Ahr», IO, prsl. l u .

*;b%
• - — T R I . . Z5S7Q-*«f-
 J.-.W. DRAPER

DE EUROPA
TßADUOIDA POR

I>OJV F J B R N A N D O A ß A U J ü

DON JOSÉ GONZÁLEZ ALONSO

TOMO PRIMERO

: MADRID
ESTABLECIMIENTO 'TIPOGRÁFICO D E RICARDO F E
Calle.del Olmo, nüm. 4

1899
 HISTORIA

DEL

DESARROLLO INTELECTUAL
DE EtTEOPA
 J. W . D R A P E R

HISTORIA
DEL

TRADUCIDA P O B \ &

DON FERNANDO ABATJJO

DON JOSÉ GONZÁLEZ ALONSO

TOMO PRIMERO

MADEID
ESTABLECIMIENTO TIPOGRAFICO D B RICARDO F É
Calle del Olmo, núm. 4

1899
Es P R O P I E D A D
 PREFACIO

E n l a A s a m b l e a d e la A s o c i a c i ó n b r i t á n i c a p a r a el
F o m e n t o d e l a C i e n c i a c e l e b r a d a e n O x f o r d e n 1860
lei u n r e s u m e n d e l a d o c t r i n a fisiológica q u e c o n t i e n e
esta obra respecto del progreso intelectual de E u r o p a ,
r e s e r v á n d o m e a s e n t a r l a sobre bases h i s t ó r i c a s e n ul-
terior publicación.
E s t a p u b l i c a c i ó n es la q u e h o y p r e s e n t o , d e b i e n d o
ser considerada como complemento de m i obra sobre
l a Fisiología humana, e n la q u e h e t r a t a d o d e l h o m b r e
c o m o i n d i v i d u o . E n é s t a le c o n s i d e r o e n s u s r e l a c i o n e s
sociales.
E s p e r o q u e el l e c t o r n o d e j a r á d e c o n o c e r q u e e s t a
h i s t o r i a del p r o g r e s o de las ideas y d e las opiniones
e s t á h e c h a b a j o u n p u n t o d e v i s t a q u e h a s t a el p r e -
s e n t e h a sido casi p o r c o m p l e t o d e s c u i d a d o . H a y dos
m é t o d o s p a r a t r a t a r l a s c u e s t i o n e s filosóficas: el m é -
t o d o l i t e r a r i o y el m é t o d o c i e n t í f i c o . C u a n d o s e t r a t a
u n a s u n t o p o r el p r i m e r o d e estos m é t o d o s q u e d a n
obscurecidas m u c h a s cosas, q u e adquieren e n cambio
considerable i m p o r t a n c i a c u a n d o se le considera e n
sus r e l a c i o n e s científicas. Y o h e a d o p t a d o el s e g u n d o
método.
El p r o g r e s o social está t a n a b s o l u t a m e n t e r e g i d o
p o r las leyes n a t u r a l e s c o m o el desarrollo del c u e r p o .
Historia del desarrollo intelectual de Europa,—TOMO I. 1
 — 2 —

L a v i d a del i n d i v i d u o es u n a m i n i a t u r a d e la v i d a d e la
nación. L a demostración de estas proposiciones cons-
t i t u y e el o b j e t o e s p e c i a l d e e s t a o b r a .
N a d i e h a s t a a q u í , a l m e n o s a s í lo c r e o , h a e m p r e n -
d i d o l a t a r e a d e c o n c o r d a r c o n los p r i n c i p i o s d e l a fisio-
l o g í a l o s d o c u m e n t o s q u e n o s o f r e c e la h i s t o r i a i n t e l e c -
tual de E u r o p a , ni disponerlos de m a n e r a q u e p r e s e n t e n
el c u a d r o d e l d e s a r r o l l o r e g u l a r d e la c i v i l i z a c i ó n ; n a -
d i e t a m p o c o h a p e n s a d o e n r e u n i r los h e c h o s q u e n o s
s u m i n i s t r a n los d e m á s r a m o s d e la c i e n c i a c o n i n t e n -
ción de p o n e r n o s en estado de c o m p r e n d e r c l a r a m e n t e
las c o n d i c i o n e s e n q u e se e f e c t ú a e s t e d e s a r r o l l o . E s t e
v a c í o filosófico e s e l q u e h e i n t e n t a d o l l e n a r e n l a s p á -
ginas siguientes.
C o n s i d e r a d a b a j o e l p u n t o d e v i s t a fisiológico, l a h i s -
toria t o m a para nosotros u n aspecto completamente
n u e v o . "Entonces apreciamos con m á s precisión y d e
m o d o m á s c o m p l e t o los p e n s a m i e n t o s y los m ó v i l e s
h u m a n o s e n las edades sucesivas del m u n d o .
E n el p r e f a c i o d e l a s e g u n d a e d i c i ó n d e m i Fisiología,
p u b l i c a d a e n 1 8 5 8 , a n u n c i é q u e la o b r a q u e h o y p r e s e n -
t o e s t a b a c o n c l u i d a . L a s v a r i a c i o n e s q u e e n ella h e i n -
troducido después h a n tenido, sobre t o d o , por objeto
reducir sus proporciones. L a discusión de ciertas cues-
t i o n e s científicas, t a l e s c o m o la del o r i g e n de las e s p e -
c i e s q u e h á p o c o h a e x c i t a d o t a n v i v a m e n t e la a t e n -
ción p ú b l i c a , n o h a s i d o , sin e m b a r g o , r e t o c a d a , y los
principios q u e p r e s e n t o sobre esta m a t e r i a son los
m i s m o s q u e s e e x p o n e n e n la a n t i g u a o b r a d e 1 8 5 6 .
N e w Y o r k , 1861.
 CAPÍTULO PEIMBEO

De las leyes ele la naturaleza.

P r o p ó n g o m e e x a m i n a r en e s t a o b r a c ó m o s e h a des-
a r r o l l a d o l a civilización en E u r o p a , t r a t a n d o de d e t e r m i -
n a r lo q u e h u b o de fortuito e n este d e s a r r o l l o , y h a s t a
q u é p u n t o h a sido regido p o r u n a ley p r i m o r d i a l .
¿ M a r c h a n l a s n a c i o n e s con el t i e m p o , como los v a g o s
f a n t a s m a s de s u e ñ o s s i n o r d e n n i r a z ó n , ó d e b e n s e g u i r
todas u n a vía p r e d e t e r m i n a d a , s i e m p r e m o v i é n d o s e , s i e m -
pre progresando, y experimentando siempre inevitable
sucesión de c a m b i o s ? L a r e s p u e s t a á e s t a s c u e s t i o n e s s e
h a l l a e n el e x a m e n filosófico de l a h i s t o r i a i n t e l e c t u a l y
de la h i s t o r i a política de l a s n a c i o n e s . P e r o ¡ c u a n difícil
es r e u n i r la m a s a de m a t e r i a l e s n e c e s a r i o s , t r a t a r s e m e -
j a n t e a c u m u l a c i ó n de h e c h o s y p r e s e n t a r l o s de m o d o q u e
ofrezcan e l p u n t o de v i s t a m á s f a v o r a b l e ! ¡ C u a n difícil
t a m b i é n el d i s c e r n i r los v e r d a d e r o s r e p r e s e n t a n t e s de l a
h u m a n i d a d , p r e s e n t a r l o s e n su v e r d a d e r o m e d i o y ejecu-
t a r con éxito este g r a n d e y complejo d r a m a de la v i d a
europea! Por una parte preséntase este asunto como u n
p r o b l e m a científico, y sólo c o m o t a l t e n g o q u e t r a t a r l o ;
p o r o t r a p a r t e , ¿no se eleva h a s t a la m á s g r a n d i o s a de l a s
epopeyas la v i d a h u m a n a , su h i s t o r i a , su objeto y su fin?
E l h o m b r e es el a r q u e t i p o de l a sociedad; el d e s a r r o l l o
i n d i v i d u a l es el m o d e l o del p r o g r e s o s o c i a l ;
L o s filósofos p r e t e n d e n : u n o s q u e l a v o l u n t a d l i b r e del
h o m b r e decide del c u r s o de l a s cosas h u m a n a s ; o t r o s q u e
la P r o v i d e n c i a d i v i n a dirige t o d o s n u e s t r o s p a s o s , y o t r o s
que todos los a c o n t e c i m i e n t o s e s t á n i n v a r i a b l e m e n t e fija-
 — 4 —
dos p o r el d e s t i n o . ¿ Q u é p a r t e de v e r d a d d e b e m o s con-
c e d e r á c a d a u n a de e s t a s d o c t r i n a s ?
Sujeta c o m o e s t á p o r u n a p a r t e á los i m p u l s o s del
l i b r e a r b i t r i o propio y a j e n o , y p o r o t r a al inflexible do-
m i n i o de las leyes n a t u r a l e s , la vida del i n d i v i d u o es de
n a t u r a l e z a c o m p l e j a . L a r e l a c i ó n que concibe e n t r e l a s
e n e r g í a s de e s t a s dos influencias se modifica i n s e n s i b l e -
m e n t e á m e d i d a que r e c o r r e las diferentes fases de su
existencia. J o v e n y lleno de confianza, cree p o d e r m u c h o
p o r sí m i s m o , p e r o m u y poco u n a vez llegada la vejez con
s u s d e c e p c i o n e s . C o n el t i e m p o , y á m e d i d a q u e se d e s -
v a n e c e n las ilusiones de los p r i m e r o s a ñ o s , a p r e n d e á m o -
d e r a r el a r d o r d e m a s i a d o vivo de s u s a s p i r a c i o n e s y á con-
t e n e r l a s en círculo m á s e s t r e c h o , y d e s e n g a ñ a d o al fin
p o r las r e a l i d a d e s de la e x i s t e n c i a , n o g u a r d a p a r a la t a r -
de de su v i d a m á s que l a t r i s t e convicción de la v a n i d a d
de l a s e s p e r a n z a s h u m a n a s . L a p a r t e que se h a a s e g u r a d o
n o es de n i n g ú n m o d o a q u e l l a c o n q u e h a b í a s o ñ a d o , y
se ve obligado á r e c o n o c e r q u e u n poder s u p e r i o r se h a
servido de él con u n fin d e s c o n o c i d o , y q u e e n t r a n d o en
el m u n d o s i n c o n c i e n c i a de ello, d e b e r á de la m i s m a m a -
n e r a a b a n d o n a r l o c o n t r a su p r o p i a v o l u n t a d .
T o d o s c u a n t o s h a n e s t u d i a d o la h i s t o r i a física é i n t e -
l e c t u a l del h o m b r e r e c o n o c e n u n á n i m e s l a s s i n g u l a r e s
c l a r i d a d e s q u e a r r o j a sobre su h i s t o r i a s o c i a l ; y es q u e ,
e n efecto, el equilibrio y el m o v i m i e n t o de la h u m a n i d a d
s o n f e n ó m e n o s p u r a m e n t e fisiológicos. N o s i n v a c i l a c i ó n
se a t r e v e u n o á confesar o p i n i ó n t a n m o r t i f i c a n t e p a r a
nuestro orgullo, para nuestras preocupaciones y para
nuestros intereses. Así, u n autor que la h a consagrado
v a r i o s a ñ o s de t r a b a j o t i e n e n e c e s i d a d del m á s firme a p o -
yo p o r p a r t e de los q u e a m a n la v e r d a d , y t i e n e t a m b i é n
d e r e c h o á la i n d u l g e n c i a , y a u n á la g e n e r o s i d a d de la
c r í t i c a , q u e , sobre a s u n t o de t a l e x t e n s i ó n y de t a l p r o -
fundidad , no puede esperar m á s que u n a obra necesaria-
m e n t e imperfectísima.
E n el estado salvaje de la infancia i n t e l e c t u a l de l a so-
ciedad el h o m b r e a p l i c a á la n a t u r a l e z a el c o n c e p t o q u e
t i e n e de sí m i s m o . C o m o ve q u e t o d o lo q u e h a c e lo h a c e
p o r su p r o p i o p l a c e r , c o n s i d e r a todos los a c o n t e c i m i e n t o s
 — 5 —
de q u e es t e s t i g o c o m o d e p e n d i e n t e s de l a v o l u n t a d a r b i -
t r a r i a de u n p o d e r s u p e r i o r é invisible. A t r i b u y e al m u n -
do u n a c o n s t i t u c i ó n s e m e j a n t e á la s u y a p r o p i a . D e a h í
ía t e n d e n c i a i n e v i t a b l e á la s u p e r s t i c i ó n : todo lo q u e es
e x t r a ñ o , poderoso ó v a s t o c a u s a terrorífico efecto e n
su i m a g i n a c i ó n . E n t a l e s objetos n o p u e d e v e r o t r a cosa
que las m a n i f e s t a c i o n e s e x t e r i o r e s de u n e s p í r i t u o c u l t o ,
y, p o r c o n s i g u i e n t e , los e s t i m a d i g n o s de su v e n e r a c i ó n .
L u e g o q u e la r a z ó n , a y u d a d a de la e x p e r i e n c i a , le h a
despojado de sus i l u s i o n e s sobre los objetos q u e le r o d e a n ,
c o n s e r v a atin sus a n t i g u a s ideas r e s p e c t o de los objetos
m u y alejados de él. E n los i n v a r i a b l e s m o v i m i e n t o s de
los a s t r o s y en la i n m e n s a d i s t a n c i a q u e de él los s e p a r a
e n c u e n t r a todavía a r g u m e n t o s e n favor de lo s o b r e n a t u -
r a l ; en cada u n o de estos c u e r p o s b r i l l a n t e s coloca u n g e -
n i o q u e lo h a b i t a y lo g o b i e r n a , y n o t a r d a en a t r i b u i r á
los p l a n e t a s influencia sobre su p r o p i a s u e r t e .
L a r a z ó n q u e le h a l i b e r t a d o del f e t i q u i s m o le h a c e m á s
t a r d e r e n u n c i a r t a m b i é n al culto de los a s t r o s ; p e r o e s t a s
f o r m a s m i t o l ó g i c a s q u e h a creado n o son a b a n d o n a d a s s i n
p e s a r , y largo t i e m p o d e s p u é s q u e h a cesado de v e r e n los
cuerpos p l a n e t a r i o s o t r a cosa q u e p u n t o s b r i l l a n t e s s i n
acción posible sobre sí m i s m o , v e n e r a todavía á los g e n i o s
creados p o r su i m a g i n a c i ó n q u e e n otro t i e m p o les a n u n -
ciaban; h a s t a h a c e de ellos dioses i n m o r t a l e s .
F i l o s ó f i c a m e n t e h a b l a n d o , de l a d o c t r i n a p r i m i t i v a de
la volición a r b i t r a r i a , el h o m b r e se eleva g r a d u a l m e n t e á
la d o c t r i n a de las leyes n a t u r a l e s . C o m i e n z a p o r a t r i b u i r
á causas físicas la caída de u n a p i e d r a , el m o v i m i e n t o del
a g u a en el r í o , el c a m b i o de sitio de l a s s o m b r a s , y á l a
p o s t r e v i e n e á referir á u n a c a u s a c o m p l e t a m e n t e s e m e -
j a n t e las r e v o l u c i o n e s de los a s t r o s m i s m o s . C a d a vez se
a m p l í a m á s p a r a él el círculo de los f e n ó m e n o s r e g i d o s
por leyes; esos e s p í r i t u s , esos g e n i o s , esos dioses q u e su-
cesivamente había temido y adorado, y cuyas pasiones y
c a p r i c h o s g o b e r n a b a n al m u n d o , c o n c l u y e n , al fin , p o r
d e s a p a r e c e r p a r a dejar su p u e s t o á u n ser T o d o p o d e r o s o
que g o b i e r n a el U n i v e r s o s e g ú n la r a z ó n , y , p o r c o n s i -
g u i e n t e , p o r m e d i o de leyes.
E s t a d o c t r i n a de l a s leyes n a t u r a l e s , q u e h a c o n c l u i d o
 — 6 —
p o r e x t e n d e r s e á t o d o s los f e n ó m e n o s , recibió i n m e n s o
refuerzo h a c e a p e n a s u n o s d o s c i e n t o s a ñ o s del m a g n í -
fico d e s c u b r i m i e n t o de N e w t o n : que las leyes de K e p l e r
s o n c o n s e c u e n c i a m a t e m á t i c a de u n a s i m p l e p r o p i e d a d de
l a m a t e r i a , y q u e los m o v i m i e n t o s t a n complejos del sis-
t e m a solar n o p u e d e n ser d i s t i n t o s de lo que son. E n t r e
los q u e l e y e r o n la d e m o s t r a c i ó n de este h e c h o en la h e r -
m o s a o b r a De los principios, poquísimos adivinaron las
i m p o r t a n t e s c o n s e c u e n c i a s de s e m e j a n t e d e s c u b r i m i e n t o .
H o y l a s e x p l o r a c i o n e s y las i n v e s t i g a c i o n e s r e l a t i v a s á los
m o v i m i e n t o s de los a s t r o s , y a se r e m o n t e n al p a s a d o , y a
t e n g a n p o r objeto p r e d e c i r los f e n ó m e n o s futuros , t o d a s
se a s i e n t a n en el p r i n c i p i o de q u e n o h a y i n t e r v e n c i ó n
de n i n g u n a v o l u n t a d a r b i t r a r i a , y de que los m o v i m i e n t o s
de este g i g a n t e s c o m e c a n i s m o n o son s i n o c o n s e c u e n c i a
de u n a ley m a t e m á t i c a .
P e r o lo m i s m o p u e d e decirse de la t i e r r a . C u a n t o m e j o r
c o m p r e n d e m o s l a s c a u s a s de los a c o n t e c i m i e n t o s p r e s e n -
t e s , m á s f á c i l m e n t e r e c o n o c e m o s q u e son c o n s e c u e n c i a
de c i e r t a s c o n d i c i o n e s físicas, y, p o r lo t a n t o , r e s u l t a d o
de leyes fijas. E n t r e los i n n u m e r a b l e s ejemplos q u e p o -
d r í a n c i t a r s e t o m e m o s el de los v i e n t o s : su i n c o n s t a n c i a
es p r o v e r b i a l ; n a d i e p u e d e d e c i r n o s de d ó n d e v i e n e n n i á
d ó n d e v a n , y si algo en el m u n d o p u d i e r a h a c e r n o s c r e e r
e n esa volición a r b i t r a r i a á q u e n o s v e n i m o s r e f i r i e n d o ,
s e g u r a m e n t e s e r í a n ellos. N o s e n g a ñ a m o s , sin e m b a r g o ,
c u a n d o i m a g i n a m o s q u e los f e n ó m e n o s atmosféricos s o n
p u r a m e n t e fortuitos. Se c o n o c e n m u y b i e n l a s c a u s a s de
los v i e n t o s a l i s i o s ; p e r o , ¿ d ó n d e fijar la línea de d e m a r -
cación e n t r e estos v i e n t o s e t e r n o s q u e , s e m e j a n t e s al soplo
del d e s t i n o , r e c o r r e n l e n t a y s o l e m n e m e n t e el O c é a n o
Pacífico, y las r a c h a s r e p e n t i n a s q u e al p a r e c e r n a c e n sin
c a u s a y d e s a p a r e c e n sin dejar h u e l l a ? ¿ E n q u é l a t i t u d
c o n c l u y e el d o m i n i o de lo n a t u r a l y e m p i e z a el de lo
sobrenatural?
E n s u m a : t o d o s los f e n ó m e n o s q u e p o d e m o s c o m p r o b a r ,
s u c é d a n s e en los cielos, s u c é d a n s e e n la t i e r r a , p r o c l a m a n
q u e el u n i v e r s o e s t á r e g i d o p o r leyes.
P e r o a d m i t i e n d o q u e t a l es el caso del á t o m o q u e flota
e n u n r a y o de sol, c o m o el de esas i n n u m e r a b l e s e s t r e l l a s
 — 7 —
q u e g i r a n u n a s e n t o r n o de o t r a s , ¿ l l e v a r e m o s el p r i n c i -
pio h a s t a sus c o n s e c u e n c i a s e x t r e m a s ? Y si esto es v e r d a d
r e s p e c t o de los seres i n a n i m a d o s del m u n d o i n o r g á n i c o ,
¿ p o d e m o s t a m b i é n e x t e n d e r l o á los seres vivos, al m u n d o
o r g á n i c o ? ¿ Q u é d a t o s n o s ofrece la fisiología sobre este
punto?
L a fisiología h a t e n i d o las m i s m a s fases de d e s a r r o l l o
q u e la física. L o s seres vivos h a n sido en u n p r i n c i p i o
c o n s i d e r a d o s c o m o i n c a p a c e s de r e c i b i r n i n g u n a influen-
cia del e x t e r i o r , y se afirmaba q u e el h o m b r e , en p a r t i c u -
lar, era a b s o l u t a m e n t e i n d e p e n d i e n t e de l a s fuerzas q u e
g o b i e r n a n el m u n d o en cuyo seno v i v e ; a d e m á s del a l m a ,
ese p r i n c i p i o i n m a t e r i a l q u e le c o n s t i t u y e e n ser m o r a l y
r e s p o n s a b l e y le d i s t i n g u e de los d e m á s seres a n i m a d o s ,
s e le h a r e c o n o c i d o , lo m i s m o q u e á estos ú l t i m o s , u n
s e g u n d o p r i n c i p i o i n m a t e r i a l : la fuerza v i t a l q u e p o r sí
m i s m a a s e g u r a la acción r e g u l a r de la v i d a o r g á n i c a .
C u a n d o m á s t a r d e se h u b o d e s c u b i e r t o q u e el c o r a z ó n
d e l h o m b r e e s t á c o n s t r u i d o c o n f o r m e á los p r i n c i p i o s es-
tablecidos de la h i d r á u l i c a , y q u e las v á l v u l a s de q u e e s t á n
provistos sus g r a n d e s c o n d u c t o s r e p r e s e n t a n e x a c t a m e n t e
el papel de ó r g a n o s m e c á n i c o s ; c u a n d o se h u b o c o m p r o -
b a d o en el ojo la aplicación de los p r i n c i p i o s m á s delica-
dos de óptica, la c ó r n e a , los h u m o r e s del ojo y el p e q u e ñ o
l e n t e q u e h a c e c o n v e r g e r los r a y o s p a r a f o r m a r la i m a g e n
m i e n t r a s el iris m i d e la luz n e c e s a r i a y r e c h a z a la r e s t a n -
t e lo m i s m o que los diafragmas de los telescopios ó de los
m i c r o s c o p i o s ; c u a n d o se h u b o d e s c u b i e r t o en el a p a r a t o
a u d i t i v o esa disposición que r e s p o n d e p e r f e c t a m e n t e á las
t r e s p r o p i e d a d e s c a r a c t e r í s t i c a s del s o n i d o , el t í m p a n o á
l a i n t e n s i d a d , el caracol á la elevación y los c a n a l e s se-
m i c i r c u l a r e s al t i m b r e ; c u a n d o se d e s c u b r i ó q u e el a i r e
a b s o r b i d o p o r el h o m b r e es r e c h a z a d o p o r sencilla opera-
ción m e c á n i c a á las células de los p u l m o n e s y de allí á la
s a n g r e , d a n d o l u g a r en todo su r e c o r r i d o á u n a serie de
c o m b i n a c i o n e s q u í m i c a s con d e s p r e n d i m i e n t o de calor y
s o s t e n i e n d o así la v i d a o r g á n i c a ; c u a n d o , en fin, t o d o s
estos h e c h o s y o t r o s m u c h o s fueron p u e s t o s en e v i d e n c i a
por la fisiología m o d e r n a , preciso fué a d m i t i r q u e los s e r e s
a n i m a d o s n o c o n s t i t u y e n u n a excepción, c o m o se creía, y
 — 8 —
q u e l a s o p e r a c i o n e s de la v i d a o r g á n i c a son t a m b i é n r e -
s u l t a d o de la acción de fuerzas físicas.
Si estos a g e n t e s físicos d o m i n a n e n todas l a s p a r t e s d e
la e c o n o m í a física, ¿ n o debe suceder lo m i s m o en la eco-
n o m í a social?
¿ S e d i r á que la aridez del d e s i e r t o , a b r a s a d o p o r el
s o l , n o influye en m o d o a l g u n o sobre los h á b i t o s y
c o s t u m b r e s de l a s t r i b u s n ó m a d a s q u e en él p l a n t a n s u s
t i e n d a s ? ¿Que la i n t r e p i d e z con q u e se defienden frecuen-
t e m e n t e los h a b i t a n t e s de las m o n t a ñ a s n o d e p e n d e en
n a d a de la n a t u r a l e z a a c c i d e n t a l de su suelo? ¿Que el m a r ,
e n fin, n o e n t r a por n a d a en el c a r á c t e r a v e n t u r e r o p r o p i o
de los m a r i n o s ? ¿ N o es v e r d a d , p o r el c o n t r a r i o , q u e n o
c r e e m o s e n la e s t a b i l i d a d de las i n s t i t u c i o n e s sociales,
s i n o en t a n t o q u e c r e e m o s en la e s t a b i l i d a d de las i n s t i -
t u c i o n e s físicas del m e d i o q u e l a s rodea? Y desde el t i e m -
p o de B o d í n , q u e h a c e cerca de t r e s c i e n t o s a ñ o s p u b l i c ó
su o b r a De República, ¿ n o e s t á n d e f i n i t i v a m e n t e sancio-
n a d o s estos dos p r i n c i p i o s , que l a s leyes de la n a t u r a l e z a
n o p u e d e n e s t a r s u b o r d i n a d a s á la v o l u n t a d del h o m b r e y
q u e el g o b i e r n o de u n a c o m a r c a debe a d a p t a r s e á su c l i m a ?
Así B o d í n llegó á d e d u c i r q u e la fuerza es el p a t r i m o n i o
de l a s n a c i o n e s del N o r t e , la r a z ó n de las del c e n t r o y l a
s u p e r s t i c i ó n de las m e r i d i o n a l e s .
E n el m e s de m a r z o el sol a t r a v i e s a el E c u a d o r y e m -
p i e z a á e n v i a r á n u e s t r o hemisferio m a y o r c a n t i d a d d e
r a y o s ; la v e g e t a c i ó n sigue su m a r c h a , y a d e l á n t a s e h a c i a
el polo b r i l l a n t e m a n t o de v e r d u r a , t a n t o m á s e x u b e r a n -
t e eD u n sitio d a d o , c u a n t o m á s a r d i e n t e s s e a n en él l o s
r a y o s del sol. E n el m i s m o m u n d o a n i m a l e n c o n t r a m o s
a n á l o g o efecto e n l a s e m i g r a c i o n e s a n u a l e s de l a s a v e s
de paso, q u e , i n s t a d a s p o r el ealor, s i g u e n á la v e g e t a -
ción á m e d i d a q u e se d e s a r r o l l a .
L l e g a d o el o t o ñ o , esta m a r c h a r e g u l a r de la luz y d e
la vida c a m b i a de s e n t i d o , y los f e n ó m e n o s que a c a b a d e
p r e s e n t a r el h e m i s f e r i o b o r e a l se r e p r o d u c e n a h o r a en el
otro hemisferio.
L a vida t e r r e s t r e e j e c u t a así cada a ñ o u n a o s c i l a c i ó n ,
de la v i t a l i d a d c o m p l e t a al reposo; p e r o ¿cuál es la c a u s a
de t o d o esto? U n a c a u s a p u r a m e n t e m e c á n i c a : la i n c l i n a -
 — 9 —
ción del eje de r o t a c i ó n de la t i e r r a sobre el p l a n o de l a
órbita q u e describe a l r e d e d o r del sol.
S í r v a n n o s de lección estos m a r a v i l l o s o s f e n ó m e n o s y
h á g a n o s c o m p r e n d e r su explicación la i m p o r t a n c i a de l a s
fuerzas y de las leyes físicas, q u e r e p r e s e n t a n su p a p e l lo
m i s m o en la vida y en la m u e r t e del h o m b r e i n d i v i d u a l
que e n la vida y e n la m u e r t e del h o m b r e social. A q u e -
llos á q u i e n e s este a s u n t o h a l l a m a d o la a t e n c i ó n , h a n
reconocido desde h a c e m u c h o t i e m p o q u e la posibilidad
de la e x i s t e n c i a del h o m b r e sobre la t i e r r a d e p e n d e ú n i -
c a m e n t e de c o n d i c i o n e s m a t e r i a l e s ; y en efecto, p u e s t o
que la vida n o p u e d e m a n t e n e r s e m á s q u e e n t r e l í m i t e s
de t e m p e r a t u r a m u y cortos, es n e c e s a r i o q u e n u e s t r o pla-
n e t a esté á d e t e r m i n a d a d i s t a n c i a " del s o l , f u e n t e de
luz y calor, y t a m b i é n que su ó r b i t a sea t a n poco excén-
trica que casi se confunda con su círculo. L a g r a v e d a d
a b s o l u t a es u n o de los p r i m e r o s e l e m e n t o s de la c o n s t r u c -
ción o r g á n i c a , y si la m a s a de la t i e r r a fuera m a y o r ó m e -
n o r de lo q u e es, el peso de cada u n o de los c u e r p o s de
su superficie, a n i m a d o s ó i n a n i m a d o s , dejaría de ser el
m i s m o . E l m e n o r c a m b i o e n la d u r a c i ó n de la r o t a c i ó n
diaria modificaría la l o n g i t u d del día y de la n o c h e , y p o r
c o n s e c u e n c i a l a s oscilaciones p e r i ó d i c a s del s i s t e m a n e r -
vioso de los a n i m a l e s ; u n a variación en su m o v i m i e n t o
de t r a s l a c i ó n a l r e d e d o r del sol p r o d u c i r í a t a m b i é n s u
efecto, p u e s si el a ñ o fuera m á s corto v i v i r í a m o s m á s r á -
pidamente y moriríamos m á s pronto. Los agentes natu-
rales son los ú n i c o s que r e g u l a n y g o b i e r n a n la econo-
m í a a c t u a l de n u e s t r o globo. E l calor t i e n e p o r oficio
a r r e g l a r y d i s t r i b u i r l a s diferentes clases de v e g e t a l e s ,
m i e n t r a s en v i r t u d de las r e l a c i o n e s m u t u a s de l a s p l a n -
t a s y de los a n i m a l e s con el aire atmosférico se e s t a b l e c e
e n t r e ellos equilibrio e s t a b l e , de m a n e r a q u e n i n g u n a
p u e d a a d q u i r i r la p r e p o n d e r a n c i a . N o es e x t r a ñ o q u e la
m a g n i t u d de estos r e s u l t a d o s , n e c e s a r i o s p a r a a s e g u r a r l a
vida g e n e r a l , h a y a h e c h o c r e e r en la i n t e r v e n c i ó n i n c e -
s a n t e de la D i v i n i d a d ; p e r o r e a l m e n t e se o b t i e n e , p o r de-
cirlo así, a u t o m á t i c a m e n t e .
N u e s t r a s c o n c l u s i o n e s s e r á n las m i s m a s si c o n s u l t a m o s
la h i s t o r i a del m u n d o o r g á n i c o e n las edades p a s a d a s . L a
 — 10 —
época c a p i t a l e n la e x i s t e n c i a o r g á n i c a de la t i e r r a es
a q u e l l a en que el c a r b o n o se c o n d e n s ó y estratificó e n l a s
c a p a s sólidas del globo. E s t e g r a n a c o n t e c i m i e n t o q u e h a
h e c h o posible la oposición de a n i m a l e s de s a n g r e m á s ca-
l i e n t e y m á s i n t e l i g e n t e s , h a sido debido a ú n á l a influen-
cia de los r a y o s s o l a r e s ; p e r o al m i s m o t i e m p o q u e e s t a
influencia d a b a n a c i m i e n t o á o r g a n i s m o s n u e v o s , h a c í a
d e s a p a r e c e r otros o r g a n i s m o s ya e x i s t e n t e s . E s t á , en
efecto, fuera de d u d a , que m i r í a d a s de especies d e s a p a r e -
cidas del globo h a n debido llegar á e n c o n t r a r c o n d i c i o -
n e s m a t e r i a l e s i n c o m p a t i b l e s con la c o n t i n u a c i ó n de la
e x i s t e n c i a de cada u n a de ellas. T o d a v í a h o y la d i s m i n u -
ción de a l g u n o s g r a d o s en la t e m p e r a t u r a m e d i a de u n a
comarca cualquiera tendría por inmediata consecuencia
la e x t i n c i ó n de los o r g a n i s m o s de los países c a l i e n t e s y
la difusión de los de países fríos. Si h o y se obscureciese
p o r a l g u n o s a ñ o s el sol, la d i s t r i b u c i ó n de las p l a n t a s y
de los a n i m a l e s en la superficie del globo se r e n o v a r í a
ciertamente por completo.
L a p e r m a n e n c i a de las f o r m a s o r g á n i c a s t i e n e p o r cau-
sa ú n i c a la p e r m a n e n c i a de las c o n d i c i o n e s m a t e r i a l e s ,
e n m e d i o de las cuales e x i s t e n , y la m e n o r variación en
e s t a s ú l t i m a s es s e g u i d a de u n a v a r i a c i ó n c o r r e s p o n d i e n -
t e en las f o r m a s . L a i n m u t a b i l i d a d a p a r e n t e del m u n d o
a c t u a l es c o n s e c u e n c i a d i r e c t a del equilibrio físico q u e se
h a l l a e s t a b l e c i d o , y d u r a r í a t a n largo t i e m p o c o m o la
t e m p e r a t u r a m e d i a , la c a n t i d a d de luz, la c o m p o s i c i ó n
del aire, la d i s t r i b u c i ó n de l a s a g u a s y todas l a s d e m á s
c o n d i c i o n e s físicas c o n t i n ú e n siendo lo que h o y s o n ; p e r o
q u e se modifique u n a sola de estas c o n d i c i o n e s , y al i n s -
t a n t e se v e r á r e d u c i d a á su j u s t o valor la q u i m é r i c a doc-
t r i n a de la i n m u t a b i l i d a d de l a s r a z a s .
Si el m u n d o i n o r g á n i c o n o s p a r e c e e n r e p o s o , es por-
q u e l a s fuerzas n a t u r a l e s h a n a l c a n z a d o su estado de
e q u i l i b r i o ; u n t r o z o de m á r m o l colocado en u n a m e s a h o -
rizontal, permanecerá indefinidamente en reposo; pero
e n c u a n t o se i n c l i n e la m e s a c o m e n z a r á á r o d a r y se c a e -
r á ; ¿ q u é d i r í a m o s , p u e s , del q u e , v i e n d o ese t r o z o en r e -
poso, a f i r m a r a q u e n u n c a p o d r í a m o v e r s e ? H a y p e r s o n a s
q u e n o e s t a b l e c e n n i n g u n a diferencia e n t r e el caballo de
 — 11 —
c a r r e r a y el p o n e y de las islas S h e t l a n d , e n t r e el galgo y
el p e r r o de a g u a s , q u e n i e g a n r o t u n d a m e n t e que las es-
pecies p u e d a n modificarse bajo influencias e x t e r i o r e s , y
q u e , obligadas á a d m i t i r la e x i s t e n c i a a n t e r i o r de especies
h o y e x t i n g u i d a s , n o v e n en esta l a r g a sucesión de formas
n u e v a s m á s q u e u n a p r u e b a de la i n t e r v e n c i ó n i n c e s a n t e
del g e n i o creador. Olvidan estas p e r s o n a s q u e los h e c h o s
n a t u r a l e s f o r m a n p o r s u sucesión u n a serie c o n t i n u a , de-
p e n d i e n d o cada u n o del q u e le p r e c e d e y del q u e le sigue
c o m o los diferentes e s l a b o n e s de la m i s m a c a d e n a . A s í
es c o m o e n esa r e m o t a edad de q u e h e m o s h a b l a d o ,
o b r a n d o l a luz solar sobre las h o j a s de las p l a n t a s , llegó
á c a m b i a r p o r c o m p l e t o la c o n s t i t u c i ó n q u í m i c a de la at-
m ó s f e r a , a c u m u l ó en ella e l e m e n t o s m á s e n é r g i c o s , dis-
m i n u y ó la p r e s i ó n q u e esta a t m ó s f e r a ejercía y modificó l a
e v a p o r a c i ó n en la superficie de los m a r e s : h e c h o s t o d o s
q u e se e n c a d e n a n t a n n e c e s a r i a m e n t e u n o con otro q u e
p o d e m o s p r e v e r el o r d e n en q u e se h a n s u c e d i d o .
E s t a s v a r i a c i o n e s r e g u l a r e s en las c o n d i c i o n e s físicas
r e o b r a r o n á su vez sobre la e c o n o m í a v e g e t a l , q u e experi-
m e n t ó a n á l o g a a l t e r a c i ó n , y sobre el m u n d o a n i m a l , en
q u e l a s c o n d i c i o n e s o r g á n i c a s tales c o m o la e n e r g í a v i t a l
y la fuerza i n t e l e c t u a l se h a l l a r o n modificadas.
C u a n d o h a c e m o s , p u e s , c o n s t a r u n a serie c o n t i n u a y
r e g u l a r de t a l e s p e r t u r b a c i o n e s , n o d e b e m o s a p r e s u r a r -
n o s á a t r i b u i r l a s á la i n t e r v e n c i ó n d i r e c t a de u n a g e n t e
v o l u n t a r i o , sino l i m i t a r n o s por de p r o n t o á e s t i m a r h a s t a
q u é p u n t o d e p e n d e n de las c o n d i c i o n e s m a t e r i a l e s e n m e -
dio de las cuales se p r o d u c e n , n o p e r d i e n d o n u n c a de vis-
t a el i m p o r t a n t e p r i n c i p i o de que u n a serie r e g u l a r de
h e c h o s i n o r g á n i c o s lleva consigo n e c e s a r i a m e n t e o t r a
p r o g r e s i ó n s e m e j a n t e en la v i d a o r g á n i c a .
A esta d o c t r i n a de la acción de los a g e n t e s físicos so-
b r e las formas o r g á n i c a s n o r e c o n o z c o n i n g u n a e x c e p c i ó n
n i siquiera en lo que c o n c i e r n e al h o m b r e . L a s d i f e r e n -
cias que p r e s e n t a la c o n s t i t u c i ó n del h o m b r e en l a s di-
versas c o m a r c a s del globo son r e s u l t a d o s n e c e s a r i o s de
estas influencias físicas. L o s p a r t i d a r i o s de la d o c t r i n a de
la u n i d a d de la r a z a h u m a n a n o p u e d e n , s i n a d m i t i r l a
acción exclusiva de los a g e n t e s físicos sobre el o r g a n i s m o
 — 12 —
del h o m b r e , explicar cómo del tipo o r i g i n a l p u d i e r o n n a -
cer l a s diversas f o r m a s de l a r a z a h u m a n a q u e h o y en-
c o n t r a m o s en la superficie de la t i e r r a , y esto s i n h a b l a r
de l a s diferencias e n t r e los h á b i t o s y c o s t u m b r e s q u e i n -
d u d a b l e m e n t e p r o v i e n e n del c l i m a y de o t r a s c o n d i c i o n e s
físicas s e m e j a n t e s . S i n a d m i t i r como a x i o m a q u e los
a g e n t e s físicos h a n ejercido a b s o l u t a influencia sobre l a s
f o r m a s y l a o r g a n i z a c i ó n de la r a z a h u m a n a , ¿cómo es
q u e todos los h o m b r e s , t e n i e n d o u n origen c o m ú n , p r e -
s e n t a n h o y en su c o m p l e x i ó n tales d i v e r g e n c i a s en el co-
l o r de la piel y en la e s t r u c t u r a del e s q u e l e t o ? L a expe-
r i e n c i a en t o d a s p a r t e s a t e s t i g u a que estos c a m b i o s n o
h a n podido p r o d u c i r s e b r u s c a m e n t e , sino con l e n t i t u d y
p o r g r a d o s ; n o son s i n o l a s r e s u l t a n t e s de p e r t u r b a c i o n e s
i n s e n s i b l e s que se h a n ido a c u m u l a n d o y s u p e r p o n i e n d o
y c o n t i n ú a n todavía a c u m u l á n d o s e ; de s u e r t e q u e n o de-
b e m o s c o n s i d e r a r al tipo n a c i o n a l m á s que c o m o el t é r -
m i n o final de u n a serie definida.
E s t a serie se p r o l o n g a i n d e f i n i d a m e n t e , y si el tipo n a -
cional n o s p a r e c e h o y i n m u t a b l e , es p o r q u e h a l l e g a d o á
u n estado de perfecta a r m o n í a con las c o n d i c i o n e s n a t u -
r a l e s en cuyo m e d i o e x i s t e : q u e c a m b i e n e s t á s condicio-
n e s y al instante- r e c o b r a r á su m o v i m i e n t o . Si p u e s , lo
r e p i t o , se q u i e r e a c e p t a r la d o c t r i n a de la u n i d a d de l a
r a z a h u m a n a , es necesario de t o d a n e c e s i d a d a d m i t i r
i g u a l m e n t e la p r e p o n d e r a n c i a c o m p l e t a y a b s o l u t a de l o s
a g e n t e s físicos, de los a g e n t e s n a t u r a l e s , t a n t o c o m o la
de los a g e n t e s artificiales n a c i d o s de los p r o g r e s o s de l a ci-
v i l i z a c i ó n , en l a m a r c h a i n c e s a n t e de las n a c i o n e s h a c i a
u n e s t a d o de a r m o n í a con las c o n d i c i o n e s m a t e r i a l e s d e
sus medios respectivos.
L a c o n c l u s i ó n s e r á la m i s m a si en l u g a r de la d o c t r i n a
p r e c e d e n t e n o s a p o y a m o s sobre la q u e d e r i v a las d i v e r s a s
r a z a s h u m a n a s de diferentes tipos p r i m i t i v o s , p u e s a m -
b a s n o s c o n d u c e n i n e v i t a b l e m e n t e á a d m i t i r t i p o s de t r a n -
sición q u e sufren h a s t a su e x t i n c i ó n i n c e s a n t e s t r a n s f o r -
macion.es.
L a d i v e r g e n c i a q u e a c u s a l a o r g a n i z a c i ó n h u m a n a es
s e n s i b l e , sobre todo, c u a n d o se p a s a de u n a n a c i ó n del
M e d i o d í a á u n a n a c i ó n del N o r t e , ó r e c í p r o c a m e n t e ; p e r o
 — 13 —
son m u c h o m e n o s m a n i f i e s t a s si se sigue u n p a r a l e l o de
l a t i t u d . E n esta ú l t i m a d i r e c c i ó n la influencia de las con-
diciones geográficas de la c o m a r c a sobre el c l i m a es don-
de q u i e r a m á s p o d e r o s a q u e la de l a s c o n d i c i o n e s a s t r o -
n ó m i c a s ; así es que s i g u i é n d o l a n o se e n c o n t r a r á n n u n c a
esos c a m b i o s profundos en el a s p e c t o , en la c o m p l e x i ó n
y en la p o t e n c i a i n t e l e c t u a l q u e se h a l l a n s i g u i e n d o l a
o t r a dirección. Así es c o m o , p o r m á s q u e la t e m p e r a -
t u r a v a y a a u m e n t a n d o de P o l o n i a á F r a n c i a , e s t a eleva-
ción de t e m p e r a t u r a , debida sobre todo á la g r a n c o r r i e n -
t e a t l á n t i c a , al Gulfstream, q u e a c a r r e a el calor del golfo
de Méjico y del m a r de los T r ó p i c o s , e s t a elevación de
t e m p e r a t u r a , d e c i m o s , es m u y inferior á l a q u e se e n -
c u e n t r a f r a n q u e a n d o i g u a l d i s t a n c i a h a c i a el M e d i o d í a .
E l h o m b r e , con a y u d a de las a r t e s de la civilización,
v e n c e r á , p u e s , c o n m u c h a m á s facilidad las dificultades
p r o c e d e n t e s de u n c a m b i o de c l i m a c u a n d o m a r c h e á lo
largo de u n p a r a l e l o q u e c u a n d o siga l a d i r e c c i ó n de u n
meridiano.
P e r o n o s o n t í n i c a m e n t e la c o m p l e x i ó n y el d e s a r r o l l o
del c e r e b r o , y p o r c o n s i g u i e n t e l a s f a c u l t a d e s i n t e l e c t u a -
les l a s q u e c a m b i a n c o n el c l i m a ; con él c a m b i a n t a m b i é n
los h á b i t o s , las c o s t u m b r e s , y en u n a p a l a b r a , el m o d o
de civilización. H e a q u í h e c h o s q u e m e r e c e n t o d a n u e s -
tra atención, estando como están tan estrechísimamente
ligados con los h e c h o s políticos. U n i m p e r i o , p o r ejem-
plo, que se e x t i e n d e h a c i a el E s t e y el Oeste s e r á m u c h o
m á s h o m o g é n e o y por t a n t o m u c h o m á s poderoso que u n
i m p e r i o q u e esté dividido e n t r e el N o r t e y el S u r .
B o m a e s t a b a en el p r i m e r o de estos c a s o s , y n o dejo
de v e r en ello u n a de l a s causas p r i n c i p a l e s de su g r a n -
deza y de la d u r a c i ó n de su d o m i n i o . H a y , p u e s , en la
dirección del E s t e y del O e s t e t e n d e n c i a á la h o m o g e n e i -
dad; e n la del N o r t e y el S u r t e n d e n c i a á la d i v e r s i d a d
y al a n t a g o n i s m o ; y así se explica p o r q u é en el ú l t i m o
caso el g o b i e r n o de los E s t a d o s h a exigido s i e m p r e m a -
yor a u m a de s a b e r político.
L a s diversas f o r m a s de t r a n s i c i ó n q u e u n m i s m o tipo
a n i m a l es s u s c e p t i b l e de p r o d u c i r , se m o s t r a r á n , p u e s ,
m á s n u m e r o s a s si se m a r c h a del S u r al N o r t e ó del Ñ o r -
 — 14 —
t e al S u r q u e si se sigue u n p a r a l e l o . S i n e m b a r g o , e s t a s
f o r m a s v e r d a d e r a m e n t e t r a n s i t o r i a s , p u e s t o q u e s o n de-
r i v a c i o n e s sucesivas de u n m i s m o t i p o de que t o d a s p r o -
ceden, son r e a l m e n t e formas p e r m a n e n t e s en la región
d o n d e se p r e s e n t a n , p u e s t o q u e s o n , p o r decirlo a s í , la
e n c a r n a c i ó n de las c o n d i c i o n e s físicas p r o p i a s de e s t a
región.
M i e n t r a s e s t a s c o n d i c i o n e s s u b s i s t a n sin c a m b i o a l g u -
n o , e s t a s f o r m a s s u b s i s t i r á n sin n i n g u n a a l t e r a c i ó n . E n
el caso del h o m b r e , a p l i c a r e m o s á esta f o r m a p e r m a n e n -
t e la d e n o m i n a c i ó n de e l e m e n t o é t n i c o .
U n e l e m e n t o étnico n o existe, p u e s , p o r sí m i s m o ; su
d u r a c i ó n d e p e n d e de la conservación de su estado de p e r -
fecta a r m o n í a con las c o n d i c i o n e s q u e le r o d e a n . T o d o lo
q u e afecte á e s t a a r m o n í a i n t e r e s a á su e x i s t e n c i a .
D e l h o m b r e i n d i v i d u a l p o d e m o s a h o r a p a s a r á las n a -
c i o n e s , q u e n o son m á s q u e g r u p o s de i n d i v i d u o s . L a s
r a z a s h u m a n a s p r o g r e s a n t a n m a n i f i e s t a m e n t e c o m o el i n -
dividuo. E n u n o y otro caso h a y ideas y acciones p r o p i a s
de cada período de e x i s t e n c i a .
P o r lo q u e al h o m b r e h a c e , ¿ e x p e r i m e n t a m o s l a m e n o r
dificultad en decidir á q u é edad de su vida c o r r e s p o n d e
d e t e r m i n a d a acción? ¿No r e c o n o c e m o s los j u e g o s e s t r e p i -
tosos de la infancia, la actividad laboriosa de la edad m a -
d u r a , la g á r r u l a i m p o t e n c i a de l a vejez, y n o m a n i f e s t a -
m o s n u e s t r a s o r p r e s a c u a n d o s o m o s t e s t i g o s de u n a a c -
ción q u e n o e s t á de m o d o a l g u n o en relación con la e d a d
de su a u t o r ? L o m i s m o p a s a con l a s n a c i o n e s q u e con los
i n d i v i d u o s , y la m a r c h a de la e x i s t e n c i a i n d i v i d u a l e s , en
m e n o r e s c a l a , m o d e l o exacto de la m a r c h a de la r a z a
entera.
L o s g r u p o s de h o m b r e s ó n a c i o n e s e s t á n e x p u e s t o s á
los m i s m o s a c c i d e n t e s ó r e c o r r e n el m i s m o ciclo q u e el
i n d i v i d u o . U n o s a p e n a s p a s a n de la infancia, otros m u e -
r e n r e p e n t i n a m e n t e y otros de vejez. P e r o en m e d i o de
l a confusión de los a c o n t e c i m i e n t o s , p a r e c e c o m p l e t a -
m e n t e i m p o s i b l e d i s c e r n i r la ley q u e les r i g e y m o s t r a r
c l a r a m e n t e q u e esta ley e x i s t e . D e estos g r u p o s de i n d i -
viduos, puede encontrarse cada uno en punto diferente
de su c a r r e r a , p r e c i s a m e n t e c o m o e n la familia e n c o n t r a -
 — 15 —

m o s á la vez al j o v e n , al h o m b r e de edad m a d u r a y al a n -
ciano ; n u e v a confusión que a u m e n t a la dificultad de l a
c u e s t i ó n , sobre todo si se t r a t a de d a r s e c u e n t a del m o -
v i m i e n t o de l a h u m a n i d a d d u r a n t e l a r g o período de t i e m -
po. E n c a d a n a c i ó n , e n fin, las diversas clases de la socie-
dad, la i l u s t r a d a y la i g n o r a n t e , la i n a c t i v a y l a l a b o r i o s a ,
la rica y l a p o b r e , la i n t e l i g e n t e y la s u p e r s t i c i o s a , r e p r e -
s e n t a n c a d a u n a d i f e r e n t e estado de p r o g r e s o ; u n a p u e d e
h a b e r a v a n z a d o m u c h o en t a n t o q u e o t r a h a p e r m a n e c i d o
estacionaria, como vemos en E u r o p a , donde encontramos,
aquí la civilización i n c e s a n t e m e n t e activa de F r a n c i a é
I n g l a t e r r a , a l l á la civilización l i m i t a d a é inferior de P o -
lonia. ¿ C ó m o , p u e s , d i s t i n g u i r e m o s el estado v e r d a d e r o
de la n a c i ó n , y qué clase de la sociedad c o n s i d e r a r e m o s
como tipo v e r d a d e r o y c o m p l e t o de esta s o c i e d a d ?
E l p r o b l e m a , a u n q u e difícil, n o es i n s o l u b l e . D e b e m o s
t r a t a r l e como lo h a r í a m o s e n el caso de u n a familia c o m -
p u e s t a de p e r s o n a s de d i f e r e n t e s e d a d e s , desde la i n f a n c i a
h a s t a la vejez. C a d a u n o de s u s m i e m b r o s sigue u n a v í a
p a r t i c u l a r y p o r m á s que u n o fallezca p r e m a t u r a m e n t e ,
y otro se h a l l e e m b a r a z a d o p o r a c c i d e n t e s ó e n f e r m e d a d e s
diversas, en c a d a u n o de ellos, si c o n o c e m o s b i e n l a s c o n -
diciones de su m a r c h a , en el p r e s e n t e y en el p a s a d o , se n o s
h a r á m a n i f i e s t a la n a t u r a l e z a del m o v i m i e n t o g e n e r a l de
la familia e n t e r a . N i a u n t e n d r e m o s que p r e s t a r n u e s t r a
a t e n c i ó n m á s q u e á ciertos m i e m b r o s de esta familia, los
que r e p r e s e n t e n m á s e x a c t a m e n t e su t i p o , ó los que e s t é n
m á s a d e l a n t a d o s en su c a r r e r a .
E n u n a familia de n a c i o n e s , u n a de ellas, del m i s m o
m o d o , e s t á m á s a d e l a n t a d a , o t r a lo e s t á m e n o s , o t r a s
m u e r e n t e m p r a n o , o t r a s se v e n g a s t a d a s por e x t r e m a d a
vejez, p r e s e n t a n d o n o o b s t a n t e c a d a u n a s u s p e c u l i a r e s
p a r t i c u l a r i d a d e s . T o d o lo q u e h e m o s d i c h o de u n c o n j u n -
to de i n d i v i d u o s p o d r í a m o s r e p e t i r l o a q u í de u n c o n j u n t o
de g r u p o s de i n d i v i d u o s , y p o r c o n s i g u i e n t e c u a n d o s e
t r a t e de u n a n a c i ó n , la ú n i c a clase de q u e t e n d r e m o s q u e
p r e o c u p a r n o s es de la clase i n t e l e c t u a l , la q u e a r r a n c a n d o
como t o d a s las d e m á s de los g r a d o s inferiores h a llegado
m á s lejos en su c a m i n o .
L a v i d a i n d i v i d u a l n o se s o s t i e n e sino p o r la d e s t r u í
 — 16 —
c i ó n y la r e p r o d u c c i ó n i n c e s a n t e de l a s p a r t í c u l a s orgá-
n i c a s , n o p e r m a n e c i e n d o j a m á s e s t a c i o n a r i a n i n g u n a par-
t e del s i s t e m a n e r v i o s o sino sufriendo cada u n a c o n t i n u a s
t r a n s f o r m a c i o n e s . L a m u e r t e , es p u e s , u n a condición n e -
cesaria de la vida, y si c o n s i d e r a m o s u n ó r g a n o ó al a n i -
m a l e n t e r o , c u a n t o m á s e n é r g i c a m e n t e funcione este ór-
g a n o ó c u a n t o m á s a c t i v a sea la v i d a del a n i m a l , t a n t o
m a y o r s e r á el n ú m e r o de p a r t í c u l a s c o n s t i t u t i v a s de este
ó r g a n o ó de este a n i m a l q u e se e n c o n t r a r á n d e s t r u i d a s .
A la m u e r t e de las p a r t í c u l a s o r g á n i c a s e n el i n d i v i d u o
r e s p o n d e e n la n a c i ó n la m u e r t e de los i n d i v i d u o s , q u e
son sus p a r t e s i n t e g r a n t e s . E n a m b o s casos b a s t a u n p e - *
ríodo i n s i g n i f i c a n t e de t i e m p o p a r a a l t e r a r la i d e n t i d a d del
s i s t e m a e n t e r o y t r a n s f o r m a r l e t o t a l m e n t e . Cada i n d i v i d u o
ó p a r t í c u l a n a c e á la vida, c u m p l e la m i s i ó n q u e se le se-
ñ a l a , y d e s a p a r e c e f r e c u e n t e m e n t e sin q u e se n o t e . E s t a
p r o d u c c i ó n , esta c o n t i n u a c i ó n y esta d e s t r u c c i ó n de u n a
m o l é c u l a o r g á n i c a en la p e r s o n a r e s p o n d e al n a c i m i e n t o ,
al c r e c i m i e n t o y á la m u e r t e de u n i n d i v i d u o en la n a c i ó n .
L a s n a c i o n e s se modifican p o r la influencia de los agen-
t e s e x t e r i o r e s , de la m i s m a m a n e r a q u e su e l e m e n t o c o n s -
t i t u y e n t e , el h o m b r e , q u e p a r e c e n o e s t a r dotado de n i n -
g u n a i n e r c i a fisiológica y sufrir la acción de estos a g e n t e s
e x t e r i o r e s sin p o d e r l a r e s i s t i r . E l tipo n a c i o n a l p r o s i g u e ,
p u e s , su d e s a r r o l l o físico é i n t e l e c t u a l á t r a v é s de u n a se-
r i e de t r a n s f o r m a c i o n e s y de fases q u e r e s p o n d e n exacta-
m e n t e á las q u e a t r a v i e s a el i n d i v i d u o : la i n f a n c i a , la
adolescencia, la j u v e n t u d , la virilidad, la vejez y la m u e r t e .
E s t a p r o g r e s i ó n r e g u l a r p u e d e sufrir p e r t u r b a c i o n e s
p r o c e d e n t e s y a de causas e x t e r i o r e s , ya de c a u s a s i n t e r i o -
r e s . S i u n a n a c i ó n , p o r e j e m p l o , a b a n d o n a la r e g i ó n del
globo q u e h a b i t a , p o r o t r a cuyo c l i m a , estaciones y aspec-
t o de la n a t u r a l e z a son del todo diferentes, e n t o d a s s u s
p a r t e s se m a n i f e s t a r á e s p o n t á n e a m e n t e u n m o v i m i e n t o
q u e d u r a r á siglos, s o b r e v i v i r á á la d e s a p a r i c i ó n de n u m e -
r o s a s g e n e r a c i o n e s y n o c e s a r á sino c u a n d o se h a y a al-
c a n z a d o u n estado de a r m o n í a con las n u e v a s c o n d i c i o n e s .
D u r a n t e este período de t r a n s f o r m a c i ó n m u c h o s e l e m e n -
t o s h a b r á n sido d e s t r u i d o s , la n a c i ó n m i s m a q u i z á h a b r á
c o r r i d o el riesgo de d e s a p a r e c e r t o t a l m e n t e ó de p e r e c e r ;
 - 17 —
p e r o u n a vez t e r m i n a d a la t r a n s f o r m a c i ó n , d e s d e este n u e -
vo p u n t o de p a r t i d a l a s cosas v o l v e r á n á su curso r e g u l a r
como a n t e r i o r m e n t e . E s t á fuera de d u d a q u e c u a n d o e s t a s
modificaciones sucesivas h a y a n ido á p a r a r á u n a m o d i -
ficación p r o f u n d a del t i p o , t a l c o m o u n c a m b i o e n el c o -
lor de la piel ó en la e s t r u c t u r a del e s q u e l e t o , n u m e r o s o s
siglos h a b r á n t r a n s c u r r i d o , é i n n u m e r a b l e s g e n e r a c i o n e s
h a b r á n p a s a d o de la vida á la m u e r t e .
E n c u a n t o á las p e r t u r b a c i o n e s i n t e r i o r e s q u e p o r s u
n a t u r a l e z a afectan á la m a r c h a de u n a n a c i ó n , la p r i n c i -
pal es la m e z c l a con s a n g r e e x t r a n j e r a , p e r t u r b a c i ó n cu-
yos r e s u l t a d o s son s u s c e p t i b l e s de a p r e c i a c i ó n casi m a t e -
m á t i c a . Si esta m e z c l a n o se r e a l i z a m á s q u e a c c i d e n t a l -
m e n t e y e n débiles p r o p o r c i o n e s , s u s efectos n o s e r á n
sensibles p o r m u c h o t i e m p o a u n q u e e n r e a l i d a d d u r e n
s i e m p r e . E s este u n h e c h o p e r f e c t a m e n t e c o n f o r m e c o n
las o b s e r v a c i o n e s de los filósofos q u e r e c o n o c e n q u e si
u n a p o b l a c i ó n poco n u m e r o s a se m e z c l a c o n o t r a m á s
c o n s i d e r a b l e , n o a l t e r a r á á esta ú l t i m a m á s q u e t e m p o -
r a l m e n t e y q u e pocos a ñ o s d e s p u é s el c a m b i o p r o d u c i d o
n o será ya a p r e c i a b l e , por m á s q u e la influencia p e r t u r -
badora exista no obstante siempre.
H a g a m o s esto sensible p o r u n e j e m p l o : dejad caer u n a
gota de líquido e n otro líquido de diferente n a t u r a l e z a y
a ñ a d i d s u c e s i v a m e n t e n u e v a s c a n t i d a d e s de este ú l t i m o ;
al p r i n c i p i o podéis f á c i l m e n t e c o m p r o b a r la a l t e r a c i ó n
producida; p e r o á m e d i d a q u e e x t e n d á i s la solución l a
cosa se h a c e m á s difícil, h a s t a q u e poco d e s p u é s n o podéis
ya a p r e c i a r a l t e r a c i ó n a l g u n a ; la g o t a p r i m i t i v a e s t á allí
s i e m p r e s i n e m b a r g o c o m o al p r i n c i p i o , p e r o disfrazada,
p o r decirlo así, p o r el s e g u n d o l í q u i d o .
Si c o n s i d e r a m o s a h o r a el caso de u n a g r a n n a c i ó n e n
la cual se fundiera o t r a n a c i ó n n u m é r i c a m e n t e m u c h o
m á s débil, p a r e c e al p r o n t o q u e p o d r í a m o s , d e s p u é s de
h a b e r c o n s i g n a d o h a s t a q u é p u n t o se h a verificado la m e z -
cla de s a n g r e e x t r a n j e r a , m e d i r la a l t e r a c i ó n c a u s a d a e n
el tipo p r i m i t i v o , p e r o n o d e b e m o s olvidar q u e e n t r a a q u í
en j u e g o u n a s e g u n d a fuerza m u y e n é r g i c a q u e t i e n d e á
restablecer la h o m o g e n e i d a d : l a influencia de l a s condicio-
n e s físicas del m e d i o a m b i e n t e . O b r a sobre el n u e v o e l e -
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 2
 — 18 -
m e n t ó q u e por sí m i s m o n o es i n e r t e , t i e n d e s i n cesar á
p o n e r l e en a r m o n í a con las n u e v a s condiciones y la h a c e
así p a s a r p o r la m i s m a serie de fases q u e a t r a v e s ó el ele-
m e n t o p r i m i t i v o con el cual se h a m e z c l a d o .
L a h o m o g e n e i d a d de u n a n a c i ó n se h a l l a de este m o d o
a s e g u r a d a p o r el c o n c u r s o de dos c a u s a s eficaces d i s t i n t a s :
l a p r i m e r a l a fusión g r a d u a l é i n e v i t a b l e , l a s e g u n d a
l a t e n d e n c i a á a r m o n i z a r s e con l a s c i r c u n s t a n c i a s físicas
exteriores.
E l c u a d r o q u e n o s p r e s e n t a la h i s t o r i a d e i a s n a c i o n e s
ó g r u p o s de h o m b r e s es, p u e s , i n c e s a n t e m e n t e v a r i o . D e -
b e m o s a d m i t i r que la h u m a n i d a d se ve l a n z a d a en las
vías de u n m o v i m i e n t o c o n t i n u o , que n o m a r c h a á ciegas,
s i n o que p o r el c o n t r a r i o sigue u n c a m i n o p e r f e c t a m e n t e
definido. C u a l q u i e r a q u e sea su estado a c t u a l , s i e m p r e es
t r a n s i t o r i o . T o d a s l a s i n s t i t u c i o n e s h u m a n a s son p u e s
t a m b i é n de n a t u r a l e z a t r a n s i t o r i a . E l t i e m p o h a c e n a c e r
n u e v a s c i r c u n s t a n c i a s e x t e r i o r e s ; l a s ideas se modifican y
con ellas l a s a c c i o n e s . L a s i n s t i t u c i o n e s h u m a n a s h a n
sido f r e c u e n t e m e n t e defendidas y s o s t e n i d a s p o r el p o d e r
p o l í t i c o ; p e r o la a y u d a q u e de él h a recibido h a c o n t r i -
b u i d o m u y poco á su p e r m a n e n c i a ; p r o n t o ó t a r d e e n efec-
t o la sociedad sufre u n a t r a n s f o r m a c i ó n c o r r e s p o n d i e n t e
á la de las c i r c u n s t a n c i a s e x t e r i o r e s . E s t a s i n s t i t u c i o n e s
q u e se le h a n i m p u e s t o dejan de e s t a r en a r m o n í a con su
n u e v o estado y si p u e d e r e t a r d a r s e algo su r u i n a , n o p o r
eso es m e n o s c i e r t a . P a r a q u e s e m e j a n t e s s i s t e m a s p u e -
d a n s u b s i s t i r es a b s o l u t a m e n t e n e c e s a r i o q u e e n c i e r r e n
e n sí m i s m o s los e l e m e n t o s de u n a t r a n s f o r m a c i ó n en su
v e r d a d e r a dirección, es decir, en l a q u e e s t á d e s t i n a d a á
s e g u i r la sociedad de q u e se t r a t a . E s t a ú l t i m a c o n d i c i ó n
es a b s o l u t a m e n t e esencial y p o r n o h a b e r l a t e n i d o e n
c u e n t a es p o r lo q u e h a n caído m u c h a s i n s t i t u c i o n e s . M u y
c o m u n m e n t e d e j a m o s á u n lado esta influencia p r e p o n d e -
r a n t e q u e r i g e l a s acciones h u m a n a s y n o s m o s t r a m o s
d i s p u e s t o s á c r e e r q u e l a s cosas de este m u n d o m a r c h a n
á m e r c e d del l i b r e a r b i t r i o del h o m b r e . H a s t a en la v i d a
i n d i v i d u a l n o s dejamos e n g a ñ a r p o r la m i s m a i l u s i ó n .
V i v i m o s o r d e n a d a m e n t e m u y c o n v e n c i d o s de q u e c a d a
u n a de n u e s t r a s acciones es el r e s u l t a d o de n u e s t r a p r o -
 — 19 —

pia i l u s i ó n ó de la de las p e r s o n a s q u e n o s r o d e a n y e s t a
ilusión n o se d e s v a n e c e h a s t a el fin de n u e s t r o s días e n
que r e c o n o c e m o s q u e n u e s t r a v i d a h a p a s a d o l u c h a n d o
c o n t r a u n a c o r r i e n t e q u e á d e s p e c h o de t o d o s n u e s t r o s
esfuerzos h a concluido p o r d e p o s i t a r n o s en la p l a y a á q u e
estábamos destinados.
H e i n d i c a d o en l a s p á g i n a s p r e c e d e n t e s l a s a n a l o g í a s
q u e e x i s t e n e n t r e la v i d a de los i n d i v i d u o s y la de l a s n a -
ciones; p e r o h a y todavía o t r a de que d e b e m o s h a b l a r .
L a s n a c i o n e s m u e r e n c o m o los i n d i v i d u o s . S u n a c i -
m i e n t o p r e s e n t a u n e l e m e n t o é t n i c o ; su m u e r t e , que es
el espectáculo m á s s o l e m n e q u e n o s sea dado c o n t e m p l a r ,
p u e d e ser r e s u l t a d o de c a u s a s i n t e r i o r e s ó de c a u s a s
e x t e r i o r e s . L o s i m p e r i o s n o son m á s q u e g r a n o s de a r e n a
en el reloj del t i e m p o y c a e n e s p o n t á n e a m e n t e en v i r t u d
de su m i s m o c r e c i m i e n t o .
A u n a n a c i ó n c o m o á u n h o m b r e n o le g u s t a v e r su ú l -
t i m o día. R e c u r r e á e x p e d i e n t e s en la e s p e r a n z a de p r o -
l o n g a r su estado a c t u a l . O l v i d a n d o q u e el c a m b i o es la
condición de la e x i s t e n c i a , c r e a leyes é i n s t i t u c i o n e s c o n
la ilusión de que s e r á n e t e r n a s . E m i n e n t e s h o m b r e s de
E s t a d o de los t i e m p o s m o d e r n o s h a n c o n v e r t i d o en p r i n -
cipio la idea de c o n s e r v a r l a s cosas, tales como son ó m á s
b i e n tales c o m o e r a n ; p e r o el r e p o s o n o es lícito á la
humanidad. P o d r á estar m o m e n t á n e a m e n t e encadenada,
p e r o s i e m p r e c o n c l u i r á p o r r o m p e r sus l i g a d u r a s y t a n t o
m á s v i o l e n t a m e n t e c u a n t o p o r m a y o r t i e m p o h a y a esta-
do a t a d a . N a d i e p u e d e d e t e n e r el c u r s o del d e s t i n o .
E l t i e m p o , p a r a las n a c i o n e s c o m o p a r a el i n d i v i d u o ,
n o t i e n e valor a b s o l u t o ; su d u r a c i ó n d e p e n d e del g r a -
do de actividad del p e n s a m i e n t o y de la facultad de s e n -
t i r . P o r la m i s m a r a z ó n que el a ñ o es e f e c t i v a m e n t e m á s
largo p a r a el n i ñ o q u e p a r a el a d u l t o , se p u e d e decir q u e
la vida de u n a n a c i ó n es m á s l a r g a q u e la de o t r a n a -
ción si se a t i e n d e á su m o d o de d e s a r r o l l o . E l o r i g e n , l a
e x i s t e n c i a y la m u e r t e de las n a c i o n e s d e p e n d e n p u e s de
las condiciones físicas, r e s u l t a d o de leyes i n m u t a b l e s . L a s
n a c i o n e s n o s o n m á s q u e f o r m a s t r a n s i t o r i a s de la h u m a -
n i d a d , y como las f o r m a s de t r a n s i c i ó n q u e n o s ofrecen
las series a n i m a l e s , es n e c e s a r i o q u e d e s a p a r e z c a n . No les
 — 20 —

p e r t e n e c e la i n m o r t a l i d a d como t a m p o c o es p e r m a n e n t e
el e m b r i ó n bajo c u a l q u i e r a de las m ú l t i p l e s f o r m a s q u e
p u e d a r e v e s t i r e n el c u r s o de su d e s a r r o l l o .
L a v i d a de u n a n a c i ó n sigue de esta m a n e r a c u r s o r e -
g u l a r r e g i d o p o r ley i n v a r i a b l e y, por c o n s i g u i e n t e , c u a n -
do q u e r e m o s c o m p a r a r diversas n a c i o n e s n o d e b e m o s de-
j a r n o s e n g a ñ a r p o r sus s i t u a c i o n e s a c t u a l e s y t r a n s i t o r i a s ;
d e b e r e m o s por el c o n t r a r i o d e s d e ñ a r l a s y aplicar solo
n u e s t r a a t e n c i ó n al c o n j u n t o de las fases de la c a r r e r a q u e
h a n recorrido.
P o r m á s que e s t é n e x p u e s t a s á d e s a s t r e s , las n a c i o n e s ,
e n efecto, p r o g r e s a n c o n t i n u a m e n t e c o m o el i n d i v i d u o ;
n u n c a v u e l v e n sobre sus p a s o s y v a n s i e m p r e a d e l a n t e
h a s t a c u a n d o t i e n d e n á d i s o l v e r s e , s e m e j a n t e s al i n d i v i -
d u o que s i e m p r e a d e l a n t a e n la i n f a n c i a , en l a v i r i l i d a d
y h a s t a e n la m i s m a vejez. T e n í a r a z ó n P a s c a l c u a n d o
a f i r m a b a que el c o n j u n t o de l a s g e n e r a c i o n e s q u e se h a n
s u c e d i d o desde q u e el h o m b r e e x i s t e , p u e d e a s i m i l a r s e á
u n solo y m i s m o h o m b r e vivo q u e e s t á a p r e n d i e n d o con-
t i n u a m e n t e . E n u n o y otro caso, el p r o g r e s o , i n e s p e r a d o
c i e r t a m e n t e a l g u n a v e z , n o se r e a l i z a , sin e m b a r g o , de u n a
m a n e r a b r u s c a . E n cada edad n a c e n a c o n t e c i m i e n t o s é
i d e a s n u e v a s , c o n s e c u e n c i a de a c o n t e c i m i e n t o s é ideas
a n t e r i o r e s , y q u e á su vez influyen sobre el p o r v e n i r m á s
r e m o t o . S e g ú n q u e estos a c o n t e c i m i e n t o s y estas ideas se
p r e s e n t e n s i m u l t á n e a m e n t e ó á i n t e r v a l o s de t i e m p o s
m u y l e j a n o s , l a vida n a c i o n a l , como la i n d i v i d u a l , m a r -
c h a con m á s ó m e n o s r a p i d e z ; r a p i d e z q u e d e p e n d e de la
e n e r g í a de la acción y de la a c t i v i d a d del p e n s a m i e n t o .
P e r o c u a l e s q u i e r a q u e s e a n e s t a e n e r g í a y esta a c t i v i d a d ,
c o m o los a c o n t e c i m i e n t o s y las ideas p r o c e d e n s i e m p r e
de a c o n t e c i m i e n t o s é ideas a n t e r i o r e s , el o b s e r v a d o r a t e n -
to p o d r á e n todo c a s o , a u n en m e d i o de las m á s violen-
t a s s a c u d i d a s i n t e l e c t u a l e s , a s e g u r a r s e de q u e existe u n a
ley á la c u a l o b e d e c e n las v a r i a c i o n e s c o n t i n u a s de l a s
opiniones h u m a n a s .
E n el e s t u d i o de la civilización e u r o p e a q u e v a m o s á
e m p r e n d e r , d e b e m o s n a t u r a l m e n t e fijarnos e n los h e -
c h o s i n t e l e c t u a l e s . L o s p r o g r e s o s del p o d e r t e r r i t o r i a l
y del p o d e r político n o n o s ofrecen s i n o datos m u c h o
 — 21 -
m e n o s i m p o r t a n t e s y que a p e n a s n o s s e r v i r á n p a r a o t r a
cosa que p a r a c o r r o b o r a r l o s - r e s u l t a d o s o b t e n i d o s . L a i n -
t e l i g e n c i a h u m a n a se m a n i f i e s t a de cinco m a n e r a s dife-
r e n t e s : e n la filosofía, e n la c i e n c i a , e n l a l i t e r a t u r a , en
la religión y e n el g o b i e r n o . N a t u r a l m e n t e d e b e m o s co-
m e n z a r e s t u d i a n d o a q u e l m i e m b r o de la familia e u r o p e a
q u e m á s h a y a a d e l a n t a d o en la v i d a i n t e l e c t u a l , y t r a -
t a n d o de d i s c e r n i r los c a r a c t e r e s esenciales de su d e s -
arrollo.
P o d e m o s e s p e r a r f u n d a d a m e n t e q u e los d e m á s m i e m -
b r o s de la familia n o s ofrezcan u n m e d i o de d e s a r r o l l o
a n á l o g o al de G r e c i a , y que E u r o p a e n t e r a , que es la re-
u n i ó n de diferentes f a m i l i a s , h a debido p r o s e g u i r , á t r a -
vés de los s i g l o s , u n a c a r r e r a c o m p l e t a m e n t e s e m e j a n t e .
N e c e s a r i a m e n t e n o c o n o c e m o s n a d a de la E u r o p a de
los t i e m p o s p r e h i s t ó r i c o s ; p e r o , á falta de h i s t o r i a , t e n e -
m o s la a y u d a de la teología y de la filología c o m p a r a d a s .
P a r t i e n d o de estos p r i m e r o s t i e m p o s , e s t u d i a r e m o s m i n u -
c i o s a m e n t e el m o v i m i e n t o filosófico que t a n t e m p r a n a -
m e n t e se produjo en G r e c i a , t r a t a r e m o s de d e t e r m i n a r
su c a r á c t e r en las épocas sucesivas y p o r e n d e j u z g a r l e
en c o n j u n t o . F e l i z m e n t e p a r a n o s o t r o s t e n e m o s p a r a e s t a
t a r e a u n a fuente de n u m e r o s a s i n f o r m a c i o n e s suficiente-
m e n t e p r e c i s a s . Q u e d a r a n o s luego p o r m o s t r a r q u e el d e s -
arrollo i n t e l e c t u a l del c o n t i n e n t e e n t e r o se h a o p e r a d o
de m a n e r a s e m e j a n t e , p o r m á s q u e n e c e s a r i a m e n t e
c o m p r e n d a u u período de t i e m p o m u c h o m á s c o n s i d e r a -
ble. Nos a p o y a r e m o s s i e m p r e y b a s a r e m o s n u e s t r a s c o n -
clusiones en los ejemplos q u e n o s ofrezcan l a s poblacio-
n e s p r i m i t i v a s de los d e m á s c o n t i n e n t e s de A s i a , África
y América.
S i e n d o de n a t u r a l e z a a n á l o g a al p r o g r e s o i n t e l e c t u a l
de G r e c i a el de E u r o p a , y siendo á su vez a q u é l s e m e -
j a n t e al de u n i n d i v i d u o , p o d e m o s , p a r a facilitar n u e s t r a s
i n v e s t i g a c i o n e s , dividirla en períodos a r b i t r a r i o s y distin-
tos p o r m á s q u e se p i e r d a n i m p e r c e p t i b l e m e n t e u n o s e n
otros. A estos períodos sucesivos a p l i c a r é l a s d e n o m i n a -
ciones s i g u i e n t e s : 1.° e d a d de c r e d u l i d a d ; 2.° e d a d de
e x a m e n ; 3.° e d a d de fe ; 4.° edad de r a z ó n y 5.° e d a d d e
decrepitud. Cada u n a de e s t a s d e n o m i n a c i o n e s s e r á el
 — 22 -
t í t u l o de los diferentes c a p í t u l o s e n q u e se d i v i d i r á m i
obra.
E s t a posibilidad de dividir el desarrollo de t o d o u n
c o n t i n e n t e en edades d i s t i n t a s y sucesivas q u e c o r r e s -
p o n d a n r e s p e c t i v a m e n t e á l a s e d a d e s de la vida i n t e l e c -
t u a l ( i n f a n c i a , adolescencia, j u v e n t u d , v i r i l i d a d y vejez);
es p a r a n o s o t r o s fuente de m u y i n s t r u c t i v a lección. E s
l a m i s m a lección q u e n o s h a n e n s e ñ a d o n u e s t r a s i n v e s -
t i g a c i o n e s r e l a t i v a s al o r i g e n , c o n s e r v a c i ó n , d i s t r i b u c i ó n ,
e x t i n c i ó n de los a n i m a l e s y de los v e g e t a l e s y al equilibrio
q u e existe e n t r e e l l o s ; la m i s m a lección q u e n o s h a n e n -
s e ñ a d o las v a r i a c i o n e s de forma y a s p e c t o del h o m b r e in-
d i v i d u a l con el c l i m a , las de su e s t a d o s o c i a l , las varia-
ciones seculares .de sus o p i n i o n e s y, en fin, el p r o g r e s o
del d o m i n i o de la r a z ó n en la sociedad. E s t a lección es
q u e el m u n d o e s t á regido p o r u n a ley i n m u t a b l e .
E s t a concepción se i m p o n e p o r sí m i s m a á la i n t e l i -
g e n c i a h u m a n a p o r su m a j e s t u o s a g r a n d e z a . L a h a c e en-
t r e v e r lo e t e r n o á t r a v é s de la confusión de los aconteci-
m i e n t o s p r e s e n t e s y de la s o m b r a q u e e n v u e l v e á los pa-
s a d o s . E l l a n o s m u e s t r a lo i m p o s i b l e m á s a l l á de la v i d a ,
de los p l a c e r e s y de los s u f r i m i e n t o s de la h u m a n i d a d ; lo
i n e x o r a b l e , m á s a l l á de n u e s t r o s d e s e o s , de n u e s t r a s n e -
c e s i d a d e s y de n u e s t r o s m a l e s . D e j a n d o al i n d i v i d u o bajo
la v i g i l a n t e m i r a d a de la P r o v i d e n c i a , n o s m u e s t r a á l a
sociedad bajo el peso de las leyes de la n a t u r a l e z a , leyes
q u e n u n c a v a r í a n , q u e n u n c a d u d a n , que n u n c a fallan.
E s t a s leyes p r i m o r d i a l e s , a u n q u e i n m u t a b l e s , u n i v e r -
sales y todopoderosas en el u n i v e r s o , n o son en m a n e r a
a l g u n a i n c o m p a t i b l e s con la l i b r e acción del h o m b r e . L a
a p a r i e n c i a q u e t o m a n l a s cosas d e p e n d e , en efecto, p o r
c o m p l e t o del p u n t o de v i s t a en q u e n o s colocamos. P e r -
didos en el t u m u l t o de p o p u l o s a c i u d a d , n o v e m o s s i n o
a c c i o n e s h u m a n a s . Y si f o r m a m o s u n a opinión f u n d a -
da sólo en n u e s t r a e x p e r i e n c i a , c i e r t a m e n t e d e d u c i r e -
m o s q u e el c u r s o de los a c o n t e c i m i e n t o s e s t á exclusiva-
m e n t e d e t e r m i n a d o p o r los c a p r i c h o s de la v o l u n t a d
h u m a n a . P e r o si n o s e l e v a m o s á suficiente a l t u r a , per-
d e m o s de v i s t a los conflictos pasajeros y d e j a m o s de
oir el r u i d o de las d i s p u t a s . E e c o n o c e m o s q u e l a i m p o r -
 - 23 —
t a n e i a de la acción i n d i v i d u a l d i s m i n u y e á m e d i d a q u e s e
e x t i e n d e el p a n o r a m a debajo de n o s o t r o s , y si p u d i é s e m o s
a l c a n z a r el v e r d a d e r o p u n t o de v i s t a filosófico, el p u n t o
de vista m á s g e n e r a l , y e m a n c i p á n d o n o s de t o d a s las inr
fluencias y de todas las t r a b a s t e r r e s t r e s , e l e v a r n o s b a s -
t a n t e p a r a a b r a z a r de u n a ojeada el m u n d o e n t e r o , la v i s t a
m á s sutil n o p o d r í a h a c e r n o s d i s t i n g u i r la m e n o r h u e -
lla del h o m b r e , de su l i b r e a r b i t r i o ó de sus o b r a s . V e -
r í a m o s á la t i e r r a p r o s e g u i r su m a r c h a i r r e s i s t i b l e y
g i r a r día y n o c h e con m a t e m á t i c a precisión ; la v e r í a m o s
con las f o r m a s conocidas de sus c o n t i n e n t e s y de sus m a -
res , n o ya o s c u r a s y d u d o s a s , sino b r i l l a n d o con la l u z
planetaria, y entonces podríamos preguntarnos qué h a
sido de t o d a s las a s p i r a c i o n e s , de t o d a s las a n s i e d a d e s , de
todos los p l a c e r e s y de todos los dolores de la vida; e n t o n -
c e s , d u d a n d o de n u e s t r a p r o p i a e x p e r i e n c i a , p o d r í a m o s
p r e g u n t a r n o s si la i n c e r t i d u m b r e h u m a n a se a g i t a real-
m e n t e allí d o n d e d o m i n a u n a g l o r i a e t e r n a , si e n este
m u n d o que se m u e v e con u n i f o r m i d a d t a n m a j e s t u o s a y
t a n p o t e n t e , se o c u l t a n r e a l m e n t e la debilidad y l a i m p o -
t e n c i a del h o m b r e . Y s i n e m b a r g o , es m u y cierto que el
libre albedrío y el d e s t i n o , la i n c e r t i d u m b r e y la fatalidad
c o e x i s t e n p o r m á s q u e se c o n t r a d i g a n y que todos ellos
e s t á n bajo la m i r a d a s i e m p r e d e s p i e r t a de la P r o v i -
d e n c i a . E l p u n t o de v i s t a es ú n i c a m e n t e el q u e lo h a c a m -
biado t o d o ; si le a c e r c a m o s , d i s c e r n i r e m o s el r e s u l t a d o
sucesivo de los t r a b a j o s h u m a n o s ; si le a l e j a m o s , realiza-
r e m o s la visión p a n o r á m i c a de la D i v i n i d a d . U n filósofo
i n d i o h a h e c h o o b s e r v a r con e x a c t i t u d que q u i e n se de-
t e n g a en la m a r g e n de u n r í o , ve c o r r e r a n t e sí sus dife-
r e n t e s p a r t e s , en t a n t o q u e q u i e n se coloca m á s a l t o , v e
la m a s a e n t e r a como i n m e n s a c i n t a de p l a t a i n m ó v i l
en medio de la c a m p i ñ a ; p a r a a q u é l el río s i m b o l i z a la
a c u m u l a c i ó n sucesiva de la e x p e r i e n c i a y de la c i e n c i a
h u m a n a : p a r a éste el c o n o c i m i e n t o i n s t a n t á n e o é i n m e -
diato de D i o s .
¿ H a y algo en el m u n d o q u e n o lleve l a m a r c a de u n a
d u r a c i ó n e f í m e r a ? E n lo q u e c o n c i e r n e á los seres a n i -
m a d o s , en la m a y o r p a r t e el t é r m i n o de su c a r r e r a es t a n
corto, que p o r decirlo a s í , los v e m o s n a c e r y m o r i r a n t e
 — 24 —
n u e s t r o s p r o p i o s ojos. Si los c o n s i d e r a m o s , n o y a c o m o
i n d i v i d u o s s i n o c o m o r a z a , la c o n c l u s i ó n v i e n e á ser l a
m i s m a , sólo q u e lo q u e allí e r a n a l g u n o s días son a q u í al-
g u n o s siglos. E s t a evidencia de lo efímero de la d u r a c i ó n
la e n c o n t r a r e m o s s i e m p r e si de la n a t u r a l e z a a n i m a d a
p a s a m o s á la i n a n i m a d a . E l m a r e s t á c o n t i n u a m e n t e re-
f o r m a n d o sus p l a y a s , y p o r r e s i s t e n t e que sea la m a s a de
las m o n t a ñ a s , se d e s g a s t a c o n t i n u a m e n t e p o r la a c c i ó n
de l a s n i e v e s y de l a s l l u v i a s ; a q u í se l e v a n t a n a d a m e -
n o s q u e u n a v a s t a r e g i ó n ; allí se d e p r i m e ; e n n i n g u n a
p a r t e n o s es dado e n c o n t r a r algo q u e n o c a m b i e .
L a s f o r m a s son t r a n s i t o r i a s : sólo la ley es e t e r n a . ¡Qué
i n m e n s a d i s t a n c i a de las f o r m a s visibles á la ley q u e l a s
r i g e ! D e lo finito, de lo p a s a j e r o , de lo c o n t i n g e n t e y d e
lo c o n d i c i o n a l p a s a m o s á lo infinito, á lo e t e r n o , á lo n e -
cesario y á lo a b s o l u t o .
D e esta ley es de l a q u e voy h a b l a r en este l i b r o . T e n -
go q u e d e t e r m i n a r la p a r t e de la ley i m p e r e c e d e r a en este
m u n d o c o m p u e s t o de formas p a s a j e r a s , y m o s t r a r c ó m o
el h o m b r e la obedece en todo el curso de s u d e s a r r o l l o
social. D e las i l u s i o n e s f a n t a s m a g ó r i c a s , en m e d i o de l a s
cuales v i v i m o s , c o n d u c i r é al l e c t o r p o r u n a r u t a q u e
q u i z á c o n s i d e r e él p e n o s a á este algo m á s t r a n q u i l o y m á s
poderoso q u e se o c u l t a d e t r á s de ellas. Yo e l e v a r é s u s
p e n s a m i e n t o s de lo t a n g i b l e á lo i n v i s i b l e , de lo finito á
lo u n i v e r s a l , de lo m u t a b l e á lo i n v a r i a b l e , de lo t r a n -
sitorio á lo e t e r n o ; yo elevaré su p e n s a m i e n t o , de las ac-
ciones m u e r t a s y frágiles que o c u p a n la v i d a del h o m b r e ,
á los actos p r e c o n c e b i d o s é irrevocables de la v o l u n t a d
divina.
 CAPÍTULO II

