Pouco depois de uma bomba explodir em Abuja na segunda-feira (14), matando 71 pessoas, a Nigéria viu mais uma ação terrorista, desta vez no interior do país. Na cidade de Chibok, homens fortemente armados invadiram uma escola, mataram seguranças e sequestraram dezenas de meninas, que foram levadas para um local desconhecido. As autoridades nigerianas não sabem o total de meninas raptadas, mas especulações na imprensa indicam que pode chegar a 100.
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Nenhum grupo terrorista assumiu a autoria do atentado até o momento. Mas as suspeitas caem no grupo conhecido como Boko Haram. Na língua local, Boko Haram significa "a educação ocidental é pecado". O grupo foi formado em 2009 com o objetivo de separar o norte da Nigéria, de maioria islâmica, do sul, de maioria cristã. Eles defendem a criação de um Estado Islâmico na região.
O Boko Haram é conhecido por usar várias táticas terroristas e pelas boas relações com a al-Qaeda. Desde sua criação, eles atacaram estações policiais, igrejas cristãs e escolas. Eles também são suspeitos do ataque a bomba na capital, Abuja.
Segundo as autoridades nigerianas, as escolas no Estado de Borno, onde ocorreu o ataque, ficaram fechadas por semanas após ataques de islamistas em fevereiro. Nesta semana, as autoridades decidiram autorizar o retorno dos alunos para a realização de provas. Alguns seguranças foram colocados para fazer a defesa das escolas, mas os sequestradores estavam em maior número e com armamento pesado.
Segundo testemunhas, muitas meninas conseguiram fugir dos sequestradores ao saltar do caminhão que as conduzia e se esconder em áreas de florestas. A BBC estima que 15 meninas conseguiram escapar. O Exército da Nigéria foi acionado para tentar encontrar as demais alunas.
bc