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Fotógrafo lambe-lambe

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 Nota: "Lambe-lambe" redireciona para este artigo. Para a linguagem teatral, veja Teatro lambe-lambe.
Fotógrafo Lambe-lambe em Porto Alegre.
Um fotógrafo à la minute em Matosinhos (2010).
Um minutero (em castelhano) em Santiago do Chile.
Équipamento

O fotógrafo Lambe-lambe (português brasileiro) ou fotógrafo à la minute (português europeu) é um fotógrafo ambulante que exerce a sua atividade nos espaços públicos como jardins, praças, feiras.

Presente a partir do século XIX nos espaços públicos, teve um papel importante na democratização da fotografia.

Segundo a pesquisadora Cássia Xavier a extinção dos fotógrafos, não ocorreu de forma homogênea, em cada estado e país ocorreu de forma diferente assim como o seu desenvolvimento está atrelado a cultura local de cada lugar. Nos anos 2000 ouve um retorno do uso da técnica e hoje temos a terceira geração de fotógrafos que utilizam a mesma técnica dos antigos em diversos países.[1]

Significado do termo (Brasil)

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O termo "Lambe-lambe" é um apelido e pode estar ligado a técnica da câmera laboratório. Existem diferentes explicações para a origem do termo, cada fotógrafo pode dar uma explicação, o mais importante é entender que o apelido não era aceito pelos fotógrafos das primeiras gerações. E nos registros oficiais é possível encontrar outros nomes, como Fotógrafo de Jardim, Fotógrafo Ambulante ou apenas Fotógrafo. Em outros países ele recebe outros nomes como Minutero, Fotoaguita, Chasiretes, Fotógrafo à la minute e Instante Box Câmera.

Os fotógrafos ambulantes surgiram nas primeiras décadas do século XX, trabalhando em praças e parques. Eram quase sempre procurados para registrarem momentos especiais, familiares ou para tirar retratos para documentos do tipo 3x4.[2]

O surgimento da câmera instantânea Polaroid e das cabines de fotos automáticas Photomaton levaram ao seu desaparecimento gradual.

A câmera Lambe-lambe

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Conhecida como câmera laboratório ou câmera Lambe-lambe, pode ter sido feita de forma semi - industrial, mas em sua maioria foi feita pelas mãos do proprio fotógrafo.Uma caixa madeira com uma lente acoplada e recipientes de químico em seu interior. O uso do pano preto pode ser diferente em cada modelo, alguns tem apenas um braço de pano, para colocar a mão dentro da câmera. Alguns para colocar a cabeça e os braços. Em sua lateral poderia ter expostos os retratos como forma de mostruário do seu trabalho.

Para se obter uma fotografia convencional são essenciais o processo de revelação, fixação e lavagem.

A revelação ocorre quando a película é submetida à solução alcalina capaz de transformar os sais de prata sensibilizados pela luz em prata metálica.

A fixação ocorre quando a película revelada é submetida a uma solução ácida de tiossulfato de sódio, agente que em contato com um sal de prata tende a formar um tiossulfato de prata, decompondo-se rapidamente em sulfeto de prata e ácido sulfúrico. Sem a fixação a vida útil de uma fotografia fica reduzida a poucos minutos.

Os tiossulfatos complexos de prata têm sabor doce; o tiossulfato de sódio é amargo; o tiossulfato de prata tem sabor metálico desagradável.

A fixação consiste na formação de complexos de tiossulfato solúveis, que serão eliminados durante a lavagem da fotografia. Se a fixação tiver sido completa, os sais doces solúveis serão eliminados facilmente na lavagem. Esse processo tornará o tempo de vida útil da fotografia indeterminado. Caso contrário, os sais amargos insolúveis bem como os de sabor metálico não poderão ser eliminados. Neste caso, a vida da fotografia estará seriamente comprometida.

Patrimônio imaterial (Brasil - Espanha)

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Fotógrafo lambe-lambe (década de 1960)

Em 2005, o Departamento Geral de Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro concebe o registro da atividade do fotógrafo ambulante, atividade essa reconhecida como Patrimônio Imaterial Municipal do Rio de Janeiro. Em 2012, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte concluiu o processo de registro do ofício do fotógrafo Lambe-lambe como bem cultural imaterial. Utilizando os exemplos do Brasil em 2019 se torna Patrimonio Cultural Imaterial nas Ilhas Canárias na Espanha. Outras iniciativas foram feitas para titular o ofício dos Fotógrafos de Jardim, como a lei instituida no Município de Aparecida em São Paulo, o dia 20 de março como o "Dia Municipal em Memória aos Fotógrafos Lambe-lambes de Aparecida".[carece de fontes?]

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  • No livro "Bem do Teu Tamanho" escrito por Ana Maria Machado e publicado em 1974, a personagem principal, Helena, mantém diálogo com um fotógrafo Lambe-lambe.[3][4]
  • Uma das profissões do personagem Seu Madruga, do seriado Chaves é a de fotógrafo Lambe-lambe.

Referências

  1. «Faites vous tirer le portrait à l'ancienne le temps d'une journée à Besançon !». www.macommune.info (em francês). Consultado em 22 de agosto de 2021 
  2. «Os Lambe-lambe». Portal EduKbr 
  3. «Ana Maria Machado». Portal EduKbr 
  4. Ana Maria Machado (1974). Bem do Teu Tamanho. [S.l.]: Brasil-América 
  • ÁGUEDA, Abílio Afonso da. «Fotógrafos Lambe-Lambes no Largo do Machado : memórias coletivas e mudanças no espaço público». In: GONDAR, Jô; BARRENECHEA, Miguel Angel de (orgs.). Memória e Espaço : Trilhas do Contemporâneo. Rio de Janeiro : Editora 7 Letras, 2003, p. 123-133.
  • ÁGUEDA, Abílio Afonso da. As imagens produzidas pelos fotógrafos lambe-lambes : suportes materiais na construção de memórias familiares e coletivas. Cadernos de Antropologia e Imagem. Rio de Janeiro : Editora Contracapa, 2006, v. 23, p. 97-114.
  • ÁGUEDA, Abílio Afonso da. «As imagens dos fotógrafos Lambe-Lambes : suportes na estruturação de memórias coletivas e individuais». In PEIXOTO, Clarice Ehlers (org.). Antropologia e imagem : narrativas diversas. Rio de Janeiro : Editora Garamond, 2011, v. 1, p. 127-144.
  • ÁGUEDA, Abílio Afonso da. O fotógrafo Lambe-Lambe: guardião da memória e cronista visual de uma comunidade. Rio de Janeiro. 2008. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado.
  • BORGES, José. Fotógrafos à la minuta'. Lisboa : Livros Horizonte, 2004. ISBN 972-24-1321-X
  • FRÓES, Leonardo. Os Lambe-lambe. Rio de Janeiro : FUNARTE, 1978. 15 p. il. (Coisas Nossas).
  • KOSSOY, Boris. O Fotógrafo Ambulante : a história da fotografia nas praças de São Paulo.
  • XAVIER, Cássia. Recuperando a Fotografia Lambe-lambe. Universidade Senac - São Paulo, 2008. Trabalho de conclusão de curso.
  • XAVIER, Cássia. "O Fotógrafo de Jardim e a fotografia Lambe-lambe na cidade de São Paulo entre 1920 e 1955: subsídios para uma história". Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, 2022. Dissertação de Mestrado.

Ligações externas

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