E u r o p a : su t o p o g r a f í a y ssn etnología-

G e o g r á f i c a m e n t e h a b l a n d o , E u r o p a es u n a P e n í n s u l a ;
bajo el p u n t o de v i s t a h i s t ó r i c o n o es m á s q u e u n a d e p e n -
d e n c i a de Asia.
S u eje de c o n s t r u c c i ó n e s t á formado p o r la e x t r e m i d a d
o c c i d e n t a l d e l a l a r g a cordillera q u e s e e x t i e n d e d e l
m a r del J a p ó n á la b a h í a de V i z c a y a , cordillera i r r e g u l a r
y m u y q u e b r a d a , u n a de c u y a s v e r t i e n t e s t e r m i n a h a c i a
el S u r en n u m e r o s a s p e n í n s u l a s , m i e n t r a s la s e g u n d a se
e x t i e n d e h a c i a el N o r t e en i n m e n s a s m e s e t a s . E l p u n t o
c u l m i n a n t e de la cordillera e s t á en el M o n t - B l a n c , q u e
a l c a n z a 4.800 m e t r o s sobre el n i v e l del m a r . L a s dos ver-
t i e n t e s n o e s t á n i g u a l m e n t e i n c l i n a d a s s o b r e el eje de la
c o r d i l l e r a ; las p e n d i e n t e s de l a v e r t i e n t e m e r i d i o n a l s o n
m u c h o m á s e s c a r p a d a s y c o r t a s que las de l a s e p t e n t r i o -
n a l . Así es c o m o A l e m a n i a y H o l a n d a n o son s i n o p r o -
l o n g a c i ó n de las i n m e n s a s l l a n u r a s de Asia, p u d i e n d o p a -
sar u n ejército d e l a s p l a y a s del O c é a n o Pacífico á l a s
del A t l á n t i c o s i n e n c o n t r a r m o n t a ñ a s c u y a a l t u r a p a s e
de a l g u n o s c e n t e n a r e s de p i e s . E s el c a m i n o q u e siguie-
r o n las h o r d a s o r i e n t a l e s c u a n t a s veces s e p r e c i p i t a r o n
sobre el O c c i d e n t e , y este h e c h o de las f r e c u e n t e s i n v a -
siones d e los a s i á t i c o s e n E u r o p a s e explica n a t u r a l -
m e n t e p o r e l diferente nivel d e a m b o s c o n t i n e n t e s ; l a
elevación m e d i a del c o n t i n e n t e a s i á t i c o sobre el n i v e l del
m a r es de 3 4 4 m e t r o s , m i e n t r a s l a del c o n t i n e n t e e u r o -
peo es de 2 0 4 t a n sólo. E l c o n t i n e n t e e u r o p e o , con s u s
i n n u m e r a b l e s m a n a n t i a l e s y c o r r i e n t e s , sin ríos q u e opon-
 — 26 —
g a n serios o b s t á c u l o s , g o z a así de u n a t e m p e r a t u r a m u y
favorable p a r a las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s , e s t a n d o , e n
efecto, c o m p r e n d i d o e n la z o n a i n t e r n a de 10°, m á s a l l á
de la cual la v i ñ a deja de crecer y de la q u e el j a b a l í n o
pasa.
C o n s t r u i d a de este m o d o , n o sólo es E u r o p a fácilmen-
t e accesible del lado de Asia (y es u n h e c h o que h a r e -
p r e s e n t a d o g r a n p a p e l e n su h i s t o r i a ) sino q u e el p a s o
de u n a de sus r e g i o n e s á o t r a c u a l q u i e r a es facilísimo
t a m b i é n ; a d e m á s l a l í n e a de sus costas es de t a l m o d o
q u e b r a d a y f o r m a t a n g r a n n ú m e r o de golfos y b a h í a s
q u e , r e l a t i v a m e n t e á su superficie, es E u r o p a , de t o d o s
los c o n t i n e n t e s , el que m a y o r desarrollo de l í m i t e s m a r í -
t i m o s p r e s e n t a ; el c o n t i n e n t e e u r o p e o t i e n e u n k i l ó m e -
t r o de costas p o r 2 5 0 k i l ó m e t r o s c u a d r a d o s de superficie;
el c o n t i n e n t e africano u n k i l ó m e t r o de costas p o r 9 9 0
k i l ó m e t r o s c u a d r a d o s de superficie.
• L a t e m p e r a t u r a m e d i a a n u a l de las r e g i o n e s de la ver-
t i e n t e m e r i d i o n a l v a r í a de 15° á 21°, p e r o va d e c r e c i e n d o
en la v e r t i e n t e s e p t e n t r i o n a l h a s t a las costas de la N u e -
va Z e m b l a , d o n d e el suelo e s t á c o n s t a n t e m e n t e h e l a d o .
E n E u r o p a c o m o en las o t r a s p a r t e s del globo, el c l i m a
n o d e p e n d e s o l a m e n t e de la l a t i t u d ; se h a l l a modificado
t a m b i é n p o r influencias e x t r a ñ a s , e n t r e l a s cuales es n e -
cesario d i s t i n g u i r m u y p r i n c i p a l m e n t e la de la g r a n co-
r r i e n t e a t l á n t i c a , el gulf-stream, y la del d e s i e r t o de Sa-
h a r a . A esta ú l t i m a se d e b e n los calores a n o r m a l e s del
M e d i o d í a de E u r o p a , y al gulf-stream el c l i m a t e m p l a d o
de I r l a n d a , I n g l a t e r r a y del O c c i d e n t e del c o n t i n e n t e . Si
n o h a y d e s i e r t o s en E u r o p a , t a m p o c o h a y los b o s q u e s i m -
p e n e t r a b l e s de los t r ó p i c o s . D e las costas o c c i d e n t a l e s de
P o r t u g a l , F r a n c i a é I r l a n d a á las r e g i o n e s del E s t e , la
h u m e d a d atmosférica va c o n s t a n t e m e n t e decreciendo
h a s t a q u e d e s a p a r e c e por c o m p l e t o en Asia en el d e s i e r t o
de G o b i . N o h a y en E u r o p a , c o m o e n Asia, i n m e n s a s su-
perficies geográficas u n i f o r m e s , y p o r c o n s i g u i e n t e n o
podemos encontrar en nuestro continente carácter tan
m a r c a d o de u n i d a d en l a s r a z a s q u e lo p u e b l a n .
E l gulf-stream y los v i e n t o s del S u d o e s t e n o s o l a m e n t e
d a n al c o n t i n e n t e e u r o p e o t e m p e r a t u r a m á s t e m p l a d a ,
 — 27 —
sino que le d a n t a m b i é n v e g e t a c i ó n m á s lujuriosa, p o r q u e
la c a n t i d a d de lluvia q u e cae es u n o de los e l e m e n t o s q u e
influyen e s p e c i a l m e n t e sobre la a c t i v i d a d de la v e g e t a c i ó n .
L a A m é r i c a del S u r debe sus b o s q u e s m a r a v i l l o s o s á la
a b u n d a n c i a de l l u v i a s , m i e n t r a s á su falta debe A u s t r a l i a
sus á r b o l e s sin s o m b r a , de hojas a g u d a s y e n c o g i d a s .
T a m b i é n por c o n s e c u e n c i a d é l a falta de h u m e d a d , el de-
sierto de G o b i , e n vez de los j a r d i n e s de F r a n c i a , n o p r e -
s e n t a m á s q u e p l a n t a s l e ñ o s a s r e c u b i e r t a s de p a r d u z c o
vello. L a influencia de las c o n d i c i o n e s físicas p r e d o m i n a
en el m u n d o v e g e t a l lo m i s m o que el m u n d o a n i m a l .
G r a c i a s á sus m o n t a ñ a s , á los v i e n t o s del S u d o e s t e y
al gulf-stream, las r e g i o n e s o c c i d e n t a l e s de E u r o p a g o z a n
de lluvias a b u n d a n t e s y de u n a t e m p e r a t u r a m e d i a m u y
f a v o r a b l e ; p e r o á m e d i d a q u e se a d e l a n t a h a c i a el E s t e ,
d i s m i n u y e el n ú m e r o de l l u v i a s , decrece la c a n t i d a d
a b s o l u t a de a g u a s llovedizas y de n i e v e , y d e s c i e n d e la
t e m p e r a t u r a m e d i a . L a a l t u r a del a g u a q u e cae, por ejem-
plo, sobre la v e r t i e n t e . o c c i d e n t a l de N o r u e g a , es a n u a l -
m e n t e de dos m e t r o s , m i e n t r a s q u e la que cae en la ver-
t i e n t e o p u e s t a n o es m á s q u e de m e d i o m e t r o . P o r la
m i s m a r a z ó n es I r l a n d a h ú m e d a y v e r d e , y e n el conda-
do de C o r n u a l l e s el l a u r e l y la camelia p u e d e n s o p o r t a r
el i n v i e r n o .
L a s seis c o m a r c a s d o n d e m á s llueve s o n : N o r u e g a ,
E s c o c i a , S u d o e s t e de I r l a n d a é I n g l a t e r r a , P o r t u g a l , N o r -
t e de E s p a ñ a y L o m b a r d í a . E s t a s seis c o m a r c a s son r e -
giones m o n t a ñ o s a s . E n g e n e r a l la c a n t i d a d de lluvia dis-
m i n u y e del E c u a d o r á los p o l o s , p e r o t a m b i é n d e p e n d e
b a s t a n t e de la elevación del suelo, cuyo efecto es c o m -
p e n s a r con v e n t a j a el de la l a t i t u d . E n toda E u r o p a l a s
condiciones m e t e o r o l ó g i c a s sufren el influjo de los A l p e s .
L a influencia de las m o n t a ñ a s n o sólo d e t e r m i n a la c a n
t i d a d a b s o l u t a de l l u v i a , s i n o t a m b i é n el n ú m e r o de
días lluviosos de c a d a a ñ o : u n a estación s e r á en efecto
lluviosa si al m i s m o t i e m p o se e n c u e n t r a a c u m u l a d a g r a n
c a n t i d a d de h u m e d a d en la a t m ó s f e r a . P o r c o n s e c u e n c i a
de esto, las e s t a c i o n e s lluviosas s e r á n m á s f r e c u e n t e s e n
las costas del O c é a n o A t l á n t i c o q u e e n el i n t e r i o r , d o n d e
el v i e n t o llega m á s seco y d e s e m b a r a z a d o de l a m a y o r
 — 28 —
p a r t e de su v a p o r acuoso, q u e se h a p r e c i p i t a d o e n l a s
m o n t a ñ a s . Así s u c e d e q u e en las costas o c c i d e n t a l e s de
I r l a n d a llueve 2 0 8 días al a ñ o , 150 p r ó x i m a m e n t e en I n -
g l a t e r r a , 90 en K a s a n y sólo 60 en Siberia.
C u a n d o la t e m p e r a t u r a atmosférica d e s c i e n d e suficien-
t e m e n t e , el a g u a se c o n d e n s a y cae en forma de n i e v e .
E n g e n e r a l . l a c a n t i d a d de n i e v e y el n ú m e r o de días en
q u e cae va c r e c i e n d o h a c i a el polo. E n B o m a h a y al a ñ o
día y m e d i o de n i e v e , 5 '/.> e n
Venecia, 12 en P a r í s y 17
en S a n P e t e r s b u r g o . T o d a s las causas que t o m a n p a r t e
e n la d i s t r i b u c i ó n del calor influyen n e c e s a r i a m e n t e e n
l a formación de la n i e v e . E n t r e e s t a s c a u s a s d e b e n con-
t a r s e el gidf-stream y la a l t i t u d local; g r a c i a s á su influen-
cia es t a n r a r a la n i e v e e n las costas de P o r t u g a l ; d e s d e
el a ñ o de 1 8 0 6 al 1 8 1 1 n o h a n e v a d o n i u n sólo día e n
L i s b o a . Todos los h e c h o s q u e v a m o s e n u m e r a n d o a t e s t i -
g u a n que las c o n d i c i o n e s físicas de E u r o p a ofrecen e n
t o d a s p a r t e s sus c o n t r a s t e s y q u e es casi infinita en ella
la v a r i e d a d de c l i m a s . D e esto p o d e m o s d e d u c i r q u e la
r a z a h u m a n a h a debido sufrir modificaciones m u y diver-
sas en E u r o p a . '
Si arrojarnos u n a m i r a d a sobre u n m a p a de l í n e a s iso-
t e r m a s m e n s u a l e s , q u e d a r e m o s s o r p r e n d i d o s á la v i s t a
de l a s s i n u o s i d a d e s t a n v a r i a d a s que d e s c r i b e n á u n o y
otro lado de la línea m e d i a , h a c i é n d o s e c o n v e x a s h a c i a
el N o r t e á la a p r o x i m a c i ó n del v e r a n o y c ó n c a v a s á la
a p r o x i m a c i ó n del i n v i e r n o . E s t o s c a m b i o s de posición se
o p e r a n con r a p i d e z v a r i a b l e y a b r a z a n espacios que e s t á n
m u y lejos de ser i n s i g n i f i c a n t e s . P o r e j e m p l o , la l í n e a
i s o t e r m a de 10°, que en el m e s de e n e r o p a s a p o r L i s b o a
y el S u r de M o r e a , se t r a s l a d a en el m e s de j u l i o á l a s
c o s t a s de L a p o n i a , m á s a l l á del m a r B l a n c o . L a s l í n e a s
i s o t e r m a s de E u r o p a y Asia, s e m e j a n t e s á las c u e r d a s vi-
b r a n t e s de a l g ú n i n s t r u m e n t o g i g a n t e s c o , oscilan r e g u -
l a r m e n t e , p e r o n e c e s i t a n u n a ñ o p a r a c o m p l e t a r u n a os-
cilación.
L a s c i r c u n s t a n c i a s físicas afectan á la r a z a h u m a n a e n
todo el u n i v e r s o : h a c e n del a u s t r a l i a n o u n salvaje, h a -
c i e n d o i n c a p a z al n e g r o de i n v e n t a r u n alfabeto ó u n a
a r i t m é t i c a , y c o n d e n á n d o l e á n o p o d e r s e elevar m á s a r r i -
 — 29 —

ba de las p r á c t i c a s de la m á s baja s u p e r s t i c i ó n ; h a c e n d é l a
leche m a n j a r delicioso p a r a el t á r t a r o y r e p u l s i v o p a r a el
indio a m e r i c a n o , y h a c e n t a m b i é n q u e i n s t i n t i v a m e n t e
sean m i n e r o s y t r a b a j a d o r e s de m e t a l e s los m i s e r a b l e s
h a b i t a n t e s de E u r o p a . S i n e m b a r g o , el h o m b r e , con l a
a y u d a de fuerzas artificiales, h a llegado á s u p e r a r los o b s -
t á c u l o s q u e le o p o n í a la t e m p e r a t u r a y á p o d e r vivir e n
todos los c l i m a s ; h a c o n s t r u i d o h a b i t a c i o n e s c a l i e n t e s
p a r a el i n v i e r n o y frescas p a r a el v e r a n o ; h a t o m a d o el
h á b i t o de c a m b i a r de vestidos s e g ú n las e s t a c i o n e s , y p o r
fin h a d e s c u b i e r t o el fuego. Sólo e s t a i n v e n c i ó n de la l u z
artificial h a b a s t a d o p a r a r e t r a s a r el t é r m i n o de su exis-
t e n c i a ; p e r m i t i é n d o l e , en efecto, u t i l i z a r las h o r a s de l a
n o c h e , le h a i m p u l s a d o á m á s activo c o m e r c i o con s u s
s e m e j a n t e s , h a e n d u l z a d o sus c o s t u m b r e s , p u l i m e n t a d o
sus m a n e r a s , e n n o b l e c i d o sus g u s t o s y, en u n a p a l a b r a ,
h a c o n t r i b u i d o q u i z á m á s que cosa n i n g u n a á civilizarle
y á d e s a r r o l l a r su i n t e l i g e n c i a . A la d i v e r s i d a d e n las cir-
c u n s t a n c i a s físicas r e s p o n d e n e c e s a r i a m e n t e la d i v e r s i d a d
e n los t i p o s n a c i o n a l e s , y allí d o n d e h a y a v a r i o s c l i m a s
existirán necesariamente varias formas h u m a n a s . Halla-
r e m o s m á s t a r d e en este h e c h o el s e c r e t o de la e n e r g í a
de la vida e u r o p e a y la clave del d e s a r r o l l o de la civiliza-
ción en n u e s t r o c o n t i n e n t e .
¿Quién n e g a r á h o y la influencia de los días lluviosos
en n u e s t r a e c o n o m í a i n d u s t r i a l y en el estado m i s m o de
n u e s t r o e s p í r i t u ? ¿Qué p o d e r n o t e n d r á n las c o n d i c i o n e s
m e t e o r o l ó g i c a s sobre los p u e b l o s b á r b a r o s , d é b i l m e n t e
p r o t e g i d o s , m a l vestidos y p e o r a b r i g a d o s ? ¿ Q u i é n n e g a -
r á que el h a b i t a n t e del M e d i o d í a e x p e r i m e n t a dificultad
c r e c i e n t e en c o n s e r v a r su e x i s t e n c i a á m e d i d a q u e a d e -
l a n t a h a c i a los r i g u r o s o s c l i m a s del N o r t e ? H a y u n a r e -
lación n a t u r a l e n t r e la t e m p e r a t u r a m e d i a de u n a c o m a r -
ca y los a l i m e n t o s q u e i n s t i n t i v a m e n t e b u s c a n sus h a b i -
t a n t e s ; el siciliano se c o n t e n t a con m a n j a r e s f a r i n á c e o s
y a l g u n a s frutas, e n t a n t o q u e el n o r u e g o n e c e s i t a p r o v i -
sión a b u n d a n t e de c a r n e , y el l a p ó n n o a c e p t a r á e s t a
carne si n o se le da c o n d i m e n t a d a con g r a s a de oso ó
aceite de b a l l e n a . E l estado m e t e o r o l ó g i c o o b r a t a m b i é n
m u y a c t i v a m e n t e sobre el estado m o r a l . L a p r o p e n s i ó n á
 — 30 —
l a e m b r i a g u e z n o es m á s q u e u n a c o n s e c u e n c i a de la la-
t i t u d . E n u n a p a l a b r a , la n a t u r a l e z a de los a l i m e n t o s , el
s i s t e m a de h a b i t a c i o n e s y el m o d o de v e s t i r e s t á n e n re-
lación con las l í n e a s i s o t e r m a s .
E n v i r t u d de r e l a c i o n e s s e m e j a n t e s , las p o b l a c i o n e s
e u r o p e a s d a n todos los a ñ o s u n paso h a c i a el estado de
c o m p l e t a h o m o g e n e i d a d . L a s i n v e n c i o n e s de las a r t e s
t i e n d e n i n c e s a n t e m e n t e á i g u a l a r en t o d a s p a r t e s l a s con-
d i c i o n e s c l i m a t é r i c a s y m e t e o r o l ó g i c a s , y esta i g u a l a c i ó n
t i e n e por efecto n o sólo n i v e l a r las c o s t u m b r e s , sino t a m -
b i é n e l i m i n a r - h a s t a las d i v e r g e n c i a s fisiológicas. E l r e -
s u l t a d o g e n e r a l de estas i n v e n c i o n e s es identificar las i n -
fluencias á q u e e s t á e x p u e s t a l a r a z a h u m a n a . E l h o m b r e
se acerca de este m o d o cada vez m á s y en t o d a s p a r t e s á
u n tipo m e d i o , y esta p r o g r e s i ó n h a c i a la c o n f o r m a c i ó n
c o m ú n , n ó t e s e b i e n , i m p l i c a n e c e s a r i a m e n t e otro p r o g r e -
so s e m e j a n t e h a c i a la c o m u n i d a d de s e n t i m i e n t o s , de cos-
t u m b r e s y de m a n e r a de p e n s a r . E n la e x t r e m i d a d de las
v e r t i e n t e s de la g r a n cordillera m e r i d i o n a l e n c o n t r a m o s
t r e s v a s t a s P e n í n s u l a s : G r e c i a , I t a l i a y E s p a ñ a . A la p r i -
m e r a c o r r e s p o n d e i n c o n t e s t a b l e m e n t e la p r i m i c i a en el
d e s a r r o l l o de la civilización e u r o p e a . No e s c u c h a n d o m á s
que á su p a t r i o t i s m o , p r e t e n d í a n los griegos p o s e e r el
c l i m a m á s favorable á la r a z a h u m a n a ; m á s a l l á de s u s
m o n t a ñ a s colocaron el a s i e n t o de las t i n i e b l a s c i m e r i a s ,
el e t e r n o i n v i e r n o , B ó r e a s , el t i r a n o s i e m p r e t i r i t a n d o .
E l h o m b r e de las edades p r i m i t i v a s c o n s i d e r a b a c o m o su
e n e m i g o m o r t a l al frío; con a y u d a de s u s c o n o c i m i e n t o s
h a sabido t r i u n f a r de los o b s t á c u l o s q u e le oponía, y a h o -
r a s o s t i e n e la l u c h a c o n t r a el calor, l u c h a t o d a v í a m á s
p e n o s a y de éxito m á s d u d o s o .
M á s a l l á de e s t a s t r e s p e n í n s u l a s e s t á el m a r M e d i t e -
r r á n e o , q u e l i m i t a p o r el Mediodía el C o n t i n e n t e en u n a
costa de 3.200 k i l ó m e t r o s p r ó x i m a m e n t e . L o s m a r e s N e -
g r o y de Azof son d e p e n d e n c i a s s u y a s , y c o m p r e n d i d o s
éstos p r e s e n t a u n a l í n e a de costas de 2 1 . 0 0 0 k i l ó m e t r o s y
u n a superficie de 2 . 5 0 0 m i r i á m e t r o s c u a d r a d o s . F o r m a
dos v e r t i e n t e s : la del E s t e y la del O e s t e . L a p r i m e r a
t i e n e c a p i t a l i n t e r é s h i s t ó r i c o , p u e s t o q u e fué la c u n a de
la civilización e u r o p e a . L a o c c i d e n t a l e s t á c o m p r e n d i d a
 — 31 —
e n t r e la P e n í n s u l a i t a l i a n a , S i c i l i a , el Cabo de B o n y el
E s t r e c h o de G i b r a l t a r . L a t e m p e r a t u r a del M e d i t e r r á n e o
es 10° m á s elevada que l a del A t l á n t i c o ; la e v a p o r a c i ó n e s ,
p u e s , m á s a c t i v a en a q u é l , y s u s a g u a s s o n , p o r consi-
g u i e n t e , m á s saladas que las del O c é a n o : son a z u l e s , y
cuando llegan á tener gran profundidad aparecen verdes.
D u r a n t e siglos i n n u m e r a b l e s el suelo de Asia h a expe-
r i m e n t a d o l e n t o m o v i m i e n t o de e l e v a c i ó n , q u e h a m o -
dificado p r o f u n d a m e n t e su topografía, así c o m o la de su
anejo E u r o p a . E l g r a n d e s i e r t o de a r e n a de Gobi e r a e n
otro t i e m p o ei l e c h o de u n m a r q u e c o m u n i c a b a con el
B á l t i c o por el Caspio. P a r a a d q u i r i r la p r u e b a de este h e -
cho b a s t a c o n s u l t a r los m a p a s , cuya p u b l i c a c i ó n n o se h a
t e r m i n a d o todavía, de las épocas silúrica y t e r c i a r i a : ellos
p r u e b a n de m a n e r a irrefutable q u e el c a m b i o de l u g a r de
E u r o p a en m u c h o s sitios h a sido m a y o r de 6 0 0 m e t r o s .
S e m e j a n t e s m o v i m i e n t o s n e c e s a r i a m e n t e h a n debido m o -
dificar p r o f u n d a m e n t e la flora y l a f a u n a de e s t a s r e g i o n e s ,
p o r q u e los efectos de u n a elevación de c i e n t o y pico de
m e t r o s e q u i v a l e n á los de u n a d i s m i n u c i ó n de u n g r a d o
en la t e m p e r a t u r a m e d i a a n u a l ó á los de u n a dislocación
h o r i z o n t a l de 96 k i l ó m e t r o s al N o r t e . T o d a v í a n o h a t e r -
m i n a d o este l e n t o m o v i m i e n t o de elevación. E n diferentes
ocasiones, desde los t i e m p o s h i s t ó r i c o s , se h a r e v e l a d o en
E u r o p a p o r las t e r r i b l e s i n v a s i o n e s de l a s h o r d a s n ó m a d a s
de A s i a , forzadas á a b a n d o n a r l a s c o m a r c a s t r a s t o r n a d a s
p o r estos a l z a m i e n t o s q u e c o n v i r t i e r o n e n á r i d o el s u e l o
antes fecundo. L o s testimonios históricos dan como cierto
q u e v a r i o s ríos de Asia, e n t r e ellos el O x u s y el Y a x a r t e s ,
q u e d a r o n en seco d u r a n t e m u c h o s a ñ o s . E s n a t u r a l v e r
en los h e c h o s de este g é n e r o las causas de las m u c h a s i n -
v a s i o n e s que h a r e g i s t r a d o la h i s t o r i a en l u g a r de a t r i -
b u i r l a s , c o m o se a c o s t u m b r a o r d i n a r i a m e n t e , á l a a m b i -
ción de a l g u n o s jefes belicosos ó al a u m e n t o excesivo de
p o b l a c i ó n . S i n d u d a estas r e g i o n e s del Asia C e n t r a l , t a n
favorables al desarrollo de la r a z a h u m a n a , e s t a b a n p a r t i -
c u l a r m e n t e e x p u e s t a s á los peligros del a u m e n t o exce-
sivo de la p o b l a c i ó n ; sin d u d a t a m b i é n h a n p o d i d o ser
p u e s t a s en m o v i m i e n t o p o r jefes e m p r e n d e d o r e s , p e r o el
h i s t o r i a d o r m o d e r n o n o p u e d e p r e s c i n d i r de las leyes b i e n
 — 32 —

e s t a b l e c i d a s q u e r e g u l a n el i n c r e m e n t o de la p o b l a c i ó n ,
n i olvidar que t o d o u n s i s t e m a de p r u e b a s científicas h a
h e c h o u n a x i o m a de la m o v i l i d a d de la c o r t e z a t e r r e s t r e
q u e se l e v a n t a en u n p u n t o y se h u n d e en o t r o . L a s g r a n -
des i n v a s i o n e s de E u r o p a p o r las h o r d a s a s i á t i c a s se h a n
r e a l i z a d o t a n b r u s c a m e n t e y con violencia t a l , que n o
p u e d e n a t r i b u i r s e á l a p r e s i ó n l e n t a y c o n t i n u a del i n c r e -
m e n t o de la población; h a n t o m a d o t a m b i é n p r o p o r c i o n e s
q u e m e r a s a m b i c i o n e s belicosas n o p u e d e n justificar. N o
o t r a cosa q u e la i r r e s i s t i b l e n e c e s i d a d de h u i r de las ca-
l a m i d a d e s i n e v i t a b l e s de u n t r a s t o r n o físico h a podido
a r r o j a r de su suelo n a t a l á t r i b u s e n t e r a s , q u e a r r a s t r a b a n
consigo e n su m a r c h a d e s e s p e r a d a á los viejos, á los n i ñ o s ,
á los c a r r o s y á los r e b a ñ o s . L a vínica vía a b i e r t a á e s t a s
h o r d a s seguía u n p a r a l e l o de l a t i t u d y n o u n m e r i d i a n o , y,
p o r c o n s i g u i e n t e , s e g ú n lo q u e h e m o s visto en el c a p í t u l o
p r e c e d e n t e , h a n debido m u d a r s e y a v a n z a r con m á s faci-
l i d a d en esta dirección q u e si h u b i e r a n seguido o t r a cual-
q u i e r a . L a s r e v o l u c i o n e s geológicas h a n r e p r e s e n t a d o i m -
p o r t a n t e papel en la h i s t o r i a de la h u m a n i d a d , lo m i s m o
en Asia que en E u r o p a . N o h a n dejado del g r a n m a r in-
t e r i o r del c o n t i n e n t e a s i á t i c o m á s q u e el C a s p i o , q u e se
h a e n c o n t r a d o aislado del B á l t i c o . C i e r t a m e n t e t a m b i é n
s o n las q u e e n E u r o p a h a n s u g e r i d o la t r a d i c i ó n de u n
diluvio a n t e r i o r , t r a d i c i ó n q u e se e n c u e n t r a en el o r i g e n
de la h i s t o r i a g r i e g a . Q u i z á t a m b i é n u n a de esas revolu-
c i o n e s abrió el Bosforo de T r a c i a . E n épocas m e n o s ale-
j a d a s e n c o n t r a m o s á cada p a s o los r e s u l t a d o s de g r a n -
des a c o n t e c i m i e n t o s geológicos: el c o m e r c i o p o r m e d i o de
c a r a v a n a s h a cesado en el Asia M e n o r p o r c o n s e c u e n c i a
de los c a m b i o s de n i v e l del suelo y de la a c u m u l a c i ó n de
las a r e n a s llevadas del desierto p o r los v i e n t o s ; la m a r c h a
de los cinabrios h a c i a I t a l i a n o h a t e n i d o o t r a c a u s a q u e
l a i n u n d a c i ó n de s u s t i e r r a s p o r las a g u a s del m a r . N o
h a y u n a c o m a r c a e n E u r o p a q u e n o h a y a ofrecido h e c h o s
s e m e j a n t e s : l a s bocas del B h i n n o son lo q u e e r a n e n
t i e m p o de los r o m a n o s ; el c o n t i n e n t e de I n g l a t e r r a h a
sido a r r a n c a d o e n n o pocas m i l l a s de e x t e n s i ó n . L a lí-
n e a de costas del M e d i t e r r á n e o se h a t r a n s f o r m a d o p o r
c o m p l e t o : las ciudades q u e en otro t i e m p o e s t a b a n e n la
 — 33 —
orilla e s t á n a h o r a b a s t a n t e t i e r r a a d e n t r o ; o t r a s c i u d a d e s
h a n sido c u b i e r t a s por el m a r ; islas c o m o la de R o d a s h a n
surgido del s e n o de las a g u a s ; el N o r t e del A d r i á t i c o , e n
otro t i e m p o golfo fecundo, n o p r e s e n t a h o y m á s q u e bajos
fondos; p o r o t r a p a r t e , t o r r e s y t e m p l o s i n c l i n a d o s a t e s t i -
g u a n q u e el suelo se h a d e p r i m i d o . E n la e x t r e m i d a d o p u e s -
t a de E u r o p a , e n E s c a n d i n a v i a , la r e g i ó n del N o r t e se h a
elevado g r a d u a l m e n t e p o r c i m a del n i v e l del m a r ; esta e l e -
vación, q u e es p r ó x i m a m e n t e de c u a t r o pies p o r siglo, a u -
m e n t a á m e d i d a q u e se m a r c h a h a c i a el N o r t e y se e x t i e n d e
á u n a superficie de v a r i o s c e n t e n a r e s de k i l ó m e t r o s cuadra-
dos; la p a r t e S u r , en c a m b i o , e x p e r i m e n t a l e n t a d e p r e s i ó n .
E s t a s dislocaciones del suelo n o son m á s q u e la c o n t i -
n u a c i ó n del m o v i m i e n t o que se p r o d u c e de i n n u m e r a b l e s
siglos á esta p a r t e . D e s d e la época t e r c i a r i a dos t e r c i o s
de E u r o p a se h a n l e v a n t a d o p o r c i m a de los m a r e s : l a s
costas de N o r u e g a se h a n alzado 2 0 0 m e t r o s , los Alpes
300 y 4 0 0 los A p e n i n o s . L a n a t u r a l e z a de los i n t e r e s e s y
de las o c u p a c i o n e s del h o m b r e e s t á l i g a d a í n t i m a m e n t e
al c a r á c t e r del suelo que h a b i t a , y es i m p o s i b l e q u e t a n
g r a n d e s c a m b i o s se h a y a n r e a l i z a d o sin e n g e n d r a r c o n s e -
cuencias políticas de a n á l o g a i m p o r t a n c i a .
D e s d e los t i e m p o s p r i m i t i v o s se e n c u e n t r a n en E u r o p a
dos e l e m e n t o s d i s t i n t o s de p o b l a c i ó n : u n a colonia i n d o - '
g e r m á n i c a vino del E s t e y r e c h a z ó á.los p o s e e d o r e s del
suelo, á u n o s h a c i a el N o r t e y á o t r o s h a c i a el S u d e s t e .
E s t a s poblaciones primitivas acusan por sus caracteres
fisiológicos e s t r e c h o p a r e n t e s c o con la r a z a m o n g ó l i c a .
Ciertos h e c h o s de c o n s i d e r a b l e i m p o r t a n c i a h a s t a p e r m i -
t e n a d m i t i r que i g u a l m e n t e s a l i e r o n de Asia y q u e h a b í a n
desalojado las p o b l a c i o n e s a u t ó c t o n a s de E u r o p a . P e r o
dejando esto a p a r t e , t o m e m o s c o m o p u n t o de p a r t i d a l a s
p o b l a c i o n e s q u e h a l l a m o s e s t a b l e c i d a s en el c e n t r o y e n
el N o r t e de E u r o p a , p o b l a c i o n e s de b á r b a r o s q u e c r e í a n
en la h e c h i c e r í a , y c u y a e x i s t e n c i a se h i z o m u y difícil á
causa de los r i g o r e s del c l i m a . H a c i a el M e d i o d í a el m e d i o
a m b i e n t e m á s c o n v e n i e n t e favoreció el n a c i m i e n t o de u n a
c i v i l i z a c i ó n : las g r o s e r a s c o n s t r u c c i o n e s ciclópeas c o m o
las r u i n a s de O r c o m e n e s , la P u e r t a de los L e o n e s de M i -
c e n a s y el s u b t e r r á n e o del lago Copaix, n o s o n q u i z á m á s

Historia del desarrollo intelectual de Europa,—TOMO I. 3

 - 34 -
q u e sus r e l i q u i a s . ¿ E n q u é época i n v a d i ó á E u r o p a e s t a
c o l o n i a i n d o - g e r m á n i c a ? E s t o es lo q u e n o p o d e m o s decir.
L a filología, ú n i c a q u e n o s p u e d e a u x i l i a r en e s t a t a r e a ,
n o s i n d u c e á creer que los c o n q u i s t a d o r e s n o h a b í a n al-
c a n z a d o m á s q u e u n estado de civilización i n c i p i e n t e .
C o n o c í a n el e m p l e o de los a n i m a l e s d o m é s t i c o s , los c a r r o s
y el y u g o , conocían t a m b i é n e m b a r c a c i o n e s p r o v i s t a s de
t i m o n e s y de r e m o s , p e r o les era t o t a l m e n t e d e s c o n o c i d o
el u s o de l a s velas: se h a c o m p r o b a d o , en efecto, q u e l a s
p a l a b r a s que significan barco, timón y remo son c o m u n e s
á t o d a s l a s l e n g u a s h a b l a d a s p o r las d i f e r e n t e s familias
de la r a z a p r i m i t i v a , m i e n t r a s q u e las p a l a b r a s q u e de-
s i g n a n el mástil ó la vela difieren en las l e n g u a s de dos
familias v e c i n a s .
E n la m a y o r p a r t e de las l e n g u a s i n d o - e u r o p e a s las p a -
l a b r a s q u e d e s i g n a n los d i v e r s o s m i e m b r o s de la familia,
padre, madre, hermano, hija, hermana, son i d é n t i c a s , y
lo m i s m o p u e d e o b s e r v a r s e r e s p e c t o de g r a n n ú m e r o de
t é r m i n o s t o m a d o s e n t r e los m á s u s u a l e s , t a l e s c o m o l o s
que significan casa, puerta, ciudad, camino. Se h a o b s e r -
vado t a m b i é n que en todo lo r e f e r e n t e á los t r a b a j o s de
l a p a z s o n los t é r m i n o s c o m u n e s á los diferentes d i a l e c t o s ,
y q u e , por el c o n t r a r i o , los t é r m i n o s de g u e r r a y de c a z a
son especiales en cada l e n g u a . T o d o s estos h e c h o s p r u e -
b a n q u e la v i d a n ó m a d a y p a s t o r i l e r a la de esos i n v a s o r e s
v e n i d o s de Asia; los vocablos q u e r e q u i e r e este g é n e r o de
vida se h a n difundido e f e c t i v a m e n t e á l a r g a s d i s t a n c i a s
y en t o d a s direcciones: t a l e s son los que significan labrar,
moler, tejer, cocer, cocer al horno, coser, hilar; t a l e s son
t a m b i é n las p a l a b r a s q u e d e s i g n a n el t r i g o , l a c a r n e , los
a l i m e n t o s , los v e s t i d o s ; t a l e s t a m b i é n los n o m b r e s de los
a n i m a l e s c o m u n e s al Asia y á E u r o p a , el oso y el lobo, y,
e n fin, los t é r m i n o s r e l a t i v o s á la o r g a n i z a c i ó n social,
c o m o déspota, rey, reina. L o s n i í m e r o s de 1 al 100 son
c o m u n e s al s á n s c r i t o , al g r i e g o , al l a t í n , al l i t u a n i o y al
gótico; p e r o n o o c u r r e lo m i s m o con el n ú m e r o 1.000, de
lo q u e h a deducido la filología c o m p a r a d a que en el m o -
m e n t o de la e m i g r a c i ó n el s i s t e m a d e c i m a l h a b í a ya n a -
cido, q u i z á de la c o s t u m b r e de c o n t a r por los dedos, p e r o
q u e e s t a b a t o d a v í a m u y d i s t a n t e de la perfección. E l m a r
 — 35 -
e r a t o t a l m e n t e desconocido de los h a b i t a n t e s del Asia
C e n t r a l : así, d e s p u é s de h a b e r s e dispersado al N o r t e y al
S u r , le d i e r o n n o m b r e s d i f e r e n t e s . C o n o c í a n , sin e m b a r g o ,
la s a l , c o m o se h a c o m p r o b a d o i n d a g a n d o la e t i m o l o g í a
de la p a l a b r a . N o es sólo el e x a m e n de los vocablos de l a s
diversas l e n g u a s i n d o - e u r o p e a s , s i n o t a m b i é n el e s t u d i o
de sus g r a m á t i c a s , lo q u e n o s i n d u c e á s u p o n e r l a s de co-
m ú n origen. M a x Míiller, e n efecto, h a p r o b a d o que en
s á n s c r i t o , z e n d , l i t u a n i o , eslavo y gótico, así c o m o en la-
t í n , las diferentes f o r m a s del v e r b o ser n o s o n sino v a r i e -
dades de u n m i s m o tipo p r i m i t i v o ; h a m o s t r a d o i g u a l m e n -
te «que e n t r e la l e n g u a de los V e d a s y la q u e h a b l a n h o y
los r e c l u t a s l i t u a n i o s en B e r l í n , la a n a l o g í a es m u c h o
m a y o r que la q u e existe e n t r e el francés y el i t a l i a n o , y
q u e las formas g r a m a t i c a l e s e s t a b a n d e f i n i t i v a m e n t e cons-
t i t u i d a s y establecidas a n t e s de la p r i m e r a d i s p e r s i ó n de
la familia arya.»
P r e c i s o e s , n o o b s t a n t e , g u a r d a r s e de a p u r a r d e m a -
siado estas i n d u c c i o n e s sacadas del e x a m e n del voca-
b u l a r i o y de la g r a m á t i c a de u n a l e n g u a ; el e s t a d o de
civilización de los i n d o - g e r m a n o s , r e v e l a d o p o r este exa-
m e n , debía n e c e s a r i a m e n t e ser m u y inferior al del c e n t r o
de d o n d e h a b í a s a l i d o ; así sucede c u a n t a s veces se p r o -
duce u n m o v i m i e n t o de e m i g r a c i ó n , p o r q u e n o es la p a r t e
i l u s t r a d a y civilizada de la c o m u n i d a d la q u e e m i g r a vo-
l u n t a r i a m e n t e , sino la p a r t e en q u e p r e d o m i n a el c a r á c t e r
físico y a n i m a l ; u n t r o n c o perfecto p u e d e m u y b i e n p r o -
ducir u n a r a m a t o d a v í a g r o s e r a . E l m o v i m i e n t o q u e a q u í
consideramos, corresponde necesariamente á remotísi-
m a época ; p e r o n o t a n r e m o t a c o m o p a r e c í a i n d i c a r l o
el estado de civilización de los i n v a s o r e s * E n A s i a , el p r o -
greso social h a tenido s i e m p r e l e n t í s i m a m a r c h a , y ape-
n a s e n c o n t r a m o s la r a z a a r y a , y a en el d o m i n i o de la h i s -
t o r i a , ya en el de la filología, la e n c o n t r a m o s t r a t a n d o
ya de las c u e s t i o n e s filosóficas y teológicas del o r d e n m á s
elevado, y resolviendo s a t i s f a c t o r i a m e n t e c i e r t o s p r o b l e -
m a s que sólo i n t e l i g e n c i a s m u y c u l t a s p o d í a n f o r m u l a r .
E l desarrollo de la civilización i n d i a d e b í a , p u e s , c o m -
p r e n d e r ya c o n s i d e r a b l e espacio de t i e m p o .
L o que sobre t o d c n o s i n t e r e s a es la n a t u r a l e z a de l a s
 — 36 —

r e l a c i o n e s q u e n e c e s a r i a m e n t e h u b i e r o n de e x i s t i r e n t r e
los c o n q u i s t a d o r e s y los h a b i t a n t e s p r i m i t i v o s que desalo-
j a r o n , y t a m b i é n el m o d o con que se realizó la fusión de
ideas de u n o s y o t r o s desde q u e la s a n g r e de a m b a s r a z a s
se m e z c l ó . A c o n s e c u e n c i a de s e m e j a n t e fusión h a l l a m o s
e n t r e los p r i m e r o s h a b i t a n t e s de G r e c i a la h e c h i c e r í a de
los celtas u n i d a al p o l i t e í s m o de los i n d i o s , y n o h a y d u d a
a l g u n a de q u e la m a y o r p a r t e de las c o n c e p c i o n e s filosó-
ficas q u e c a r a c t e r i z a n la teología p r i m i t i v a de E u r o p a ,
h a n sido i m p o r t a d a s de Asia.
E n el o r i g e n de los t i e m p o s h i s t ó r i c o s , h a b í a s e y a pro-
ducido cierto estado de equilibrio ó r e p o s o , t a n t o bajo el
a s p e c t o social c o m o bajo el fisiológico, q u e h a b í a su-
cedido al d e s o r d e n é i n s t a b i l i d a d q u e l a r g o t i e m p o des-
p u é s del e s t a b l e c i m i e n t o de los asiáticos h a b í a n debido rei-
n a r . Se n e c e s i t a , en efecto, m u c h o t i e m p o p a r a que la
n a c i ó n c o n q u i s t a d o r a y la n a c i ó n c o n q u i s t a d a h a y a n
p e r d i d o t o d o r e c u e r d o do sus l u c h a s , y h a y a n llegado á
vivir m e z c l a d a s u n a á Otra s i n d i s t u r b i o s , y sin r e t r o c e s o
posible á su a n t i g u a e n e m i s t a d : m u c h o m á s t i e m p o t o d a -
vía a n t e s de q u e u n a r a z a i n v a s o r a h a y a p o d i d o p o n e r s e
en a r m o n í a con el c l i m a de las n u e v a s r e g i o n e s q u e ocu-
p a . L a e c o n o m í a h u m a n a n o se modifica sino m u y l e n t a -
m e n t e , y hánse consumido innumerables generaciones
a n t e s de q u e la piel h a y a t o m a d o su color definitivo y el
esqueleto la e s t r u c t u r a definitiva q u e las n u e v a s condi-
ciones físicas le a s i g n a n . E n l a época en que c o m i é n z a l a
h i s t o r i a de E u r o p a , estos c a m b i o s h a b í a n ya t e n i d o t i e m -
po de p r o d u c i r s e , e s t a n d o o c u p a d a ya su superficie p o r
poblaciones perfectamente conformadas para las condi-
ciones m e t e o r o l ó g i c a s y geográficas c i r c u n d a n t e s ; había-
se o b t e n i d o ya u n estado de equilibrio é t n i c o . A lo l a r g o
de c a d a l í n e a i s o t e r m a se e n c o n t r a b a n r a z a s h u m a n a s , de-
r i v a d a s cada cual en diferente s e n t i d o del tipo p r i m i t i v o
y t e n i e n d o c a d a u n a u n g é n e r o de vida c o n f o r m e con las
c o n d i c i o n e s del m e d i o a m b i e n t e q u e la r o d e a b a ; r a z a s
d e s t i n a d a s á verse d i s p e r s a d a s , a l g u n a s h a s t a á e x t i n g u i r -
se á c o n s e c u e n c i a del n a c i m i e n t o ó de la c r e a c i ó n artifi-
cial de n u e v a s c o n d i c i o n e s físicas i n c o m p a t i b l e s con l a
c o n t i n u a c i ó n de su e x i s t e n c i a .
 - 37 -
Y a e n E u r o p a se p r e p a r a b a la r e p e t i c i ó n de los a c o n -
t e c i m i e n t o s de q u e en época i n m e m o r i a l h a b í a sido Asia
t e a t r o . Y a se m o s t r a b a la civilización a n t e las n a c i o n e s
establecidas á orillas del M e d i t e r r á n e o , q u e g o z a b a n de
m á s dulce y favorable c l i m a ; l a l í n e a i s o t e r m a de e s t a r e -
gión es en e n e r o de 5 g r a d o s y en j u l i o de 2 3 g r a d o s cen-
tígrados. L a a g r i c u l t u r a se p e r f e c c i o n a b a , la a c t i v i d a d
c o m e r c i a l c r e c í a , y c o m o c o n s e c u e n c i a n e c e s a r i a , el a r t e
c o m e n z a b a á n a c e r y la r i q u e z a á a c u m u l a r s e . L a s p e n í n -
sulas del S u r de E u r o p a e r a n y a t e n t a d o r a p r e s a p a r a los
jefes belicosos de las n a c i o n e s del c e n t r o . L o m i s m o h a -
bía o c u r r i d o en Asia.
E u r o p a salía así de la b a r b a r i e , h a b i e n d o p e r d i d o todo
r e c u e r d o de l a s r e l a c i o n e s q u e a n t i g u a m e n t e h a b í a t e n i d o
con la I n d i a , y de las q u e , sólo p o r el e s t u d i o de l a s pa-
labras y de la g r a m á t i c a de sus diversos dialectos, h e m o s
podido e n c o n t r a r a l g o . A la c r e e n c i a en la h e c h i c e r í a , q u e
le e r a p r o p i a , h a b í a m e z c l a d o el c u l t o de los a s t r o s , v e -
nido de O r i e n t e y c u y a s l e y e n d a s n o t e n í a n y a p a r a ella
su v e r d a d e r a significación. L a s ficciones de que en u n
principio e r a n objeto los c u e r p o s celestes, n o h a b í a n t a r -
dado en h a c e r s e p e r s o n a l e s , h a b i é n d o s e aplicado en segui-
da á los h é r o e s y á los dioses. D o n d e q u i e r a , en efecto,
cree el h o m b r e , b á r b a r o t o d a v í a , en la h e c h i c e r í a , e n la
m a g i a y en los e n c a n t a m i e n t o s , el n e g r o q u e vive bajo la
línea equinoccial lo m i s m o q u e el l a p ó n e n a n o del círculo
á r t i c o ; d o q u i e r a se ve fascinado p o r lo i n c o m p r e n s i b l e .
P a r a él todo r u i d o s ú b i t o , t o d o m o v i m i e n t o r e p e n t i n o ,
tiene su c a u s a en u n ser i n v i s i b l e ; el s u e ñ o y las pesadi-
llas, que o c u p a n u n tercio de su e x i s t e n c i a , le dejan con-
vencido de la e x i s t e n c i a de u n ser s o b r e n a t u r a l , y ese
m u n d o s o b r e n a t u r a l p a r e c e esforzarse e n alejarle c a d a vez
m á s ; á cada c a v e r n a c o r r e s p o n d e u n g e n i o , á cada río y
á cada m o n t a ñ a u n dios.
L a teología c o m p a r a d a p r u e b a q u e s i e m p r e el h o m b r e ,
desde q u e h a a b i e r t o su e s p í r i t u á l a i d e a d é l a e x i s t e n c i a
de seres i n v i s i b l e s , s i e n t e la n e c e s i d a d de a s i g n a r l e s p o r
residencia l u g a r e s d e t e r m i n a d o s . T o d a s l a s n a c i o n e s les
h a n colocado fuera de la t i e r r a y en c a d a m i t o l o g í a e n -
c o n t r a m o s u n p a r a í s o y u n infierno.
 — 38 —
L o s griegos a d m i t í a n u n á n i m e s q u e los cielos e s t a b a n
del o t r o lado de l a a z u l a d a b ó v e d a ; r e s p e c t o del i n f i e r n o ,
l a s o p i n i o n e s e s t a b a n divididas. U n o s p e n s a b a n q u e el in-
fierno era u n a b i s m o profundo, a b i e r t o en el i n t e r i o r de
la t i e r r a , y al q u e se t e n í a acceso p o r diversos p a r a j e s ,
t a l e s como el de la c a v e r n a A q u e r u s i a en B i t i n i a . O t r o s ,
m i r a n d o con A n a x í m e n e s la t i e r r a c o m o i n m e n s a hoja,
flotante en el a i r e , s o s t e n í a n la d o c t r i n a q u e dividía l a
t i e r r a en dos r e g i o n e s : á la i z q u i e r d a el T á r t a r o , la r e g i ó n
de las t i n i e b l a s , y á la d e r e c h a los C a m p o s E l í s e o s , l a
r e g i ó n de la A u r o r a , e s t a n d o p o r lo d e m á s todas las p a r -
t e s del infierno á igual d i s t a n c i a de la superficie s u p e r i o r
de la t i e r r a . L a o p i n i ó n de estos ú l t i m o s se a c e r c a b a m á s
á l a c o n c e p c i ó n p r i m i t i v a que i n d u d a b l e m e n t e c o l o c a b a
el infierno en la p a r t e inferior de la t i e r r a , p r i v a d a de
l u z . L a e n t r a d a del infierno e s t a b a al O c c i d e n t e , d o n d e
el sol y los a s t r o s se p o n e n ; p e r o a c á y a c u l l á a l g u n o s pa-
sadizos p o d í a n c o n d u c i r de u n a c a r a de la t i e r r a á o t r a ;
t a l e s e r a n los q u e h a b í a n t o m a d o H é r c u l e s y U l i s e s . Al
O r i e n t e , se h a c í a la a s c e n s i ó n h a c i a los C a m p o s E l í s e o s ;
el c r e p ú s c u l o de la m a ñ a n a era sólo u n reflejo de la l u z
con q u e r e s p l a n d e c í a n .
S e m e j a n t e i n t e r p r e t a c i ó n de la n a t u r a l e z a h a c e de l a
t i e r r a el c e n t r o del m u n d o , y del h o m b r e u n ser p r e e m i -
n e n t e p a r a cuyo p l a c e r e s t á o r d e n a d a t o d a la c r e a c i ó n ;
e s t e ú l t i m o , a u n c u a n d o h a llegado á u n a fase m u y a v a n -
z a d a de su d e s a r r o l l o i n t e l e c t u a l , n o p u e d e n u n c a s i n t r a -
bajo d e s h a c e r s e de la o p i n i ó n de que t o d a s las cosas d e
la n a t u r a l e z a n o t i e n e n en c o m p a r a c i ó n suya, sino s e c u n -
dario v a l o r .
E l s a l v a j e , que cree todavía en la h e c h i c e r í a , vive e n
c o n t i n u o s t e r r o r e s ; t o d a la n a t u r a l e z a le p a r e c e h o s t i l ;
l a s t i n i e b l a s le p a r e c e n o c u l t a r h o r r i b l e s e s p e c t r o s y
t e m e á cada i n s t a n t e q u e u n ser m a l h e c h o r surja de u n a
p i e d r a ó de u n follaje. ¡ Q u é d i s t a n c i a de esta v i d a de i n -
c e s a n t e s t e r r o r e s á esa o t r a fase de la e x i s t e n c i a , en q u e
el h o m b r e e s t á p e r s u a d i d o de que el u n i v e r s o e n t e r o sólo
existe p a r a él! S i n e m b a r g o , ¡ h e c h o s o r p r e n d e n t e ! u n solo
p a s o le h a c e f r a n q u e a r e s t a i n m e n s a d i s t a n c i a .
D u r a n t e l a i n f a n c i a de la r a z a h u m a n a , el h o m b r e j u z -
 - 39 —

ga de las cosas p o r sus a p a r i e n c i a s e x t e r i o r e s y a c e p t a los

f e n ó m e n o s t a l e s c o m o se p r e s e n t a n , s i n q u e su r a z ó n i n -
t e r v e n g a ; así en esta edad las c o n c e p c i o n e s geográficas y
a s t r o n ó m i c a s son las m i s m a s en el u n i v e r s o e n t e r o . E s t a
u n i f o r m i d a d n o es o t r a cosa q u e la c o n s e c u e n c i a de i g u a l
u n i f o r m i d a d en el m o d o de p r o c e d e r de la o r g a n i z a c i ó n
humana.
E s t a s c o n c l u s i o n e s , i d é n t i c a s en t o d a s p a r t e s , p e r t e n e -
c e n , s i n e m b a r g o , e x c l u s i v a m e n t e á la infancia de la h u -
m a n i d a d ; el r a c i o c i n i o a c a b a p o r i n t e r v e n i r y e n g e n d r a r
diversos m o d o s de i n t e r p r e t a c i ó n . Así n a c e n la geografía,
la a s t r o n o m í a y la teología c o m p a r a d a s , i d é n t i c a s al p r i n -
cipio en t o d a s p a r t e s , r e v e l a n d o en s e g u i d a d i v e r g e n c i a s ,
p e r o d e s t i n a d a s á t e r m i n a r c o m o e m p e z a r o n , p o r la i d e n -
tidad.
E s t a t e n d e n c i a a l a p e r s o n i f i c a c i ó n , c a r a c t e r í s t i c a de
la p r i m e r a edad h u m a n a , h a p r o d u c i d o l a m a y o r p a r t e de
l a s c o n c e p c i o n e s m i t o l ó g i c a s ; así n a c i e r o n las h o r a s , l a
a u r o r a y la n o c h e con su n e g r o m a n t o , s e m b r a d o de e s -
t r e l l a s . L a m i t o l o g í a t o m ó sus m á s h e r m o s a s ficciones de
la a s t r o n o m í a y de la n a t u r a l e z a ; de l a s n u b e s h i z o seres
a n i m a d o s , d a n d o a l m a s á la t e m p e s t a d , al rocío y al v i e n -
t o ; el sol q u e se p o n e e n m e d i o de las n u b e s a b r a s a d a s se
c o n v i r t i ó en H é r c u l e s sobre su p i r a : la a u r o r a q u e se d e s -
v a n e c e d e l a n t e del sol de o r i e n t e , fué personificada e n la
h i s t o r i a de Orfeo y de E u r í d i c e . E s t a s l e y e n d a s s u b s i s t e n
todavía e n la I n d i a .
N o debe c r e e r s e , sin e m b a r g o , q u e t o d a la m i t o l o g í a
griega p u e d a i n t e r p r e t a r s e de este m o d o ; h a r t o h a r e m o s
s i , por el e x a m e n de las c i r c u n s t a n c i a s en m e d i o de l a s
cuales h a b í a n vivido d u r a n t e siglos las n a c i o n e s e u r o p e a s
l l e g a m o s á c o m p r e n d e r q u e h a b í a n olvidado m u c h a s t r a -
diciones que h a b í a n r e c i b i d o p r i m i t i v a m e n t e de Asia. L a
m a y o r p a r t e de l a s n u e v a s c o n c e p c i o n e s q u e a d o r n a n l a
t e o g o n i a g r i e g a , h a b í a n n a c i d o e s p o n t á n e a m e n t e , y si
g r a n p a r t e de sus l e y e n d a s h a b í a n sido t o m a d a s de o t r a s
r e g i o n e s , m á s n u m e r o s a s e r a n t o d a v í a las que se h a b í a n
perfeccionado s u c e s i v a m e n t e en el suelo m i s m o de G r e -
cia. L a p r i m e r a t r a d i c i ó n q u e sirve de b a s e á esta teogo-
n i a es la del caos p r i m i t i v o , r e i n o d e s o r d e n a d o de p o -
 — 40 —
teneias gigantescas, incomprensibles, que viene m á s tar-
de á r e d u c i r á la s u m i s i ó n divino a g e n t e q u e r e s t a b l e c e
el o r d e n en el i m p e r i o q u e a c a b a de c o n q u i s t a r . A este
t e m a g e n e r a l se a ñ a d i e r o n m u l t i t u d de c o n c e s i o n e s acce-
s o r i a s , a s t r o n ó m i c a s u n a s , m o r a l e s o t r a s , y sin d u d a t a m -
b i é n t r a d i c i o n e s h i s t ó r i c a s . L o s d e s ó r d e n e s del caos se m a -
nifiestan p o r la g u e r r a de los T i t a n e s ; su fin e s t á m a r c a d o
p o r el e n c a r c e l a m i e n t o de esos g i g a n t e s e n el T á r t a r o .
C u a n d o h a n sido d e f i n i t i v a m e n t e d o m i n a d o s , el o r d e n
c o m i e n z a á n a c e r , y A t l a s , hijo de J a p e t o , r e c i b e la m i -
sión de s o s t e n e r la bóveda de los cielos en el O c c i d e n t e .
E l g o b i e r n o de los i m p e r i o s e s t á r e p r e s e n t a d o p o r el
r e p a r t o del u n i v e r s o e n t r e J ú p i t e r y s u s h e r m a n o s : á J ú -
p i t e r le t o c a n los c i e l o s , á N e p t u n o el m a r , á P l u t ó n los
infiernos; la t i e r r a es su t e a t r o c o m ú n de acción. L a m o r a l
e s t á r e p r e s e n t a d a p o r los m i t o s de P r o m e t e o y E p i m e t e o ,
el p e n s a d o r de a n t e s y el p e n s a d o r de d e s p u é s , la h i s t o r i a
p o r el diluvio de D e u c a l i ó n y los sitios de T e b a s y de
T r o y a . L a a r m o n í a e n t r e la divinidad y la n a t u r a l e z a h u -
m a n a e n c u e n t r a s u e x p r e s i ó n e n las t r a d i c i o n e s del n a c i -
m i e n t o y del m a t r i m o n i o de los dioses, de s u s s u f r i m i e n -
t o s , de s u s p a s i o n e s y de sus trabajos. E x i s t e , en fin, u n
m u n d o s o b r e n a t u r a l con C e n t a u r o s , G o r g o n a s , H a r p í a s y
Cíclopes.
E n v a n o se p r o c u r a r í a , a u n q u e m u c h o s filósofos lo h a -
y a n i n t e n t a d o , r e d u c i r á u n solo p r i n c i p i o , a s t r o n ó m i c o ó
moral, sistema tan heterogéneo, á cuya construcción h a n
c o n t r i b u i d o diferentes r e g i o n e s y d i s t i n t a s e d a d e s . H a su-
frido la influencia de la infinidad de c i r c u n s t a n c i a s locales
q u e h a e n c o n t r a d o en el c u r s o de su d e s a r r o l l o , y c o m o
u n c u e n t o de los t i e m p o s p a s a d o s , n o p u e d e ya a d a p t a r s e
á las c o n d i c i o n e s a c t u a l e s de la e x i s t e n c i a . E s t e s i s t e m a
se r e c o m e n d a b a p o r sí m i s m o á u n p u e b l o , q u e se c o m -
p l a c í a en acoger s i n v a c i l a r t o d a s l a s i d e a s , p o r e x t r a ñ a s
que fuesen, y t o d a s las i m p o s t u r a s , p o r i n s o s t e n i b l e s q u e
p u d i e r a n ser. L o s d i o s e s , los h é r o e s y los m o n s t r u o s po-
d í a n , s i n ofender á la v e r o s i m i l i t u d , m e z c l a r s e con los
h o m b r e s c u a n d o n o existía n i g e o g r a f í a , n i a s t r o n o m í a ,
n i r e g l a s p a r a llegar á la e v i d e n c i a , n i p r i n c i p i o s e n q u e
las creencias descansaran; pero t a m b i é n semejante siste-
 - 41 -
m a debía i n e v i t a b l e m e n t e d e s m o r o n a r s e en c u a n t o el
h o m b r e e m p e z a r a á p r e o c u p a r s e de los h e c h o s ; es decir,
e n c u a n t o la h i s t o r i a e m p e z a r a á r e g i s t r a r l o s y la filoso-
fía á d i s c u t i r l o s . N o fué, sin e m b a r g o , sin s u s c i t a r resis-
t e n c i a s c o m o se realizó la r u i n a de c r e e n c i a s , c u y a exis-
t e n c i a c o n t a b a v a r i o s siglos. E s t a r u i n a n o es o b r a de u n
d í a , sino el ú l t i m o t é r m i n o de u n a p r o g r e s i ó n de fases
b i e n d i s t i n t a s : la d u d a n a c e al p r i n c i p i o e n t r e los c r é d u l o s ;
e n s e g u i d a , los q u e q u i e r e n c o n s e r v a r el a n t i g u o estado
de cosas, la c o m b a t e n ; o t r o s q u i e r e n todavía r e j u v e n e c e r ,
c o n a y u d a de alegorías y de n u e v a s i n t e r p r e t a c i o n e s ,
c r e e n c i a s a n t i c u a d a s , y, al fin, la división de l a s o p i n i o n e s
va á p a r a r á la n e g a c i ó n .
A n t e s de a c o m e t e r la h i s t o r i a de este d e s a r r o l l o i n t e -
l e c t u a l , q u e causó la r u i n a del a n t i g u o s i s t e m a , fuerza es
q u e r e s u m a m o s las ideas de los griegos del octavo siglo
a n t e s de J e s u c r i s t o . P a r a ellos la b ó v e d a a z u l a d a es el
suelo de los cielos en q u e h a b i t a n los dioses del O l i m p o :
p o r debajo se e x t i e n d e la t i e r r a , afecta á la r e s i d e n c i a del
h o m b r e . E s p l a n a y c i r c u l a r ; en t o r n o suyo e s t á el O c é a n o ,
origen de los ríos, q u e c o r r e n todos h a c i a el M e d i t e r r á n e o ,
l l a m a d o así p o r q u e se le c o n s i d e r a b a colocado en el c e n t r o
de la t i e r r a ; el disco q u e f o r m a la t i e r r a con su c i n t u r a
de m a r e s s o p o r t a la bóveda celeste. I m p u l s a d o s p o r d i v i n a
f u e r z a , el sol y las estrellas a b a n d o n a n el O r i e n t e y a s -
c i e n d e n á la c r i s t a l i n a c ú p u l a ; su a s c e n s i ó n es p e n o s a ,
pero d e s c i e n d e n m á s r á p i d a m e n t e al O c c i d e n t e , d o n d e d e s -
a p a r e c e n en la r e g i ó n de las t i n i e b l a s , sin q u e n a d i e p u e -
d a decir lo q u e en ella e n c u e n t r a n , n i c u á l e s s o n los p e -
ligros de su c a m i n o . P o r l a m a ñ a n a a p a r e c e m i s t e r i o s a -
m e n t e la a u r o r a e n los confines del h o r i z o n t e ; p o r la n o c h e
el c r e p ú s c u l o , q u e se d e s v a n e c e poco á poco. C o m o los
c u e r p o s celestes, las n u b e s se m u e v e n c o n t i n u a m e n t e so-
bre la bóveda de los cielos, c a m b i a n d o sin cesar de colores
y de formas. N a d i e sabe de d ó n d e v i e n e el v i e n t o n i a d o n -
de va; q u i z á es el soplo de la invisible d i v i n i d a d q u e l a n z a
el r e l á m p a g o ó de la q u e p o n e su arco e n las n u b e s . E l
h o m b r e n o p u e d e c o n t e m p l a r s i n d e l e i t e l a l l a n u r a de
e s m e r a l d a , la c ú p u l a de zafiro q u e t o c a en los l í m i t e s del
argentado mar, siempre tranquilo, siempre corriendo. E n
 — 42 —

el i n t e r i o r de la t i e r r a sólida, ó q u i z á en su superficie i n -
ferior, ó t a l vez bajo el m u n d o , c o m o se decía e n t o n c e s ,
e s t á el r e i n o de P l u t ó n , l a región de la n o c h e . E n m e d i o
de su i m p e r i o , c o r o n a d o por u n a d i a d e m a de marfil y s e n -
t a d o en u n t r o n o formado p o r m a c i z a s t i n i e b l a s , el dios
s u m e r g e sus m i r a d a s en el a b i s m o sin fin, invisible á los
ojos de los m o r t a l e s , á q u i e n e s sólo se r e v e l a p o r el t r u e -
n o n o c t u r n o , que es su a r m a . E n este m u n d o inferior h á -
llase t a m b i é n el r e i n o á que v a n las a l m a s d e s p u é s de la
m u e r t e ; á su e n t r a d a , allí d o n d e el sol se p o n e , se e n c u e n -
t r a n i n n u m e r a b l e s e s p e c t r o s : el C u i d a d o , el D i s g u s t o , la
E n f e r m e d a d , la E d a d , la Necesidad, el M i e d o , el H a m b r e ,
l a G u e r r a , y con su h e r m a n o el S u e ñ o , la M u e r t e , á q u i e n
e n v a n o se t r a t a r í a de dulcificar con o r a c i o n e s y sacrifi-
cios. E n esta r e g i ó n del olvido y de las t i n i e b l a s e s t á n el
lago A v e r n o , el A q u e r o n t e , la S t i g i a , el Cocyto y el F l e -
g u e t ó n de las olas de fuego. Allí se e n c u e n t r a n t a m b i é n
t o d a clase de m o n s t r u o s y seres t e r r i b l e s : C e r b e r o , el de
l a s t r e s cabezas; C a r o n t e , que p a s e a en su b a r c a las s o m b r a s
de los m u e r t o s ; las P a r c a s , con v e s t i d o s de a r m i ñ o b o r -
dados de p ú r p u r a ; E r i n n i s , la v e n g a d o r a ; E a d a m a n t o ,
a n t e q u i e n todo a s i á t i c o d e b e c o m p a r e c e r y d a r c u e n t a de
su v i d a ; E a c o , que j u z g a á los e u r o p e o s , y M i n o s , el i n -
flexible j u e z que decide del castigo. Allí t a m b i é n e s t á n
los g r a n d e s c r i m i n a l e s , cuyo d e s t i n o debe s e r v i r n o s de
l e c c i ó n ; los g i g a n t e s de pies de d r a g ó n , cuyos i n m e n s o s
c u e r p o s yacen t e n d i d o s en el a b r a s a d o a b i s m o ; F l e g i a s ,
c o n d e n a d o á t e m e r e t e r n a m e n t e el p e ñ a s c o s u s p e n d i d o
sobre su c a b e z a y q u e n u n c a cae; I x i ó n , e n c a d e n a d o á su
r u e d a ; las hijas de D a n a o , q u e e n v a n o se fatigan por lle-
n a r su t o n e l ; T á n t a l o , h u n d i d o en el a g u a h a s t a la b a r b a
y d e v o r a d o p o r u n a sed q u e n o p u e d e a p l a c a r ; Sí§ifo, q u e
t r a b a j a c o m o u n d e s e s p e r a d o p a r a s u b i r su roca, q u e siem-
p r e vuelve á caer. M á s allá de estos l u g a r e s de desolación,
á lo l e j o s , h a c i a la d e r e c h a , e s t á n los C a m p o s E l í s e o s y
el L e t e o , el río del Olvido; el q u e b e b e de s u s a g u a s olvi-
da todo lo que h a v i s t o , a u n c u a n d o h u b i e r a a t r a v e s a d o
t o d o el r e i n o inferior h a s t a el O r i e n t e p a r a volver á l a
v i d a y á la l u z .

Si el i n t e r i o r , ó la superficie i n t e r i o r de la t i e r r a e s t á
 _ 43 -

h a b i t a d a p o r f a n t a s m a s y p o r l a s s o m b r a s m e d i o vivas de
los m u e r t o s , la p a r t e s u p e r i o r h a b i t a d a p o r el h o m b r e ,
t i e n e t a m b i é n su m a r a v i l l o s o . E n s u c e n t r o e s t á el m a r
M e d i t e r r á n e o , en cuyo t o r n o se a g r u p a n t o d a s l a s r e g i o -
n e s c o n o c i d a s , l l e n a s t o d a s de m i s t e r i o s y p r o d i g i o s .
¡ C u á n t o s p o d r í a m o s c o n t a r si s i g u i é r a m o s á U l i s e s en
sus p e r e g r i n a c i o n e s , ó á J a s o n ó á sus h e r o i c o s c o m p a ñ e -
ros del n a v i o Argos en su e x p e d i c i ó n p a r a la c o n q u i s t a
del vellocino de o r o : las h a r p í a s , de f o r m a s i n m u n d a s ,
m e d i o m u j e r e s , m e d i o p á j a r o s ; las S i m p l é g a d a s , i s l a s
p e ñ a s c o s a s q u e p o r sí m i s m a s se a c e r c a b a n u n a á o t r a
a p l a s t a n d o á los i m p r u d e n t e s q u e se a v e n t u r a b a n e n s u s
p a r a j e s , y que los dioses m a n t u v i e r o n fijas desde q u e el
navio Argos se les escapó por m i l a g r o ; la c o m a r c a de l a s
A m a z o n a s ; P r o m e t e o clavado á su p e ñ a s c o , y el b u i t r e
v e n g a d o r q u e s i n cesar le d e v o r a ; Aletes y sus t o r o s de
pies de b r o n c e , q u e v o m i t a b a n l l a m a s y q u e J a s o n con-
siguió s u j e t a r al y u g o ; M e d e a l a e n c a n t a d o r a , y el u n -
g ü e n t o m a r a v i l l o s o q u e o b t e n í a p o r el c o c i m i e n t o de l a s
y e r b a s a r r a n c a d a s del suelo que h a b í a recibido la s a n g r e
de P r o m e t e o ; el c a m p o s e m b r a d o con d i e n t e s de d r a g ó n ,
y los h o m b r e s q u e salieron a r m a d o s de pies á c a b e z a de
sus s u r c o s ; la p i e d r a m á g i c a q u e les cortó en dos y obli-
gó á las dos m i t a d e s á c o m b a t i r j u n t a s ; el d r a g ó n c u b i e r t o
de e s c a m a s q u e g u a r d a b a el vellocino de oro y q u e J a s o n
a d o r m e c i ó con a y u d a de e n c a n t a d o b r e v a j e ; el río F a -
sis, cuyos rodeos siguió el n a v i o Argos p a r a llegar al m a r
e x t e r i o r ; el viaje de c i r c u n n a v e g a c i ó n h a s t a las fuentes
del N i l o ; los a r g o n a u t a s , t r a s p o r t a n d o sobre sus h o m b r o s
á t r a v é s de los a r d i e n t e s d e s i e r t o s de la L i b i a , su n a v i o ,
que p r o n u n c i a b a p o r sí m i s m o o r á c u l o s ; la isla de la m á -
gica C i r c e ; la isla h o s p i t a l a r i a q u e , en lo recio de la tor-
m e n t a , s u r g i ó del s e n o de l a s a g u a s p a r a r e c i b i r á los
a r g o n a u t a s ; las flechas q u e les l a n z ó Apolo con su a r c o
de o r o ; el h o m b r e de b r o n c e , o b r a de V u l c a n o q u e , c u a n -
do c o s t e a b a n á C r e t a , les a s a l t ó con i n m e n s o s b l o q u e s
de p i e d r a ; su c o m b a t e c o n t r a él y su v u e l t a á Yolcos , y,
e n fin, el r a p t o á los cielos del n a v i o Argos p o r M i n e r v a .

T a l e s fueron a l g u n o s de los i n c i d e n t e s de esa célebre

expedición cuyos r e l a t o s e n c a n t a b a n á t o d a l a G r e c i a an-
 — 44 —
t e s de que la Odisea se escribiese. E l t i e m p o n o m e p e r -
m i t e h a b l a r de t o d a s las m a r a v i l l a s q u e a d o r n a b a n l a
geografía de aquellos t i e m p o s : al N o r t e , la deliciosa co-
m a r c a de los H i p e r b ó r e o s , j a m á s c a s t i g a d a p o r el invier-
n o ; al P o n i e n t e , él j a r d í n de l a s H e s p é r i d e s , d o n d e cre-
c í a n m a n z a n a s de o r o ; al Mediodía la i n o c e n t e E t i o p í a ,
m a n s i ó n q u e r i d a de los d i o s e s ; en el M e d i t e r r á n e o , don-
de h o y se alza Ñapóles, las s i r e n a s que a t r a í a n á los pa-
sajeros con s u s c a n t o s ; al lado Oaribdis y Scila; en Sicilia
los cíclopes, que n o t e n í a n m á s q u e u n ojo, y los l e s t r i -
g o n e s q u e e r a n a n t r o p ó f a g o s ; la isla E r i t e a d o n d e G e r i ó n ,
el g i g a n t e de t r e s c a b e z a s , t e n í a p a r a g u a r d a r sus b u e y e s
u n p e r r o con o t r a s d o s ; el loto de que se a l i m e n t a r o n los
c o m p a ñ e r o s de U l i s e s y q u e les h i z o olvidar su p a t r i a ; la
isla flotante de E o l o , los c a m p o s en q u e p a c í a n los caba-
llos del s o l ; las h i d r a s , las g o r g o n a s y las q u i m e r a s ; D é -
d a l o , el h o m b r e v o l a n t e , y la t o r r e en q u e D a n a e e r a
g u a r d a d a . N o h a b í a , en u n a p a l a b r a , río n i g r u t a q u e n o
t u v i e r a su g e n i o , n i isla ó p r o m o n t o r i o que n o t u v i e r a su
leyenda.
N o p o d e m o s a c o r d a r n o s de estos m i t o s de la a n t i g ü e d a d
s i n p e n s a r con satisfacción q u e , en su m a y o r í a , son ver-
d a d e r a m e n t e i n d í g e n a s y h a n florecido en el suelo e u r o -
p e o . P u e d e ser c i e r t o , como lo h a n aseverado los filólogos,
q u e h a y a n sido i m p o r t a d o s de Asia, p e r o bajo el cielo de
E u r o p a h a n g e r m i n a d o y se h a n d e s a r r o l l a d o t a n g a l l a r -
d a m e n t e . L a m a y o r p a r t e de las ficciones de la m i t o l o g í a
g r i e g a r e s p o n d e n m a l al o r i g e n a s i á t i c o q u e se las a t r i -
b u y e ; su c a r á c t e r de b a r b a r i e y de g r o s e r í a se concilía
m e j o r con el estado en q u e e n t o n c e s se e n c o n t r a b a E u -
r o p a . E l ultraje que h a c e S a t u r n o á su h e r m a n o U r a n o
r e c u e r d a las c o s t u m b r e s salvajes del t i e m p o ; en la h i s t o -
r i a de B a c o se e n c u e n t r a n los h á b i t o s de p i r a t e r í a de la
época y en las a v e n t u r a s de E u r o p a y E l e n a los r a p t o s
de m u j e r e s , t a n f r e c u e n t e s e n t o n c e s . L a t r a d i c i ó n de la
c o m i d a en q u e fué servido I t i s n o s a t e s t i g u a q u e los grie-
gos e r a n c a n í b a l e s , y la a m e n a z a q u e L a o m e d o n t e h a c e
á N e p t u n o y Apolo de v e n d e r l o s c o m o esclavos n o s m u e s -
t r a h a s t a q u é p u n t o se e m p l e a b a la fuerza p a r a obligar
a l t r a b a j o . L a m a y o r p a r t e de los h é r o e s g r i e g o s v i v e n e n
 — 43 —

la p o l i g a m i a y l l e g a n h a s t a á t o m a r p o r m u j e r á su p r o -
p i a h e r m a n a , c r í m e n e s de q u e da ejemplo el r e y O l i m p i a s
mismo. E n suma, la mitología griega revela indisputable-
m e n t e u n e s t a d o social m u y poco a d e l a n t a d o . L a s p e r s o -
nificaciones, t a n q u e r i d a s de la r a z a h u m a n a en su i n -
fancia, a b u n d a n e n esta m i t o l o g í a , y las f o r m a s q u e r e -
v i s t e n n o p u e d e n p e r t e n e c e r sino a u n a época de b a r b a r i e .
Solo m á s t a r d e es c u a n d o fueron acogidas las c r e a c i o n e s
alegóricas, t a l e s c o m o la m u e r t e , el s u e ñ o y las p e s a d i l l a s ,
c u a n d o el s i s t e m a p r i m i t i v o h a b í a sido ya modificado p o r
las ideas v e n i d a s de L i d i a , F r i g i a , Asiría y E g i p t o .
No sólo la n a t u r a l e z a i n t r í n s e c a de los m i t o s g r i e g o s ,
sino t a m b i é n su desarrollo g r a d u a l n o s a u t o r i z a á consi-
derarlos c o m o c r e a c i o n e s v e r d a d e r a m e n t e i n d í g e n a s . L a
t e o g o n i a de H o m e r o h a sido modificada p o r H e s i o d o e n
v a r i o s de sus p u n t o s e s e n c i a l e s ; así es c o m o coloca e n
época a n t e r i o r la d i n a s t í a de U r a n o y a l t e r a el s e n t i d o de
a l g u n a s o t r a s t r a d i c i o n e s m i t o l ó g i c a s , c o m o las de los
Cíclopes. L a t e o g o n i a de Orfeo m a r c a á su vez n u e v o
p r o g r e s o ; i n t r o d u c e n u e v a s ficciones y n u e v o s p e r s o n a -
j e s , Magreo, p o r ejemplo, el hijo de J ú p i t e r y de su p r o -
p i a hija P e r s é f o n a . E n r e a l i d a d , a p e n a s h a y u n o solo de
los g r a n d e s y v e r d a d e r o s dioses del O l i m p o cuyo c a r á c t e r
n o h a y a c a m b i a d o con la e d a d ; c o n s i d e r a d a bajo este
p u n t o de v i s t a , la -filosofía j ó n i c a debe e s t i m a r s e c o m o la
que m a r c a el n u e v o paso que debía d a r s e i n e v i t a b l e m e n t e
en la s e n d a del p r o g r e s o . E s t a filosofía, c o m o p r o n t o v e -
r e m o s , n o fué sólo r e s u l t a d o de la e x p a n s i ó n del g e n i o
griego y de la m e j o r a n e c e s a r i a de l a s c o s t u m b r e s g r i e g a s ;
u n a c a u s a e x t r a ñ a , la a p e r t u r a s ú b i t a de los p u e r t o s egip-
cios, r e a l i z a d a p o r el a ñ o 6 7 0 a n t e s de J . C. v i n o á a p r e -
s u r a r el efecto de e s t a s dos i n f l u e n c i a s . L a r e l i g i ó n d é l o s
europeos se h i z o m á s m i s t e r i o s a y s o l e m n e , al m i s m o
t i e m p o q u e la filosofía a p r e n d i ó á c o n o c e r los e r r o r e s de
su c r o n o l o g í a y s i n t i ó l a n e c e s i d a d de e x a m i n a r m á s de
cerca y m á s s e r i a m e n t e los sucesos del p a s a d o .
L a d e s g r a c i a quiso q u e los j ó n i c o s , los p r i m e r o s q u e se
p u s i e r o n á filosofar, e m p e z a s e n p o r r e c h a z a r las p e r s o n i -
ficaciones de los e l e m e n t o s y p o r s u s t i t u i r á J ú p i t e r , N e p -
t u n o y P l u t ó n con e l a i r e , el a g u a y el fuego. L a r u i n a
 — 46 —

de l a s c o n c e p c i o n e s teológicas debía i m p l i c a r infalible-

m e n t e la de l a s p r á c t i c a s religiosas y p r o n t o el filósofo
r e n u n c i ó al c u l t o de d i v i n i d a d e s en cuya e x i s t e n c i a ya n o
c r e í a . L a s o r a c i o n e s y los sacrificios ofrecidos á s i m p l e s
f a n t a s m a s de la i m a g i n a c i ó n se h a c í a n de t o d o p u n t o su •
pérfluos; p e r o u n a vez despojados los e l e m e n t o s de s u s
personificaciones, p u d i e r o n ser e s t u d i a d o s científicamen-
t e , d e b i e n d o o b t e n e r s e e n este c a m i n o i m p o r t a n t e s r e s u l -
tados.
L a r e l i g i ó n g r i e g a c o n t e n í a en sí m i s m a los p r i n c i p i o s
de su p r o p i a d e s t r u c c i ó n , y t í n i c a m e n t e con el p r o p ó s i t o
de dejar este h e c h o b i e n a s e n t a d o h e e n t r a d o en p o r m e -
n o r e s q u e t a l vez h a e n c o n t r a d o el lector i n s i g n i f i c a n t e s
é i n ú t i l e s . D o s c a u s a s i n e v i t a b l e s p r o d u j e r o n la r u i n a del
s i s t e m a religioso de G r e c i a : los d e s c u b r i m i e n t o s g e o g r á -
ficos y el n a c i m i e n t o de la crítica filosófica, doble h e c h o
q u e m e r e c e t o d a n u e s t r a a t e n c i ó n , p u e s dos m i l a ñ o s m á s
t a r d e se reprodujo lo m i s m o en m a y o r escala.
E n lo q u e t o c a á los d e s c u b r i m i e n t o s geográficos ¿ có-
m o e r a posible q u e los prodigios del M e d i t e r r á n e o y del
m a r N e g r o , los h e c h i c e r o s , los e n c a n t a d o r e s , los g i g a n -
t e s y los m o n s t r u o s del a b i s m o s o b r e v i v i e s e n , c u a n d o e s -
t o s m a r e s e r a n d i a r i a m e n t e r e c o r r i d o s en t o d a s direccio-
n e s ? ¿ C ó m o e r a posible que se m a n t u v i e s e la c o n c e p c i ó n
de u n a t i e r r a p l a n a , t e r m i n a d a en el h o r i z o n t e y r o d e a d a
de u n océano e x t e r i o r , c u a n d o se h a b í a n fundado colonias
e n G a l i a , y los fenicios i b a n á b u s c a r el e s t a ñ o m á s a l l á
de l a s c o l u m n a s de H é r c u l e s ? R e s u l t ó a d e m á s q u e la g r a n
"vía c o m e r c i a l de e n t o n c e s a t r a v e s a b a p r e c i s a m e n t e las
r e g i o n e s en q u e la c r e e n c i a g e n e r a l colocaba l a s m á s
a s o m b r o s a s m a r a v i l l a s . No sólo la r u i n a de los m i t o s geo-
gráficos q u e c o n c e r n í a n á la superficie s u p e r i o r de la tie-
r r a e r a c i e r t a , s i n o q u e e r a t a m b i é n de t e m e r , y b u e n n ú -
m e r o de piadosos c i u d a d a n o s c o m p a r t í a n estos t e m o r e s ,
q u e p r o n t o la m i s m a r u i n a envolviese todas las c r e e n c i a s
r e l a t i v a s á la p a r t e de la t i e r r a s u m e r g i d a en l a s t i n i e b l a s .
Así se llegó á t o m a r el ú n i c o p a r t i d o posible p a r a a y u d a r
e f i c a z m e n t e á las a n t i g u a s d o c t r i n a s , y h e c h o s considera-
dos h a s t a e n t o n c e s como r e a l i d a d e s se h a l l a r o n transfor-
m a d o s e n o t r a s t a n t a s alegorías, bajo l a s cuales se ocul-
 — 47 —
t a b a n los m i s t e r i o s o s t e s o r o s del saber a n t i g u o . N o es.
m e n o s e v i d e n t e que u n s i s t e m a obligado á a p o y a r s e e n
s e m e j a n t e s e x p e d i e n t e s , t i e n e ya poco t i e m p o de exis-
tencia.
L o s d e s c u b r i m i e n t o s m a r í t i m o s n o fueron los ú n i c o s
que c o n t r i b u y e r o n al descrédito de las t r a d i c i o n e s fabu-
losas y á la i n t r o d u c c i ó n de n u e v a s i d e a s ; l a expedición
m a c e d ó n i c a vino á su vez á a b r i r u n n u e v o m u n d o á los
griegos y á ofrecerles v e r d a d e r a s m a r a v i l l a s : c l i m a s de
a s o m b r o s a v a r i e d a d , i n m e n s o s d e s i e r t o s , m o n t a ñ a s cu-
b i e r t a s de e t e r n a n i e v e , lagos salados lejos del O c é a n o ,
a n i m a l e s g i g a n t e s c o s y h o m b r e s de r e l i g i o n e s y colores
diversos. T o d a s estas m a r a v i l l a s de la n a t u r a l e z a , g r a c i a s
al c a m b i o i n c e s a n t e de r e l a c i o n e s q u e se h a b í a estableci-
do e n t r e G r e c i a y las colonias q u e h a b í a fundado en t o -
das p a r t e s en A s i a , n o p o d í a n m e n o s de h a c e r p r o f u n d a
y d u r a d e r a i m p r e s i ó n en el e s p í r i t u g r i e g o . Si las ideas
de E u r o p a p u d i e r o n , á t r a v é s de la B a c t r i a n a , llegar al
e x t r e m o O r i e n t e , la m i s m a vía y t a m b i é n o t r a s e s t a b a n
a b i e r t a s á l a s ideas de Asia p a r a llegar á E u r o p a . E n la
época en q u e p r i n c i p i a n las t r a d i c i o n e s h i s t ó r i c a s c i e r t a s ,
e r a n los fenicios d u e ñ o s del M e d i t e r r á n e o . E u r o p a esta-
ba s u m e r g i d a a u n en la m á s c o m p l e t a b a r b a r i e . A las
p u e r t a s de Asia, d o n d e r e i n a b a t a n b r i l l a n t e civilización,
el tracio desollaba á sus e n e m i g o s y se tatuaba; al otro
e x t r e m o del c o n t i n e n t e el b r e t ó n se servía del ocre y del
glasto p a r a t e ñ i r s e el c u e r p o ; las e s c u l t u r a s egipcias con-
t e m p o r á n e a s n o s m u e s t r a n á los e u r o p e o s c u b i e r t o s de
pieles c o m o los salvajes. D o q u i e r a los fenicios p a r e c í a n
e s t a b l e c e r s e i n s t i n t i v a m e n t e en t o d a s las c o s t a s y en t o -
d a s las i s l a s y así c o n s i g u i e r o n a s e g u r a r s e largo t i e m p o
la s u p r e m a c í a m a r í t i m a . P o c o á poco el e s p í r i t u a v e n t u -
r e r o se d e s p e r t ó e n t r e los h e l e n o s . E n 1 2 5 0 a n t e s de J e -
sucristo d i e r o n l a v u e l t a á la vela al P o n t o E u x i n o c r e á n -
dose l u c r a t i v o tráfico de o r o , p e s c a d o seco y t r i g o ; es s i n
duda el o r i g e n del m i t o de la e x p e d i c i ó n de los a r g o n a u -
t a s . N o t a r d a r o n , p o r s u s h á b i t o s de p i r a t e r í a , e n a d q u i -
r i r f u n e s t a fama. E n t o d a s las costas r o b a b a n h o m b r e s ,
m u j e r e s y n i ñ o s y h a c í a n así c o n s i d e r a b l e c o m e r c i o d e
e s c l a v o s ; algo de él se h a c o n s e r v a d o en el tráfico de m u -
 — 48 —
j e r e s c i r c a s i a n a s q u e a u n se h a c e e n n u e s t r o s días. M i n o s ,
r e y de C r e t a , t r a t ó de p o n e r fin á la p i r a t e r í a . L o s es-
fuerzos q u e h i z o p a r a o b t e n e r l a s u p r e m a c í a e n el Medi-.
t e r r á n e o fueron s u c e s i v a m e n t e i m i t a d o s p o r l i d i o s , t r a -
cios y r o d i o s ; estos ú l t i m o s c r e a r o n el p r i m e r código m a -
r í t i m o , q u e p a s ó e n s e g u i d a á las leyes r o m a n a s . D u r a n t e
este t i e m p o m a r i n o s tirios n a v e g a b a n f u r t i v a m e n t e m á s
allá de las c o l u m n a s de H é r c u l e s , v i s i t a b a n las C a n a r i a s
y las A z o r e s , y t r a í a n el e s t a ñ o de las islas B r i t á n i c a s , n o
d e s c u i d a n d o p r e c a u c i ó n a l g u n a á fin de m a n t e n e r s e c r e t o
el objeto de s u s e x p e d i c i o n e s . P o c o á poco los g r i e g o s ,
m á s a t r e v i d o s cada v e z , se a r r i e s g a r o n s o b r e las h u e l l a s
de estos m i s t e r i o s o s n a v e g a n t e s , p e r o en t i e m p o de H o -
m e r o n o h a b í a n p a s a d o de l a c u e n c a o r i e n t a l del M e -
d i t e r r á n e o , é I t a l i a e r a p a r a ellos todavía r e g i ó n t o t a l -
m e n t e desconocida. L o s focenses p r i m e r o e x p l o r a r o n l a
c u e n c a de O c c i d e n t e , d o n d e u n a de sus colonias fundó á
M a r s e l l a . Coleo de S a m o s , en fin, pasó las c o l u m n a s de
H é r c u l e s y p e n e t r ó en el Océano A t l á n t i c o . L a s p r i m e r a s
colonias g r i e g a s n o t a r d a r o n en a d q u i r i r c o n s i d e r a b l e
i m p o r t a n c i a ; e s t a b a n e s p a r c i d a s p o r l a s - c o s t a s , de S i n o -
p e á S a g u n t o , f o r m a n d o o t r a s t a n t a s factorías comercia-
les y focos de r i q u e z a . E n la a n t i g ü e d a d el q u e se e n t r e -
g a b a al c o m e r c i o m a r í t i m o e r a á la vez traficante y c a p i -
t á n de su b a r c o y v e n d í a su c a r g a m e n t o p o r pujas d o n d e
d e s e m b a r c a b a . E l c o m e r c i o p r i m i t i v o del M e d i t e r r á n e o
e r a m u y l u c r a t i v o , a u n q u e se e n c o n t r a s e l i m i t a d o al t r á -
fico de e s c l a v o s , s u s t a n c i a s m i n e r a l e s y p r o d u c t o s m a n u -
f a c t u r a d o s ; p u e s c o i n c i d i e n d o la vía que seguía con u n
p a r a l e l o de l a t i t u d , los p r o d u c t o s agrícolas e r a n en t o d a s
las costas del M e d i t e r r á n e o casi los m i s m o s , y p o r con-
s i g u i e n t e i d é n t i c a la d e m a n d a q u e de estos p r o d u c t o s h a -
cían las p o b l a c i o n e s . D e las C a s i t é r i d a s se i m p o r t a b a el
e s t a ñ o , del B á l t i c o el á m b a r y de S i r i a las t e l a s t e ñ i d a s
y los m e t a l e s t r a b a j a d o s . D o q u i e r a que se establecía u n o
de estos c e n t r o s c o m e r c i a l e s , el g u s t o p r i n c i p i a b a á n a c e r
y la i n t e l i g e n c i a á d e s a r r o l l a r s e . L o s e t r u s c o s , q u e t e n í a n
en sus m a n o s el c o m e r c i o del á m b a r q u e se h a c í a en G e r -
m a n i a n o s h a n dejado n u m e r o s o s t e s t i m o n i o s de su a m o r
al a r t e , y si h a n seguido s i e n d o p a r a n o s o t r o s u n p u e b l o
 — 49 —

