O governo federal tem anunciado ações de apoio ao agronegócio desde o início das enchentes. Entre as medidas está a abertura de R$ 2 bilhões em crédito via programas sociais. Mas ainda é cedo para avaliar com exatidão o impacto das medidas sobre a recuperação do agro gaúcho. O prejuízo na agropecuária, no entanto, é estimado, inicialmente, em R$ 3 bilhões. Eduardo Leite cobrou do Executivo federal “ações específicas” para recuperação do agro. Apesar dos esforços no âmbito federal e estadual, o agronegócio gaúcho vai precisar de muito investimento para se recuperar das enchentes. O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de grãos no país, sendo líder nacional nas produções de arroz e trigo. No início da crise, a União decidiu lançar um leilão para importar o item de primeira necessidade na cesta básica dos brasileiros, mas o certame acabou anulado. O arroz estava na fase final da colheita quando o estado foi tomado por água, o que garantiu mais de sete milhões de toneladas do grão. O volume foi apenas 1% menor do que na safra anterior. O governador Eduardo Leite afirmou que “não há risco de desabastecimento e a decisão de importar de outros países acaba gerando insegurança no produtor rural”. As perdas de lavouras de grãos podem ter sido limitadas, mas os efeitos das chuvas sobre as produções ainda podem aparecer. O diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Daniel Carrara, somatiza outros fatores aos prejuízos na agropecuária. “A FarSul estima um prejuízo de 3 bilhões, e a gente já tem, só nas áreas alagadas, um impacto em torno de 7 mil produtores. Claro que varia de acordo com a região do Rio Grande do Sul, mas são áreas de pequenos produtores rurais, principalmente das cadeias de leite, suínos e aves, que alguns inclusive perderam casa, perderam todos os estados, as instalações, os animais, inclusive o solo”. A morte de animais também foi uma das consequências mais pungentes das cheias. Na suinocultura, as chuvas mataram quase 15 mil porcos. O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador, estima uma perda milionária: “Cerca de 30 mil m2 de pocilgas foram destruídos pelas enchentes e deslizamentos. Estimamos as perdas diretas ao produtor foram de mais de R$ 50 milhões de reais na suinocultura”. Na pecuária de corte, a perda foi de quase 15 mil bovinos. Além da morte de animais, houve danos a estruturas de produtores e indústrias e perdas de estoques, embalagens, insumos, matérias-primas, veículos, móveis, utensílios, além de máquinas e equipamentos. As inundações também destruíram pomares em diferentes regiões e mais de 8 mil produtores tiveram perdas substanciais, na análise da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural, a Emater. “A Rádio CBN, a Editora Globo, o Jornal O Globo e o Valor Econômico uniram-se para colocar seu bem mais precioso, o jornalismo de qualidade, a serviço dos gaúchos, da reconstrução do Estado e da organização de debates sobre ações preventivas para evitar que episódios como esse se repitam. Toda a receita publicitária obtida para produção desta série será destinada a organizações envolvidas no socorro às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.” Mais recente Próxima Passa de R$ 85 bilhões valor estimado pelo governo para reconstruir o RS