A força das águas trouxe danos para os diversos setores da economia gaúcha. Associações e federações da Indústria, Agricultura, Pecuária e Comércio no estado não arriscam definir qual será a velocidade da reconstrução econômica do Rio Grande do Sul. Especialistas alertam que para os planos terem bons resultados é preciso colaboração, transparência e bom planejamento. A fábrica de Calçados Beira Rio em Roca Sales, no Vale do Taquari, foi afetada pela terceira enchente em oito meses. De 33 mil pares fabricados diariamente, a produção caiu para 18 mil. O presidente da empresa, Roberto Argenta, espera que tudo volte logo à normalidade. "De uma maneira geral, as outras dez unidades estão funcionando bem. Alguns fornecedores foram atingidos, assim como empregados que sofreram. Mas aos poucos estimamos esse retorno à normalidade". Os planos para reconstruir o estado contam com ações de curto, médio e longo prazo em todos os setores da economia. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, declarou que é difícil cravar prazos, já que todos foram atingidos. O professor da Fundação Dom Cabral, Humberto Martins, especialista em gestão pública, alerta para a necessidade de clareza nos propósitos e de iniciativas aliadas ao planejamento, para um bom resultado. “É o momento de se priorizar, não há recursos para fazer tudo, não dá para atender todo o mundo ao mesmo tempo agora. Plano de ação sem clareza de resultado é até perigoso, é potencialmente fragmentário”. No âmbito da gestão estadual, o processo para apresentar demandas e decidir prioridades passa pelo Comitê Executivo do Conselho do Plano Rio Grande - Programa de Reconstrução, Adaptação e Resiliência Climática do estado. O atendimento às vítimas da tragédia também mobilizou as instituições financeiras, que inicialmente ofereceram postergação de dívidas, isenção temporária de juros, taxas e tarifas. No processo de reconstrução, os bancos prometem ajudar pessoas físicas, empresas, pequenos empreendedores e produtores rurais. A cooperativa de crédito Sicredi, criada no Rio Grande do Sul, dividiu o trabalho em duas frentes: a primeira foi a gestão de crise, com os compromissos postergados. A segunda, de acordo com o diretor executivo Gustavo Freitas, está sendo a avaliação de cada caso: "Temos um pouco mais de R$ 5 bilhões já prorrogados em parcelas no Rio Grande do Sul de forma estruturada, com mais de 80 mil operações realizadas. Só no agro, temos a expectativa de crescer pelo menos mais R$ 2 bilhões em parcelas prorrogadas”. O desenho de um futuro novo Estado ainda está em aberto. “A Rádio CBN, a Editora Globo, o Jornal O Globo e o Valor Econômico uniram-se para colocar seu bem mais precioso, o jornalismo de qualidade, a serviço dos gaúchos, da reconstrução do Estado e da organização de debates sobre ações preventivas para evitar que episódios como esse se repitam. Toda a receita publicitária obtida para produção desta série será destinada a organizações envolvidas no socorro às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.” Mais recente Próxima Prejuízo no agro gaúcho é estimado em R$ 3 bilhões após enchentes