m i s t e r i o s o , n o s es m u y difícil j u z g a r l e s t a n s e v e r a m e n t e ,
como lo h a h e c h o u n e m i n e n t e crítico de los t i e m p o s m o -
dernos.
A la influencia de los d e s c u b r i m i e n t o s geográficos v i n o
á j u n t a r s e la de l a crítica filosófica. E s h e c h o c o m p r o -
bado la e x p a n s i ó n del g e n i o griego d e s p u é s de la p r i m e r a
O l i m p i a d a . E l h o m b r e , en c u a n t o h a a l c a n z a d o cierto
g r a d o de d e s a r r o l l o i n t e l e c t u a l , aplica i n v a r i a b l e m e n -
te al e x a m e n de los a c o n t e c i m i e n t o s p a s a d o s los n u e v o s
r e c u r s o s de q u e d i s p o n e . H a b i é n d o l e e n s e ñ a d o la e x p e -
r i e n c i a que el curso del m u n d o es el m i s m o h o y q u e ayer,
deduce sin vacilar q u e el m i s m o s e r á m a ñ a n a . No p u e d e
a g u a n t a r ya la m e n o r solución de c o n t i n u i d a d e n la ca-
d e n a h i s t ó r i c a ; la fe pasiva n o p u e d a b a s t a r l e , y p r e t e n - ,
de j u z g a r los h e c h o s p a s a d o s c o m o j u z g a los que se ofre-
cen á su v i s t a . L a m i t o l o g í a n o p u e d e s u b s i s t i r enfrente-
de la h i s t o r i a .
L a s c o n s e c u e n c i a s de este p r i n c i p i o se r e v e l a n c o n
fuerza cada vez m a y o r i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s de la p r i -
m e r a O l i m p i a d a , e n t o d a s las r a m a s de la l i t e r a t u r a g r i e -
ga. E l e s p í r i t u griego llega p r o n t o á a v e r g o n z a r s e de las
fábulas q u e le e n c a n t a b a n en la i n f a n c i a ; u n a s l e y e n d a s
son t r a n s f o r m a d a s , o t r a s r e n o v a d a s , o t r a s r e c h a z a d a s
d e f i n i t i v a m e n t e ; los g r a n d e s t r á g i c o s e x c l u y e n u n o p o r
u n o los a n t i g u o s m i t o s , y sólo los a d m i t e n en c o n j u n - .
to, m i e n t r a s los p o e t a s los r e v i s t e n de n u e v a s f o r m a s ,
los a l e g o r i z a n y n o los a c e p t a n ya s i n o c o m o gracio-
sos a d o r n o s . H á c e s e p a t e n t e el a b i s m o a b i e r t o e n t r e los
letrados y el v u l g o ; los g r a n d e s h o m b r e s del t i e m p o com-
p r e n d e n que es p r e c i s o , ó r e n u n c i a r d e f i n i t i v a m e n t e á es-
t a s ficciones y q u i m e r a s , ó s u s t i t u i r l a s poco á poco c o n
algo que e s t é m á s en a r m o n í a con l a s i t u a c i ó n social é
intelectual. Su r u i n a , sin embargo, no obtiene pública
a p r o b a c i ó n , n i a u n e n A t e n a s , d o n d e el estado i n t e l e c t u a l
de la m a y o r í a de los c i u d a d a n o s n o les p e r m i t e seguir
siendo fieles a l a c r e e n c i a n a c i o n a l . E n v a n o t r a t a n de
h a l l a r algo de v e r d a d en esas l e y e n d a s á que h a b í a n d a d o
crédito t a n t o s p i a d o s o s é i l u s t r e s h o m b r e s , r e c o m e n d a d a s -
por v a r i o s siglos de e x i s t e n c i a , y cuya v e r d a d era p a r a el
vulgo s u s c e p t i b l e de d e m o s t r a c i ó n a b s o l u t a . T o d o s sus
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 4
 — 50 —

esfuerzos fueron i n ú t i l e s ; la i n t e l i g e n c i a h a b í a decidida-

m e n t e t r i u n f a d o de la fe. L l e g a d o s á c i e r t a fase de l a
e x i s t e n c i a , l a m a y o r p a r t e de los h o m b r e s r e c o n o c e n l a
falsedad de sus o p i n i o n e s , s o p o r t a n d o , n o o b s t a n t e , difí-
c i l m e n t e q u e otro v e n g a á r e c o r d á r s e l o ; los griegos esta-
b a n e n t o n c e s en s i t u a c i ó n p a r e c i d a . S u estado social m á s
a d e l a n t a d o n o les p e r m i t í a ya r e s p o n d e r á los a t a q u e s de
los filósofos con u n a s e n t e n c i a de m u e r t e , p e r o s a b í a n
p o r t o d o s los m e d i o s a p u r a r l e s de t a l m o d o , q u e n o les
d e j a b a n elegir sino e n t r e la ortodoxia y la m e n d i c i d a d .
A s í es c o m o h a b í a n d e s a p r o b a d o las reflexiones i m p r e g -
n a d a s de e x c e p t i c i s m o que E u r í p i d e s p o n e en boca de s u s
p e r s o n a j e s , y así se l e v a n t a b a n c o n t r a la i m p i e d a d del
P r o m e t e o e n c a d e n a d o de E s q u i l o . A estos s e n t i m i e n t o s
apeló t a m b i é n A r i s t ó f a n e s c u a n d o quiso s u b l e v a r los á n i -
m o s c o n t r a S ó c r a t e s , p r o b a n d o u n a vez m á s q u e los q u e
d u d a n son los m á s solícitos en d e n u n c i a r las m i s m a s d u -
das en sus s e m e j a n t e s .
L o s p o e t a s , volviendo al s e n t i d o c o m ú n , n o h a b í a n t a r -
d a d o en r o m p e r c o n la c r e e n c i a n a c i o n a l ; lo m i s m o su-
cedió á los filósofos. F o r m ó s e en seguida la convicción
u n á n i m e de que existía oposición r a d i c a l e n t r e l a religión
y la filosofía, en lo cual n o se equivocaba la o p i n i ó n p ú -
b l i c a ; por el solo h e c h o de que el p o l i t e í s m o ofrecía u n a
i n t e r p r e t a c i ó n teológica p a r a cada f e n ó m e n o n a t u r a l , se
e n c o n t r a b a en d e c l a r a d o a n t a g o n i s m o con la c i e n c i a . L o s
profesores científicos fueron los q u e r e a l m e n t e d e s t r u y e -
r o n l a r e l i g i ó n g r i e g a . S ó c r a t e s m i s m o n o vaciló en d e -
n u n c i a r esta t e n d e n c i a de la filosofía n a t u r a l , y e n n o m -
b r e de los p r i n c i p i o s m i s m o s que s o s t e n í a c o n d e n a r o n los
a t e n i e n s e s s u s d o c t r i n a s ; su b u e n s e n t i d o le h a b í a h e c h o
a d i v i n a r q u e la ética del filósofo n o ofrecía m e n o s peli-
g r o . S ó c r a t e s d e s m e r e c i ó de la ciencia n o r e t r o c e d i e n d o
a n t e la s u b l e v a c i ó n de los odios religiosos c o n t r a los q u e
c o m b a t í a n sus d o c t r i n a s , c r i m e n que j a m á s d e b e n p e r d o -
n a r h o m b r e s i l u s t r a d o s . E n la t r a g e d i a que sucedió á esto
los a t e n i e n s e s n o h i c i e r o n m á s q u e p a g a r l e en la m i s m a
m o n e d a . L a s i n m o r a l i d a d e s q u e se a t r i b u í a n á los dioses
d e b í a n s e g u r a m e n t e h a b e r a t r a í d o la a t e n c i ó n de los p e n -
s a d o r e s , p e r o el fin esencial é i n m e d i a t o de las escuelas
 — 51 —
j ó n i c a é i t á l i c a fué establecer su d o c t r i n a de la p r o v i d e n -
cia t o d o p o d e r o s a q u e g o b i e r n a el m u n d o . E s t a s dos filo-
sofías, n o c o n t e n t a s con r e d u c i r á u n a ficción el a n t i g u o
d o g m a de la o m n i p r e s e n c i a de l a s d i v i n i d a d e s o l í m p i c a s ,
t o c a r o n á su e x i s t e n c i a m i s m a , n o d e j á n d o l e s ya h a c e r
n a d a en el u n i v e r s o . E n l u g a r de e s t a s personificaciones
p u s i e r o n la n a t u r a l e z a i m p e r s o n a l ó los e l e m e n t o s , y e n
lugar de unificar las i n t e r p r e t a c i o n e s de la ciencia y las
a n t i g u a s t r a d i c i o n e s , prefirieron modificar y r e t o c a r e s t a s
t r a d i c i o n e s p a r a a r m o n i z a r l a s con los d a t o s científicos.
M á s lejos v e r e m o s cómo este m o d o de o b r a r t u v o p o r con-
secuencia i n e v i t a b l e la exclusión de la d i v i n i d a d del m u n -
do que h a creado y la i n t r o d u c c i ó n de a g e n t e s n a t u r a l e s
en l u g a r de los s o b r e n a t u r a l e s . A J ú p i t e r s u s t i t u y ó el
aire, á N e p t u n o el a g u a . H u b o todavía, es v e r d a d , filóso-
fos q u e , como S ó c r a t e s , a c e p t a b a n e n silencio l a s l e y e n -
das p o p u l a r e s , y otros c o m o P l a t ó n , p a r a q u i e n e s e r a u n
deber h a c i a la p a t r i a p e r m a n e c e r fieles á l a s c r e e n c i a s
n a c i o n a l e s ; p e r o otros filósofos, y e n t r e ellos J e n ó f a n e s ,
m i r a b a n la religión griega cual tejido de g r o s e r a s i m p o s -
t u r a s que la sola fuerza del t i e m p o i m p o n í a á l a n a c i ó n .
Como t e n d r é que h a b l a r e x t e n s a m e n t e de la filosofía
g r i e g a , n o es o p o r t u n o p o r a h o r a e x t e n d e r m e a q u í e n
m á s p o r m e n o r e s ; p a r a el fin que a c t u a l m e n t e n o s p r o p o -
n e m o s , b a s t a h a b e r t r a t a d o de m o s t r a r q u e e s t a filosofía
era r a d i c a l m e n t e o p u e s t a á l a s c r e e n c i a s n a c i o n a l e s , e n
todas las r e g i o n e s y e n t o d a s las épocas, desde T a l e s h a s -
t a el ú l t i m o crítico de la escuela de A l e j a n d r í a .
A los h i s t o r i a d o r e s les o c u r r i ó lo que á los filósofos, y
el n a c i m i e n t o de la h i s t o r i a v e r d a d e r a produjo los m i s -
m o s r e s u l t a d o s que el n a c i m i e n t o de la v e r d a d e r a filoso-
fía; u n a c i r c u n s t a n c i a e s p e c i a l í s i m a v i n o todavía á j u n -
tarse en este ú l t i m o caso y á i m p r i m i r p o d e r o s o i m p u l s o
al m o v i m i e n t o i n i c i a d o ; c u a l e s q u i e r a q u e fuesen l a s fic-
ciones a d m i t i d a s r e s p e c t o á los t i e m p o s a n t e h i s t ó r i c o s de
Grecia, cedían con m u c h o , en a n t i g ü e d a d y e n p r o d i g i o s ,
á la h i s t o r i a a c t u a l de E g i p t o . ¡ C u á l n o debió ser la des-
ilusión de H e r ó d o t o c u a n d o d e s c u b r i ó q u e en la m i s m a
época, que era p a r a él la de l a edad h e r o i c a y fabulosa de
Grecia, las cosas h u m a n a s s e g u í a n ya su c u r s o o r d i n a r i o
 -rr 52 —

á orillas del N i l o , y eso desde t i e m p o i n m e m o r i a l ! N i n -

g u n o de los q u e se o c u p a b a n en a n o t a r los sucesos h i s t ó -
ricos podía m e n o s de r e c o n o c e r que u n a cronología, a p l i -
cada á h e c h o s cuyos a u t o r e s p e r t e n e c í a n al m u n d o sobre-
n a t u r a l , n o t e n í a r a z ó n a l g u n a de ser, y q u e e r a a b s u r d o
p r e s t a r los m ó v i l e s y los p e n s a m i e n t o s del h o m b r e á se-
r e s q u e n o s o n h o m b r e s . D e a h í á r e c h a z a r la t r a d i c i ó n
e n a b s o l u t o n o h a b í a m á s q u e u n p a s o , p u e s el e s p í r i t u
v e r d a d e r a m e n t e filosófico n o p u e d e a d m i t i r dos m e d i d a s
d i s t i n t a s p a r a el p a s a d o y el p r e s e n t e ; p r e t e n d e , p o r el
c o n t r a r i o , q u e l a s acciones h u m a n a s y su e n c a d e n a m i e n -
to h a n sido s i e m p r e las m i s m a s , t a n t o en los t i e m p o s
h i s t ó r i c o s c o m o en l a época a c t u a l .
E s t e estado de cosas d u r ó siglos e n t e r o s . U n o s t r a s
o t r o s , los h i s t o r i a d o r e s , los filósofos, los críticos y los poe-
tas, habían abandonado las creencias nacionales y vivían
bajo l a i n c e s a n t e p r e s i ó n q u e s o b r e ellos ejercía el p ú b l i -
c o ; h a b í a n t o m a d o el ú n i c o p a r t i d o posible, c o n f o r m á n -
dose e x t e r i o r m e n t e con l a s p r e s c r i p c i o n e s de la r e l i g i ó n
n a c i o n a l . H e r ó d o t o n o c o n s i g u e conciliar las i n v e r o s i m i -
l i t u d e s de la g u e r r a de T r o y a con la e x p e r i e n c i a q u e tie-
n e de l a s cosas h u m a n a s . T u c í d i d e s n o se a t r e v e á e x p r e -
sar q u e n o cree en e l l a s ; E r a t ó s t e n e s confiesa a p e n a s q u e
los viajes de U l i s e s e s t á n en c o n t r a d i c c i ó n a b i e r t a con
los h e c h o s geográficos p o r t o d o s a d m i t i d o s ; A n a x á g o r a s ,
a c u s a d o de i m p i e d a d , es c o n d e n a d o á m u e r t e , y sólo p o r
c o m p a s i ó n del jefe del E s t a d o ve su p e n a c o n m u t a d a p o r
l a de d e s t i e r r o ; P l a t ó n , q u e c o n s i d e r a las cosas de u n
m o d o m á s g e n e r a l , d e d u c e q u e es o p o r t u n o p r o h i b i r el
e s t u d i o de las r a m a s s u p e r i o r e s de la filosofía n a t u r a l ;
E u r í p i d e s se ve a p u r a d o p a r a justificarse de la a c u s a c i ó n
de h e r e j í a ; E s q u i l o es c o n d e n a d o á la lapidación p o r h a -
b e r blasfemado, y sólo se salva p o r su h e r m a n o A m i n t a s ,
q u e le p r o t e j e con su b r a z o , m u t i l a d o en S a l a m i n a ; Só-
c r a t e s es j u z g a d o , y b e b e l a cicuta. L o s m i s m o s g r a n d e s
h o m b r e s de E s t a d o , c o m o P e r i c l e s , c o m p a r t e n las opi-
n i o n e s c o n d e n a d a s . N a d i e a c i e r t a á explicar la m a r a v i -
llosa d e s a p a r i c i ó n de los s e m i d i o s e s y de los h é r o e s , p o r
q u é n o h a y y a m i l a g r o s , y cómo las acciones p u r a m e n t e
h u m a n a s s o n a h o r a l a s ú n i c a s q u e l l e n a n el m u n d o . E l
 — 53 -

vulgo i g n o r a n t e e s t i m a q u e el descrédito de las a n t i g u a s

t r a d i c i o n e s es u n a t r a i c i ó n p a r a con el p a s a d o , y r e c l a m a
•con calor el castigo de los q u e le son sospechosos.
E n m e d i o de esta confusión y de t o d a s e s t a s disensio-
n e s n o faltaban h o m b r e s q u e se esforzaban e n r e f o r m a r
el s i s t e m a religioso. A l g u n o s , los m á s a d e l a n t a d o s i n t e -
l e c t u a l m e n t e s i n duda, p e d í a n que los s a c e r d o t e s r e n u n -
c i a s e n á los m i l a g r o s , q u e las r e l i q u i a s n o t u v i e s e n ya
m á s i m p o r t a n c i a que la que exigían l a s condiciones i n t e -
lectuales del v u l g o , y q u e poco á poco fuesen d e j á n d o s e
á u n l a d o ; p e d í a n i g u a l m e n t e que el a n t r o p o m o r f i s m o
i m p í o de los dioses dejara de ofender á la filosofía. O t r o s ,
m e n o s a v a n z a d o s , p e n s a b a n a l l a n a r t o d a s las dificulta-
d e s a l e g o r i z a n d o los m i t o s ; otros d e s e a b a n q u e se les p u -
d i e r a t r a n s f o r m a r de m o d o q u e se les p u s i e r a en a r m o n í a
con el a c t u a l estado social, y o t r o s , en fin, o p i n a b a n q u e
se les i n t e r p r e t a s e en s e n t i d o e n t e r a m e n t e n u e v o . U n o ,
n o p u d i e n d o r e s o l v e r s e á n e g a r el h e c h o de la g u e r r a
d e T r o y a , p r e t e n d e q u e lo q u e r o b ó P a r i s fué sólo el
fií§u);OV de H e l e n a ; p a r a o t r o , e x p r e s i o n e s q u e en otro
t i e m p o acaso r e p r e s e n t a b a n h e c h o s r e a l e s , se c o n v i e r t e n
en s i m p l e s f o r m a s del d i s c u r s o ; otro t o d a v í a , n o q u e r i e n -
d o r e c h a z a r los a t r i b u t o s de l a s d i v i n i d a d e s del O l i m p o ,
sus acciones y p a s i o n e s e n t e r a m e n t e h u m a n a s , p r e t e n d e
•que en otro t i e m p o h a n debido existir bajo f o r m a de
h o m b r e s . M i e n t r a s u n o d e n u n c i a la i m p u d e n t e i m p i e d a d
d e los q u e n o c o m p r e n d e n el s e n t i d o alegórico de los mi-
tos de la I l i a d a y los c o n d e n a n , otro ve en s u s h é r o e s los
e l e m e n t o s de la n a t u r a l e z a , y o t r o , en fin, con la espe-
r a n z a de conciliar con los p r o g r e s o s del s e n t i d o m o r a l
las acciones v e r g o n z o s a s y p e r v e r s a s que se a t r i b u y e n á
los d i o s e s , las i m p u t a t o d a s á los d e m o n i o s . E s t a i d e a ,
recibida al p r o n t o con e n t u s i a s m o , llegó á ser m á s t a r d e
s i n g u l a r m e n t e funesta p a r a el p o l i t e í s m o .
M i e n t r a s la fe n a c i o n a l se iba así d e b i l i t a n d o en l a s cla-
ses s u p e r i o r e s , la m u l t i t u d se a b a n d o n a b a á l a m á s i n c r e í -
ble s u p e r s t i c i ó n ; e r a la e d a d de las r e l i q u i a s , de las esta-
t u a s que l l o r a n y de l a s p i n t u r a s q u e m u e v e n los ojos.
Podíase a ú n — e l vulgo lo c r e í a — v i s i t a r e n M e t a p o n t o
los i n s t r u m e n t o s q u e h a b í a n servido p a r a la c o n s t r u c c i ó n
 — 54 —

del caballo de T r o y a ; en Q u e r o n e a el c e t r o de P é l o p e ; e n
F a s e l i s la l a n z a de A q u i l e s , y e n N i c o m e d i a la e s p a d a d e
M e m n ó n ; los h a b i t a n t e s de T e g e a m o s t r a b a n t o d a v í a los
despojos del j a b a l í de O a l y d ó n , y v a r i a s ciudades se j a c -
t a b a n de poseer el v e r d a d e r o paladium de los t r ó v a n o s .
H a b í a e s t a t u a s de M i n e r v a q u e b l a n d í a n la l a n z a , p i n t u -
r a s q u e p o d í a n enrojecerse y s u d a r , y m u l t i t u d de r e l i -
quias y santuarios que hacían curas maravillosas. L o s
atenienses acostumbraban esparcir miel y h a r i n a consa-
g r a d a s á l a e n t r a d a del a b i s m o q u e h a b í a n a b i e r t o l a s
a g u a s al r e t i r a r s e d e s p u é s del diluvio de D e u c a l i ó n , y n a -
die se h u b i e r a a t r e v i d o á a r r i e s g a r u n a objeción r e s p e c t o
á la m a g n i t u d e n t e r a m e n t e d e s p r o p o r c i o n a d a de la aber-
t u r a . E s t a b a a h o r a p r o b a d o q u e los a s t r o s y el e s p a c i o
f o r m a n solos la b ó v e d a celeste y ya n o se creía q u e é s t a
fuese el suelo del O l i m p o ; p e r o c u a n d o u n p o e t a t e n í a oca-
sión de h a b l a r de los dioses q u e desde la c i m a de los m o n -
t e s se h a b í a n l a n z a d o á los c i e l o s , sabía q u e p o r su p r o -
pio i n t e r é s n o d e b í a s u s c i t a r objeción a l g u n a e n n o m b r e
de la ciencia a s t r o n ó m i c a . N o se t o l e r a b a alusión a l g u n a
desfavorable á los p o e m a s de H o m e r o ; despersonificar al
Sol e r a u n c r i m e n que se p a g a b a á veces con la vida. E r a
i m p í o q u e r e r i m p o n e r leyes n a t u r a l e s en l u g a r de J u p i -
t e r y N e p t u n o , y si se s o s p e c h a b a que se d u d a b a de q u e
H e l i o s y S u e n a fuesen d i o s e s , preciso e r a justificarse pú-
b l i c a m e n t e c o m o de u n c r i m e n . E l p u e b l o p e r m a n e c í a
afecto á la s u p e r s t i c i ó n . P o r i n c o n c i l i a b l e q u e fuese con
los p r o g r e s o s de la geografía y de las ciencias físicas y le-
j o s de p r e o c u p a r s e de l a s c o n t r a d i c c i o n e s q u e t a n viva-
m e n t e h a b í a n c h o c a d o á los p e n s a d o r e s , el p u e b l o p r e -
t e n d í a q u e podía p r e s c i n d i r p e r f e c t a m e n t e de t o d a e v i d e n -
cia h i s t ó r i c a .
E s e r r o r p a l m a r i o c r e e r q u e el p o l i t e í s m o c o n s e r v ó s u
p o d e r y c o n t i n u ó s u b s i s t i e n d o h a s t a los t i e m p o s de Cons-
t a n t i n o y de J u l i a n o . E m p e z ó r e a l m e n t e á p e r e c e r e n el
m o m e n t o en que se a b r i e r o n los p u e r t o s egipcios. E l m o -
v i m i e n t o p r i n c i p i ó e n las clases s u p e r i o r e s , y de allí se
p r o p a g ó l e n t a m e n t e á l a s clases m e d i a s de la sociedad.
D u r a n t e v a r i o s siglos los d e s c u b r i m i e n t o s geográficos, fa-
v o r e c i d o s p o r el d e s a r r o l l o del c o m e r c i o y la e x p e d i c i ó n
 — 55 —
m a c e d ó n i c a , t r a b a j a r o n s i n d e s c a n s o , de a c u e r d o con l a
crítica filosófica, e n l a c o n c l u s i ó n de la o b r a e m p e z a d a ;
pero n o p a r e c e q u e e s t a s dos influencias h a y a n j a m á s
obrado de m o d o eficaz sobre l a s capas sociales s u p e r i o r e s .
Con el t i e m p o u n a n u e v a influencia v i n o á a g r e g a r s e á
las p r e c e d e n t e s a b r i é n d o l a s paso e n t r e las ú l t i m a s filas
de la s o c i e d a d : el n a c i m i e n t o del p o d e r r o m a n o . E s t e
a c o n t e c i m i e n t o h i z o al M e d i t e r r á n e o y á las r e g i o n e s v e -
c i n a s t e a t r o de p r o d i g i o s a a c t i v i d a d , y dio l u g a r á i n c e -
s a n t e c a m b i o de r e l a c i o n e s e n t o d a s d i r e c c i o n e s . D o n d e
en otro t i e m p o a p e n a s se veía u n viajero a i s l a d o , e n c o n -
t r á b a n s e a h o r a m i l e s de l e g i o n a r i o s , t r a f i c a n t e s y e m p l e a -
dos del g o b i e r n o r o m a n o con n u m e r o s o s s é q u i t o s de es-
c l a v o s ; cada cual a h o r a p o d í a o b s e r v a r y j u z g a r p o r sí
m i s m o , m i e n t r a s en otro t i e m p o sólo el h i s t o r i a d o r y el
filósofo se o c u p a b a n en el r e t i r o de c o m p a r a r las leyes,
las c o s t u m b r e s y las c r e e n c i a s de n a c i o n e s q u e a p e n a s co-
n o c í a n . L a m u l t i t u d de dioses y diosas q u e en E o m a se
a c o g i e r o n , sólo sirvió p a r a envolverlos á t o d o s en i g u a l
descrédito y ruina.
P u é d e s e , p u e s , m i r a r el p a g a n i s m o c o m o i r r e v o c a b l e -
m e n t e a r r u i n a d o m u c h o a n t e s de que h u b i e r a t r i u n f a d o
el c r i s t i a n i s m o . L o s t e m o r e s sin d u d a que t a n t o s g r a n d e s
h o m b r e s c o n c i b i e r o n p o r el p o r v e n i r s o c i a l , v i e n d o al
m u n d o a m e n a z a d o p o r el m á s c o m p l e t o a t e í s m o , fueron
los que les decidieron á s o s t e n e r el a n t i g u o s i s t e m a y á
m o s t r a r s e t a m b i é n i n d u l g e n t e s p a r a con l a s violencias á
que t a n f r e c u e n t e m e n t e h a b í a r e c u r r i d o u n p o p u l a c h o ig-
n o r a n t e y sin j u i c i o . E s t a b a n lejos de p r e v e r q u e al siste-
m a a n t i g u o v e n d r í a á suceder o t r o n u e v o , y q u e el r e m e -
dio e s t a b a t a n cerca de e l l o s ; c u a n d o m u c h o lo h u b i e r a n
esperado de P l a t ó n . P l a t ó n r e c o n o c í a que es m i s i ó n p e -
n o s a y laboriosa c a m b i a r r a d i c a l m e n t e l a s ideas del v u l g o ,
pero creía fácil h a c e r l e a c e p t a r n u e v o s n o m b r e s , si se le
p e r m i t í a c o n s e r v a r las a n t i g u a s c o s a s ; así p r o p o n í a r e g e -
n e r a r el a n t i g u o s i s t e m a é i n t r o d u c i r n u e v a s f o r m a s y
n u e v a s ideas m á s conformes al estado social a c t u a l . H a s t a
declaraba, y el p o r v e n i r le h a dado la r a z ó n , q u e el m u n -
do se h a r í a p r o n t o á este c a m b i o y le p r e s t a r í a i m p l í c i t a -
m e n t e su a d h e s i ó n .
 — 56 -

E n e s t a descripción q u e acabo de h a c e r de los p r i n c i -

pios y de la d e c a d e n c i a de la r e l i g i ó n griega, m e h e con-
s a g r a d o a n t e todo á p o n e r de relieve sus rasgos esencia-
l e s . S u r u i n a n o h a sido s ú b i t a , c o m o se h a p r e t e n d i d o
f r e c u e n t e m e n t e ; n o se h a r e a l i z a d o t a m p o c o v i o l e n t a m e n -
t e . L a religión g r i e g a h a caído l e n t a m e n t e y p o r sí m i s m a .
A s í , si es cierto q u e los negocios h u m a n o s p r o g r e s a n
p o r ciclos p e r i ó d i c o s ; si el c u r s o de los a c o n t e c i m i e n t o s
de l a v i d a de u n i n d i v i d u o se p a r e c e al c u r s o de los acon-
t e c i m i e n t o s de l a e x i s t e n c i a de otro i n d i v i d u o ; si e x i s t e n
a n a l o g í a s s e m e j a n t e s e n t r e las c a r r e r a s q u e r e c o r r e n l a s
diversas n a c i o n e s ; si l a s m i s m a s cosas d e b e n r e p r o d u c i r s e
e n i n t e r v a l o s de t i e m p o d e t e r m i n a d o s ; si todo esto es
c i e r t o , n o es i m p o s i b l e q u e v o l v a m o s á e n c o n t r a r m á s e n
g r a n d e en la h i s t o r i a de E u r o p a la serie de sucesos q u e
h e m o s h a l l a d o e n la h i s t o r i a i n t e l e c t u a l de G r e c i a . Si
h a y , en fin, p a r a el e s p í r i t u h u m a n o d e t e r m i n a d a ley
de d e s a r r o l l o , ¿ n o e s t a m o s a u t o r i z a d o s á e s p e r a r q u e los
f e n ó m e n o s que n o s h a p r e s e n t a d o u n a n a c i ó n aislada a p a -
r e c e r á n de n u e v o en m a y o r escala c u a n d o t e n g a m o s q u e
t r a t a r de todo u n c o n t i n e n t e , y n o t e n e m o s r a z ó n al espe-
r a r q u e el e s t u d i o filosófico del p a s a d o p o d r á , n o sólo
a y u d a r n o s en la i n t e r p r e t a c i ó n de los h e c h o s de la h i s t o -
r i a de E u r o p a en la E d a d M e d i a , s i n o t a m b i é n e n c a m i -
n a r n o s p a r a p r e v e r el p o r v e n i r de la especie h u m a n a en-
t e r a ? E l m o v i m i e n t o i n t e l e c t u a l de G r e c i a fué a b s o r b i d o ,
es v e r d a d , p o r el m o v i m i e n t o i n t e l e c t u a l m á s l e n t o , p e r o
m á s g i g a n t e s c o de E u r o p a m e r i d i o n a l ; p e r o el m o v i m i e n -
t o p a r t i c u l a r de u n c o n t i n e n t e p u e d e h a l l a r s e p e r d i d o e n
el m o v i m i e n t o g e n e r a l del m u n d o , a b s o l u t a m e n t e c o m o
l a ola q u e se desliza por la superficie del m a r s i e m p r e
d i l a t á n d o s e , d e s a p a r e c e en el m o v i m i e n t o m á s i m p e -
t u o s o de las g r a n d e s olas. L a crítica filosófica, los descu-
b r i m i e n t o s científicos y la a c t i v i d a d i n t e l e c t u a l n a c i d a de
l a c o n c e n t r a c i ó n del p o d e r político fueron sobre t o d o los
q u e o b r a r o n s o b r e el m o d o de p e n s a r de los g r i e g o s ; la
c r í t i c a filosófica y los d e s c u b r i m i e n t o s científicos h a n ejer-
cido la m i s m a influencia p r e d o m i n a n t e en E u r o p a d u r a n -
t e los c u a t r o ú l t i m o s siglos. E v ó q u e n s e l a s c o n s e c u e n c i a s
•que.produjo el e s t a b l e c i m i e n t o del I m p e r i o r o m a n o , el
 — 57 —
cambio i n c e s a n t e de r e l a c i o n e s á q u e dio l u g a r e n t r e t o d a s
las n a c i o n e s de la c u e n c a del M e d i t e r r á n e o ; r e c u é r d e s e
cómo las a n t i g u a s f o r m a s del p e n s a m i e n t o d e s a p a r e c i e r o n
a n t e él d e s p u é s de h a b e r r e s i s t i d o á todos los a t a q u e s ,
a b r i e n d o paso á u n m o d o u n i f o r m e de p e n s a r ; n o n o s n e -
g u e m o s , en u n a p a l a b r a , á b u s c a r en el p a s a d o e n s e ñ a n z a s
p a r a el p o r v e n i r , y n o se d u d a r á de q u e la i n c r e í b l e faci-
lidad que la l o c o m o t o r a ofrece en n u e s t r o s días y las m a -
ravillosas i n v e n c i o n e s con q u e n o s h e m o s e n r i q u e c i d o
sean los p r e c u r s o r e s positivos de i n m e n s a r e v o l u c i ó n filo-
sófica.
U n a de las fases de la e x i s t e n c i a de u n p u e b l o m á s pe-
n o s a de c o n t e m p l a r es la que a t r a v i e s a en el m o m e n t o
en que va á dejar el yugo de la i m a g i n a c i ó n p o r el de la
r a z ó n . E l h o m b r e e s t á h e c h o de t a l m o d o , que m u c h o
después de h a b e r d e s c u b i e r t o los efectos de las ideas q u e
r e i n a n á su a l r e d e d o r , t e m e s u s t r a e r s e a b i e r t a m e n t e á su
d o m i n a c i ó n , y a p r e m i a d o p o r la fuerza de las c i r c u n s t a n -
cias se r e s u e l v e á vivir c o m o h i p ó c r i t a , a p l a u d i e n d o p ú -
b l i c a m e n t e lo q u e su j u i c i o c o n d e n a . E s t e m o d o de p r o -
ceder es de t a l m o d o g e n e r a l c u a n d o u n a n a c i ó n a t r a v i e s a
u n a crisis de este g é n e r o , q u e h a s t a es lícito decir q u e
e n t o n c e s la h i p o c r e s í a e s t á o r g a n i z a d a . T a l debió ser, creo
y o , el estado de las cosas e n la m a y o r p a r t e del i m p e r i o
r o m a n o en el m o m e n t o en q u e e m p e z ó el c r i s t i a n i s m o .
L a o p i n i ó n p ú b l i c a h a b í a r e n u n c i a d o ya á las a n t i g u a s
ideas, p e r o su p o d e r político h a b í a sobrevivido á su p o d e r
i n t e l e c t u a l , y de a h í los funestos efectos de que a c a b a m o s
de h a b l a r .
P r e c i s o es decirlo, sin e m b a r g o : este m a l es, h a s t a c i e r -
to p u n t o , i n h e r e n t e á la n a t u r a l e z a de las c o s a s , y sería
u n a v e r d a d e r a c a l a m i d a d q u e la h i p o c r e s í a n a c i o n a l t u -
viera t a n t o q u e h a c e r p a r a justificarse c o m o la h i p o c r e s í a
i n d i v i d u a l . T o d a sociedad civilizada e s t á , en c u a n t o á l a
n a t u r a l e z a de s u s p r o g r e s o s , s o m e t i d a á leyes p r e c i s a s , y
n o p u e d e a p a r t a r s e de la l í n e a q u e le p r e s c r i b e n s i n ex-
ponerse á los m a y o r e s d e s a s t r e s . S u s t r a e r b r u s c a m e n t e
u n a sociedad al yugo de a n t i g u a s c r e e n c i a s , n o es t r a e r l a
la l i b e r t a d , sino l a n z a r l a á a v e n t u r a s p o l í t i c a s ; así los
g r a n d e s h o m b r e s de E s t a d o n o v a c i l a n e n a u t o r i z a r , y
 — 58 —
h a s t a e n m a n t e n e r p o r la f u e r z a , p r á c t i c a s q u e h a n per-
dido su significación p r i m e r a , y c u y a b a s e i n t e l e c t u a l h a
sido ya m i n a d a . L a v e r d a d n o se h a c e p o d e r o s a s i n o p o r
g r a d o s : obra, a n t e t o d o , sobre la r a z ó n , s i e n d o s u influen-
cia e n t o n c e s p u r a m e n t e i n t e l e c t u a l é i n d i v i d u a l ; e x t i e n d e
e n seguida su esfera de a c t i v i d a d , crece con la influencia
m o r a l q u e ejerce, s o b r e t o d o , p o r m e d i o de l a o p i n i ó n p ú -
blica, y sólo al fin c o n q u i s t a p o r sí m i s m a el p o d e r físico
y p o l í t i c o . L a h i p o c r e s í a o r g a n i z a d a p e r t e n e c e al período
d u r a n t e el q u e se opera esta t r a n s i c i ó n . C o n s e g u i r q u e
u n a n a c i ó n se s o m e t a al i m p e r i o de n u e v a s ideas n o es
o b r a de u n día.
 CAPÍTULO III

DijSfresión s o b r e l a t e o l o g í a i n d i a ,
y la civilización egipcia.

L l e g a d o s u n a vez á este p u n t o de n u e s t r o e s t u d i o s o b r e
el desarrollo i n t e l e c t u a l de E u r o p a , o p o r t u n o es q u e exa-
m i n e m o s á la ligera dos influencias e x t r a ñ a s q u e o b r a r o n
sobre é l : la influencia de la I n d i a y l a de E g i p t o .
D e s p u é s de h a b e r c o n s i g n a d o e n el p r e c e d e n t e c a p í t u l o
el p a r e n t e s c o e x i s t e n t e e n t r e las familias i n d i a y e u r o p e a ,
n o d e j a r á de ofrecer i n t e r é s la c o m p a r a c i ó n e n t r e el des-
arrollo i n t e l e c t u a l de a m b a s r a z a s . E l m o v i m i e n t o i n t e -
l e c t u a l de l a m á s a n t i g u a n o s i n d i c a r á el c a m i n o q u e debe
seguir la s e g u n d a , y el fin á q u e se d i r i g e . A c a d a p a s o ,
en n u e s t r a época, v e m o s s u r g i r de las o b s c u r i d a d e s d e l a
m o d e r n a metafísica l a s a n t i g u a s ideas del O r i e n t e ; e s t a s
ideas m a r c a n u n a fase i n t e l e c t u a l , q u e d e b e r á i n d u d a b l e -
m e n t e a t r a v e s a r el e s p í r i t u i n d o - e u r o p e o , y s i considera-
m o s el e n t u s i a s m o con q u e h a n sido acogidas en C h i n a y
en e l O r i e n t e e n t e r o , q u i z á p o d a m o s e x t e n d e r n u e s t r a s
conclusiones de l a familia i n d o - e u r o p e a á t o d a l a r a z a h u -
m a n a . P o r eso m i s m o v e m o s t a m b i é n c u a n v a n o y p o c o
filosófico es e s p e r a r q u e las a n t i g u a s p o b l a c i o n e s de Asia
v u e l v a n á u n e s t a d o de civilización t a l c o m o el n u e s t r o .
L a s condiciones i n t e l e c t u a l e s q u e c a r a c t e r i z a n s e m e j a n t e
estado h a n existido e n otro t i e m p o e n Asia y n o r e a p a r e -
c e r á n y a ; esas a ñ e j a s r a z a s n o t i e n e n m á s r e c u r s o q u e
a v a n z a r t o d o lo lejos posible e n el c a m i n o q u e s i g u e n , y
p e r e c e r d e s p u é s , d e j a n d o p a s o franco á n u e v a s r a z a s r e -
g e n e r a d a s y d i f e r e n t e m e n t e c o n s t i t u i d a s . L a m a r c h a de
 — 60 —
la vida j a m á s es r e t r ó g r a d a : el a n c i a n o achacoso n o p u e d e
volver á la c o m p l e t a confianza de la e d a d v i r i l , c o m o el
j o v e n n o p u e d e r e c o b r a r las ociosas é i n ú t i l e s o c u p a c i o n e s
q u e de n i ñ o le d i v e r t í a n , c o m o el n i ñ o m i s m o se h a l l a
n o poco lejos de la i n o c e n t e c r e d u l i d a d de sus p r i m e r o s
años.
L a teología p r i m i t i v a de la I n d i a n o existe p a r a n o s -
o t r o s ; s u s p r i n c i p i o s se p i e r d e n e n la n o c h e de los t i e m -
pos a n t e h i s t ó r i c o s , y en t o d o lo q u e n o s h a q u e d a d o de la
a n t i g u a filosofía de los i n d i o s e n c o n t r a m o s ya m u l t i t u d
de c o n c e p c i o n e s a n t r o p o c é n t r i c a s , a p l i c a d a s , es v e r d a d ,
m á s b i e n al m u n d o m o r a l q u e al m u n d o físico. E s t a filo-
sofía h a b í a ya llegado á la c o n c l u s i ó n de q u e el h o m b r e
n o t i e n e que p r e o c u p a r s e s i n o de sí m i s m o . « T ú e s t a b a s
solo c u a n d o n a c i s t e ; solo e s t a r á s c u a n d o m u e r a s ; solo
c u a n d o t e n g a s q u e r e s p o n d e r a n t e el t r i b u n a l del i n e x o -
r a b l e juez.»
A r r a n c a n d o de aquí, el e s p í r i t u h u m a n o p u e d e p r o g r e -
s a r e n dos d i s t i n t a s direcciones: ó se dedica e x c l u s i v a m e n -
t e á c o n s i d e r a r la n a t u r a l e z a m a t e r i a l ó e l e v á n d o s e á m a -
y o r a l t u r a y m o s t r á n d o s e m á s v e r d a d e r a m e n t e filosófico
a b r a z a el u n i v e r s o e n t e r o con el solo auxilio de las c o n c e p -
c i o n e s del espacio y de la fuerza. D e estos dos m o d o s de
p r o g r e s o h a l l a m o s r e s p e c t i v a m e n t e u n ejemplo en los V e -
d a s é i n s t i t u c i o n e s de M a n ú y en el B u d h i s m o . E n n i n g u n a
de e s t a s dos filosofías se e n c u e n t r a n l a s ideas en e s t a d o de
s i m p l e s a b s t r a c c i o n e s ; a c u s a n u n fin m o r a l y p o s e e n t a l
p o d e r de c o n s t r u c t i v i d a d q u e n o h a sido i g u a l a d o n i a u n
p o r el s i s t e m a c r e a d o m á s t a r d e p o r los P a p a s . E s t a s filo-
sofías r e g l a m e n t a n la e x i s t e n c i a e n t e r a del i n d i v i d u o t a n -
t o c o m o la de la sociedad, y h a n m a n i f e s t a d o su poder e n
la fundación de o r g a n i z a c i o n e s políticas, que p o r su g r a n -
deza y antigüedad merecen toda nuestra atención. E x a -
m i n a r é , p u e s , á la ligera el v e d i s m o en p r i m e r t é r m i n o y
e n seguida el b u d h i s m o q u e le sucedió.
E l t e r r i t o r i o de la I n d i a e s t á r e p a r t i d o e n t r e c l i m a s
m u y diferentes: e n c i é r r a l a s m á s a l t a s m o n t a ñ a s del globo
ó inmensos r í o s , poseyendo u n a vegetación maravillosa-
m e n t e e x u b e r a n t e ; allí las lluvias s o n p e r i ó d i c a s y los
m o n z o n e s d a n p á b u l o á las t e m p e s t a d e s . N o es, p u e s , e x -
 — 61 -

t r a ñ o q u e en p u e b l o t a n familiarizado con los m á s i m p o -

n e n t e s e s p e c t á c u l o s de l a n a t u r a l e z a se h a y a e n c o n t r a d o
i n s t i n t i v a a d m i r a c i ó n h a c i a la m a t e r i a y t e n d e n c i a s al
culto de la n a t u r a l e z a . T a l e s e s p e c t á c u l o s p r o d u c e n , e n
e f e c t o , i n d e l e b l e i m p r e s i ó n en el e s p í r i t u del h o m b r e , y
t a n t o m á s p r o f u n d a c u a n t o m á s cultivado está.
L o s V e d a s , las E s c r i t u r a s de los i n d i o s , son e n n ú m e r o
de c u a t r o : el E i g - V e d a , el Y a d j o u r - V e d a , el S a m a - V e d a
y el A t h a r v a n - V e d a ; p a s a n t o d o s p o r r e v e l a c i o n e s de
B r a h m a ; la a u t e n t i c i d a d del ú l t i m o n o es p o r t o d o s r e c o -
nocida , y su l e c t u r a deja la convicción de que h a debido
ser c o m p u e s t o m á s t a r d e q u e los d e m á s y en u n a época
en que el p o d e r j e r á r q u i c o e s t a b a ya f u e r t e m e n t e c o n s o -
lidado. L a l e n g u a de los V e d a s es el a n t i g u o s á n s c r i t o q u e
h a p r e c e d i d o al i d i o m a m á s r e c i e n t e q u e h o y se conoce
bajo dicho n o m b r e . F o r m a n los V e d a s la b a s e de u n a ex-
t e n s a l i t e r a t u r a , U p a v e d a s , A n g a s , e t c . , q u e son sus a m -
pliaciones ó c o m e n t a r i o s . L o s V e d a s a p e n a s e n c i e r r a n
m á s que h i m n o s p a r a l a s diferentes c e r e m o n i a s p ú b l i c a s
y p r i v a d a s , o r a c i o n e s , p r e c e p t o s , l e y e n d a s y d o g m a s : el
R i g , el m á s a n t i g u o de los c u a t r o , e s t á p r i n c i p a l m e n t e
c o m p u e s t o de h i m n o s ; los otros t r e s e s t á n c o n s a g r a d o s á
las f ó r m u l a s l i t ú r g i c a s . L o s V e d a s n o h a n sido t o d o s c o m -
p u e s t o s e n la m i s m a época n i p o r los m i s m o s a u t o r e s ;
h a s t a p a r e c e a v e r i g u a d o que los p r i m e r o s h a n sido escri-
tos por s a c e r d o t e s , y los ú l t i m o s p o r jefes m i l i t a r e s . L a
base de las d o c t r i n a s védicas es la c r e e n c i a en u n E s p í r i t u
u n i v e r s a l q u e p e n e t r a t o d a s las c o s a s . E s t e D i o s es n e c e -
s a r i a m e n t e u n o . « N o existe en v e r d a d m á s que u n D i o s ,
el E s p í r i t u S u p r e m o , el S e ñ o r del u n i v e r s o , de q u i e n es
obra el u n i v e r s o » , el D i o s s u p e r i o r á t o d o s los dioses, q u e
creó la t i e r r a , los cielos y las aguas. E l m u n d o , conside-
rado así c o m o e m a n c i p a c i ó n de D i o s , n o es s i n o u n a p a r t e
de D i o s m i s m o ; su v o l u n t a d , m a n i f e s t á n d o s e á c a d a
paso, es la q u e h a c e s u b s i s t i r al m u n d o , y si la m a n o de
Dios se r e t i r a s e u n solo m o m e n t o el m u n d o d e s a p a r e c e -
ría i n s t a n t á n e a m e n t e . E l m u n d o , t a l cual e s , sufre i n c e -
santes t r a n s f o r m a c i o n e s , y cada cosa n o h a c e c o n s t a n t e -
m e n t e s i n o a c a b a r u n a fase de su e x i s t e n c i a y p a s a r á
otra fase n u e v a . E n m e d i o de t o d o s estos i n c e s a n t e s m o -
 — 62 —

v i m i e n t o s a p e n a s si se p u e d e decir q u e el p r e s e n t e existe,
p u e s t o q u e el p o r v e n i r h a e m p e z a d o ya c u a n d o el p a s a d o
va á t e r m i n a r .
T o d a s las cosas m a t e r i a l e s son a r r a s t r a d a s dé este m o d o
e n c o n t i n u o m o v i m i e n t o , c a m b i a n d o i n c e s a n t e m e n t e de
f o r m a s y e j e c u t a n d o u n a serie de r e v o l u c i o n e s , á cuyo
t é r m i n o r e c o b r a n su p r i m i t i v o e s t a d o . Sólo e n este sen-
t i d o p o d e m o s decir q u e l a t i e r r a y los c u e r p o s celestes
h a n t e n i d o u n p r i n c i p i o , p u e s en r e a l i d a d m a r c h a n s i e m -
pre hacia inevitable destrucción, y después que h a y a n
p a s a d o i n n u m e r a b l e s siglos v o l v e r á á e m p e z a r otro m o -
v i m i e n t o s e m e j a n t e , y n u e v a s series de a n á l o g o s a c o n t e -
c i m i e n t o s s e g u i r á n p r o d u c i é n d o s e h a s t a lo infinito.
H a y , s i n e m b a r g o , e n esta d o c t r i n a de t r a n s f o r m a c i ó n
u n i v e r s a l algo m á s de lo q u e á p r i m e r a v i s t a se d e s c u b r e
e n e l l a : e n el fondo de la teología i n d i a se oculta el p a n -
t e í s m o . «Dios es u n o p o r q u e es todo». L o s V e d a s , c u a n d o
t r a t a n de las r e l a c i o n e s de la n a t u r a l e z a con D i o s , n o s
d i c e n q u e É l es la m a t e r i a t a n t o c o m o la c a u s a del u n i -
v e r s o , «la arcilla t a n t o c o m o el alfarero». P a r e c e n a d m i -
t i r así que si existe d o n d e q u i e r a y en t o d a s las cosas u n
e s p í r i t u de i d é n t i c a n a t u r a l e z a que el a l m a h u m a n a , p e r o
m u y s u p e r i o r , la n a t u r a l e z a m a t e r i a l e s t á , s i n e m b a r g o ,
e s e n c i a l ó i n s e p a r a b l e m e n t e u n i d a á este e s p í r i t u ; así
c o m o el cuerpo del h o m b r e se t r a n s f o r m a c o n t i n u a m e n t e ,
gastándose y renovándose alternativamente, ó (pasando
al caso de la h u m a n i d a d e n t e r a ) así como las n a c i o n e s
n a c e n y p e r e c e n , sin que p o r eso deje de existir lo q u e
p u e d e l l a m a r s e el e s p í r i t u h u m a n o u n i v e r s a l , a s i m i s m o ,
s e g ú n los V e d a s , e s t á n u n i d o s p a r a s i e m p r e la m a t e r i a y
el e s p í r i t u . Colocados e n este p u n t o de v i s t a , n o sólo de-
b e m o s m i r a r al Ser S u p r e m o c o m o s i m p l e i n t e l i g e n c i a
s u p e r i o r q u e g o b i e r n a el m u n d o , s i n o t a m b i é n , y p a r a l e -
l a m e n t e á lo q u e v e m o s e n el h o m b r e , e n q u i e n n o se
m a n i f i e s t a el p r i n c i p i o e s p i r i t u a l sino p o r su asociación
c o n el c u e r p o , n o c o n s i d e r a r la m a t e r i a , ó la n a t u r a l e z a ,
ó el u n i v e r s o visible, s i n o c o m o la m a n i f e s t a c i ó n s e n s i b l e
de D i o s .
A los c a m b i o s q u e o b s e r v a m o s en el c u e r p o h u m a n o
c o r r e s p o n d e n , a u n q u e a b a r c a n d o espacios y p e r í o d o s de
 — 63 —

t i e m p o i n m e n s a m e n t e m á s c o n s i d e r a b l e s , los c a m b i o s q u e
sufren los objetos visibles, y e s p e c i a l m e n t e los a s t r o s . S i n
e m b a r g o , c u a n d o a d m i t i m o s estas c o n c e p c i o n e s r e s p e c t o
á las r e l a c i o n e s m u t u a s de la m a t e r i a y del e s p í r i t u , n o
d e b e m o s n u n c a p e r d e r de v i s t a q u e «la m a t e r i a n o es, en
n a d a , i n d e p e n d i e n t e de la p e r c e p c i ó n m e n t a l , que ser y
p e r c e p t i b i d a d son dos n o c i o n e s i d é n t i c a s , q u e las a p a r i e n -
cias y las s e n s a c i o n e s e x t e r i o r e s son ilusorias y se disipa-
r í a n en seguida si la i n t e r v e n c i ó n d i v i n a , ú n i c a q u e las
m a n t i e n e , c e s a r a u n solo i n s t a n t e . »
E n c u a n t o á l a relación q u e existe e n t r e el Ser S u p r e -
m o y el h o m b r e , el a l m a h u m a n a es u n a p o r c i ó n ó u n a
p a r t í c u l a de ese p r i n c i p i o que todo lo i n v a d e : la i n t e l i g e n -
cia u n i v e r s a l ó el a l m a del m u n d o ; esta p a r t í c u l a e s t á
m o m e n t á n e a m e n t e a p a r t a d a de su p r i m i t i v a fuente y u n i -
da al cuerpo h u m a n o , p e r o e s t á f a t a l m e n t e d e s t i n a d a á
j u n t a r s e á ella p r o n t o ó t a r d e , t a n i n e v i t a b l e m e n t e c o m o
el río e s t á l l a m a d o á p e r d e r s e u n a vez m á s en el océano de
que h a n a c i d o . « E s t e e s p í r i t u — dice V e r u n a á su h i j o —
de que p r o c e d e n t o d a s las c o s a s , e n q u e t o d a s c o n t i n ú a n
viviendo, al q u e t o d a s t i e n d e n á u n i r s e y q u e á t o d a s l a s
a b s o r b e r á al fin; este e s p í r i t u , a p r e n d e á c o n o c e r l o , es el
G r a n d e U n o » . M u l t i t u d de c o n s i d e r a c i o n e s m o r a l e s n o s
i m p i d e n d u d a r de la e x i s t e n c i a del m a l en este m u n d o , y
como el a l m a es algo d e m a s i a d o s a n t o p a r a p o d e r sufrir
sin m a n c h a el c o n t a c t o del m a l , sigúese de a q u í q u e el
a l m a es s u s c e p t i b l e de h a c e r s e i n d i g n a de volver á la fuen-
te i n f i n i t a m e n t e p u r a de d o n d e p r o c e d e ; de a h í la necesi-
dad de la purificación. P e r o los a c o n t e c i m i e n t o s de la v i d a
del h o m b r e c o n t r i b u y e n m á s á m e n u d o á a u m e n t a r l a
m a n c h a r e c i b i d a que á b o r r a r l a , y p o r o t r a p a r t e , e s t a
vida es con frecuencia d e m a s i a d o c o r t a p a r a l a v a r l a com-
p l e t a m e n t e . P o r eso el t i e m p o c o n s a g r a d o á l a purifica-
ción p u e d e p r o l o n g a r s e m á s a l l á de la e x i s t e n c i a de este
m u n d o por la t r a n s m i g r a c i ó n del a l m a á otro c u e r p o ; bajo
cada u n a de e s t a s n u e v a s f o r m a s el a l m a espía s u s p e c a -
dos, se ve s o m e t i d a á i n c e s a n t e s p r u e b a s y e n c u e n t r a así
ocasión de r e s c a t a r su i n d i g n i d a d y de m e r e c e r p o r s e g u n -
da vez el p e r d e r s e en el océano de la infinita p u r e z a . D e
tal modo c o m b i n a d a , h a c i e n d o de t o d a la n a t u r a l e z a a n i -
 — 64 —
m a d a u n s i s t e m a de p e n i t e n c i a y p u r i f i c a c i ó n , e s t a doc-
t r i n a de la t r a n s m i g r a c i ó n de las a l m a s e n g e n d r a n e c e s a -
r i a m e n t e , entre otras consecuencias m o r a l e s , profundo
r e s p e t o á la vida de los seres a n i m a d o s , s e a n los q u e
quieran, hombres, animales ó insectos.
N a d a s e m e j a n t e h a l l a m o s , en la filosofía e u r o p e a , á
e s t a i m p o r t a n c i a que da la teología i n d i a á las d i v e r s a s
f o r m a s de la vida a n i m a l . P a r a n o s o t r o s , la e x i s t e n c i a del
a n i m a l n o t i e n e objeto. E n E g i p t o , c o m o v e r e m o s m á s
a d e l a n t e , la d o c t r i n a de la t r a n s m i g r a c i ó n h a ido á p a r a r
á las m i s m a s c o n c e p c i o n e s , p e r o h a sido g r a v e m e n t e al-
t e r a d a en sus aplicaciones p r á c t i c a s p o r el vil f e t i c h i s m o
de las r a z a s i n d í g e n a s de África. L a s clases i l u s t r a d a s la
a c o g i e r o n , seducidas p o r su aspecto filosófico, y el v u l g o
se e n c a r i ñ ó con ella p o r q u e en su aspecto p r á c t i c o se con-
cillaba p e r f e c t a m e n t e con sus ideas i d o l á t r i c a s .
D e s e m e j a n t e s d o g m a s teológicos n a c e p o r l a sola fuer-
za de las cosas, u n s i s t e m a religioso cuyo fin es a p r e s u -
r a r l a purificación del a l m a , á fin de q u e goce lo m á s
p r o n t o p o s i b l e la v e r d a d e r a d i c h a que sólo el r e p o s o a b -
s o l u t o p u e d e dar. L o s m e d i o s de r e d u c i r el n ú m e r o de
l a s t r a n s m i g r a c i o n e s del a l m a son: los ejercicios p i a d o -
sos, la oración, la p e n i t e n c i a , y sobre t o d o p r o f u n d a s m e -
d i t a c i o n e s sobre la e x i s t e n c i a y a t r i b u t o s del Ser S u p r e -
m o . E s t a vida, e n t e r a m e n t e c o n t e m p l a t i v a , h a sido l a de
g r a n n ú m e r o de s a n t o s h o m b r e s .
T a l es, b o s q u e j a d a en sus r a s g o s e s e n c i a l e s , la teolo-
gía védica. L o s V e d a s a d m i t e n a d e m á s otros s e r e s supe-
r i o r e s al h o m b r e , los dioses de los e l e m e n t o s y de los as-
t r o s , y personifican t a m b i é n los a t r i b u t o s de la d i v i n i d a d .
L a s t r e s d i v i n i d a d e s védicas, A g n i , I n d r a y S u r y a n o s o n
s i n e m b a r g o d i v i n i d a d e s i n d e p e n d i e n t e s , p u e s todos los
e s p í r i t u s e s t á n c o m p r e n d i d o s en el a l m a u n i v e r s a l . L o s
V e d a s n o r e c o n o c e n la t r i n i d a d de B r a h m a , V i c h n ú y
S i v a , a d o p t a d a m á s t a r d e p o r los I n d o s . A d m i t e n el
culto de los e s p í r i t u s s e c u n d a r i o s , t a l e s c o m o los de los
p l a n e t a s , los semidioses q u e h a b i t a n el a i r e , las a g u a s ,
los b o s q u e s ; p e r o t o d o s estos s e m i d i o s e s son m o r t a l e s .
L o s V e d a s p r e d i c a n la c a r i d a d u n i v e r s a l , h a s t a la c a r i d a d
con los e n e m i g o s . « E l á r b o l — d i c e n — n o debe r e t i r a r su
 - 65 —
s o m b r a al l e ñ a d o r . » L a s o r a c i o n e s d e b e n decirse t r e s ve-
ces al día, p o r la m a ñ a n a , á m e d i o día y por l a n o c h e ;
prescríbese el a y u n o , lo m i s m o q u e las a b l u c i o n e s a n t e s
de la c o m i d a ; los p r e s e n t e s , ofrecidos en los sacrificios,
c o n s i s t e n en flores, frutas y m o n e d a s de p l a t a . E n s u m a ,
la religión védica r e v e l a m a r c a d a t e n d e n c i a al e g o í s m o ;
glorifica l a s m á s bajas a s p i r a c i o n e s y escita á la s a t i s -
facción de los a p e t i t o s c a r n a l e s , á los goces de la m e s a
y de la f o r t u n a . Carece e n a b s o l u t o de e s p í r i t u de p r o s e -
l i t i s m o , r e e m p l a z a d o p o r el p r i n c i p i o de q u e t o d a s las
religiones son i g u a l m e n t e a g r a d a b l e s á D i o s , sin lo cual
n o h u b i e r a fundado m á s q u e u n a , á cuyo lado su o m n i -
potencia no hubiera tolerado n i n g u n a rival. Nada hay en
los V e d a s q u e c o n s a g r e la división en c a s t a s , n a c i d a sin
la m e n o r d u d a d u r a n t e las a n t e r i o r e s c o n q u i s t a s ; en t o d o
caso h a c o m p r o m e t i d o el p r o g r e s o s o c i a l , c o n d e n a n d o á
cada clase de la sociedad á la i n m o v i l i d a d y c o n c e n t r a n -
do j e r á r q u i c a m e n t e el s a b e r y el p o d e r . N i n g ú n pasaje,
n i en los V e d a s , n i a u n , p o r lo q u e se h a p r e t e n d i d o , e n
la l i t e r a t u r a i n d i a e n t e r a , a l u d e al a m o r de la l i b e r t a d .
L a s r a z a s a s i á t i c a s i g n o r a n este s e n t i m i e n t o . H a n p e s a -
do las v e n t a j a s de la l i b e r t a d y l a s de la s e g u r i d a d , y n o
h a n vacilado en preferir la ú l t i m a , a b a n d o n a n d o la p r i -
m e r a á los trabajos de las r a z a s e u r o p e a s . E l v a l o r de l a
l i b e r t a d n o se a p r e c i a s i n o en m e d i o de las l u c h a s de l a
existencia a c t i v a ; la v i d a del a s i á t i c o es e s e n c i a l m e n t e
pasiva, y sólo a s p i r a á la t r a n q u i l i d a d . P a r a explicar e s t a
especie de i m p o t e n c i a se h a dicho q u e n o p r e s e n t a n -
do el c o n t i n e n t e a s i á t i c o z o n a a l g u n a v e r d a d e r a m e n t e
t e m p l a d a , las r a z a s poco vigorosas de Asia se h a b í a n h a -
llado d u r a n t e siglos e n t e r o s e n c o n t a c t o con r a z a s m á s
fuertes y que h a b í a n c o n c l u i d o así p o r c o n s u m i r s e s u s
esfuerzos p o r la l i b e r t a d . P o d r í a s e t a m b i é n decir q u e u n a
n a c i ó n , cuyo t e r r i t o r i o n o t o c a al m a r , y q u e j u z g a i m -
pío a v e n t u r a r s e en sus a g u a s , n o e s t á h e c h a p a r a com-
p r e n d e r lo que es la l i b e r t a d . D e c r e e r á los V e d a s , p a -
rece que la c o n d i c i ó n de las m u j e r e s n o era e n e s t a época
t a n l i m i t a d a como lo fué d e s p u é s , y h a s t a que e r a g e n e -
ral la m o n o g a m i a . L a i n m e n s a e x t e n s i ó n de los V e d a s y
el n ú m e r o de a u t o r e s q u e en ellos h a n t r a b a j a d o en dife-

Historia del desarrollo intelectual de Europa,—TOMO I.

5
 — 66 —
r e n t e s épocas , n o p e r m i t e n , sino en r a r a s ocasiones,-sa-
c a r de ellos d e d u c c i o n e s s ó l i d a s ; las d i v e r s a s p a r t e s de
q u e e s t a s o b r a s se c o m p o n e n , c a r e c e n de lazos q u e l a s
u n a n e n t r e s í ; los e j e m p l a r e s c o m p l e t o s de los V e d a s s o n
r a r í s i m o s t a m b i é n , y los t e x t o s , en fin, á m e n u d o a l t e -
rados y restablecidos, h a n hecho nacer graves incerti-
dumbres.
L a s I n s t i t u c i o n e s de M a n ú son u n Código de leyes ci-
viles y r e l i g i o s a s ; h a n sido e s c r i t a s h a c i a el n o v e n o siglo
a n t e s de J e s u c r i s t o , p e r o p a r e c e n p e r t e n e c e r , como los
V e d a s , á diferentes épocas. L a s c o n c e p c i o n e s p a n t e í s t a s
e s t á n en ellas- m á s r e s u e l t a m e n t e m e z c l a d a s con la doc-
t r i n a de la u n i d a d d i v i n a . C o m p r e n d e n la descripción de
l a c r e a c i ó n , de l a n a t u r a l e z a de D i o s y del a l m a , y v a r i a s
r e g l a s q u e d e t e r m i n a n los deberes del h o m b r e en t o d a s
l a s fases de su e x i s t e n c i a . E l t o n o i m p e r i o s o con q u e es-
t a s r e g l a s se d a n y la m i n u c i o s i d a d de sus p o r m e n o r e s ,
p r u e b a n q u e los s a c e r d o t e s h a b í a n llegado ya á u n e s t a -
do de a d e l a n t a d a c u l t u r a y q u e g o z a b a n ya de i l i m i t a d o
poder. Atestiguan superior civilización, pero t a m b i é n
d e s m o r a l i z a c i ó n p r o f u n d a , y los c r í m e n e s cuya p e n a fijan
son ya los de a v a n z a d í s i m o estado social. P o r su c a r á c -
t e r a r b i t r a r i o é inflexible r e c u e r d a n el s i s t e m a de los
P a p a s , como p o r los consejos q u e d a n á los r e y e s y la in-
d u l g e n c i a que m u e s t r a n p o r la i n m o r a l i d a d , h a c e n pen-
sar en esa sociedad i t a l i a n a q u e t a n fielmente se refleja
e n las o b r a s de M a q u i a v e l o . E n lo q u e al h o m b r e c o n -
c i e r n e , diferencian el a l m a del p r i n c i p i o v i t a l , a f i r m a n d o
q u e sólo este ú l t i m o es el q u e expía el pecado p o r la
t r a n s m i g r a c i ó n . D i v i d e n la sociedad e n c u a t r o c a s t a s : la
c a s t a s a c e r d o t a l , la m i l i t a r , la i n d u s t r i a l y la de los sier-
v o s . H a c e n del b r a h m á n l a p r i m e r a c r i a t u r a , y r e g l a m e n -
t a n su e x i s t e n c i a del s i g u i e n t e m o d o : u n a p a r t e debe
c o n s a g r a r s e á la a b s t i n e n c i a , o t r a al m a t r i m o n i o , o t r a á
la vida eremítica, y la ú l t i m a á profundas meditaciones;
e n t o n c e s «puede dejar la v i d a c o m o el p á j a r o deja la ra-
m a de u n á r b o l » . C o n f í a n , e n fin, el p o d e r á u n m o n a r -
ca a b s o l u t o asistido de siete consejeros y de u n a j e r a r -
q u í a a d m i n i s t r a t i v a ; las r e n t a s del e s t a d o se f o r m a n con
los p r o d u c t o s de la a g r i c u l t u r a , t a s a s c o m e r c i a l e s , t a s a s
 — 67 —

pagadas p o r los n e g o c i a n t e s y u n i m p u e s t o p e r s o n a l de
u n día de t r a b a j o al m e s .
L a s I n s t i t u c i o n e s , p o r s u s p r i n c i p i o s e s e n c i a l e s , se pa-
r e c e n m u c h o á los V e d a s , a u n q u e h a g a n m a y o r e s c o n c e -
siones á la s u p e r s t i c i ó n p o p u l a r ; p e r o esa es u n a de l a s
condiciones de d u r a c i ó n de todo s i s t e m a d e s t i n a d o á u n a
sociedad c o m p u e s t a de clases e s t a c i o n a d a s en e t a p a s dis-
t i n t a s de su desarrollo i n t e l e c t u a l . A m b a s o b r a s son p a n -
teístas, p u e s a m b a s c o n s i d e r a n al u n i v e r s o c o m o m a n i -
festación de D i o s ; a m b a s a d m i t e n la d o c t r i n a de la e m a -
nación ; u n a y o t r a e n s e ñ a n q u e el u n i v e r s o n o t e n d r á
sino l i m i t a d a d u r a c i ó n , q u e en c u a n t o le a b a n d o n e la
m a n o de D i o s , todas las cosas, y a u n los dioses s e c u n d a -
rios, d e s a p a r e c e r á n en la a b s o r c i ó n g e n e r a l , y q u e en i n -
tervalos de t i e m p o p r o d i g i o s a m e n t e l a r g o s , n u e v a s e m a -
naciones y absorciones seguirán sucesivamente reprodu-
ciéndose h a s t a lo infinito.
L o s c a m b i o s que m á s t a r d e sufrió la teología i n d i a h a n
sido r e s u l t a d o de la p r e p o n d e r a n c i a o b t e n i d a p o r l a s cla-
ses inferiores sobre la clase filosófica q u e h a b í a en p a r t e
desaparecido. S e g ú n M . E l p h i n s t o n e , la n u e v a teología
se aleja c a d a vez m á s del m o n o t e í s m o , a b a n d o n a n d o al-
gunos de los a n t i g u o s dioses, i n t r o d u c i e n d o o t r o s n u e v o s ,
y g e n e r a l i z a n d o l a a d o r a c i ó n de los m o r t a l e s deificados;
esta d o c t r i n a de deificación h u m a n a t o m a t a l e x t e n s i ó n ,
que I n d r a y los d e m á s dioses m i t o l ó g i c o s t e m e n á c a d a
i n s t a n t e verse s u p l a n t a d o s p o r s i m p l e s m o r t a l e s . C o m o
-el Dios invisible n o t e n í a t e m p l o , y e s p í r i t u s , i n c u l t o s
a ú n , n o p o d í a n c o n t e n t a r s e c o n a b s t r a c c i o n e s p a r a ob-
jeto de su culto, se r e e u r r i ó al p o l i t e í s m o y á la a d o r a -
ción de las i m á g e n e s . Así se i n t r o d u j o la t r i n i d a d de
B r a h m a , V i c h n ú y S i v a ; V i c h n i i y Siva, sin e m b a r g o , n o
figuran en las I n s t i t u c i o n e s . A d e m á s de l a g r a n t r i n i d a d
h á l l a n s e c a t o r c e dioses p r i n c i p a l e s , á n g e l e s , g e n i o s , dio-
ses p e n a t e s y dioses l a r e s c o m o e n t r e los r o m a n o s . B r a h -
m a n o t i e n e m á s que u n solo t e m p l o e n t o d a la I n d i a ,
donde su culto j a m á s h a estado m u y favorecido. K r i c h n a
es la divinidad favorita de las m u j e r e s . L a d o c t r i n a de
la e n c a r n a c i ó n h a a c a b a d o t a m b i é n p o r p r e v a l e c e r , y se
c u e n t a n i n n u m e r a b l e s e n c a r n a c i o n e s de V i c h n ú . Á b r e s e
 — 68 -
p a s o la o p i n i ó n de q u e la fe en u n dios p a r t i c u l a r es m á s
m e r i t o r i a q u e la c o n t e m p l a c i ó n , los ejercicios piadosos y
las b u e n a s o b r a s . N u e v o r i t u a l , los dieciocho P u r a n a s ,
c o m p u e s t o s e n t r e los siglos v m y x v i , r e e m p l a z a á los
V e d a s . L o s P u r a n a s e n c i e r r a n t e o l o g í a s , n a r r a c i o n e s de
l a c r e a c i ó n , e s p e c u l a c i o n e s filosóficas y f r a g m e n t o s h i s -
tóricos. L o s P u r a n a s no pueden considerarse como cuer-
p o g e n e r a l de d o c t r i n a , y t o d a s las sectas h a n sabido
e n c o n t r a r e n ellos a r g u m e n t o s ; p e r o g o z a n n o o b s t a n t e
de i r r e c u s a b l e a u t o r i d a d . E n o t r o t i e m p o c o n c e d í a s e á
los sacrificios y á la mortificación la m a y o r eficacia; a h o -
r a se llega al m i s m o fin con la sola a y u d a de la fe. L a
c o n d i c i ó n esencial de la salvación — dice el B h a g a v a d
G i t a , la E s c r i t u r a de l a escuela m o d e r n a — e s el afecto á
u n m a e s t r o especial, cuya e n s e ñ a n z a p a r a todo b a s t a . L a
eficacia a h o r a r e c o n o c i d a de l a fe y la facilidad de l a ex-
p i a c i ó n de los p e c a d o s p o r la p e n i t e n c i a h a n favore-
cido n e c e s a r i a m e n t e la s u p e r s t i c i ó n y d e b i l i t a d o n o poco
l a s i n t e l i g e n c i a s ; se espera a h o r a u n p a r a í s o con á r b o l e s
floridos, c a n t o s y fiestas sin fin, y se t e m e el infierno,
q u e sólo ofrecerá l l a m a s , t o r m e n t o s y e s p e c t r o s e s p a n -
tosos.
P o r m á s q u e la d e s a p a r i c i ó n de l a s clases c u l t i v a d a s
h a y a t e n i d o p o r c o n s e c u e n c i a la g r a d u a l d e g r a d a c i ó n de
l a r e l i g i ó n , la t e n d e n c i a de la filosofía i n d i a h a q u e d a d o
s i n e m b a r g o m u y c l a r a m e n t e m a r c a d a . D e s d e los t i e m -
p o s m á s r e m o t o s se c u e n t a n en la I n d i a seis filosofías dis-
t i n t a s : 1." L a p r i m e r a M i m a n s a . 2 . L a s e g u n d a M i m a n -
a

sa ó V e d a n t a , fundada por V y a s a h a c i a el a ñ o 1 4 0 0 a n t e s
de J e s u c r i s t o , y q u e ofrece u n a l i t e r a t u r a de p r o d i g i o s a
e x t e n s i ó n . 3 . L a escuela lógica, que se acerca m u c h o á
a

la de A r i s t ó t e l e s , h a s t a en los p o r m e n o r e s . 4 . L a escuela
a

a t o m í s t i c a de K a n a d a . 5 . L a escuela a t e a de Kapila. 6 .
a a

L a escuela a t e a de P a t a n d j a l i .
E s t e g r a n s i s t e m a teológico apoyado e n t i r á n i c a j e r a r -
q u í a n o podía m a n t e n e r s e sin conflictos; debía f a t a l m e n -
t e ir á p a r a r al b u d h i s m o , q u e se l e v a n t ó c o m o su an-
t a g o n i s t a . U n éxito de d u r a c i ó n prodigiosa y sin s e m e -
j a n t e h a s t a n u e s t r o s días h a v e n i d o á dar r a z ó n á l a s pa-
l a b r a s proféticas de su i l u s t r e f u n d a d o r , éxito q u e le h a
 — 69 -
m e r e c i d o el r e c o n o c i m i e n t o de l a i g u a l d a d a b s o l u t a de to-
dos los h o m b r e s d o n d e h a c í a siglos q u e se sufría la o p r e -
sión de las c a s t a s . El. b u d h i s t a a d m i t e la e x i s t e n c i a de
Dios, pero n o del D i o s c r e a d o r , p o r q u e l a m a t e r i a es
e t e r n a c o m o él. L a m a t e r i a es c o n s c i e n t e , i n t e l i g e n t e , y
posee e n sí m i s m a u n a facultad i n h e r e n t e de o r g a n i z a -
ción, t a n t o q u e , si el m u n d o llegase á p e r e c e r , e s t a pro-
piedad de la m a t e r i a la p e r m i t i r í a r e c o n s t r u i r el m u n d o ,
r e g e n e r a r l e y d e s t r u i r l e de n u e v o s i n i n t e r v e n c i ó n de
a g e n t e e x t e r i o r a l g u n o . L o s b u d h i s t a s e s t á n de a c u e r d o
con los b r a h m i n e s e n lo q u e c o n c i e r n e á l a d o c t r i n a del
q u i e t i s m o , la v i d a a n i m a l y la t r a n s m i g r a c i ó n . N o reco-
n o c e n n i los V e d a s ni los P u r a n a s , n o t i e n e n c a s t a s y to-
m a n sus s a c e r d o t e s de t o d a s las clases de la sociedad.
Viven en m o n a s t e r i o s , e s t á n vestidos de a m a r i l l o , v a n
con los pies d e s n u d o s , sin b a r b a y afeitada la cabeza; ce-
l é b r a n s e oficios sin cesar en sus capillas, d o n d e a r d e n el
incienso y las a n t o r c h a s ; c o n s a g r a n p o r m e d i o de m o n u -
m e n t o s y de t e m p l o s las r e l i q u i a s de sus s a n t o s ; m i r a n
el celibato c o m o p a r t i c u l a r m e n t e m e r i t o r i o , r e n u n c i a n á
todos los p l a c e r e s de los s e n t i d o s y v i v e n de l i m o s n a s .
Preciso e r a q u e l a h u m a n i d a d h u b i e s e ya dado a l g u n o s
pasos en el c a m i n o del p r o g r e s o p a r a q u e p u d i e r a n exis-
t i r s e m e j a n t e s cosas.
E l b u d h i s m o a p a r e c i ó h a c i a el d é c i m o siglo a n t e s de
J . C . ; fué fundado por A r d d h a Ohiddi, n a t u r a l de K a p i l a ,
cerca del Nepol. L a época e n que vivió su f u n d a d o r es
m u y d i s c u t i d a ; p a r a los Avaros y S i a m e s e s vivía u n o s
6 0 0 a ñ o s a n t e s de J . C . ; p a r a los C a c h e m i r e n s e s h a c i a
el 1332 y p a r a los C h i n o s , Mogoles y J a p o n e s e s h a c i a
el 1000. L a s p a l a b r a s s á n s c r i t a s e m p l e a d a s p o r el b u -
d h i s m o p r u e b a n p o r lo d e m á s q u e h a salido de la I n d i a ,
donde se difundió r a p i d í s i m a m e n t e . L o s m i s i o n e r o s lo
llevaron e n s e g u i d a á C e y l á n , á T a r t a r i a , al T i b e t , á la
C h i n a , al J a p ó n , á B i r m a n i a , y h o y día el b u d h i s m o
es la r e l i g i ó n q u e c u e n t a con m a y o r n ú m e r o de fieles.
E s m u y r e c i e n t e , á p e s a r del i n m e n s o i n t e r é s q u e
p r e s e n t a , el c o n o c i m i e n t o de la h i s t o r i a de A r d d h a Chi-
ddi y de su s i s t e m a . D e familia o p u l e n t a y p r i n c i p a l ,
dejó el m u n d o á la edad de 29 a ñ o s , c a n s a d o de sus p í a -
 — 70 —
ceres. L a v i s t a de u n c u e r p o roído p o r la g a n g r e n a deci-
dió de su c o n v e r s i ó n ; a b a n d o n ó á sus m u j e r e s y se h i z o
religioso m e n d i g o . I b a , s e g ú n p a r e c e , e n v u e l t o en m i s e -
r a b l e colcha q u e h a b í a cogido s o b r e el cuerpo de u n a
esclava. P r o f u n d a m e n t e c o n v e n c i d o de la v a n i d a d de l a s
cosas de este m u n d o , se c o n s a g r ó á la m e d i t a c i ó n filosó-
fica, y c o n s i g u i ó , á fuerza de a u s t e r i d a d e s , d e s e n t e n -
derse de las e s p e r a n z a s y c u i d a d o s m u n d a n o s . E l h o m -
b r e que llega á t a l e x t r e m o , p u e d e ejecutar g r a n d e s
cosas. D e j a n d o el n o m b r e q u e h a b í a recibido de s u s pa-
d r e s , h í z o s e l l a m a r G o t a m a ó «el q u e m a t a los s e n t i -
dos », y m á s t a r d e S a l d a M u n i ó «el p e n i t e n t e de Sa-
l d a » . G o t a m a h a b í a n a c i d o á la s o m b r a de u n á r b o l ; á
la s o m b r a de u n á r b o l a p r e n d i ó á v e n c e r el a m o r del
m u n d o y el t e m o r de la m u e r t e ; á la s o m b r a de u n á r b o l
p r e d i c ó su p r i m e r s e r m ó n ; y á . l a s o m b r a de u n á r b o l
m u r i ó . Al cabo de c u a t r o m e s e s n o t e n í a todavía m á s
q u e cinco d i s c í p u l o s : n o se h a b í a p a s a d o el a ñ o y c o n t a -
b a m i l d o s c i e n t o s . L o s v e i n t i n u e v e siglos que n o s sepa-
r a n de él h a n v i s t o n a c e r del b u d h i s m o , s e c t a s q u e , p o r
el mVmero de sus a d e p t o s , h a n s u p e r a d o á todas las d e -
m á s r e l i g i o n e s del g l o b o , y la I n d i a es la ú n i c a c o m a r c a
q u e p r e s e n t a h o y la m i s m a r e l i g i ó n q u e t e n í a al n a c e r
Jesucristo.
G o t a m a vivió h a s t a la e d a d de o c h e n t a a ñ o s , su c u e r -
p o fué q u e m a d o d u r a n t e ocho días c o n s e c u t i v o s . A l g u n o s
a ñ o s a n t e s de su m u e r t e su s i s t e m a podía e s t i m a r s e c o m o
d e f i n i t i v a m e n t e establecido. P o r d o n d e se ve que el éxi-
t o de u n a d o c t r i n a d e p e n d e m u c h o m e n o s de su n a t u r a -
leza m i s m a , q u e de la m e d i d a en q u e es s u s c e p t i b l e de
a d a p t a r s e á u n a o r g a n i z a c i ó n p r á c t i c a ; el b u d h i s m o ,
cuyos p r i n c i p i o s i b a n s i n e m b a r g o m u c h o m á s a l l á de
l o s a l c a n c e s del v u l g o , se p r o p a g ó con p r o d i g i o s a r a p i -
dez y g a n ó t o d o s sus p r o s é l i t o s p o r m e d i o de la p a l a b r a ,
y n o p o r el a c e r o , c o m o lo h i z o el m a h o m e t i s m o . A l g ú n
t i e m p o d e s p u é s de la m u e r t e de G o t a m a se r e u n i ó , p a r a
fijar los d o g m a s , u n concilio de q u i n i e n t o s e c l e s i á s t i c o s ;
u n siglo m á s t a r d e otro c o n c i l i o ; el s e g u n d o r e g l a m e n t ó
l a s i n s t i t u c i o n e s m o n á s t i c a s , y en el a ñ o 2 4 1 a n t e s de
J . 0 . , el t e r c e r o decidió la e x p u l s i ó n de los a d o r a d o r e s
 — 71 —

del fuego. M á s t a r d e v i n o el r e y A s o k a , cuyo c a r á c t e r

p r e s e n t a s i n g u l a r s e m e j a n z a con el del e m p e r a d o r r o m a -
no que convocó el concilio de N i c e a . C o m o é l , fué a s e s i -
n o de su p r o p i a f a m i l i a , y c o m o é l , g r a c i a s al éxito de
su p o l í t i c a , p a s ó á los ojos de l a p o s t e r i d a d p o r u n g r a n
p r í n c i p e , lleno de v i r t u d y de p i e d a d . E s t e rey Asoka,
envió m i s i o n e r o s en todas d i r e c c i o n e s y á t o d a s las par-
tes del i m p e r i o , y erigió m o n a s t e r i o s e s p l é n d i d a m e n -
te dotados. L a n o t a b l e eficacia de las i n s t i t u c i o n e s m o -
n á s t i c a s se d e s c u b r i ó m u c h o s siglos d e s p u é s e n E u -
ropa.
E l b u d h i s m o , p r o c l a m a n d o la i g u a l d a d de todos los
h o m b r e s , se h a l l ó d i r e c t a m e n t e e n conflicto con la o r t o -
doxia i n d i a , b a s a d a en la i n s t i t u c i ó n de las c a s t a s , c o n -
flicto q u e a g r a v ó s i n g u l a r m e n t e el h o r r o r d e c l a r a d o de
los b u d h i s t a s á t o d a d i s t i n c i ó n e n t r e los laicos y el cle-
r o . P a r a ser b r a h m i n se n e c e s i t a n a c e r b r a h m i n , m i e n -
t r a s q u e el s a c e r d o t e b u d h i s t a podía t o m a r s e de cual-
quier r a n g o social. E n el a n t i g u o s i s t e m a , el m a t r i m o -
nio era n e c e s a r i o , p u e s t o q u e sólo él podía r e n o v a r la
casta s a c e r d o t a l ; p e r o el n u e v o s i s t e m a p o d í a p r e s c i n d i r
de é l , y de a h í v i n o q u e el celibato y la c a s t i d a d p u d i e -
ran encomiarse como las mayores virtudes. L a experien-
cia h a p r o b a d o en E u r o p a y en Asia el p o d e r que t i e n e
u n a j e r a r q u í a o r g a n i z a d a bajo t a l e s p r i n c i p i o s . L o s I n d o s
ortodoxos no tenían pues otro partido que t o m a r , que
p r e v e n i r el p e l i g r o por s a n g r i e n t a s p e r s e c u c i o n e s , y
p r o n t o los b u d h i s t a s fueron e x p u l s a d o s del suelo n a t a l y
se difundieron p o r el Asia o r i e n t a l . L a p e r s e c u c i ó n es l a
que h a dado s i e m p r e m á s prosélitos á los s i s t e m a s q u e
se p r o p o n í a d e s t r u i r .
E l p r i n c i p i o f u n d a m e n t a l del b u d h i s m o es la e x i s t e n -
cia de u n p o d e r s u p r e m o , y n o la e x i s t e n c i a de u n Ser
S u p r e m o , p r i n c i p i o q u e p a r e c e excluir el p a n t e í s m o y
conducir f a t a l m e n t e al a t e í s m o . E l b u d h i s m o r e c h a z a l a
idea del Ser, l a r e e m p l a z a p o r la de la F u e r z a , y si ad-
m i t e la e x i s t e n c i a de D i o s , n i é g a s e á v e r e n E l u n D i o s
creador. A d m i t e en el u n i v e r s o u n p o d e r m o t o r , u n p r i n -
cipio e x i s t e n t e por sí m i s m o y p l á s t i c o , p e r o n o r e c o n o -
ce u n D i o s p e r s o n a l y e t e r n o . R e c h a z a la i n v e s t i g a c i ó n
 — 72 -

