Em depoimento à Polícia Civil, nesta quinta-feira (11), um dos policiais militares envolvidos na abordagem aos adolescentes negros, filhos de diplomatas, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, negou que a conduta foi racista. De acordo com ele, a abordagem aos adolescentes só aconteceu porque eles estavam procurando um grupo com características semelhantes na mesma região. Questionado se teriam a mesma conduta se fossem meninos brancos, o policial respondeu que sim. A Polícia Civil esperava ouvir ainda o segundo agente envolvido no caso, mas o depoimento foi adiado a pedido da defesa dele, que requisitou o acesso aos autos do processo. Adolescentes prestaram depoimento Também nesta quinta, dois dos adolescentes negros abordados prestaram depoimento. Eles afirmaram à polícia que, em nenhum momento, os PMs usaram xingamentos de cunho racista enquanto os revistavam, apenas foram muito truculentos. O caso é investigado em duas frentes: pela Corregedoria da PM, que avalia a conduta dos agentes, e pela Polícia Civil, que apura se houve racismo na abordagem. Relembre o caso Os adolescentes, entre 13 e 14 anos, estavam de férias no Rio de Janeiro com amigos brasileiros. Eles foram abordados e revistados na noite da quarta-feira da semana passada, após serem encurralados pelos policiais, um deles armado com um fuzil. Segundo a mãe de um dos meninos, que é branco, ele afirmou que os colegas negros foram tratados com mais truculência. PF encontra áudio que aponta uso da estrutura do Estado para fins pessoais de Bolsonaro e familiaresReforma tributária: 383 medicamentos podem ficar mais baratos se texto for mantido Nessa quarta (10), o governador do Rio, Cláudio Castro, afirmou que houve um julgamento precipitado das autoridades federais sobre a abordagem. Ele voltou a defender a atuação da PM e disse que o Itamaraty "avacalhou" a corporação. Castro afirmou que não vai "crucificar" os policiais envolvidos no caso, e que uma investigação apontará o que ocorreu. Pela manhã, o Itamaraty afirmou que enviou um ofício ao Governo do Estado sobre o assunto. O órgão disse que não vai comentar as declarações do governador. Mais recente Próxima Polícia Civil indicia homem suspeito de manter socialite em cárcere privado