais de 20 mil pessoass dessa região, por exemplo, moram em residências que estão em ruas que não possuem nome e casas sem numeração. O dado é do IBGE e foi divulgado nessa semana.

De acordo com a professora da FGV Bianca Tavolari, essa realidade resulta em dificuldades para que as pessoas concorram a vagas de emprego ou se inscreverem no CadÚnico, por exemplo.

"Se a pessoa não tem um endereço, ela tem um problema, então ela vai ter que indicar um outro endereço para que outra pessoa receba por ela, por exemplo, se ela for beneficiária de um programa de assistência como o Bolsa Família."

A professora pontua que, em caso de entregas feitas por aplicativos e pelos correios, muitos moradores de favelas (com ou sem endereço com número) não conseguem receber entregas em casa. Esses locais são considerados “Cep Infernais”.

Uma iniciativa da Startup Favela Brasil Xpress tenta mitigar esse impacto. Eles oferecem o serviço de entrega e logística em favelas. A Startup nasceu aqui em Paraisópolis e já alcançou outros estados do país.

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