de l a s causas p r i m e r a s c o m o n o p e r t e n e c i e n t e s á la filo-
sofía, y e s t i m a q u e sólo los f e n ó m e n o s d e b e n o c u p a r
n u e s t r o s l i m i t a d o s e s p í r i t u s . E e t i e n e la c o n c e p c i ó n de la
T r i n i d a d , c o n c e p c i ó n t r a d i c i o n a l e n A s i a , p e r o la da
m u c h o m á s a l t a m a j e s t a d al h a c e r l a i m p e r s o n a l . E s t a
T r i n i d a d se c o m p o n e del P a s a d o , el P r e s e n t e y el P o r -
v e n i r . L o s dos ú l t i m o s se r e p r e s e n t a n en s e ñ a l de a c -
t i v i d a d , con la m a n o d e r e c h a e x t e n d i d a , m i e n t r a s el
P a s a d o , q u e h a llegado al r e p o s o , se r e p r e s e n t a con las
m a n o s j u n t a s . E l budhista no tiene D i o s ; no puede
p u e s , a s p i r a r á la absorción final como el b r a h m i n p a n -
t e í s t a , c u y a a l m a , s e m e j a n t e á l a g o t a de lluvia q u e
cae en el m a r , debe volver u n día al Ser S u p r e m o .
N o t e n i e n d o D i o s el b u d h i s t a , n o t i e n e t a m p o c o r e l i -
g i ó n , sino s o l a m e n t e u n c o n j u n t o de c e r e m o n i a s reli-
giosas.
Manifiesto es q u e lo i m p e r s o n a l y lo i n m a t e r i a l do-
m i n a n en este s i s t e m a , y q u e G o t a m a concibe la exis-
t e n c i a de la fuerza p u r a s i n h a c e r c o n c e s i ó n a l g u n a á la
sustancia. Eechaza necesariamente toda intervención
d i r e c t a de u n a g e n t e p r o v i d e n c i a l . P r e t e n d e que el s i s t e -
m a de la n a t u r a l e z a , u n a vez e x i s t e n t e , debe c o n t i n u a r
p r o g r e s a n d o , s e g ú n las leyes i n v a r i a b l e s en v i r t u d de las
cuales h a n a c i d o ; el u n i v e r s o n o e s , p u e s , p a r a él s i n o
u n gigantesco mecanismo. Los b r a h m i n e s debían conde-
n a r en a b s o l u t o t a l e s i d e a s , a b i e r t a m e n t e h o s t i l e s á todo
s i s t e m a fundado en el p r i n c i p i o de q u e el m u n d o e s t á
r e g i d o p o r leyes fijas, p o r q u e s o s p e c h a b a n con r a z ó n que
s i s t e m a de especie s e m e j a n t e t e n d í a n e c e s a r i a m e n t e á
a n u l a r sus funciones de i n t e r m e d i a r i o s e n t r e la D i v i n i -
dad y los fieles, y p o r c o n s i g u i e n t e , á h a c e r l e s p e r d e r
t o d a a u t o r i d a d sobre estos ú l t i m o s . G o t a m a n i e g a t a m -
b i é n la e x i s t e n c i a del a z a r , diciendo q u e lo q u e l l a m a -
m o s a z a r , no es o t r a cosa q u e u n a c a u s a d e s c o n o c i d a y
fatal. E n c u a n t o al m u n d o e x t e r i o r , n o p o d e m o s decir
h a s t a q u é p u n t o e s t á c o m p u e s t o de a p a r i e n c i a s e n g a ñ o -
sas ó de r e a l i d a d e s , p u e s n u e s t r o s s e n t i d o s n o p o s e e n
c r i t e r i o a l g u n o cierto de la v e r d a d . P r e s e n t a n , es c i e r t o ,
á n u e s t r o e s p í r i t u las i m á g e n e s de esas cosas q u e m i r a -
m o s c o m o e x t e r i o r e s ; p e r o si n u e s t r o e s p í r i t u n o o b r a de
 — 73 —
acuerdo con los s e n t i d o s , n o s h a l l a m o s e n t o n c e s en e s -
tado de a u s e n c i a s e m e j a n t e al en que n o s s u m e r g e p r o -
funda c o n t e m p l a c i ó n , p e r d i é n d o s e p o r esta vez la ope-
ración de los s e n t i d o s . S o m o s i n c a p a c e s de d e t e r m i n a r
la relación q u e debe existir e n t r e las c o n d i c i o n e s e x t e -
riores y n u e s t r o propio estado i n t e r i o r p a r a que se p r o -
d u z c a n c o n o c i m i e n t o s c i e r t o s , y p o r c o n s e c u e n c i a de
esta i n c a p a c i d a d es i n c o m p r e n s i b l e p a r a n o s o t r o s el es-
tado a c t u a l y a b s o l u t o de la n a t u r a l e z a . Si c o n v i e n e , n o
o b s t a n t e , t o m a r en c u e n t a la flaqueza de n u e s t r o espíri-
t u y c o n c e d e r n o s q u e r e a l m e n t e existe la n a t u r a l e z a vi-
sible , d e b e m o s al m e n o s c o n s i d e r a r l a como serie de for-
m a s t r a n s i t o r i a s y sucesión de i n c e s a n t e s t r a n s f o r m a -
c i o n e s , de t a l m o d o q u e n a c e n y se e x t i n g u e n m u n d o s ,
obedeciendo s i e m p r e á la ley p r i m o r d i a l y sucedióndose
u n o s á o t r o s e n i n t e r v a l o s de t i e m p o d e m a s i a d o i n m e n -
sos p a r a q u e los p o d a m o s c o n c e b i r .
T a l e s son las ideas de G o t a m a r e s p e c t o á l a fuerza s u -
p r e m a , al origen é h i s t o r i a del m u n d o s e n s i b l e . D a p r u e -
bas de la m i s m a h a b i l i d a d e n sus i n v e s t i g a c i o n e s sobre
la n a t u r a l e z a del h o m b r e . P i d i é n d o n o s a n t e t o d o e n su
lenguaje o r i e n t a l l l e n o de i m á g e n e s q u e c o n s i d e r e m o s lo
que se h a c e de u n g r a n o de sal a r r o j a d o al m a r , p r e v i e n e
todo e r r o r p o r n u e s t r a p a r t e , y n o s afirma q u e n o existe
n a d a s e m e j a n t e á la i n d i v i d u a l i d a d ó á l a p e r s o n a l i d a d , y
que el yo n o es o t r a cosa q u e u n a n o e n t i d a d . C o n d e n a d o s
por las flaquezas de n u e s t r a n a t u r a l e z a á n o p o d e r n o s
d e s p r e n d e r del influjo de l a m a t e r i a , n o s es a b s o l u t a m e n -
te i m p o s i b l e elevar n u e s t r o s p e n s a m i e n t o s á l a a l t u r a de
los de G o t a m a , y si q u e r e m o s s a b e r por él c ó m o p u e d e
concebirse el e s p í r i t u h u m a n o , q u e h a m a n i f e s t a d o , n o
o b s t a n t e , t a n t o poder, c o m o e x i s t e n t e sin f o r m a , sin p a s a -
do y sin p o r v e n i r , r e s p o n d e p r e g u n t á n d o n o s q u é h a sido
de la l l a m a de la l á m p a r a q u e a c a b a de a p a g a r s e ó q u é e r a
a n t e s de que la l á m p a r a estuviese e n c e n d i d a . ¿ Q u é es u n a
n o e n t i d a d ? ¿ E s algo q u e h a sido a n i q u i l a d o ? Con a y u d a
de tales i m á g e n e s t r a t a de p i n t a r n o s la n a t u r a l e z a de la
existencia y las m e t a m o r f o s i s q u e sufre. L a s cosas e x t e -
riores son p a r a él v a n a s a p a r i e n c i a s t a n t o c o m o l a s i m -
presiones q u e p r o d u c e n e n n u e s t r o e s p í r i t u , y sólo e n este
 — 74 —
s e n t i d o a c e p t a la d o c t r i n a de la t r a n s m i g r a c i ó n ; la c o n -
cibe casi del m i s m o m o d o que n o s o t r o s c o n c e b i m o s la
a c u m u l a c i ó n sucesiva del calor en diferentes c u e r p o s ; e n
cierto s e n t i d o , el m i s m o calor es el que ocupa estos c u e r -
pos u n o t r a s o t r o , - p e r o e n otro s e n t i d o es i m p o s i b l e q u e
así s e a , p u e s siendo el calor fuerza y n o m a t e r i a , n o es
lícito c o n c e d e r l e t a l c a r á c t e r de i n d i v i d u a l i d a d , G o t a m a
n ó se n i e g a , sin e m b a r g o , á a d o p t a r la d o c t r i n a de l a
t r a n s m i g r a c i ó n del a l m a á t r a v é s de formas sucesivas.
A d m i t e q u e el a l m a a c u m u l e en sí m i s m a l a s c o n s e c u e n -
cias b u e n a s y m a l a s de t o d o s los m é r i t o s y d e s m é r i t o s
a d q u i r i d o s en el t r a n s c u r s o de s u s m i g r a c i o n e s . A d m i t e
t a m b i é n q u e c o n s e r v e l a s m a n c h a s q u e la h a n i m p r e s o
l a s m a l a s influencias á q u e h a e s t a d o e x p u e s t a , y q u e n o
p u e d e volver á su e s t a d o o r i g i n a l a n t e s de q u e t a l e s
m a n c h a s se h a y a n b o r r a d o . L a d o c t r i n a de G o t a m a se
h a c e e n t o n c e s v e r d a d e r o s i s t e m a de m o r a l . C a d a u n o d e b e
t r a b a j a r p o r su p r o p i a s a l v a c i ó n , y n o p e r d e r j a m á s de
v i s t a que la m u e r t e n o l i b r a n e c e s a r i a m e n t e de los m a l e s
de este m u n d o , p u e s t o que n o p u e d e ser s i n o u n a p r e p a -
r a c i ó n á n u e v a s p r u e b a s . Así c o m o u n a a n t o r c h a n o p u e -
d e , s i n e m b a r g o , a r d e r i n d e f i n i d a m e n t e , así a c a b a r á el
a l m a p o r llegar al t é r m i n o de su e x i s t e n c i a , p o r n u m e r o -
sas q u e s e a n las t r a n s m i g r a c i o n e s á q u e e s t é c o n d e n a d a .
A este fin de la e x i s t e n c i a l l á m a l o N i r w a n a , p a l a b r a q u e
d u r a n t e cerca de t r e s m i l a ñ o s h a t e n i d o s o l e m n e i m p o r -
t a n c i a p a r a m i l l o n e s de h o m b r e s . N i r w a n a , el t é r m i n o de
l a s e x i s t e n c i a s s u c e s i v a s , ese estado en q u e se e n c u e n t r a
a n i q u i l a d a t o d a r e l a c i ó n con la m a t e r i a , el t i e m p o y el
e s p a c i o , el fin s u p r e m o , el n o ser. T a l es el objeto d i g n o
de n u e s t r a s a s p i r a c i o n e s ; p a r a a l c a n z a r l e d e b e m o s dedi-
c a r n o s á d e s t r u i r en n o s o t r o s todo lo q u e n o s .liga á la
v i d a , d e s p r e n d e r n o s de t o d a s las cosas de la t i e r r a y r e -
n u n c i a r á t o d a s las v a n i d a d e s m u n d a n a s ; d e b e m o s r e c u -
r r i r á la vida m o n á s t i c a , á la p e n i t e n c i a , al sacrificio com-
p l e t o de n o s o t r o s m i s m o s , a p r e n d i e n d o así i n s e n s i b l e -
m e n t e á s o p o r t a r ese estado de q u i e t u d y de a p a t í a t o t a l
e n t e r a m e n t e a n á l o g o al q u e h a de ser n u e s t r o fin, y q u e
alcanzaremos tanto m á s rápidamente cuanto m á s prepa-
r a d o s e s t e m o s p r e v i a m e n t e p a r a él. E l b r a h m i n p a n t e í s t a
 — 75 —
espera la a b s o r c i ó n e n D i o s ; el b u d h i s t a , q u e n o t i e n e
Dios, solo a s p i r a á la n a d a .
L a I n d i a h a dado al m u n d o dos s i s t e m a s filosóficos dis-
t i n t o s : el v e d i s m o y el b u d h i s m o , cuyos r e s p e c t i v o s p u n -
tos de p a r t i d a son la e x i s t e n c i a de la m a t e r i a y la i d e a de
fuerza. E l ú l t i m o h a dado p r u e b a s de elevadísimo s a b e r
filosófico, y p u e d e decirse s i n e x a g e r a c i ó n q u e la metafí-
sica europea n o h a p r o d u c i d o n a d a i g u a l . E n sus d e t a l l e s ,
sin e m b a r g o , p a r e c e q u e n o es r i g u r o s a m e n t e c o n s e c u e n t e
con la c o n c e p c i ó n p r i m e r a q u e le sirve de b a s e . P o r h o m -
b r e de g e n i o y por h á b i l que h a y a sido su a u t o r , á q u i e n ,
á pesar de n u e s t r a r e p u g n a n c i a n o p o d e m o s m e n o s -de
a d m i r a r , p a r e c e e n ciertos m o m e n t o s q u e se q u e d a i n d e -
ciso, que vacila y q u e n o e s t á ya s e g u r o del a r m a q u e t i e -
n e e n t r e m a n o s , sobre t o d o c u a n d o de la concepción de l a
fuerza p u r a p a s a al e x a m e n de la n a t u r a l e z a visible, c u y a
existencia efectiva se cree obligado á n e g a r . No estoy se-
guro por o t r a p a r t e en m o d o a l g u n o de h a b e r c o m p r e n d i -
do e x a c t a m e n t e su m o d o de p e n s a r , n i de h a b e r t r a d u c i d o
sus ideas con la p r e c i s i ó n n e c e s a r i a . Prefiero a s í , c u a n d o
r e c u e r d o el a s o m b r o s o p o d e r i n t e l e c t u a l q u e h a desplega-
do en otros p a s a j e s , confesar que n o le h e c o m p r e n d i d o , á
a d m i t i r que sobre los p u n t o s en c u e s t i ó n n o h a p e r m a n e -
cido á la a l t u r a de su g e n i o . L a s o b r a s de G o t a m a se pu-
blican por el G o b i e r n o c h i n o , bajo el t í t u l o de Instruccio-
nes verbales, en c u a t r o l e n g u a s diferentes: t i b e t a n o , m o g o l ,
m a n c h ú y c h i n o . E s t a p u b l i c a c i ó n , salida de las p r e n s a s
de la i m p r e n t a i m p e r i a l de P e k í n , c o m p r e n d e o c h o c i e n t o s
g r a n d e s v o l ú m e n e s , magnífico r e g a l o d e s t i n a d o á los m o -
n a s t e r i o s de los L a m a s .
Al h a b l a r del v e d i s m o h e d i c h o c ó m o e s a s elevadísi-
m a s c o n c e p c i o n e s se h a b í a n poco á poco d e g r a d a d o : lo
m i s m o h a sucedido con el b u d h i s m o . S u p r i n c i p a l apli-
cación p r á c t i c a h a b í a sido la c r e a c i ó n de u n i n m e n s o sis-
t e m a m o n á s t i c o q u e ofrecía n u m e r o s o s r a s g o s de s e m e -
j a n z a con el q u e m á s t a r d e se estableció e n E u r o p a .
S i e n d o el objeto q u e se p r o p o n í a e x c l u s i v a m e n t e p e r s o -
n a l , la p e r s e c u c i ó n de l a d i c h a i n d i v i d u a l , n o p o d í a m e -
nos de e n g e n d r a r e x t r e m a d o e g o í s m o ; el b u d h i s m o n o
p e n s a b a s i n o en s u p r o p i a salvación y p a r a n a d a se c u i -
 — 76 —
d a b a de la s u e r t e de q u i e n e s le r o d e a b a n . ¿ Q u é e r a n
p a r a él p a d r e s , m u j e r e s , h i j o s , a m i g o s y p a t r i a , m i e n -
t r a s n o h u b i e r a a l c a n z a d o el N i r w a n a ?
M u c h o a n t e s de q u e el b u d h i s m o fuese e x p u l s a d o de la
I n d i a p o r los b r a h m i n e s , h a b í a n s e m e z c l a d o á sus doc-
t r i n a s , d e s f i g u r á n d o l a s , diversas c r e e n c i a s p o p u l a r e s . T i e -
n e a h o r a s u s f á b u l a s , sus l e y e n d a s y sus m i l a g r o s . Ma-
h a m a í a , la m a d r e de G o t a m a , e r a u n a v i r g e n i n m a c u l a d a ,
y le h a b í a concebido p o r la o b r a de la D i v i n i d a d , de
m o d o q u e era á la vez D i o s y h o m b r e . G o t a m a se t u v o
de p i e y h a b l ó en c u a n t o h u b o n a c i d o ; á la edad de c i n -
co m e s e s se s o s t e n í a por sí m i s m o en el a i r e ; en el m o -
m e n t o de su c o n v e r s i ó n h a b í a sido a t a c a d o p o r u n a le-
g i ó n de d e m o n i o s ; c u a n d o h a c í a p e n i t e n c i a , t o m a b a p o r
j u n t o u n a v a i n a de p i m i e n t a ; h a b í a sido e n c a r n a d o infi-
n i t o n ú m e r o de v e c e s , y c u a n d o se elevó á los cielos de-
j ó la h u e l l a de su pie en u n a m o n t a ñ a de la isla de Cey-
l á n , q u e d e s p u é s h a seguido siendo objeto de la v e n e r a c i ó n
p ú b l i c a . E x i s t e u n p a r a í s o e n q u e a b u n d a n las flores y
l a s p i e d r a s p r e c i o s a s , y en que los b u e n o s p a s a r á n su
t i e m p o e s c u c h a n d o , en m e d i o de fiestas sin fin, d i v i n a
m ú s i c a ; u n infierno t a m b i é n , lleno de l l a m a s y de t o r -
m e n t o s p a r a los m a l o s . P e r m í t e s e a d o r a r las i m á g e n e s ,
p e r o es í m p i o deificar á los h o m b r e s y v e n e r a r r e l i q u i a s .
E x i s t e n e s p í r i t u s , d u e n d e s , u n a infinidad de otros seres
s o b r e n a t u r a l e s , y t a m b i é n u n a r e i n a de los cielos. L a
l e c t u r a de las E s c r i t u r a s , es p o r sí m i s m a m e r i t o r i a , sí-
g a n s e ó n o sus p r e c e p t o s . E n c u a n t o á o r a c i o n e s , u n a s
cuantas fórmulas, recitadas m a q u i n a l m e n t e , bastan;
h a s t a p u e d e u n o c o n t e n t a r s e con h a c e r v o l t e a r u n m o l i -
n o , s a c a n d o de él h o j i t a s de p a p e l en q u e h a y e s c r i t a s
f ó r m u l a s diversas de i n v o c a c i ó n . E l r e v e l a d o r del b u d -
h i s m o es el jefe religioso del m u n d o .
E l lector n o t a r á s e g u r a m e n t e la a n a l o g í a que ofrecen
a l g u n a s de e s t a s d o c t r i n a s con las de la I g l e s i a r o m a n a .
C u a n d o l a s r e l i g i o n e s de O r i e n t e l l e g a r o n p o r vez p r i m e -
r a á ser conocidas en E u r o p a , n o se sabía c u á l e r a su
v e r d a d e r o o r i g e n , y se s u p u s o q u e e s t a c o i n c i d e n c i a e r a
o b r a de los n e s t o r i a n o s ó de otros m i s i o n e r o s salidos en
o t r o t i e m p o de O c c i d e n t e ; h a s t a se llegó á e s p e r a r q u e
 — 77 —
facilitara la c o n v e r s i ó n de las n a c i o n e s del Asia o r i e n t a l .
E s t a e s p e r a n z a q u e d ó c o m p l e t a m e n t e defraudada y lo
que a l g u n o s e s p í r i t u s m i r a b a n como p r o b a b i l i d a d de éxi-
to p a r a el c r i s t i a n i s m o , r e s u l t ó ser su p i e d r a de p e r d i c i ó n .
P r o b a b l e es q u e el p s e u d o - c r i s t i a n i s m o de los i n s u r r e c -
tos c h i n o s , de q u e t a n t o r u i d o se h a h e c h o r e c i e n t e m e n -
t e , sea de d i s t i n t a n a t u r a l e z a , y v e n g a á p a r a r al m i s m o
resultado. E l b u d h i s m o , p o r la adición de d o g m a s de
origen e x t r a ñ o q u e le h i c i e r o n a s e q u i b l e al v u l g o , h a
llegado á ser l a r e l i g i ó n de l a s c u a t r o d é c i m a s p a r t e s de
la r a z a h u m a n a . P o s e e u n a l i t e r a t u r a de p r o d i g i o s a r i -
queza, magníficos t e m p l o s , n u m e r o s o s y e s p l é n d i d o s m o -
n u m e n t o s . S u s m o n a s t e r i o s , á los q u e a f l u y e , en f o r m a
de d o n a t i v o s v o l u n t a r i o s , p a r t e de l a s r i q u e z a s del p a í s ,
se e x t i e n d e n del n o r t e de la T a r t a r i a á la l í n e a e q u i n o c -
c i a l ; la educación q u e en ellos se da n o deja de t e n e r
analogía con la de los c o n v e n t o s de l a E d a d M e d i a . Se
h a c o m p r o b a d o q u e , en T a r t a r i a , f o r m a n los l a m a s ,
la t e r c e r a p a r t e de la p o b l a c i ó n ; ciertos c o n v e n t o s en-
c i e r r a n m á s de dos m i l i n d i v i d u o s ; la i n s t r u c c i ó n ele-
m e n t a l e s t á en ellos m á s difundida q u e en E u r o p a , y es
raro e n c o n t r a r u n a p e r s o n a q u e n o s e p a allí leer. P e r o u n
hecho doloroso de c o n s i g n a r , es que el b u d h i s m o h a t e -
nido por c o n s e c u e n c i a el s u m e r g i r á las p o b l a c i o n e s de
Asia en el i n d i f e r e n t i s m o y el a t e í s m o m á s a b s o l u t o . E n
estos p u e b l o s la religión es c u e s t i ó n de m o d a s o l a m e n t e ;
se la e s t i m a c o m o i n s t i t u c i ó n civil n e c e s a r i a p a r a el sos-
t é n del E s t a d o y sin la q u e p u e d e p a s a r s e la sociedad,
pero sin o t o r g a r l a el m e n o r valor filosófico. C a d a cual
puede t e n e r las o p i n i o n e s religiosas q u e le p l a z c a n , c o m o
es a b s o l u t a m e n t e l i b r e p a r a elegir el color y la f o r m a de
sus v e s t i d o s , y si n o t i e n e el d e r e c h o de vivir s i n profe-
sar u n a r e l i g i ó n es p o r r a z ó n a n á l o g a á la que le p r o h i b e
salir á la calle sin v e s t i d o s . E l c h i n o n o c o m p r e n d e q u e
puedan n a c e r d i s c u s i o n e s y odios p o r c u e s t i o n e s t a n
equívocas y t a n poco i m p o r t a n t e s . « L a s r e l i g i o n e s — d i c e
— s o n m ú l t i p l e s ; la r a z ó n es u n a ; todos s o m o s h e r m a n o s » ;
esta es u n a de l a s m á x i m a s q u e le s i r v e n de r e g l a s d e
conducta. Se b u r l a del T á r t a r o , b a s t a n t e sencillo p a r a
creer en las t r u h a n e r í a s de los m i l a g r e r o s ; estos m i l a -
 — 78 —
greros, m u y numerosos en Tartaria, hacen curas mila-
g r o s a s , r e s u c i t a n m u e r t o s , a p l i c a n i m p u n e m e n t e sus la-
bios á u n h i e r r o m a l v a n d o , se a b r e n las e n t r a ñ a s y se
c u r a n i n m e d i a t a m e n t e con sólo p a s a r la m a n o por la lla-
g a . E n C h i n a todos estos m i l a g r o s e s t á n a h o r a a b a n d o -
n a d o s á los c h a r l a t a n e s y sólo s i r v e n p a r a d i v e r t i r á los
n i ñ o s . E l m a t e r i a l i s m o é i n d i f e r e n t i s m o en q u e v i v e
la nación china h a n tenido por' consecuencia inevita-
ble la m á s s e n s i b l e relajación de c o s t u m b r e s ; fácil es
r e c o n o c e r l a en a l g u n a s de sus e x p r e s i o n e s f a m i l i a r e s :
«Las p r i s i o n e s — d i c e n los c h i n o s — e s t á n c e r r a d a s día y n o -
c h e , y s i n e m b a r g o s i e m p r e e s t á n l l e n a s ; los t e m p l o s
e s t á n a b i e r t o s s i e m p r e , y n u n c a h a y n a d i e dentro». «Ha
s a l u d a d o al m u n d o » , d i c e n t a m b i é n , con refinada políti-
ca , del q u e a c a b a de m o r i r . E l l a z a r i s t a H u c , de q u i e n
h e m o s t o m a d o estos d e t a l l e s , n o s a t e s t i g u a q u e m u e r e n
c o n i n c o m p a r a b l e t r a n q u i l i d a d , lo m i s m o e x a c t a m e n t e
q u e los a n i m a l e s ; h a s t a a ñ a d e , con i r o n í a , q u e n o carece
de v e r d a d , q u e son en este s e n t i d o lo q u e d e b e r í a n ser-
n o pocos europeos.
D e j e m o s la teología de la I n d i a y p a s e m o s á la a n t i g u a
civilización egipcia.
E l a n t i g u o s i s t e m a de a i s l a m i e n t o , q u e d u r a n t e m i l e s
de a ñ o s h a b í a c o n s t i t u i d o t o d a la política e x t e r i o r de los
r e y e s de E g i p t o , fué d e s t r u i d o p o r P s a m m é t i c o h a c i a el
a ñ o 6 7 0 a n t e s de J . C. H a s t a esta época los h a b i t a n t e s de
E g i p t o h a b í a n sido r i g o r o s a m e n t e excluidos de t o d o con-
t a c t o c o n l a s n a c i o n e s v e c i n a s de l a s orillas del M e d i t e -
r r á n e o y de E u r o p a . N i n g u n a n o t i c i a de E g i p t o como
del v a l l e feliz de E a s s e l a s , llegaba al e x t e r i o r , y el valle
del Nilo e r a p a r a el e u r o p e o región de m a r a v i l l a s y m i s -
t e r i o s . Con v a r i o s siglos de s e p a r a c i ó n , a l g u n o s i n d i v i -
d u o s , c o m o Cécrope y D a n a o , h a b í a n dejado á E g i p t o
p o r o t r a s c o m a r c a s , a d o n d e l l e v a r o n su r e l i g i ó n , s u s leyes
y los p r i m e r o s r u d i m e n t o s de la civilización. L a s tra-
d i c i o n e s q u e r e c o r d a b a n su m e m o r i a v e n í a n á m e z c l a r s e
c o n l a s fabulosas l e y e n d a s e s p a r c i d a s en t o d a el Asia M e -
n o r , G r e c i a é I t a l i a , y d a b a n alto relieve á las n a r r a c i o n e s
l l e n a s de p r o d i g i o s y m i l a g r o s q u e p i r a t a s a v e n t u r e r o s
h a b í a n t r a í d o d e s ú s furtivas v i s i t a s al e n c a n t a d o valle del
 — 79 —
N i l o : p i r á m i d e s q u e c u b r í a n el suelo e n i n m e n s a e x t e n -
s i ó n , c u y a s c u m b r e s t o c a b a n á las n u b e s , y cada u n a
de las cuales era s i n e m b a r g o el s e p u l c r o de u n solo r e y ;
colosos s e n t a d o s e n sus t r o n o s de g r a n i t o ; e s t a t u a s de
F a r a o n e s que h a b í a n vivido e n los a l b o r e s del m u n d o y
cuya m i r a d a a b a r c a b a t o d a v í a la r e g i ó n q u e d u r a n t e m i -
les de a ñ o s h a b í a n g o b e r n a d o , e s t a t u a s e n t r e las c u a l e s
había a l g u n a s que s a l u d a b a n la v e n i d a del sol c u a n d o l a s
tocaba con s u s r a y o s ; obeliscos de a l t u r a p r o d i g i o s a h e -
chos de u n a sola p i e d r a , erigidos p o r s o b r e h u m a n o p o -
der sobre i n q u e b r a n t a b l e s p e d e s t a l e s y c u b i e r t o s de m i s -
teriosos geroglíficos q u e , en l e n g u a d e s c o n o c i d a p a r a
el v u l g o , decían p o r q u i é n y en q u é ocasiones h a b í a n si-
do l e v a n t a d o s ; t e m p l o s , c u y a s m a c i z a s m u r a l l a s e s t a b a n
sostenidas p o r i n n u m e r a b l e s e s t a t u a s ; a v e n i d a s , b o r d a d a s
de severas y silenciosas e s f i n g e s , p o r las que se l l e g a b a
al pórtico del t e m p l o ; c a t a c u m b a s , con sus filas de e m -
b a l s a m a d o s c u e r p o s e s p e r a n d o la v i d a f u t u r a ; l a b e r i n t o s
en fin, con sus s u b t e r r á n e o s de i n n u m e r a b l e s r e v u e l t a s ,
donde e s t a b a s e g u r o de e n c o n t r a r su t u m b a el i m p r u d e n -
te que e n ellos se a v e n t u r a s e s i n u n hilo c o n d u c t o r . I m -
posible f o r m a r n o s a h o r a l a idea del s e n t i m i e n t o d e t e -
rror religioso q u e d e s p e r t a b a e n los p u e b l o s del M e d i t e -
r r á n e o la c o n t e m p l a c i ó n de esa a n t i g u a y m a r a v i l l o s a
civilización de l a s orillas del N i l o . « E g i p t o —dice B u n s e n
— era p a r a los griegos u n a esfinge d o t a d a de e x p r e s i ó n
humana.»
A p e s a r de su a i s l a m i e n t o , n o s i e m p r e E g i p t o h a b í a
sido r e s p e t a d o . E l v e t u s t o i m p e r i a f o r m a d o p o r la r e u n i ó n
de las c o m a r c a s del alto y del bajo E g i p t o d u r a b a desde
hacía m i l s e t e n t a y seis a ñ o s , y h a b í a p a s a d o ya p o r t r e i n -
t a y ocho r e i n a d o s , s e ñ a l a d o s cada u n o p o r los m o n u m e n -
tos m á s g r a n d i o s o s q u e j a m á s h a y a erigido el h o m b r e , y
algunos de los c u a l e s , c o m o las p i r á m i d e s , h a n llegado
h a s t a n o s o t r o s , c u a n d o se d e s m o r o n ó á los golpes de los
H y c s o s , reyes p a s t o r e s , jefes de t r i b u s n ó m a d a s , origina-
rias de Asia. E s t o s ú l t i m o s e r a n d u e ñ o s del p o d e r cinco
siglos h a c í a , c u a n d o u n a i n s u r r e c c i ó n los arrojó á su v e z ,
dando origen al n u e v o i m p e r i o . L a m e m o r i a de a l g u n o s
de estos reyes h a llegado h a s t a n o s o t r o s p o r los g i g a n t e s -
 — 80 -
eos t r a b a j o s á q u e h a n ligado su n o m b r e . L o s p r i m e r o s
a c o n t e c i m i e n t o s de la h i s t o r i a j u d í a p e r t e n e c e n al p e r í o d o
m e d i o de este n u e v o i m p e r i o : la visita de A b r a h a m y la
elevación de J o s é , c o n t a d a con t a n s u b l i m e sencillez en
l a E s c r i t u r a . E l n u e v o i m p e r i o s u b s i s t i ó con a l t e r n a t i v a s
de p r o s p e r i d a d y reveses h a s t a el t i e m p o de P s a m m é t i c o ,
q u e , e n v u e l t o e n u n a g u e r r a civil y h e c h o d u e ñ o del p o d e r
s u p r e m o , g r a c i a s al auxilio que le p r e s t a r o n los m e r c e n a -
rios g r i e g o s , d e s t r u y ó todo el s i s t e m a político que h a b í a n
r e s p e t a d o t o d a s las d i n a s t í a s a n t e r i o r e s . Abrió las p u e r t a s
de E g i p t o , p e r m i t i ó su acceso á los b á r b a r o s del N o r t e de
ojos a z u l e s y r u b i a cabellera, y dio g r a n i m p u l s o á la v i d a
i n t e l e c t u a l de E u r o p a .
A p e n a s si p u e d e u n o e x a g e r a r la influencia q u e ejerció
e s t e a c o n t e c i m i e n t o e n el p r o g r e s o e u r o p e o . E l i n m e n s o
v u e l o q u e t o m ó el c o m e r c i o griego á c o n s e c u e n c i a de la
a c t i v a d e m a n d a de los p r o d u c t o s de l a s c u e n c a s del P o n t o
E u x i n o y del M e d i t e r r á n e o , sólo fué u n a de sus c o n s e -
c u e n c i a s m e n o s i m p o r t a n t e s . E n lo q u e á E g i p t o m i s m o
se refiere, este a c o n t e c i m i e n t o produjo u n c a m b i o r a d i c a l
en su política i n t e r i o r y e x t e r i o r : p o r u n a p a r t e , el e m p l e o
de los m e r c e n a r i o s t u v o p o r efecto la e m i g r a c i ó n g e n e r a l
de la c a s t a de los g u e r r e r o s , y p o r o t r a , l a s i t u a c i ó n de las
cosas h a b í a llegado á ser t a l que E g i p t o , á m e n o s de d e s -
a p a r e c e r , t e n í a q u e h a c e r s e p o t e n c i a m a r í t i m a . T e n í a ad-
m i r a b l e s i t u a c i ó n c o m e r c i a l : t o c a n d o con el m a r E o j o y
con el M e d i t e r r á n e o f o r m a b a u n d e p ó s i t o n a t u r a l e n t r e
E u r o p a y A s i a , c o m o lo d e m o s t r ó m á s t a r d e la i n m e n s a
p r o s p e r i d a d de Alejandría. No podía, sin e m b a r g o , h a c e r -
se p o t e n c i a m a r í t i m a s i n t r o p e z a r con v a r i o s o b s t á c u l o s .
N i n g u n a de l a s m a t e r i a s esenciales p a r a la c o n s t r u c c i ó n
de los n a v i o s crecía en la c o m a r c a , que a p e n a s ofrecía
m a d e r a suficiente p a r a las casas y los féretros. L o s egip-
cios p r i m i t i v o s t e n í a n t a m b i é n , c o m o los I n d o s , s u p e r s -
ticioso m i e d o al m a r ; p e r o h a y q u e a t r i b u i r l o s i n d u d a á
q u e carecían de m a t e r i a l e s p a r a p r o p o r c i o n a r s e u n a flota.
E r a , p u e s , u n a v e r d a d e r a n e c e s i d a d p a r a E g i p t o a b r i r la
e r a de l a s c o n q u i s t a s e x t e r i o r e s , y h a c e r s e d u e ñ o á t o d a
costa de las r e g i o n e s de b o s q u e s de S i r i a . E s t a u r g e n t e
n e c e s i d a d es la q u e pjodujo sus l a r g a s l u c h a s con M e s o -
 - 81 —
p o t a m i a , así c o m o los s i t i o s , los s a q u e o s y las d e s g r a c i a s
de J e r u s a l e m , c a p i t a l de u n p e q u e ñ o E s t a d o q u e s e p a r a b a
los dos r e i n o s e n e m i g o s , y q u e fué a l t e r n a t i v a m e n t e d e -
solada p o r cada u n o de ellos. L a n e c e s i d a d de e s t a políti-
ca p a r a los reyes de E g i p t o e s t á p r o b a d a de m o d o i n c u e s -
tionable p o r la p e r s e v e r a n c i a con q u e p e r s i g u i e r o n su
objeto. P s a m m é t i c o m i s m o sitió d u r a n t e v e i n t i n u e v e a ñ o s
la ciudad de A z o t h ; su hijo N e k a o quiso volver á a b r i r el
c a n a l q u e u n í a el Nilo al m a r Rojo e n t r e B u b a s t i s y S u e z ,
c a n a l b a s t a n t e a n c h o p a r a d a r paso á dos b a j e l e s ; n o se
detuvo sino a n t e la r e s i s t e n c i a de los s a c e r d o t e s , q u e t e -
m í a n se d e b i l i t a r a la fuerza del p a í s . I n t e n t ó e n t o n c e s d a r
la vuelta á la v e l a al c o n t i n e n t e a f r i c a n o , y lo consiguió;
en a q u e l l a época n o e r a s e g u r a m e n t e por p u r a c u r i o s i d a d
por lo que h a c í a e m p r e n d e r s e m e j a n t e s e x p e d i c i o n e s . . N e -
kao hizo t a m b i é n b u s c a r las fuentes del Nilo, con la espe-
r a n z a sin d u d a de sacar de su d e s c u b r i m i e n t o v e n t a j a s m a -
teriales ó e c o n ó m i c a s . P a r a c o m p e n s a r la p é r d i d a de las
ventajas q u e e s p e r a b a o b t e n e r de la r e a p e r t u r a del canal*
fué i n d u d a b l e m e n t e p a r a lo q u e e m p r e n d i ó la c i r c u n n a v e -
gación de Africa. L a s g r a n d e s flotas c o n s t r u i d a s p o r N e k a o
y su p a d r e n o p o d í a n ser, e n efecto, de u t i l i d a d r e a l , s i n o e n
t a n t o que p u d i e r a n , s e g ú n l a s c i r c u n s t a n c i a s , t r a s l a d a r s e
r á p i d a m e n t e de u n o á otro m a r ; a h o r a b i e n , esto n o e r a
posible s i n o p o r el c a n a l ó p o r l a c i r c u n n a v e g a c i ó n del
c o n t i n e n t e africano, siendo esta ú l t i m a vía casi i m p r a c t i -
cable , p u e s t o q u e se n e c e s i t a b a n e n t o n c e s t r e s a ñ o s p a r a
dar la v u e l t a al Africa. L o s egipcios f r a c a s a r o n , p u e s , e n
sus p r o y e c t o s ; pero el fracaso q u e sufrieron es m á s b i e n
digno de a u m e n t a r q u e de d i s m i n u i r la a d m i r a c i ó n q u e
debemos á sus v a s t o s designios y á la e n e r g í a q u e e m -
plearon en r e a l i z a r l o s . P r o s i g u i e r o n la política de con-
quista de R a m s é s I I , q u e v a r i o s siglos a n t e s poseía l a s
comarcas p o b l a d a s de b o s q u e s de S i r i a , y cuyos i n g e n i e -
ros h a b í a n t e r m i n a d o el c a n a l del Nilo al m a r Rojo á
costa de i n m e n s o s t e s o r o s y de c i e n t o v e i n t e m i l v i d a s
h u m a n a s . E l c a n a l de R a m s é s , q u e con el t i e m p o h a b í a
sido e n t e r a m e n t e cegado p o r las a r e n a s , fué de n u e v o
abierto, y llegó á ser lo q u e m á s t a r d e fué bajo los P t o l o -
meos y los Califas: l a s g a l e r a s egipcias p u d i e r o n u n a .vez

Historiadel desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 6

 — 82 —

m á s p a s a r de u n m a r á o t r o . L o s p e r s a s , bajo D a r í o , hijo
d e . H y s t a s p e s , t r a t a r o n de c o m p o n e r l e ó de c o n s t r u i r u n
n u e v o c a n a l , p e r o la insuficiencia de s u s m á q u i n a s les
obligó á a b a n d o n a r los trabajos c u a n d o los h a b í a n i m p u l ,
gado ya h a s t a los lagos salados. L a e x t r e m i d a d del c a n a l
de E a m s é s q u e t o c a b a á S u e z e s t a b a p r o t e g i d a p o r u n
s i s t e m a de o b r a s h i d r á u l i c a s d e s t i n a d a s á obviar l a s va-
r i a c i o n e s de l a diferencia de n i v e l e n t r e el m a r E o j o y el
N i l o . N o s i n r a z ó n , p u e s , los egipcios, que h a b í a n llevado
á cabo t a n prodigiosas o b r a s , s o n r e í a n c u a n d o oían á los
griegos a l a b a r s e de h a b e r a p r e n d i d o p o r T a l e s el a r t e de
m e d i r la a l t u r a de sus p i r á m i d e s .
: F a r a ó n Ofra c o n t i n u ó la política de sus p r e d e c e s o r e s ,
. c o n s i g u i ó a p o d e r a r s e de S i d ó n , y dio p r i n c i p i o á la lu-
c h a c o n t r a los reyes b a b i l o n i o s , cuya a t e n c i ó n h a b í a sido
a t r a í d a al fin sobre lo que en E g i p t o sucedía. L o s egip-
cios a c a b a r o n p o r p e r d e r la S i r i a y e l bajo E g i p t o q u e
l e s a r r e b a t ó N a b u c o d ò n o s o r ; este ú l t i m o se v e n g ó al
m i s m o t i e m p o del r e y de J e r u s a l e m , S e d e c í a s , q u e h a -
bía a b r a z a d o el p a r t i d o de sus e n e m i g o s ; la ciudad fué
a r r a s a d a h a s t a el s u e l o , se s a e a r o n los ojos al r e y , y la
p o b l a c i ó n fué llevada c a u t i v a á B a b i l o n i a , 568 a ñ o s a n -
t e s de J . 0 . L a m i s m a política n a c i o n a l c o n t i n u ó á veces
con s i n g u l a r p e r s i s t e n c i a á t r a v é s de v a r i a s d i n a s t í a s
c o n s e c u t i v a s ; h e a q u í u n ejemplo q u e lo p a t e n t i z a : D e s -
p u é s que el i m p e r i o de B a b i l o n i a h u b o s u c u m b i d o á los
golpes de los m e d o s , y q u e de éstos pasó á los p e r s a s el
p o d e r , prosiguióse la política t r a d i c i o n a l que exigía el
d o m i n i o del M e d i t e r r á n e o , y se h i c i e r o n i n c e s a n t e s es-
f u e r z o s , ya al N o r t e , ya al S u r , p a r a a d e l a n t a r s e h a c i a
el O c o i d e n t e . L a h i s t o r i a u l t e r i o r de B o m a m u e s t r a l a s
c o n s e c u e n c i a s q u e h u b i e r a t e n i d o e n a q u e l l a época el
d o m i n i o exclusivo de u n a g r a n p o t e n c i a en el M e d i t e
r r á n e o . Con ocasión de u n m o t í n e n E g i p t o , el r e y de
los persas,, C a m b i s e s , devastó t a n c o m p l e t a m e n t e la co-
m a r c a , q u e desde a q u e l d í a , a u n q u e v e i n t i c u a t r o s i g l o s
n o s s e p a r a n de é l , n o h a podido todavía r e c o b r a r su i n -
d e p e n d e n c i a . L o s esfuerzos de los p e r s a s p a r a a d e l a n t a r -
se al S u r , h a c i a C a r t a g o , fueron v a n o s , p o r q u e los feni-
cios se n e g a r o n c o n s t a n t e m e n t e á t o m a r p a r t e en l a s
 — 83 —
operaciones d i r i g i d a s c o n t r a a q u e l l a c i u d a d . U n h e c h o
que m e r e c e sobre todo n u e s t r a a t e n c i ó n , es q u e en l a
época en que C a m b i s e s d e v a s t a b a á E g i p t o , u n o s q u i -
n i e n t o s a ñ o s a n t e s de J . C . , la filosofía e r a y a c u l t i v a d a
con b r i l l a n t e z en l a s ciudades del S u r de I t a l i a .
E n t r e los i n c i d e n t e s á q u e d i e r o n l u g a r l a s l u c h a s de
los reyes egipcios c o n t r a los s o b e r a n o s b a b i l o n i o s , h a y
uno que hacen capital las importantes consecuencias que
p a r a la h i s t o r i a de E u r o p a t u v o : la t o m a de T i r o p o r
N a b u c o d ò n o s o r . M i e n t r a s el d o m i n i o del M e d i t e r r á n e o
p e r t e n e c i ó á esta c i u d a d , fué i m p o s i b l e á los g r i e g o s
desarrollar su p o d e r m a r í t i m o . T i r o fué b a s t a n t e fuerte
p a r a r e s i s t i r t r e i n t a a ñ o s á los esfuerzos de todos los
ejércitos b a b i l o n i o s , h a s t a q u e en fin «todas l a s c a b e z a s
q u e d a r o n calvas y pelados t o d o s los h o m b r e s ». L a ciu-
dad fué d e s t r u i d a de a r r i b a á a b a j o , y el suelo q u e cu-
bría quedó t a n d e s n u d o c o m o el p e ñ a s c o en que el p e s -
cador e x t i e n d e s u s r e d e s . E l golpe q u e h a b í a h e r i d o de
m u e r t e al c o m e r c i o de T i r o n o podía dejar de s e n t i r s e á
lo l e j o s , y con r a z ó n se h a podido decir g u e «las islas
del m a r l l o r a r o n su m a r c h a » . E n t o n c e s fueron t e s t i g o s
los países del M e d i t e r r á n e o de los b r i l l a n t e s c o m i e n z o s
del poder g r i e g o . E n c u a n t o á los h a b i t a n t e s de l a n u e v a
T i r o , j a m á s r e c o b r a r o n su a n t i g u a p r o s p e r i d a d ; en m e -
dio de sus d e s d i c h a s h a b í a l e s n a c i d o u n r i v a l , y n o e r a
la creación de u n n u e v o e s t a b l e c i m i e n t o e n u n a de l a s
islas de la costa lo q u e p o d í a devolverles su s u p r e m a c í a .
Alejandro c o m p r e n d í a t a n b i e n la política n a c i o n a l , y
por decirlo a s í , i n s t i n t i v a de G r e c i a , q u e u n a de las p r i -
m e r a s o p e r a c i o n e s de su expedición á Asia fué el sitio d e
la n u e v a c i u d a d ; n o c o n s i g u i ó r e d u c i r l a sino d e s p u é s d e
esfuerzos s o b r e h u m a n o s ; la p l a z a fué a r r a s a d a , los h a -
b i t a n t e s degollados á m i l l a r e s , dos m i l de ellos crucifi-
cados , y la influencia de S i r i a d e s a p a r e c i ó p a r a s i e m p r e
del M e d i t e r r á n e o .
Con la h i s t o r i a p r i m i t i v a de G r e c i a se r e l a c i o n a n ,
p u e s , dos h e c h o s c a p i t a l e s : el p r i m e r o la a p e r t u r a d e
los p u e r t o s e g i p c i o s , s e i s c i e n t o s s e t e n t a a ñ o s a n t e s d e
J . C ; el s e g u n d o l a caída de la a n t i g u a T i r o , 5 7 3 a ñ o s
antes de J . C. L a s c o n s e c u e n c i a s del p r i m e r o fueron sor
 — 84 —

b r e t o d o , i n t e l e c t u a l e s , m i e n t r a s que el s e g u n d o a b r i ó
la e r a de p r o s p e r i d a d c o m e r c i a l de G r e c i a y dio vida á
Atenas.
Al a l b o r e a r la civilización e u r o p e a , E g i p t o e s t a b a ,
p u e s , en p l e n a d e c a d e n c i a é iba p r o n t o á s u c u m b i r á las
c a u s a s de d e s t r u c c i ó n que en sí m i s m o e n c e r r a b a y á los
a t a q u e s de los d e m á s r e i n o s a s i á t i c o s , rivales suyos. L a
vez p r i m e r a que las r e g i o n e s del Nilo a p a r e c e n en l a es-
c e n a de la h i s t o r i a , son v e n e r a b l e s ya p o r su a n t i g ü e d a d .
E l s u b l i m e c u a d r o q u e la E s c r i t u r a t r a z a del viaje de
A b r a h a m y d e S a r a d u r a n t e el h a m b r e , la h i s t o r i a de
J o s é y el É x o d o , t o d o s estos d o c u m e n t o s a t e s t i g u a n que
e n t o n c e s u n s i s t e m a , c o n s a g r a d o p o r los s i g l o s , r e i n a b a
ya sobre el E g i p t o t r a n q u i l o y p r ó s p e r o . Si q u e r e m o s
f o r m a r n o s u n a idea de lo q u e era el a r t e e n t r e los egip-
cios , n o t e n e m o s m á s q u e c o n s u l t a r la c o n s t r u c c i ó n de
l a g r a n p i r á m i d e q u e , a u n p r o c e d i e n d o del t r i g é s i m o
c u a r t o siglo a n t e s de J . O . , n o h a t e n i d o todavía i g u a l .
E s t a c o n s t r u c c i ó n , v e r d a d e r a m a r a v i l l a de n u e s t r o m u n -
do , h a sido t a n c u i d a d o s a m e n t e c i m e n t a d a y l e v a n t a d a ,
q u e h o y m i s m o la posición de sus lados p u e d e servir
p a r a m e d i r la desviación de la aguja i m a n t a d a . S i n e m -
b a r g o , c u a n d o J a c o b llegó á E g i p t o , h a b í a n p a s a d o ya
t a n t o s siglos p o r la p i r á m i d e c o m o los q u e v a n des-
de J . 0 . h a s t a n u e s t r o s días. Si de los m o n u m e n t o s
p a s a m o s á las i n s c r i p c i o n e s q u e los c u b r e n , la eviden-
cia de r e m o t í s i m a a n t i g ü e d a d se i m p o n e á n u e s t r o es-
p í r i t u c o n m á s fuerza todavía. L a e s c r i t u r a jeroglífica
h a b í a llegado al riltimo t é r m i n o de su d e s a r r o l l o , y sus
p r i n c i p i o s l a r g o t i e m p o h a c í a se h a b í a n fijado y esta-
blecido c u a n d o llegó á n u e s t r o c o n o c i m i e n t o ; los sis-
t e m a s d e c i m a l y d u o d e c i m a l e r a n ya u s a d o s ; el a r t e de
las c o n s t r u c c i o n e s h i d r á u l i c a s , el a r t e a r q u i t e c t ó n i c o y
los p r o c e d i m i e n t o s p a r a la d e m a r c a c i ó n de l a s t i e r r a s
h a b í a n a l c a n z a d o ya cierto g r a d o de p e r f e c c i ó n ; t a n t o ,
q u e p u e d e decirse s i n m u c h a e x a g e r a c i ó n q u e , p r á c t i -
c a m e n t e h a b l a n d o , n o e s t a m o s casi m á s lejos q u e H e r ó -
d o t o m i s m o de los egipcios primitivos."«^Vosotros, grie-
g o s — t e n í a n r a z ó n p a r a decir á los p r i m e r o s filósofos
los s a c e r d o t e s e g i p c i o s — n o sois m á s q u e n i ñ o s c h a r l a -
 — 85 —

t a ñ e s y frivolos, y n a d a conocéis de las cosas del pa-

sado».
P o d e m o s , p o r lo q u e n o s q u e d a de l a l e n g u a de los
a n t i g u o s egipcios y p o r el c o n o c i m i e n t o c o m p l e t o q u e
t e n e m o s de los p r i n c i p i o s de su r e l i g i ó n , r e m o n t a r en su
pasado m á s a l l á de los t i e m p o s h i s t ó r i c o s y de la época
de que d a t a n sus p r i m e r o s m o n u m e n t o s . G r a n p a r t e de
las p a l a b r a s de su l e n g u a p u e d e n referirse á l a s r a í c e s
i n d o g e r m á n i c a s , lo que i n d i c a q u e la r a z a africana ori-
ginal h a d e b i d o , en época r e m o t í s i m a , m e z c l a r s e con
u n a r a z a i n v a s o r a v e n i d a de Asia; el e x a m e n de los p r i n -
cipios de la r e l i g i ó n egipcia n o deja d u d a a l g u n a sobre
este p u n t o . D e s d e m u y t e m p r a n o las r a z a s de Asia c e n -
tral conocieron el m o n o t e í s m o , m i e n t r a s q u e á l a h o r a
a c t u a l , a p e n a s se d e s e n t i e n d e n de las p r á c t i c a s del m á s
grosero f e t i c h i s m o ; el s a c e r d o t e e n t r e los n e g r o s , es t o -
davía s o l a m e n t e u n h e c h i c e r o y u n f a b r i c a n t e de lluvia.
L a religión egipcia ofrecía al v u l g o c o m p l e j í s i m o s i s t e -
m a idolátrico q u e r e s p o n d í a á s u s c o n d i c i o n e s i n t e l e c -
tuales, p e r o t e n í a t a m b i é n , p á r a l o s e s p í r i t u s m á s c u l t o s ,
concepciones q u e n o c a r e c í a n de v e r d a d n i de g r a n d e z a .
E s t a coexistencia e n la m i s m a religión de dos e l e m e n t o s
en a p a r i e n c i a i n c o m p a t i b l e s , n o p u e d e e x p l i c a r s e s i n o
a d m i t i e n d o q u e e n t r e dos s i s t e m a s d i s t i n t o s se h a b í a
realizado u n a f u s i ó n , c o m o así sucedió e n efecto m á s
t a r d e bajo P t o l o m e o S o t e r .
D e s d e q u e la a t e n c i ó n de la crítica m o d e r n a se h a di-
rigido al e s t u d i o de las a n t i g ü e d a d e s e g i p c i a s , conoce-
m o s mejor el l u g a r q u e m e r e c e en la h i s t o r i a e s t a v e n e -
rable c o m a r c a . N o s l i s o n j e a m o s h o y de q u e e s t á p r ó x i m o
el día en que descifremos u n a p á g i n a de jeroglíficos con
la m i s m a facilidad q u e t r a d u c i m o s u n a p á g i n a de g r i e g o
ó de l a t í n ; p e r o sin ir t a n lejos ¡ q u é c l a r i d a d n o h a n
arrojado estas i n v e s t i g a c i o n e s q u e , p o r decirlo a s í , h a n
empezado a y e r , sobre t o d a s l a s r a m a s de la l i t e r a t u r a
a n t i g u a , sobre la c i e n c i a , el a r t e , la m i t o l o g í a y la v i d a
doméstica de la a n t i g ü e d a d ! D e E g i p t o , t o d o s lo reco-
nocen , v i n i e r o n el p r o t o t i p o de los ó r d e n e s de la a r q u i -
t e c t u r a g r i e g a , sus f o r m a s y su o r n a m e n t a c i ó n c o n v e n -
c i o n a l , los m o d e l o s de los v a s o s griegos y e t r u s e o s , y
 — 86 —
parabién la m a y o r p a r t e de l a s l e y e n d a s r e c o g i d a s p o r
H o m e r o : el j u i c i o de los m u e r t o s ; el t e m i b l e t r i b u n a l
del infierno a n t e el cual t o d o s c o m p a r e c e n , desde el
F a r a ó n q u e a c a b a de dejar su t r o n o b a s t a el esclavo c u -
y a s c a d e n a s r o m p e la m u e r t e ; C e r b e r o , l a E s t i g i a , el
lago del o l v i d o ; C a r o n t e , su b a r c a y el óbolo q u e h a y
q u e p a g a r l e p o r el p a s a j e ; los C a m p o s E l í s e o s y l a s islas-
de los b i e n a v e n t u r a d o s . D e E g i p t o ú n i c a m e n t e v i n i e r o n
el p r i m e r r i t u a l de los m u e r t o s , las l e t a n í a s del s o l , los
m i s a l e s i l u m i n a d o s , y en fin, el d o g m a m i s m o de la
e x i s t e n c i a de l a r e i n a de los cielos. ¿ D ó n d e h a y en el
m u n d o u n p u e b l o q u e h a y a c o n s a g r a d o á la D i v i n i d a d
m á s magníficos n i m á s d u r a d e r o s m o n u m e n t o s q u e esos
t e m p l o s con s u s i n m e n s a s a v e n i d a s de e s f i n g e s ; esas
p o r t a d a s m a c i z a s a n t e l a s cuales se l e v a n t a n obeliscos
q u e E o m a i m p e r i a l y a u n P a r í s m i s m o n o h a n desde-
ñ a d o a p r o p i a r s e ; esos p ó r t i c o s y esos v e s t í b u l o s con s u s
i n n u m e r a b l e s e s t a t u a s que r e p r e s e n t a n las i m á g e n e s de
los r e y e s y las efigies de los dioses? S o b r e las m u r a l l a s de
los sepulcros se ve t o d a v í a á F t a , el c r e a d o r ; á Knef, el
e s p í r i t u d i v i n o , q u e a m a s a la arcilla de q u e e s t á n forma-
dos los m o r t a l e s ; á A t h o r , q u e r e c i b e en sus b r a z o s al
sol p o n i e n t e , y á O s i r i s , el j u e z de los m u e r t o s . ¡ L o s
dioses n o h a n vivido t a n t o t i e m p o c o m o sus e s t a t u a s de
granito!
L o s jeroglíficos n o s p r u e b a n , p u e s , h a s t a l a e v i d e n c i a
q u e e n época r e m o t í s i m a h a b í a n i n t e n t a d o los egipcios
p e r p e t u a r y t r a s m i t i r sus ideas p o r m e d i o de la e s c r i t u -
r a . S i n d u d a q u e n o fué al p r i n c i p i o m á s q u e u n a escri-
t u r a f i g u r a t i v a , c o m o la de los m e j i c a n o s ; p e r o e n el
m o m e n t o e n q u e la e n c o n t r a m o s p o r p r i m e r a v e z , h a b í a
llegado y a al iiltimo t é r m i n o de su doble d e s a r r o l l o ideo-
gráfico y fonético. Bajo los r e y e s m a e e d o n i o s , los j e r o -
glíficos n o a p a r e c e n ya s i n o en los escritos r e l i g i o s o s , lo
q u e d e m u e s t r a q u e la a n t i g u a c a s t a s a c e r d o t a l n o h a b í a
p o d i d o r e p o n e r s e del golpe q u e la h a b í a n dado C a m b i -
s e s y Oeo. A p a r t i r de e s t a é p o c a , los jeroglíficos se h a -
c e n cada vez m á s r a r o s , h a s t a t a l p u n t o q u e u n e m p e r a -
d o r r o m a n o se vio o b l i g a d o — s e d i c e — á ofrecer u n a r e -
c o m p e n s a p o r la t r a d u c c i ó n de l a s i n s c r i p c i o n e s de u n
 - 87 -
obelisco. L o s p r i m e r o s c r i s t i a n o s sólo v e í a n e n estas i n s r
cripciones r e l i q u i a s de la a b o m i n a b l e i d o l a t r í a y l a s a t r i -
buían á la i n s p i r a c i ó n del diablo. L a s b o r r a b a n de l o s
m o n u m e n t o s d o n d e q u i e r a q u e la p i e d r a cedía, ó e n caso
c o n t r a r i o , las c u b r í a n con u n a capa de y e s o ; así es c ó m o
su f a n a t i s m o n o s h a c o n s e r v a d o a l g u n a s de estas i n s c r i p -
ciones jeroglíficas.
E s t o s c a r a c t e r e s e n i g m á t i c o s h a b í a n sido en otro t i e m -
po los m e d i o s de e x p r e s i ó n de v a s t í s i m a l i t e r a t u r a , cuyos
r e s t o s , s i n d u d a e r a n los célebres l i b r o s de H e r m e s .
C o m p r e n d í a c o m p o s i c i o n e s sobre la m ú s i c a , la a s t r o n o -
m í a , la geografía, la m e d i c i n a , la a n a t o m í a , la q u í m i c a ,
la m a g i a , y todos los d e m á s a s u n t o s á q u e en todo t i e m -
po se h a dedicado la c u r i o s i d a d h u m a n a . Casi h a s t a
n u e s t r o s días se h a n c o n s e r v a d o las m á s s i n g u l a r e s ilu-
siones r e s p e c t o á los jeroglíficos. E n 1802 Salin p r e t e n -
día que los p a p y r o s egipcios n o e r a n o t r a cosa q u e u n a
traducción c h i n a de los s a l m o s de D a v i d ; L e n o i r los
a t r i b u í a á los h e b r e o s ; se llegó h a s t a á decir q u e las i n s -
cripciones del t e m p l o de D e n d e r a h r e p r o d u c í a n t e x t u a l -
m e n t e el c e n t e s i m o s a l m o ; a s e r c i o n e s t o d a s q u e t i e n e n
el m i s m o valor que se c o n c e d e , d e s p u é s de h a b e r v i s t o e n
los m u s e o s de a n t i g ü e d a d e s egipcias infinidad de objetos
de b r o n c e y v i d r i o , á esas o t r a s h i s t o r i a s clásicas s e g ú n
las cuales el b r o n c e h a b í a sido d e s c u b i e r t o en el i n c e n d i o
de C o r i n t o , y el vidrio e n c o n t r a d o p o r n á u f r a g o s q u e
h a b í a n p u e s t o u n a vasija a b r a s a n d o s o b r e f r a g m e n t o s de
salitre.
Miles de a ñ o s se h a n p a s a d o desde la fundación de l a
p r i m e r a d i n a s t í a egipcia. L a s p i r á m i d e s h a n visto el a n -
tiguo i m p e r i o , los r e y e s H y c s o s , el s e g u n d o i m p e r i o , los
p e r s a s , los m a c e d o n i o s , los r o m a n o s y los m u s u l m a n e s .
H a n p e r m a n e c i d o i n m ó v i l e s m i e n t r a s los cielos m i s m o s
c a m b i a b a n ; t e n í a n ya q u i n i e n t o s a ñ o s de e x i s t e n c i a ,
cuando en las r e g i o n e s del B á l t i c o , desapareció la c r u z
a u s t r a l del h o r i z o n t e , y la m i s m a estrella p o l a r fué p a r a
ellas u n a r e c i é n v e n i d a . H u m b o l d t dice con r a z ó n á este
p r o p ó s i t o , q u e «el p a s a d o n o s p a r e c e v i s i b l e m e n t e m á s
cerca de n o s o t r o s , c u a n d o le m e d i m o s c o n los g r a n d e s y
m e m o r a b l e s a c o n t e c i m i e n t o s de q u e h a sido t e s t i g o » .
 — 88 —
N i n g u n a r e g i ó n del m u n d o h a t e n i d o su h i s t o r i a t a n
l l e n a de a c o n t e c i m i e n t o s como la c u n a de la civilización
e u r o p e a . N o s es i m p o s i b l e d i s t i n g u i r á t r a v é s de la oscu-
r i d a d de c i n c u e n t a s i g l o s , l a n a t u r a l e z a de los m ó v i l e s
q u e h a c í a n o b r a r al h o m b r e ; p e r o s a b e m o s , d e s p u é s d e
períodos de t i e m p o m á s c o n s i d e r a b l e s a ú n , e n c o n t r a r el
estado físico de la c o m a r c a que h a b i t a b a . E l c u a d r o q u e
ofrece la h i s t o r i a de u n a n a c i ó n , c a m b i a con la n a t u r a l e -
za de estos m ó v i l e s , p e r o c a m b i a , e n m e d i d a m u c h o m a -
yor, con la n a t u r a l e z a de las condiciones físicas. La_prio-
r i d a d de l a civilización egipcia n o h a sido u n h e c h o for-
t u i t o . L a e s t r u c t u r a geográfica de la c o m a r c a n o s h a c e
v e r m u c h o m e j o r q u e sus a n t i g u o s m o n u m e n t o s , l a s con-
diciones en que vivía el p u e b l o e g i p c i o ; las o b r a s h u m a -
n a s s o n , en efecto, n e c e s a r i a m e n t e t r a n s i t o r i a s y c o n s t i -
t u y e n m u c h o - m e n o s seguros guías q u e la n a t u r a l e z a .
D e s d e q u e el h o m b r e h a b i t a e n E g i p t o , su aspecto h a
c a m b i a d o con f r e c u e n c i a , pero su e s t r u c t u r a j a m á s ; l o s
c a m p o s h a n d e s a p a r e c i d o , p e r o la t i e r r a h a q u e d a d o .
¿ P o r q u é , p u e s , la civilización se m u e s t r a a n t e todo á ori-
llas del Nilo m á s b i e n q u e en las r e g i o n e s r e g a d a s p o r el
D a n u b i o ó p o r el M i s s i s s i p p í ? E s que la civilización de-
p e n d e del c l i m a y de la a g r i c u l t u r a . E n E g i p t o las cose-
c h a s p u e d e n ser p r e v i s t a s y r e g u l a d a s de a n t e m a n o , p r i v i -
legio q u e c o m p a r t e n m u y pocas r e g i o n e s del globo. E n la
m a y o r p a r t e de los p a í s e s , los r e s u l t a d o s del cultivo del
suelo son a b s o l u t a m e n t e i n c i e r t o s ; l a s v a r i a c i o n e s m e -
teorológicas s o n t a n f r e c u e n t e s en ellos desde l a época
de l a s i e m b r a h a s t a la r e c o l e c c i ó n , q u e es de todo p u n t o
i m p o s i b l e e v a l u a r l a c a n t i d a d de p r o d u c t o s q u e d a r á el
a ñ o ; l a s cosechas p u e d e n t a m b i é n ser d e s t r u i d a s de i m -
p r o v i s o , ya p o r u n a sequía sobrado p r o l o n g a d a , ya p o r
lluvias d e m a s i a d o a b u n d a n t e s . N i a u n b a s t a q u e l l u e v a
en suficiente c a n t i d a d ; es preciso que la lluvia caiga e n
épocas d e t e r m i n a d a s ; el l a b r a d o r , en u n a p a l a b r a , e s t á
á m e r c e d de los v i e n t o s y de las n u b e s .
¿Cómo h a b í a de n a c e r la civilización en c o n d i c i o n e s
s e m e j a n t e s ? M i e n t r a s l a v i d a e s t á a b a n d o n a d a al a z a r y á
l a i n c e r t i d u m b r e y la r e a l i d a d de h o y v i e n e á d e s t r u i r la
e s p e r a n z a de ayer, n o p u e d e h a b e r leyes p a r a el h o m b r e ,
 - 89 -
sino e x p e d i e n t e s t a n solo. I m p e r i o s a m e n t e solicitado p o r
sus n e c e s i d a d e s p r e s e n t e s , n o t i e n e t i e m p o n i g a n a d e
alzar sus m i r a d a s al cielo p a r a c o n t e m p l a r sus f e n ó m e -
nos ; n o t e n i e n d o t i e m p o t a m p o c o p a r a c o n s i d e r a r s e á s í
m i s m o y p r e g u n t a r s e lo q u e es y d ó n d e e s t á , h á l l a s e le-
jos de p e n s a r en m e j o r a r l a s i t u a c i ó n en q u e se e n c u e n -
t r a . E s t á f a t a l m e n t e c o n d e n a d o á vivir c o m o salvaje, i m -
p o t e n t e , aislado, esclavo de su s u p e r s t i c i ó n , y si n o e s t á
solo, n o t e n i e n d o m á s c o m p a ñ e r o s que o t r o s salvajes, t a n
m i s e r a b l e s c o m o él. A p r e n d a e n e s t a s c i r c u n s t a n c i a s á
conocer el valor de la c i v i l i z a c i ó n , y r e c i b a los p r i m e r o s
r u d i m e n t o s ; l a s m i s m a s cosas q u e u n m o m e n t o a n t e s l e .
o p r i m í a n p r o d u c e n a h o r a el efecto o p u e s t o ; l a s vicisitu-
des que a g i t a n su n u e v a e x i s t e n c i a y á las que n o o p o n í a
en otro t i e m p o s i n o su i n e r c i a y su a p a t í a , i m p ú l s a n l e
a h o r a h a c i a a d e l a n t e . Así es c o m o la civilización e u r o p e a
es d e u d o r a de su o r i g e n al c l i m a i g u a l y estable de u n a
c o m a r c a de África, d e b i e n d o , sin e m b a r g o , á las difíciles
condiciones de e x i s t e n c i a de la z o n a t e m p l a d a l a s c o n -
quistas que h a h e c h o en la n a t u r a l e z a y q u e h a n m a r c a -
do las m á s a v a n z a d a s fases de su desarrollo.
H a y u n a c o m a r c a en q u e el h o m b r e n o es j u g u e t e d e
las e s t a c i o n e s , d o n d e p u e d e sin a n s i e d a d c o n t e m p l a r el
p o r v e n i r ; u n a c o m a r c a en q u e el sol todos los a ñ o s b r i l l a
y c a l i e n t a la t i e r r a casi i g u a l m e n t e . E n la T e b a i d a , u n
g r a n a g u a c e r o p a s a p o r cosa p r o d i g i o s a ; p e r o e n la é p o c a
en que Sirio se l e v a n t a con el s o l , el río e m p i e z a á c r e -
cer, elévase pacífica y g r a d u a l m e n t e , i n u n d a la r e g i ó n y
la trae la r i q u e z a . Si el n i l ó m e t r o , q u e m i d e la a l t u r a d e
las a g u a s , m a r c a sólo ocho codos, la c o s e c h a s e r á e s c a s a ;
si sube á c a t o r c e , a b u n d a n t í s i m a . E l l a b r a d o r s a b e , p u e s ,
desde el p r i n c i p i o del a ñ o en q u é e s t a d o se h a l l a r á n s u s
tierras por o t o ñ o . G r a c i a s á esta s e g u r i d a d , g a r a n t i z a d a
así á la a g r i c u l t u r a , h a v i s t o E g i p t o los p r i m e r o s h o m -
bres civilizados. A d e m á s de e s t a p r i m e r a v e n t a j a , África
p r e s e n t a o t r a : la de q u e el c l i m a a p e n a s c o n s i e n t e allí
m á s que la a l i m e n t a c i ó n v e g e t a l ; el d a t i l e r o le p r o v e e d e
u n a l i m e n t o de este g é n e r o , y m u y poco costoso. E l h o m -
bre puede t a m b i é n p a s a r s e allí sin v e s t i d o s ; se h a h e c h o
constar q u e el g a s t o de c o n s e r v a c i ó n de u n i n d i v i d u o d e s -
 — 90 —
•de su n a c i m i e n t o h a s t a la virilidad n o llega allí a u n a
s u m a e q u i v a l e n t e á 15 p e s e t a s .
A m é r i c a n o s ofrece u n a r e g i ó n e n t e r a m e n t e s e m e j a n t e
á E g i p t o en este r e s p e c t o : el P e r ú , cuyas c o s t a s p e r t e n e -
c e n t a m b i é n á u n a región s i n lluvias. Se p u e d e d e c i r q u e
e l P e r ú es e n el n u e v o c o n t i n e n t e la v e r d a d e r a p a r e j a de
E g i p t o . L o m i s m o s u c e d e con la p a r t e de Méjico b a ñ a d a
p o r el O c é a n o Pacífico. E s u n h e c h o m u y significativo e n
l a h i s t o r i a de la h u m a n i d a d que la civilización h a y a e m -
p e z a d o en e s t a s t r e s r e g i o n e s , t a n l e j a n a s u n a de o t r a , y
q u e e s t á n t o d a s t r e s e x e n t a s de lluvias.
L o q u e e s p e c i a l m e n t e n o s i n t e r e s a es el estado h i d r o -
gráfico del Alto E g i p t o , q u e h a sido la c u n a de la civili-
z a c i ó n . T e n e m o s q u e o c u p a r n o s aquí de u n a región sin
l l u v i a s ; p o r c o n s i g u i e n t e l a influencia del a g u a atmosfé-
r i c a es n u l a por c o m p l e t o , y las v a r i a c i o n e s de las c o n d i -
ciones meteorológicas quedan eliminadas.
E n A s u a n , d o n d e el Nilo sale de las m o n t a ñ a s , l a s
•aguas del río e m p i e z a n á crecer á fines de m a y o y alcan-
z a n su m a y o r a l t u r a en ocho ó n u e v e s e m a n a s . E s t a s cre-
c i d a s p e r i ó d i c a s del río son d e b i d a s á l a s g r a n d e s lluvias
d e los países m o n t a ñ o s o s en q u e el Nilo n a c e ; las p r e c i -
p i t a n los v i e n t o s alisios q u e s o p l a n e n t r e los t r ó p i c o s e n
t o d a la e x t e n s i ó n del m a r de las I n d i a s , c u a n d o los m o n -
z o n e s n o les e c h a n á u n l a d o . D e s e c a d o de e s t a m a n e r a ,
e l v i e n t o del E s t e p r o s i g u e su m a r c h a sobre las soleda-
d e s del África c e n t r a l , n o f o r m a n d o n u n c a n i n u b e s n i
l l u v i a s , y m a r c a n d o su paso e n t o d a s p a r t e s p o r la a r i d e z
y la desolación. E l Nilo, rojo al p r i n c i p i o , v e r d e d e s p u é s ,
r e c i b e e n p r i m e r l u g a r las a g u a s de su g r a n b r a z o a b i s i -
n i o , el Nilo a z u l , y se a u m e n t a en seguida con las del
N i l o b l a n c o ; d e s b o r d a s e e n t o n c e s de su cauce y va á de-
p o s i t a r á lo lejos, e n las l l a n u r a s , rico y f e c u n d a n t e cie-
n o . E s t a s m a t e r i a s s ó l i d a s , s u p e r p o n i é n d o s e cada a ñ o
d e s d e el o r i g e n de los siglos e n el l e c h o del río, h a n aca-
b a d o p o r elevarle c o n s i d e r a b l e m e n t e . F o r m a n u n a serie
d e c a p a s en t a l u d de a m b o s lados h a c i a el desierto. Así
l a i n u n d a c i ó n c o m i e n z a p o r l a s o r i l l a s ; las a g u a s s u b e n
e n seguida y c u b r e n s u c e s i v a m e n t e t o d a la c o m a r c a h a s -
t a el r í o . A m e d i a d o s de s e p t i e m b r e c o m i e n z a n á d e c r e -
 — 91 -
cer, y á fines de o c t u b r e el río h a v u e l t o á s u cauce n o r -
m a l , h a b i e n d o dejado t r a s de sí u n a c a p a de depósitos fer-
tilizadores, c u y a a l t u r a m á x i m a es de 15 c e n t í m e t r o s p o r
siglo. S e h a c o n s i g n a d o q u e el l e c h o del río se eleva p r ó -
x i m a m e n t e 1,20 m e t r o s c a d a m i l a ñ o s y q u e la z o n a de
las t i e r r a s fertilizadas a u m e n t a c o n s i d e r a b l e m e n t e en a n -
c h u r a á e x p e n s a s del d e s i e r t o . Se h a a u m e n t a d o e n u n
tercio desde el r e y Amenofis I I I , q u e r e i n a b a h a c i a el
año 1430 a n t e s de J e s u c r i s t o . E l p e d e s t a l de su coloso
está r o d e a d o de u n a c a p a de cieno de dos m e t r o s de es-
pesor.
E e c i e n t e m e n t e se h i c i e r o n e x c a v a c i o n e s , p o r o r d e n del
virey de E g i p t o , en Menfis, j u n t o á la e s t a t u a caída de
E a m s é s I I , q u e s e g ú n L e p s i u s r e i n a b a e n t r e los a ñ o s
1394 y 1320 a n t e s de J e s u c r i s t o . P r o d u j e r o n el d e s c u b r i -
m i e n t o de u n a c o l u m n a s e p u l t a d a á m á s de ocho m e t r o s
de profundidad. L a filtración de las a g u a s obligó á r e c u -
rrir al e m p l e o de la s o n d a , que d e s c e n d i ó á 1 2 , 6 1 m e t r o s
bajo el n i v e l del suelo. S e h i z o c o n s t a r q u e la m a s a a t r a -
vesada c o n s i s t í a t í n i c a m e n t e en depósitos del N i l o , for-
m a d o s de c a p a s a l t e r n a t i v a s de arcilla y a r e n a , q u e en
todas las p r o f u n d i d a d e s p r e s e n t a b a n la m i s m a c o m p o s i -
ción. L a s o n d a trajo de la ú l t i m a c a p a u n f r a g m e n t o de
alfarería. N o v e n t a y cinco sondajes s e m e j a n t e s se p r a c t i -
caron en diferentes sitios, s i n q u e j a m á s se llegase á a l -
c a n z a r la r o c a sólida. L o s r e s t o s o r g á n i c o s q u e se e n c o n -
t r a r o n e r a n t o d o s de o r i g e n r e c i e n t e ; n o se e n c o n t r ó n i n -
g ú n vestigio de fósiles, p e r o sí á m e n u d o r e s i d u o s d e
ladrillos y de vasijas q u e m a d a s . A c o n s e c u e n c i a de l a s
investigaciones q u e e m p r e n d i e r o n de A s u a n al C a i r o , l o s
franceses e s t i m a r o n en 1 2 , 5 0 c e n t í m e t r o s p o r siglo l a a l -
t u r a del cieno d e p o s i t a d o ; M . H o r n e r , q u e h i z o s u s o b -
servaciones e n H e l i ó p o l i s , la e s t i m a en 8 c e n t í m e t r o s .
E l coloso de E a m s é s I I , q u e d a t a del a ñ o 1 3 5 2 a n t e s de
J e s u c r i s t o , e s t á r o d e a d o de u n a c a p a d e depósitos sedi-
m e n t a r i o s cuyo espesor es de 2,80 m e t r o s , lo q u e da 7
c e n t í m e t r o s p o r siglo. D e b a j o del coloso se e n c u e n t r a
nueva serie de c a p a s q u e se e x t i e n d e n á 9,76 m e t r o s d e
profundidad. L a c a p a p r i m i t i v a h a b í a sido, p u e s , deposi-
t a d a 13.500 a ñ o s a n t e s del a ñ o 1 8 5 4 , d u r a n t e el cual se
 — 92 —

