A Justiça do Rio marcou para 19 de setembro a audiência de instrução e o início do julgamento de Érika Souza, a mulher que levou o tio morto a uma agência bancária para tentar sacar um empréstimo. Ela se tornou ré por vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude. A decisão é da juíza Luciana Mocco, da 2ª Vara Criminal da Regional de Bangu. A audiência de instrução é rito do processo onde ocorre a produção de provas orais. Basicamente, é nessa audiência que as partes fazem um depoimento pessoal, o perito dá o seu testemunho e demais pessoas envolvidas no processo também prestam seu depoimento. A decisão a que a CBN teve acesso é do dia 11 de junho. Na mesma determinação, a juíza negou um pedido da defesa para absolvição sumária, que ocorre ainda antes do julgamento, e negou também o pedido do Ministério Público para que Érika voltasse à prisão. O caso aconteceu em abril. Erika chegou a ser presa, mas foi solta no início de maio, também por decisão da juíza Luciana Mocco. A magistrada concordou com os argumentos apresentados pela defesa, de que a manutenção da prisão seria uma medida extrema, já que Érika é ré primária, tem residência fixa e é portadora de saúde mental debilitada. Para a juíza, Erika também não apresenta periculosidade que possa prejudicar as investigações ou a ordem pública. Relembre o caso O caso aconteceu no dia 17 de abril, quando o idoso Paulo Roberto Braga foi levado morto a uma agência bancária para sacar um empréstimo. A avenida da agência onde Erika tentava sacar o dinheiro do tio não tem acesso para carros. Por isso, ela saltou com o idoso no estacionamento do shopping e depois caminhou cerca de seis minutos até o banco. Imagens de câmeras de segurança mostram que Paulo já imóvel ao local. Na gravação, é possível ver que o motorista de aplicativo que levou Paulo e a sobrinha, Érika de Souza Vieira Nunes, ao local ajuda, inclusive, a desembarcar o senhor do carro. Paulo fez a viagem até o destino final sentado no banco da frente do veículo. Imagens feitas por funcionários da agênciamostram Érika de Souza Vieira Nunes tentando fazer o tio morto assinar o saque de um empréstimo no valor de R$ 17 mil. O vídeo mostra ainda a mulher conversando com o cadáver pedindo para que ele assinasse o documento e tentando manter a cabeça do homem reta, com a mão. Em depoimento à polícia, Érika afirmou que era cuidadora do idoso e que ele recebeu alta hospitalar de um quadro de pneumonia no dia anterior. A Fundação Saúde confirmou a internação do tio entre 8 e 15 de abril na UPA de Bangu. A denúncia do Ministério Público O Ministério Público do Rio denunciou Erika no dia primeiro de maio. a denúncia, a promotora de Justiça Débora Martins Moreira destacou que Érika demonstrou "desprezo e desrespeito" pelo idoso, de forma consciente, ao levá-lo morto para sacar o dinheiro. Na conclusão do relatório, o delegado que investiga o caso diz ter certeza de que Érika sabia que Paulo Roberto Braga já estava morto. Segundo Fabio Souza, houve uma "gritante omissão de socorro", porque, mesmo sabendo que a vida do tio corria risco, ela decidiu ir ao shopping e depois ao banco. O que diz a defesa de Erika O principal argumento da família e da defesa de Érika é que ela não tinha consciência de que o tio estava morto e só entendeu essa situação quando o Samu atestou a morte. No processo que tramita na Justiça, os defensores anexaram laudos médicos, que mostram que Érika era dependente de remédios psiquiátricos e que recebeu ao menos duas orientações de internação desde 2022. Mais recente Próxima Criança dopada em creche começa em nova escola: 'vou ficar com ele lá até a gente ter confiança de novo', diz mãe