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Operação de Cristina Kirchner não mudará voto de 95% de eleitores

Operação de Cristina Kirchner não mudará voto de 95% de eleitores

A presidente argentina deixou o hospital neste domingo, cinco dias após se submeter a cirurgia. O país tem eleições legislativas no dia 27

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE
13/10/2013 - 17h40 - Atualizado 13/10/2013 17h51
Simpatizantes da presidente argentina, Cristina Kirchner, celebraram do lado de fora do hospital a alta da líder, que foi cinco dias internadas após passar por uma cirurgia (Foto: David Fernández/EFE)

A situação da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não mudará o voto de 95% dos eleitores no pleito legislativo do dia 27 de outubro, segundo uma pesquisa divulgada neste domingo (13) pelo jornal La Nación.

Cinco dias depois de Cristina ter sido operada para retirar um hematoma do cérebro e a apenas 14 dias das eleições, a doença da governante parece não ter modificado a decisão dos argentinos. De acordo com o levantamento realizado pela Poliarquia Consultores, 95% dos consultados disseram que não mudariam seu voto por causa do problema de saúde da presidente, enquanto só 4% responderam que sim; 1% restante afirmou não saber ou preferiu não opinar.

Nas eleições presidenciais de 2011, a morte de Néstor Kircher, marido de Cristina, no ano anterior gerou uma onda de empatia em relação à presidente e ajudou na recuperação de sua imagem. Naquela ocasião, Cristina obteve 54% dos votos e foi releita. 

No entanto, segundo a pesquisa da Poliarquia, desta vez, 88% dos entrevistados mantém, após a operação, a mesma imagem de Cristina. Para 6%, houve melhora e, para 5% dos eleitores argentinos, piora.

A mesma pesquisa, baseada em 1.500 consultas telefônicas realizadas entre segunda-feira (7) e sexta-feira (11) em 40 grandes centros urbanos de mais de 10 mil habitantes de todo o país, mostra a opinião dos cidadãos em relação ao vice-presidente, Amado Boudou, à frente do Executivo. A pesquisa diz que 38% dos entrevistados o consideram "nada capacitado" para representar Cristina, 26% o vê "pouco capacitado", e apenas 15% acredita que o vice é "muito capacitado" ou "bastante capacitado" 

Boudou tenta manter a normalidade governamental desde segunda passada, em meio à desconfiança levantada pelos seus supostos laços com casos de corrupção e enriquecimento ilícito, e do pouco apoio que recebe da própria equipe de governo que o relegou ao segundo plano.

Cristina Kirchner deixa o hospital neste domingo (13)

Cristina Kirchner deixou neste domingo (13) o hospital Fundação Favaloro de Buenos Aires, onde foi operada de uma lesão vascular. Ela foi levada à residência oficial de Olivos para continuar sua recuperação.

Cristina recebeu a alta médica, mas "continuará sob estrito controle clínico-cardiológico, neurocirúrgico e neurológico" por parte dos médicos. A presidente, que retirará os pontos de sutura "a partir do décimo dia", deverá guardar "estrito repouso por 30 dias", segundo o último boletim médico. Os especialistas que a atenderam aconselharam ainda que, durante seu repouso, Cristina evite "deslocamentos aéreos" até uma nova avaliação médica.

>> Simpatizantes fazem vigília em frente ao hospital onde Kirchner é operada

Dezenas de simpatizantes, jovens em sua maioria, esperavam a governante às portas do hospital com cantos e aplausos. Muitos deles estiveram em vigília diante do centro médico desde segunda-feira passada, quando a presidente foi internada para ser operada de um hematoma craniano, produto de um traumatismo que sofreu em agosto, em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas.

O porta-voz presidencial, Alfredo Scoccimarro, disse neste domingo que a presidência cumprimentava a todos e lhes agradecia por suas orações.