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Por — Rio

Pela primeira vez desde que começou a reduzir a taxa básica de juros do país (Selic), em agosto do ano passado, o mercado não tinha convicção de qual seria o tamanho do corte na reunião de hoje. O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,50%.

Analistas especulavam, principalmente, qual seria o placar e como votariam cada um dos integrantes do BC que compõem o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O grau de divisão na cúpula do BC seria um indicador de como a Autoridade Monetária vai se comportar daqui para a frente.

O resultado da reunião mostrou uma diretoria do BC divivida entre os diretores que foram indicados pelo presidente Lula desde o ano passado e os que são remanescentes do governo Bolsonaro, como o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que ainda são maioria.

Segundo o comunicado do BC, votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual os cinco integrantes do Copom indicados por Bolsonaro:

  • Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente)
  • Carolina de Assis Barros
  • Diogo Abry Guillen
  • Otávio Ribeiro Damaso
  • Renato Dias de Brito Gomes

Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os quatro indicados no governo Lula:

  • Ailton de Aquino Santos
  • Gabriel Muricca Galípolo
  • Paulo Picchetti
  • Rodrigo Alves Teixeira

O colegiado do Copom é formado pelos oito diretores do BC e o seu presidente, Roberto Campos Neto, que a cada 45 dias se reúnem durante dois dias para definir a taxa de juros do país. A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação. Quando os preços sobem acima do previsto, a Selic é elevada para tentar frear essa alta.

Conheça os membros do Copom:

Roberto Campos Neto - presidente do BC com mandato até dezembro de 2024

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos neto, de 54 anos, fez graduação e mestrado nos Estados Unidos. Ele assumiu o comando do BC em 15 de novembro de 2018 e deve permanecer no cargo até dezembro de 2024.

Economista e com especialização em finanças tem a maior parte de sua carreira profissional atrelada à bancos. Campos Neto iniciou sua carreira no Brasil no Banco Bozano, que seria comprado na virada do milênio pelo Banco Santander, onde atuou por 18 anos.

Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária com mandato até até março de 2027

Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária. — Foto: Pedro França/Agência Senado
Gabriel Muricca Galípolo - Diretor de Política Monetária. — Foto: Pedro França/Agência Senado

Galípolo tem 39 anos, formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política. Atuou de 2017 a 2021 como presidente do Banco Fator e, desde de 2009, é sócio na própria empresa, Galípolo Consultoria, responsável por estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

O Diretor de Política Monetária é um cargo fundamental dentro do BC na definição dos juros, na interlocução com o mercado financeiro e também para a política cambial. Ele foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assumiu em 12 de julho de 2023.

Ailton Aquino dos Santos - Diretor de Fiscalização com mandato até março de 2027

O advogado Ailton de Aquino dos Santos é diretor de Fiscalização do Banco Central — Foto: Pedro França/Agência Senado
O advogado Ailton de Aquino dos Santos é diretor de Fiscalização do Banco Central — Foto: Pedro França/Agência Senado

Ailton Aquino dos Santos é a primeira pessoa negra a ocupar um cargo na cúpula do BC. Atualmente ele é Auditor Chefe no Banco Central e tem mais 25 anos de casa. Também já ocupou o cargo de chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira do BC.

Ele possui pós-graduação em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (1997), além de mais três especializações: Contabilidade Internacional, Engenharia Econômica de Negócios e Direito Público.

A diretoria de Fiscalização é o principal braço do BC na supervisão e monitoramento das instituições financeiras em áreas como modelo de negócios, liquidez e solvência. Ele foi escolhido pelo presidente Lula e assumiu em julho de 2023.

Carolina Barros, diretora de Administração com mandato até dezembro de 2024

Carolina Barros, diretora de Administração. — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Carolina Barros, diretora de Administração. — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

Carolina Barros é servidora de carreira da instituição e já exerceu as funções de Secretária-Executiva do Banco Central e Chefe de Gabinete da Diretoria de Administração. Desde 2012 é Chefe do Departamento de Comunicação.

Terceira mulher a ocupar a diretoria do BC em mais de 50 anos, ela assumiu em abril de 2018 indicada pelo então presidente do BC , Ilán Goldfajn, na gestão de Jair Bolsonaro, e deve permanecer no cargo até o fim de 2024 quando expira seu mandato.

Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica com mandato até dezembro de 2025

Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

Diogo Abry Guillen tem 40 anos e é formado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde também concluiu o mestrado. Ele tem doutorado pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Ele foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021 para substituir Fabio Kanczuk.

Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução com mandato até dezembro de 2025

Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução — Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado
Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução — Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

Renato Dias de Brito Gomes, à frente da diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, tem 41 anos e é professor da Escola de Economia de Toulouse e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique. O economista é bacharel e mestre pelo Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Northwestern University.

Suas principais áreas de pesquisa são economia do setor público e economia industrial, com ênfase em regulação dos meios de pagamento, antitruste e defesa da concorrência. Assumiu o mandato em em 25 de abril de 2022 escolhido por Bolonaro. Seu mandato vai até 2025.

Otávio Damasco, diretor de Regulação com mandato até dezembro de 2024

Otávio Damasco, diretor de Regulação do Banco Central — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
Otávio Damasco, diretor de Regulação do Banco Central — Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

Otávio Damaso é economista formado pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Matemática para Economia e Administração pela mesma instituição. Funcionário de carreira do Banco Central há 17 anos, exerce desde 2011 o cargo de chefe de gabinete do presidente da instituição.

Assumiu em 20 de abril de 2021, no governo de Bolsonaro.

Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, com mandato até dezembro de 2027

Paulo Picchetti assumirá em janeiro a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos — Foto: Agência Senado
Paulo Picchetti assumirá em janeiro a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos — Foto: Agência Senado

Picchetti é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo e doutor em Economia pela Universidade de Illinois. Atualmente, trabalha como professor na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP).

Picchetti coordena o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) na FGV e acompanha a inflação há bastante tempo. Também foi coordenador de índice de preços na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). assumiu em janeiro deste ano, escolhido pelo presidente Lula, substituindo Fernanda Guardado.

Rodrigo Alves Teixeira, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta

Rodrigo Alves Teixeira assumirá a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC — Foto: Agência Senado
Rodrigo Alves Teixeira assumirá a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC — Foto: Agência Senado

Teixeira é servidor de carreira do BC com mais de 20 anos de casa. Ele tem graduação, mestrado e doutorado em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Desde de janeiro, atua como secretário especial adjunto de Análise Governamental na Casa Civil;

Ele também trabalhou como vice-secretário municipal e chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão da Prefeitura de São Paulo, entre 2013 e 2015, período em que o ministro Fernando Haddad estava à frente da Prefeitura. Ele substituiu Maurício Moura.

Mandatos de 4 anos

Depois da autonomia do BC, sancionada em fevereiro de 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro, a diretoria da autoridade monetária passou a ter mandatos de 4 anos com possibilidade de recondução por só uma vez.

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