h i c i e r o n e s t a s o b s e r v a c i o n e s . T o d a s las p r e c a u c i o n e s q u e
se h a n t o m a d o p a r e c e n a s e g u r a r la e x a c t i t u d de los r e -
s u l t a d o s q u e a c a b a m o s de i n d i c a r .
L a superficie q u e c u b r í a n las i n u n d a c i o n e s del N i l o
es, g e o g r á f i c a m e n t e h a b l a n d o , e n t e r a m e n t e insignifican-
t e ; c o m p r e n d í a , s i n e m b a r g o , todo el E g i p t o p r o p i a m e n -
t e d i c h o . P a r t i e n d o de l a c a t a r a t a de Á s u a n , cerca de l a
isla s a g r a d a de F i l é , se e x t e n d í a h a s t a el M e d i t e r r á n e o
desde los 24°3' h a s t a el 31°37' de l a t i t u d N o r t e . E l río
c o r r e e n t r e las m o n t a ñ a s del E s t e y la cordillera líbica
e n u n valle c u y a a n c h u r a m e d i a es de 11 k i l ó m e t r o s p r ó -
x i m a m e n t e . L a superficie t o t a l de las t i e r r a s r e g a d a s y
fertilizadas del D e l t a es de 9.225 k i l ó m e t r o s c u a d r a d o s ;
la superficie a r a b l e de E g i p t o es de 4 . 6 0 0 k i l ó m e t r o s , y
la del F a y ú m de 6 9 5 k i l ó m e t r o s . T a l e s superficies n o s
p a r e c e n h o y casi i n s i g n i f i c a n t e s , y s i n e m b a r g o la n a -
c i ó n egipcia c o n t a b a s i e t e m i l l o n e s de h a b i t a n t e s .
L o s p r o c e d i m i e n t o s agrícolas e r a n allí t a n p r e c i s o s ,
q u e la a g r i c u l t u r a v e n í a á ser, p o r decirlo a s í , u n a r t e
m a t e m á t i c o . L a s d e s i g u a l d a d e s p e r t u r b a d o r a s del e s t a d o
a t m o s f é r i c o n o e x i s t í a n , y las v a r i a c i o n e s del v o l u m e n de
a g u a e s p a r c i d o p o r el río p o d í a n d e t e r m i n a r s e de a n t e -
m a n o . L o s s a c e r d o t e s a n u n c i a b a n s o l e m n e m e n t e la a l t u -
r a del a g u a i n d i c a d a p o r el n i l ó m e t r o , y el l a b r a d o r p o -
día h a c e r los p r e p a r a t i v o s q u e exigía l a a b u n d a n c i a , m á s
ó m e n o s c o n s i d e r a b l e , de las c o s e c h a s . E n t a l e s c i r c u n s -
t a n c i a s el h o m b r e p o d í a t r a t a r de m e j o r a r , p o r m e d i o s
artificiales, las c o n d i c i o n e s q u e la n a t u r a l e z a le ofrecía,
y a u n q u e v i v i e r a e n medio de u n a sociedad n a c i e n t e , la
n e c e s i d a d debía h a c e r l e p e n s a r i n s t i n t i v a m e n t e e n ca-
n a l e s , d i q u e s , e x c l u s a s y o t r a s o b r a s h i d r á u l i c a s , q u e le
p e r m i t i e s e n , a q u í d e t e n e r m á s t i e m p o el a g u a , allí apar-
t a r la s o b r a n t e , en otro lado d i s t r i b u i r l a con m á s a b u n -
dancia.
E s t e e s t a d o de cosas t u v o p o r c o n s e c u e n c i a el e s t a b l e -
c i m i e n t o de u n g o b i e r n o fuerte, con d i r e c t a i n t e r v e n c i ó n
e n la a g r i c u l t u r a . E l E s t a d o se e n c a r g a b a de la c o n s t r u c -
ción y c o n s e r v a c i ó n de las o b r a s h i d r á u l i c a s y fijaba l a
c a n t i d a d de a g u a q u e cada cual debía r e c i b i r en s u s tie-
r r a s ; e n c a m b i o los h a b i t a n t e s le p a g a b a n i m p u e s t o s q u e
 - 93 —
c o n s t i t u í a n s u s r e n t a s . T a l e r a , e n efecto, el f u n d a m e n t o
del s i s t e m a político egipcio. M e n e s , el p r i m e r r e y del a n - '
tiguo i m p e r i o , q u e vivía h a c e m á s de cinco m i l a ñ o s ,
consiguió desviar el río h a c i a el n u e v o c a u c e q u e le
a b r i ó ; trabajo t a n g i g a n t e s c o s u p o n e a d e l a n t a d í s i m o s
c o n o c i m i e n t o s t é c n i c o s , y preciso es q u e m u c h o s siglos
h a y a n p r e c e d i d o á la época de este r e y p a r a q u e s e m e -
j a n t e o b r a h a y a sido posible en su t i e m p o .
No m e h e de p e r m i t i r h a c e r d e s c r i p c i o n e s , t o d a s de
p u r a fantasía, con el fin de m o s t r a r cómo el e s p í r i t u h u -
m a n o y la c i v i l i z a c i ó n , favorecida así p o r l a s c i r c u n s t a n -
cias, e m p e z a r o n á d e s a r r o l l a r s e . L o s h a b i t a n t e s del valle
del Nilo g o z a b a n de inviolable s e g u r i d a d , p r o t e g i d o s co-
m o ' l o e s t a b a n , al O c c i d e n t e p o r las a r e n a s a b r a s a d a s del
desierto y al O r i e n t e por el m a r E o j o . N a d a diré t a m p o c o
de esas e d a d e s geológicas, p r ó x i m a s á la c r e a c i ó n , e n q u e
el río n u e v a m e n t e c r e a d o corría p o r p r i m e r a vez al M e d i -
t e r r á n e o á t r a v é s de u n d e s i e r t o d e s n u d o y p e d r e g o s o , n i
cómo en el t r a n s c u r s o de los siglos s u p e r p u s o sus c a p a s
de f e c u n d a n t e cieno y se abrió u n cauce en m e d i o de l a s
tierras q u e h a b í a t o m a d o de l a s m o n t a ñ a s de los T r ó p i -
cos y a r r a s t r a d o consigo. N o es m e n o s cierto q u e así es
como E g i p t o se h i z o c o m a r c a h a b i t a b l e p a r a l a r a z a h u -
m a n a , p o r g r a d o s s u m a m e n t e l e n t o s , t o d a vez q u e el p u l -
so de la g r a n a r t e r i a q u e le da la v i d a sólo l a t e u n a vez
al a ñ o . ¡ C u á n t o s c i e n t o s de siglos h a n e c e s i t a d o p a r a lle-
gar á ser lo q u e es!
Desde m u y t e m p r a n o o b s e r v a r o n los egipcios q u e el
m o v i m i e n t o de elevación de l a s a g u a s del Nilo coincidía
con la salida h e l i a c a de S i r i o ; p o r eso c r e y e r o n d e b e r re-
ferir este m o v i m i e n t o á u n a c a u s a celeste. E l h o m b r e se
inclina n a t u r a l m e n t e á r e c o n o c e r la c a u s a y el efecto e n
la coincidencia de los h e c h o s , y así es c o m o e s t e h e c h o
de la a p a r i c i ó n s i m u l t á n e a del sol y de Sirio en el h o r i -
zonte se c o n s i d e r ó , n o sólo c o m o p r e s a g i o , s i n o c o m o
causa de las i n u n d a c i o n e s . D á b a s e g r a n i m p o r t a n c i a á
este f e n ó m e n o , y n o se t a r d ó e n h a c e r c o n s t a r q u e se r e -
producía e n i n t e r v a l o s de t i e m p o de 3 6 0 días p r ó x i m a -
m e n t e ; e s t a es la p r i m e r a d e t e r m i n a c i ó n q u e se h a y a h e -
cho de la l o n g i t u d del a ñ o . N o carece de i n t e r é s el ob-
 - 94 -
s e r v a r , á este p r o p ó s i t o , q u e los s a c e r d o t e s del m i s t e r i o -
so t e m p l o de F i l é d e p o s i t a b a n todas las m a ñ a n a s a n t e la
e s t a t u a d e Osiris 3 6 0 vasos de l e c h e . E s t a c o s t u m b r e e r a
sin d u d a u n a t r a d i c i ó n do r e m o t a edad, en la q u e t o d a v í a
se creía q u e el a ñ o t e n í a 360 días; m u e s t r a i g u a l m e n t e el
í n t i m o e n l a c e q u e e n t o n c e s existía e n t r e la a s t r o n o m í a
-y los r i t o s religiosos. P r o b a b l e m e n t e las m i s m a s c i r c u n s -
t a n c i a s fueron las que c o n d u j e r o n t a m b i é n á los egipcios
á r e g i s t r a r los a c o n t e c i m i e n t o s de q u e e r a n t e s t i g o s , lo
q u e n o h a c í a n los i n d o s .
L a falsa c o n c l u s i ó n á q u e h a b í a conducido la c o i n c i -
d e n c i a de la a p a r i c i ó n h e l i a e a de S i r i o , la e s t r e l l a m á s
e s p l é n d i d a del firmamento, con la i n u n d a c i ó n del N i l o ,
el m á s i m p o r t a n t e a c o n t e c i m i e n t o del m u n d o á los ojos
de los egipcios, n o podía t a r d a r en a d q u i r i r l a s p r o p o r -
ciones de u n a d o c t r i n a g e n e r a l ; p o r q u e si u n a e s t r e l l a
p u e d e ejercer así d i r e c t a influencia sobre el c u r s o de las
cosas t e r r e s t r e s , ¿por q u é o t r a n o lo podría t a m b i é n ? ¿ P o r
q u é n o lo h a b í a n de p o d e r t o d a s ? P o r o t r a p a r t e , á su
o b s e r v a c i ó n n o h a b í a podido escaparse q u e l a s m a r e a s
c o t i d i a n a s del m a r E o j o d e p e n d e n de los m o v i m i e n t o s y
de las posiciones de la l u n a y del sol, que s i g u e n sus m o -
v i m i e n t o s , y q u e la posición r e l a t i v a de estos a s t r o s de-
t e r m i n a l a e n e r g í a del flujo y del reflujo. E l r e s u l t a d o
i n v a r i a b l e de estas p r i m e r a s e s p e c u l a c i o n e s del p e n s a -
m i e n t o h u m a n o es d e s g r a c i a d a m e n t e i m p o n e r al e s p í r i t u
del h o m b r e la idea de u n a influencia s o b r e n a t u r a l ejer-
cida por los c u e r p o s c e l e s t e s , al p r i n c i p i o sobre la n a t u -
r a l e z a i n a n i m a d a y en s e g u i d a s o b r e su p r o p i o d e s t i n o .
Sólo c u a n d o el h o m b r e llega á s u p o n e r la i n m e n s a dis-
t a n c i a q u e le s e p a r a de los a s t r o s es c u a n d o e m p i e z a á
s e n t i r la n e c e s i d a d de u n i n t e r m e d i a r i o e n t r e él y ellos;
el culto de los a s t r o s e n t r a e n t o n c e s e n su s e g u n d a fase.
¿ E n q u é p a r t e del m u n d o podía el egipcio viajar sin
e n c o n t r a r e n los cielos las m i s m a s c o n s t e l a c i o n e s ? L e j o s
de l a s orillas del N i l o , en los d e s i e r t o s del O e s t e , en Si-
ria, en A r a b i a , s i e m p r e son las m i s m a s e s t r e l l a s , y si po-
d e m o s á veces p e r d e r de v i s t a l a s cosas de la t i e r r a , n o
sucede lo m i s m o con las del cielo. L a p r e c i s i ó n con que
los a s t r o s o b e d e c e n á la ley fatal q u e les h a c e m o v e r , su
 — 95 —
s o l e m n e silencio y s u s i n c o n m e n s u r a b l e s d i s t a n c i a s , es-
m u y n a t u r a l que h a g a n p e n s a r al q u e los observa que e s t á n
m u y p o r e n c i m a del a l c a n c e del h o m b r e , p e r o que puede,,
sin e m b a r g o , i n v o c a r l o s en sus o r a c i o n e s .
Así es c o m o el culto de los a s t r o s e n c o n t r a b a su j u s t i -
ficación. E l s i s t e m a e g i p c i o , en el m á s a l t o p u n t o de s u
desarrollo, m e z c l a b a el culto de los a s t r o s , el sol, la l u n a ,
V e n u s , e t c . , con l a deificación de los a t r i b u t o s de D i o s .
Sus g r a n d e s y v e n e r a b l e s d i v i n i d a d e s , F t a , Osiris y A m -
m o n , e r a n a t r i b u t o s divinos personificados, c o m o h o y de-
cimos el Creador, el O m n i p o t e n t e . No sólo c r e í a n que j a -
m á s D i o s h a b í a bajado á la t i e r r a e n figura h u m a n a , sino-
t a m b i é n que t a l cosa es a b s o l u t a m e n t e i m p o s i b l e , p u e s t o
que D i o s es el p r i n c i p i o q u e a n i m a el u n i v e r s o e n t e r o , y
la n a t u r a l e z a visible es sólo u n a de sus m a n i f e s t a c i o n e s .
E s t o s a t r i b u t o s personificados f o r m a b a n u n a serie d e
t r i n i d a d e s : el t e r c e r m i e m b r o de cada u n a de ellas proce-
de i n v a r i a b l e m e n t e de los dos p r i m e r o s . L a d o c t r i n a egip-
cia y las e x p r e s i o n e s q u e e m p l e a á este r e s p e c t o ofrecen
i n m e n s o i n t e r é s á los q u e q u i e r e n e s t u d i a r el d e s a r r o l l o
de la teología c o m p a r a d a en E u r o p a . D e A m m o n y de
M a u t procede K h o n s o ; de Osiris y de I s i s , H o r o ; d e K n e f
y de S a t é , A n u k é . N o se p e r m i t í a r e p r e s e n t a r á D i o s sino-
por sus a t r i b u t o s , y e s t a s diversas t r i a d a s f o r m a b a n c o m -
plicadísimo s i s t e m a i d o l á t r i c o q u e r e s p o n d í a perfectamen-.
te á las n e c e s i d a d e s del v u l g o . L a s d o c t r i n a s egipcias ad-
m i t í a n a d e m á s que los a t r i b u t o s divinos se h a b í a n á veces-
manifestado en la t i e r r a en forma s e n s i b l e , á fin de s a l v a r
la raza h u m a n a . Así es c o m o h a b í a sido e n c a r n a d o O s i r i s .
Se ofreció en sacrificio al e s p í r i t u del m a l , y d e s p u é s d e
su m u e r t e y de su r e s u r r e c c i ó n fué e n c a r g a d o de j u z g a r á-
los m u e r t o s ; p r e s i d e el O c c i d e n t e , la región en que se p o -
nen los a s t r o s ; en t a l c o n c e p t o t i e n e su r e s i d e n c i a en el
m u n d o inferior, que el sol a t r a v i e s a por la n o c h e .
L o s s a c e r d o t e s egipcios e n s e ñ a b a n q u e n a d a se a n i q u i -
la n u n c a , y q u e m o r i r n o es m á s q u e r e v e s t i r u n a forma»
nueva. Si h e m o s de c r e e r á H e r ó d o t o , fueron los primeros-
en descubrir la i n m o r t a l i d a d del a l m a . L a c o n c e b í a n c o m o
una e m a n a c i ó n ó p a r t í c u l a del a l m a u n i v e r s a l q u e a n i r
m a b a , p e r o en g r a d o m e n o s e l e v a d o , los seres v i v o s , las-
 — 96 —
p l a n t a s y h a s t a los seres i n o r g á n i c o s . A d m i t í a n u n a caída
o r i g i n a l del h o m b r e , concepción que les p a r e c í a i n d i s p e n -
s a b l e p a r a justificar l ó g i c a m e n t e p r o d i g i o s , t a l e s c o m o l a s
n u m e r o s a s e n c a r n a c i o n e s de la d i v i n i d a d q u e h a b í a n aco-
g i d o en sus d o g m a s . E l a l m a c u l p a b l e podía purificarse
e n este m u n d o p o r el a y u n o y la p e n i t e n c i a ; e n l a v i d a
f u t u r a por u n a serie de t r a n s m i g r a c i o n e s en diversas for-
m a s a n i m a l e s . E n el m o m e n t o de la m u e r t e , el a l m a e r a
s o l e m n e m e n t e j u z g a d a p o r Osiris en la t e n e b r o s a r e g i ó n
d e A m e n t i , el m u n d o i n f e r i o r ; Osiris e s t a b a asistido de
los c u a t r o genios del s o m b r í o r e i n o y de c u a r e n t a j u e c e s .
H o r o c o n d u c í a la s o m b r a del m u e r t o al t r i b u n a l p o r l a
p u e r t a q u e g u a r d a b a Cerbero , el h i p o p ó t a m o . A n u b i s
p e s a b a el c o r a z ó n en la b a l a n z a de la j u s t i c i a ; si l a s b u e -
n a s o b r a s v e n c í a n , l a s o m b r a e r a e n v i a d a á los c a m p o s
d e A a h l u , los C a m p o s E l í s e o s ; si n o , e r a c o n d e n a d a á l a
transmigración.
A fin de q u e este d o g m a del j u i c i o en el otro m u n d o
n o d e g e n e r a s e en s i m p l e l e y e n d a , se le a g r e g ó u n a p r u e -
b a p r e p a r a t o r i a en este m u n d o , p r u e b a t e m i b l e y decisi-
v a . T o d o h o m b r e , desde el s o b e r a n o h a s t a el m á s h u m i l -
d e subdito, e s t a b a c o n d e n a d o á sufrirla. E n c u a n t o m o r í a
u n i n d i v i d u o era enviado el c u e r p o al e m b a l s a m a d o r , q u e
lo g u a r d a b a p o r c u a r e n t a días; d u r a n t e t r e i n t a y dos días
a u n l l o r á b a l e l a familia, y d e s p u é s la m o m i a e r a e n c e r r a -
d a e n el a t a ú d , y colocada de pie e n u n a de las h a b i t a c i o -
n e s i n t e r i o r e s de la casa. A v i s á b a s e á los c u a r e n t a y dos
j u e c e s del d i s t r i t o , y e n el día s e ñ a l a d o c o n d u c í a s e el
c u e r p o al lago sagrado ; cada n o m o y h a s t a c a d a c i u d a d
t e n í a u n o de estos lagos s a g r a d o s , s i e m p r e s i t u a d o s al
O c c i d e n t e . L a p r u e b a c o m e n z a b a e n t o n c e s : c a d a cual e r a
l i b r e de a c u s a r al m u e r t o ó de h a b l a r e n su favor; p e r o
j a y del c a l u m n i a d o r ! L o s j u e c e s p r o n u n c i a b a n al fin la
s e n t e n c i a ; si r e s o l v í a n q u e el m u e r t o h a b í a t e n i d o m a l a
vida, n e g á b a s e l e l a s e p u l t u r a , y los p a r i e n t e s , c o n s t e r n a -
d o s , v o l v í a n con la m o m i a á su casa, ó si e r a n d e m a s i a d o
p o b r e s se le e n t e r r a b a á orillas del l a g o . E l a l m a debía
e n t o n c e s r e s c a t a r s e p o r las b u e n a s o b r a s de los q u e h a -
b í a n dado asilo al c u e r p o del m u e r t o , ó e s p e r a r y a n d a r
e r r a n t e d u r a n t e c i e n a ñ o s . H á l l a n s e t o d a v í a en n u e s t r o s
 — 97 —

días, á orillas de esas E s t i g i a s del a n t i g u o E g i p t o , r e s t o s

h u m a n o s q u e h a n sido p r i v a d o s de s e p u l t u r a d u r a n t e
t r e i n t a veces ese t i e m p o . H á s e n e g a d o la s e p u l t u r a a u n á
los m i s m o s r e y e s . S i , p o r el c o n t r a r i o , l a s e n t e n c i a e r a
favorable, d e j á b a s e u n óbolo c o m o p r e c i o del pasaje al
b a r q u e r o C a r o n t e , u n p a n al h i p o p ó t a m o C e r b e r o , y la
comitiva a t r a v e s a b a el lago en la b a r c a de los m u e r t o s ,
n o c e s a n d o de p r o c l a m a r los s a c e r d o t e s las b u e n a s o b r a s
del difunto. L l e g a d o á la o t r a orilla del l a g o , el a c o m p a -
ñ a m i e n t o se dirigía s o l e m n e m e n t e y e n silencio h a c i a las
c a t a c u m b a s , d o n d e era d e p o s i t a d o el c u e r p o en su ú l t i m a
morada.
B a s t a lo que p r e c e d e p a r a c o n v e n c e r n o s de que la r e l i -
gión egipcia n o h a b í a q u e d a d o r e d u c i d a á u n a filosofía
p u r a m e n t e especulativa, s i n o q u e sabía i m p o n e r s e al v u l -
go por las m á s s o l e m n e s c e r e m o n i a s . E n los g r a n d e s
t e m p l o s , c i e r t a s c e r e m o n i a s e r a n a c o m p a ñ a d a s de p r o c e -
siones a n á l o g a s á las que h o y v e m o s ; ofrecíanse d u r a n t e
ellas en sacrificio m a n j a r e s , l i b a c i o n e s é i n c i e n s o . L o s
m i s t e r i o s o c u p a b a n t a m b i é n n o p e q u e ñ o espacio e n u n a
religión q u e p o r s u doble n a t u r a l e z a c o n v e n í a al vulgo
t a n t o c o m o á las clases s u p e r i o r e s . A l g u n o s de estos m i s -
terios fueron i m p o r t a d o s en G r e c i a , lo m i s m o q u e la i n s -
t i t u c i ó n de los o r á c u l o s . E s t o s e r a n r e s p e t a d o s h a s t a t a l
p u n t o , q u e los m i s m o s reyes t e n í a n q u e obedecerlos. U n a
r e s p u e s t a del o r á c u l o A m m o n fué la q u e decidió al r e y
Nekao á d e t e n e r los t r a b a j o s del c a n a l q u e se p r o p o n í a
t e r m i n a r . L o s s a c e r d o t e s egipcios p r e d e c í a n t a m b i é n el
p o r v e n i r ; á este efecto e s t u d i a b a n los a u g u r i o s , observa-
ban las e n t r a ñ a s y f o r m u l a b a n h o r ó s c o p o s .

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TUMO I.

 CAPÍTULO IV

L a -edad, dle examen de G r e c i a .

E n el capítulo s e g u n d o h e d e s c r i t o e l o r i g e n y la de-
c a d e n c i a de l a m i t o l o g í a g r i e g a ; e n éste e x a m i n a r é l o s
p r i m e r o s e n s a y o s filosóficos d e E u r o p a . L o s diferentes
s i s t e m a s de l a filosofía j ó n i c a son las c o n s e c u e n c i a s in-
m e d i a t a s de las c r e e n c i a s religiosas c o n t e m p o r á n e a s , y
c o n s t i t u y e n u n a de las fases de l a teología c o m p a r a d a de
Grecia.
Si n o s referimos á lo o c u r r i d o en l a I n d i a , s o r p r é n d e -
n o s la debilidad de estos p r i m e r o s esfuerzos de l a filosofía
e u r o p e a ; r e s p o n d e n á la época en q u e el e s p í r i t u h u m a n o
a c a b a de sacudir el yugo de la h e c h i c e r í a , p e r o s i n p o d e r
elevarse p o r e n c i m a de las c o n c e p c i o n e s g e o c é n t r i c a s y
a n t r o p o c é n t r i c a s . E l h o m b r e , c o m o c o n s t a n t e m e n t e se h a
o b s e r v a d o , e n c u a n t o s e h a l l a en p o s e s i ó n de d a t o s q u e
cree s e g u r o s , se sirve en seguida de ellos p a r a c o n s t r u i r
c o s m o g o n í a s y f u n d a r s i s t e m a s m a l l l a m a d o s científicos.
Sólo m á s t a r d e es c u a n d o en é l se d e s p i e r t a l a s o s p e c h a
de que la verdad absoluta no puede pertenecemos.
E l l e c t o r e x p e r i m e n t a r á q u i z á a l g u n a r e p u g n a n c i a en
s e g u i r l a exposición de l a s d o c t r i n a s filosóficas, frecuen-
t e m e n t e faltas de v a l o r , q u e h a n i m p e r a d o e n G r e c i a ;
p e r o t e n d r á n p a r a él vivo i n t e r é s c u a n d o p u e d a conside-
r a r l a s e n su c o n j u n t o y c o n t e m p l a r la serie de g r a d o s por
q u e l a filosofía e u r o p e a h a llegado á c i e r t a s c o n c l u s i o n e s
m u c h o t i e m p o a n t e s o b t e n i d a s e n E g i p t o y e n la I n d i a .
M u y de a n t i g u o , en efecto, a n t e s que e n G r e c i a sé hu-
b i e r a dado e l p r i m e r p a s o , l a h i s t o r i a i n t e l e c t u a l d e l a
 — 99 —

I n d i a n o s ofrece s i s t e m a s filosóficos p e r f e c t a m e n t e con-

sistentes y d i g n o s de fijar n u e s t r a a t e n c i ó n ; s i s t e m a s q u e
n o se l i m i t a n á i n ú t i l e s e s p e c u l a c i o n e s , s i n o q u e h a n p e -
n e t r a d o í n t i m a m e n t e en l a vida social.
A d m í t e s e g e n e r a l m e n t e q u e l a filosofía g r i e g a e m p i e z a
con T a l e s . T a l e s , a u n q u e de o r i g e n f e n i c i o , n a c i ó p o r el
a ñ o 6 4 0 a n t e s de J e s u c r i s t o en M i l e t o , colonia g r i e g a del
Asia M e n o r . E n a q u e l l a época, c o m o h e m o s visto, h a b í a n -
se a b i e r t o los p u e r t o s egipcios p o r P s a m m é t i c o á los ex-
tranjeros. E s t e p r í n c i p e , e n v u e l t o e n u n a g u e r r a civil t e r -
m i n a d a con f o r t u n a p a r a él, g r a c i a s al auxilio de los m e r -
c e n a r i o s de J o n i a y de G r e c i a , a b a n d o n ó las m á x i m a s
políticas u s a d a s en su país desde h a c í a m i l e s de a ñ o s , y
p e r m i t i ó á los e x t r a n j e r o s el acceso de E g i p t o . H a s t a e n -
tonces los h a b i t a n t e s de E u r o p a sólo h a b í a n sido p a r a los
egipcios p i r a t a s y c a n í b a l e s .
L a s d o c t r i n a s de T a l e s h a c e n s u p o n e r q u e h a b í a visi-
tado á E g i p t o , p e r o q u e se h a b í a m a n t e n i d o lejos de l a s
clases i l u s t r a d a s , y q u e sólo con el v u l g o se h a b í a r e l a -
cionado. D e l v u l g o recibió la o p i n i ó n de q u e el p r i n c i p i o
p r i m e r o de t o d a s l a s cosas es el a g u a , o p i n i ó n q u e c o r r e s -
pondía p e r f e c t a m e n t e á la n a t u r a l e z a del p a í s . L a s a g u a s
fertilizadoras del Nilo e r a n las q u e , sin q u e el h o m b r e
t e n g a que p r e o c u p a r s e de ello, d a b a n á E g i p t o esas m a g -
níficas cosechas que le c o n v e r t í a n en g r a n e r o del m u n d o
a n t i g u o . L a s c o s e c h a s , y con ellas la e x i s t e n c i a del h o m -
bre y de los a n i m a l e s , d e p e n d í a n del a g u a . E l a g u a t a m -
bién era la que s o s t e n í a al G o b i e r n o , cuyo T e s o r o se ali-
m e n t a b a con las t a s a s q u e p a g a b a n los p r o p i e t a r i o s de las
tierras por el uso de las exclusas y de los a c u e d u c t o s p ú -
blicos. No h a b í a , en u n a p a l a b r a , e n E g i p t o l a b r a d o r
a l g u n o q u e n o c o n s i d e r a s e el a g u a c o m o p r i n c i p i o de t o d a s
las cosas y h a s t a de las c o n t r i b u c i o n e s ; los e s c r i b a s m i s -
mos y los a g r i m e n s o r e s p o d í a n p e n s a r q u e la g e o m e t r í a
había n a c i d o del a g u a , p u e s t o q u e n e c e s i t a b a n e v a l u a r l a
superficie de las t i e r r a s q u e h a b í a n sido r e g a d a s , y r e s t a -
blecer s u s l í m i t e s d e s p u é s de la r e t i r a d a de l a s a g u a s .
Si esta d o c t r i n a , p u e s , debía e n a l g u n a p a r t e del a n t i -
guo m u n d o a d q u i r i r significación filosófica y h a c e r s e v u l -
gar, s e g u r a m e n t e e r a en E g i p t o . F i g u r é m o n o s á . T a l e s ,
 — 100 —
curioso é i m p e r f e c t a m e n t e i n s t r u i d o , llevado p o r a l g ú n
b a r c o p i r a t a ó p o r c u a l q u i e r b u q u e de c o m e r c i o h a c i a e s e
m i s t e r i o s o Nilo, q u e n o r e c o r d a b a á los griegos de J o n i a
s i n o l e y e n d a s y m i t o s . Allí vio los a c u e d u c t o s , los c a n a l e s ,
l a s esclusas y el g r a n lago Mceris a b i e r t o p o r la m a n o del
h o m b r e h a c í a t a n t o s siglos c o m o los q u e p u e d e n c o n t a r s e
desde T a l e s h a s t a n o s o t r o s . D o n d e q u i e r a vio al río a d o -
r a d o como D i o s ; a p r e n d i ó á creer con el vulgo q u e t o d a s
l a s cosas p r o c e d e n del agua, y sólo del vulgo pudo r e c i b i r
esta c r e e n c i a , p o r q u e si h u b i e r a sido a d m i t i d o á c o m p a r -
t i r la e n s e ñ a n z a de los s a c e r d o t e s , e n c o n t r a r í a m o s en su
s i s t e m a h u e l l a s de las d o c t r i n a s de e m a n a c i ó n , t r a n s m i -
g r a c i ó n y absorción q u e sólo m á s t a r d e fueron i m p o r t a -
das en G r e c i a . E l caso de T a l e s es el de u n i n d i o i n t e l i -
g e n t e q u e llegase á u n país civilizado; poco f a m i l i a r i z a d o
con su l e n g u a , y n o p o n i é n d o s e e n c o n t a c t o s i n o con l a s
clases inferiores, sólo conocería su g r o s e r a filosofía y cree-
r í a volver á su casa con- v e r d a d e r o s tesoros. E n c u a n t o á
las m i r a s p r o f u n d a s q u e se c o m p l a c e u n o en c o n c e d e r á
T a l e s creo q u e e s t a m o s a u t o r i z a d o s p a r a r e c h a z a r l a s com-
p l e t a m e n t e . H á s e afirmado, por ejemplo q u e t r a t ó de r e -
d u c i r á u n a sola las diferentes p o t e n c i a s s o b r e n a t u r a l e s ,
r e d u c i r los a g e n t e s n a t u r a l e s á la u n i d a d , y en u n a pala-
b r a r e e m p l a z a r el p o l i t e í s m o con el m o n o t e í s m o . H á s e
afirmado t a m b i é n q u e se c o n s a g r ó á d e s c u b r i r l a s leyes
i n v a r i a b l e s q u e r i g e n los sucesos t a n v a r i a b l e s de n u e s t r o
m u n d o , que t r a t ó de r e m o n t a r s e al o r i g e n de las cosas,
q u e observó c u a n i n m e n s o es el m a r , q u é i m p o r t a n t e pa-
pel r e p r e s e n t a la h u m e d a d en el c r e c i m i e n t o de los s e r e s ,
y c u a n n e c e s a r i a era p a r a la c o n s e r v a c i ó n de su p r o p i a
e x i s t e n c i a ; «la h u m e d a d — d i c e — sin la cual el c u e r p o n o
sería m á s q u e u n a cosa seca r e d u c i é n d o s e á polvo». N o
p o d e m o s a d m i t i r estos a s e r t o s , c o m o t a m p o c o el de q u e
T a l e s se p r o p o n í a identificar la filosofía con la teología
v u l g a r de H e s i o d o , que h a c e del O c é a n o u n a de l a s dos
d i v i n i d a d e s q u e h a n p r o d u c i d o la n a t u r a l e z a . L a a c u s a -
c i ó n d e i r r e l i g i ó n q u e se le dirigió m u e s t r a e n q u é r e m o -
t a época e m p i e z a el a n t a g o n i s m o del p o l i t e í s m o y de la
ciencia. P o s i b l e es c r e e r , sin e m b a r g o , que t o d a s las cosas
h a n sido f o r m a d a s de u n a s u s t a n c i a p r i m o r d i a l , s i n n e g a r
 — 101 —
p o r eso la e x i s t e n c i a de u n p o d e r c r e a d o r ó en o t r o s té
m i n o s , y p a r a h a b l a r como la filosofía i n d i a , la arcill
n o es el alfarero.
T a l e s p a s a p o r h a b e r p r e d i c h o el eclipse q u e p u s o fin
á u n a b a t a l l a e n t r e m e d o s y lidios, p e r o n o e s t á p r o b a d o
que h a y a a n u n c i a d o el día del f e n ó m e n o . S e g ú n él, el ca-
lor p r o v i e n e de la h u m e d a d ó es a l i m e n t a d o p o r ella, los
a s t r o s m i s m o s r e c i b e n sus a l i m e n t o s del m a r en el m o -
m e n t o de su a p a r i c i ó n y de su ocaso; son p a r a él v e r d a -
deros seres vivos, lo m i s m o que el á m b a r y el i m á n , á los
q u e da u n a l m a p o r q u e son a s i e n t o de u n a fuerza m o -
tora. E n s e ñ a b a i g u a l m e n t e q u e el u n i v e r s o es u n ser
a n i m a d o y que e s t á lleno de d e m o n i o s . E n t i e m p o de T a -
les , como se v e , la c r e e n c i a e n la h e c h i c e r í a d o m i n a b a
todavía.
Su s i s t e m a t o m ó c o n s i s t e n c i a , n o sólo p o r q u e e r a p l a u -
sible, sino t a m b i é n p o r q u e a p a r e c i ó a p r o p ó s i t o y bajo fa-
vorables auspicios. M i r a d o en Asia M e n o r como par-
te del s a b e r egipcio, llegó allí r o d e a d o de u n p r e s t i g i o
que le a s e g u r a b a e n t u s i a s t a acogida; e s t a c i r c u n s t a n c i a ,
sin e m b a r g o , h u b i e r a a y u d a d o poco á su a d o p c i ó n , si la
c u l t u r a i n t e l e c t u a l de J o n i a , ya e n t o n c e s b a s t a n t e a d e l a n -
tada, n o le h u b i e r a ofrecido favorabilísimas c o n d i c i o n e s
de d e s a r r o l l o . A d m i t i d a u n a vez en J o n i a , la d o c t r i n a
egipcia llegó á ser el p u n t o de p a r t i d a de u n m é t o d o filosó-
fico especialísimo. E l m o d o con q u e se d e s a r r o l l ó p r u e b a
c l a r a m e n t e el vigor del e s p í r i t u g r i e g o ; u n a d o c t r i n a p u e -
de en E g i p t o s u b s i s t i r d u r a n t e m i l e s de a ñ o s , p r o t e g i d a
por su sola a n t i g ü e d a d , c o n t r a la c o n t r o v e r s i a y el exa-
m e n ; p u e d e en s e g u i d a g a s t a r s e y c o n c l u i r e n c o m p l e t a
impotencia; p e r o t r a s p l á n t e s e e s t a m i s m a d o c t r i n a á u n a
n u e v a c o m u n i d a d l l e n a de a c t i v i d a d , y n o t a r d a r á e n ha-
cerse p r o d u c t i v a y en d a r n u e v o s r e s u l t a d o s . E s t a g r o s e r a
filosofía de T a l e s afirmó sus t e n d e n c i a s p o r el e n s a y o q u e
hizo de u n a d e s c r i p c i ó n del u n i v e r s o , a u n a n t e s de q u e
sus diferentes r e g i o n e s fuesen c o n o c i d a s . S u m o d o de des-
arrollo h a c e p e n s a r s i n q u e r e r e n el de esas s e m i l l a s ex-
traídas de los féretros de las m o m i a s , d o n d e e s t a b a n e n -
cerradas desde h a c í a m u c h o s siglos, y q u e , r e c i b i d a s p o r
un suelo rico y c o n v e n i e n t e m e n t e h ú m e d o , h a n p o d i d o ,
 — 102 —
a u n e n n u e s t r o s días, g e r m i n a r , d a r flores y f e c u n d a r s e -
millas nuevas.
N o es s o l a m e n t e el a g u a ó el O c é a n o el q u e p a r e c e i n -
finito y capaz de h a c e r n a c e r t o d a s las cosas. E l a i r e
t a m b i é n p a r e c e e x t e n d e r s e h a s t a los a s t r o s . S o b r e él, d i c e
A n a x í m e n e s de M i l e t o : «la t i e r r a flota s e m e j a n t e á u n a
i n m e n s a hoja.» E s t e filósofo j ó n i c o , a l e n t a d o s i n d u d a
p o r la e s p e r a n z a de suceder á T a l e s ó de c o m p a r t i r su
gloria, p r o p u s o , p u e s , s u s t i t u i r el aire atmosférico al a g u a
c o m o origen de todas las cosas. N o carecía de a r g u m e n t o s
p a r a s o s t e n e r esta p r e e m i n e n c i a concedida al aire. ¿Quién
h a podido n u n c a d i s t i n g u i r d ó n d e se d e t i e n e la atmósfe-
r a ? P o r o t r a p a r t e , p a r a q u i e n n o h a profundizado l a
c u e s t i ó n , n o es dudoso q u e el a g u a m i s m a es e n g e n d r a d a
p o r el aire, p u e s t o que de l a s n u b e s q u e el aire f o r m a na-
cen la l l u v i a , l a s fuentes, los ríos y el m i s m o m a r . Así el
filósofo, al s o s t e n e r q u e el aire es infinito, e n u n c i a b a u n
d o g m a q u e n o e r a s i n o la e x p r e s i ó n de u n h e c h o m a n i -
fiesto y q u e n o exigía esfuerzo a l g u n o de i m a g i n a c i ó n
p a r a ser a c e p t a d o . A n a x í m e n e s a n t i c i p a b a i g u a l m e n t e
q u e el a l m a h u m a n a m i s m a n o es m á s q u e aire, p u e s t o
q u e la v i d a c o n s i s t e en u n a i n h a l a c i ó n y en u n a e x h a l a -
ción de a i r e , y se c o r t a en c u a n t o c e s a n estas funciones.
E n s e ñ a b a t a m b i é n q u e el frío y el calor son r e s u l t a -
do de l a rarefacción y de la c o n d e n s a c i ó n de la atmósfe-
ra; lo cual p r o b a b a diciendo q u e el aire es frío c u a n d o
r e s p i r a m o s con los labios a p r e t a d o s u n o c o n t r a o t r o , y
c a l i e n t e c u a n d o r e s p i r a m o s con l a boca e n t e r a m e n t e
a b i e r t a . D e a q u í deducía que el aire, s u f i c i e n t e m e n t e r a -
rificado, se t r a n s f o r m a r í a en fuego, y q u e t a l es el o r i g e n
p r o b l a b l e del sol, de l a s e s t r e l l a s , de los c o m e t a s y de l o s
d e m á s m e t e o r o s ; si p o r el c o n t r a r i o el a i r e se e n c u e n t r a
c o n d e n s a d o , c a m b i a s e en v i e n t o s , n u b e s , a g u a s , h a s t a e n
n i e v e , en g r a n i z o , y en t i e r r a si la c o n d e n s a c i ó n es toda-
v í a m á s enérgica; p u e s t o q u e p r o b a d o e s t á p o r los r e s u l -
t a d o s del f e n ó m e n o de la r e s p i r a c i ó n que el aire es u n o
de los p r i n c i p i o s esenciales de la v i d a y q u e c o n s t i t u y e el
a l m a del h o m b r e . A n a x í m e n e s t e r m i n a n a t u r a l m e n t e su
r a z o n a m i e n t o d i c i e n d o q u e el a i r e infinito n o es o t r a cosa
q u e D i o s , y q u e de él h a n salido los d e m á s dioses y diosas.
 — 103 —

T a l e r a la filosofía de Á n a x í m e n e s . Con ella se abrió la

l u c h a en q u e las diversas escuelas g r i e g a s r i v a l i z a r o n en
actividad, y q u e m a r c ó u n a de las m á s b r i l l a n t e s fases d e l
desarrollo i n t e l e c t u a l de G r e c i a . E s t a filosofía es e v i d e n -
t e m e n t e s u p e r i o r á la de T a l e s ; n o sólo r e c o n o c e u n a s u s -
t a n c i a p r i m o r d i a l , s i n o q u e t r a t a a d e m á s de m o s t r a r , m e -
d i a n t e la o b s e r v a c i ó n y la e x p e r i e n c i a , c ó m o y p o r q u é
t r a n s f o r m a c i o n e s h a n n a c i d o de ella las d e m á s s u s t a n c i a s .
E n c u a n t o al d e s c u b r i m i e n t o de la oblicuidad de la eclíp-
tica, q u e Á n a x í m e n e s h a b r í a m e d i d o con u n g n o m o n ,
sólo existió en la i m a g i n a c i ó n de sus c o n c i u d a d a n o s , so-
b r e e x c i t a d a p o r exceso de p a t r i o t i s m o ; s e m e j a n t e descu-
b r i m i e n t o n o e s t a b a al a l c a n c e de u n filósofo q u e t e n í a
de la t i e r r a n o c i ó n h a r t o i n e x a c t a p a r a m i r a r l a c o m o «una
i n m e n s a h o j a flotando en el aire.»
D i ó g e n e s de A p o l o n i a d e s a r r o l l ó m u c h o las d o c t r i n a s de
Á n a x í m e n e s : S o s t e n í a que todas las cosas p r o c e d e n de
u n a esencia p r i m e r a , q u e sufre c o n t i n u a s t r a n s f o r m a c i o -
nes, q u e n u n c a es la m i s m a en dos m o m e n t o s c o n s e c u t i -
vos, y que a c a b a p o r volver á su p r í s t i n o e s t a d o . C o n s i d e -
raba al m u n d o e n t e r o c o m o ser vivo q u e se d e s a r r o l l a -
ba y t r a n s f o r m a b a e s p o n t á n e a m e n t e , y a d m i t í a con Á n a -
x í m e n e s q u e el a l m a del h o m b r e n o es m á s q u e el a i r e ,
que es t a m b i é n el a l m a del u n i v e r s o . C o n s e c u e n c i a n e c e -
saria: el aire es e t e r n o , i m p e r e c e d e r o y c o n s c i e n t e . « E l
aire sabe m u c h o — d e c í a — p o r q u e si careciese de r a z ó n
¿ cómo se h a b r í a n podido d i s t r i b u i r t a n r e g u l a r m e n t e y de
modo que c a d a cosa c o n s e r v a s e la m e d i d a q u e le c o n v i e -
ne, el i n v i e r n o y el v e r a n o , la n o c h e y el día, el v i e n t o y
el buen t i e m p o , todas l a s cosas q u e h a l l a m o s en este m u n -
do t a n p e r f e c t a m e n t e o r d e n a d a s ? » « E s t e ser d o t a d o d e
c o n o c i m i e n t o es lo q u e los h o m b r e s l l a m a n aire; él lo r e -
gula y g o b i e r n a todo, y p o r eso todo lo p e n e t r a , se extien-
de á todo y en t o d o , y n a d a h a y q u e n o d e p e n d a de él.»
L a filosofía c o m i e n z a p o r el f e t i c h i s m o , y con n o poco
trabajo se d e s e n t i e n d e de él. E n el o r i g e n , la a r m o n í a
que se observa e n t r e l a s d i v e r s a s p a r t e s del m u n d o e n -
c u e n t r a su n a t u r a l explicación en l a h i p ó t e s i s de q u e c a d a
una es a s i e n t o de u n p r i n c i p i o i n m a t e r i a l q u e la g o b i e r -
n a p o r su i n t e l i g e n t e volición. Sólo m á s t a r d e es c u a n d o
 — 104 —
se a b r e p a s o á la idea de que esta bella a r m o n í a p u e d e
obedecer á la influencia de leyes fijas. S o m o s t a n p r o p e n -
sos á j u z g a r de las cosas e x t e r i o r e s por la e x p e r i e n c i a de
n u e s t r o s p r o p i o s a c t o s , q u e n o s p a r e c e n s o m e t i d o s á los
solos c a p r i c h o s de n u e s t r a v o l u n t a d , q u e n o s c u e s t a t r a -
bajo n o a t r i b u i r los f e n ó m e n o s n a t u r a l e s á causas a n á l o -
g a s . E l f e t i c h i s m o se e n c u e n t r a e n el o r i g e n de todas las
ciencias n a t u r a l e s ; así es c ó m o el p o d e r eléctrico del á m -
b a r y la acción del i m á n sobre el h i e r r o se h a n a t r i b u i d o
á l a e x i s t e n c i a del a l m a en c a d a u n a de e s t a s s u s t a n c i a s ,
y los m o v i m i e n t o s de los p l a n e t a s M e r c u r i o , V e n u s y
M a r t e se h a n referido á u n p r i n c i p i o i n t e l i g e n t e que re-
side en cada u n o de estos c u e r p o s p r e s i d i e n d o sus r e v o l u -
c i o n e s . L a p r i m e r a de t o d a s las ciencias que sacudió el
yugo del f e t i c h i s m o fué la a s t r o n o m í a , q u e abrió n u e v a
e r a al e s p í r i t u h u m a n o c u a n d o m o s t r ó q u e e r a posible,
n o sólo d a r s e c u e n t a de los c o m p l i c a d o s m o v i m i e n t o s de
los c u e r p o s p l a n e t a r i o s , s i n o t a m b i é n p r e d e c i r l o s , si
se a d m i t í a la e x i s t e n c i a de u n a s e n c i l l í s i m a ley, u n i v e r s a l
é invariable.
N o s i n t r a b a j o llegó el h o m b r e á c o n c e b i r q u e u n a ley
i n m u t a b l e p u e d e sin i n c o n s e c u e n c i a r e g i r f e n ó m e n o s va-
r i a b l e s h a s t a lo infinito. A n t e s de a b a r c a r al u n i v e r s o c o n
esta n o b l e c o n c e p c i ó n de la s a b i d u r í a p r i m e r a q u e le
h a fijado leyes i n m u t a b l e s c u y a s c o n s e c u e n c i a s h a p r e -
visto p a r a la e t e r n i d a d , el h o m b r e se c o n t e n t a con c r e e r
e n la i n t e r v e n c i ó n i n c e s a n t e de u n a g e n t e e s p i r i t u a l ,
ocupado sin cesar en e v i t a r los d e s ó r d e n e s q u e p u d i e r a n
p r e s e n t a r s e y en v e l a r p o r q u e l a s cosas s i g a n s i e n d o á
cada i n s t a n t e lo que d e b e n ser. L a q u í m i c a m i s m a n o s
ofrece u n ejemplo p a l p a b l e y s i n g u l a r m e n t e o p o r t u n o de
l a d o c t r i n a de D i ó g e n e s de A p o l o n i a , q u e h a c e del aire
u n p r i n c i p i o i n m a t e r i a l ; c u a n d o los p r i m e r o s e x p l o r a d o r e s
h u b i e r o n d e s c u b i e r t o a l g u n o s g a s e s , se s u p u s o q u e e r a n
de n a t u r a l e z a e s p i r i t u a l , lo q u e i n d i c a el n o m b r e g e n é -
rico de g a s ó e s p í r i t u que e n t o n c e s r e c i b i e r o n , y q u e t o -
davía l l e v a n hoy. U n o b r e r o bajaba al fondo de u n pozo
y q u e d a b a asfixiado, c o m o m o r t a l m e n t e h e r i d o p o r i n v i -
sible m a n o ; su l á m p a r a b r i l l a b a a l g ú n t i e m p o con lívido
r e s p l a n d o r , y d e s p u é s se a p a g a b a ; e n u n a m i n a de car-
 — 105 —
b ó n , u n m i n e r o i m p r u d e n t e l l e g a b a al trabajo con u n a
l u z , y de p r o n t o el aire se i n c e n d i a b a , e s p a n t o s a s explo-
siones se d e j a b a n oir, las rocas s a l t a b a n del s u e l o , y t o -
dos los seres vivos q u e d a b a n d e s t r u i d o s á la r e d o n d a ,
f r e c u e n t e m e n t e s i n q u e los c a d á v e r e s t u v i e r a n la m e n o r
h u e l l a de v i o l e n c i a . ¿Cómo explicar m e j o r s e m e j a n t e s ca-
tástrofes que a t r i b u y é n d o l a s á a l g ú n a g e n t e s o b r e n a t u r a l ?
Así n o f a l t a b a n h i s t o r i a s m u y a c r e d i t a d a s de formas y
figuras e x t r a ñ a s á la t i e r r a q u e se e n c o n t r a b a n en las so -
ledades q u e h a b í a n sido t e a t r o e n otro t i e m p o de estas-
pavorosas c a t á s t r o f e s .
L a modificación q u e D i ó g e n e s h i z o en la teoría de A n a -
x í m e n e s c o n v i r t i e n d o su s i s t e m a físico en s i s t e m a psico-
lógico, c o n s t i t u y e u n h e c h o i m p o r t a n t e en c u a n t o q u e
m a r c a el origen de la filosofía g r i e g a p r o p i a m e n t e d i c h a .
E l estudio del d e s a r r o l l o i n t e l e c t u a l del u n i v e r s o c o n d u -
jo á los griegos á e s t u d i a r la i n t e l i g e n c i a m i s m a . D i ó g e -
nes a t r i b u í a la v a r i a b i l i d a d del aire á su m o v i l i d a d , p r o -
piedad que le h a c í a el m e n o s d e n s o y el m á s ú t i l de los
e l e m e n t o s , y le a s e g u r a b a la e x c e l e n c i a sobre t o d a s las
demás sustancias. Algunos críticos, harto dispuestos á
t r a s c e n d e n t a l i z a r su d o c t r i n a , h a n p r e t e n d i d o q u e lo q u e
Diógenes e n t e n d í a p o r aire n o e r a el aire atmosférico or-
dinario, s i n o el a i r e e n e s t a d o de m e n o r d e n s i d a d y m á s
caliente. E l a i r e , e n su estado de m a y o r p u r e z a , c o n s t i -
tuye la i n t e l i g e n c i a p e r f e c t a , m i e n t r a s q u e las i n t e l i g e n -
cias inferiores e s t á n f o r m a d a s de aire m á s d e n s o y m á s
cargado de h u m e d a d . E s t e p r i n c i p i o r e g u l a la d i s t r i b u -
ción de la v i d a á t o d a s las c r i a t u r a s a n i m a d a s ; el a l m a
de los a n i m a l e s , c u y a i n t e l i g e n c i a t a n t a s v a r i e d a d e s ofre-
ce, no es sino aire m á s ó m e n o s seco y m á s ó m e n o s ca-
liente. S e g ú n D i ó g e n e s , h a b i é n d o s e c o n d e n s a d o el aire
frío en t i e r r a , h a b r á p r o d u c i d o n u e s t r o m u n d o , m i e n t r a s
que el aire c a l i e n t e , h a b i é n d o s e elevado á l a p a r t e s u p e -
rior, h a b r á f o r m a d o el s o l ; p a r a él, las e s t r e l l a s e r a n los
órganos r e s p i r a t o r i o s del u n i v e r s o . D e l p a p e l p r e p o n d e -
r a n t e de la h u m e d a d a t m o s f é r i c a en la o r g a n i z a c i ó n a n i -
mal, deducía q u e los a n i m a l e s , c o m o los l o c o s , e r a n i n -
capaces de p e n s a r , p u e s t o q u e la excesiva d e n s i d a d del
aire i m p i d e la r e s p i r a c i ó n , y p o r c o n s i g u i e n t e r e t a r d a l a
 — 106 —

c o m p r e n s i ó n . E l doble h e c h o de que las p l a n t a s n o p r e -

s e n t e n cavidad a l g u n a p r o p i a p a r a r e c i b i r el a i r e , y de q u e
e s t é n a b s o l u t a m e n t e " p r i v a d a s de i n t e l i g e n c i a , le condujo
t a m b i é n á a d m i t i r q u e el h o m b r e n o p i e n s a s i n o p o r q u e el
a i r e , a r r a s t r a d o p o r la s a n g r e , p u e d e c i r c u l a r e n todo su
c u e r p o . E n fin, si el h o m b r e t i e n e su i n t e l i g e n c i a s u p e -
r i o r á la de las b e s t i a s , es p o r q u e éstas t i e n e n sus órga-
n o s m á s cerca del suelo y r e s p i r a n así a i r e m e n o s p u r o .
T a l e s son las g r o s e r a s y p u e r i l e s e s p e c u l a c i o n e s d é l a psi-
cología en s u s p r i n c i p i o s .
No p u e d o dejar á D i ó g e n e s de A p o l o n i a sin o p o n e r á
sus d o c t r i n a s los d e s c u b r i m i e n t o s de la ciencia m o d e r n a
r e s p e c t o del a i r e ; el m a r a v i l l o s o p a p e l que r e p r e s e n t a en
la o r g a n i z a c i ó n vital n o s es h o y ya conocido. E l a i r e n o
es y a u n c u e r p o s i m p l e ; los q u í m i c o s h a n s e p a r a d o sus
e l e m e n t o s y d e t e r m i n a d o sus funciones r e s p e c t i v a s . U n o
de ellos, el ácido c a r b ó n i c o , d e s c o m p u e s t o p o r los r a y o s
solares, s u m i n i s t r a á los vegetales el c a r b o n o , su p r i n c i -
p a l e l e m e n t o sólido, y e n g e n d r a así las diferentes f o r m a s
v e g e t a l e s . T o d a s esas p r o d u c c i o n e s o r g á n i c a s , t a n b e l l a s
y t a n v a r i a d a s , d e s d e los m u s g o s de las r e g i o n e s glacia-
les h a s t a las p a l m e r a s de las c o m a r c a s del T r ó p i c o , d e s -
de las q u e d e s t r u í m o s c o m o nocivas- h a s t a las q u e culti-
v a m o s con el s u d o r de n u e s t r a frente, t o d a s sin excep-
c i ó n p r o c e d e n de la a t m ó s f e r a p o r la influencia del sol.
H a y m á s a ú n . C o m o la v i d a de los a n i m a l e s n o p u e d e
m a n t e n e r s e sin el auxilio de las p l a n t a s , p u e d e n consi-
d e r a r s e los v e g e t a l e s c o m o los m e d i a d o r e s q u e p e r m i t e n
á las m a t e r i a s a t m o s f é r i c a s , vivificadas, p o r decirlo así,
p o r los r a y o s solares, p e n e t r a r h a s t a la e c o n o m í a h u m a -
n a , d o n d e su m i s i ó n es r e p a r a r los d e s a s t r e s q u e p r o d u -
c e n n e c e s a r i a m e n t e los m o v i m i e n t o s del c u e r p o y el tra-
bajo del p e n s a m i e n t o . E s t a s s u s t a n c i a s , q u e m o m e n t o s
a n t e s f o r m a b a n p a r t e de u n o r g a n i s m o v e g e t a l , c o n v i é r -
t e n s e a h o r a en p a r t e s esenciales de u n o r g a n i s m o a n i -
m a l ; n u e v a s i t u a c i ó n q u e , sin e m b a r g o , sólo es t r a n s i t o -
r i a c o m o la p r i m e r a , p o r q u e la c o n d i c i ó n esencial de la
e x i s t e n c i a a n i m a l es u n a d e s t r u c c i ó n i n c e s a n t e y c o n t i -
n u a de las p a r t í c u l a s q u e c o m p o n e n el o r g a n i s m o . N o
p o d e m o s l e v a n t a r u n dedo s i n c o n s u m i r u n a p a r t e de la
 — 107 —
m a t e r i a de n u e s t r o s m ú s c u l o s , y n o p u e d e n a c e r e n n o s -
otros u n p e n s a m i e n t o sin e s t a r a c o m p a ñ a d o de u n a d e s -
t r u c c i ó n p a r c i a l de la s u s t a n c i a c e r e b r a l . E s t a s p a r t í c u l a s
d e s t r u i d a s son e x p u l s a d a s de la o r g a n i z a c i ó n a n i m a l , lo
m á s á m e n u d o p o r m e d i o de m e c a n i s m o s de a d m i r a b l e
c o n s t r u c c i ó n ; p e r o su p a p e l n o a c a b a en esto todavía;
p r o n t o ó t a r d e v u e l v e n á la a t m ó s f e r a y s i r v e n u n a vez
m á s p a r a c r e a r v e g e t a l e s . E s i n ú t i l seguir e s t a s t r a n s f o r -
m a c i o n e s en t o d o s s u s d e t a l l e s . E v o l u c i o n e s e n t e r a m e n -
t e s e m e j a n t e s se r e a l i z a n p o r el a g u a y el a m o n i a c o de l a
a t m ó s f e r a ; del estado i n o r g á n i c o p a s a n al e s t a d o o r g á -
nico, y de este riltimo v u e l v e n á p a s a r al p r i m e r o , de t a l
modo que u n a m i s m a p a r t í c u l a se e n c u e n t r a en u n i n s t a n -
te dado en la a t m ó s f e r a , a y u d a n d o á la formación de u n a
p l a n t a , en el i n s t a n t e s i g u i e n t e e n el c u e r p o de u n a n i -
m a l , y en u n t e r c e r i n s t a n t e e n la a t m ó s f e r a o t r a v e z .
L a s p a r t í c u l a s m a t e r i a l e s e j e c u t a n así c o n t i n u a s r e v o l u -
ciones, d e t e r m i n a d a s y r e g i d a s p o r u n a fuerza o m n i p o -
tente q u e e m a n a del s o l , c e n t r o de n u e s t r o s i s t e m a . D u -
r a n t e los días de v e r a n o , las p l a n t a s r e c i b e n del s o l , y
a l m a c e n a n p o r decirlo a s í , el calor q u e m á s t a r d e r e a p a -
r e c e r á en el h o m b r e , ora r e v e l a n d o el apogeo de su s a l u d ,
ora p r o d u c i e n d o el r u b o r q u e la v e r g ü e n z a h a c e s u b i r al
r o s t r o , ora a l i m e n t a n d o la fiebre q u e le devora. N i n g ú n
límite de t i e m p o e s t á p o r lo d e m á s a s i g n a d o al c u m p l i -
m i e n t o de e s t a s r e v o l u c i o n e s . V e r d a d es q u e el calor q u e
nos s u m i n i s t r a la c o m b u s t i ó n de la paja h a p o d i d o ve-
nir del sol ayer s o l a m e n t e , p e r o t a m b i é n es v e r d a d q u e
el calor q u e l a a n t r a c i t a n o s da, y q u e n o s sirve p a r a d u l -
cificar los r i g o r e s del i n v i e r n o , le h a sido cedido p o r el
m i s m o m a n a n t i a l bajo la influencia de los c l i m a s u l t r a -
tropicales de la época s e c u n d a r i a h a c e acaso m i l siglos.
L a atmósfera e s , p u e s , r e a l m e n t e la fuente de d o n d e t o -
dos los o r g a n i s m o s h a n n a c i d o y el r e c e p t á c u l o c o m ú n á
que todos ellos v u e l v e n ; sus e l e m e n t o s son l l a m a d o s á
la vida o r g á n i c a , n o p o r la acción de u n a g e n t e t e r r e s t r e
cualquiera ó de u n p r i n c i p i o i n t e r i o r , s i n o p o r la i n f l u e n -
cia de u n a s t r o d i s t a n t e m á s de c i e n m i l l o n e s de l e g u a s ,
que es causa d i r e c t a ó i n d i r e c t a de todos los m o v i m i e n t o s
t e r r e s t r e s y d i s p e n s a d o r g e n e r a l de la luz y de la v i d a .
 — 108 —
A T a l e s y á D i ó g e n e s h a y que u n i r H e r á c l i t o de E f e s o ,
q u i e n , en l u g a r del a g u a ó del aire, a d o p t ó el fuego c o m o
p r i n c i p i o de las cosas. E l c a r á c t e r de su filosofía, es c o m o
el de las escuelas p r e c e d e n t e s , el de m a r c a d a oposición al
p o l i t e í s m o y á la idolatría del t i e m p o . L a ética, la física,
la política y la teología se m e z c l a b a n t a n c o n f u s a m e n t e
en s u s o b r a s , y el s e n t i d o de las m i s m a s e r a t a n difícil
de c o m p r e n d e r , que H e r á c l i t o h a m e r e c i d o el s o b r e n o m -
b r e de El Oscuro; bajo este a s p e c t o , c u e n t a n u m e r o s o s
s u c e s o r e s e n t r e los metafísicos m o d e r n o s . L a b a s e de su
s i s t e m a es, sin e m b a r g o , u n a x i o m a s e n c i l l í s i m o : «Todo
p u e d e c o n v e r t i r s e en fuego, y el fuego en todo.» Q u i z á
n o e n t e n d í a p o r fuego lo q u e n o s o t r o s l l a m a m o s calor;
d i c e , p o r lo d e m á s él m i s m o , y e x p r e s a m e n t e , q u e el
fuego p a r a él n o es la l l a m a , s i n o s o l a m e n t e u n e l e m e n -
to seco y c a l i e n t e . A d m i t í a q u e este p r i n c i p i o se h a l l a e n
e s t a d o de i n c e s a n t e a c t i v i d a d , f o r m a n d o y a b s o r b i e n d o
todo a l t e r n a t i v a m e n t e . « T o d o es y n o e s — d i c e — p o r q u e
t o d o e m p i e z a p o r ser y todo t i e n d e sin cesar á n o ser
ya». « N a d i e — a ñ a d e — h a estado dos veces en el m i s m o
r í o , p u e s l a c o r r i e n t e de las a g u a s le r e n u e v a s i n c e s a r .
E l río p i e r d e sus a g u a s y las vuelve o t r a vez á e n c o n -
t r a r ; se acerca y se a l e j a , s u s a g u a s se l e v a n t a n p o r e n -
c i m a de las orillas y d e s p u é s v u e l v e n á c a e r » . P a r a ha-
c e r n o s s a b e r en fin q u e n o s o t r o s m i s m o s h e m o s c a m b i a -
do, y c a m b i a m o s s i n cesar, dice: «Nos e m b a r c a m o s y n o
n o s e m b a r c a m o s e n el m i s m o r í o ; s o m o s y n o somos.»
H e r á c l i t o q u i e r e decir con e s t o , q u e la vida es sólo u n
m o v i m i e n t o i n c e s a n t e ; este m o d o de v e r del filósofo
griego se a c e r c a m u c h o al q u e h e m o s o b s e r v a d o e n t r e
los i n d i o s .
H e r á c l i t o sin e m b a r g o , n o c o n s i g u e elevarse m á s allá
de l a s i d e a s q u e e x i s t e n á su a l r e d e d o r . H a b l a del m o v i -
m i e n t o del p r i n c i p i o p r i m o r d i a l en dos d i r e c c i o n e s : p r e -
t e n d e q u e se a c u m u l a en l a s r e g i o n e s s u p e r i o r e s y que
falta en la p a r t e i n f e r i o r , de d o n d e d e d u c e q u e el a l m a
del h o m b r e es u n a p o r c i ó n de fuego d e s c e n d i d a del cie-
l o . E e c o n o c e b i e n q u e t o d o s los f e n ó m e n o s son de n a t u -
r a l e z a t r a n s i t o r i a , p e r o lleva este s i s t e m a h a s t a l a s ú l t i -
m a s c o n s e c u e n c i a s , y afirma q u e todo lo q u e p a r a n o s -
 — 109 —

otros es p e r m a n e n t e , n o n o s p a r e c e t a l , sino en v i r t u d
de u n a s u c e s i ó n r e g u l a r q u e se r e n u e v a á sí m i s m a p o r
m o v i m i e n t o s c o n t r a r i o s ; d o c t r i n a q u e defiende con el
auxilio de e x t r a v a g a n c i a s c o m o la de que eLsol se desr
t r u y e y se r e n u e v a todos los días.
E n m e d i o de e s t a s a s e r c i o n e s m á s que e x t r a ñ a s , h á -
Uanse sin e m b a r g o a l g u n o s a x i o m a s v e r d a d e r o s . «Todo
es g o b e r n a d o p o r l a r a z ó n y por la i n t e l i g e n c i a , a u n q u e
sometidos al i m p e r i o del d e s t i n o » . H e r á c l i t o , a d e l a n t á n -
dose á la metafísica m o d e r n a , decía t a m b i é n : « E l espí-
ritu h u m a n o no puede llegar á n i n g ú n conocimiento
cierto con sus solos r e c u r s o s interiores.» C o n s i d e r a b a los
órganos de los s e n t i d o s c o m o los c a n a l e s por los q u e la
vida e x t e r i o r , y con ella l a v e r d a d , llega al e s p í r i t u ; y
añadía que d u r a n t e el s u e ñ o , e s t a m o s p r i v a d o s de t o d a
c o m u n i c a c i ó n con el e s p í r i t u u n i v e r s a l q u e n o s r o d e a .
S e g ú n é l , cada cosa vive y t i e n e u n a l m a , a l m a q u e n o
es la m i s m a p a r a todos los s e r e s ; la de los seres o r g á n i -
cos es la m á s c o m p l e t a y m á s perfecta. E n c u a n t o á su
a s t r o n o m í a se p u e d e j u z g a r de lo que era p o r lo que ya
h e m o s dicho r e s p e c t o del s o l , q u e p a r a él n o es c o m o
los d e m á s a s t r o s , s i n o u n s i m p l e m e t e o r o , y sólo t i e n e
un pie de d i á m e t r o . S u s i s t e m a m o r a l en fin, n o es m á s
que u n desarrollo de su s i s t e m a físico, y d e s c a n s a sobre
el principio f u n d a m e n t a l de l a excelencia del fuego: si la
razón del b o r r a c h o v a c i l a , es p o r q u e t i e n e el a l m a h ú -
m e d a ; las a l m a s m e j o r e s y m á s p e r f e c t a s , son las a l m a s
secas y c a l i e n t e s . E l filósofo, e n u n exceso de disculpa-
ble p a t r i o t i s m o , a ñ a d í a , q u e las a l m a s v e r d a d e r a m e n t e
nobles n o se e n c u e n t r a n m á s q u e en c l i m a s s e c o s , c o m o
el de G r e c i a . E n s u m a , la d o c t r i n a de H e r á c l i t o t i e n d e
á acercarse m u c h o á esa o t r a d o c t r i n a q u e da a l m a al
m u n d o ; si la d i v i n i d a d es en efecto i n s e p a r a b l e del ca-
lor ¿ d ó n d e p o d r e m o s l i b r a r n o s de su a c c i ó n ? ¿ N o e n -
contramos t a m b i é n u n r e c u e r d o de esta d o c t r i n a e n esa
actividad sin d e s c a n s o q u e t r a n s f o r m a i n c e s a n t e m e n t e
todas las cosas en m e d i o de las cuales v i v i m o s ?
Me h e d e t e n i d o i n t e n c i o n a d a m e n t e m u c h o t i e m p o e n
esta escuela j ó n i c a , cuyo e s t u d i o n o s h a h e c h o conocer
los rasgos p r i n c i p a l e s de l a filosofía g r i e g a n a c i e n t e y
 — no —
n o s h a m o s t r a d o sus defectos esenciales. E s t a filosofía es
t a n solo confuso m o n t ó n de c o n c e p c i o n e s físicas, m e t a -
físicas y m í s t i c a s . N o t e n d r í a p a r a n o s o t r o s valor a l g u n o
si n o n o s e n s e ñ a r a c u a n m i s e r a b l e s e r a n n u e s t r o s p r i -
m e r o s c o n o c i m i e n t o s , y c ó m o h e m o s e m p e z a d o p o r al-
g u n o s e r r o r e s v u l g a r e s i m p o r t a d o s de E g i p t o . ¡ C u a n
v a n a y p u e r i l es e s t a ciencia p r i m i t i v a de G r e c i a al lado
de l a filosofía u t i l i t a r i a de E g i p t o y del s i s t e m a teológi-
co de la I n d i a ! P o r g r o s e r a q u e s e a , es s i n e m b a r g o ,
para nosotros preciosa leeción, puesto que nos ense-
ñ a á r e c o n o c e r la p r i o r i d a d de las a n t i g u a s civilizaciones
de E g i p t o y de la I n d i a y n o s deja c o n v e n c i d o s de la
falsedad de l a teoría q u e h a c e del e s p í r i t u griego el p r o -
m o t o r de todos los c o n o c i m i e n t o s h u m a n o s de a l g ú n va-
lor, teoría q u e t a n t o s sabios europeos se h a n esforzado en
e s t a b l e c e r . Y lo q u é n o s i m p o r t a m á s a ú n : a p r e n d e m o s
p o r e n d e á j u z g a r m á s m o d e s t a m e n t e , y por ló t a n t o ,
con m á s e x a c t i t u d , los p r o g r e s o s q u e h e m o s realizado y
nuestra situación a c t u a l , y á reconocer también que
o t r a s r a z a s , n o sólo n o s h a n p r e c e d i d o en la c u l t u r a i n -
t e l e c t u a l , sino que h a n a l c a n z a d o , y q u i z á s p a s a d o el
t é r m i n o á q u e h e m o s llegado en filosofía.
L o s f u n d a d o r e s de las d e m á s escuelas j ó n i c a s d i e r o n
n o m b r e s diferentes á sus d o c t r i n a s , p e r o todos adopta-
r o n el m i s m o m o d o de r a z o n a r . No p o d e m o s p o n e r al
e f e c t o , m e j o r ejemplo q u e el de la filosofía de A n a x i -
m a n d r o de M i l e t o , c o n t e m p o r á n e o de T a l e s . S u p r i n c i -
pio p r i m o r d i a l era el c a o s , que d i s i m u l a b a bajo el n o m -
b r e metafísico de «lo infinito»', t é r m i n o o s c u r o y poco
p r e c i s o , q u e o r i g i n ó diversas d i v e r g e n c i a s de o p i n i ó n
r e s p e c t o á sus d o c t r i n a s . A este c a o s , m e z c l a confusa de
t o d a s las c o s a s , a t r i b u í a u n a fuerza i n h e r e n t e , en v i r t u d
de la cual s u s diferentes p a r t e s se s e p a r a n e s p o n t á n e a -
m e n t e u n a de o t r a ; cada u n a de estas p a r t e s e s t á p o r lo
d e m á s d o t a d a de a b s o l u t a i n m u t a b i l i d a d . E n s e ñ a b a que
la t i e r r a t i e n e l a f o r m a de u n c i l i n d r o , cuyo d i á m e t r o
t i e n e en l a b a s e dos tercios de su a l t u r a ; q u e e s t á r e t e -
n i d a por el aire en el c e n t r o e x a c t a m e n t e del m u n d o ;
q u e l a s estrellas fijas y los p l a n e t a s g i r a n a l r e d e d o r de
la t i e r r a , sujeta c a d a u n a de ellas á u n círculo de cris-
 — ni —
t a l ; q u e m á s allá e s t á la l u n a , m o v i é n d o s e de a n á l o g a
m a n e r a , y m á s lejos t o d a v í a el sol. L a s r e g i o n e s del
c e n t r o y las r e g i o n e s p r ó x i m a s á la c i r c u n f e r e n c i a , s o n
de o p u e s t a n a t u r a l e z a ; las r e g i o n e s del c e n t r o son n a t u -
r a l m e n t e f r í a s , las o t r a s c a l i e n t e s . E l descenso de l a s
p a r t e s frías al c e n t r o y el m o v i m i e n t o a s c e n d e n t e de l a s
partes calientes h a n producido respectivamente la tierra
y los c u e r p o s celestes; estos ú l t i m o s n o f o r m a b a n s i q u i e -
ra al p r i n c i p i o m á s _ q u e u n a e n v o l t u r a esférica q u e , al
r o m p e r s e , produjo las e s t r e l l a s . Se ve y a la t e n d e n c i a
de la filosofía griega á t r a d u c i r s e en s i s t e m a s cosmogó-
nicos b a s a d o s en el d e s e n r e d o del caos por las c o n t r a r i a s
influencias del frío y del calor. A n a x i m a n d r o iba todavía
m á s l e j o s , y de los m i s m o s p r i n c i p i o s deducía la expli-
cación del o r i g e n de los seres v i v o s : el calor del s o l —
d i c e — o b r a n d o sobre el l i m o p r i m i t i v o dio l u g a r á l a
formación de glóbulos v e s i c u l a r e s q u e m á s t a r d e fueron
rodeados de u n anillo de p u n t a s y a c a b a r o n p o r desga-
r r a r s e ; de ellos salió, c o m o de u n h u e y o , u n a n i m a l i n -
completo y m a l f o r m a d o , p e r o q u e e n s e g u i d a se perfec-
cionó y se d e s a r r o l l ó c o m p l e t a m e n t e . E n c u a n t o al h o m -
b r e , lejos de h a b e r sido e n g e n d r a d o e n su estado de
perfección, n o fué al p r i n c i p i o m á s q u e u n pez y c o n t i -
nuó v i v i e n d o en el cieno bajo e s t a f o r m a , h a s t a qué se
hizo capaz de vivir en t i e r r a firme. Si lo infinito es la
causa q u e e n g e n d r a los s e r e s , es t a m b i é n la q u e los d e s -
truye : «todas las cosas q u e o b e d e c e n al d e s t i n o , v u e l v e n
al origen de que p r o c e d e n , p u e s todas d e b e n á su vez
sufrir las p e n a s y expiaciones de sus faltas». E s t a s ú l t i -
mas palabras revelan intención m o r a l , y m u e s t r a n que
e n t r e la filosofía n a t u r a l y la m o r a l e m p e z a b a á e s t a b l e -
cerse vaga c o n e x i ó n .
E n c u a n t o al h e c h o de d e s c u b r i m i e n t o s m á s sólidos de
que seríamos d e u d o r e s á A n a x i m a n d r o , d e b e m o s h a c e r el
m i s m o caso q u e de los h e c h o s s e m e j a n t e s q u e h e m o s en-
contrado e n l a s biografías de sus p r e d e c e s o r e s : son p u r a s
invenciones de sus c o n c i u d a d a n o s , e x t r a v i a d o s p o r su pa-
triotismo. Q u e h a sido el p r i m e r o en c o n s t r u i r m a p a s , es
aserción que n o p u e d e s o s t e n e r s e a n t e el h e c h o u n á n i -
m e m e n t e r e c o n o c i d o de q u e t r e i n t a siglos a n t e s de él los
 — 112 —

egipcios h a b í a n c u l t i v a d o la g e o m e t r í a c o n el exclusivo
objeto de llegar al m i s m o r e s u l t a d o ; i g u a l sucede con su
p r e t e n d i d a i n v e n c i ó n del c u a d r a n t e s o l a r , q u e h a b í a sido
d e s c u b i e r t o en O r i e n t e en época m u y a n t e r i o r . Se h a sos-
t e n i d o t a m b i é n q u e h a b í a sido el p r i m e r o en calcular exac-
t a m e n t e l a s d i m e n s i o n e s y d i s t a n c i a s de los c u e r p o s ce-
lestes; p e r o , ¿cómo es posible, a u n con el m a y o r deseo de
e x a l t a r los trabajos de A n a x i m a n d r o , c e r r a r los ojos á l a
i n c o m p a t i b i l i d a d m a n i f i e s t a de s e m e j a n t e s d e s c u b r i m i e n -
t o s con u n a d o c t r i n a q u e afirma q u e la t i e r r a t i e n e f o r m a
de c i l i n d r o , q u e e s t á r e t e n i d a p o r el a i r e en el c e n t r o del
m u n d o , que el s o l e s t á m á s lejos de n o s o t r o s q u e las es-
t r e l l a s fijas, y q u e cada u n o de los c u e r p o s celestes eje-
c u t a s u s r e v o l u c i o n e s con auxilio de u n a g r a n r u e d a de
cristal?
E l filósofo á q u e a h o r a l l e g a m o s es A n a x á g o r a s de 01a-
z o m e n e s , el a m i g o y m a e s t r o de P e r i c l e s , E u r í p i d e s y Só-
c r a t e s . C o m o m u c h o s de sus a n t e p a s a d o s , h a b í a v i s i t a d o
á E g i p t o , y c o n t ó e n t r e sus discípulos la m a y o r p a r t e de
los h o m b r e s e m i n e n t e s de su t i e m p o . C o m o p r i n c i p i o fun-
d a m e n t a l a d m i t í a q u e el u n i v e r s o forma en su c o n j u n t o
u n t o d o i n m u t a b l e , y que la v a r i e d a d de f o r m a s que p r e -
s e n t a es sólo el r e s u l t a d o de u n a r r e g l o v a r i a b l e de las
p a r t e s q u e le c o n s t i t u y e n . S e m e j a n t e d o c t r i n a i m p l i c a
n e c e s a r i a m e n t e la u n i d a d de la m a t e r i a . « L o s griegos —
d i c e — s u p o n e n e q u i v o c a d a m e n t e q u e u n a cosa e m p i e z a á
ser y deja de s e r ; n a d a n a c e n i se d e s t r u y e , y todas l a s
cosas n o son m á s q u e a g r e g a c i o n e s ó secreciones de cosas
p r e e x i s t e n t e s , de tal m o d o , q u e t o d a g e n e r a c i ó n es u n a
r e u n i ó n y t o d a c o r r u p c i ó n u n a s e p a r a c i ó n » . E s t a doctri-
n a , n o t é m o s l o , se confunde casi c o n las de E g i p t o y de l a
I n d i a . E n a l g u n o s p u n t o s r e c u e r d a t a m b i é n el caos de
A n a x i m a n d r o . «Al p r i n c i p i o — d i c e A n a x á g o r a s — t o d a s
las cosas e r a n infinitas en n ú m e r o y en p e q u e n e z ; n a d a
era-cognoscible, y n i n g u n a p r o p i e d a d se m a n i f e s t ó m i e n -
t r a s todo p e r m a n e c i ó m e z c l a d o . » P r e c i s o fué q u e u n a
fuerza m o t r i z i n t e r v i n i e s e y d e s p r e n d i e s e t o d a s las cosas
del caos; á e s t a fuerza l a l l a m a A n a x á g o r a s el intelecto,
r e c h a z a n d o la d e s i g n a c i ó n de destino c o m o p a l a b r a vacía
de s e n t i d o , p r e f i r i é n d o l o todo á la r a z ó n . N i n g u n a dis-
 — 113 -
tinción h a c í a e n t r e el a l m a y el i n t e l e c t o . S u s d o c t r i n a s
i m p l i c a b a n el d u a l i s m o c o m o lo i n d i c a n su fuerza m o t r i z
p r i m e r a y l a m a s a q u e p o n e en m o v i m i e n t o , y la oposi-
ción que establecía e n t r e lo m a t e r i a l y lo i n m a t e r i a l , lo
que significaba que h a y p a r a la filosofía dos vías c o r r e s -
p o n d i e n t e s m u y d i s t i n t a s . A d e m á s de la r a z ó n , q u e es-en
su filosofía el p r i m e r p r i n c i p i o m o t o r , l a i m p o s i b i l i d a d e n
que estaba de explicarlo todo de u n a m a n e r a satisfactoria
por la sola o p e r a c i ó n del i n t e l e c t o , le h i z o a d o p t a r g r a n
n ú m e r o de otros a g e n t e s s e c u n d a r i o s , el a i r e , p o r e j e m -
plo, el a g u a y el fuego. E n los detalles de su s i s t e m a e n -
contramos también concepciones que pertenecen á siste-
m a s m á s a n t i g u o s , e n t r e o t r a s , la de q u e el frío y u n a g r a n
densidad c a r a c t e r i z a n l a s r e g i o n e s i n f e r i o r e s , m i e n t r a s
que las r e g i o n e s s u p e r i o r e s son cálidas y m u y poco d e n -
sas. E n el o r i g e n , la acción del e n t e n d i m i e n t o fué sólo
parcial; las cosas se s e p a r a r o n i m p e r f e c t a m e n t e t a n sólo,
pero t e n í a n en sí u n a fuerza q u e l a s p e r m i t í a s e p a r a r s e
de infinidad de m a n e r a s diferentes. D e s d e aquí, el s i s t e m a
se c o n v i e r t e en v e r d a d e r a c o s m o g o n í a : m u e s t r a c ó m o se
h a n p r o d u c i d o los e l e m e n t o s , las p i e d r a s , las e s t r e l l a s y
el m a r . T o d a s e s t a s e x p l i c a c i o n e s , fácil es p r e v e r l o , e s t á n
desprovistas de e x a c t i t u d . E n t r e los e l e m e n t o s p r i m o r -
diales coloca infinidad de cosas á cual m á s d i v e r s a s : el
frío, el color, el fuego, el o r o , el cuero, el t r i g o , la s a n g r e ,
la m é d u l a , e t c . C o m o su d o c t r i n a i m p l i c a b a q u e los c u e r -
pos c o m p u e s t o s sólo ofrecen a r r e g l o s diferentes y n o for-
m a c i o n e s d i s t i n t a s , e r a p r e c i s o , de t o d a n e c e s i d a d , q u e
admitiese g r a n n ú m e r o de e l e m e n t o s s i m p l e s . Así es c o m o
la c a r n e e s t á c o m p u e s t a , p a r a é l , de p a r t í c u l a s c a r n o s a s ,
los h u e s o s de p a r t í c u l a s ó s e a s , y así los d e m á s c u e r p o s .
E s t o s e l e m e n t o s c o n s t i t u t i v o s s i m i l a r e s s o n los homao-
meiiw de A n a x á g o r a s . H a y infinidad de n a t u r a l e z a s dife-
r e n t e s , y p o r su c o m b i n a c i ó n f o r m a n todo lo que existe
en el u n i v e r s o . P a r t i e n d o de esto, A n a x á g o r a s p r u e b a q u e
todas las p a r t í c u l a s que c o m p o n e n el cuerpo de u n a n i m a l
p r e e x i s t e n e n los a l i m e n t o s , de d o n d e son s i m p l e m e n t e
extraídas. E n c u a n t o á los f e n ó m e n o s v i t a l e s los explica
con a y u d a de su d o c t r i n a del d u a l i s m o e n t r e el e s p í r i t u y
la m a t e r i a . L a s p l a n t a s son s i m p l e m e n t e a n i m a l e s a r r a i -

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 8

 — 114 —

gados e n t i e r r a , s i n m o v i m i e n t o , p e r o capaces de s e n s a -
ciones y d e s e o s ; l a s u p e r i o r i d a d del h o m b r e es debida al
solo h e c h o de q u e t i e n e m a n o s . P a r a explicar n u e s t r a s
p e r c e p c i o n e s m e n t a l e s e m i t e la h i p ó t e s i s de que t e n e m o s
n a t u r a l m e n t e en n o s o t r o s los c o n t r a r i o s de t o d a s las cua-
l i d a d e s de las cosas e x t e r i o r e s : t a n t o q u e , c u a n d o consi-
d e r a m o s u n o b j e t o , su v i s t a h a c e p r e d o m i n a r en n u e s t r o
e s p í r i t u p r e c i s a m e n t e l a s cualidades que faltan e n este
objeto: T o d a s e n s a c i ó n e s t á , p u e s , a c o m p a ñ a d a de u n
s e n t i m i e n t o de dolor. S u d o c t r i n a de la f o r m a c i ó n de l o s
a n i m a l e s se b a s a e n la acción de la luz solar sobre el cie-
n o . Coloca la t i e r r a en el c e n t r o del m u n d o , á d o n d e h a
sido a r r a s t r a d a p o r u n t o r b e l l i n o ; el polo e s t a b a al p r i n -
cipio en el z e n i t , pero desde q u e los a n i m a l e s salieron del
l i m o , el i n t e l e c t o c a m b i ó la posición de la t i e r r a , á fin d e
q u e p r e s e n t a s e u n a serie de c l i m a s c o n v e n i e n t e s . E s cu-
rioso o b s e r v a r por o t r a p a r t e que a l g u n a s de las g r o s e r a s
h i p ó t e s i s de A n a x á g o r a s se a n t i c i p a n á d e s c u b r i m i e n t o s
h e c h o s m u c h o t i e m p o d e s p u é s de él: s o s t e n í a que la l u n a
t i e n e m o n t a ñ a s , valles y h a b i t a n t e s c o m o la t i e r r a ; q u e
l a h i s t o r i a de n u e s t r o globo h a b í a t e n i d o sus g r a n d e s épo-
cas, en las que h a b í a sido s u c e s i v a m e n t e t r a n s f o r m a d o p o r
el fuego y el a g u a ; q u e las c o l i n a s de L a m p s a e o , si el m u n -
do d u r a b a m u c h o , l l e g a r í a n á e s t a r a l g ú n día bajo el m a r .
P o r lo que h a c e á la n a t u r a l e z a de n u e s t r o s conoci-
m i e n t o s , A n a x á g o r a s p r e t e n d í a q u e los s e n t i d o s s o n ab-
s o l u t a m e n t e e n g a ñ o s o s , y q u e l l e g a m o s á la v e r d a d ú n i -
c a m e n t e p o r el e n t e n d i m i e n t o ; en apoyo de esta afirma-
ción c i t a b a el ejemplo de u n a g r a n c a n t i d a d de a g u a
t e n i e n d o en disolución u n a g o t a de líquido coloreado, sin
q u e la m i r a d a sea capaz de d i s t i n g u i r el m e n o r c a m b i o
p r o d u c i d o . E l m i s m o p r i n c i p i o le h a c í a s o s t e n e r q u e l a
n i e v e es n e g r a y n o b l a n c a , p u e s t o q u e e s t á f o r m a d a de
a g u a , q u e es n e g r a ; de d o n d e s a c a b a d e d u c c i o n e s t a l e s
c o m o ésta: q u e «las cosas s o n p a r a cada h o m b r e lo q u e le
p a r e c e n ser.» E s t a convicción q u e t e n í a de la infidelidad
de l a s n o c i o n e s d a d a s p o r los s e n t i d o s , es s i n d u d a la q u e
le a r r a n c ó esta q u e j a : « N a d a se p u e d e c o n o c e r ; n a d a se
p u e d e e n s e ñ a r ; n a d a es cierto; los s e n t i d o s son l i m i t a d o s ;
el e n t e n d i m i e n t o es débil; la vida es c o r t a . »
 — 115 -
L a biografía de A n a x á g o r a s n o carece de i n t e r é s . N a -
cido en e x c e l e n t e s c o n d i c i o n e s de f o r t u n a , se c o n s a g r ó
por c o m p l e t o á l a filosofía, y e n s u s ú l t i m o s a ñ o s conoció
la p o b r e z a y la n e c e s i d a d . F u é a c u s a d o de a t e í s m o y de
impiedad p a r a con los dioses p o r el s u p e r s t i c i o s o p o p u l a -
cho de A t e n a s , p o r q u e a f i r m a b a q u e l a l u n a y el sol e s t á n
c o m p u e s t o s de p i e d r a y t i e r r a , y q u e los p r e t e n d i d o s m i -
lagros del t i e m p o n o e r a n o t r a cosa q u e f e n ó m e n o s n a t u -
rales o r d i n a r i o s . Acusado i g u a l m e n t e de m a g i s m o , p o r q u e
a d m i t í a el a n t a g o n i s m o del e s p í r i t u y de la m a t e r i a , dog-
m a t o m a d o de los p e r s a s , á q u i e n e s se a b o r r e c í a , fué e n -
cerrado y c o n d e n a d o á p e n a c a p i t a l , y n o se l i b r ó de l a
m u e r t e sino p o r la influencia de P e r i c l e s . Se fugó á L a m p -
s a c o , d o n d e acabó sus días e n el d e s t i e r r o . S u m e m o r i a
fué, sin e m b a r g o , m u y h o n r a d a p o r sus c o n c i u d a d a n o s ,
que n o dejaron de e x a g e r a r sus m é r i t o s : p r e t e n d i e r o n q u e
había sido el p r i m e r o en explicar l a s fases de la l u n a , los
eclipses solares y l u n a r e s ; que t e n í a el d o n de c o n o c e r l o s
sucesos futuros, y que h a b í a p r e d i c h o la caída de u n a p i e -
dra meteórica.
L a biografía de A n a x á g o r a s , como la de m u c h o s de s u s
c o n t e m p o r á n e o s y sucesores n o s d e m u e s t r a q u e ya e m p e -
zaba á n a c e r en el p u e b l o cierto e s p í r i t u de h o s t i l i d a d
contra la filosofía, h o s t i l i d a d q u e n o se t r a d u c í a e n s i m -
ples p r o t e s t a s p o r p a r t e de la sociedad, s i n o t a m b i é n p o r
actos de injusticia política. E l a n t a g o n i s m o e n t r e el poli-
teísmo y la c i e n c i a se a c e n t u a b a cada día m á s . E n t r e los
filósofos, v a r i o s d e b i e r o n e x p a t r i a r s e , otros r e c i b i e r o n l a
m u e r t e , y el r e s u l t a d o de e s t a s p e r s e c u c i o n e s fué q u e se
recataron y disimularon. L o veremos p a t e n t e m e n t e en la
historia de los p i t a g ó r i c o s .
D e P i t á g o r a s , el f u n d a d o r de la escuela, n a d a casi sa-
bemos de cierto; h a s t a la fecha de su n a c i m i e n t o es dis-
putada; parece p r o b a b l e s i n e m b a r g o q u e n a c i ó en S a m o s ,
hacia el 5 4 0 a n t e s de J . O. E s t á p r o b a d o q u e residió e n
E g i p t o y en la I n d i a , p e r o el e x a m e n solo de sus d o c t r i -
nas nos dejaría c o n v e n c i d o s de este h e c h o . A l g u n o de esos
críticos e m i n e n t e s , d i s p u e s t o s s i e m p r e á e x a l t a r l a c i e n -
cia de la E u r o p a a n t i g u a , se esfuerzan t o d a v í a e n a f i r m a r
que n o fué allí d o n d e P i t á g o r a s a d q u i r i ó sus c o n o c i m i e n -
 — 116 —

