A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, rebateu e criticou uma declaração do presidente Lula que ironizava a violência contra as mulheres. Nesta sexta-feira(2), durante café da manhã com jornalistas, a ministra falou, pela primeira vez sobre o assunto, dizendo que ainda quer conversar com o petista, porque não é tolerável "piadinha, nem por parte presidente da República". No mês passado, ao falar sobre dados de uma pesquisa que apontou que os casos de agressão doméstica aumentam após jogos de futebol, o presidente disse, rindo, que "se o cara é corinthiano, tudo bem". Lula é torcedor do Corinthians. Em junho, ele também alegou ter dito a uma mulher de 25 anos, mãe de três filhos, que ela deveria parar de ter crianças. A ministra disse ainda que é preciso mudanças de comportamento e de cultura por parte de todos os brasileiros, inclusive dos líderes. Segundo ela, todo tipo de violência contra a mulher começa justamente na piada: "Piadinha nem para o presidente da República. Não dá para acertar piadinha de nada, nem de ninguém. Eu vou falar para ele, também contra ele. Acho que até a gente já falou. Mas eu acho que, assim, é um pouco essa a construção. É por isso que nós precisamos fazer uma mudança de comportamento e de cultura", diz. Braçadeiras em campo Ela anunciou ainda que, como parte da campanha Feminicídio Zero, feita em comemoração ao "Agosto Lilás", o Ministério das Mulheres prepara uma ação voltada exclusivamente para times de futebol. Nos próximos dias, jogadores do Flamengo e do Corinthias devem usar braçadeiras e segurar faixas de combate a violência contra a mulher. A parceria também estava sendo firmada em clubes como Botafogo e Vasco. Segundo Cida, a ideia é que novos "Daniel Alves e Robinhos" deixem de surgir. Dino vota contra anulação do voto de Rosa Weber pela descriminalização do abortoMP denuncia condutor do Porsche que matou motociclista em São PauloSede do partido da oposição venezuelana é vandalizada A ministra afirmou ainda que a pasta busca estabelecer um diálogo com pastoras evangélicas. Segundo Cida, o diálogo com mulheres evangélicas já foi iniciado, mas as diretrizes para essa aproximação serão traçadas somente em setembro. Mais recente Próxima Dino vota contra anulação do voto de Rosa Weber pela descriminalização do aborto