A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (11) cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão na quarta fase da operação Última Milha, que investiga o monitoramento ilegal de políticos, autoridades e jornalistas por meio de sistemas da Abin na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, no caso que ficou conhecido como Abin Paralela. Os alvos dos agentes federais são um policial federal e um policial militar que trabalhavam diretamente para o ex-diretor da Abin da Bolsonaro, Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, além de influenciadores digitais que trabalhavam para o chamado gabinete do ódio, estrutura responsável por disseminar fake news e ataques à democracia. Joias sauditas: após suposto envolvimento de ex-chefe da Receita, auditores pedem liberdade para atuar As ordens de prisão foram contra Mateus de Carvalho Espósito, Richard Dyer, Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Boamervete e Jean Carlos Gomes Rodrigues, que atuavam, portanto, ao lado de Ramagem, segundo o relatório da Polícia Federal divulgado. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e foram cumpridas em Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP. Moraes é o relator do inquérito das fake news, que deu origem a essa apuração da Abin Paralela. Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos três poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas. A organização criminosa, segundo a PF, também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos. O uso do sistema FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, foi revelado em março pelo jornal O Globo. Bastava colocar o número do celular da pessoa para saber a localização dela. Os agentes apuram crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio. Nomes investigados pela Abin Paralela A Polícia Federal também divulgou todos os nomes investigados pela Abin Paralela a comando de Alexandre Ramagem e pelos alvos presos nesta quinta. Do Poder Judiciário foram os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux. Já do Poder Legislativo estão o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, o deputado Kim Kataguiri e os ex-deputados Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara, e Joice Hasselmann; além dos senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, que integravam a CPI da Covid no Senado. Do Poder Executivo estiveram como alvo João Doria, ex-governador de São Paulo e servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto. Por fim, ainda estiveram os jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista. Mais recente Próxima TCU suspende licitação da Secom da presidência por suspeita de fraude