t o s c o m o lo a s e g u r a el t e s t i m o n i o u n á n i m e de la a n t i g ü e -
dad, y que n o p u d o ser iniciado en lo q u e la c o n s t i t u c i ó n
del sacerdocio egipcio n e g a b a e n a b s o l u t o á los e x t r a n j e -
r o s . E s t o s críticos olvidan q u e el a n t i g u o s i s t e m a político
del país h a b í a sido c o m p l e t a m e n t e t r a n s f o r m a d o á conse-
c u e n c i a de la g r a n revolución q u e se verificó m á s de u n
siglo a n t e s de P i t á g o r a s . Si, p o r lo d e m á s , n o fuese u n
h e c h o c o m p r o b a d o y m u y e x p l í c i t a m e n t e afirmado p o r los
a n t i g u o s q u e P i t á g o r a s vivió v e i n t i d ó s a ñ o s en E g i p t o ,
n o faltan c i r c u n s t a n c i a s en su h i s t o r i a q u e p r u e b a n h a s t a
l a e v i d e n c i a q u e h a debido r e s i d i r en él largo t i e m p o . Así
c o m o se r e c o n o c e i n m e d i a t a m e n t e el p i n c e l del m a e s t r o
en el estilo de u n a p i n t u r a , c u a n d o es u n o i n t e l i g e n t e ,
así t a m b i é n se h a l l a r á á l a p r i m e r a ojeada l a filosofía
egipcia e n la de P i t á g o r a s , p o r poco q u e se h a y a n estu-
diado las diferentes m a n e r a s de p e n s a r de la a n t i g ü e d a d .
P i t á g o r a s fué á I t a l i a d u r a n t e el r e i n a d o de T a r q u i n o
el S o b e r b i o y se estableció en C r o t o n a , colonia g r i e g a si-
t u a d a e n el golfo de T a r e n t o . F u n d ó al p r i n c i p i o u n a es-
cuela, y d e s p u é s , m e r c e d á las d i s e n s i o n e s q u e a g i t a b a n
la ciudad y con a y u d a de los j ó v e n e s que s e g u í a n sus lec-
c i o n e s , o r g a n i z ó u n a sociedad política s e c r e t a . E n t r e los
l e t r a d o s g r i e g o s , i n s t r u i d o s p o r la e x p e r i e n c i a de l a s p e r -
secuciones, era ya m á x i m a r e c o n o c i d a , q u e es peligroso
d i s t r i b u i r a m p l i a m e n t e c o n o c i m i e n t o s al v u l g o . D e c r e a r
u n a sociedad s e c r e t a á c o n s p i r a r c o n t r a el E s t a d o , sólo
h a y u n p a s o : P i t á g o r a s n o vaciló e n d a r l e ; t e n í a a m a n o ,
p a r a servirle en sus i n t r i g a s políticas, los n u m e r o s o s dis-
cípulos á q u i e n e s i n i c i a b a en su ciencia s e c r e t a , d e s p u é s
de h a b e r l e s p u e s t o á p r u e b a d u r a n t e largo t i e m p o y de
h a b e r l e s h e c h o sufrir u n a serie de e x á m e n e s . P o r ú l t i m o ,
fué e x p u l s a d o el S e n a d o y P i t á g o r a s t o m ó e n sus m a n o s
l a s r i e n d a s del g o b i e r n o . E n t o d o s t i e m p o s t i e n e n los
m i s m o s m ó v i l e s las a c c i o n e s h u m a n a s ; así sucedió con la
c o n s p i r a c i ó n de P i t á g o r a s lo que s i e m p r e o c u r r e en casos
s e m e j a n t e s . D e C r o t o n a se e x t e n d i ó la influencia de los
p i t a g ó r i c o s á a l g u n a s o t r a s c i u d a d e s de I t a l i a , p e r o p r o n -
t o se m a n i f e s t ó p o d e r o s a r e a c c i ó n ; los i n n o v a d o r e s fueron
d e s t e r r a d o s , sus i n s t i t u c i o n e s d e r r i b a d a s y su jefe s u c u m -
bió á m a n o s de s u s e n e m i g o s .
 — 117 —
E l s i s t e m a que i n t e n t a r o n f u n d a r los p i t a g ó r i c o s e r a
u n a excepción de los p r i n c i p i o s g e n e r a l e s de la política
griega; h a s t a e n t o n c e s , en efecto, las escuelas filosóficas
n o h a b í a n sido s i n o c e n t r o s de r e u n i ó n p a r a los p a r t i d a -
rios de la m i s m a d o c t r i n a y n u n c a h a b í a n t e n i d o , á de-
cir verdad, e x i s t e n c i a política.
E s m u y difícil h a l l a r la v e r d a d de los sucesos, c u a n d o
se h a n p r o d u c i d o e n m e d i o del d e s e n c a d e n a m i e n t o de las
pasiones políticas y religiosas; la i m p o s t u r a y la falsedad
parecen e n t o n c e s lícitas. Así, c u a n d o se t r a t a de los dis-
turbios que a g i t a r o n á I t a l i a á c o n s e c u e n c i a de la r e v o l u -
ción operada p o r los p i t a g ó r i c o s , es a b s o l u t a m e n t e i m p o -
sible afirmar h e c h o a l g u n o con c e r t e z a . P a r a sus p a r t i d a -
rios, P i t á g o r a s es u n ser s o b r e h u m a n o : m a j e s t u o s o é i m -
pasible, v e s t i d o de b l a n c o y con la frente c e ñ i d a p o r co-
r o n a de oro, e s c u c h a el c o n c i e r t o de las esferas, p e r d i d o
en la c o n t e m p l a c i ó n de la n a t u r a l e z a ó en sus m e d i t a c i o -
n e s e x t á t i c a s sobre D i o s ; o t r a s veces se r e c r e a con los
discursos de H o m e r o , H e s i o d o y T a l e s ; d e s c e n d i e n d o de
Apolo ó de M e r c u r i o , m a n i f i e s t a su divino origen por m e -
dio de m i l a g r o s , p o r la p r e d i c c i ó n de a c o n t e c i m i e n t o s fu-
turos, y p o r las c o n v e r s a c i o n e s que t i e n e con los g e n i o s
en la soledad de s o m b r í a c a v e r n a ; en fin, n o sólo h a b l a
varias l e n g u a s s i m u l t á n e a m e n t e sino q u e se le h a visto
aparecer a n t e el p u e b l o , ( y este prodigio es p o r todos r e -
conocido) h a b l á n d o l e e n varios sitios á la v e z . N o p a r e c e
que sus discípulos se h a y a n apercibido de q u e t a n e x t r a -
ñ o s asertos e r a n a b s o l u t a m e n t e i n v e r o s í m i l e s y q u e c u a n -
to m á s se esforzaban e n p r o b a r l o s m á s h a c í a n d u d a r de
los h e c h o s q u e a f i r m a b a n . T o d o su celo n o h a servido e n
s u m a m á s que p a r a q u e b r a n t a r u n a vez m á s n u e s t r a con-
fianza e n la v e r a c i d a d h u m a n a y p a r a d a r n o s n u e v a p r u e -
ba de la c r e d u l i d a d del h o m b r e y de la facilidad con q u e
se deja e n g a ñ a r p o r la i m p o s t u r a . E n c u a n t o á los adver-
sarios de P i t á g o r a s , le m i r a b a n c o m o u n c h a r l a t á n ó al
m e n o s c o m o m í s t i c o v i s i o n a r i o ; le a c u s a b a n de h a b e r se-
ducido á la j u v e n t u d p o r las m o n e r í a s de u n a especie de
francmasonería, de h a b e r e n g a ñ a d o á e s p í r i t u s débiles
para c o n v e r t i r l o s ó en e n t u s i a s t a s e s t ú p i d o s , ó en disgus-
tados ascetas, de h a b e r s e c o n j u r a d o c o n t r a el E s t a d o , y
 — 118 —
a g i t a d o con s a n g r i e n t o s d e s ó r d e n e s la c i u d a d en q u e h a -
b í a recibido h o n r o s a h o s p i t a l i d a d . Colocados e n t r e t a n
c o n t r a d i c t o r i o s a s e r t o s , n o s a b e m o s c ó m o d e t e r m i n a r su
p a r t e de v e r d a d y de i m p o s t u r a ; y si los p i t a g ó r i c o s ga-
n a n con n u e s t r a i n c e r t i d u m b r e , lo d e b e n á u n a de s u s
m á x i m a s favoritas: «Todo n o debe ser conocido portodos.»
Q u i z á e n el fondo de e s t a s a g i t a c i o n e s políticas latiese
l a e s p e r a n z a de c r e a r u n c e n t r o de u n i ó n p a r a las n u m e -
r o s a s colonias g r i e g a s de I t a l i a q u e , a u n q u e llegadas á
a l t o g r a d o de civilización y p r o s p e r i d a d , e s t a b a n m u y de-
b i l i t a d a s p o r su a i s l a m i e n t o é i n c e s a n t e s q u e r e l l a s . U n i -
d a s e n p o d e r o s a confederación, política ó religiosa, h a b r í a n
ejercido c i e r t a m e n t e c o n s i d e r a b l e influencia en el p o r v e -
n i r y t a m b i é n p o r c o n s i g u i e n t e en el de la h u m a n i d a d .
E l p i t a g o r i s m o e x t e n d i ó su influencia h a s t a R o m a , es
v e r d a d , p e r o lo ejerció i n d i r e c t a m e n t e p o r m e d i o del r e y
N u m a que p e r t e n e c í a á la secta p i t a g ó r i c a y que i n t r o d u -
j o e n el s i s t e m a r o m a n o g r a n n ú m e r o de r i t o s q u e le e r a n
peculiares.
E l d o g m a f u n d a m e n t a l de los p i t a g ó r i c o s e r a q u e «los
n ú m e r o s s o n la e s e n c i a ó el p r i m e r p r i n c i p i o de las co-
s a s » . E s t e d o g m a les condujo al e s t u d i o de las m i s t e r i o -
s a s r e l a c i o n e s e n t r e n ú m e r o s y figuras, y t a m b i é n á l a s
m á s i n c r e í b l e s e x t r a v a g a n c i a s desde q u e l l e g a r o n á m i r a r
á los n ú m e r o s c o m o d o t a d o s de e x i s t e n c i a efectiva.
L a aprobación general que encontraron las doctrinas
de P i t á g o r a s t u v o s i n d u d a p o r c a u s a el h e c h o de q u e e s -
t a s d o c t r i n a s v e n í a n á c o l m a r el vacío a b i e r t o p o r las filo-
sofías p r e c e d e n t e s . H a b í a n l l e g a d o , r e s p e c t o al m u n d o
e x t e r i o r y á n o s o t r o s m i s m o s , á la c o n c l u s i ó n u n á n i m e
de q u e n o p o s e e m o s n i n g ú n c r i t e r i o de la v e r d a d . Y este
c r i t e r i o e r a el q u e ofrecía la escuela p i t a g ó r i c a e n l a s p r o -
p i e d a d e s de los n ú m e r o s y sus r e l a c i o n e s .
E s t e s i s t e m a n o m e r e c e q u e le d e s a r r o l l e m o s e n t o d o s
sus p o r m e n o r e s ; basta examinarle superficialmente para
el objeto q u e n o s p r o p o n e m o s . P i t á g o r a s a d m i t e dos cla-
ses de n ú m e r o s : los n ú m e r o s p a r e s y los i m p a r e s ; l a
u n i d a d , q u e es á la vez p a r é i m p a r , es la e s e n c i a y la
b a s e de t o d o s los d e m á s n ú m e r o s . « T o d o v i e n e de uno»,
dice el p i t a g ó r i c o ; y t a m b i é n «Dios lo a b a r c a t o d o , lo
 - 119 —
h a c e todo, y sin e m b a r g o n o es m á s q u e u n o » . L o s p i t a -
góricos d a n e x t r a o r d i n a r i a i m p o r t a n c i a al n ú m e r o diez,
q u e c o n t i e n e en sí m i s m o los n ú m e r o s 1, 2, 3 y 4 , ó pro-
viene de la u n i ó n de estos c u a t r o n ú m e r o s , que son u n o s
pares y otros i m p a r e s . E s t a p r o p i e d a d m e r e c e al n ú m e r o
10 especial d e s i g n a c i ó n , q u e p a r e c e , sin e m b a r g o , h a b e r s e
aplicado t a m b i é n al n ú m e r o 3 6 . L a t r i a d a t e n í a t a m b i é n
p a r a ellos a l t a significación, p o r q u e t i e n e p r i n c i p i o , m e -
dio y fin. A la u n i d a d ó al n ú m e r o u n o le l l a m a n par-
i m p a r , p r e t e n d i e n d o que p a r t i c i p a de las p r o p i e d a d e s de
a m b a s especies de n ú m e r o s , p u e s t o q u e a ñ a d i d a á u n n ú -
m e r o p a r da u n n ú m e r o i m p a r , y a g r e g a d a á u n i m p a r lo
c o n v i e r t e en p a r . A r r e g l a b a n los p r i m e r o s e l e m e n t o s de
la n a t u r a l e z a en diez c o n t r a r i o s : el p a r y el i m p a r for-
m a b a n u n o de estos c o n t r a r i o s , y la luz y l a o s c u r i d a d
o t r o . « L a n a t u r a l e z a y el p o d e r de los n ú m e r o s — d i c e n — •
se m a n i f i e s t a n n o sólo en l a s cosas d i v i n a s y s o b r e n a t u -
rales, sino t a m b i é n d o n d e q u i e r a , en l a s o b r a s del h o m -
bre, en l a s p a l a b r a s , e n l a s a r t e s y e n l a m ú s i c a . » L a s
c o n c e p c i o n e s a r i t m é t i c a s se a p l i c a n h a s t a á l a m o r a l ; los
n ú m e r o s n o m i e n t e n n u n c a y son e n e m i g o s de lo falso,
p e r t e n e c i é n d o l e s , p o r t a n t o , la v e r d a d ; d e d u c í a n t a m -
bién que en lo i l i m i t a d o ó infinito r e i n a n i n e v i t a b l e m e n -
te la m e n t i r a y la e n v i d i a . E l n ú m e r o 1 c o n t i e n e lo per-
fecto lo m i s m o q u e lo i m p e r f e c t o , de d o n d e se d e d u c e
que el b i e n , la v e r d a d y la b e l l e z a n o e x i s t e n en el p r i n -
cipio y sólo se d e s a r r o l l a n con el t i e m p o . T o d o lo q u e
conocemos t i e n e n e c e s a r i a m e n t e u n p r i n c i p i o , u n m e d i o
y u n fin; el p r i n c i p i o y el fin s o n s u s l í m i t e s , p e r o el
medio es i l i m i t a d o y p o r c o n s i g u i e n t e divisible á lo infi-
nito. P a r t i e n d o de a q u í , c o n c e b í a n todos los c u e r p o s co-
mo c o n j u n t o de p u n t o s , c o m o lo e x p r e s a u n a de sus m á -
ximas : « T o d o e s t á c o m p u e s t o de p u n t o s ó u n i d a d e s d e
espacio, q u e u n i d a s j u n t a m e n t e f o r m a n u n n ú m e r o . » E s -
tas u n i d a d e s ó m ó n a d a s , q u e n o son s i n o p u n t o s g e o m é -
tricos , e s t á n s e p a r a d a s p o r i n t e r v a l o s i n t e r m e d i a r i o s , de
modo que u n a l í n e a , u n a superficie ó u n sólido p u e d e
concebirse c o m o el r e s u l t a d o de la y u x t a p o s i c i ó n de m ó -
nadas é i n t e r v a l o s , q u e se s u c e d e n a l t e r n a t i v a m e n t e u n o s
á otros. Así llegan los p i t a g ó r i c o s á la n o c i ó n de e s p a c i o .
 — 120 -
E n c n a n t o á l a n a t u r a l e z a de estos i n t e r v a l o s , a l g u n o s
l o s c r e e n f o r m a d o s s i m p l e m e n t e de a i r e , p e r o los o r t o -
doxos p r e t e n d e n que las m ó n a d a s e s t á n s e p a r a d a s p o r el
v a c í o ; de a h í el s e n t i d o del i n c o m p r e n s i b l e p r i n c i p i o d e
los pitagóricos de que t o d a s las cosas son p r o d u c i d a s p o r
u n vacío. E n fin, n o h a y q u e p e r d e r de Vista que las m ó -
n a d a s son s i m p l e s p u n t o s m a t e m á t i c o s , q u e n o t i e n e n
d i m e n s i o n e s n i t a m a ñ o , y q u e p o r c o n s i g u i e n t e las di-
v e r s a s s u s t a n c i a s n o c o n t i e n e n m a t e r i a y n o son s i n o
simples formas.
L o s p i t a g ó r i c o s d e d u c í a n de los m i s m o s p r i n c i p i o s l a
explicación del origen del m u n d o ; la e x i s t e n c i a del m u n -
d o — d e c í a n — n o es m á s q u e u n a i l u s i ó n ; n o p u e d e t e n e r
n i n g ú n origen en el t i e m p o . E n c u a n t o al t i e m p o m i s m o
n o e s , s e g ú n e l l o s , m á s q u e la s u m a de u n a serie de m o -
m e n t o s d i f e r e n t e s , serie l i m i t a d a p o r los m o m e n t o s ex,-
t r e m o s , y q u e e n t r a de este m o d o e n la u n i d a d . L a a r m o -
n í a es la q u e a r r e g l a t o d a s las r e l a c i o n e s t a n v a r i a d a s q u e
e n el m u n d o e n c o n t r a m o s . « P u e s t o q u e los p r i n c i p i o s de
l a s c o s a s — d e c í a n e l l o s — n o son n i s i m i l a r e s n i c o n g é n e -
r e s , es i m p o s i b l e q u e el o r d e n r e i n e e n t r e e l l o s , si p o r
o t r a p a r t e n o i n t e r v i e n e de c u a l q u i e r m o d o u n p r i n c i p i o
de a r m o n í a . Si t o d a s las cosas fuesen s e m e j a n t e s e n t r e
sí y h o m o g é n e a s n o n e c e s i t a r í a n a r m o n í a ; p e r o c o m o s o n
t o d a s d e s e m e j a n t e s y d i s i m é t r i c a s , la a r m o n í a es n e c e s a -
r i a p a r a u n i r l a s y p e r m i t i r l a s s u b s i s t i r en u n m u n d o or-
d e n a d o ». Así c o n f u n d í a n las ideas de n ú m e r o y de ar-
m o n í a , c o n s i d e r a n d o al u n i v e r s o , n o sólo c o m o c o m b i n a -
ción de c o n t r a r i o s , sino t a m b i é n como c o m b i n a c i ó n de
estos c o n t r a r i o s r e g u l a r m e n t e o r d e n a d a y a r m ó n i c a . Cier-
t o s n ú m e r o s t e n í a n p a r a ellos significación e x t r a o r d i n a -
r i a . « H a y — d e c í a n — s i e t e c u e r d a s ó a r m o n í a s , siete plé-
y a d e s , siete v o c a l e s , y c i e r t a s p a r t e s del cuerpo a n i m a l
se r e n u e v a n p o r p e r í o d o s de siete a ñ o s . » E x t r e m a b a n su
d o c t r i n a de los n ú m e r o s y l l e g a b a n h a s t a r e p r e s e n t a r p o r
n ú m e r o s p a r t i c u l a r e s u n p á j a r o , u n caballo, u n h o m b r e .
Algo de e s t a d o c t r i n a se e n c u e n t r a en el m o d o de p r o c e -
d e r de los q u í m i c o s m o d e r n o s : t o m a n d o el h i d r ó g e n o p o r
u n i d a d , r e p r e s e n t a n el c a r b o n o p o r 6, el oxígeno p o r 8,
el azufre p o r 16, y p a r t i e n d o de a q u í a s i g n a n u n n ú m e r o
especial á cada c u e r p o , s i m p l e ó c o m p u e s t o , o r g á n i c o ó
inorgánico." N i s i q u i e r a se e x c e p t ú a n los c u e r p o s m á s
complejos, el h o m b r e p o r e j e m p l o , cuyo n ú m e r o r e p r e -
s e n t a t i v o sería la s u m a de los n ú m e r o s q u e r e p r e s e n t a n
las diversas p a r t e s q u e le c o n s t i t u y e n . P o d e m o s , p o r l o
d e m á s , d a r á estos n ú m e r o s l a significación q u e q u e r a -
m o s , c o n s i d e r a r l o s c o m o pesos a n a t ó m i c o s , ó d e j a n d o l a
idea de los á t o m o s á u n lado, c o n s i d e r a r l o s c o m o r e p r e -
s e n t a n t e s de c a n t i d a d e s de fuerza. E n la c i e n c i a m o d e r -
n a , como en la filosofía a n t i g u a , los n ú m e r o s e s t á n , p u e s ,
í n t i m a m e n t e ligados á los n o m b r e s de l a s cosas, s e a n l a s
que q u i e r a n .
P a r a los p i t a g ó r i c o s , la r e l a c i ó n a r m ó n i c a tipo es l a
octava m u s i c a l . L a s p r o p i e d a d e s físicas, t a l e s como el
color y el t i m b r e , se s u p o n e que p e r t e n e c e n á la superfi-
cie de los c u e r p o s . C o n t a b a n cinco e l e m e n t o s : la t i e r r a ,
el a i r e , el fuego, el a g u a y el éter, y v e í a n u n h e c h o no-
table e n esta c o i n c i d e n c i a del n ú m e r o de los e l e m e n t o s
con el n ú m e r o de los s e n t i d o s del h o m b r e . C o n t a b a n
t a m b i é n cinco p l a n e t a s , q u e con el s o l , la l u n a y la t i e -
r r a , e s t a b a n colocados á d i s t a n c i a s a j u s t a d a s á u n a ley
m u s i c a l . S u s m o v i m i e n t o s e n el espacio d a n o r i g e n á so-
nidos q u e c o n s t i t u y e n l a a r m o n í a de l a s e s f e r a s , de l a
que n o g o z a m o s p o r q u e la oímos t o d o s los d í a s . L a t i e r r a
y los d e m á s p l a n e t a s g i r a n a l r e d e d o r del s o l , q u e es el
c e n t r o del s i s t e m a del m u n d o . L o s p i t a g ó r i c o s a b a n d o -
n a n , p u e s , la d o c t r i n a g e o m é t r i c a p o r la d o c t r i n a h e l i o -
m é t r i c a . C o m o el círculo es la f o r m a m á s p e r f e c t a , los
m o v i m i e n t o s de los p l a n e t a s son c i r c u l a r e s ; la l u n a e s t á
h a b i t a d a , c o m o la t i e r r a , p e r o sus h a b i t a n t e s son m á s
a l t o s ; la r e l a c i ó n de la e s t a t u r a de los h a b i t a n t e s de u n a
y otra es igual á la de los t i e m p o s q u e i n v i e r t e n e n eje-
cutar su r e v o l u c i ó n . L a vía l á c t e a m a r c a el c a m i n o q u e
seguía en otro t i e m p o el s o l , ó b i e n p r o c e d e de la caída
de u n a e s t r e l l a . E l u n i v e r s o t i e n e la f o r m a de u n a esfera;
es e t e r n o , p e r o la t i e r r a es sólo t r a n s i t o r i a y s u s c e p t i b l e
de t r a n s f o r m a c i o n e s . E l a l m a n o es m á s q u e u n efluvio
del a l m a u n i v e r s a l ; el c u e r p o del h o m b r e la r e c i b e del
exterior. D e l a e x i s t e n c i a de los s u e ñ o s y de los f e n ó m e -
n o s que a c o m p a ñ a n á la e n f e r m e d a d d e d u c í a n los p i t a g ó -
 — 122 —

r i c o s l a e x i s t e n c i a de b u e n o s y m a l o s d e m o n i o s . A d m i -
t í a n q u e el a l m a p u e d e vivir s e p a r a d a del c u e r p o ; su
e x i s t e n c i a se p a r e c e e n t o n c e s á la del h o m b r e d u r a n t e
los s u e ñ o s . S u s h é r o e s y d e m o n i o s son a l m a s que n o h a n
e s t a d o t o d a v í a , ó q u e h a n dejado de e s t a r , u n i d a s á u n
c u e r p o . L a d o c t r i n a de la t r a n s m i g r a c i ó n se conciliaba
p e r f e c t a m e n t e con las ideas de los p i t a g ó r i c o s ; así, si n o
a d m i t í a n la i n m o r t a l i d a d a b s o l u t a del a l m a , c r e í a n p o r lo
m e n o s q u e el a l m a c o n t i n ú a v i v i e n d o d e s p u é s de l a m u e r -
t e del c u e r p o , y q u e , u n a vez l i b r e , se e n c a r n a de n u e v o
e n c u a n t o h a l l a u n a forma e n a r m o n í a c o n l a s condicio-
n e s en q u e se e n c u e n t r a . L o s p i t a g ó r i c o s a ñ a d i e r o n á l a
d o c t r i n a de la t r a n s m i g r a c i ó n la c r e e n c i a de u n a v i d a de
r e c o m p e n s a s y c a s t i g o s d e s p u é s de la m u e r t e ; s u s c o n -
c e p c i o n e s en este r e s p e c t o e s t á n calcadas e n las q u e
h e m o s e n c o n t r a d o e n las teologías i n d i a y e g i p c i a ; el
m u n d o a n i m a d o e s t á e x c l u s i v a m e n t e o r d e n a d o p a r a la
p e n i t e n c i a y la expiación.
E n política, la a r i s t o c r a c i a e r a el p r i n c i p i o f u n d a m e n -
t a l de los p i t a g ó r i c o s ; esto es todo lo q u e s a b e m o s de su
s i s t e m a político. P o r lo q u e h a c e á la vida p r i v a d a , e x h o r -
t a b a n á l a m o d e r a c i ó n e n t o d a s l a s cosas, ala b e n e v o l e n -
cia, á la fidelidad, y r e c o m e n d a b a n los ejercicios ascéti-
c o s á 'fin de llegar al sacrificio de sí m i s m o s . U n a de sus
m á x i m a s e r a q u e u n a b u e n a e d u c a c i ó n es i m p o r t a n t e n o
sólo p a r a el i n d i v i d u o , s i n o p a r a los i n t e r e s e s del E s t a -
d o . P i t á g o r a s m i s m o , c o m o es sabido, se h a b í a ocupado
m u c h o de la g r a v e d a d , de g e o m e t r í a , de a c ú s t i c a , de as-
t r o n o m í a y de m e d i c i n a . R e c o m e n d a b a á s u s discípulos
c u l t i v a r l a g i m n á s t i c a , la d a n z a y l a m ú s i c a . F i e l á su
p r i n c i p i o de n o d i s t r i b u i r á cada c u a l s i n o la p a r t e de co-
n o c i m i e n t o s que p u d i e r a r e c i b i r , e n s e ñ a b a á los q u e es-
t a b a n i m p e r f e c t a m e n t e p r e p a r a d o s sus d o c t r i n a s e x o t é -
r i c a s sólo, y r e s e r v a b a l a s e s o t é r i c a s á los p r i v i l e g i a d o s
q u e h a b í a n p a s a d o cinco a ñ o s en silencio y h u m i l l a c i ó n
y se h a b í a n purificado p o r la a b n e g a c i ó n y el sacrificio.
L l e g a m o s a h o r a á la filosofía e l e á t i c a , q u e d e b e su
n o m b r e á l a c i u d a d de E l e a , c o l o n i a g r i e g a de I t a l i a ; s u s
p r i n c i p a l e s r e p r e s e n t a n t e s son J e n ó f a n e s , P a r m é n i d e s y
Z e n ó n . E s t a filosofía, al revés de las p r e c e d e n t e s , p r e s -
 — 123 —
cinde a b s o l u t a m e n t e de la m a t e r i a . J e n ó f a n e s n a c i ó e n
J o n i a . D e s t e r r a d o de su p a t r i a , vivió l a r g o s a ñ o s c o m o
r a p s o d a e r r a n t e , y acabó p o r e s t a b l e c e r s e e n E l e a . A fin
de a s e g u r a r l a m a y o r difusión á s u s d o c t r i n a s , las r e v i s -
tió de formas p o é t i c a s . Atrajo la a t e n c i ó n de la multitud^
por sus a t a q u e s c o n t r a H o m e r o , H e s i o d o y l o s . d e m á s
poetas p o p u l a r e s . L e s e c h a b a en c a r a el favorecer el ver-
gonzoso p o l i t e í s m o del t i e m p o y el e n v i l e c e r á la D i v i n i -
dad por las acciones i n m o r a l e s que a t r i b u í a n á los dioses.
P r o c l a m a b a q u e D i o s es u n Ser o m n i p o t e n t e , e x i s t e n t e
de toda e t e r n i d a d y s i n n i n g u n a s e m e j a n z a con el h o m -
b r e . M o n o t e í s t a d e c l a r a d o , c o n d e n a b a la p l u r a l i d a d de
dioses como i m p e r d o n a b l e e r r o r ; el O m n i p o t e n t e y O m -
niperfecto — d e c í a — n o p u e d e ser m á s q u e u n o , p o r q u e si
existieran s i q u i e r a dos seres c o m o él, e s t o s a t r i b u t o s sólo
podrían a p l i c a r s e á u n o de los dos. E s t e p r i n c i p i o ó este
poder ú n i c o e r a á s u s ojos el u n i v e r s o , c u y a s u s t a n c i a
h a b i e n d o existido desde la e t e r n i d a d , debía n e c e s a r i a -
m e n t e c o n f u n d i r s e con D i o s . H a y e n las c o n c e p c i o n e s de
J e n ó f a n e s , c o m o f á c i l m e n t e se r e c o n o c e , m a r c a d a t i n t u -
ra de las ideas del O r i e n t e , y su s i s t e m a ofrece en efecto
la exposición más* p r e c i s a y l u m i n o s a q u e del p a n t e í s m o
indio p u e d a h a c e r s e .
E l lector h a n o t a d o ya c u a n lejos e s t a m o s a h o r a de
las frivolidades de la filosofía j ó n i c a y del m i s t i c i s m o de
P i t á g o r a s . T e n e m o s a n t e n o s o t r o s algo m u y d i f e r e n t e ,
concepciones elevadas c o m o e n el O r i e n t e y que p r e s e n -
tan extraordinaria claridad y precisión. P a r a Jenófanes
toda revelación es u n a ficción: sólo la i n t e l i g e n c i a del
h o m b r e p u e d e p e n e t r a r e n los secretos del m u n d o i n v i s i -
ble. C o n d e n a c o m o b l a s f e m a t o r i a s las c r e e n c i a s p o p u l a r e s
que a t r i b u y e n á los dioses los s e n t i m i e n t o s , p a s i o n e s y
crímenes del h o m b r e , y a c u s a de i m p i e d a d á los q u e n o
t e m e n r e p r e s e n t a r al Ser S u p r e m o bajo f o r m a h u m a n a .
«Si el b u e y y el l e ó n — dice — p u d i e s e n c o n c e b i r la divi-
nidad, la r e p r e s e n t a r í a n c i e r t a m e n t e bajo su p r o p i a for-
ma, así c o m o el n e g r o l a da a p l a s t a d a n a r i z y n e g r o r o s -
tro, y el tracio ojos a z u l e s y r o s t r o r u b i c u n d o ». «No h a y
m á s que u n D i o s — a ñ a d e ; — n a d a t i e n e de c o m ú n c o n
la forma h u m a n a , y s u s p e n s a m i e n t o s n o s o n lo q u e l o s
 — 124 —

n u e s t r o s » . No h a y p a r t e s e n D i o s y es el m i s m o e n t o d o
l u g a r , p o r q u e de o t r o m o d o c i e r t a s p a r t e s s u y a s p r e d o m i -
n a r í a n y o t r a s e s t a r í a n s u b o r d i n a d a s , lo q u e es i m p o s i b l e ,
p u e s t o q u e la n o c i ó n m i s m a de D i o s i m p l i c a la de perfec-
t a y e n t e r a s o b e r a n í a . D i o s es todo r a z ó n , i n t e l i g e n c i a
y o m n i p o t e n c i a . E l Ser S u p r e m o p e r c i b e con a y u d a de
s e n s a c i o n e s ; por todo su ser ve y oye. J e n ó f a n e s le r e p r e -
s e n t a b a s i m b ó l i c a m e n t e p o r u n a esfera q u e , c o m o los cie-
los, a b a r c a b a al h o m b r e y t o d a s las cosas de la t i e r r a . S u
filosofía n a t u r a l r e c o n o c í a c u a t r o e l e m e n t o s : t i e r r a , a i r e ,
fuego y agua. H a s t a se h a afirmado q u e p e n s a b a q u e , en
g e n e r a l , los f e n ó m e n o s de la n a t u r a l e z a n a c e n de la com-
b i n a c i ó n de los e l e m e n t o s p r i m o r d i a l e s , y q u e la t i e r r a
e n p a r t i c u l a r h a salido del a g u a , c o n c l u s i ó n á q u e h a b í a
ido á p a r a r p o r el d e s c u b r i m i e n t o de peces fósiles e n l a s
c i m a s de las m o n t a ñ a s . E n c o n s e c u e n c i a : p a r a él t o d a s l a s
cosas son t r a n s i t o r i a s , y el h o m b r e e s t á d e s t i n a d o á d e s -
a p a r e c e r , lo m i s m o q u e la t i e r r a . E n c u a n t o á e s t a ú l t i -
m a , es u n a superficie p l a n a , c u y a r e g i ó n inferior se ex-
t i e n d e á lo infinito e n el espacio y le a s e g u r a así sólidos
c i m i e n t o s . E l m o d o con q u e J e n ó f a n e s concibe la n a t u -
r a l e z a física d e j a , s i n e m b a r g o , a d i v i n a r la e x i s t e n c i a de
d u d a s e n s u e s p í r i t u ; h a s t a r a y a en el e x c e p t i c i s m o c u a n -
d o d i c e : « N i n g ú n m o r t a l h a conocido n u n c a , n i c o n o c e r á
j a m á s , c o m p l e t a m e n t e á D i o s , p o r q u e el e r r o r e s t á de t a l
m a n e r a difundido en t o d o , q u e l a c e r t e z a es i m p o s i b l e ,
h a s t a c u a n d o a f i r m a m o s lo q u e es v e r d a d e r o y perfecto».
E l h o m b r e le p a r e c e i n c a p a z de llegar n u n c a á la v e r d a d ,
p o r q u e n o p u e d e servirse al efecto sino de e n g a ñ o s a s apa-
riencias.
J e n ó f a n e s era, sin c o n t r a d i c c i ó n , u n o de los m á s g r a n -
des filósofos de G r e c i a , y n o p u e d o dejarle s i n r e c o r d a r
s u s a t a q u e s c o n t r a H o m e r o y los d e m á s p o e t a s n a c i o n a -
les, á q u i e n e s a c u s a b a de h a b e r rebajado y d e g r a d a d o l a
i d e a de l a d i v i n i d a d ; p r e c i s o es t a m b i é n r e c o r d a r l a fe q u e
t e n í a e n la n a t u r a l e z a h u m a n a , la e n e r g í a con q u e c o m -
b a t i ó la p r e o c u p a c i ó n de m a n t e n e r s e c r e t a la v e r d a d p a r a
el vulgo, y la a b n e g a c i ó n de q u e dio p r u e b a s al difundirla
p o r d o q u i e r a c o n riesgo de su l i b e r t a d y de su v i d a . V a -
g a b a de c o m a r c a en c o m a r c a , l u c h a n d o e n todas p a r t e s
 — 125 —
c o n t r a el p o l i t e í s m o y e n s e ñ a n d o el s a b e r p o r m e d i o de
sus h i m n o s y r a p s o d i a s . E s t a forma con que lo r e v e s t í a
era e n t o n c e s la m á s favorable p a r a la p r o p a g a n d a . P u é -
dense c r i t i c a r l a s c o n c l u s i o n e s de la -filosofía de J e n ó f a -
n e s , p e r o n o h a y q u e olvidar q u e h a n sido r e p r o d u c i d a s
en su p a r t e m á s r e l e v a n t e en época n o d i s t a n t e de n o s -
otros. D a r é c o m o p r u e b a el pasaje s i g u i e n t e del final del
libro t e r c e r o de los Principios, de N e w t o n : « E l D i o s su-
p r e m o existe n e c e s a r i a m e n t e , y n e c e s a r i a m e n t e t a m b i é n
existe s i e m p r e y en t o d a s p a r t e s . E s , p u e s , el m i s m o d o n -
de quiera, todo ojos, todo oídos, todo c e r e b r o , todo b r a z o s ,
todo poderoso p a r a p e r c i b i r , c o m p r e n d e r y o b r a r , p e r o j a -
m á s h u m a n a m e n t e , n u n c a c o r p o r a l m e n t e , de u n m o d o
que n o s es a b s o l u t a m e n t e desconocido. Así c o m o u n ciego
no tiene idea a l g u n a de los c o l o r e s , así n o s o t r o s n o t e n e -
mos n i n g u n a i d e a del m o d o c o n q u e D i o s p e r c i b e y c o m -
p r e n d e todos las cosas. No t i e n e c u e r p o , n i figura c o r p o -
r a l , y , por c o n s i g u i e n t e , n o p u e d e ser v i s t o , n i o í d o , n i
t o c a d o , n i a d o r a d o bajo f o r m a s e n s i b l e . C o n c e b i m o s sus
a t r i b u t o s ; p e r o , ¿ c u á l es la s u s t a n c i a r e a l de c u a l q u i e r
cosa? E s o es lo que i g n o r a m o s » .
A la escuela e l e á t i c a , q u e e m p i e z a con J e n ó f a n e s , h a y
que a t r i b u i r el origen de la d i a l é c t i c a , en q u e t a n viva-
m e n t e brilló e n seguida el e s p í r i t u g r i e g o . E n g e n e r a l , la
escuela e l e á t i c a a b a n d o n ó la m a y o r p a r t e de las i n v e s t i -
gaciones q u e h a b í a n o c u p a d o á los filósofos j ó n i c o s , el e s -
tudio de la n a t u r a l e z a v i s i b l e , f e n ó m e n o s m a t e r i a l e s y
leyes p o r q u e se r i g e n ; se c o n s a g r ó e x c l u s i v a m e n t e al ú n i -
co objeto q u e p a r a ella c o n s t i t u í a el v e r d a d e r o conoci-
m i e n t o , la n a t u r a l e z a del ser y de D i o s . C o m o todo c a m -
bio la parecía i m p o s i b l e , e s t i m a b a todos los f e n ó m e n o s
de sucesión que el m u n d o p r e s e n t a c o m o p u r a s i l u s i o n e s ,
p r e t e n d i e n d o q u e el t i e m p o , el m o v i m i e n t o y el espacio
son q u i m e r a s de la i m a g i n a c i ó n ó s i m p l e s i l u s i o n e s de los
sentidos. S e p a r a d a la r a z ó n de la o p i n i ó n , a t r i b u í a á la
p r i m e r a la c o n c e p c i ó n de la v e r d a d a b s o l u t a , y á la se-
gunda las p e r c e p c i o n e s i m p e r f e c t a s q u e d e b e m o s á los
sentidos. S o b r e este p r i n c i p i o c o m p u s o P a r m é n i d e s s u
obra De la naturaleza, q u e dividió e n dos l i b r o s : u n o con-
sagrado á la r a z ó n y otro á la o p i n i ó n . P a r t i e n d o de l a
 — 126 —
i d e a de que el ser es i n c r e a d o é i n m u t a b l e , n i e g a en abso-
l u t o l a s r e l a c i o n e s de t i e m p o y espacio, y d e c l a r a que todo
m o v i m i e n t o y t o d o c a m b i o , sea c u a l q u i e r a su n a t u r a l e z a ,
s o n s i m p l e s i l u s i o n e s . E l p a n t e í s m o c o n s t i t u y e el c a r á c -
t e r esencial de sus d o c t r i n a s : «el t o d o — d i c e — e s p e n s a -
m i e n t o é inteligencia.» P o n i e n d o así en p a r a l e l o el p e n -
s a m i e n t o y el s e r , s o s t i e n e q u e el p e n s a m i e n t o n o existe
sino p o r el ser, y deduce n e c e s a r i a m e n t e q u e el p e n s a -
m i e n t o y el ser d e b e n c o n c e b i r s e c o m o f o r m a n d o u n a sola
cosa.
E n la s e g u n d a p a r t e de su o b r a t r a t a P a r m é n i d e s de l a
o p i n i ó n , q u e , c o m o h e m o s dicho, d e p e n d e e x c l u s i v a m e n -
t e de los s e n t i d o s y con l a q u e n o p o d e m o s p o r t a n t o
c o n t a r a u n q u e n o sea n e c e s a r i a m e n t e falsa. L o poco q u e
n o s q u e d a de l a s o b r a s de P a r m é n i d e s , n o s i m p o s i b i l i t a
casi p a r a r e c o n s t i t u i r s u t e o r í a e n t o d o s s u s d e t a l l e s ; p a r e -
ce r e l a c i o n a r s e con las d o c t r i n a s de los j ó n i c o s , c o m o lo
i n d i c a la h i p ó t e s i s de la e x i s t e n c i a en la n a t u r a l e z a de
dos p r i n c i p i o s : u n fuego e t é r e o y u n a n o c h e p e s a d a ,
principios q u e , unidos en proporciones iguales, consti-
t u y e n t o d a s l a s cosas. B a s t a n t e h e m o s d i c h o del s i s t e m a
físico de P a r m é n i d e s p a r a d i s p e n s a r n o s de e x p o n e r l e p o r
c o m p l e t o , a u n q u e p u d i é r a m o s h a c e r l o . P a r m é n i d e s se
dejó llevar á m e n u d o de las m á s a b s u r d a s e x t r a v a g a n -
c i a s , q u e n o m e r e c e n n o s d e t e n g a m o s e n ellas. Coloca
p o r e j e m p l o e n el c e n t r o del m u n d o , u n d e m o n i o o m n i -
p o t e n t e : r e p r o d u c e la a n t i g u a d o c t r i n a que h a c í a n a c e r
los a n i m a l e s del c i e n o , y a s e g u r a q u e e s t a n d o el h o m b r e
f o r m a d o de luz y de t i n i e b l a s , sufre l a s e n c o n t r a d a s i n -
fluencias de estos dos e l e m e n t o s , y- n o p u e d e p o r c o n s i -
g u i e n t e , llegar n u n c a á l a v e r d a d a b s o l u t a . L a filosofía
m o d e r n a , p o r o t r o s c a m i n o s y p a r t i e n d o de p r i n c i p i o s
m u c h o m á s s ó l i d o s , h a llegado á la m i s m a d e s e s p e r a d a
conclusión.
L a s d o c t r i n a s de P a r m é n i d e s fueron t a m b i é n l a s p r o -
fesadas p o r el eléata Z e n ó n , q u e p a s a p o r su hijo a d o p -
t i v o . E l fué q u i e n p u s o en b o g a el m é t o d o de d e m o s t r a -
ción p o r r e d u c c i ó n al a b s u r d o . E s c r i b í a en p r o s a y n o e n
verso, como sus predecesores. Mientras que P a r m é n i d e s
se h a b í a p r o p u e s t o e s t a b l e c e r la e x i s t e n c i a de l a u n i d a d ,
 — 127 —
Z e n ó n t r a t ó de e s t a b l e c e r , s o b r e t o d o , la n o - e x i s t e n c i a
de la p l u r a l i d a d , s e g ú n el p r i n c i p i o de q u e r e a l m e n t e
sólo existe u n a c o s a , y q u e t o d a s las d e m á s son sólo
modificaciones ó a p a r i e n c i a s d i s t i n t a s de la m i s m a . N e -
gaba el m o v i m i e n t o , a u n r e c o n o c i e n d o q u e existe e n
a p a r i e n c i a , y le m i r a b a c o m o s i m p l e d e s i g n a c i ó n a p l i c a -
da á u n a serie de estados s u c e s i v o s , cada u n o de los c u a -
les es n e c e s a r i a m e n t e u n estado de r e p o s o . Oponía cua-
tro a r g u m e n t o s á la posibilidad del m o v i m i e n t o ; el se-
gundo es la célebre p a r a d o j a de A q u i l e s . H e a q u í en q u é
c o n s i s t e : « S u p o n e d q u e Aquiles m a r c h a diez veces m á s
aprisa q u e u n a t o r t u g a ; si la t o r t u g a va d e l a n t e , A q u i l e s
no p o d r á a l c a n z a r l a n u n c a : a d m i t i d en efecto, q u e e n t r e
ellos existe u n i n t e r v a l o de 1.000 p i e s ; c u a n d o A q u i l e s
haya r e c o r r i d o estos 1.000 p i e s , la t o r t u g a h a b r á reco-
rrido otros 100, y c u a n d o Aquiles h a y a a n d a d o estos 1 0 0
p i e s , la t o r t u g a le s a c a r á todavía 10 pies de d e l a n t e r a , y
así s u c e s i v a m e n t e h a s t a lo i n f i n i t o ; Aquiles m a r c h a r á ,
pues, indefinidamente sin poder alcanzar a l a tortuga».
H e a q u í a h o r a c ó m o p r o b a b a la e x i s t e n c i a de u n a sola
cosa indivisible ó infinita. « S u p o n e r lo u n o d i v i s i b l e —
d i c e — e s s u p o n e r l e f i n i t o ; si es d i v i s i b l e , lo es h a s t a l o
infinito. A h o r a b i e n , si e x i s t e n dos c o s a s , t i e n e q u e h a -
ber n e c e s a r i a m e n t e e n t r e ellas u n i n t e r v a l o , algo q u e l a s
separe y las l i m i t e . ¿ Q u é es este a l g o ? O t r a cosa cierta-
m e n t e , p e r o si n o es la m i s m a c o s a , es preciso t a m b i é n
que esté s e p a r a d a y l i m i t a d a , y así s u c e s i v a m e n t e h a s t a
lo infinito. No p u e d e , p u e s , existir m á s q u e u n a sola
cosa de q u e p r o c e d e n t o d a s las d e m á s p o r n u m e r o s a s
que s e a n » . C i t e m o s a u n su a r g u m e n t a c i ó n c o n t r a P r o t a -
g o r a s , q u e n o s m o s t r a r á l a poca confianza q u e t e n í a e n
las i n d i c a c i o n e s de los s e n t i d o s . « Z e n ó n p r e g u n t a b a si
u n g r a n o de t r i g o ó la m i l é s i m a p a r t e de este g r a n o p r o -
duciría r u i d o al c a e r en el s u e l o ; á l a r e s p u e s t a a f i r m a t i -
va de su i n t e r l o c u t o r , p r e g u n t ó si s u c e d e r í a lo m i s m o
con u n a m e d i d a de t r i g o . H a b i e n d o sido t a m b i é n afir-
m a t i v a la r e s p u e s t a , p r e g u n t ó , en fin, si la m e d i d a de t r i -
go no e s t a b a en r e l a c i ó n d e t e r m i n a d a con el g r a n o ú n i -
co, lo que t a m b i é n h u b o q u e c o n c e d e r l e ; de lo cual s e
juzgó a u t o r i z a d o p a r a d e d u c i r q u e la caída de u n a m e d i -
 — 128 —
d a de t r i g o n o p r o d u c í a n i n g ú n r u i d o , p u e s t o que de o t r o
m o d o l a m e n o r p a r t í c u l a de u n solo g r a n o d e b e r l a p r o d u -
c i r el m i s m o efecto».
A los n o m b r e s q u e h e m o s citado c o m o p e r t e n e c i e n t e s
á l a escuela e l e á t i c a , p o d e m o s u n i r el de Melisso de S a -
i n o s que p a r t í a t a m b i é n de la idea del ser u n o , i n m u t a b l e
é i n d i v i s i b l e . C o m o t o d o s los e l é a t a s , n e g a b a el m o v i -
m i e n t o y el c a m b i o , que e s t i m a b a c o m o s i m p l e s ilusio-
n e s de los s e n t i d o s . D e la i n d i v i d u a l i d a d del ser d e d u c í a
su i n c o r p o r e i d a d , y n e g a b a p o r c o n s i g u i e n t e , la posibi-
l i d a d de la e x i s t e n c i a bajo c u a l q u i e r a forma s e n s i b l e .
L a lista de los filósofos eléatas t e r m i n a con el n o m b r e
de E m p é d o c l e s de A g r i g e n t o , c u y a l e g e n d a r i a e x i s t e n c i a
l e h a c e casi rival de P i t á g o r a s . A p r e n d i ó en O r i e n t e l a
m e d i c i n a , la m a g i a , el a r t e de h a c e r m i l a g r o s y el de
fabricar l a lluvia y el v i e n t o . L l e v a b a h a b i t u a l m e n t e
v e s t i d u r a s s a c e r d o t a l e s , u n . c e ñ i d o r de oro y u n a c o r o n a ,
y p r o c l a m a b a q u e e r a u n D i o s . Se h a p r e t e n d i d o q u e n o
m u r i ó y q u e se elevó h a c i a l a b ó v e d a celeste en m e d i o
de s o b r e n a t u r a l gloria. P e r o s e g ú n o t r o s , se l a n z ó e n el
c r á t e r del E t n a con la e s p e r a n z a de q u e , n o siendo co-
n o c i d a la causa de su m u e r t e , seguiría p a s a n d o p o r u n
D i o s . E s t a e s p e r a n z a fué b u r l a d a por el v o l c á n que , e n
s u p r i m e r a e r u p c i ó n arrojó al e x t e r i o r l a s s a n d a l i a s de
b r o n c e de este filósofo. F i e l á los p r i n c i p i o s de la escue-
la , d e s p r e c i a b a los s e n t i d o s y sólo creía en la r a z ó n . L o s
f r a g m e n t o s q u e de él h a n q u e d a d o i n d u c e n á p e n s a r q u e
n i e n los s e n t i d o s n i a u n e n la r a z ó n t e n í a confianza,
p e r s u a d i d o como e s t a b a de q u e el a l m a h a b í a c o n t r a í d o
o r i g i n a l imperfección y q u e e s t a b a c o n d e n a d a á vivir e n
e s t e m u n d o y á t r a s m i g r a r e n seguida á u n a serie de
c u e r p o s diferentes. A d m i t e la d o c t r i n a eleática de q u e lo
s e m e j a n t e sólo p u e d e c o n o c e r s e p o r lo s e m e j a n t e ; el fue-
go p o r el fuego; el a m o r p o r el a m o r ; el r e c o n o c i m i e n t o
de l a d i v i n i d a d p a r a el h o m b r e es p a r a él suficiente p r u e -
b a de la e x i s t e n c i a de esta d i v i n i d a d . S u s e l e m e n t o s pri-
m e r o s s o n e n n ú m e r o de c u a t r o : l a t i e r r a , el aire, el fue-
go y el a g u a ; les a g r e g a otros dos p r i n c i p i o s : el a m o r y
el odio. L o s c u a t r o e l e m e n t o s son c u a t r o dioses ó c u a t r o
fuerzas d i v i n a s , p u e s t o q u e de ellos h a n sido c r e a d a s t o -
 - 129 —
das las cosas. E l a m o r es el p o d e r c r e a d o r ; el odio el q u e
d e s t r u y e ó modifica. E s e v i d e n t e q u e el s i s t e m a r i g u r o -
s a m e n t e filosófico de J e n ó f a n e s h a b í a d e g e n e r a d o c o n
E m p é d o c l e s e n s i s t e m a m í s t i c o y equívoco q u e n o e r a
m á s que confusa m e z c l a de c o n c e p c i o n e s físicas, m e t a -
físicas y m o r a l e s . Con E m p é d o c l e s los p r i n c i p i o s e m p i e -
zan á p e r d e r su e s t a b i l i d a d , se e m p i e z a á n o c o n t a r ya
con n i n g ú n s i s t e m a filosófico; el e s c e p t i c i s m o u n i v e r s a l
no está lejos.
L o s trabajos de D e m ó c r i t o de A b d e r a n o c o n t r i b u y e r o n
poco á este deplorable r e s u l t a d o . S u p a d r e d i c e n q u e e r a
rico, t a n rico que t u v o el i n s i g n e h o n o r de t e n e r p o r h u é s -
ped al rey de los p e r s a s J e r j e s ; este ú l t i m o , p a r a d e m o s -
trarle su e s t i m a c i ó n , le dejó v a r i o s m a g o s y caldeos q u e
c o m p l e t a r o n la educación de su hijo. A la m u e r t e de su
padre, D e m ó c r i t o r e p a r t i ó las t i e r r a s e n t r e sus h e r m a n o s
y conservó p a r a sí el d i n e r o , m á s a p r o p ó s i t o p a r a facili-
tarle los l a r g o s viajes q u e p r o y e c t a b a . Visitó E g i p t o , E t i o -
pía, P e r s i a y t a m b i é n la I n d i a , y b e b i ó en t o d a s las fuen-
tes de c o n o c i m i e n t o s q u e en estos países e n c o n t r ó . S e g ú n
D e m ó c r i t o « n a d a es v e r d a d , ó por lo m e n o s , n a d a lo es
c i e r t a m e n t e p a r a n o s o t r o s » . S i n e m b a r g o , c o m o en su
s i s t e m a la s e n s a c i ó n c o n s t i t u y e el p e n s a m i e n t o , y al m i s -
mo t i e m p o n o es m á s que u n a modificación del ser q u e
siente «las s e n s a c i o n e s son n e c e s a r i a m e n t e verdaderas».
P a r a D e m ó c r i t o , en otros t é r m i n o s , la s e n s a c i ó n es v e r -
dadera s u b j e t i v a m e n t e , p e r o n o o b j e t i v a m e n t e . L o d u l c e ,
lo a m a r g o , lo c a l i e n t e y lo frío son s i m p l e s c r e a c i o n e s
del espíritu; en el objeto e x t e r i o r al q u e referimos e s t a s
ideas, n o existe m á s que espacio y á t o m o s , y la idea que
t e n e m o s de las p r o p i e d a d e s de este objeto p r o v i e n e de
i m á g e n e s que e m i t e y q u e p e r c i b i m o s p o r los s e n t i d o s .
Confundiendo así l a s e n s a c i ó n y el p e n s a m i e n t o , D e m ó -
crito p r e t e n d í a a d e m á s q u e la reflexión es n e c e s a r i a p a r a
la adquisición del c o n o c i m i e n t o v e r d a d e r o , y que la s e n -
sación, p o r sí m i s m a , n o m e r e c e n i n g u n a confianza. L a
sensación p u e d e i n d i c a r n o s b i e n q u e lo dulce y lo a m a r g o ,
el calor y el frío se h a l l a n en los c u e r p o s , p e r o la reflexión
es la que n o s e n s e ñ a q u e esas son s i m p l e s i l u s i o n e s y q u e
en realidad sólo e x i s t e n los á t o m o s y el espacio. V o l v i e n -

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 9

 — 130 —
do en seguida h a c i a el p r o b l e m a de l a p e r c e p c i ó n y b u s -
c a n d o c ó m o t i e n e el e s p í r i t u c o n c i e n c i a de las cosas e x t e -
r i o r e s , D e m ó c r i t o s u p o n e q u e de estos objetos e m a n a n
c o n t i n u a m e n t e i m á g e n e s de sí m i s m o s , q u e son a s i m i l a -
das p o r el aire q u e a t r a v i e s a n y q u e l l e g a n p o r los p o r o s
á los ó r g a n o s de la s e n s a c i ó n . E s t a s i m á g e n e s t o t a l m e n -
t e superficiales son n e c e s a r i a m e n t e i m p e r f e c t a s y p o c o
fieles y lo m i s m o p o r c o n s i g u i e n t e d e b e n ser los conoci-
m i e n t o s q u e n o s s u m i n i s t r a n . D e m ó c r i t o , al c o n t r a r i o d e
los e l é a t a s , r e c h a z a b a la u n i d a d de los e l e m e n t o s y a d m i -
tía su p l u r a l i d a d , sin a c e p t a r n o o b s t a n t e n i los c u a t r o
e l e m e n t o s de E m p é d o c l e s , n i sus dos p r i n c i p i o s del a m o r
y el odio, n i las homceomoriat de A n a x á g o r a s . N e g a b a t a m -
b i é n t o d a c u a l i d a d sensible á los e l e m e n t o s p r i m e r o s .
Concebía los c u e r p o s como f o r m a d o s de p a r t í c u l a s ó ato •
m o s i n v i s i b l e s , á t o m o s q u e , p o r la v a r i e d a d de su confi-
g u r a c i ó n , p o r su c o m b i n a c i ó n y p o r sus m o d o s de a r r e g l o
d i f e r e n t e s , p u e d e n e n g e n d r a r t o d a s las f o r m a s . E l á t o m o
vive de sí m i s m o y d u r a e t e r n a m e n t e . D e este m o d o
m u e s t r a c ó m o la p l u r a l i d a d p u e d e n a c e r de la u n i d a d , y
concilia la a p a r e n t e c o n t r a d i c c i ó n q u e s e p a r a b a l a s filoso-
fías j ó n i c a y e l e á t i c a .
L a q u í m i c a m o d e r n a h a c o n s e r v a d o , en lo que t e n í a de
esencial, la d o c t r i n a de los á t o m o s de E m p é d o c l e s . E l p r i n -
cipio p l á s t i c o g e n e r a l de la n a t u r a l e z a e r a p a r a él el des-
t i n o , pero h a y m o t i v o s p a r a c r e e r que e n t e n d í a p o r esto
u n a ley i r r e v o c a b l e .
U n s i s t e m a fundado e n c o n s i d e r a c i o n e s r i g u r o s a m e n t e
m a t e m á t i c a s , que t o m a por p u n t o de p a r t i d a los á t o m o s
y el vacío, éste pasivo y s i n actividad; q u e ve s i m p l e m e n -
t e en la g e n e r a c i ó n de las cosas n u e v a a g r e g a c i ó n ó se-
p a r a c i ó n de á t o m o s ; q u e r e c o n o c e en estos á t o m o s la p r o -
p i e d a d de d a r origen p o r su c o m b i n a c i ó n , á todos los
c u e r p o s c o m p u e s t o s ; q u e se eleva, en fin, á t a l a l t u r a de
c o n c e p c i ó n que n o s deja e n t r e v e r todo u n m u n d o en u n
simple átomo; semejante sistema puede atraer nuestra
atención por sus resultados, pero no merece ciertamente
n u e s t r a a p r o b a c i ó n c u a n d o le v e m o s ir á p a r a r á conclu-
siones t a n e x t r a ñ a s c o m o e s t a s : q u e los c o n o c i m i e n t o s
m a t e m á t i c o s m i s m o s , n o ofrecen c o m p l e t a g a r a n t í a de
 - 181 —

certeza; q u e el a l m a n o es m á s q u e u n a f o r m a m á s de-
licada a d a p t a d a á la g r o s e r a f o r m a del c u e r p o ; q u e la r a -
zón m i s m a n o p u e d e llegar á la v e r d a d a b s o l u t a ; que d e -
b e m o s a b a n d o n a r n o s al e s c e p t i c i s m o b a s t a d u d a r de la
s e m e j a n z a de las superficies de l a s p o r c i o n e s de u n c o n o
que se a c a b a de dividir en d o s ; q u e el r e s u l t a d o final de
las i n d a g a c i o n e s h u m a n a s es d e m o s t r a r de m o d o irrefu-
table que el h o m b r e es i n c a p a z de c o n o c i m i e n t o s ; q u e
h a s t a c u a n d o e s t á en posesión de la v e r d a d n o p u e d e es-
tar cierto de e l l a ; q u e el m u n d o , e n fin, es u n a i l u s i ó n
incesante y que no hay Dios.
A p e n a s se n e c e s i t a referir l a s l e y e n d a s a n e c d ó t i c a s q u e
a d o r n a n la biografía de D é m ó c r i t o . Se q u e m ó los o j o s —
d i c e n — c o n u n espejo u s t o r i o á fin de n o dejarse e n g a ñ a r
de sus falsos t e s t i m o n i o s , y a s e g u r a r su l i b r e ejercicio á
su r a z ó n , ficción q u e al p r i n c i p i o n o r e c o r d a b a s i n o l a
acusación s a r c á s t i c a q u e sus a d v e r s a r i o s le d i r i g í a n , y q u e
ha c o n v e r t i d o en h e c h o r e a l la i m b e c i l i d a d de las e d a d e s
siguientes. Se reía c o n s t a n t e m e n t e de la ciencia y de l a s
locuras h u m a n a s , y m e r e c i ó de este m o d o el apodo de filó-
sofo r i s u e ñ o . L o h a n p r e t e n d i d o p o r lo m e n o s , p e r o p e n -
saremos m u y d i v e r s a m e n t e e n este r e s p e c t o si q u e r e m o s
aceptar la opinión del célebre m é d i c o H i p ó c r a t e s : l l a m a -
do por los h a b i t a n t e s de A b d e r a p a r a c u r a r á D é m ó c r i t o
de su l o c u r a , c o n v e r s ó largo t i e m p o con él, le a b a n d o n ó
lleno de a d m i r a c i ó n y v e n e r a c i ó n , é h i z o o b s e r v a r á los
que le h a b í a n h e c h o v e n i r q u e e s t a b a n m u c h o m á s e n -
fermos que el filósofo.
E n s u m a , la p a r t e de G r e c i a q u e p e r t e n e c e á E u r o p a
había h e c h o poco p o r la c a u s a de la filosofía. L a s p r i n c i -
pales escuelas e s t a b a n en Asia M e n o r ó en I t a l i a , e n l a s
colonias g r i e g a s . H a b í a llegado el t i e m p o en que la m a -
dre p a t r i a i b a á s u vez á e m p e z a r b r i l l a n t e c a r r e r a . L a
actividad i n t e l e c t u a l d e s p l e g a d a p o r l a s colonias g r i e g a s
ejerció en a q u e l m o m e n t o decisiva influencia e n los d e s -
tinos de E u r o p a , h e c h o q u e debía r e p r o d u c i r s e a u n o t r a
vez en el p o r v e n i r . E l e s p í r i t u m e r c a n t i l h a a l e n t a d o
siempre en l a s n a c i o n e s la a c t i v i d a d i n t e l e c t u a l , y des-
arrollado el g u s t o a v e n t u r e r o ; este e s p í r i t u m e r c a n t i l h a c e
poco caso de las o p i n i o n e s a ñ e j a s y e s t i m a t o d a s las cosas
 — 1.32 —
p o r su valor a c t u a l . P o r eso e s t a b a r e s e r v a d a á las colo-
n i a s g r i e g a s la a l t a m i s i ó n de d a r á conocer y difundir l a
filosofía e s p e c u l a t i v a . Q u i n i e n t o s a ñ o s m á s t a r d e las vol-
veremos á encontrar cumpliendo análoga misión, en la
época e n q u e l a especulación filosófica i b a á ser s u p l a n t a -
da p o r la fe religiosa. No se p u e d e n e g a r , en efecto, bajo
el p u n t o de v i s t a e n t e r a m e n t e h u m a n o , q u e la r á p i d a
p r o p a g a c i ó n del c r i s t i a n i s m o p r i m i t i v o h a y a t e n i d o su
c a u s a en las facilidades e x t r a o r d i n a r i a s de c o m u n i c a c i ó n
q u e e x i s t í a n e n t r e t o d a s las n a c i o n e s e s p a r c i d a s á orillas
del M e d i t e r r á n e o , desde los p u e r t o s de L e v a n t e h a s t a los
de F r a n c i a y E s p a ñ a . D u r a n t e los cinco siglos que p r e -
c e d i e r o n á la e r a c r i s t i a n a , h a b í a s e establecido e n t r e t o -
dos estos países i n c e s a n t e c a m b i o de r e l a c i o n e s ; bajo la
dominación romana tomó mayor extensión, adquiriendo
e n t o n c e s c o n s i d e r a b l e i m p o r t a n c i a política. S e m e j a n t e
e s t a d o de cosas n o p u e d e ser m á s favorable á la difusión
d e las ideas, n i lo es m e n o s á su b r o t e , g r a c i a s al i n c e s a n -
t e i m p u l s o que da á la a c t i v i d a d i n t e l e c t u a l . L a s n a c i o n e s
c o m e r c i a n t e s p r e s e n t a n bajo este a s p e c t o s o r p r e n d e n t e
c o n t r a s t e con las n a c i o n e s agrícolas. L a s p r i m e r a s difun-
d i e r o n p o r t o d a s p a r t e s la filosofía e s p e c u l a t i v a , y, m á s
t a r d e el c r i s t i a n i s m o , m i e n t r a s que las s e g u n d a s p e r m a -
n e c i e r o n a p e g a d a s con i n c r e í b l e t e r q u e d a d á l a s a n t i g u a s
t r a d i c i o n e s y á los a b s u r d o s del p o l i t e í s m o ; t a n cierto es
esto c o m o q u e el n o m b r e de p a g a n i s m o con q u e su siste-
m a religioso es conocido n o era al p r i n c i p i o m á s q u e u n
mote.
E l estado i n t e l e c t u a l de las colonias de I t a l i a y Sicilia
n o h a sido e s t u d i a d o p o r los críticos con t o d a la a t e n c i ó n
q u e m e r e c e . P a r a los que se i n t e r e s a n sobre todo en los
p r o g r e s o s del p o d e r m a t e r i a l , los r e s u l t a d o s políticos del
d e s a r r o l l o i n t e l e c t u a l de esta p a r t e de E u r o p a se h a n
eclipsado p o r los r e s u l t a d o s de la e x t e n s i ó n del p o d e r de
la r e p ú b l i c a r o m a n a ; p e r o los q u e a b a r c a n las cosas de
m á s a m p l i a m a n e r a e s t i m a n q u e vale la p e n a de i n v e s t i -
g a r si l a filosofía g r i e g a q u e e r a c u l t i v a d a e n las colonias
n o h a p r o d u c i d o , en el t r a n s c u r s o de los siglos, r e s u l t a d o s
t a n fecundos y v e r d a d e r o s c o m o los g r a n d e s triunfos m i -
l i t a r e s de la C i u d a d E t e r n a . L a s r e l a c i o n e s q u e t u v o la
 — 133 —
p e n í n s u l a I t á l i c a con el r e s t o del c o n t i n e n t e , y p o r las q u e
influyó sobre la m a r c h a de la civilización e u r o p e a , p e r t e -
n e c e n á t r e s épocas d i s t i n t a s : á la p r i m e r a c o r r e s p o n d e la
filosofía q u e n a c i ó e n las c i u d a d e s griegas del S u r de l a
P e n í n s u l a , filosofía que se h u b i e r a s e g u r a m e n t e elevado
á la a l t u r a de los g r a n d e s s i s t e m a s filosóficos de la I n d i a
si n o h u b i e r a sido c o n t e n i d a p o r la r á p i d a e x t e n s i ó n del
poder r o m a n o ; en la s e g u n d a época h a l l a m o s la influencia
m i l i t a r de R o m a r e p u b l i c a n a é i m p e r i a l ; la t e r c e r a , en fin,
es la época de R o m a eclesiástica. M á s t a r d e v e r e m o s e n
qué m e d i d a procedía ésta de las o t r a s dos. No c o n o c e m o s
la p r i m e r a época m á s q u e i m p e r f e c t a m e n t e , y u n inves-
tigador laborioso é i l u s t r a d o t e n d r í a sin d u d a m u c h o s h e -
chos que a c l a r a r en ella.
P o r c a u s a de l a escasa e x t e n s i ó n de su t e r r i t o r i o y de
la g r a n d e n s i d a d de su población se vio obligada G r e c i a
á fundar colonias. H a y que a g r e g a r t a m b i é n la influencia
de las d i s e n s i o n e s i n t e s t i n a s que la t u r b a r o n y l a s conse-
cuencias de f r e c u e n t e s d i s c o r d i a s . E s t a s colonias se
desarrollaron y m u l t i p l i c a r o n h a s t a tal p u n t o , q u e p r o n t o
la influencia g r i e g a p r e d o m i n a b a en todo el M e d i t e r r á n e o
y en sus p r i n c i p a l e s i s l a s ; los griegos d a b a n , sobre todo,
gran i m p o r t a n c i a á estas islas p o r el a l c a n c e e s t r a t é g i c o
que s u p o n í a n t e n e r . L a o p i n i ó n de A l e j a n d r o el G r a n d e
era que la posesión de la isla de C h i p r e era la clave de la
d o m i n a c i ó n en el M e d i t e r r á n e o e n t e r o . L o s colonos grie-
gos e r a n v e r d a d e r o s filibusteros; d o n d e q u i e r a q u e se es-
tablecían r o b a b a n las m u j e r e s y t e n í a n cuidado de e n s e ñ a r
su propia l e n g u a á los hijos q u e de ellas t e n í a n . Así obra-
ban n o h a c e m u c h o los d e s c e n d i e n t e s de los e s p a ñ o l e s e n
América. A l g u n a s colonias g r i e g a s h a b í a n llegado á i n -
creíble g r a d o de p r o s p e r i d a d c o l o n i a l . C r o t o n a t e n í a m á s
de v e i n t e k i l ó m e t r o s de c i r c u i t o ; S y b a r i s , o t r a c i u d a d de
Italia, se h a h e c h o p r o v e r b i a l por s u s r i q u e z a s y sus c o s -
t u m b r e s d i s i p a d a s . L a p r o s p e r i d a d de e s t a s c i u d a d e s e r a
debida á doble c a u s a ; a d e m á s de ser c e n t r o s de v a s t a s
regiones a g r í c o l a s , a l i m e n t a b a n en t o d a s d i r e c c i o n e s r e -
laciones c o m e r c i a l e s m u y a c t i v a s . L a M e t r ó p o l i , con su
n u m e r o s a p o b l a c i ó n , les ofrecía salidas s e g u r a s y l u c r a t i -
vas, y se e n r i q u e c í a n a d e m á s p o r el i n c e s a n t e tráfico q u e
 — 134 —

h a c í a n con las c i u d a d e s de la c u e n c a del M e d i t e r r á n e o ;

así proveían de t r i g o á A t e n a s y de aceite á C a r t a g o . E n
l a s c i u d a d e s g r i e g a s e n l a z a d a s con l a r e d c o m e r c i a l , y e n
A t e n a s p r i n c i p a l m e n t e , t o d a s las a r t e s c o n c e r n i e n t e s á la
n a v e g a c i ó n h a b í a n recibido t a l i m p u l s o , que la a s o m b r o s a
a c t i v i d a d i n d u s t r i a l q u e e n estas ciudades r e i n a b a cons-
t i t u í a el c a r á c t e r típico de su vida p ú b l i c a . E n o t r a s par-
t e s de G r e c i a , en E s p a r t a , p o r ejemplo, era m u y d i s t i n t o :
e n E s p a r t a las leyes de L i c u r g o h a b í a n s u p r i m i d o la
p r o p i e d a d p r i v a d a , y todo era allí de todos: era la vida sal-
vaje o r g a n i z a d a , y, p o r c o n s i g u i e n t e , allí el c o m e r c i o n o
t e n í a r a z ó n de ser. E n A t e n a s , p o r el c o n t r a r i o , lejos de
ser c o n s i d e r a d a como d e s h o n r o s a la profesión del c o m e r -
cio, a l g u n o s de los g r a n d e s h o m b r e s que h a n m e r e c i d o el
dictado de filósofos n o d e s d e ñ a b a n de c o n s a g r a r u n a par-
t e de su t i e m p o á los a s u n t o s c o m e r c i a l e s . A r i s t ó t e l e s t e -
n í a u n a t i e n d a de especiero en A t e n a s , y P l a t ó n v e n d í a
aceite en E g i p t o .
C a r t a g o e r a el objetivo de la a m b i c i ó n de A t e n a s en
c u a n t o h u b i e r a l o g r a d o h a c e r la c o n q u i s t a de Sicilia;
c o m p r e n d í a que allí e s t a b a la clave de la d o m i n a c i ó n en
el M e d i t e r r á n e o . L a d e s t r u c c i ó n de C a r t a g o m a r c ó el a p o -
geo del p o d e r r o m a n o . C a r t a g o o c u p a b a u n a p e n í n s u l a
de 7 2 k i l ó m e t r o s de circuito y 5 k i l ó m e t r o s t a n sólo de
a n c h u r a . Se h a e s t i m a d o que su t e r r i t o r i o t o t a l p r e s e n t a -
b a u n a l í n e a de costas de 2 . 2 5 0 k i l ó m e t r o s p o r lo m e n o s ;
e n c e r r a b a 300 c i u d a d e s . C a r t a g o t e n í a p o s e s i o n e s en E s -
p a ñ a , én Sicilia y en las diferentes islas del M e d i t e r r á -
n e o , p o s e s i o n e s q u e se h a b í a a s e g u r a d o , n o p o r la c o n -
q u i s t a , sino p o r la c o l o n i z a c i ó n . E n sus m i n a s de p l a t a
de E s p a ñ a n o e m p l e a b a m e n o s de 4 0 . 0 0 0 h o m b r e s . H a b í a
sido s i e m p r e fiel á los p r i n c i p i o s políticos de los t i r i o s ,
s u s f u n d a d o r e s , q u e c o l o n i z a b a n con el objeto de c r e a r
factorías. P o s e í a n 4 0 en el M e d i t e r r á n e o , y así h a b í a n a -
cido C a r t a g o m i s m a . D e b í a sobre todo su p r o p i e d a d á la
u n i ó n de las c u e n c a s o r i e n t a l y o c c i d e n t a l del M e d i t e r r á -
neo. Los tratantes cartagineses mismos eran propietarios
de los navios en q u e t r a n s p o r t a b a n sus m e r c a n c í a s . Co-
n o c í a n v a r i a s p r á c t i c a s c o m e r c i a l e s de los t i e m p o s m o -
d e r n o s , los seguros y los p r é s t a m o s á la g r u e s a ; h a s t a se
 - 135 -
h a dicho q u e su m o n e d a de c u e r o e r a a n á l o g a á n u e s t r o s
billetes de B a n c o .
H e m o s h a b l a d o e n el c a p í t u l o a n t e r i o r de los esfuerzos
h e c h o s por las n a c i o n e s a s i á t i c a s p a r a e s t a b l e c e r s e en
E g i p t o y en las costas m e r i d i o n a l e s del M e d i t e r r á n e o ;
h a b l e m o s a h o r a de sus o p e r a c i o n e s en las costas s e p t e n -
trionales , c u y a s c o n s e c u e n c i a s son de g r a n i n t e r é s p a r a
la h i s t o r i a de la filosofía. L a s c i u d a d e s del Asia M e n o r ,
después de sus l u c h a s c o n t r a los r e y e s l i d i o s , h a b l a n lle-
gado á ser b i e n p r o n t o p r e s a de los p e r s a s , y ya n o fal-
taba á esta ú l t i m a p o t e n c i a m á s q u e p a s a r al c o n t i n e n t e
europeo. G u a n d o la política que debe seguirse e s t á t a n
c l a r a m e n t e i n d i c a d a , p r o n t o se e n c u e n t r a u n p r e t e x t o ; la
situación i n t e r i o r de G r e c i a e r a m u y á p r o p ó s i t o , p o r o t r a
p a r t e , p a r a t e n t a r á u n i n v a s o r . N i n g ú n lazo de u n i ó n
parecía existir ya e n t r e las diferentes c i u d a d e s , y las m á s
i m p o r t a n t e s de ellas se h a l l a b a n e n u n estado de revolu-
ción casi p e r p e t u a . E n A t e n a s , l a s leyes de D r a c ó n , h a -
bían, 662 a ñ o s a n t e s de J e s u c r i s t o , dejado el p u e s t o á las
de Solón, y d e s d e esta época el p o d e r e s t a b a en m a n o s de
a v e n t u r e r o s , q u e se lo d i s p u t a b a n p o r m e d i o de violencias
y de i n t r i g a s . E n m e d i o de e s t a s c i r c u n s t a n c i a s pasó á
E u r o p a el rey de los p e r s a s . L o s a c o n t e c i m i e n t o s m i l i t a -
res de e s t a p r i m e r a i n v a s i ó n y de la s e g u n d a , m a n d a d a
por J e r j e s , h a n sido a d o r n a d o s con exceso p o r la viva y
brillante i m a g i n a c i ó n de los g r i e g o s : e r a r e a l m e n t e su-
pérfluo c r e a r , p o r e j e m p l o , ficciones c o m o la del m i l l ó n
de h o m b r e s que c a y e r o n sobre E u r o p a ó los 2 0 0 . 0 0 0 com-
b a t i e n t e s q u e q u e d a r o n en el c a m p o de b a t a l l a de P l a t e a .
Si no t u v i é s e m o s á m a n o h e c h o s t a n i n c u e s t i o n a b l e s c o m o
la t o m a é i n c e n d i o de A t e n a s , el h e c h o sólo de q u e estas
g u e r r a s d u r a r o n m á s de c i n c u e n t a a ñ o s b a s t a r í a p a r a d e -
ducir que la f o r t u n a n o fué c o n s t a n t e m e n t e fiel á u n o de
los p a r t i d o s . G u e r r a s t a n l a r g a s n o se a c a b a n sin que c a d a
uno de ellos t e n g a su p a r t e de d e s a s t r e s c o m o su p a r t e de
gloria, y si los p e r s a s h u b i e r a n q u e d a d o t o t a l m e n t e a p l a s -
tados y e x t e r m i n a d o s como lo a s e g u r a n los a u t o r e s g r i e -
g o s , ¿ c ó m o p e r m a n e c e r í a n casi m u d o s los a n a l e s de los
persas en este r e s p e c t o ? L o s griegos n o h a n visto q u e l a
posteridad, si a c e p t a s e c o m o c i e r t a s sus n a r r a c i o n e s , otor-
 — 136 —
g a r í a n e c e s a r i a m e n t e la p a l m a de v e n c e d o r á los p e r s a s
q u e s u p i e r o n d e s p l e g a r t a n t e r c a p e r s e v e r a n c i a y encar-
n i z a r s e en g u e r r a s q u e les h a b í a n a t r a í d o t a n e s p a n t o s a s
catástrofes. N o h a n c o m p r e n d i d o q u e los m á s gloriosos
a n a l e s p e r t e n e c e r í a n á la n a c i ó n que d u r a n t e m e d i o siglo
supo oponer á sus continuos desastres invencible valor,
c o r o n a d o al fin p o r la victoria.
C o n t i n u a n d o su política, e x t e n d i e r o n los p e r s a s su do-
- m i n a c i ó n al S u r h a s t a C i r e n e y B a r c a , y al N o r t e h a s t a
T r a c i a y M a c e d o n i a . L a s g u e r r a s c o n t r a los p e r s a s fue-
r o n las q u e p r o d u j e r o n ese m a r a v i l l o s o i m p u l s o del a r t e
griego, t a n d i g n o de la a d m i r a c i ó n que le h a c o n s a g r a d o
la p o s t e r i d a d . H á s e d i c h o , y s i n e x a g e r a c i ó n , q u e des-
p u é s d e estas g u e r r a s supo la e s c u l t u r a g r i e g a c r e a r
s

h o m b r e s vivos. E s t a s g r a n d e s e m p r e s a s m i l i t a r e s de-
m u e s t r a n elevación de m i r a s , m u y r a r a en la a n t i g ü e d a d ;
f o r m a b a n p a r t e de v a s t o s i s t e m a p o l í t i c o , h á b i l m e n t e
concebido por los p e r s a s . L e j o s de c o n q u i s t a r p a r a devas-
t a r , n o se p r o p o n í a n o t r a cosa q u e e n r i q u e c e r s e con los
t r i b u t o s q u e i m p o n í a n á las n a c i o n e s c o n q u i s t a d a s . E l
célebre crítico N i e b u h r , c u y a s o p i n i o n e s m e h a n g u i a d o
en todo lo q u e acabo de decir, p i e n s a que los r e l a t o s q u e
n o s h a n dejado los g r i e g o s , n o p r e s e n t a n , b i e n e x a m i n a -
dos, sino poquísima verosimilitud. H a s t a parece probado
q u e el i m p e r i o p e r s a n a d a sufrió; y P l a t ó n , c u y a a u t o r i -
dad es i r r e c u s a b l e , afirma q u e , en r e s u m e n , las g u e r r a s
m é d i c a s r e p o r t a r o n escasísimo h o n o r al n o m b r e g r i e g o .
D e t o d a s las c i u d a d e s g r i e g a s , sólo t r e i n t a , y de las m e -
n o s i m p o r t a n t e s , fueron fieles á la c a u s a n a c i o n a l q u e
fué v e n d i d a en el t r a n s c u r s o del t i e m p o s u c e s i v a m e n t e
p o r los m á s g r a n d e s h o m b r e s de G r e c i a . P a u s a n i a s , en
efecto, n o fué el ú n i c o q u e se alabó de ser r e y bajo l a
s u p r e m a c í a de los p e r s a s . E n t r e esta especie de s á t r a -
p a y el g r a n r e y , l a r e l a c i ó n j e r á r q u i c a e r a l a m i s m a
sin d u d a , q u e existe en n u e s t r o s días e n t r e el p a c h a
y el g r a n s e ñ o r . D e b e m o s , sin e m b a r g o , h a c e r j u s t i c i a á
estos g r a n d e s h o m b r e s ; h a b í a n a d i v i n a d o q u e lo q u e
faltaba r e a l m e n t e á G r e c i a e r a u n r e y . S i en a q u e l l a
época h u b i e s e t e n i d o al frente u n m o n a r c a b a s t a n t e
fuerte p a r a t e n e r en j a q u e los i n t e r e s e s o p u e s t o s q u e
 — 137 —
la d i v i d í a n , se h u b i e r a h e c h o s e g u r a m e n t e s e ñ o r a del
mundo.
L a s fecundas c o n s e c u e n c i a s de l a s g u e r r a s m é d i c a s se
h i c i e r o n s e n t i r en A t e n a s sobre todo. Allí n a c i e r o n el
a r t e p u r o , la l i t e r a t u r a y la ciencia. E n c u a n t o á E s p a r t a
siguió t a n b á r b a r a c o m o s i e m p r e lo h a b í a sido. L a s a r t e s
m e c á n i c a s l l e g a r o n al m á s alto g r a d o de perfección e n
Corinto, y el a r t e p u r o en A t e n a s , d o n d e h a l l ó n u m e r o -
sos y n u e v o s m e d i o s de e x p r e s i ó n . A n t e s de P e r i c l e s l a
a r q u i t e c t u r a g r i e g a n o conocía m á s q u e u n estilo, el dó-
rico. E l siglo de P e r i c l e s fué la edad de la belleza p e r -
fecta, y t a m b i é n el de la l i b e r t a d de p e n s a m i e n t o y el de
la d e c a d e n c i a de la fe n a c i o n a l . L a h i s t o r i a de P e r i c l e s y
de Aspasia es en este s e n t i d o m u y significativa. E l siglo
de P e r i c l e s fué t a m b i é n la edad de la elocuencia, p e r o de
la elocuencia q u e sólo a s p i r a á seducir y e n g a ñ a r ; l a s
i n s t i t u c i o n e s d e m o c r á t i c a s de A t e n a s n o lo e r a n , en efec-
to, m á s q u e en la superficie, y en r e a l i d a d el p o d e r e s t u -
vo c o n s t a n t e m e n t e en m a n o s de a l g u n o s c i u d a d a n o s q u e
disponían á su g u s t o de él. L a v e r d a d e r a o p i n i ó n p ú b l i -
ca n o h a l l ó n u n c a , n i en A t e n a s n i en n i n g u n a o t r a r e -
pública de la a n t i g ü e d a d , m e d i o de m a n i f e s t a r s e ostensi-
b l e m e n t e . L o s g r a n d e s h o m b r e s q u e e s t a b a n á la c a b e z a
de estas r e p ú b l i c a s se m o s t r a b a n con la m a y o r frecuen-
cia d e m a s i a d o d i s p u e s t o s á n o ver e n la m a s a de sus con-
ciudadanos m á s q u e u n i n d i g n o p o p u l a c h o b u e n o p a r a
servirles de j u g u e t e ; c r e í a n q u e los ú n i c o s objetos d e j a
existencia son los goces del p o d e r y el placer; e s t i m a b a n
el a m o r , la a b n e g a c i ó n y el sacrificio c o m o o t r a s t a n t a s
q u i m e r a s , y p e n s a b a n q u e los j u r a m e n t o s sólo son b u e -
nos m i e n t r a s s i r v e n p a r a e n g a ñ a r m e j o r .
A u n q u e en la época de las g u e r r a s m é d i c a s la c i e n c i a
política e s t u v i e s e m u y a d e l a n t a d a , e s t á fuera de d u d a
que e n t r e los h o m b r e s de E s t a d o q u e d i r i g í a n los a s u n -
tos de G r e c i a , a l g u n o s c o m p r e n d i e r o n c l a r a m e n t e los
móviles que i n s p i r a b a n á los p e r s a s ; y n o les g u i a b a cier-
t a m e n t e s i n o el i n s t i n t o de su p r o p i a c o n s e r v a c i ó n c u a n -
do t a n t o se esforzaban p o r m a n t e n e r el t r a t a d o de a l i a n -
za que les u n í a á E g i p t o . E l t r a t a d o q u e t e r m i n ó e s t a s
g u e r r a s , felices p a r a los g r i e g o s , g r a c i a s á s u v a l o r y á
 - 138 -
s u p e r s e v e r a n c i a , r e v e l a c l a r a m e n t e los m ó v i l e s y c a u s a s
q u e h a c í a n o b r a r á los dos p a r t i d o s a d v e r s o s ; los b u -
q u e s de los p e r s a s n o d e b í a n a p a r e c e r ya e n t r e las islas
C i a n e a s y las Q u e l i d o n i a s ; sus ejércitos d e b í a n alejarse
del M e d i t e r r á n e o t r e s días por lo m e n o s de m a r c h a , el
4 4 9 a n t e s de J e s u c r i s t o . L a g u e r r a es la que dio á A t e -
n a s la s u p r e m a c í a política. B a s t a p a r a c o n v e n c e r n o s de
ello c o n s i d e r a r lo que era c i n c u e n t a a ñ o s d e s p u é s de la
b a t a l l a de P l a t e a . P o s e í a m á s de 1.000 k i l ó m e t r o s de
costas en Asia M e n o r ; m á s de 4 0 islas e r a n sus s u b d i t a s ;
d o m i n a b a los e s t r e c h o s q u e s e p a r a n á E u r o p a de Asia;
sus flotas s e ñ o r e a b a n sin d i s p u t a el M e d i t e r r á n e o y el
m a r N e g r o ; t e n í a el m o n o p o l i o del c o m e r c i o de t o d a s las
r e g i o n e s a d y a c e n t e s , y sus factorías e s t a b a n a t e s t a d a s de
m e r c a n c í a s p r e c i o s a s . B e d u c i d a á c e n i z a s p o r los p e r s a s
se h a b í a v u e l t o á l e v a n t a r t a n e s p l é n d i d a q u e , d e s p u é s ,
n a d a h a visto el m u n d o t a n perfecto c o m o sus t e m p l o s ,
sus e s t a t u a s y sus i n n u m e r a b l e s o b r a s de a r t e . Con la
s u p r e m a c í a política t e n í a la i n t e l e c t u a l . D e t o d a s p a r t e s
c o n v e r g í a h a c i a ella la luz como h a c i a u n foco. L o s filó-
sofos de I t a l i a y Asia M e n o r a c u d í a n á ella c o m o al cen-
t r o r e c o n o c i d o de la actividad i n t e l e c t u a l . E n c u a n t o á
E g i p t o h a b í a caído e n la r u i n a m á s c o m p l e t a desde q u e
h a b í a sido desolado por los p e r s a s . L o s reyes p e r s a s , a u n -
q u e h u b i e r a n p i s o t e a d o y d e s t r u i d o la m á s a n t i g u a civi-
l i z a c i ó n del m u n d o , n o e r a n , sin e m b a r g o , n i e n e m i g o s
d e c l a r a d o s de los c o n o c i m i e n t o s n i t i r a n o s sin p i e d a d . N o
d e b e m o s olvidar q u e los griegos de Asia M e n o r n o se
q u e j a r o n de su d o m i n a c i ó n , ó al m e n o s prefirieron s e g u i r
siendo sus vasallos á c o n t r a e r u n i ó n política p e r m a n e n -
t e con los griegos de E u r o p a .
A t e n a s , en esta gloriosa s i t u a c i ó n , vio n a c e r las subli-
m e s p r o d u c c i o n e s del n u e v o a r t e , m á s v e r d a d e r o q u e t o -
dos los que le h a b í a n p r e c e d i d o , y que d e s p u é s n o h a
sido s u p e r a d o , si acaso h a sido i g u a l a d o ; h í z o s e t a m b i é n ,
p a r a las o p i n i o n e s filosóficas a n t i g u a s y n u e v a s , r e c e p -
t á c u l o c o m ú n en q u e t o d a s fueron c o n f r o n t a d a s y c o m -
p a r a d a s . E n r e a l i d a d , G r e c i a es d e u d o r a á A t e n a s de la
c e l e b r i d a d q u e h a a d q u i r i d o e n filosofía. E l r e s t o del
país p a r t i c i p ó m u y poco del m o v i m i e n t o filosófico, y
 — 139 —
e q u i v o c a d a m e n t e se h a c o n s i d e r a d o s i e m p r e c o m o p u e -
blo l e t r a d o al p u e b l o g r i e g o .
H e m o s v i s t o ya c ó m o los filósofos h a b í a n llegado, c a d a
cual por su p a r t e , á s o s p e c h a r de la v a n i d a d de los conoci-
m i e n t o s h u m a n o s , y si c o n s i d e r a m o s los r e s u l t a d o s á q u e
llegaron las escuelas filosóficas s u c e s i v a s , n o d e j a r e m o s
de o b s e r v a r g e n e r a l t e n d e n c i a al e x c e p t i c i s m p . H e m o s
visto i g u a l m e n t e c ó m o los filósofos j o n i o s , y t r a s ellos
los e l é a t a s , h a b í a n caído en el m á s d e p l o r a b l e a t e í s m o ,
d u d a n d o h a s t a de la e x i s t e n c i a del m u n d o . E s t o s e r a n ,
c i e r t a m e n t e , r e s u l t a d o s o b t e n i d o s p o r escuelas especiales
aisladas, p e r o n o h a y q u e olvidar q u e figuraban e n t r e l a s
m á s a d e l a n t a d a s de G r e c i a . H a b í a llegado el t i e m p o en
que el n o m b r e de u n m a e s t r o n o podía ya c o m o a n t e s i m -
ponerse y u s u r p a r los d e r e c h o s de la r a z ó n ; c u a n d o los
ú l t i m o s r e s u l t a d o s de los diversos m é t o d o s filosóficos es-
t u v i e r o n frente á frente, n a c i ó u n a crítica de o r d e n s u p e -
rior, que debía d e d u c i r de ellos c o n c l u s i o n e s de o r d e n su-
perior i g u a l m e n t e .
L o mismo sucederá e t e r n a m e n t e con todas las indaga-
ciones h u m a n a s . L o s e l e m e n t o s filosóficos q u e f o r m a n
n u e s t r o p u n t o de p a r t i d a p r i m i t i v o , son a n t e todo e x a m i -
nados por u n p r i m e r crítico al que otros s i g u e n , s a c a n d o
cada u n o s u s p r o p i a s c o n c l u s i o n e s y d e d u c c i o n e s , y c r e -
yendo cada cual firmemente en la v e r d a d de los r e s u l t a -
dos que h a o b t e n i d o . C a d a cual h a a b a r c a d o el c o n j u n t o
de la c u e s t i ó n de u n m o d o p a r t i c u l a r , sin p r e o c u p a r s e de
las d i v e r g e n c i a s , c o n t r a d i c c i o n e s é i n c o m p a t i b i l i d a d e s
que surjan c u a n d o llegue el m o m e n t o de c o m p a r a r s u s
conclusiones con las de o t r o s a n a l i s t a s n o m e n o s h á b i l e s
que él. M á s t a r d e n a c e r á n u e v a escuela de críticos q u e ,
partiendo de los r e s u l t a d o s o b t e n i d o s p o r sus p r e d e c e s o -
res, e s t a b l e c e r á n u n a c o m p a r a c i ó n de s e g u n d o g r a d o ,
comparación de r e s u l t a d o s con r e s u l t a d o s , c o m p a r a c i ó n
de orden m á s elevado y m á s p r o p i a q u e la p r i m e r a p a r a
alcanzar la v e r d a d a b s o l u t a .
No p u e d o c i e r t a m e n t e h a c e r c o m p r e n d e r m e j o r lo q u e
entiendo p o r e s t e a n á l i s i s s e c u n d a r i o y s u p e r i o r de las
cuestiones filosóficas q u e t o m a r c o m o ejemplo lo q u e
pasó p o s t e r i o r m e n t e e n R o m a , c u y a p o l í t i c a se basaba
 - 140 -
e n el p r i n c i p i o de la t o l e r a n c i a religiosa u n i v e r s a l . L o s
s a c e r d o t e s y los fieles de t o d a s l a s r e l i g i o n e s , c u a l e s q u i e -
r a q u e fuesen, p u d i e r o n sin que se les i n q u i e t a s e seguir
r i n d i é n d o l a s c u l t o . Cada u n o e r a p e r f e c t a m e n t e s i n c e r o ,
h a y q u e a d m i t i r l o , en el culto t r i b u t a d o á su d i v i n i d a d
p a r t i c u l a r , y p r e s e n t á n d o s e l a ocasión, n i n g u n o sin d u d a
h u b i e r a carecido de a r g u m e n t o s irrefutables p a r a soste-
n e r la p r i m a c í a y la v e r d a d de sus p r o p i a s d o c t r i n a s . N o
es m e n o s cierto que e n t r e t o d o s estos e l e m e n t o s p r i m e -
r o s p u e s t o s en c o n t a c t o , debía e s t a b l e c e r s e u n a c o m p a -
r a c i ó n de s e g u n d o g r a d o y m á s e l e v a d a , p r o p i a p a r a l l e -
g a r m á s cerca de la v e r d a d a b s o l u t a . E s h e c h o b i e n co-
n o c i d o que el r e s u l t a d o de esta c o m p a r a c i ó n fué el defi-
n i t i v o a b a n d o n o del p o l i t e í s m o p o r la filosofía.
E n A t e n a s , los r e s u l t a d o s de este s e g u n d o e x a m e n de
los s i s t e m a s y c o n c l u s i o n e s filosóficas fueron el e x c e p t i -
c i s m o g e n e r a l y el n a c i m i e n t o de n u e v a clase de filósofos
q u e n o se l i m i t a r o n á n e g a r la validez de los a n t i g u o s
m é t o d o s filosóficos. H a s t a l l e g a r o n á n e g a r q u e la r a z ó n
h u m a n a h a y a j a m á s llegado á algo c i e r t o , i n c a p a z , c o m o
e s , p o r su p r o p i a n a t u r a l e z a y en v i r t u d de las c o n d i c i o -
n e s en q u e o b r a , de llegar á la v e r d a d ; si a u n en cierto
m o m e n t o — decían — fuera d u e ñ a de la v e r d a d , n o t e n d r í a
c o n c i e n c i a de e l l o , p u e s t o que n o d i s p o n e de n i n g ú n cri-
t e r i o q u e la p u e d a h a c e r r e c o n o c e r . D e d o n d e se sigue
q u e t a m p o c o t e n e m o s c r i t e r i o a l g u n o del b i e n , y q u e las
i d e a s q u e t e n e m o s del b i e n y del m a l son s i m p l e s ideas
c o n v e n c i o n a l e s q u e debernos á la e d u c a c i ó n . E n o t r o s
t é r m i n o s , p a r a e m p l e a r la e x p r e s i ó n de los sofistas «la
fuerza es la q u e h a c e el d e r e c h o » . L o j u s t o y lo i n j u s t o
n o son n o c i o n e s que e x i s t a n ab eterno y en a b s o l u t o , s i n o
s i m p l e s ficciones c r e a d a s p o r la sociedad. E l c a p r i c h o
del m o n a r c a ó de la m a y o r í a h a c e las l e y e s ; es así q u e
l a s leyes definen lo b u e n o y lo m a l o ; luego el m e r o ejer-
cicio del p o d e r ó de la fuerza es el q u e h e c r e a d o esas
n o c i o n e s de b i e n y m a l . E s i n ú t i l p o r lo t a n t o q u e el
h o m b r e se p r e o c u p e de las s u g e s t i o n e s de su c o n c i e n c i a ,
p o r q u e la c o n c i e n c i a n o existe r e a l m e n t e ; es u n a ficción
q u e d e b e m o s á la educación y q u e h a n a c i d o de las exi-
g e n c i a s del e s t a d o social. T a m p o c o el sabio debe t o m a r s e
 — 141 —

