A Toys“R”Us, marca de brinquedos americana, acaba de lançar um comercial feito com inteligência artificial, que reforça a grande revolução que estamos vivendo em produções cinematográficas. O lançamento aconteceu durante o festival de cinema de Cannes, um dos mais prestigiados do mundo, justamente em um momento em que a tecnologia tem ameaçado roteiristas de Hollywood e outros profissionais da área.
O curta-metragem promocional foi criado quase inteiramente usando a nova ferramenta de IA da OpenAI, o Sora -- capaz de transformar comandos de texto em vídeos hiper-realistas de no máximo 60 segundos. Seu uso foi possível graças a uma parceria com a agência criativa Native Foreign, que teve acesso antecipado ao Sora -- visto que este não está disponível para o público ainda. Em fevereiro deste ano, a OpenAI – a empresa por trás do ChatGPT -- havia anunciado a ferramenta e disse que ela chegaria ainda em 2024.
O vídeo de 66 segundos mostra o fundador da Toys“R”Us, Charles Lazarus, que teve a visão de transformar lojas de brinquedos com a ajuda do mascote da marca Geoffrey, a Girafa, que surgiu para ele em um sonho. Nas redes sociais, as reações dividiram opiniões, com alguns dizendo ser uma "visão convincente e fascinante do futuro do cinema" e outros considerando “assustador”. Assista aqui:
Segundo a marca, além do Sora, foram utilizados alguns efeitos visuais corretivos e uma trilha sonora original.
Kim Miller, CMO dos estúdios criativos da Toys“R"US, disse à rede CNN que o conceito nasceu depois de ela ter participado de um grupo de contadores de histórias de marcas e disse ao apresentador que queria fazer algo “divertido” e “diferente” em seu próximo projeto, que envolvia a origem do fundador.
Após a Native Foreign se tornar um dos primeiros testadores do Sora, o diretor de criação Nik Kleverov ligou para Miller e propôs unirem forças. Segundo ela, a melhor maneira de entender a tecnologia é realmente experimentá-la, em vez de apenas ouvir o que vêm de outras pessoas -- e isso se aplica também para a IA.
“Tudo o que você vê foi criado com texto, mas algumas tomadas se juntaram mais rápido do que outras, algumas precisaram de mais interações”, disse. “O bloqueio, a aparência do personagem, o que ele está vestindo, a emoção, o fundo – tem que ser uma 'dança perfeita'. Às vezes, você criava algo que estava quase certo e outras vezes, não".