el trabajo de vacilar e n t r e u n a c t o m e r i t o r i o y u n c r i m e n ,
p u e s t o que n i n g u n o es m e j o r ni p e o r que o t r o ; p r e s t a r á
sí la m a y o r a t e n c i ó n á t o d o lo q u e c o n c i e r n e á sus r e l a -
ciones con el e x t e r i o r , á su p o s i c i ó n e n l a s o c i e d a d ; t e n -
d r á cuidado de a j u s t a r t o d o s sus actos al m o d e l o que la
sociedad, c u e r d a ó loca, pero o m n i p o t e n t e en e s t e r e s p e c t o ,
h a y a d e c l a r a d o ser v e r d a d e r o y j u s t o . Si p o r v e n t u r a s o n
tales las c i r c u n s t a n c i a s q u e su i n t e r é s le obliga á a p a r -
tarse de la c o n d u c t a g e n e r a l , n o se d e s c u i d e e n h a c e r l o
s e c r e t a m e n t e ; ó lo que es m u c h o m e j o r todavía, q u e c u l -
tive la r e t ó r i c a , ese a r t e s u b l i m e q u e le e n s e ñ a r á á e n g a -
ñ a r t a n b i e n á la sociedad q u e c r e e r á d e b e r elogiar u n a
m a l a acción q u e h a y a c o m e t i d o y q u e le h a r á e n c o n t r a r
al fin el m e d i o de p r o b a r q u e su e n e m i g o h a sido c r i m i -
nal c u a n d o p r e c i s a m e n t e h a r e a l i z a d o u n a b u e n a a c c i ó n .
Tales e r a n los p r i n c i p i o s de los sofistas: r e c o r r í a n la co-
m a r c a ofreciendo e n t o d a s p a r t e s p o r d i n e r o las leccio-
nes de ese h e r m o s o a r t e de la r e t ó r i c a , e n el q u e inicia-
b a n á los j ó v e n e s de f a m i l i a s n o b l e s y o p u l e n t a s .
¿ Q u é d i r e m o s de s e m e j a n t e e s t a d o de cosas y de t a l
sistema? E s t o sencillamente: que demostraban comple-
ta d e s m o r a l i z a c i ó n , i n t e l e c t u a l y social; d e s m o r a l i z a c i ó n
i n t e l e c t u a l , p u e s t o que este s i s t e m a m i n a b a l a b a s e de
todos los c o n o c i m i e n t o s y e n s e ñ a b a al h o m b r e q u e n o
puede g u i a r l e su r a z ó n ; d e s m o r a l i z a c i ó n s o c i a l , t o d a vez
que e n s e ñ a b a q u e el b i e n y el m a l , la v i r t u d y el vicio,
la c o n c i e n c i a , la ley y D i o s n o son m á s q u e ficciones;
que u n h o m b r e n o es c u l p a b l e si c o m e t e u n c r i m e n , p e r o
sí t a n c u l p a b l e c o m o i n s e n s a t o si se deja d e s c u b r i r ; q u e
es lícito á u n c i u d a d a n o v e n d e r su p a t r i a al r e y de P e r -
sia con t a l que la c a n t i d a d q u e r e c i b a sea b a s t a n t e con-
siderable, y q u e el negocio se h a g a c o n t a n t o m i s t e r i o
que el p ú b l i c o y sobre todo sus e n e m i g o s n o p u e d a n n u n -
ca s o s p e c h a r de él; p u e s t o q u e e s t e s i s t e m a , e n fin, r e c o -
m e n d a b a al c i u d a d a n o n o olvidar n u n c a q u e el p a t r i o t i s -
mo es la p r i m e r a i l u s i ó n del t o n t o y el ú l t i m o refugio
del b r i b ó n .
Tales fueron los r e s u l t a d o s de los p r i m e r o s esfuerzos-
hechos p a r a n i v e l a r los d i f e r e n t e s s i s t e m a s filosóficos y
fundirlos j u n t o s e n u n s i s t e m a m á s g e n e r a l . A s í fué c o m o
 — 142 —
e s t a s filosofías, p u e s t a s e n c o n t a c t o u n a s con o t r a s , e n
l u g a r de p e r d e r lo q u e p r e s e n t a b a n de exclusivo y defec-
t u o s o , se v i e r o n desviadas de sus p a r t i c u l a r e s r u m b o s y
llegaron á ser s i m p l e s i n s t r u m e n t o s d e s t i n a d o s á s e r v i r
p a r a los fines de los sofistas. No t u v o q u e sufrir por ello
la c i e n c i a s o l a m e n t e ; h a c í a s e ya p r e s e n t i r la influencia
de esa convicción fatal q u e v a r i o s siglos d e s p u é s produjo
la caída definitiva del p o l i t e í s m o r o m a n o . Y a en A t e n a s
se h a c í a oir la voz de los filósofos que r e p e t í a n q u e e n
m e d i o de t a n t o s dioses y cultos diferentes era i m p o s i b l e
al h o m b r e d i s c e r n i r c u á l e r a el v e r d a d e r o . Y a g r a n n ú -
m e r o de p e r s o n a s p e r t e n e c i e n t e s á las clases i l u s t r a d a s
p e n s a b a n q u e si la v o l u n t a d d i v i n a h u b i e r a q u e r i d o reve-
lar al m u n d o u n a religión e s p e c i a l , esta r e v e l a c i ó n , p o r
su p r o p i a n a t u r a l e z a , h a b r í a sido r e v e s t i d a de t a l brillo
y t a l p o d e r que i r r e s i s t i b l e m e n t e h u b i e r a a n i q u i l a d o t o d a
o p o s i c i ó n ; p e n s a b a n q u e si sólo dos c r e e n c i a s r e i n a s e n al
m i s m o t i e m p o en el m u n d o , y a m b a s g o z a s e n de i g u a l
a u t o r i d a d , este solo h e c h o b a s t a r í a p a r a p r o b a r q u e n i n -
g u n a de ellas era v e r d a d e r a . L e j o s de ser los p e n s a d o r e s
los ú n i c o s e n s o s t e n e r e s t a s o p i n i o n e s , e r a n c o m p a r t i d a s
p o r la m a y o r p a r t e de los h o m b r e s de E s t a d o q u e diri-
g í a n los negocios p ú b l i c o s ; y si A n a x á g o r a s h a b í a sido
a c u s a d o y d e c l a r a d o c o n v i c t o de a t e í s m o , la m i s m a acu-
sación se dirigió c o n t r a P e r i c l e s , q u e t a n t o h a b í a h e c h o
p o r la gloria de A t e n a s , y q u e bajo el p u n t o de v i s t a
p r á c t i c o , e r a sin d i s p u t a el p r i m e r h o m b r e de su siglo.
A p e n a s si la p a r t e de influencia q u e le q u e d a b a le p e r m i -
tió salvar la v i d a del filósofo su a m i g o , y p a r a la o p i n i ó n
p ú b l i c a s i e m p r e q u e d ó c a r g a d o con p a r t e de su c r i m e n .
C u a n d o los f u n d a m e n t o s de la filosofía y de la r e l i g i ó n
e r a n m i n a d o s de este m o d o , los de la ley n o p o d í a n ape-
n a s t e n e r m e j o r s u e r t e . L o s sofistas, e n s u s p e r e g r i n a -
ciones á t r a v é s del m u n d o , h a b í a n visto q u e c a d a n a c i ó n ,
y á m e n u d o cada c i u d a d , t e n í a sus ideas p a r t i c u l a r e s r e s -
p e c t o de lo j u s t o y de lo i n j u s t o , y p o r c o n s i g u i e n t e su
s i s t e m a de leyes p a r t i c u l a r . No p o d í a n m e n o s de dejarse
g u i a r , en este e x a m e n de las ideas y leyes e x t r a n j e r a s ,
p o r los p r i n c i p i o s q u e h a b í a n a p l i c a d o al a n á l i s i s de l a
filosofía y de la r e l i g i ó n ; así l l e g a r o n á los m i s m o s r e s u l -
 - 143 -
tados y á las m i s m a s c o n c l u s i o n e s , á s a b e r : q u e la j u s t i -
cia y la ley n o se b a s a n en n i n g ú n p r i n c i p i o p o s i t i v o . ¡ E n
qué d e p l o r a b l e e s t a d o h a caído u n a sociedad c u a n d o l l e -
ga á f o r m u l a r c o n c l u s i o n e s c o m o estas : q u e n o h a y en el
m u n d o ni verdad ni religión, ni justicia, ni v i r t u d ; que
el ú n i c o objeto digno de los esfuerzos del h o m b r e es el
h a r t a z g o de sus a p e t i t o s físicos; q u e n o se debe j u z g a r al
h o m b r e m á s q u e p o r sus r i q u e z a s ; q u e p u e s t o q u e n o s
está v e d a d o el poseer la v e r d a d , cuyos e t e r n o s p r i n c i p i o s
serían p a r a n o s o t r o s fiel é infalible g u í a , d e b e m o s r e c u -
rrir al a r t e de p e r s u a d i r , seducir y e n g a ñ a r á los d e m á s ;
que n o h a y c r i m e n e n m i n a r l a s b a s e s de la sociedad;
que se p u e d e i m p u n e m e n t e b l a s f e m a r , ó m á s b i e n q u e l a
blasfemia n o es p o s i b l e , p u e s t o q u e n o h a y d i o s e s ; q u e
«el h o m b r e es la m e d i d a de t o d a s las cosas» y que «es el
criterio de la e x i s t e n c i a » , c o m o e n s e ñ a P r o t a g o r a s ; q u e
el p e n s a m i e n t o es sólo la r e l a c i ó n del sujeto q u e p i e n s a
con el objeto p e n s a d o , y q u e el a l m a n o es m á s q u e l a
s u m a de los d i f e r e n t e s i n s t a n t e s d u r a n t e los cuales pen-
samos ! N o es s o r p r e n d e n t e q u e el sofista, a u t o r de s e m e -
j a n t e s d o c t r i n a s , h a y a sido c o n d e n a d o á m u e r t e p a r a d a r
satisfacción á los c l a m o r e s del p o p u l a c h o , q u e t o d a v í a n o
estaba á la a l t u r a de esta filosofía s u p e r i o r , y que sólo
por la fuga se h a y a l i b r a d o del castigo á q u e y a le h a c í a
acreedor el p r i n c i p i o de su l i b r o . «De los d i o s e s — d i c e —
no puedo decir si son ó n o s o n , s i e n d o i n c a p a z de v e r l o s ,
y en v i r t u d de la o s c u r i d a d del a s u n t o y de la b r e v e d a d
de la e x i s t e n c i a » . No es s o r p r e n d e n t e t a m p o c o q u e la d e s -
moralización social h a y a h e c h o t a n e s p a n t o s o s p r o g r e s o s
cuando se e n c o n t r a b a n h o m b r e s como G o r g i a s , el discí-
pulo de E m p é d o c l e s , q u e se reía de la v i r t u d , p o n í a d e s -
c a r a d a m e n t e en ridículo la m o r a l , y p r o b a b a con a r g u -
m e n t o s metafísicos q u e n a d a a b s o l u t a m e n t e existe e n el
mundo.
Gracias á las s u t i l e s d i s p u t a s de los sofistas, se perfec-
cionó e x t r a o r d i n a r i a m e n t e la l e n g u a g r i e g a , a d q u i r i e n d o
mayor precisión y v e r d a d e r a m e n t e a s o m b r o s o p o d e r dia-
léctico; p e r o si d e j a m o s a p a r t e e s t a v e n t a j a poco i m p o r -
tante r e l a t i v a m e n t e , casi d i r e m o s que la crisis p o r q u e
acababa de a t r a v e s a r la filosofía a n t i g u a n o había t e n i d o
 — 144 —
otros r e s u l t a d o s que u n m a l s i n r e m e d i o . H a l l a m o s , s i n
e m b a r g o , e n sus d e p l o r a b l e s c o n c l u s i o n e s u n a lección
q u e es p a r a n o s o t r o s m u y i n s t r u c t i v a : q u é las revolucio-
n e s sociales n o se p r e s e n t a n d u r a n t e el período de des-
composición de las filosofías, y sobre todo de las religio-
n e s ; el peligro n o se b a c e i n m i n e n t e sino c u a n d o , h a -
l l á n d o s e de n u e v o de frente los f r a g m e n t o s y p a r t e s y a
d e s c o m p u e s t a s , se t r a t a de fundirlas j u n t a s o t r a vez ó de
e x t r a e r , previo a n á l i s i s de s e g u n d o g r a d o , de cada u n o
de estos f r a g m e n t o s la p o r c i ó n de v e r d a d que e n c i e r r a ;
e n t o n c e s s o l a m e n t e e s t a l l a la c r i s i s , y d e s a p a r e c e t o d o ;
t a l es el i n v a r i a b l e c u r s o de los a c o n t e c i m i e n t o s de l a ca-
t á s t r o f e final. P o r q u e p r e v e í a n s i n d u d a e s t a s t e r r i b l e s
c o n s e c u e n c i a s es p o r lo q u e los h o m b r e s de E s t a d o de
I t a l i a p e r s i g u i e r o n e n la E d a d M e d i a con inflexible r i g o r
t o d a i n v a s i ó n de la j u r i s d i c c i ó n e c l e s i á s t i c a , y t o d o en-
sayo de i n t e r p r e t a c i ó n i n d i v i d u a l de las d o c t r i n a s reli-
giosas. N o p u e d e s u p o n e r s e q u e h o m b r e s i n t e l i g e n t e s pu-
diesen n o s e n t i r todo lo que p r e s e n t a n de c o n t r a r i o á la
r a z ó n la m a y o r p a r t e de los d o g m a s q u e la a u t o r i d a d h a
c o n s a g r a d o ; p e r o si u n a vez se p e r m i t e al e s p í r i t u h u m a -
n o s o m e t e r l o todo á la c r í t i c a é i n t e r p r e t a r l o t o d o , ¿cómo
se q u i e r e q u e e n t o n c e s n o n a z c a d o c t r i n a sobre d o c t r i n a ,
s e c t a sobre secta, y que los p r i n c i p i o s religiosos n o e s t é n
e x p u e s t o s á c o m p l e t a d e s c o m p o s i c i ó n h a s t a el p u n t o de
q u e n o se e n c o n t r a r á n dos h o m b r e s que t e n g a n las m i s -
m a s m i r a s ? ¿Cómo h a s t a se q u i e r e , lo q u e es m u c h o m á s
g r a v e , q u e el m i s m o h o m b r e n o c a m b i e de o p i n i o n e s
a n t e cada a c o n t e c i m i e n t o q u e se p r e s e n t e en las diversas
fases de su e x i s t e n c i a ? P o c o i m p o r t a n los a r g u m e n t o s ,
p o r p l a u s i b l e s é i n v e n c i b l e s que p u e d a n ser, e n favor de
l a n e c e s i d a d de d e s c o m p o s i c i ó n s e m e j a n t e ; q u e e m p i e c e
u n a v e z , y t e r m i n a r á s i n q u e h a y a p o d e r h u m a n o capaz
de c o n t e n e r l a . E l s i s t e m a a t a c a d o , g r a c i a s á su p r e s t i g i o ,
á la a u t o r i d a d de q u e goza y á su m a s a , e x i g i r á acaso si-
glos p a r a q u e su d e s c o m p o s i c i ó n sea c o m p l e t a ; p e r o que
e s t e r e s u l t a d o se o b t e n g a al fin, eso es lo q u e n i n g ú n es-
p í r i t u i l u s t r a d o d u d a . L o q u e en el a n t i g u o m u n d o euro-
peo p a s ó , m u e s t r a que e s t a s d e s c o m p o s i c i o n e s , m i e n t r a s
se r e a l i z a n , ofrecen p o q u í s i m o p e l i g r o , p u e s t o q u e , m i e n -
 — 145 —
t r a s d u r a n , cada s e c t a y cada i n d i v i d u o t i e n e t o d a v í a u n a
regla fija de c o n d u c t a ; p e r o en c u a n t o e m p i e z a el p e r í o -
do de s e g u n d o a n á l i s i s , es i n e v i t a b l e la c r i s i s , q u e , s e g ú n
todas las p r o b a b i l i d a d e s , a r r u i n a r á l a r e l i g i ó n y t a m b i é n
el p a c t o social. L o s i n t e r e s e s a m e n a z a d o s , fortificados
por el s e n t i m i e n t o de h o r r o r q u e á las m a s a s i n s p i r a la
a n a r q u í a , s a b r á n q u i z á r e t a r d a r e s t a crisis p o r a l g ú n
t i e m p o , p e r o n a d a p o d r á i m p e d i r q u e E u r o p a caiga final-
m e n t e en esa d e p l o r a b l e s i t u a c i ó n q u e u n a n a c i ó n p r e -
senta c u a n d o l a s f ó r m u l a s de su fe h a n dejado de e s t a r
en a r m o n í a con su e s t a d o i n t e l e c t u a l ; s i t u a c i ó n q u e es
imposible c o n s i d e r a r s i n t e r r o r , p o r q u e s e m e j a n t e t r a s -
torno afecta t a m b i é n á las r e l a c i o n e s p ú b l i c a s é i m p l i c a
n e c e s a r i a m e n t e la i n s u r r e c c i ó n c o n t r a l a s leyes e x i s t e n -
tes. L a s n a c i o n e s h u n d i d a s en el a b i s m o de la i r r e l i g i ó n
son i n e v i t a b l e m e n t e d e s o l a d a s p o r l a a n a r q u í a . D u r a n t e
cierto t i e m p o l a m a n o del p o d e r , si se h a c e s e n t i r c o n
fuerza, p u e d e l o g r a r c o n t e n e r la e x p l o s i ó n , p e r o es sólo
u n esfuerzo c o n t r a el m a l y n o u n r e m e d i o . L a d e s c o m -
posición social se o p e r a p e n e t r a n d o s i e m p r e c a d a vez m á s
en las c a p a s inferiores de la s o c i e d a d , h a s t a q u e h a y a
desorganizado p o r ú l t i m o las i n s t i t u c i o n e s m i s m a s q u e
debían c o n t e n e r l a ; u n a vez i n f e s t a d o s los ejércitos, a r m a
defensiva del p o d e r , la c a t á s t r o f e final es i n m i n e n t e , y
n i n g u n a p r e v i s i ó n h u m a n a p u e d e p r e d e c i r c u á l s e r á el
resultado, sobre todo si el G o b i e r n o e n t o n c e s e x i s t e n t e
se h a d e s c u i d a d o , p o r i g n o r a n c i a ó v o l u n t a r i a m e n t e , e n
p r e p a r a r á la sociedad á la p r u e b a fatal q u e v a á a s a l t a r -
la. E s , p u e s , u n o de los m á s s a g r a d o s d e b e r e s del Go-
bierno, u n a vez q u e h a r e c o n o c i d o la g r a v e d a d del m a l ,
p r e p a r a r á la n a c i ó n á sus t e r r i b l e s c o n s e c u e n c i a s . P a r a
llegar á este fin q u i z á le sea lícito d i s i m u l a r m o m e n t á -
n e a m e n t e , c o m o el m é d i c o j u z g a á veces o p o r t u n o d i s i -
m u l a r con el e n f e r m o ; q u i z á t a m b i é n p u e d a r e c u r r i r al
empleo de l a f u e r z a , p e r o n o se a d o p t e j a m á s m e d i -
da de t a n dudoso éxito s i n h a b e r v e l a d o p o r o t r a p a r t e
para que la crisis q u e se a c e r c a n o s o r p r e n d a á la socie-
dad d e s a r m a d a y n o p r e p a r a d a . T a l e s fueron s i n d u d a l a s
miras de los g r a n d e s políticos de I t a l i a de l a E d a d M e -
dia, y tales s i n d u d a las c o n s i d e r a c i o n e s q u e les decidie-

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 10

 — 146 —

r o n á c o m b a t i r con e n e r g í a el origen del m a l , política

q u e d e s p u é s E u r o p a les h a e c h a d o en c a r a d e m a s i a d o á
menudo y harto injustamente.
Q u é d a n o s p o r r e s u m i r los p o r m e n o r e s q u e en las p r e -
c e d e n t e s p á g i n a s h e m o s p r e s e n t a d o , á fin de d a r n o s
c u e n t a de las fases sucesivas del desarrollo del e s p í r i t u
griego. No t e n e m o s q u e o c u p a r n o s en d e t e r m i n a r la ver-
dad n i el e r r o r de las diversas d o c t r i n a s á que h e m o s pa-
sado r e v i s t a , s i n o s o l a m e n t e del o r d e n en q u e h a n apa-
r e c i d o . S o n o t r o s t a n t o s p u n t o s que n o s p e r m i t i r á n cons-
t r u i r g r á f i c a m e n t e la c u r v a del desarrollo i n t e l e c t u a l de
Grecia.
L a s c o n c e p c i o n e s q u e s i r v i e r o n de p u n t o de p a r t i d a á
la filosofía g r i e g a s o n p u r a m e n t e físicas y g e o c é n t r i c a s .
L a t i e r r a se e s t i m a c o m o el p r i n c i p a l objeto de la crea-
ción y en c o n s e c u e n c i a , son c o r r i e n t e s las ideas m á s
e r r ó n e a s r e s p e c t o á las r e l a c i o n e s y e x t e n s i ó n del m a r y
del a i r e . A p e n a s t e n í a u n siglo de e x i s t e n c i a esta filoso-
fía c u a n d o e m p e z ó á c r e a r u n a c o s m o g o n í a ; p a r t i e n d o
de los p r i n c i p i o s que h a b í a establecido y que j u z g a b a
c i e r t o s , y m u c h o a n t e s de h a b e r s e e m a n c i p a d o del yugo
de las ideas p u r a m e n t e l o c a l e s , t r a t ó de explicar el ori-
g e n del m u n d o .
C u a n d o se dio u n p a s o m á s se reconoció q u e la crea-
c i ó n en t o d a s s u s p a r t e s p r o c l a m a u n a i n t e n c i ó n , u n plan
p r e m e d i t a d o y u n fin p r e c o n c e b i d o . A d m i t i ó s e e n t o n c e s
q u e en el g o b i e r n o del m u n d o t e n í a p a r t e u n a g e n t e do-
t a d o c o m o el h o m b r e de v o l u n t a d y r a z ó n ; refirióse todo
al h o m b r e , á sus h á b i t o s y a c c i o n e s . D e a h í las concep-
c i o n e s a n t r o p o c é n t r i c a s q u e c a r a c t e r i z a n t o d a u n a edad
de la filosofía g r i e g a .
D i ó s e otro paso y se llegó á s u p o n e r q u e el espíritu
h u m a n o n o p u e d e llegar á n i n g ú n c o n o c i m i e n t o cierto:
p r o n t o prevaleció la o p i n i ó n de q u e n o p o s e e m o s n i n g ú n
c r i t e r i o de v e r d a d con que p o d a m o s c o n t a r . Y a el escep-
t i c i s m o se m u e s t r a , y se d e s c u b r e c a d a vez m á s clara-
m e n t e la t e n d e n c i a á a c o g e r l a s ideas de O r i e n t e .
E s t e período de d u d a p r e c e d i ó i n m e d i a t a m e n t e al pe-
ríodo e n que las c o n c e p c i o n e s c ó s m i c a s d e b í a n hacerse
m á s c o r r e c t a s ; a d m i t i ó s e el m e c a n i s m o h e l i o c é n t r i c o del
 — 147 —
s i s t e m a p l a n e t a r i o , y r e p ú s o s e á la t i e r r a en su p o s i c i ó n
s e c u n d a r i a r e a l . L a s d o c t r i n a s físicas é i n t e l e c t u a l e s ,
fundadas en las ideas g e o c é n t r i c a s , se v i e r o n n e c e s a r i a -
mente comprometidas; como estaban m u y í n t i m a m e n t e
ligadas á la r e l i g i ó n , é i n t e r e s e s de g r a n i m p o r t a n c i a d e -
p e n d í a n de su s o s t é n , el vulgo e m p e z ó á p e r s e g u i r á los
filósofos y éstos á d i s i m u l a r . L a s n o c i o n e s a d m i t i d a s res-
pecto á la n a t u r a l e z a del m u n d o , se h i c i e r o n m á s deci-
d i d a m e n t e p a n t e í s t a s , y las d o c t r i n a s de e m a n a c i ó n ,
t r a n s m i g r a c i ó n y a b s o r c i ó n c o m e n z a r o n á gozar de m á s
favor. D e aquí, á s o s p e c h a r que la m a t e r i a , el m o v i m i e n t o
y el t i e m p o son q u i m e r a s de la i m a g i n a c i ó n , n o h a b í a m á s
que u n p a s o . E s t a s ú l t i m a s o p i n i o n e s h a l l a r o n su c o n s a -
gración en la teoría a t ó m i c a , se h i c i e r o n c o m p l e t a m e n t e
sutiles c u a n d o se a d m i t i ó que los á t o m o s son s i m p l e s
p u n t o s m a t e m á t i c o s y m á s sutiles a u n c u a n d o se les
consideraba como p u r o s c e n t r o s de fuerza. Se t o c a b a al
budhismo.
Como s u c e d e r á e t e r n a m e n t e c u a n t a s veces v i v a n h o m -
bres j u n t o s , u n o s m á s y otros m e n o s a d e l a n t a d o s e n su
desarrollo i n t e l e c t u a l , t o d a s las d o c t r i n a s q u e h e m o s su-
c e s i v a m e n t e e x a m i n a d o , a c a b a r o n p o r ser c o r r i e n t e s á
la vez. E n t o n c e s l l e g a r o n los sofistas q u e , o p o n i e n d o
unas á o t r a s , y r e c o n o c i e n d o á cada u n a igual valor, c a u -
saron su c o m ú n r u i n a y p u s i e r o n fin á la filosofía funda-
da en la e s p e c u l a c i ó n física.
Si c o m p a r a m o s en c o n j u n t o el p r i n c i p i o y el fin de
esta fase de la e x i s t e n c i a i n t e l e c t u a l de G r e c i a , n o p o d e -
mos m e n o s de r e c o n o c e r q u e se h a r e a l i z a d o c o n s i d e r a -
ble p r o g r e s o . L a s ideas q u e o c u p a n á la filosofía, s o n al
fin de este período de o r d e n m u c h o . m á s elevado q u e
al p r i n c i p i o . H e m o s e n c o n t r a d o m u c h a s p u e r i l i d a d e s y
e r r o r e s , p e r o al m e n o s n o s h a n e n s e ñ a d o q u e h a y u n
modo de p r o g r e s i ó n b i e n definido p a r a el e s p í r i t u h u -
m a n o ; la h i s t o r i a del período s i g u i e n t e n o s e n s e ñ a r á q u e
este p r o g r e s o se r e a l i z a s i e m p r e en la m i s m a d i r e c c i ó n .
 CAPÍTULO V

L a edad de fe de Grecia,

L o s sofistas h a b í a n c a u s a d o v e r d a d e r a a n a r q u í a i n t e -
l e c t u a l . No e s t á en la n a t u r a l e z a h u m a n a el c o n t e n t a r s e
c o n s e m e j a n t e estado de cosas; así, e n g a ñ a d o en las e s p e -
r a n z a s q u e cifraba e n e l e s t u d i o de l a n a t u r a l e z a m a t e -
r i a l , e l e s p í r i t u griego s e volvió h a c i a l a m o r a l . E n el
p r o g r e s o de la vida n o h a y m á s que u n paso de la edad de
e s a m e n á la edad de fe.
S ó c r a t e s , el p r i m e r o q u e se a d e l a n t ó e n este c a m i n o ,
h a b í a n a c i d o el a ñ o 4 6 1 a n t e s d e J e s u c r i s t o . E j e r c i ó t a l
influencia, que todavía se hace sentir e n nuestros días.
C o n v e n c i d o p o r e x p e r i e n c i a de la v a n i d a d de los r e s u l t a -
dos p r o d u c i d o s p o r l a s especulaciones físicas, les opuso
l a s sólidas v e n t a j a s y frutos de v i r t u o s a y m o r i g e r a d a
vida. S u e x i s t e n c i a fué u n a p e r p e t u a l u c h a c o n t r a los so-
fistas. S u s lecciones e r a n sólo c o n v e r s a c i o n e s , y , s e g ú n
o p i n i ó n u n á n i m e de c u a n t o s le e s c u c h a r o n , sobresalía en
el a r t e de c o n v e r s a r . Se r e m o n t a b a á las definiciones, sa-
c a b a d e d u c c i o n e s de ellas y p r e s e n t a b a su a r g u m e n t a c i ó n
en f o r m a de d i á l o g o s . Al revés de sus p r e d e c e s o r e s , q u e
b u s c a b a n la v e r d a d e n l a i n v e s t i g a c i ó n de l a s cosas del
e x t e r i o r , dirigió t o d a su a t e n c i ó n al i n t e r i o r , y sostuvo la
s u p r e m a c í a de la v i r t u d , su i d e n t i d a d con el c o n o c i m i e n -
t o y la n e c e s i d a d de obedecer e s t r i c t a m e n t e á los p r i n c i -
pios de l a justicia. E l espectáculo de l a depravación á
q u e h a b í a n los sofistas r e d u c i d o á la s o c i e d a d , l e h a c í a
t a m b i é n p e d i r con calor r e f o r m a s e n l a educación de la
j u v e n t u d , l a q u e , s e g ú n é l , debía b a s a r s e e n el p r i n c i p i o
 — 149 —
de q u e l a d i c h a n o p u e d e h a l l a r s e sino e n el ejercicio de
la v i r t u d y de la b o n d a d . S ó c r a t e s s u s t i t u í a , p u e s , en a b -
soluto lo m o r a l á lo físico, y e n eso c o n s i s t e e s e n c i a l m e n -
te la r e v o l u c i ó n filosófica que r e a l i z ó . P r o p i a m e n t e h a -
b l a n d o , n o t u v o escuela n i s i s t e m a ético e s p e c i a l , y á los
q u e le p r e g u n t a b a n c ó m o p o d r í a n d i s t i n g u i r el b i e n del
m a l y lo j u s t o de lo i n j u s t o , les r e c o m e n d a b a q u e se refi-
riesen á las leyes de su país. No p a r e c e q u e se h a y a d e -
dicado á i n d a g a r la n a t u r a l e z a de D i o s , p o r q u e e s t i m a b a
esta e x i s t e n c i a c o m o establecida p o r n u m e r o s a s é i r r e -
futables p r u e b a s . A u n q u e r e c h a z a s e las g r o s e r a s ideas r e -
ligiosas de su t i e m p o y fuese decidido a d v e r s a r i o del
a n t r o p o m o r f i s m o , evitaba con g r a n cuidado ofender á la
sociedad con i m p e r t i n e n t e s a l u s i o n e s á la s u p e r s t i c i ó n
r e i n a n t e ; c o m o b u e n c i u d a d a n o , h a s t a d a b a ejemplo de
s u m i s i ó n , c o n f o r m á n d o s e á sus p r e s c r i p c i o n e s . L o s sofis-
t a s , s e g ú n é l , h a b í a n c o m e t i d o la falta de n o dejar n i n -
g u n a convicción científica en l u g a r de las e s p e c u l a c i o n e s
i n ú t i l e s de q u e h a b í a n dado b u e n a c u e n t a . S i n e m b a r g o ,
si el h o m b r e n o p u e d e s a b e r , p u e d e al m e n o s c r e e r , y l a
fe p u e d e r e e m p l a z a r v e n t a j o s a m e n t e á la d e m o s t r a c i ó n .
I n s i s t í a , p u e s , en estas g r a n d e s d o c t r i n a s de l a i n m o r t a -
lidad del a l m a y de la P r o v i d e n c i a que g o b i e r n a al m u n d o ;
no se p u e d e n e g a r , sin e m b a r g o , q u e a l g u n a s de s u s ideas
parecen i n d i c a r q u e p a r a él el Ser S u p r e m o es el a l m a
del m u n d o . L a m e j o r p a r t e de su s a b i d u r í a e r a — é l m i s m o
lo c o n f e s a b a — l a c o n c i e n c i a q u e t e n í a de su p r o p i a i g n o -
r a n c i a , y d i s u a d í a á sus a m i g o s de e n t r e g a r s e al e s t u d i o
de las m a t e m á t i c a s y de la física, p r e t e n d i e n d o q u e l a s
p r i m e r a s c o n d u c e n á c o n c l u s i o n e s v a n a s y l a s e g u n d a al
ateísmo. Su e n s e ñ a n z a e s t a b a casi e x c l u s i v a m e n t e consa-
g r a d a á la explicación de los t é r m i n o s ; p e r o su m o d o de
r a z o n a r es f r e c u e n t e m e n t e imperfecto y s u s c o n c l u s i o n e s
son r a r a vez i r r e p r o c h a b l e s . Así a f i r m a b a q u e n a d i e co-
m e t e r í a u n a acción i n j u s t a , p o r q u e el q u e s u p i e r a q u e
u n a acción es b u e n a la e j e c u t a r í a en s e g u i d a ; s o s t e n í a
a s i m i s m o que el m a l o n o es m a l o s i n o i n v o l u n t a r i a m e n t e ;
que el q u e m i e n t e con c o n o c i m i e n t o de c a u s a vale m á s
que el q u e m i e n t e s i n t e n e r c o n c i e n c i a de e l l o , y q u e e s
j u s t o h a c e r m a l á sus e n e m i g o s .
 — 150 —
B a s t a con esto p a r a a d i v i n a r c u a n superficial debía s e r
l a filosofía de S ó c r a t e s ; s i n cesar t o m a las p a l a b r a s p o r
l a s c o s a s , n o p r e s e n t a n d o p o r lo d e m á s g r a n n o v e d a d .
L a s c o n s i d e r a c i o n e s m o r a l e s e n que se a p o y a b a n o d e b í a n
c o n s t i t u i r n u e v o s e l e m e n t o s , p u e s n i n g u n a edad s e g u r a -
m e n t e se h a p a s a d o q u e n o h a y a ofrecido h o m b r e s de b i e n
q u e a d o p t a s e n c o m o r e g l a de c o n d u c t a l a s m á x i m a s de
S ó c r a t e s ; p r e c i s o , p u e s , n o s es b u s c a r en o t r a p a r t e l a
c a u s a de la fama de este g r a n d e h o m b r e , y la de q u e ocu-
p e t a n p r e e m i n e n t e p u e s t o e n t r e los b i e n h e c h o r e s de l a
raza humana.
S ó c r a t e s h a sido f e l i z m e n t e servido en dos cosas p o r la.
s u e r t e , que h a r o d e a d o su m u e r t e de c i r c u n s t a n c i a s favo-
r a b l e s y elegido a d m i r a b l e m e n t e á los q u e h a b í a n de con-
t a r n o s su vida. N o e s , e n efecto, p a r a todos los g r a n d e s
h o m b r e s el t e n e r biógrafos c o m o J e n o f o n t e y P l a t ó n , co-
m o t a m p o c o es p a r a todo h o m b r e q u e t o c a en los l í m i t e s
de la e x i s t e n c i a r e c i b i r la c o r o n a del m a r t i r i o , r e c o m p e n -
sa de t o d a u n a v i d a de v i r t u d y de m o r a l i d a d . E l día en
q u e s u s c o n c i u d a d a n o s le h i c i e r o n m o r i r fué u n día funes-
t o p a r a la gloria de A t e n a s , y era d e m a s i a d o t a r d e c u a n d o
v o l v i e r o n en s í , y n o e n c o n t r a r o n n a d a q u e r e s p o n d e r á
la p o s t e r i d a d q u e les p e d í a c u e n t a de este c r i m e n . Sócra-
t e s decía la v e r d a d c u a n d o t e r m i n a b a así su d i s c u r s o á s u s
j u e c e s : « Y a es t i e m p o de s e p a r a r n o s , yo p a r a m o r i r y
v o s o t r o s p a r a s e g u i r v i v i e n d o ; p e r o , ¿ q u i é n de n o s o t r o s
t e n d r á m e j o r d e s t i n o ? E s o es lo q u e n a d i e s a b e , excepto
Dios.» L a posteridad h a hecho desaparecer la d u d a , y á
S ó c r a t e s le h a t o c a d o el m e j o r l o t e .
E s t e d e s e n l a c e de l a e x i s t e n c i a de S ó c r a t e s h a s e g u i d o
s i e n d o m u y oscuro p a r a n o s o t r o s ; los cargos de la acu-
sación e r a n t r e s : S ó c r a t e s r e c h a z a los dioses de su p a í s ,
q u i e r e i n t r o d u c i r dioses n u e v o s y p e r v i e r t e la j u v e n t u d .
E s v e r d a d e r a m e n t e e x t r a ñ o , d e b í a n decir sus a m i g o s , que
se le a c u s e de i m p i e d a d á é l , c u y a v i d a e n t e r a se h a pa-
sado e n v e n e r a r á D i o s ; á é l , q u e r e c o n o c í a , n o sólo l a
e x i s t e n c i a de D i o s , s i n o t a m b i é n su o m n i p o t e n c i a . « S ó l o
u n i n s e n s a t o —decía él m i s m o — p u e d e a t r e v e r s e á atri-
b u i r el éxito e n este m u n d o á la p r u d e n c i a h u m a n a » ; y
e n c u a n t o á la n e c e s i d a d de la b u e n a e d u c a c i ó n p a r a l a
 — 151 —
j u v e n t u d «sólo los s a b i o s — d i j o — s o n a p t o s p a r a gober-
n a r á los h o m b r e s » . D e a q u í d e b e m o s d e d u c i r q u e l a s
acusaciones dirigidas c o n t r a S ó c r a t e s n o e r a n m á s q u e
p r e t e x t o s , y q u e o c u l t a b a n a l g u n a r e a l i d a d que h a podido
a u t o r i z a r á los a t e n i e n s e s á c o m e t e r t a n g r a n c r i m e n .
¿ T e n e m o s la e s p e r a n z a de d e s c u b r i r en su v i d a p r i v a d a
a l g ú n h e c h o que n o s aclare este m i s t e r i o ? No h a llegado
á n o s o t r o s d e s g r a c i a d a m e n t e sino p o q u í s i m a c o s a ; y e n
c u a n t o á l a s i n v e s t i g a c i o n e s de la crítica c l á s i c a , preciso
es confesar q u e e s t a crítica h a p e r m a n e c i d o h a s t a h o y e n
estado de s i n g u l a r i g n o r a n c i a , al m e n o s en todo c u a n t o
c o n c i e r n e á las cosas de la v i d a comiVn. P a r a e l l a , e n
efecto, los a t e n i e n s e s y los r o m a n o s n o son h o m b r e s y
m u j e r e s c o m o n o s o t r o s , sino s o l a m e n t e p e r s o n a j e s crea-
dos por los p o e t a s , p e r s o n a j e s c u y a e x i s t e n c i a , excepción
de las leyes g e n e r a l e s q u e r i g e n en la h u m a n a n a t u r a l e z a ,
pasa en m e d i o de escenas e x t r a ñ a s y de a c o n t e c i m i e n t o s
que r a y a n á cada paso en lo m a r a v i l l o s o .
Si n o s c o l o c a m o s bajo m á s v e r d a d e r o p u n t o de v i s t a ,
n o p o d e m o s m e n o s de conocer q u e el S ó c r a t e s de n u e s t r a
i m a g i n a c i ó n es h o m b r e m u y d i s t i n t o del S ó c r a t e s de los
a t e n i e n s e s . P a r a n o s o t r o s es u n g e n i o t r a s c e n d e n t e a n t e
el cual se i n c l i n a n p r o f u n d a m e n t e los g r a n d e s n o m b r e s
de la a n t i g ü e d a d ; u n m á r t i r sacrificado p o r h a b e r sos-
tenido p r i n c i p i o s que h a c e n todo el valor de l a v i d a , y
que elevan al m á s alto g r a d o de gloria al h o m b r e l l a m a d o
á sacrificar su vida p o r su defensa. E l S ó c r a t e s de los
a t e n i e n s e s a r r a s t r a b a su ociosidad por p l a z a s y e n c r u c i -
jadas públicas; tenía aspecto grotesco y h a s t a r e p u g n a n -
te; p o r l a s e x t r a v a g a n c i a s de su a n d a r y de s u s m o d a l e s ,
afectaba p a r e c e r s e á u n bufón; d e s d e ñ a b a su h o n r a d a
profesión de c a n t e r o , y p a s a b a su t i e m p o en d i s c u r r i r c o n
los j ó v e n e s q u e p o r s u g r o t e s c o é i n m o d e s t o e x t e r i o r se
a g r u p a b a n e n t o r n o s u y o , a p a r t á n d o l e s del c u l t o de los
dioses de la p a t r i a y disfrazando a p e n a s su i m p i e d a d c o n
ligero velo de h i p o c r e s í a . F u é , sin e m b a r g o , b u e n s o l d a d o ,
cómo lo h a n a t e s t i g u a d o los q u e c o m b a t i e r o n con él. N o
parece q u e se h a y a h e c h o u n d e b e r , c o m o los d e m á s
h o m b r e s , de p r o v e e r á l a a l i m e n t a c i ó n de s u s hijos y de
su m u j e r . E s t a ú l t i m a , X a n t i p a , e r a , s e g ú n p a r e c e , u n o
 — 152 —

de esos c a r a c t e r e s m a l j u z g a d o s c o n s o b r a d a frecuencia
p o r el m u n d o . Se casó con ella, seducido p o r su s i n g u l a r
talento para conversar, y aunque según testimonio u n á -
n i m e , sobresaliese él m i s m o e n este g é n e r o , p r o n t o r e c o -
n o c i ó , a u n q u e h a r t o t a r d e p a r a él y á su costa, q u e su
c o m p a ñ e r a era m u y s u p e r i o r á él. E n t r e los e n t r e t e n i d o s
e j e m p l o s , q u e de sus d i s g u s t o s d o m é s t i c o s se h a n d a d o ,
c i t e m o s el de q u e las p e r s o n a s q u e h a b í a i n v i t a d o á c o m e r
l l e g a b a n á su casa s i n q u e n a d a se h u b i e r a p r e p a r a d o
p a r a r e c i b i r l e s . E s t a c o n d u c t a p o d r í a i n d u c i r á j u z g a r se-
v e r a m e n t e del c a r á c t e r de X a n t i p a , y t o d a s las m a t r o n a s
del u n i v e r s o a b r a z a r í a n c i e r t a m e n t e su p a r t i d o con e n t u -
s i a s m o , p e r o n o h a y que ver e n ello sino la e x a s p e r a c i ó n
n a t u r a l en u n a m u j e r orgullosa con u n h o m b r e q u e se
envilece h a s t a el p u n t o de n o c u i d a r s e p a r a n a d a de su
h o n o r d o m é s t i c o . J a m á s quiso ceder á sus i n s t a n c i a s n i
r e c i b i r de a q u e l l o s con q u i e n e s S ó c r a t e s d i s i p a b a su t i e m -
p o el d i n e r o q u e t a n t a falta h a c í a en su casa. D e s p u é s de
s u c o n d e n a c i ó n , X a n t i p a fué á l a p r i s i ó n a c o m p a ñ a d a de
s u s hijos, p e r o S ó c r a t e s la despidió; t e m i e n d o — d i j o á sus
a m i g o s — l a v i s t a de su p r o f u n d a m i s e r i a . E l l a t u v o h a s t a
el fin h o n r o s a v i d a , c o m o m u j e r y c o m o esposa, y preciso
es q u e la v i d a de u n h o m b r e h a y a p r e s e n t a d o a l g u n a s
m a n c h a s p a r a q u e l a m a d r e de s u s hijos h a y a p o d i d o for-
m u l a r c o n t r a su c o n d u c t a quejas que h a l l a r o n eco e n l a
sociedad c o n t e m p o r á n e a . D e t o d a s e s t a s p a r t i c u l a r i d a d e s
d e la v i d a de S ó c r a t e s d e b e m o s d e d u c i r que los a t e n i e n -
ses le m i r a b a n c o m o c i u d a d a n o i n d i g n o y q u i z á h a s t a
p e l i g r o s o p a r a l a sociedad. L o cierto es q u e la política
p o r lo m e n o s n o fué e x t r a ñ a á su j u i c i o y á su m u e r t e .
E l m i s m o afirma q u e y a con m o t i v o del a s u n t o de L e ó n
de S a l a m i n a h a b r í a sido c o n d e n a d o á m u e r t e si el gobier-
n o de e n t o n c e s n o h u b i e r a sido d e r r i b a d o . S ó c r a t e s se
i n c l i n a b a á la a r i s t o c r a c i a y n o á la d e m o c r a c i a ; e s t a b a
c o m p r o m e t i d o con su p a r t i d o e n e m p r e s a s q u e sólo p o -
dían engendrar implacables animosidades, y no debemos
o l v i d a r q u e la a c u s a c i ó n d i r i g i d a c o n t r a él fué s o s t e n i d a
por Anyto, que había representado importantísimo papel
e n el r e s t a b l e c i m i e n t o del a n t i g u o o r d e n de cosas. L a falta
d e los a t e n i e n s e s e s t á e n n o h a b e r m e d i d o el castigo c o n
 — 153 —
la ofensa r e a l , y h a b e r a ñ a d i d o t o d a v í a la p e r s e c u c i ó n y
el d e s t i e r r o de los discípulos de S ó c r a t e s ; l a a d m i r a c i ó n
que c o n s e r v a b a n p o r la m e m o r i a de su m a e s t r o , y el r e -
cuerdo del injusto t r a t o q u e ellos m i s m o s h a b í a n sufrido
les c o n v i r t i e r o n e n e l o c u e n t e s a p o l o g i s t a s . Si S ó c r a t e s
h u b i e r a sido p a r a los a t e n i e n s e s t a l c o m o h o y n o s p a r e c e ,
sería i m p o s i b l e explicar n i j u s t i f i c a r su c o n d u c t a en e s t a
ocasión.
S i p o r el d e m o n i o , c u y a s s u g e s t i o n e s se a c u s a b a de e s -
c u c h a r á S ó c r a t e s , debe e n t e n d e r s e algo m á s q u e la c o n -
ciencia, n o s i n c l i n a m o s á creer q u e S ó c r a t e s sufría de esa
enfermedad m o r t a l que es t a n f r e c u e n t e en los q u e , i n t e n -
c i o n a l m e n t e ó p o r m i s e r i a , se c o n d e n a n á e x t r e m a d a a b s -
t i n e n c i a , cosa q u e , como la e x p e r i e n c i a lo p r u e b a t o d o s
los días, a l t e r a el cerebro y e n g e n d r a la l o c u r a . E s el caso
en que se e n c o n t r a b a M a h o m a .
D e s p u é s de la m u e r t e de S ó c r a t e s s u r g i e r o n v a r i a s e s -
cuelas que profesaban d o c t r i n a s fundadas en los m i s m o s
p r i n c i p i o s . L a s d i v e r g e n c i a s q u e las s e p a r a b a n p r u e b a n
c u a n poco s ó l i d a m e n t e definidos e r a n e s t o s p r i n c i p i o s .
E n t r e estos i m i t a d o r e s de S ó c r a t e s c i t e m o s á E u c l i d e s
de M e g a r a que h a b í a p e r m a u e c i d o fiel á la e n s e ñ a n z a del
m a e s t r o ; n i a u n h a b í a t e m i d o a r r i e s g a r su v i d a p a r a ir á
escucharle, desafiando á la ley q u e h a c í a u n c r i m e n capi-
tal de la p r e s e n c i a e n A t e n a s de todo h a b i t a n t e de M e g a -
ra. H u y e n d o de la p e r s e c u c i ó n , P l a t ó n y o t r o s discípulos
de S ó c r a t e s se refugiaron al lado de E u c l i d e s y fueron
por él b i e n acogidos. L a ética d o m i n a b a e n sus d o c t r i n a s
que n o e r a n sino m e z c l a de d o c t r i n a s e l e á t i c a s y s o c r á t i -
cas. E e c o n o c í a la e x i s t e n c i a de u n ser ú n i c o , el b i e n , q u e ,
susceptible de r e c i b i r diferentes f o r m a s , era t a m b i é n la
sabiduría, D i o s , la r a z ó n . U n o de sus d o g m a s establecía
que el sabio debe ser i n s e n s i b l e al d o l o r ; así r e v e l a b a la
t e n d e n c i a q u e m á s t a r d e h a b í a de c a r a c t e r i z a r á la e s c u e -
la cínica.
A la escuela de M e g a r a se u n e o r d i n a r i a m e n t e l a e s c u e -
la cirenaica f u n d a d a p o r A r i s t i p o . A r i s t i p o , c o m o S ó c r a -
tes, d e s d e ñ a b a las e s p e c u l a c i o n e s físicas, y dirigía exclu-
s i v a m e n t e su a t e n c i ó n á la m o r a l . P a r a él la d i c h a c o n -
siste en el p l a c e r ; el p l a c e r y el dolor e r a n s u s dos solos
 — 154 —

c r i t e r i o s p a r a j u z g a r de l a s cosas e x t e r i o r e s . N e g a b a q u e
p u d i é s e m o s conocer algo con c e r t e z a p o r q u e n u e s t r o s sen-
t i d o s son e s e n c i a l m e n t e e n g a ñ o s o s , p e r o a d m i t í a q u e per-
cibimos realmente, aunque nuestras percepciones no nos
i n d i q u e n la v e r d a d . P a r a la escuela c i r e n a i c a , es el ú n i -
co objeto y el solo fin de la vida.
A esta escuela p u e d e u n i r s e la escuela cínica f u n d a d a
p o r A n t í s t e n e s , cuyo s i s t e m a es t o t a l m e n t e p e r s o n a l y
b á r b a r o ; n o es m á s que la l u c h a del e s p í r i t u con el cuer-
p o , la p e r s e c u c i ó n de p a r t i c u l a r placer que afecta al espí-
r i t u sólo, s i e n d o l a s alegrías del c u e r p o a b s o l u t a m e n t e
r e c h a z a d a s , c o m o i n d i g n a s del h o m b r e . L a n a t u r a l e z a de
e s t e s i s t e m a e s t á p e r f e c t a m e n t e m a r c a d a por el c a r á c t e r
de su fundador, que r e n u n c i ó v o l u n t a r i a m e n t e á las v e n t a -
j a s de confortable e x i s t e n c i a p a r a desafiar la p o b r e z a y la
i n c l e m e n c i a de las e s t a c i o n e s . L l e v a b a los m á s m i s e r a b l e s
v e s t i d o s , d e s c u i d a b a su b a r b a , n o se c u i d a b a n a d a de su
p e r s o n a y se n e g a b a h a s t a los a l i m e n t o s n e c e s a r i o s . E s t e
m i s á n t r o p o h a r a p i e n t o e x h a l a b a su desprecio en i n v e c t i -
v a s dirigidas á los t r a n s e ú n t e s , á q u i e n e s ofendía con s u s
g e s t o s i n d e c e n t e s . A b a n d o n a d o al fin por t o d o el m u n d o ,
excepto p o r D i ó g e n e s de S i n o p e , m u r i ó en la m á s a b y e c t a
m i s e r i a . U n o de sus t e m a s favoritos e r a q u e l a a m i s t a d
y el p a t r i o t i s m o sólo son v a n a s p a l a b r a s ; á D i ó g e n e s que
le p r e g u n t a b a , en su l e c h o de m u e r t e , si n o s e n t í a la n e -
c e s i d a d de u n a m i g o , le r e s p o n d i ó : «Y u n a m i g o ¿ m e sa-
c a r á de a p u r o s ? » Y c o m o D i ó g e n e s le dijera t e n d i é n d o l e
u n p u ñ a l : « H e a q u í q u i e n lo h a r á , » a ñ a d i ó : «Pido q u e
m e l i b r e n del m a l , n o de la vida.» L a filosofía, q u e esta-
b a e n t o n c e s r e p r e s e n t a d a p o r la escuela cínica, h a b í a caí-
do e n t a l estado de e n v i l e c i m i e n t o q u e lícito es vacilar al
colocar á A n t í s t e n e s e n el n ú m e r o de esos h o m b r e s á
q u i e n e s el a m o r á la s a b i d u r í a h a m e r e c i d o el dictado de
filósofos, á A n t í s t e n e s , q u e c o n d e n a b a la l e c t u r a y el a r t e
de escribir, q u e c a l u m n i a b a la i n s t i t u c i ó n del m a t r i m o n i o
y q u e n o r e c o n o c í a á l a filosofía m á s v e n t a j a q u e l a de
p e r m i t i r c o n v e r s a r consigo m i s m o .
L a s v e r g o n z o s a s d o c t r i n a s de los cínicos fueron apli-
c a d a s h a s t a sus ú l t i m a s c o n s e c u e n c i a s p o r D i ó g e n e s de
S í n o p e . H i j o de u n rico b a n q u e r o ¡ gozó al p r i n c i p i o de
 — 155 —
los p l a c e r e s de l a r i q u e z a , p e r o m á s t a r d e su p a d r e fué
c o n d e n a d o p o r h a b e r falsificado m o n e d a , y bajo la i n -
fluencia sin d u d a , de las i m p r e s i o n e s q u e le dejó esta ca-
t á s t r o f e , se abrió su e s p í r i t u á d o c t r i n a s que p r e d i c a b a n
el desprecio de los p l a c e r e s del m u n d o y de l a s o p i n i o n e s
h u m a n a s . L o s esfuerzos que h i z o p a r a d o m i n a r los a p e -
titos n a t u r a l e s p o r la a b s t i n e n c i a p u e d e n h a c e r l e consi-
d e r a r c o m o el p r o t o t i p o de los e r m i t a ñ o s q u e a p a r e c i e -
r o n e n época p o s t e r i o r . M i r a b a al c u e r p o c o m o c á r c e l
del a l m a y le m o r t i f i c a b a de t o d a s l a s m a n e r a s p o s i b l e s ,
t o m a n d o p o r todo a l i m e n t o c a r n e c r u d a , y s i n m á s h a -
bitación que u n t o n e l . P r e t e n d í a que c u a n t o m á s se fa-
m i l i a r i z a u n h o m b r e con la idea del s u i c i d i o , t a n t o m á s
se acerca á la v i r t u d . N o llevaba m á s vestidos q u e u n a
m i s e r a b l e c a p a , y t e n í a p o r todo m o b i l i a r i o u n a m o c h i l a ,
u n palo y u n a c o p a ; t o d a v í a arrojó su copa c u a n d o vio
á u n j o v e n b e b e r p o r la p a l m a de l a m a n o . Satisfacía e n
piíblico t o d a s las e x i g e n c i a s de la n a t u r a l e z a y se c o m -
placía en e m a n c i p a r s e de t o d a c o n v e n i e n c i a s o c i a l , p r e -
t e n d i e n d o q u e lo q u e n o es d e s h o n e s t o p o r sí m i s m o
debe h a c e r s e á la l u z del día. Se p r e t e n d e q u e m u r i ó á
los n o v e n t a a ñ o s p o r h a b e r devorado u n pie de b u e y en-
t e r a m e n t e c r u d o . . . L a e x a g e r a c i ó n con q u e aplicó l o s
p r i n c i p i o s de S ó c r a t e s , le valió el apodo de «el r a b i o s o
S ó c r a t e s » . P a r a dar, e n fin, u n ejemplo de su desprecio á
las o p i n i o n e s de los d e m á s y de su i n c r e d u l i d a d religio-
s a , r e c o r d e m o s q u e , h a b i e n d o en u n m o m e n t o de debi-
lidad p r o m e t i d o á a l g u n o s a m i g o s sacrificar á D i a n a , fué
al día s i g u i e n t e al t e m p l o de la d i o s a , cogió u n piojo de
su cabeza y lo a p l a s t ó e n el a l t a r .
¡ Qué t r i s t e c l a r i d a d e s p a r c e n t o d o s estos h e c h o s s o b r e
el m o d o de p r o g r e s a r del e s p í r i t u h u m a n o ! ¡ Q u é caída,
de S ó c r a t e s á los c í n i c o s , i n e v i t a b l e s i n d u d a , p e r o q u é
r á p i d a ! E l egoísmo i m p e r a a h o r a c o m o s e ñ o r a b s o l u t o ;
la a m i s t a d y el p a t r i o t i s m o son a b a n d o n a d o s á los i n s e n -
satos ; feliz el q u e n o n e c e s i t a de u n a m i g o ; m á s feliz t o -
davía el q u e n o t i e n e n i n g u n o ; n i n g u n a acción es m a l a
en sí m i s m a ; el r o b o , el a d u l t e r i o , el sacrilegio s o n c r í -
m e n e s c o n v e n c i o n a l e s ; g u á r d e s e el sabio de dejarse a r r a s -
t r a r p o r d e b i l i d a d e s c o m o la g r a t i t u d y la b e n e v o l e n c i a ;
 — 156 —
a p r o v é c h e s e de los p l a c e r e s d o n d e los e n c u e n t r e , a g u a n -
t e s u dolor si e s t á afligido, y n o o l v i d e , sobre t o d o , q u e
la m u e r t e es t a n deseable c o m o la vida.
S i las especulaciones físicas de G r e c i a h a b í a n ido á
p a r a r á los sofismas y al a t e í s m o , las e s p e c u l a c i o n e s m o -
r a l e s , a c a b a m o s de v e r l o , n o h a b í a n dado m e j o r e s f r u t o s .
C a d a u n o de los dos s i s t e m a s , d e s p u é s de h a b e r sido
a p l i c a d o , fué r e c o n o c i d o i n ú t i l p a r a la s o c i e d a d , y perju-
dicial p a r a sus m á s caros i n t e r e s e s . L o s t i e m p o s de q u e
h a b l a m o s p a r e c í a n , p u e s , deber ser funestos á la civiliza-
c i ó n y n o p r o m e t e r l a sino m u y i n c i e r t o p o r v e n i r ; n i a u n
p a r e c í a p o s i b l e , por esfuerzos que se h i c i e s e n , que se
l l e g a r a á sacar de las d o c t r i n a s filosóficas algo q u e p u -
d i e r a satisfacer á las n e c e s i d a d e s del h o m b r e . Y sin e m -
b a r g o , en m e d i o de e s t a s c i r c u n s t a n c i a s t a n poco favora-
b l e s en a p a r i e n c i a , u n a m i g o y discípulo de S ó c r a t e s , el
p r i m e r o de sus discípulos, P l a t ó n , echó los c i m i e n t o s de
n u e v o s i s t e m a , q u e , á p e s a r de sus e r r o r e s y futilidades,
h a m e r e c i d o llegar h a s t a n o s o t r o s .
P l a t ó n n a c i ó p o r el a ñ o 4 2 6 a n t e s de J e s u c r i s t o . L a
a n t i g ü e d a d se h a c o m p l a c i d o á m e n u d o e n r o d e a r con
a u r e o l a de m í t i c a g l o r i a los n o m b r e s de sus h o m b r e s
i l u s t r e s . L a s i n m o r t a l e s o b r a s del m á s g r a n d e de sus
filósofos p a r e c í a n deber v a l e r l e m á s q u e los h o n o r e s de
e s t e m u n d o ; así u n a l e y e n d a , cuya a u t e n t i c i d a d n o dis-
c u t i r e m o s , a s e g u r a b a q u e su m a d r e P e r i c t i o n a , p o r i n -
fluencia de A p o l o , le h a b í a concebido s i n c e s a r de ser
v i r g e n , y q u e c u a n d o t u v o que c a s a r s e con A r i s t ó n , el
d i o s declaró el m i s t e r i o á este ú l t i m o . L a p r o f u n d a sabi-
d u r í a del g r a n e s c r i t o r le h a c í a d i g n o de t a n i l u s t r e ori-
g e n , y justifica h a s t a cierto p u n t o la c r e d u l i d a d de s u s
discípulos, q u e , en su afecto al m a e s t r o , p r e s t a r o n c o m -
p l a c i e n t e oído á e s t a m a r a v i l l o s a h i s t o r i a .
A los c o n o c i m i e n t o s q u e a d q u i r i ó en los ocho ó diez
a ñ o s q u e pasó al l a d o de S ó c r a t e s , a ñ a d i ó P l a t ó n todo lo
q u e p u d o a p r e n d e r de los filósofos de E g i p t o , P e r s i a , Ci-
r e n e y T a r e n t o . P l a t ó n , que g o z a b a de t o d a s las v e n t a -
j a s q u e d a n l a f o r t u n a y u n a familia i l u s t r e , p u e s c o n t a -
b a e n t r e s u s a n t e p a s a d o s á S o l ó n , siguió l a e n s e ñ a n z a
de los filósofos del t i e m p o , y d e s p u é s volvió á su p a t r i a
 — 157 —
d o n d e fundó u n a escuela. T r e s veces la dejó p a r a ir á vi-
vir e n Sicilia. Acabó su c a r r e r a á los 8 3 a ñ o s de e d a d .
A pocos h o m b r e s h a sido dado ejercer t a n profunda in-
fluencia en l a s edades s i g u i e n t e s , y sin e m b a r g o , p a r e c e
c o r r i e n t e que P l a t ó n , d u r a n t e su v i d a , n o tuvo a m i g o s ;
todos los filósofos que c o m o é l , h a b í a n sido d i s c í p u l o s
de S ó c r a t e s , fueron s u s a d v e r s a r i o s . C o m o f á c i l m e n t e l o
h a c e n p r e v e r la edad a v a n z a d a á q u e llegó y la poca s o -
lidez de la b a s e e n q u e s u s d o c t r i n a s se a s e n t a b a n , s u s
o p i n i o n e s son f r e c u e n t e m e n t e c o n t r a d i c t o r i a s y su filo-
sofía p r e s e n t a n u m e r o s a s d i v e r g e n c i a s . O c u p é m o n o s d e
estas d o c t r i n a s .
P l a t ó n creía que la m a t e r i a es e t e r n a c o m o D i o s y q u e
h a y en r e a l i d a d t r e s p r i n c i p i o s p r i m e r o s : D i o s , l a m a t e -
ria y las ideas; de la m a t e r i a forma D i o s t o d a s las c o s a s ,
a n i m a d a s é i n a n i m a d a s . E s t a p r o p i e d a d de la m a t e r i a de
poder r e c i b i r t o d a s las i m p r e s i o n e s h a c e que la l l a m e l a
m a d r e de las f o r m a s . P l a t ó n p e n s a b a q u e el i n t e l e c t o
existía a n t e s q u e estas f o r m a s se p r o d u j e r a n , p e r o q u e
n o e r a a n t e r i o r á la m a t e r i a . A t r i b u í a á la m a t e r i a u n a
fuerza de i n e r c i a ó r e s i s t e n c i a , c a u s a de los d e s ó r d e n e s
y t r a s t o r n o s que t u r b a n el m u n d o ; la c o n s i d e r a b a t a m -
bién c o m o c a u s a del m a l , y p a r t i e n d o de a q u í , la i m p u -
t a b a la p r e p o n d e r a n c i a del m a l e n t r e n o s o t r o s , p r e t e n -
diendo que el m a l debe n e c e s a r i a m e n t e exceder al b i e n
en la m i s m a p r o p o r c i ó n q u e la m a t e r i a excede á l a s
ideas. E s t a s d o c t r i n a s , como se v e , t i e n e n a s p e c t o e n t e -
r a m e n t e o r i e n t a l , y n o s i n r a z ó n fué P l a t ó n a c u s a d o d e
magismo.
P l a t ó n e n c o n t r a b a en la i n t e l i g e n c i a y e n la p r e v i s i ó n
que r e v e l a el a r r e g l o de las cosas de la n a t u r a l e z a l a s
pruebas de la e x i s t e n c i a de D i o s , c r e a d o r del m u n d o . «To-
do en el u n i v e r s o — d i c e — e x i s t e p a r a t o d o ; todo e s t á or-
denado de m o d o q u e se a s e g u r e la c o n s e r v a c i ó n y perfec-
ción de t o d o , y, p o r c o n s i g u i e n t e , t o d a s l a s cosas e x i s t e n
en v i r t u d de u n a c a u s a i n t e l e c t u a l d i v i n a » . D e q u e t o d o
en la n a t u r a l e z a p r o c l a m a la u n i d a d del p l a n de la P r o v i -
dencia, d e d u c e P l a t ó n la u n i d a d de D i o s , á q u i e n m i r a
como l a i n t e l i g e n c i a s u p r e m a , i n c o r p o r a l , i n m u t a b l e y s i n
principio n i fin. S u D i o s , á q u i e n p o n e e n oposición c o n
 — 158 —

l a n a t u r a l e z a i m p e r s o n a l , es el p a d r e del u n i v e r s o , q u e
m o d e l a á su a n t o j o . P l a t ó n p a r e c e p e n s a r á la vez q u e el
a l m a es i n m o r t a l , y n e g a r que h a y a existido s i e m p r e ó
q u e deba c o n t i n u a r i n d e f i n i d a m e n t e e x i s t i e n d o . F á c i l -
m e n t e se c o m p r e n d e , p o r lo que m á s a r r i b a h e m o s d i c h o ,
q u e e s t a d o c t r i n a psicológica es e s e n c i a l m e n t e i n d i a . C o n -
dujo á P l a t ó n á i n t r o d u c i r su o t r a célebre d o c t r i n a de la
r e m i n i s c e n c i a , y le p e r m i t i ó d a r s e c u e n t a de la n a t u r a l e -
z a de l a s ideas i n n a t a s , q u e son p a r a él colecciones de
cosas familiares al a l m a en otro t i e m p o .
L a r a z ó n d i v i n a c o n t e m p l a y c o m p r e n d e los e j e m p l a r e s
ó m o d e l o s p r i m e r o s de t o d a s las f o r m a s n a t u r a l e s , cuales-
q u i e r a q u e sean; las cosas visibles n o son, en efecto, m á s
q u e s o m b r a s p a s a j e r a s ; sólo las ideas ó e j e m p l a r e s son
e t e r n a s . P l a t ó n supo establecer con t a n t a fuerza la teoría
de las i d e a s , y al m i s m o t i e m p o , preciso es d e c i r l o , la
d e s a r r o l l ó de m o d o t a n o s c u r o , q u e o t r o s d e s p u é s de él
h a n llegado h a s t a m á s a l l á de los l í m i t e s del u n i v e r s o á
c o n c e b i r u n espacio i m a g i n a r i o p o b l a d o de seres i n m a t e -
r i a l e s , ideas ó e j e m p l a r e s p r i m a r i o s de t o d a s las formas
o r g á n i c a s é i n o r g á n i c a s . A l g u n o s detalles son i n d i s p e n -
s a b l e s p a r a a c l a r a r lo q u e a c a b a m o s de decir de las doc-
t r i n a s p l a t ó n i c a s . T o d o s los h o m b r e s p r e s e n t a n desigual-
d a d e s c u a n d o se les c o m p a r a e n t r e s í , p e r o todos e s t á n
e v i d e n t e m e n t e h e c h o s p o r u n m i s m o m o d e l o , al q u e todos
se p a r e c e n m á s ó m e n o s p e r f e c t a m e n t e . L o s á r b o l e s igual-
m e n t e s o n t o d o s d i f e r e n t e s , p e r o t o d o s , s i n e m b a r g o , se
refieren á u n tipo c o m a n que todos r e p r o d u c e n con m a y o r
ó m e n o r fidelidad. E s t o s m o d e l o s , estos tipos ó ejempla-
r e s , son los q u e P l a t ó n l l a m a ideas. L l e g a n á n u e s t r o co-
n o c i m i e n t o , n o p o r m e d i o de los s e n t i d o s , s i n o p o r la
reflexión. P l a t ó n p r e t e n d í a a u n q u e estas ideas s o n , n o
sólo c o n c e p c i o n e s del e s p í r i t u , s i n o p e r c e p c i o n e s r e a l e s ó
e n t i d a d e s d o t a d a s de e x i s t e n c i a efectiva; m á s a ú n , que
s o n los ú n i c o s s e r e s r e a l e s . L o s objetos c o r p o r a l e s n o son
m á s que ideas corporificadas, p e r o n o las r e p r e s e n t a n sino
i m p e r f e c t a m e n t e , p u e s la s e m e j a n z a e n t r e el objeto y su
modelo, d e p e n d e n e c e s a r i a m e n t e de las c i r c u n s t a n c i a s . No
p o d e m o s , p u e s , l l e g a r n u n c a á conocer t o d a s l a s propie-
d a d e s ó funciones de la idea p o r el e x a m e n del objeto ma-
 — 159 —

t e r i a l , que es sólo su i m p e r f e c t a r e p r e s e n t a c i ó n , c o m o
t a m p o c o p o d e m o s a d i v i n a r t o d a s las c u a l i d a d e s y el ca-
r á c t e r de u n h o m b r e á la v i s t a de su r e t r a t o , p o r exce-
lente que pueda ser.
L a teoría de las ideas n o s e n s e ñ a , p u e s , q u e m á s a l l á
de este m u n d o de e n g a ñ o s a a p a r i e n c i a y de cosas m a t e -
riales existe otro m u n d o e t e r n o , invisible y e s e n c i a l m e n t e
v e r d a d e r o ; que n o d e b e m o s c o n t a r con l a e x a c t i t u d de l a s
n o c i o n e s q u e n o s d a n los s e n t i d o s , y q u e h a y o t r a s i m -
p r e s i o n e s en que p o d e m o s d e s c a n s a r p a r a llegar á la ver-
dad: l a s r e m i n i s c e n c i a s ó recolecciones q u e e x i s t e n e n
n u e s t r a a l m a de las cosas que h a conocido e n otro t i e m p o ,
ya en el r e i n o de las ideas p u r a s , ya en el t r a n s c u r s o de
sus e x i s t e n c i a s a n t e r i o r e s . P l a t ó n p r e t e n d e , e n efecto,
que c i e r t a s a l m a s h a n vivido m i l e s de a ñ o s , r e v i s t i e n d o
s u c e s i v a m e n t e diferentes f o r m a s c o r p o r a l e s , y q u e con-
s e r v a n el r e c u e r d o de sus e s t a d o s p a s a d o s , r e c u e r d o m á s
ó m e n o s vivo ó m á s ó m e n o s b o r r a d o , s e g ú n l a s c i r c u n s -
tancias. Estos recuerdos constituyen las ideas, que pare-
cen i m p l a n t a d a s en el e s p í r i t u h u m a n o , y q u e n o le h a n
sido s u m i n i s t r a d a s p o r los s e n t i d o s . Si esta r e c o l e c c i ó n
de los a c o n t e c i m i e n t o s y de los e s t a d o s p a s a d o s fuese per-
f e c t a m e n t e p r e c i s a y c o r r e c t a , el h o m b r e t r a e r í a al m u n d o
u n m e d i o s e g u r o de llegar á la v e r d a d ; p e r o e s t a s r e m i -
n i s c e n c i a s s o n , p o r su p r o p i a n a t u r a l e z a , v a g a s , i n c o m -
pletas, y n o p o d e m o s p o r lo t a n t o ser d u e ñ o s j a m á s de l a
verdad a b s o l u t a . S e g ú n P l a t ó n , lo bello es la i m a g e n p e r -
fecta de lo v e r d a d e r o . E l a m o r es la a s p i r a c i ó n del a l m a
hacia la b e l l e z a , la a t r a c c i ó n de lo s e m e j a n t e p o r lo se-
m e j a n t e , la a s p i r a c i ó n de la D i v i n i d a d q u e e s t á e n n o s -
otros, h a c i a la D i v i n i d a d q u e e s t á fuera de n o s o t r o s : el
b i e n , q u e es la b e l l e z a , la v e r d a d y la j u s t i c i a , es D i o s ,
Dios en su estado de a b s t r a c c i ó n .
E l s i s t e m a de P l a t ó n i m p l i c a c o m o c o n s e c u e n c i a n e -
cesaria que la c i e n c i a es i m p o s i b l e p a r a el h o n i b r e , y q u e
sólo Dios p u e d e s a b e r ; n o s o t r o s d e b e m o s , s i n e m b a r g o ,
a c o r d á n d o n o s de n u e s t r o o r i g e n , n o d e s e s p e r a r y t r a t a r
de elevar e n lo posible n u e s t r o valor i n t e l e c t u a l ; n o t o d o s
nuestros c o n o c i m i e n t o s p u e d e n p r o c e d e r de n u e s t r o s s e n -
tidos t a l c o m o a c t u a l m e n t e s o n , p u e s si así fuera, t o d o s
 — 160 —
l o s h o m b r e s , h a b i e n d o recibido i g u a l e s s e n t i d o s , s e r í a n
i g u a l m e n t e sabios; p e r o la m a y o r y con m u c h o la m á s se-
g u r a p a r t e de n u e s t r o s c o n o c i m i e n t o s d e r i v a n de la r e m i -
n i s c e n c i a de los a n t i g u o s estados por q u e h e m o s p a s a d o ;
t o d a a l m a i n d i v i d u a l es u n a i d e a ; las ideas de g r a d o s in-
feriores e s t á n j u n t a m e n t e c o n t e n i d a s en l a s ideas m á s
e l e v a d a s , y e s t a s ú l t i m a s lo e s t á n á su vez e n u n a idea
s u p r e m a ; D i o s es la s u m a de las ideas; es, p o r c o n s i g u i e n -
t e , e t e r n o , i n m u t a b l e , fuera de t o d a r e l a c i ó n de t i e m p o y
e s p a c i o , y n o le p o d e m o s c o n c e b i r s e n s i b l e m e n t e bajo
n i n g u n o de sus a t r i b u t o s ; es la m e d i d a de t o d a s las cosas
y n o el h o m b r e , c o m o P r o t á g o r a s s u p o n í a ; el u n i v e r s o es
el tipo de D i o s ; la m a t e r i a m i s m a es u n a n e g a c i ó n abso-
l u t a , y es i d é n t i c a con el e s p a c i o ; las f o r m a s q u e n o s in-
d i c a n los s e n t i d o s n o son m á s q u e s o m b r a s s i n s u s t a n c i a
n i r e a l i d a d ; m u y lejos de que h a y a u n a infinidad de m u n -
d o s , n o h a y m á s q u e u n o sólo q u e , como o b r a de D i o s , n o
e s t á sujeto n i á e n v e j e c e r n i á m o r i r ; el m u n d o t i e n e u n
c u e r p o y u n a l m a ó e s t á c o m p u e s t o de t i e r r a y de fuego;
p a r a e s t a b l e c e r la c o h e s i ó n e n t r e estos dos e l e m e n t o s , la
p r e s e n c i a del aire y del a g u a es i n d i s p e n s a b l e , de d o n d e
se d e d u c e la n e c e s i d a d de la e x i s t e n c i a de los c u a t r o ele-
m e n t o s ; las figuras g e o m é t r i c a s r e s p o n d e n : la p i r á m i d e
al fuego, el cubo á la t i e r r a , el octaedro al a i r e ; estas
figuras e s t á n c o m p u e s t a s de t r i á n g u l o s r e u n i d o s e n t r e sí
e n v i r t u d de c i e r t a s leyes n u m é r i c a s ; l a s u m a t o t a l de vi-
t a l i d a d e s t á dividida p o r D i o s en siete p a r t e s , c o r r e s p o n -
d i e n t e s á las siete divisiones de la octava m u s i c a l ó á los
siete p l a n e t a s ; el m u n d o es u n a n i m a l q u e t i e n e e n sí u n
a l m a , p o r q u e el h o m b r e es c a l o r , y , p o r c o n s i g u i e n t e , el
m u n d o lo es t a m b i é n ; p u e s t o que el h o m b r e e s t á formado
de v a r i o s e l e m e n t o s , lo m i s m o sucede con el m u n d o , y
p u e s t o q u e el cuerpo del h o m b r e e n c i e r r a el a l m a , preciso
es q u e al m u n d o le o c u r r a lo m i s m o ; existe u n a r a z a de
dioses c r e a d o s y e n g e n d r a d o s q u e se d i s t i n g u e n de Dios
e n que e s t á n f o r m a d o s en g r a n p a r t e de fuego y en que
su f o r m a es esférica; la t i e r r a es el m á s a n t i g u o y el pri-
m e r o de los c u e r p o s i d e a l e s ; e s t á colocada e n el eje del
u n i v e r s o y en su c e n t r o , d o n d e se m a n t i e n e p o r sí m i s m a
e n e q u i l i b r i o ; q u i z á es u n ser d o t a d o de a l m a ó u n dios
 — 161 —

creado; l a s especies m o r t a l e s son e n n ú m e r o de t r e s , q u e

c o r r e s p o n d e n r e s p e c t i v a m e n t e á la t i e r r a , ' al aire y al
a g u a ; el h o m b r e fué creado el p r i m e r o ; de él s a l i e r o n l a
m u j e r , los f r u t o s , los p á j a r o s y los p e c e s ; c a d a ser e s t á
c o m p u e s t o de dos p a r t e s , c u e r p o y a l m a ; l a s e p a r a c i ó n
c o n s t i t u y e la m u e r t e ; el a l m a e s t á c o m p u e s t a de dos ele-
m e n t o s , u n o m o r t a l , dado p o r los dioses c r e a d o s , y otro
i n m o r t a l que r e c i b e del D i o s s u p r e m o ; u n t e r c e r e l e m e n -
to es n e c e s a r i o p a r a servir de lazo e n t r e estos dos e l e -
m e n t o s o p u e s t o s : es el e l e m e n t o d e m o n i a c o ó el e s p í r i t u ;
de la c o e x i s t e n c i a de estos t r e s e l e m e n t o s , el a p e t i t o , el
espíritu y la r a z ó n , n a c e n los conflictos q u e a g i t a n n u e s -
tra a l m a ; la r a z ó n t a n sólo es i n m o r t a l , l a s o t r a s dos p a r -
tes son m o r t a l e s ; el n ú m e r o de a l m a s q u e e n c i e r r a el
universo es i n v a r i a b l e y c o n s t a n t e ; el s e n t i m i e n t o de p r e -
existencia q u e en n o s o t r o s t e n e m o s p r u e b a que el a l m a
h a existido a n t e s que n o s o t r o s ; p u e s t o q u e el a l m a es l a
causa del m o v i m i e n t o , n o p u e d e n a c e r n i p e r e c e r , p o r q u e
de otro m o d o p o d r í a o c u r r i r que t o d o m o v i m i e n t o cesase;
en c u a n t o al a l m a que h a dejado al c u e r p o , a n d a e r r a n t e
en estado de s o m b r a a l r e d e d o r de las t u m b a s , e s p e r a n d o
su r e u n i ó n á u n o de los c u e r p o s s i n vida q u e e n c i e r r a n ,
donde e s t á c o n d e n a d a á ejecutar u n a serie de t r a n s m i g r a -
ciones bajo diferentes f o r m a s h u m a n a s ó a n i m a l e s ; p o r
lo que t o c a al a l m a del filósofo v i r t u o s o , le e s t á r e s e r v a d a
una vida en D i o s y s i n c u e r p o ; el valor n o es m á s q u e el
c o n o c i m i e n t o , y la v i r t u d es el c o n o c i m i e n t o del b i e n ; el
alma, al e n t r a r en el c u e r p o , n o t i e n e r a z ó n , y e s t á c o m o
en é x t a s i s ; el a s t r o d i v i n o , del q u e h a recibido s u p a r t e
m o r a l , influye en su e x i s t e n c i a u l t e r i o r , y p o r eso p u e -
de p r e d e c i r s e su p o r v e n i r m e d i a n t e c ó m p u t o s a s t r o l ó -
gicos; m á s a l l á de este m u n d o n o s e s p e r a n c a s t i g o s y
p r e m i o s : si h e m o s vivido b i e n h a l l a r e m o s u n p u e s t o e n
el astro q u e n o s h a p r o t e g i d o ; p e r o el q u e h a y a t e n i d o
vida m e n o s p u r a r e n a c e r á bajo f o r m a de m u j e r , y si p e r -
siste en el m a l , n u e v a s e x i s t e n c i a s bajo diferentes f o r m a s
animales le e s t á n r e s e r v a d a s ; los filósofos se c o n v i e r t e n
en pájaros, los q u e n o h a n c u l t i v a d o la filosofía t r u é c a n s e
en b e s t i a s , y los i g n o r a n t e s se h a c e n p e c e s ; el u n i v e r s o
sufre r e v o l u c i o n e s p e r i ó d i c a s , ya d e s t r u i d o , ya r e g e n e r a d o

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I, _ 11

 — 162 —

p o r el fuego ó el a g u a ; estos t r a s t o r n o s d e p e n d e n de las

c o n j u n c i o n e s de los a s t r o s .
E n c u a n t o á l a s ideas de P l a t ó n r e s p e c t o á la filosofía
h u m a n a , n a d a m e j o r p a r a d a r c u e n t a de ellas q u e t r a n s c r i -
bir este pasaje de R i t t e r : «Todo en el c u e r p o h u m a n o
e s t á formado en v i s t a de la r a z ó n y con d e t e r m i n a d o fin.
A n t e todo se n e c e s i t a u n l u g a r p a r a la p a r t e d i v i n a del
a l m a ; este sitio es la c a b e z a , q u e es r e d o n d a , p o r q u e s u
forma debe p a r e c e r s e á la forma perfecta del t o d o ; e s t á
p r o v i s t a de ó r g a n o s de cognición y sólo e s t á c u b i e r t a p o r
l i g e r a capa de c a r n e , p o r q u e l a c a r n e dificulta la acción
de los s e n t i d o s . L a c a b e z a dirige t o d a la o r g a n i z a c i ó n , y
p o r eso e s t á colocada en la c i m a del c u e r p o ; c o m o t o d o
c u e r p o c r e a d o , posee los seis m o v i m i e n t o s i r r e g u l a r e s , y
c o m o l a c a b e z a n o debe r o d a r p o r el suelo, el c u e r p o h u -
m a n o h a recibido u n a forma p r o l o n g a d a , con p i e r n a s
p a r a a n d a r y b r a z o s p a r a s e r v i r s e . D e s p u é s de la r a z ó n
v i e n e el e s p í r i t u ó el a l m a irascible, que t i e n e su a s i e n t o
en el p e c h o , debajo de la cabeza, de m o d o que esté al al-
c a n c e de l a s ó r d e n e s de la r a z ó n , p e r o s e p a r a d a de ella
p o r el cuello á fin de q u e n o p u e d a n c o n f u n d i r s e . L a par-
t e c o n c u p i s c i b l e del a l m a e s t á , en fin, alojada en la p a r t e
inferior del t r o n c o , e n el a b d o m e n , s e p a r a d a del a l m a
irascible p o r el diafragma, p u e s t o que debe ser i n d e p e n -
d i e n t e de las o t r a s dos p a r t e s , el e s p í r i t u y la r a z ó n , y
g o b e r n a d a y t e n i d a en o r d e n , s i n e m b a r g o , p o r ellas. C o n
este objeto h a colocado D i o s j u n t o á ella el h í g a d o , q u e ,
d e n s o , p u l i d o , b r i l l a n t e y formado por la c o m b i n a c i ó n de
u n a s u s t a n c i a a m a r g a con o t r a d u l c e , e s t á d e s t i n a d o á
r e c i b i r y reflejar c o m o u n espejo l a s i m á g e n e s de los p e n -
s a m i e n t o s . E l h í g a d o p o r su a m a r g u r a c o n t i e n e los ape-
t i t o s d e s o r d e n a d o s que la r a z ó n r e p r u e b a , y e s p a r c e p o r
t o d a s p a r t e s s u d u l z u r a c u a n d o el e s p í r i t u d e s e a en ar-
m o n í a con la r a z ó n ; a d e m á s d u r a n t e el s u e ñ o , d u r a n t e
la e n f e r m e d a d ó en los m o m e n t o s de i n s p i r a c i ó n , el hí-
gado a d q u i e r e v i r t u d p r o f é t i c a , y así t o d a s l a s p a r t e s del
c u e r p o , h a s t a la m á s v i l , c o n t r i b u y e n en c i e r t a m e d i d a
á c o n d u c i r n o s á la v e r d a d . Bajo otros p u n t o s de v i s t a la
p a r t e inferior del c u e r p o e s t á i g u a l m e n t e b i e n a d a p t a d a
á sus f u n c i o n e s ; á l a i z q u i e r d a del h í g a d o e s t á el b a z o ,
 — 163 —
que debe segregar y e m p u j a r l a s i m p u r e z a s q u e las e n -
fermedades p r o d u c e n y a m o n t o n a n e n el c u e r p o . Si los
i n t e s t i n o s , por ú l t i m o , e s t á n a r r o l l a d o s t a n g r a n n ú m e r o
de veces sobre sí m i s m o s , es p a r a q u e los a l i m e n t o s n o
atraviesen r á p i d a m e n t e el c u e r p o , y n o e n g e n d r e n así i n -
m o d e r a d o deseo de c o m e r , p o r q u e el a p e t i t o i n c e s a n t e
impediría al h o m b r e c o n s a g r a r s e á la filosofía, y le h a r í a
sordo á la voz de la d i v i n i d a d que e s t á en él.»
E l lector se e n c u e n t r a a h o r a en estado de a p r e c i a r
h a s t a qué p u n t o la s a b i d u r í a se h a l l a m e z c l a d a con la lo-
cura, y la c i e n c i a con la i g n o r a n c i a en las o b r a s de P l a -
tón. Q u i e r o , s i n e m b a r g o , a p u r a r m á s el e x a m e n de s u s
escritos p a r a m o s t r a r c ó m o aplicaba sus p r i n c i p i o s . S e -
g ú n é l , p o r n u e s t r a sola r a z ó n n o p o d e m o s a l c a n z a r el
bien s u p r e m o , p e r o d e b e m o s esforzarnos en p a r e c e m o s á
Dios en lo que u n m o r t a l p u e d e p a r e c e r s e al E t e r n o ; el
placer n o es el fin que el h o m b r e debe p r o p o n e r s e . Si la
parte s e n s u a l de n o s o t r o s m i s m o s h a l l a su satisfacción en
el comer, el b e b e r , l a s r i q u e z a s y el placer, y la p a r t e es-
piritual en los h o n o r e s y d i s t i n c i o n e s del m u n d o , la r a -
zón se debe p o r c o m p l e t o á la ciencia. E l p l a c e r n o p u e -
de, p u e s , como la c i e n c i a , a t r i b u i r s e á los d i o s e s ; n o es
el bien m i s m o sino u n m e d i o de llegar á él. C a d a u n a de
las t r e s p a r t e s de n u e s t r a a l m a t i e n e su v i r t u d p a r t i c u -
lar ; á la r a z ó n p e r t e n e c e l a s a b i d u r í a , al e s p í r i t u el valor,
y á la p a r t e c o n c u p i s c i b l e la t e m p l a n z a ; á estas t r e s v i r -
tudes h á s e a ñ a d i d o la j u s t i c i a , d e s t i n a d a á r e g l a m e n t a r
sus m u t u a s r e l a c i o n e s y á a s e g u r a r la perfección del a l m a .
P l a t ó n , t r a n s p o r t a n d o al d o m i n i o p r á c t i c o su s i s t e m a
de ética, q u i e r e q u e el E s t a d o lo sea t o d o , y q u e t o d o
cuanto p u e d a o p o n é r s e l e sea a n o n a d a d o . N i e g a el d e r e -
cho de p r o p i e d a d , n o r e s p e t a n i a u n la e x i s t e n c i a de la
familia, y e x t r e m a n d o sus p r i n c i p i o s , c o n s i d e r a l a s m u -
jeres como p ú b l i c a p r o p i e d a d de que el E s t a d o debe ser-
virse del m o d o q u e j u z g u e m á s v e n t a j o s o . Q u i e r e q u e la
educación sea u n deber del G o b i e r n o ; q u e la r e l i g i ó n e s t é
e n t e r a m e n t e bajo la d e p e n d e n c i a del p o d e r , y q u e los h i -
jos n o p e r t e n e z c a n á sus p a d r e s , sino al E s t a d o . P r e t e n -
de que el fin q u e el G o b i e r n o debe p r o p o n e r s e n o es l a
dicha del i n d i v i d u o , s i n o la de la c o m u n i d a d ; q u e los
 — 164 -
h o m b r e s n o d e b e n c o n s i d e r a r s e c o m o h o m b r e s , s i n o co-
m o e l e m e n t o s del E s t a d o , y que el subdito perfecto n o
difiere d e f e s c l a v o s i n o en q u e t i e n e al E s t a d o p o r s e ñ o r .
R e c o m i e n d a que los n i ñ o s deformes ó enfermizos s e a n
e x p u e s t o s , y p i d e q u e cada c i u d a d a n o sea e x p e r t o en a s -
t u c i a s y fraudes. Q u i e r e t a m b i é n q u e el E s t a d o t e n g a co-
m o el a l m a t r e s e l e m e n t o s c o n s t i t u t i v o s , y p o r eso divi-
de la p o b l a c i ó n e n t r e s c l a s e s : los que g o b i e r n a n , los q u e
c o m b a t e n y los q u e t r a b a j a n , d a n d o así la p r e f e r e n c i a á
u n a m o n a r q u í a a p o y a d a e n la a r i s t o c r a c i a , e s p e c i a l m e n -
t e en la a r i s t o c r a c i a del t a l e n t o . C o n s i d e r a la m ú s i c a co-
m o e s e n c i a l á la educación, p e r o el s e n t i m i e n t o del a r t e
e s t á en él t a n poco d e s a r r o l l a d o que q u i e r e excluir de su
r e p ú b l i c a á los p i n t o r e s y m ú s i c o s , ó al m e n o s n o a d m i -
t i r l o s s i n o con d u r í s i m a s c o n d i c i o n e s . Con la e s p e r a n z a
de r e a l i z a r su q u i m é r i c a r e p ú b l i c a fué á S i c i l i a , al lado
de D i o n i s i o , p e r o j a m á s le fué dado ejecutar sus p l a n e s ;
hasta puede agregarse q u e n i n g u n a fortuna mayor tuvie-
r o n aquellos con q u i e n e s c o n t a b a p a r a e n s a y a r su siste-
m a . E n n u e s t r o s días el socialismo h a p r o d u c i d o m u l t i -
t u d de s i s t e m a s , y a l g u n o s h a s t a h a n sido a p l i c a d o s , p e r o
j a m á s h e m o s visto n a d a t a n m o n s t r u o s o c o m o la célebre
r e p ú b l i c a de P l a t ó n . D e m u e s t r a s i n g u l a r i g n o r a n c i a de
l a s n e c e s i d a d e s y del m o d o de o b r a r de l a sociedad. Al-
g u n a s de las m á s i m p o r t a n t e s d o c t r i n a s de P l a t ó n son,
s i n e m b a r g o , d i g n a s de serio e x a m e n , y n o vacilo en
p r e s e n t a r al lector a l g u n a s o b s e r v a c i o n e s e n este r e s p e c t o .
E r a v e r d a d e r a m e n t e u n a magnífica c o n c e p c i ó n la de
e s a s ideas l i g a d a s e n t r e sí p o r o t r a s ideas de o r d e n m á s
e l e v a d o , e n l a z a d a s á su vez p o r o t r a s m á s elevadas a ú n ,
y así s u c e s i v a m e n t e , c r e c i e n d o s i e m p r e estas ideas en ge-
n e r a l i d a d y e n p o d e r , h a s t a la c ú s p i d e d o n d e se a s i e n t a
la idea p r i m e r a , la idea s u p r e m a y t o d o p o d e r o s a que e s t á
e n D i o s . P l a t ó n n o s eleva así p o r g r a d o s á la idea de u n
Ser o m n i p o t e n t e , e m a n c i p á n d o n o s de t o d a s l a s d u d a s y
d e todas las o s c u r i d a d e s q u e n e c e s a r i a m e n t e e n c o n t r a m o s
c u a n d o m e z c l a m o s con los a t r i b u t o s de D i o s l a s ideas de
espacio y de t i e m p o , y p r o c u r a m o s c o n s i d e r a r lo e t e r n o
y lo i n f i n i t o .
L a s o p i n i o n e s de P l a t ó n r e s p e c t o á la i n m o r t a l i d a d del
 — 165 -
a l m a ofrecen n o t a b l e c o n t r a s t e con las de l a filosofía p o -
p u l a r y con l a s u p e r s t i c i ó n de los t i e m p o s . B e c u e r d a n e n
m u c h o s p u n t o s las d o c t r i n a s de l a I n d i a . E n G r e c i a los
filósofos q u e m á s se h a b í a n d i s t i n g u i d o p o r l a a m p l i t u d
de sus m i r a s n o h a b í a n ido n u n c a m á s allá de lo q u e
puede l l a m a r s e u n a d o c t r i n a de s e m i - i n m o r t a l i d a d . P e n -
saban q u e el a l m a seguiría v i v i e n d o i n d e f i n i d a m e n t e ,
pero j a m á s h a b í a n p e n s a d o e n p r e o c u p a r s e de su p a s a d o .
P l a t ó n , p o r el c o n t r a r i o , p r e t e n d í a q u e el a l m a existe de
toda e t e r n i d a d ; e s t i m a b a la v i d a p r e s e n t e c o m o u n solo
i n s t a n t e de l a c a r r e r a q u e t e n e m o s q u e r e c o r r e r , y creía
con i n q u e b r a n t a b l e fe en los c a m b i o s de f o r m a q u e d e s -
pués de la m u e r t e d e b e m o s sufrir. L a i m a g i n a c i ó n de
P l a t ó n le r e p r e s e n t a b a sin d u d a el a l m a h u m a n a s a l i e n -
do del a l m a u n i v e r s a l , c o m o la c h i s p a b r o t a de la l l a m a .
L a s ideas i n n a t a s y el s e n t i m i e n t o de p r e e x i s t e n c i a q u e
h a y en n o s o t r o s n o s r e c u e r d a n n u e s t r a e x i s t e n c i a p a s a -
da. P o r este s e n t i m i e n t o de p r e e x i s t e n c i a e n t e n d í a P l a -
t ó n que en ciertos m o m e n t o s , i m p o r t a n t e s ó n o , de n u e s -
t r a v i d a , n o s parece de p r o n t o que h e m o s estado ya e n
c i r c u n s t a n c i a s s e m e j a n t e s y en m e d i o de los m i s m o s ob-
jetos que en el i n s t a n t e p r e s e n t e n o s r o d e a n . E s t a r e m i -
niscencia, a u n q u e excita en n o s o t r o s vivo s e n t i m i e n t o de
sorpresa, es v a g a y confusa. ¿ D i r e m o s con P l a t ó n q u e es
recuerdo de u n a de n u e s t r a s e x i s t e n c i a s a n t e r i o r e s y q u e
de p r o n t o v i e n e n á i m p r e s i o n a r n u e s t r o e s p í r i t u h e c h o s
c o m p l e t a m e n t e olvidados desde h a c e m u c h o t i e m p o ?
L o que P l a t ó n desconoció fué la doble e s t r u c t u r a y la
doble acción del c e r e b r o h u m a n o ; h i z o caso omiso del
hecho de q u e el e s p í r i t u p u e d e p e r d e r todo r e c u e r d o
del curso del t i e m p o , a b a r c a n d o con la m i s m a facilidad
en u n a sola ojeada t a n g r a n n ú m e r o de a c o n t e c i m i e n t o s
que su realización exigiría días y a ñ o s e n t e r o s ; n o se fijó
t a m p o c o en el h e c h o i n v e r s o de q u e el e s p í r i t u p u e d e
apoderarse de u n a sola i d e a q u e se c r e e r í a d i g n a t a n sólo
de ocuparle u n m o m e n t o , y se fija en ella, la e x t i e n d e , l a
dilata, vuelve á ella s i n cesar y se e s t á así u n a n o c h e e n -
tera. E s v e r d a d q u e son estos efectos m u y s i n g u l a r e s ,
pero e s t a m o s s e g u r o s de su e x a c t i t u d , p o r lo q u e n o s -
otros m i s m o s h e m o s e x p e r i m e n t a d o e n n u e s t r o s s u e ñ o s
 — 166 —
y por el t e s t i m o n i o de las p e r s o n a s que se h a n h a l l a d o
e n peligro de p e r e c e r p o r i n m e r s i ó n . E l l a s n o s c u e n t a n
la e x t r a o r d i n a r i a e n e r g í a que a d q u i r i ó su m e m o r i a en el
ú l t i m o m o m e n t o d é l a a g o n í a , y con q u é e s p a n t o s a claridad
v i e r o n en u n i n s t a n t e d e s a r r o l l a r s e en ella la l a r g a serie
de a c o n t e c i m i e n t o s en que h a b í a n t o m a d o p a r t e d u r a n t e
su vida, del m i s m o m o d o q u e d u r a n t e la n o c h e v e m o s u n
paisaje con todos sus detalles á la luz de u n r e l á m p a g o .
E n m i Fisiología h e e n s e ñ a d o c ó m o p u e d e n explicarse
esos f e n ó m e n o s á que da l u g a r el s e n t i m i e n t o de la p r e -
e x i s t e n c i a ; cada u n o de los dos h e m i s f e r i o s del c e r e b r o
p i e n s a p o r sí m i s m o , y el e s p í r i t u , e n g a ñ a d o r e s p e c t o de
l a m a r c h a del t i e m p o , t o m a dos o p e r a c i o n e s s i m u l t á n e a s
p o r dos o p e r a c i o n e s sucesivas, y recibe u n a de las dos
i m p r e s i o n e s , referidas á indeciso y oscuro p a s a d o . P l a t ó n
e n c o n t r a b a en estos h e c h o s p r u e b a s de la vida a n t e -
r i o r ' y sólidas r a z o n e s p a r a creer en la e x i s t e n c i a futura
del a l m a .
L a d o c t r i n a de P l a t ó n i n d i c a , p u e s , u n a doble i n m o r -
t a l i d a d del a l m a : l a del p a s a d o y la del p o r v e n i r . E n
a q u e l l a época en q u e la s u p e r s t i c i ó n e r a t o d a v í a o m n i p o -
t e n t e , se p e n s a b a q u e el p r i n c i p i o e s p i r i t u a l n o era n i
c r e a d o n i e n g e n d r a d o , que sólo el a z a r le ofrecía la en-
v o l t u r a h u m a n a en que debía fijarse, y que c r e c í a y se
fortificaba en e l l a , p r o g r e s a n d o en cada época p a r a l e l a -
m e n t e á su asociado el c u e r p o , y t e n i e n d o c o m o él suce-
s i v a m e n t e los a s p e c t o s de la infancia, de la a d o l e s c e n c i a ,
de la e d a d viril y de la vejez. Se creía t a m b i é n q u e el al-
m a q u e v a g a b a á orillas de l a S t i g i a ó q u e e s p e r a b a su
s e n t e n c i a a n t e el t r i b u n a l de M i n o s , p r e s e n t a b a el m i s m o
a s p e c t o q u e el c u e r p o en el m o m e n t o de la m u e r t e . Así
e r a c o m o U l i s e s h a b í a podido r e c o n o c e r á P a t r o c l o y
A q u i l e s y á los d e m á s h é r o e s de la g u e r r a de T r o y a , y
c ó m o cada cual podía r e c o n o c e r la s o m b r a de su a m i g o y
de su e n e m i g o . L a s u p e r s t i c i ó n podía sacar p a r t i d o de es-
t a s c r e e n c i a s , pero, preciso es decirlo, es i m p o s i b l e i m a -
g i n a r n a d a m á s falto de s e n t i d o filosófico.
E l estado del h o m b r e difiere del e s t a d o del c u e r p o sin
vida ó del estado del b r u t o en q u e n o s o l a m e n t e se rela-
c i o n a con el m o m e n t o p r e s e n t e , s i n o que el p a s a d o j a -
 — 167 —
m á s d e s a p a r e c e p a r a é l , y el p o r v e n i r , a n t e s de existir,
es p a r a él como si n u n c a debiese a p a r e c e r . E l h o m b r e
por el c o n t r a r i o , g r a c i a s á la recolección, h a c e del p a s a d o
parte del p r e s e n t e , a d i v i n a lo f u t u r o p o r la p r e s c i e n c i a y
se a p r o p i a á la vez de este m o d o el p a s a d o , el p r e s e n t e y
el p o r v e n i r .
P o n g a m o s a q u í los ejemplos q u e o r d i n a r i a m e n t e se d a n
de la teoría de las ideas, á fin de m o s t r a r c ó m o los h e c h o s
á que se refiere son c o n s i d e r a d o s p o r la ciencia m o d e r n a .
S e g ú n P l a t ó n , t o d a bellota c o n t i e n e el tipo ideal de u n a
e n c i n a , y en c u a n t o se p r e s e n t e n c i r c u n s t a n c i a s c o n v e -
n i e n t e s , la b e l l o t a se d e s a r r o l l a r á por sí m i s m a y l l e g a r á
á ser u n a e n c i n a y n o otro árbol. D o s cosas l l a m a n n u e s -
tra a t e n c i ó n en este d e s a r r o l l o de u n a s e m i l l a : el c a r á c -
ter i n t r í n s e c o de la s e m i l l a y las fuerzas e x t e r i o r e s que
obran sobre ella. L a d o c t r i n a p l a t ó n i c a establece esta dis-
tinción sin r o d e o s ; su fin e s e n c i a l es e v i d e n c i a r l a exis-
tencia a b s o l u t a , la i n d e p e n d e n c i a de este tipo i n n a t o .
Concede q u e la acción de l a s c o n d i c i o n e s e x t e r i o r e s es
necesaria p a r a su d e s a r r o l l o , p e r o le h a c e e n t e r a m e n t e
i n d e p e n d i e n t e de ellas. A s í , e n c o n t r a m o s en este p r i m e r
caso dos e l e m e n t o s de f r e n t e , u n o i n t e r n o y otro exter-
no. M u c h o s o t r o s e j e m p l o s t o m a d o s de la fisiología n o s
revelarían la m i s m a d u a l i d a d : t a l e s son las r e l a c i o n e s en-
tre el e s p í r i t u y la m a t e r i a , e n t r e el p e n s a m i e n t o y la
sensación. L a t e n d e n c i a i n v a r i a b l e de la filosofía p l a t ó -
nica es a c r e c e n t a r lo i n t e r i o r á e x p e n s a s de lo e x t e r i o r ;
es lo que h a c e en el caso del h o m b r e , al afirmar la s u p r e -
macía a b s o l u t a del i n t e l e c t o q u e d i s t i n g u e sólo al h o m -
bre del b r u t o y de los o r g a n i s m o s i n f e r i o r e s , en los que
p r e d o m i n a r e l a t i v a m e n t e lo e x t e r i o r . E l d e s a r r o l l o de
cualquier o r g a n i s m o , p l a n t a ó a n i m a l , n o e s , p u e s , o t r a
cosa m á s q u e u n a m a n i f e s t a c i ó n de la idea d i v i n a del
p l a t o n i s m o . L a h i s t o r i a n a t u r a l n o s ofrece t a m b i é n fre-
c u e n t í s i m o s ejemplos, e n t r e o t r o s el de u n b o t ó n q u e , al
d e s a r r o l l a r s e , p u e d e c o n v e r t i r s e ya e n u n a r a m a , ya e n
u n a flor, segrm q u e s u s p a r t e s t i e n d a n á a g r u p a r s e de
cinco en cinco ó de t r e s en t r e s . L a p e r s i s t e n c i a con q u e
este f e n ó m e n o sé r e p r o d u c e e n los o r g a n i s m o s de la m i s -
m a especie, p r u e b a p a r a los p l a t ó n i c o s q u e el i n d i v i d u o
 — 168 —
p u e d e p e r e c e r , p e r o q u e la idea es i n m o r t a l . D e otro m o -
do, ¿ c ó m o p o d r í a lo s e m e j a n t e d e s p r e n d e r s e de lo dese-
m e j a n t e , y c ó m o p o d r í a la u n i d a d s u r g i r de la p l u r a l i d a d ?
Si los ejemplos que a c a b a m o s de d a r de la d o c t r i n a de
P l a t ó n h a n servido p a r a h a c é r n o s l a m á s i n t e l i g i b l e , p u e -
d e n s e r v i r t a m b i é n p a r a i n s p i r a r n o s diferentes o p i n i o n e s ,
m á s c o r r e c t a s q u i z á . C u a n d o n o s h a l l a m o s e n f r e n t e de
ese d u a l i s m o del e l e m e n t o i n t e r n o y el e x t e r n o , el c a r á c -
t e r y las c i r c u n s t a n c i a s e x t e r i o r e s ¿ n o p o d e m o s p r e g u n -
t a r n o s e n q u é a u t o r i d a d se a p o y a P l a t ó n p a r a r e s t r i n g i r
c o n s t a n t e m e n t e la influencia del s e g u n d o e l e m e n t o y
a c r e c e n t a r la i m p o r t a n c i a del p r i m e r o ? ¿ P o r q u é r e c a r -
g a r los h e c h o s con t a n t a s h i p ó t e s i s c u a n d o es e v i d e n t e -
m e n t e posible d a r de ellos m u c h o m á s s e n c i l l a i n t e r p r e -
t a c i ó n ? A d m i t a m o s , de a c u e r d o con las d o c t r i n a s fisiológi-
cas m á s a d e l a n t a d a s , q u e el p u n t o de p a r t i d a de todo or-
g a n i s m o , inferior ó s u p e r i o r , vegetal ó a n i m a l , cualquie-
r a q u e s e a , en u n a p a l a b r a , es u n a s i m p l e célula cuyo
m o d o de d e s a r r o l l o d e p e n d e ú n i c a m e n t e de las c i r c u n s -
t a n c i a s é influencias á q u e se h a l l a e x p u e s t a ; m i e n t r a s
estas c i r c u n s t a n c i a s n o c a m b i e n , la forma r e s u l t a n t e s e r á
la m i s m a , p e r o c a m b i a r á en c u a n t o c a m b i e n esas c i r c u n s -
t a n c i a s . Si el v a s t a g o se p a r e c e á los o r g a n i s m o s q u e le
h a n e n g e n d r a d o , n o es p o r q u e e n c i e r r e en sí u n a forma
típica i m p e r e c e d e r a , sino p o r q u e su d e s e n v o l v i m i e n t o se
h a efectuado en i d é n t i c a s c o n d i c i o n e s . H e p r o c u r a d o ha-
cer ver en o t r a p a r t e q u e este p o d e r a b s o l u t o de los agen-
t e s físicos sobre las f o r m a s o r g á n i c a s debe f o r m a r el p r i n -
cipió f u n d a m e n t a l de t o d a s l a s ciencias q u e e s t u d i e n la
o r g a n i z a c i ó n ; h a s t a es el fin p r i n c i p a l q u e h e t e n i d o al
escribir m i Fisiología. S e m e j a n t e teoría es de todo p u n -
t o i n c o n c i l i a b l e con la teoría de las i d e a s del p l a t o n i s m o .
N o e s , en e f e c t o , la influencia de u n t i p o i m p e r e c e d e r o ,
e x i s t e n t e de t o d a e t e r n i d a d y l a t e n t e , la q u e p r e s i d e al
d e s a r r o l l o del o r g a n i s m o ; e s t e d e s a r r o l l o se efectúa p o r
v i r t u d de u n a ley inflexible q u e p e r m i t e la v a r i a c i ó n de
l a s cosas p o r l a v a r i a c i ó n de l a s c i r c u n s t a n c i a s a m b i e n -
t e s . P o d e m o s , p u e s , p r e s c i n d i r del m u n d o s u p r a s e n s i b l e
d o n d e r e s i d e n las f o r m a s t í p i c a s , los u n i v e r s a l e s , las ideas
de l a s cosas c r e a d a s , y t o d o el complejo m e c a n i s m o del
 — 169 -
platonismo; estamos autorizados para rechazarle reem-
p l a z á n d o l e con la s i m p l e n o c i ó n de ley. N i a u n t e n e m o s
que t e m e r , si de este p u n t o de p a r t i d a q u e r e m o s r e m o n -
t a r n o s m á s a r r i b a , e n c o n t r a r n a d a q u e sea i n d i g n o de l a
m a j e s t a d d i v i n a ó i n c o m p a t i b l e c o n las h e r m o s a s conclu-
siones de P l a t ó n , p u e s la e x i s t e n c i a de D i o s y de s u s
a t r i b u t o s se n o s m a n i f i e s t a n con m u c h a m á s c l a r i d a d y
g r a n d e z a si a d m i t i m o s la o p e r a c i ó n de u n a ley i n m u t a -
ble, q u e c u a n d o p a r t i m o s de u n a d o c t r i n a f a n t á s t i c a é
i m a g i n a r i a c o m o la de l a s f o r m a s i d e a l e s .
Así como la filosofía p r e s o c r á t i c a h a b í a t e r m i n a d o e n
los sofistas, la p o s t s o c r á t i c a v i n o á p a r a r e n los excépti-
cos. P r o d ú j o s e o t r a vez el r e s u l t a d o de q u e d o c t r i n a s de
diferentes e s c u e l a s , a u n l a s q u e se e s t i m a b a n c o m o s u s -
ceptibles de r i g u r o s a d e m o s t r a c i ó n , n o sólo ofrecían di-
vergencias, sino también inconciliables contradicciones.
U n a vez m á s surgió la deplorable o p i n i ó n de q u e la i n t e -
ligencia h u m a n a n o posee n i n g ú n c r i t e r i o de lo v e r d a d e -
ro y q u e n o es capaz n i de e n t r e s a c a r l a v e r d a d de l a s
c o n t r a d i c t o r i a s i m p r e s i o n e s de los s e n t i d o s , n i de j u z g a r
de la e x a c t i t u d de las d e d u c c i o n e s de la filosofía, n i a u n
de d e t e r m i n a r la m o r a l i d a d i n t r í n s e c a de los a c t o s h u -
m a n o s . S i n o existe c r i t e r i o de l a v e r d a d , n o p u e d e n
existir b a s e s c i e r t a s p a r a la c i e n c i a , n i n o s q u e d a p o r
t a n t o o t r a cosa m á s que d u d a r de todo. T a l fué la c o n -
clusión á q u e llegó P i r r o n , el f u n d a d o r de-la secta de los
excépticos. Vivía p o r el a ñ o 3 0 0 a n t e s de J e s u c r i s t o . P r e -
tendía q u e , á c o n s e c u e n c i a de l a c a r e n c i a de u n c r i t e r i o
de verdad, d e b e m o s s i e m p r e ó s u s p e n d e r ó n e g a r n u e s t r o
a s e n t i m i e n t o , d o c t r i n a filosófica q u e le c o n d u c í a , p o r n a -
t u r a l í s i m a t r a n s i c i ó n , á t o m a r p o r b a s e de s u m o r a l el
principio de q u e la d i c h a y la v i r t u d c o n s i s t e n e n la p e r -
fecta q u i e t u d y e n la e m a n c i p a c i ó n de t o d a t u r b a c i ó n
m e n t a l . H a b í a recibido e s t a d o c t r i n a — s e d i c e — d e l o s
b r a h m a n e s i n d i o s c u a n d o la e x p e d i c i ó n de A l e j a n d r o , á
quien siguió en A s i a . V u e l t o á E u r o p a , l a e n s e ñ ó e n s u
escuela de E l i s ; la filosofía g r i e g a , p o r lo d e m á s , i b a á
dar por sí m i s m a r e s u l t a d o s i d é n t i c o s .
L a escuela excéptica t o m ó p o r p u n t o de p a r t i d a el
aserto de q u e el h o m b r e n o p u e d e j a m á s s a c a r de los fe-
 — 170 —
nómenos la verdad, y que no puede por tanto saber n u n -
c a si las cosas c o r r e s p o n d e n ó n o á sus a p a r i e n c i a s , p u e s -
to q u e el m i s m o objeto n o s p a r e c e diferente en diversas
p o s i c i o n e s y en i n s t a n t e s d i v e r s o s . E s t á i g u a l m e n t e fue-
r a de d u d a q u e c a d a i n d i v i d u o ve este m i s m o objeto de
d i f e r e n t e m o d o . E n t r e t a n t a s d i s t i n t a s a p a r i e n c i a s ¿cómo
elegir la v e r d a d e r a ? Y si l l e g a m o s á elegir ¿ c ó m o a d q u i -
r i r la c e r t e z a a b s o l u t a de q u e n o n o s h e m o s e n g a ñ a d o ?
A d e m á s , todas l a s p r o p i e d a d e s q u e a t r i b u í m o s á los
c u e r p o s , color, o l o r , sabor, d u r e z a y o t r a s , n o s las r e v e -
l a n ú n i c a m e n t e los s e n t i d o s y s a b e m o s p e r f e c t a m e n t e
q u e los s e n t i d o s n o s d a n á c a d a p a s o t e s t i m o n i o s c o n t r a -
dictorios. E n v a n o , p u e s , e s p e r a m o s de la r a z ó n q u e n o s
h a g a capaces de d i s c e r n i r las cosas con p r e c i s i ó n , ó q u e
n o s p o n g a en posesión de u n criterio de la v e r d a d . Así
u s a b a n los excépticos el a r m a q u e los sofistas h a b í a n
e m p l e a d o con t a n t o é x i t o c o n t r a las d o c t r i n a s é t i c a s .
D e m o s a u n otro p a s o . Si c o n t a m o s con la r a z ó n ¿ s a b e -
m o s que n o n o s h a de e x t r a v i a r y n o n e c e s i t a m o s con
ella el m i s m o criterio ? Y a u n e x i s t i e n d o ese criterio ¿no
n e c e s i t a r í a m o s p a r a él otro criterio de o r d e n m á s eleva-
do ? Así p e n s a b a n p r o b a r los excépticos q u e n o h a y p a r a
el h o m b r e criterio a l g u n o posible de la v e r d a d .
E n a r m o n í a con estos p r i n c i p i o s n e g a b a n los excépti-
cos q u e p u d i é s e m o s n u n c a llegar al c o n o c i m i e n t o del ser
p o r el c o n o c i m i e n t o de los f e n ó m e n o s . E x t r e m a b a n la
d u d a h a s t a p r e t e n d e r q u e n u n c a p o d e m o s afirmar la ver-
dad de u n a afirmación, n i a u n afirmar q u e h e m o s h e c h o
esta afirmación. «Nada afirmamos — d e c í a n — n i siquiera
q u e n o a f i r m a m o s n a d a » . D e c l a r a n que los s i s t e m a s de
i n d u c c i ó n a p e n a s t i e n e n m á s b a s e q u e la p r o b a b i l i d a d ,
p u e s t o que u n a i n d u c c i ó n n o p u e d e ser c i e r t a sino cuan-
do se h a n e x a m i n a d o t o d o s los f e n ó m e n o s p a r t i c u l a r e s y
d e m o s t r a d o q u e t o d o s e n t r a n en el f e n ó m e n o g e n e r a l .
P r e s é n t e s e u n a sola excepción y la i n d u c c i ó n cae p o r sí
m i s m a . A h o r a b i e n , ¿cómo e s t a r s e g u r o s de q u e h e m o s exa-
m i n a d o todos los f e n ó m e n o s p a r t i c u l a r e s ? E s t a m o s , p u e s ,
f a t a l m e n t e c o n d e n a d o s á d u d a r . E n c u a n t o al m é t o d o de
l a s definiciones es e v i d e n t e q u e es e n t e r a m e n t e i n ú t i l :
si i g n o r a m o s u n a cosa n o p o d e m o s definirla y si la c o n o -
 — 171 -
cemos, la definición n a d a a ñ a d e á n u e s t r o c o n o c i m i e n t o .
L o s e x c é p t i c o s , e l i m i n a n d o de este m o d o la definición y
la i n d u c c i ó n , a r r u i n a r o n todo m é t o d o filosófico.
P e r o si la ciencia es i m p o s i b l e p a r a el h o m b r e ¿ p o r q u é
t a n t o t r a b a j a r p a r a a d q u i r i r l a ? ¿ N o vale m á s t o m a r la
vida c o m o es y a p r o v e c h a r s e del p l a c e r m i e n t r a s se p u e -
da? E s t e es el consejo que ya h a b í a dado E p i c u r o p o r el
año 342 a n t e s de J e s u c r i s t o . E p i c u r o , c o m o S ó c r a t e s , di-
fama la ciencia y h a c e del placer el objeto esencial de la
vida y el criterio de la v i r t u d . P e r s u a d i d o de que la r a -
zón n o p u e d e llegar sola .á la v e r d a d , d e s e s p e r a de l a
filosofía, q u e en poco ó en n a d a p u e d e c o n t r i b u i r á la
dicha. L a filosofía, s e g ú n é l , p u e d e dividirse en t r e s
p a r t e s , la é t i c a , la c a n ó n i c a y la física, siendo las dos
ú l t i m a s de m u y s e c u n d a r i a i m p o r t a n c i a con relación á
la p r i m e r a . E l sabio debe b u s c a r la d i c h a de su e x i s t e n -
cia en el q u i e t i s m o o r i e n t a l ; se a b a n d o n a con m o d e r a -
ción á sus a p e t i t o s p r e s e n t e s , y sabe gozar á la vez de
los p l a c e r e s del m o m e n t o , del r e c u e r d o de los p l a c e r e s
pasados y de la espera de los q u e le r e s e r v a el p o r v e n i r :
para él la filosofía es el a r t e de a p r o v e c h a r s e de la vida.
No se p r e o c u p a p a r a n a d a de la m u e r t e n i del p o d e r di-
v i n o , q u e son s i m p l e s i l u s i o n e s , n i d é l a e x i s t e n c i a fu-
t u r a , n o s i e n d o el a l m a sino u n c o n j u n t o de á t o m o s q u e
la m u e r t e h a de s e p a r a r . N o h a y d u d a que s e m e j a n t e s
doctrinas c o n v e n í a n p e r f e c t a m e n t e á la época en q u e
aparecieron. C u a n d o el d e s o r d e n social y político era t a n
profundo q u e la p r o p i e d a d e s t a b a i n s e g u r a ¿ c ó m o n o h a -
bía e s c u c h a d o el h o m b r e la voz q u e le a n i m a b a á g o z a r
de su f o r t u n a m i e n t r a s la c o n s e r v a s e ? «En m i t i e m p o n o
había en A t e n a s n i n g ú n e s p í r i t u g r a n d e y n o b l e » , dice
D e m e t r i o P o l i o r c e t e s , que conocía b i e n la s i t u a c i ó n de
las cosas. N o es e x t r a ñ o q u e en s e m e j a n t e s c i r c u n s t a n -
cias sociales h a y a e n c o n t r a d o E p i c u r o n u m e r o s o s a d e p -
tos. M u c h o s de los q u e le r o d e a b a n d e b í a n c r e e r con él
que el secreto de la d i c h a en este m u n d o e s t á en la m á s
t r a n q u i l a indiferencia; q u e n o h a y en r e a l i d a d n i b i e n n i
m a l ; que vale m á s n o decidirse por n a d a y a b a n d o n a r l o
todo al a z a r ; q u e d e s p u é s de t o d o , e n t r e la v i d a y l a
m u e r t e h a y p o q u í s i m a d i f e r e n c i a ; q u e p a r a el h o m b r e
 — 172 —
v e r d a d e r a m e n t e sabio la filosofía es u n a fuente de acti-
v i d a d i n t e l e c t u a l que p u e d e servir p a r a h a c e r l e feliz; que
l a física, u n a de las r a m a s de la filosofía, n o es ú t i l sino
p o r q u e n o s da c u e n t a de la n a t u r a l e z a de la m u e r t e , de
los m e t e o r o s , de los p r o d i g i o s , y n o s l i b r a así del t e r r o r
q u e n o s i n s p i r a b a n ; q u e l a s d o c t r i n a s de D e m ó c r i t o y de
A r i s t i p o son b u e n a s h a s t a cierto p u n t o p a r a p r o p o r c i o -
n a r n o s placer, y q u e d e b e m o s i m i t a r á las b e s t i a s , q u e
b u s c a n el p l a c e r y h u y e n del dolor. E n s u m a , existe es-
t r e c h í s i m o lazo e n t r e el p l a c e r y la v i r t u d , sobre todo si,
a d o p t a n d o m á s a m p l i o p u n t o de v i s t a , b u s c a m o s el pla-
cer n o sólo en la satisfacción de n u e s t r o s deseos p r e s e n -
tes, sino t a m b i é n en la r e c o r d a c i ó n del pasado y en la es -
p e r a del p o r v e n i r . Así o b r a el s a b i o ; se a c u e r d a s i e m p r e
de que el dolor es p o r sí m i s m o pasajero, pero q u e el pla-
cer es d u r a d e r o , y n o vacila n u n c a e n e x p o n e r s e á sufrir
si e s t á s e g u r o de e n c o n t r a r en ello p l a c e r . Aleja de su es-
p í r i t u t o d o t e m o r de los dioses y del d e s t i n o , q u e n o son
m á s q u e ficciones p r o p i a s de m u j e r e s y del v u l g o . S i n
e m b a r g o , c o m o los dioses y el d e s t i n o son los objetos de
l a s u p e r s t i c i ó n n a c i o n a l , es i n ú t i l a t r a e r s e el disfavor pú-
blico m o f á n d o s e a b i e r t a m e n t e de ellos. E l sabio h a r á
m u c h o m e j o r e n a d o p t a r r e s p e t u o s o y s o l e m n e t o n o al
h a b l a r de ellos, a u n q u e se ría p a r a sus a d e n t r o s . E n
c u a n t o al t e m o r de la m u e r t e , debe c u i d a r m u c h o de li-
b r a r s e de é l , n o p e r d i e n d o de v i s t a q u e la m u e r t e n o es
m á s q u e el fin de las m i s e r i a s de la e x i s t e n c i a . L a canó-
n i c a de E p i c u r o c o m p r e n d e sus d o c t r i n a s filosóficas, que
s o n superficialísimas. P r e t e n d e q u e las i m p r e s i o n e s de
los s e n t i d o s c o n s t i t u y e n p a r a n o s o t r o s el criterio de la
v e r d a d , y q u e t o d a s las s e n s a c i o n e s son v e r d a d e r a s , h a s -
t a l a s q u e p e r c i b i m o s en la l o c u r a y d u r a n t e el s u e ñ o ; la
m e m o r i a , q u e r e c u e r d a l a s s e n s a c i o n e s p a s a d a s , debe t a m -
b i é n ser m i r a d a c o m o c r i t e r i o de la v e r d a d ; es la b a s e de
la experiencia.
E n su física a d o p t a la t e o r í a a t ó m i c a de D e m ó c r i t o ,
p e r o la e s t i m a de t a n poco v a l o r , que n o se p r e o c u p a de
las n u m e r o s a s d i v e r g e n c i a s q u e con su c a n ó n i c a y a u n
con su ética p r e s e n t a . A u n q u e los á t o m o s y el vacío n o
p u e d a n p e r c i b i r s e p o r los s e n t i d o s , a d m i t e su e x i s t e n c i a ,
 — 173 —

afirmando q u e e n el vacío infinito e x i s t e n infinidad de

á t o m o s de n a t u r a l e z a s diferentes q u e , en v i r t u d de s u
p e s o , c a e n t o d o s v e r t i c a l m e n t e con i g u a l v e l o c i d a d ; a l -
g u n o s de estos á t o m o s , s i n e m b a r g o , h a b i é n d o s e e n c o n -
trado desviados de la v e r t i c a l p o r d e s c o n o c i d a fuerza i n -
t e r i o r , h a n chocado y h a n q u e d a d o a g r u p a d o s en con-
j u n t o , , f o r m a n d o así el m u n d o . L o m i s m o de v a g a s y
pueriles son sus ideas r e s p e c t o de la m a g n i t u d del sol,
de la n a t u r a l e z a de los eclipses y de otros f e n ó m e n o s
a s t r o n ó m i c o s , p e r o ya cuida él de justificarse de sus
c o n t r a d i c c i o n e s é i g n o r a n c i a d e c l a r a n d o q u e t o d a s esas
cosas son de t o d o p u n t o i n ú t i l e s de s a b e r y de las q u e
n o h a y que p r e o c u p a r s e . E n c u a n t o al a l m a , p r e c i s o es
que t e n g a s u s t a n c i a y c u e r p o , en r a z ó n á q u e sólo el va-
cío es i n c o r p ó r e o ; se i n c l i n a á creer q u e es u n c u e r p o su-
t i l , m u y m ó v i l y s e m e j a n t e al v a p o r ; l a a t r i b u y e c u a t r o
actividades d i s t i n t a s c o r r e s p o n d i e n t e s á los c u a t r o ele-
m e n t o s que e n t r a n en s u c o n s t i t u c i ó n ; lejos de ser i n -
m o r t a l se d e s c o m p o n e en s u s á t o m o s c o n s t i t u t i v o s y
m u e r e c o n el c u e r p o . A d e m á s de la d o c t r i n a a t ó m i c a de
D é m ó c r i t o , E p i c u r o a d o p t a su teoría de l a s s e n s a c i o n e s ,
según la cual de cada objeto e x t e r i o r e m a n a u n a i m a g e n
ó síSoXov, que p e n e t r a p o r los ojos e n el c e r e b r o . E n s u
teología a d m i t e los dioses a n t r o p o m ó r f i c o s ; p r o v i e n e n ,
como t o d a s las c o s a s , del e n c u e n t r o fortuito de los á t o -
mos, y viven e n el q u i e t i s m o y en la d i c h a c o m p l e t a , sin
i n q u i e t a r s e p a r a n a d a de los n e g o c i o s h u m a n o s . Así r i d i -
culizaba E p i c u r o la religión n a c i o n a l , sus r i t o s , sus sa-
crificios, s u s o r a c i o n e s y sus p r á c t i c a s . D e la e x i s t e n c i a
de Dios da c o m o p r u e b a ú n i c a q u e t o d o el m u n d o cree
en ella; n o vacila s i n e m b a r g o , en r e c h a z a r sin a m b a j e s
la teología n a c i o n a l y en d e c l a r a r q u e á su p a r e c e r sólo
el ciego a z a r g o b i e r n a el m u n d o .
T a l e s son l a s d o c t r i n a s á q u e h a q u e d a d o u n i d o el
n o m b r e de E p i c u r o , p e r o a n t e s de q u e él h u b i e r a n a c i d o
existían e p i c ú r e o s y e t e r n a m e n t e e x i s t i r á n . E n n u e s t r o s
días a b u n d a n y á t o d o s se les r e c o n o c e por l a s m i s m a s
s e ñ a l e s : i n d e c i b l e egoísmo en sus r e l a c i o n e s con s u s se-
mejantes; superficialísimas ideas filosóficas, si acaso p u e -
de aplicarse s i n i n j u s t i c i a la p a l a b r a filosóficas á i n t e l i -
 — 174 —

g e n c i a s t a n m e z q u i n a s ; g r i t a n m u c h o e n favor de la r e -
ligión n a c i o n a l y afectan c u m p l i r sus d e b e r e s e x t e r n o s
m i e n t r a s en su c o r a z ó n la son infieles, r e n e g a n d o de ella
p o r su m o d o de vivir. E l l o s son los q u e f o r m a n la p a r t e
m á s visible de la sociedad m o d e r n a y la m a y o r p a r t e del
t i e m p o se p r o c l a m a n g u a r d i a n e s de sus i n t e r e s e s . Se les
e n c u e n t r a en todos los g r a d o s de la escala s o c i a l : e n el
S e n a d o , en el ejército, p e r o sobre todo en las profesiones
industriales, que desgraciadamente tienden demasiado
á e n g e n d r a r el egoísmo. A estos h o m b r e s es d e u d o r a la
sociedad de la m i t a d p o r lo m e n o s de sus c o r r u p c i o n e s ,
de s u h i p o c r e s í a y de sus c r í m e n e s ; ellos la e n s e ñ a n con
el ejemplo que el egoísmo debe ser n u e s t r a ú n i c a r e g l a
de c o n d u c t a , que la g r a t i t u d y el afecto son b u e n o s p o r
el efecto q u e p r o d u c e n , p e r o q u e j a m á s d e b e m o s a b a n d o -
n a r n o s á e l l o s ; la e n s e ñ a n q u e los h o m b r e s n o d e b e n ser
c o n s i d e r a d o s c o m o h o m b r e s , s i n o c o m o cosas de las que
h a y q u e saber servirse con v e n t a j a ; la p r e d i c e n , en fin,
q u e la ciencia y la h o n r a d e z , el p a t r i o t i s m o y la v i r t u d ,
son q u i m e r a s q u e sólo e x i s t e n p a r a los t o n t o s y q u e sólo
la riqueza merece nuestro respeto y estimación.
N o s q u e d a p o r h a b l a r e n este capítulo del p l a t o n i s m o
de los ú l t i m o s t i e m p o s . L a a n t i g u a A c a d e m i a que h a b í a
sido f u n d a d a p o r P l a t ó n , se l i m i t ó á d e s a r r o l l a r y á de-
fender sus d o c t r i n a s . L a A c a d e m i a m e d i a , q u e e m p e z ó
con Arcesilao, n a c i d o el a ñ o 3 1 6 a n t e s de J . C. c o m b a t i ó
á los estoicos y sostuvo la d o c t r i n a de la i n c e r t i d u m b r e
de las i m p r e s i o n e s de los s e n t i d o s y de la n a d a de la cien-
cia h u m a n a . L a n u e v a A c a d e m i a fué f u n d a d a p o r C a r n e a -
d e s , n a c i d o el a ñ o 2 1 3 a n t e s de J . C , casi con las m i s m a s
b a s e s q u e l a p r e c e d e n t e . C a r n e a d e s , se i n c l i n a p o r u n a
p a r t e al e x c e p t i c i s m o y p o r o t r a al p r o b a b i l i s m o . E s t a es-
cuela d e g e n e r ó t a n r á p i d a m e n t e que p r o n t o se ocupó ex-
c l u s i v a m e n t e de r e t ó r i c a . E l e x c e p t i c i s m o y la indiferencia
h i c i e r o n d u r a n t e este período p r o g r e s o s q u e es fácil con-
s i g n a r . A r c e s i l a o t e n í a la c o s t u m b r e de decir q u e n o co-
n o c í a n a d a , n i a u n su p r o p i a i g n o r a n c i a ; n e g a b a todo co-
n o c i m i e n t o , ya de los s e n t i d o s , y a de la r a z ó n . C a r n e a d e s ,
q u e h a b í a t o m a d o sus d o c t r i n a s de la a n t i g u a filosofía,
e n c o n t r ó t a m b i é n en ella los a r g u m e n t o s q u e le h a c í a n
 - 175 —
falta c o n t r a la n e c e s i d a d , la e x i s t e n c i a de D i o s y l a s p r o -
fecías; n o a d m i t í a la n o c i ó n a b s o l u t a de j u s t i c i a , y decla-
r a b a q u e n o es m á s q u e u n a n o c i ó n de p u r a c o n v e n c i ó n .
M i e n t r a s e s t a b a en E o m a , se m o s t r ó t a n h á b i l r e t ó r i c o ,
defendiendo a l t e r n a t i v a m e n t e y con i g u a l éxito el p r o y
el c o n t r a de la m i s m a causa, q u e C a t ó n le h i z o e x p u l s a r .
P l a t ó n h a b í a sido el r e p r e s e n t a n t e de u n a edad d e . f e ,
pero u n s e g u n d o a n á l i s i s de sus o b r a s y la r e v e l a c i ó n de
las c o n t r a d i c c i o n e s q u e p r e s e n t a b a n condujeron al excep-
tieismo. Si q u e r e m o s p r e c i s a r el fin de estos r e t ó r i c o s ,
p r e t e n d i d o s filósofos, n o t e n e m o s m á s que decir s i n o q u e
se p r o p o n í a n d e m o s t r a r que n o h a y en este m u n d o c r i t e -
rio posible de v e r d a d . C a r n e a d e s , p e r s u a d i d o de que n o
podía h a b e r filosofía, se a t u v o ala t e o r í a de lo p r o b a b l e .
«La idea m á s p r o b l a b l e — d i c e — e s la q u e , d e s p u é s de h a -
ber sido e x a m i n a d a y a n a l i z a d a lo m e j o r posible, e s t á m á s
exenta de i m p r o b a b i l i d a d » . L a d e c a d e n c i a de la filosofía
era a h o r a c o m p l e t a . P l a t ó n h a b í a d e s t r u i d o t o d a confian-
za en los datos de los s e n t i d o s , y la h a b í a s u s t i t u i d o con
su teoría ideal, q u e A r i s t ó t e l e s h a b í a e c h a d o á sU vez aba-
jo. F u n d ó s e la c u a r t a A c a d e m i a p o r F i l ó n de L a r i s a , y
la q u i n t a por A n t i o c o de Ascalon; á él le e s t a b a r e s e r v a d o
u n i r el P ó r t i c o con la A c a d e m i a y fundir e n u n a sola las
doctrinas de P l a t ó n y las de los estoicos. E s t e solo h e c h o
d e m u e s t r a lo d e s e s p e r a d o de la s i t u a c i ó n de la filosofía,
a b a n d o n a d a p o r sus p r o p i o s d i s c í p u l o s .
Así acabó la edad de fe de G r e c i a . S u h i s t o r i a r e c u e r d a
de m o d o s o r p r e n d e n t e l a e d a d q u e la c o r r e s p o n d e en l a
vida i n d i v i d u a l , la j u v e n t u d con su i n q u e b r a n t a b l e c o n -
fianza y a m a r g o s d e s e n g a ñ o s . E n t r a m o s e n esta e d a d lle-
nos de confianza en las cosas y en los h o m b r e s , m u y lejos
de s o s p e c h a r q u e a q u é l l a s p u e d a n h a c e r n o s e r r a r y éstos
engañarnos. Cuando recordamos nuestros primeros años
es p a r a a s o m b r a r n o s de q u e h a y a m o s podido o c u p a r n o s
s e r i a m e n t e e n s e m e j a n t e s n i ñ e r í a s y d e j a r n o s seducir p o r
móviles t a n f ú t i l e s ; p e r o n u n c a n o s p r e g u n t a m o s si, al
ser d i s t i n t a s , n o son n u e s t r a s a c t u a l e s p r e o c u p a c i o n e s
t a n v a n a s , n i t a n e n g a ñ o s o s los objetos q u e h o y p e r s e -
guimos.
L a s e g u n d a e d a d de la filosofía g r i e g a h a b í a a c a b a d o
 — 176 —

e n los sofistas, l a t e r c e r a acabó en el e x e e p t i c i s m o . L a

filosofía e s p e c u l a t i v a v a á t o c a r i n e v i t a b l e m e n t e u n a b a -
r r e r a q u e l a es i m p o s i b l e f r a n q u e a r . N o o t r a cosa s u c e d e
e n n u e s t r o s días; l a filosofía golpea l a s m u r a l l a s q u e la
c i e r r a n el p a s o , p e r o sin la m e n o r p r o b a b i l i d a d de a b r i r -
se p o r ellas u n c a m i n o .
 CAPÍTULO VI

L a edad de r a z ó n de Gí-reeia.

L a c o n q u i s t a de P e r s i a p o r A l e j a n d r o el G r a n d e es u n o
de los a c o n t e c i m i e n t o s m á s i m p o r t a n t e s de la h i s t o r i a de
E u r o p a . E l i l u s t r e a v e n t u r e r o , al a c o r d a r s e de los p l a n e s
que h a b í a concebido su p a d r e P i l i p o , e m p e z ó á ejecutarlos
con m e d i o s , a l p a r e c e r i n s i g n i f i c a n t e s : n o t e n í a — d i c e n
— m á s q u e u n ejército de 3 0 . 0 0 0 h o m b r e s , 4 . 0 0 0 de ellos
de caballería, y u n t e s o r o de 7 0 t a l e n t o s . E l r e s u l t a d o de
la expedición fué la r u i n a del i m p e r i o p e r s a , y t a m b i é n
la de G r e c i a . N o sin r a z ó n se maldijo la m e m o r i a del con-
q u i s t a d o r en su t i e r r a n a t a l . S u s t r i u n f o s h a b í a n a g o t a d o
la s a n g r e g r i e g a . L a s i n m e n s a s f o r t u n a s q u e Asia ofrecía
á los h o m b r e s e m p r e n d e d o r e s y a m b i c i o s o s h i c i e r o n a b a n -
d o n a r el suelo de G r e c i a , y la e m i g r a c i ó n de los g u e r r e r o s
á P e r s i a t o m ó tales p r o p o r c i o n e s que p r o n t o se e n c o n t r a -
ron soldados griegos establecidos en t o d a s las p a r t e s del
imperio p e r s a ; su n ú m e r o fué b a s t a n t e c o n s i d e r a b l e p a r a
causar i r r e p a r a b l e perjuicio al país q u e h a b í a n a b a n d o n a -
do, pero insuficiente p a r a h e l e n i z a r las a n t i g u a s y d e n s a s
poblaciones de Asia.
A este p r i m e r r e s u l t a d o , d e s a s t r o s o p a r a G r e c i a , v i n i e -
ron á a ñ a d i r s e las c o n s e c u e n c i a s políticas d e a q u e l l a s
guerras, coronadas por el éxito. Alejandro n o hubiera
a r r u i n a d o á A t e n a s m á s c o m p l e t a m e n t e si la h u b i e r a t r a -
tado como á T e b a s , q u e a r r a s ó h a s t a el suelo, y de la q u e
hizo degollar 6.000 c i u d a d a n o s v e n d i e n d o c o m o esclavos
á 30.000. L a fundación de A l e j a n d r í a acabó con l a p r o s -
peridad c o m e r c i a l de A t e n a s , d a n d o el ú l t i m o golpe á s u
a n t i g u o s i s t e m a colonial. N a d a h a b r í a p e r d i d o s i A l e -
Historia del desarrollo htielectual de Europa.—TOMO i. 12
 — 178 —
j a n d r ó h u b i e r a r e n u n c i a d o á su p r o y e c t o de d e s t r u i r é
T i r o , q u e a r r u i n ó , n o p o r v e n g a n z a , c o m o se h a d i c h o ,
s i n o p o r q u e h a b í a c o m p r e n d i d o que su e x i s t e n c i a e s t a b a
í n t i m a m e n t e l i g a d a con la del p o d e r de los p e r s a s . S u i n -
t e n c i ó n , p o r lo d e m á s , n u n c a h a b í a sido q u e A t e n a s s e
a p r o v e c h a r a de c u a l q u i e r m o d o de l a r u i n a de su r i v a l fe-
n i c i a , y el objeto que se p r o p o n í a q u e d ó e n t e r a m e n t e rea-
l i z a d o con l a fundación y u l t e r i o r p r o s p e r i d a d de Ale-
jandría.
L a h i s t o r i a de los t i l t i m o s siglos n o s e n s e ñ a q u e c u a n -
t a s veces se h a e n c o n t r a d o u n ejército e u r o p e o e n f r e n t e
de otro a s i á t i c o , s i e m p r e a q u é l h a q u e d a d o v i c t o r i o s o ,
c u a l q u i e r a q u e h a y a sido la d e s p r o p o r c i ó n de fuerzas en
favor del ú l t i m o ; este t e s t i m o n i o h i s t ó r i c o t e n d e r í a á r e -
b a j a r la gloria de las a r m a s del g r a n c o n q u i s t a d o r , p e r o
n o se le p u e d e n e g a r p r o f u n d a s a g a c i d a d y h a b i l i d a d p o -
lítica, n o s u p e r a d a s p o r n i n g ú n otro c o n q u i s t a d o r . M i e n -
t r a s n o se dejó e m b r i a g a r p o r el h u m o de la gloria, y t a m -
b i é n d e s g r a c i a d a m e n t e por el v i n o , su c a r á c t e r fué n o b l e
y elevado. H a b í a seguido d u r a n t e v a r i o s a ñ o s las lecciones
de A r i s t ó t e l e s y c u a n d o p a r t i ó p a r a su e x p e d i c i ó n , l l e v ó
consigo t a n g r a n n ú m e r o de sabios q u e a q u e l l a expedición
t a n t o era e m p r e s a científica como m i l i t a r . E n t r e ellos se
h a l l a b a G a l í s t e n e s , p a r i e n t e y discípulo de A r i s t ó t e l e s .
H á s e afirmado q u e A l e j a n d r o h a b í a p u e s t o á disposición
de su m a e s t r o cerca de m i l t a l e n t o s y v a r i o s m i l e s de
h o m b r e s á fin de q u e p u d i e r a p r o p o r c i o n a r s e los a n i m a -
les q u e le f a l t a b a n p a r a a c a b a r su o b r a sobre la h i s t o r i a
n a t u r a l ; q u i z á e n esto se h a e x a g e r a d o algo, p e r o n o h a y
d u d a q u e este h e c h o m a r c ó l a i n a u g u r a c i ó n del s i s t e m a
político q u e n o t a r d ó en c o n d u c i r á la a p e r t u r a del m u -
seo de A l e j a n d r í a , otro a c o n t e c i m i e n t o que h a s t a a h o r a
h a sido i m p e r f e c t a m e n t e c o m p r e n d i d o , y q u e es, s i n em-
b a r g o , de c a p i t a l i m p o r t a n c i a e n lo q u e c o n c i e r n e al
p r o g r e s o i n t e l e c t u a l de E u r o p a . G r a c i a s á él t u v i e r o n l a s
o b r a s de A r i s t ó t e l e s t a n m a r a v i l l o s a d u r a c i ó n ; g r a c i a s
t a m b i é n á él, d e s p u é s de e s t a r difundidas en G r e c i a , pu-
d i e r o n t r a d u c i r s e al siriaco p o r los n e s t o r i a n o s e n el si-
glo v, y del siriaco al á r a b e 4 0 0 a ñ o s d e s p u é s . L a influen-
c i a de l a s o b r a s de A r i s t ó t e l e s se e x t e n d i ó d e s d e E s p a ñ a
 — 179 —
á l a M e s o p o t a m i a , y se h i z o s e n t i r s o b r e los c r i s t i a n o s
t a n t o c o m o sobre los m u s u l m a n e s .
Si la c a r t a c i t a d a p o r P l u t a r c o c o m o e s c r i t a p o r Ale-
j a n d r o á A r i s t ó t e l e s es a u t é n t i c a , e n ella v e m o s el éxito
con q u e el discípulo h a b í a a p r o v e c h a d o l a s lecciones del
m a e s t r o , p r e s e r v á n d o n o s del escollo en q u e í b a m o s á t r o -
pezar al e x p o n e r la filosofía a r i s t o t é l i c a . E n t o n c e s , e n
efecto—cosa q u e d e s p u é s d e s g r a c i a d a m e n t e se h a r e p r o -
ducido con h a r t a f r e c u e n c i a — e x i s t í a n dos d o c t r i n a s d i s -
t i n t a s : u n a p r i v a d a y o t r a p ú b l i c a . E n esta c a r t a r e c o n -
viene A l e j a n d r o al filósofo p o r la i n d i s c r e c i ó n q u e h a
c o m e t i d o , r e v e l a n d o cosas q u e c o n v e n í a t e n e r o c u l t a s ;
Aristóteles se defiende a f i r m a n d o que n o h a violado el
secreto. G r a n n ú m e r o de otros h e c h o s de p o c a i m p o r t a n -
cia a t e s t i g u a n i g u a l m e n t e la i m p o r t a n c i a que d a b a A l e -
j a n d r o á la filosofía; así es c o m o H a r p a l o y N e a r c o fue-
ron e n c a r g a d o s p o r él de g r a n d e s e m p r e s a s científicas;
Nearco recibió la m i s i ó n de e x p l o r a r los m a r e s , m i s i ó n
que sin d u d a t e n í a u n fin p o l í t i c o , y si Alejandro h u -
b i e r a vivido m á s t i e m p o , h a b r í a i n t e n t a d o p o r s e g u n d a
vez la c i r c u n n a v e g a c i ó n del c o n t i n e n t e africano. H a r p a -
lo , m i e n t r a s e r a g o b e r n a d o r de B a b i l o n i a , se ocupó e n
t r a s p l a n t a r y c a m b i a r los v e g e t a l e s de G r e c i a p o r los de
Persia; consiguió—dicen — aclimatar en Mesopotamia
todas las p l a n t a s e u r o p e a s , e x c e p t o la y e d r a . L a s expedi-
ciones del m a r Caspio y de los d e s i e r t o s de Africa d e -
m u e s t r a n el g u s t o p e r s o n a l de A l e j a n d r o p o r las c i e n c i a s
n a t u r a l e s , lo m i s m o q u e el h e c h o de q u e , d u r a n t e l a e n -
fermedad y e n su l e c h o de m u e r t e , se c o n s o l a b a o y e n d o
á Nearco c o n t a r l e s u s viajes. N a d a r e v e l a de m o d o m á s
s o r p r e n d e n t e la elevación de sus m i r a s políticas q u e el
proyecto q u e h a b í a concebido de a r m a r 1.000 b u q u e s p a r a
nacer la c o n q u i s t a de C a r t a g o y a s e g u r a r así su s u p r e -
macía en el M e d i t e r r á n e o . S u c a r á c t e r , p r e c i s o es decir-
lo, n o fué s i e m p r e i r r e p r o c h a b l e , y a l g u n o s de sus a c t o s
h a n m e r e c i d o el oprobio q u e á ellos h a q u e d a d o u ñ i d o :
el incendio de P e r s é p o l i s á c o n s e c u e n c i a de u n a orgía, el
degüello de p r i s i o n e r o s e n h o n o r de H e f e s t i ó n y la m u e r t e
de C a l í s t e n e s . S u e s p í r i t u , o t r a s veces t a n firme, n o s u p o
tampoco r e s i s t i r á l a fascinación de los i n m e n s o s t e s o r o s
 — 180 —
de q u e se a p o d e r ó e n S u s a , y que p a r e c e a s c e n d í a n á
4 0 0 . 0 0 0 t a l e n t o s , n i á las seducciones de los licenciosos
a s i á t i c o s , n i á los d e r r u m b a d e r o s del p o d e r s i n l í m i t e s
q u e t a n r á p i d a m e n t e h a b í a a d q u i r i d o . C i e r t o es, sin e m -
b a r g o , que e r a s o b r a d o i n t e l i g e n t e p a r a c r e e r s e d e s c e n -
d i e n t e de J ú p i t e r A m m o n ; eso n o fué s i n d u d a m á s q u e
una impostura que autorizó para ganar m á s fácilmente
la v e n e r a c i ó n de los q u e le r o d e a b a n . N o o l v i d e m o s que
vivía en u n t i e m p o en q u e florecía la c r e e n c i a en las con-
c e p c i o n e s s i n m a n c h a y en los o r í g e n e s celestes, c r e e n c i a
q u e de Asia h a b í a p a s a d o á E u r o p a . L o s a t e n i e n s e s m i s -
mos no debían tardar en tributar honores divinos á An-
t í g o n o y á D e m e t r i o , a d o r á n d o l e s c o m o dioses salvado-
res y consagrándoles particular culto.
P o r g r a n d e s q u e h a y a n sido los r e s u l t a d o s políticos
de l a expedición m a c e d ó n i c a , sus r e s u l t a d o s i n t e l e c t u a l e s
n o les c e d i e r o n e n i m p o r t a n c i a . N u e v a filosofía n a c i ó en
e s t a época. G r e c i a h a b í a p a s a d o p o r su edad de creduli-
d a d , su edad de e x a m e n , su edad de f e ; a c a b a b a de en-
t r a r e n su e d a d de r a z ó n , y si n o h u b i e r a sido p r i v a d a
b r u s c a m e n t e de su l i b e r t a d de a c c i ó n , h u b i e r a m a r c a d o
con i n d e l e b l e s r a s g o s el d e s a r r o l l o u l t e r i o r de l a civiliza-
ción e u r o p e a . C o m o v e r e m o s m á s a d e l a n t e , n o la e s t a b a
r e s e r v a d o t a n a l t o d e s t i n o . L a filosofía g r i e g a t e n í a su
a s i e n t o en A l e j a n d r í a , es d e c i r , fuera de E u r o p a , y no
p o d í a p o r c o n s i g u i e n t e , ejercer decisiva influencia en la
civilización del c o n t i n e n t e e u r o p e o . L l e g a d a á su vejez,
G r e c i a d e s a p a r e c i ó a p l a s t a d a p o r el p o d e r de E u r o p a ,
c o n c e n t r a d o en m a n o s de E o m a . H a y e n el p a s a d o pocas
épocas" q u e ofrezcan t a n p r o f u n d o i n t e r é s y q u e h a y a n
sido d e s g r a c i a d a m e n t e t a n m a l c o m p r e n d i d a s c o m o la
edad de r a z ó n de G r e c i a t a l cual se m a n i f e s t ó e n A l e j a n -
d r í a . P r o c l a m a del m o d o m á s b r i l l a n t e q u e las cosas go-
b i e r n a n al h o m b r e m á s q u e el h o m b r e á l a s cosas. E l
n a c i m i e n t o de las asociaciones científicas c r e a d a s p o r el
c o n q u i s t a d o r m a c e d ó n i c o , e r a c o n s e c u e n c i a d i r e c t a del
e s t a d o a c t u a l de la filosofía griega en v í s p e r a s de t e r m i -
n a r su edad de f e ; los frutos que d i e r o n l l e g a r o n á com-
p l e t a m a d u r e z bajo el r e i n a d o del c a p i t á n de Alejandro
q u e llegó á ser r e y de E g i p t o . L a escuela a l e j a n d r i n a ,
 — 181 —
a u n q u e en v i r t u d de l a p r e s i ó n ejercida sobre ella p o r el
s i s t e m a b i z a n t i n o se desviase de la dirección q u e t a n de
desear e r a siguiese, n o dejó de ejercer c o n s i d e r a b l e influ-
j o en el m o d o de p e n s a r de E u r o p a . A u n a h o r a m i s m o ,
n o h a podido E u r o p a t o d a v í a r e s o l v e r s e á confesar c u a n
p r o f u n d a h a sido e s t a i n f l u e n c i a .
L a edad de r a z ó n e n q u e A r i s t ó t e l e s va á i n t r o d u c i r -
n o s f o r m a s o r p r e n d e n t e c o n t r a s t e con l a s edades p r e c e -
d e n t e s . E l lector n o p u e d e m e n o s de r e c o n o c e r q u e lo
que h a c í a n los sabios de A l e j a n d r í a se p a r e c e e n t e r a m e n -
te á lo q u e h o y p a s a á n u e s t r o a l r e d e d o r , a u n q u e l a r g o
y s o m b r í o período de cerca de v e i n t e siglos n o s s e p a r e
de ellos. P o l í t i c a m e n t e h a b l a n d o , A r i s t ó t e l e s por s u s re-
laciones de a m i s t a d con A l e j a n d r o y la c o n t i n u a c i ó n de
la influencia m a c e d ó n i c a bajo los P t o l o m e o s , fué el lazo
que u n i ó la e d a d de fe con la de r a z ó n de G r e c i a , c o m a
lo e r a bajo el p u n t o de v i s t a filosófico, p o r la n a t u r a l e z a
de sus d o c t r i n a s . N o s ofrece n a t u r a l t r a n s i c i ó n e n t r e los
m é t o d o s e s p e c u l a t i v o s de P l a t ó n y los científicos de Ar-
q u í m e d e s y E u c l i d e s . L a e n o r m e e x t e n s i ó n de sus doc-
trinas y la o s c u r i d a d q u e p r e s e n t a n la m a y o r p a r t e son
propias p a r a d e s a l e n t a r al q u e a c o m e t a su e s t u d i o s i n
a c o r d a r s e de la a u t o r i d a d s o b e r a n a q u e d u r a n t e s i g l o s
p o s e y e r o n , y los magníficos r e s u l t a d o s q u e t a n r á p i d a -
m e n t e d i e r o n en la esfera de las c i e n c i a s e x a c t a s . L a h i s -
toria de A r i s t ó t e l e s y de su filosofía, debe p u e s n e c e s a r i a -
m e n t e p r e c e d e r á la e x p o s i c i ó n de los g r a n d e s é i n m o r -
tales t r a b a j o s de la escuela de A l e j a n d r í a .
Aristóteles n a c i ó en S t a g i r a , en T r a c i a , el a ñ o 3 8 4
a n t e s de J e s u c r i s t o . S u p a d r e , q u e ejercía la profesión de
m é d i c o , o c u p a b a e m i n e n t e p u e s t o e n t r e los a u t o r e s del
t i e m p o q u e t r a t a b a n de p u n t o s de h i s t o r i a n a t u r a l . A r i s -
tóteles le p e r d i ó de t e m p r a n a e d a d ; h e r e d ó i n m e n s a s r i -
quezas de su p a d r e , y t a m b i é n su a m o r á la c i e n c i a . Aris-
tóteles n o t a r d ó e n ir á A t e n a s , d o n d e e n t r ó e n la e s c u e -
la de P l a t ó n ; pasó e n e l l a — d i c e n — cerca de v e i n t e a ñ o s .
D u r a n t e estos v e i n t e a ñ o s disipó la m a y o r p a r t e de su
p a t r i m o n i o , y h a l l ó s e r e d u c i d o al fin á h a c e r s e d r o g u e r o
p a r a g a n a r de c o m e r . C o m o v e r e m o s , j a m á s figuró e n t r e
los discípulos ciegos de su m a e s t r o ; n o t a r d a r o n e n p r o -
 — 182 —

d u o i r s e e n t r e ellos d i s e n t i m i e n t o s . L a f o r t u n a quiso q u e
F i l i p o , r e y de M a c e d o n i a , le confiase la educación de su
hijo A l e j a n d r o , u n o de los h e c h o s m á s s a l i e n t e s de la
h i s t o r i a i n t e l e c t u a l de E u r o p a . A las a m i s t o s a s r e l a c i o n e s
q u e e n t r e él y su a l u m n o se e s t a b l e c i e r o n debió A r i s t ó t e -
les el auxilio positivo q u e de Alejandro recibió p a r a la
c o m p o s i c i ó n de su h i s t o r i a n a t u r a l ; les debió t a m b i é n el
p r e s t i g i o q u e d u r a n t e m á s de q u i n c e siglos a s e g u r ó á su
n o m b r e i n d i s p u t a b l e a u t o r i d a d . Abrió u n a escuela e n el
L i c e o de A t e n a s , y c o m o t e n í a c o s t u m b r e de dar s u s lec-
c i o n e s p a s e á n d o s e , sus discípulos r e c i b i e r o n el n o m b r e
de p e r i p a t é t i c o s , filósofos p a s e a n t e s . S u e n s e ñ a n z a c o m -
p r e n d í a d o c t r i n a s de dos diferentes n a t u r a l e z a s : d o c t r i n a s
e x o t é r i c a s y e s o t é r i c a s . E e s e r v a b a las s e g u n d a s á s u s m á s
a v e n t a j a d o s d i s c í p u l o s . E s c r i b i ó g r a n n ú m e r o de o b r a s ,
de l a s q u e h a n llegado h a s t a n o s o t r o s la c u a r t a p a r t e p r ó -
ximamente.
E l m é t o d o de P l a t ó n y de A r i s t ó t e l e s son e n t e r a m e n t e
i n v e r s o s . P l a t ó n p a r t í a de los u n i v e r s a l e s , e n cuya exis-
t e n c i a e r a preciso c r e e r c o m o a r t í c u l o de fe, y de allí des-
c e n d í a á las ideas p a r t i c u l a r e s . A r i s t ó t e l e s , p o r el c o n t r a -
r i o , se eleva de lo p a r t i c u l a r á lo g e n e r a l p o r u n a serie de
i n d u c c i o n e s ; su s i s t e m a , q u e n o es m á s que u n a filosofía
i n d u c t i v a , m a r c a el v e r d a d e r o p r i n c i p i o de la ciencia.
P l a t ó n se a p o y a en la i m a g i n a c i ó n , A r i s t ó t e l e s e n la
r a z ó n . E l c o n t r a s t e q u e e n t r e sus d o c t r i n a s existe se r e -
v e l a c l a r a m e n t e en la diferencia de sus o p i n i o n e s r e s p e c t o
á l a teoría de las ideas. P l a t ó n c o n s i d e r a los u n i v e r s a l e s ,
t i p o s ó e j e m p l a r e s c o m o dotados de e x i s t e n c i a r e a l . A r i s -
t ó t e l e s los c o n s i d e r a c o m o s i m p l e s a b s t r a c c i o n e s . E n
-cuanto á l a s r e m i n i s c e n c i a s i m a g i n a r i a s q u e , s e g ú n P l a -
t ó n , c o n s e r v a m o s de la a n t e r i o r e x i s t e n c i a , A r i s t ó t e l e s las
s u s t i t u y e con l a s r e m i n i s c e n c i a s q u e d e b e m o s á la e x p e -
r i e n c i a de n u e s t r a v i d a a c t u a l . E s t a s r e m i n i s c e n c i a s n o s
l a s facilita la m e m o r i a , q u e n o s p e r m i t e , n o sólo r e c o r d a r
h e c h o s y a c o n t e c i m i e n t o s de q u e h e m o s sido t e s t i g o s , s i n o
c o m p a r a r l o s e n t r e sí d e s c u b r i e n d o sus s e m e j a n z a s y dife-
r e n c i a s . C u a n t o m á s n u m e r o s o s s e a n estos h e c h o s m á s
completa será nuestra experiencia y m á s cierta nuestra
i n d u c c i ó n . « E l a r t e e m p i e z a — d i c e — c u a n d o de u n g r a n
 — 183 —
n ú m e r o de e x p e r i m e n t o s f o r m a m o s u n a c o n c e p c i ó n g e n e -
r a l q u e c o m p r e n d a todos los casos p a r t i c u l a r e s » . «Si ob-
s e r v á s e m o s c o n v e n i e n t e m e n t e los f e n ó m e n o s c e l e s t e s —
dice t a m b i é n - — p o d r í a m o s d e m o s t r a r las leyes p o r que se
r i g e n » . Con P l a t ó n la filosofía n a c e de la fe e n el p a s a d o ;
c o n A r i s t ó t e l e s sólo la r a z ó n p u e d e f o r m a r l a con los h e -
c h o s e x i s t e n t e s . P l a t ó n , e n u n a p a l a b r a , es a n a l í t i c o ;
A r i s t ó t e l e s es s i n t é t i c o . E l m é t o d o de P l a t ó n c o n s i s t e en
la d e s c o m p o s i c i ó n de u n a idea p r i m i t i v a en sus i d e a s
p a r t i c u l a r e s ; el de A r i s t ó t e l e s c o o r d i n a l a s ideas p a r t i c u -
lares y h a c e de ellas u n a idea g e n e r a l . E l p r i m e r o es e s e n -
c i a l m e n t e i d e a l i s t a ; el s e g u n d o e s e n c i a l m e n t e m a t e r i a -
lista.'
B a s t a con esto p a r a c o m p r e n d e r q u e el m é t o d o p l a t ó -
n i c o debía p r o d u c i r r e s u l t a d o s m á s b r i l l a n t e s , p e r o m e n o s
sólidos. A r i s t ó t e l e s e s t a b a obligado á r e c o g e r laboriosa-
m e n t e los h e c h o s , á e x p e r i m e n t a r , á o b s e r v a r y á d e m o s -
t r a r ; así su m é t o d o n o le p e r m i t i ó llegar á la perfección
científica, y le v e m o s , e n el m o m e n t o m i s m o en q u e q u i e -
re a p l i c a r sus p r i n c i p i o s , a p a r t a r s e de ellos p o r falta de
suficiente p r e c i s i ó n en los h e c h o s y e n los m e d i o s de
e x p e r i m e n t a c i ó n de q u e d i s p o n e . L a filosofía de P l a t ó n
es u n e s p l é n d i d o palacio c o n s t r u i d o en el a i r e ; la de Aris-
tóteles es i n q u e b r a n t a b l e edificio a s e n t a d o e n sólida roca.
L a lógica de A r i s t ó t e l e s c o m p r e n d e el c o n j u n t o de los
m é t o d o s q u e e n s e ñ a n á r a z o n a r y á elevarse á p r o p o s i -
ciones g e n e r a l e s . E s á la vez el a r t e de p e n s a r y el i n s -
t r u m e n t o del p e n s a m i e n t o . L a perfección de n u e s t r o co-
n o c i m i e n t o d e p e n d e de la e x t e n s i ó n y de la superficie de
n u e s t r a e x p e r i e n c i a . S u m o d o de r a z o n a r es el s i l o g i s m o ,
a r g u m e n t o q u e c o n s i s t e en t r e s p r o p o s i c i o n e s t a l e s q u e l a
c o n c l u s i ó n a r r a n q u e n e c e s a r i a m e n t e de l a s dos p r e m i s a s .
C o n s i d e r a n d o l a lógica c o m o i n s t r u m e n t o del p e n s a m i e n -
to, i n t r o d u c e en la s u y a diez c a t e g o r í a s ó p r e d i c a m e n t o s ,
q u e f o r m a n su r a s g o e s e n c i a l . E s t o s p r e d i c a m e n t o s d e -
s i g n a n los g é n e r o s á q u e p u e d e n r e d u c i r s e t o d a s las cosas
y r e p r e s e n t a n los a t r i b u t o s m á s g e n e r a l e s q u e t o d a cosa
pueda r e c i b i r .
L a metafísica de A r i s t ó t e l e s a b a r c a t o d a s las r a m a s d e
las ciencias físicas. C o m p r e n d e el e x a m e n de los p o s t u l a -
 — 184 —

dos e n q u e cada u n a de e s t a s r a m a s e s t r i b a , d e t e r m i n a n -
do su v e r d a d ó su falsedad. P e r s u a d i d o de q u e t o d a c i e n -
cia debe t e n e r p o r base f u n d a m e n t a l u n s i s t e m a de i n d u c -
ciones a p o y a d a s en h e c h o s , t o m a p o r p u n t o de p a r t i d a
esencial el estudio del i n d i v i d u o ; en c u a n t o al m u n d o de
los f e n ó m e n o s sensibles a d m i t e c u a t r o causas n e c e s a r i a s
p a r a la p r o d u c c i ó n del f e n ó m e n o : la c a u s a m a t e r i a l , l a
s u s t a n c i a l , l a eficiente y la final.
L l e g a m o s á la física de A r i s t ó t e l e s , p e r o en ella, d e s d e
el p r i n c i p i o , n o t a m o s la debilidad de sus d o c t r i n a s . L o s
c o n o c i m i e n t o s de su t i e m p o n o p u e d e n p r o p o r c i o n a r l e
suficiente n ú m e r o de h e c h o s en que a p o y a r sus induccio-
n e s , y se ve obligado á r e c u r r i r á la especulación. B a s t a -
r á n o s citar a l g u n o s pasajes de sus d o c t r i n a s físicas ó
metafísicas p a r a m o s t r a r c u a n i n c i e r t a s y confusas s o n .
S e g ú n A r i s t ó t e l e s , la m a t e r i a e s t á f o r m a d a de t r e s ele-
m e n t o s : la s u s t a n c i a s i m p l e , la s u s t a n c i a s u p e r i o r , que e s
e t e r n a , y la s u s t a n c i a a b s o l u t a , que es D i o s m i s m o . E l
u n i v e r s o es i n m u t a b l e , e t e r n o , y las v i c i s i t u d e s que per-
t u r b a n n u e s t r o m u n d o n o le afectan. L a fuerza p r i m e r a
q u e o r i g i n a todos los m o v i m i e n t o s y c a m b i o s que en t o r -
n o n u e s t r o se p r o d u c e n es la n a t u r a l e z a ; ella t a m b i é n e s
la q u e o r i g i n a el r e p o s o . E l m u n d o es u n ser vivo d o t a d o
de a l m a ; p u e s t o q u e á cada cosa e s t á a s i g n a d o u n fin par-
t i c u l a r , el a l m a del h o m b r e es el fin de su c u e r p o . E l
m u n d o t i e n e l í m i t e s definidos y m a g n i t u d l i m i t a d a . E l
espacio es el b u q u e i n q u e b r a n t a b l e en que p u e d e m o v e r s e
todo lo q u e e x i s t e ; el e s p a c i o , t o m a d o en su c o n j u n t o , n o
t i e n e m o v i m i e n t o , a u n q u e cada u n a de sus p a r t e s sea m o -
vible; n o p u e d e concebirse el espacio s i n algo que e n él
e s t é c o n t e n i d o . E s i m p o s i b l e q u e el vacío e x i s t a , y , p o r
lo t a n t o , n i a l r e d e d o r n i m á s a l l á del m u n d o existe n i n -
g ú n vacío q u e le c o n t e n g a . E s i m p o s i b l e que exista u n a
cosa c o m o el t i e m p o , á m e n o s q u e a n t e r i o r m e n t e h a y a
existido u n a l m a , p u e s siendo el t i e m p o el n ú m e r o q u e
m i d e el m o v i m i e n t o , es i m p o s i b l e q u e el n ú m e r o e x i s t a
sin a l g u i e n q u e c u e n t e . S i e n d o i m p o s i b l e el m o v i m i e n t o
p e r p e t u o e n u n a línea r e c t a finita, p e r o posible en u n a lí-
n e a c u r v a , el m u n d o , q u e es finito y e s t á s i e m p r e en m o -
v i m i e n t o , debe n e c e s a r i a m i e n t e t e n e r f o r m a esférica. L a
 — 185 —
t i e r r a e s t á en el c e n t r o del m u n d o , los cielos e n s u cir-
c u n f e r e n c i a , y, p o r c o n s i g u i e n t e , m á s p r ó x i m o s á la cau-
sa p r i m e r a del m o v i m i e n t o . E l m o v i m i e n t o r e g u l a r , con-
t i n u o é i n c e s a n t e de los c u e r p o s celestes i m p l i c a u n m o -
t o r sin m o v i m i e n t o , p o r q u e sólo lo i n m u t a b l e p u e d e e n -
g e n d r a r el m o v i m i e n t o u n i f o r m e ; este ser i n m u t a b l e es
D i o s . L a s e s t r e l l a s son seres i n s e n s i b l e s q u e h a n llegado
al t é r m i n o de la e x i s t e n c i a , y que m á s que o t r a cosa son
d i g n a s de la a d o r a c i ó n de la h u m a n i d a d . L a s e s t r e l l a s
fijas o c u p a n la p a r t e s u p e r i o r del c i e l o ; el s o l , la l u n a y
los p l a n e t a s e s t á n d e b a j o ; el sol y l a l u n a r e c i b e n el
m o v i m i e n t o de la c a u s a p r i m e r a , pero el m o v i m i e n t o
de los p l a n e t a s es t u r b a d o y p e r t u r b a d o p o r l a acción de
las e s t r e l l a s . H a y cinco e l e m e n t o s : la t i e r r a , el a i r e , el
fuego, el a g u a y el é t e r ; la t i e r r a e s t á e n el c e n t r o del
u n i v e r s o , el fuego ocupa las r e g i o n e s de la c i r c u n f e r e n c i a ,
y e n t r e estos dos e l e m e n t o s se e n c u e n t r a n el a g u a q u e
flota sobre la t i e r r a y el aire q u e flota sobre el agua. L o s
e l e m e n t o s p u e d e n s u s t i t u i r s e y m e z c l a r s e u n o s con o t r o s ,
e n g e n d r a n d o así infinidad de s u s t a n c i a s diferentes. H a y
conexión e n t r e t o d a s las e s f e r a s : l a t i e r r a es a g i t a d a y
t u r b a d a p o r el m a r , el m a r lo es p o r los v i e n t o s , q u e son
los m o v i m i e n t o s del a i r e , y el aire p o r el s o l , la l u n a y
los p l a n e t a s . C a d a u n a de las esferas inferiores e s t á so-
m e t i d a á la influencia de las esferas s u p e r i o r e s , de d o n d e
se sigue q u e la t i e r r a , q u e e s t á s o m e t i d a á l a s a c c i o n e s
p e r t u r b a d o r a s de todas las esferas q u e e s t á n p o r e n c i m a
de e l l a , es la q u e debe p r e s e n t a r m á s i r r e g u l a r i d a d e s .
P u e s t o q u e los a n i m a l e s son a l i m e n t a d o s p o r l a t i e r r a ,
preciso es q u e la t i e r r a e n t r e en su c o m p o s i c i ó n ; p e r o el
agua es i g u a l m e n t e i n d i s p e n s a b l e p a r a e n l a z a r l a s diver-
sas p a r t e s de su c u e r p o . C a d a e l e m e n t o debe c o n s i d e -
rarse c o m o v i v o , p u e s t o q u e e s t á i m p r e g n a d o del a l m a
del m u n d o . E l s i m p l e e l e m e n t o , la p l a n t a , el a n i m a l y el
h o m b r e f o r m a n n o i n t e r r u m p i d a c a d e n a , cada u n a d e
cuyas p a r t e s se p i e r d e i m p e r c e p t i b l e m e n t e e n la q u e si-
gue; así p a r t i c i p a n á la v e z los zoófitos de la n a t u r a l e z a
del vegetal y de la del a n i m a l , s i r v i e n d o de i n t e r m e d i a -
rios e n t r e a m b o s g r u p o s . L a p l a n t a es inferior al a n i m a l
en que n o posee u n solo p r i n c i p i o de v i d a ó a l m a , s i n o
 — 186 —
v a r i o s de estos p r i n c i p i o s s u b o r d i n a d o s u n o á o t r o , c o m o
lo p r u e b a el h e c h o de q u e , dividiéndose la p l a n t a , cada
u n o de sus f r a g m e n t o s p u e d e vivir y crecer a i s l a d a m e n t e .
L a inferioridad de las p l a n t a s se revela t a m b i é n en el
d o b l e h e c h o de q u e e s t á n i n s e p a r a b l e m e n t e u n i d a s á la
t i e r r a p o r sus raíces, y cada u n a de estas raíces t i e n e u n a
boca p a r t i c u l a r . L a posición de la boca i n d i c a s i e m p r e ,
e n efecto, el r a n g o q u e el ser ocupa en la c r e a c i ó n ; en el
h o m b r e , por ejemplo, que ocupa el p r i m e r r a n g o , la boca
e s t á en la p a r t e s u p e r i o r del cuerpo. E l g r a d o de calor de
u n a n i m a l i n d i c a t a m b i é n el r a n g o que ocupa en la esca-
l a de los s e r e s : los a n i m a l e s a c u á t i c o s son fríos, n o t e n i e n -
d o p o r lo t a n t o s i n o p o q u í s i m a i n t e l i g e n c i a ; lo m i s m o
s u c e d e con las p l a n t a s ; los h o m b r e s , q u e t i e n e n conside-
r a b l e c a l o r , t i e n e n t a m b i é n a l m a s s u p e r i o r e s . U n orga-
n i s m o c u a l q u i e r a n o p u e d e m o v e r s e sin poseer la facultad
d e p e r c i b i r s e n s a c i o n e s ; los s e n t i d o s del g u s t o y del t a c t o
i n d i c a n al a n i m a l las c u a l i d a d e s de las cosas q u e e s t á n
e n c o n t a c t o con sus ó r g a n o s , m i e n t r a s los s e n t i d o s del
o l f a t o , del oído y de la v i s t a e x t i e n d e n la esfera de acti-
v i d a d de sus facultades r e v e l á n d o l e las c u a l i d a d e s de los
objetos lejanos. T o d a s las s e n s a c i o n e s son r e c i b i d a s p o r
el a l m a , de la q u e p r o c e d e n t o d o s los m o v i m i e n t o s . L a
s a n g r e , q u e es el e l e m e n t o g e n e r a l de la n u t r i c i ó n , es
e s e n c i a l p a r a el s o s t e n i m i e n t o del c u e r p o , a l i m e n t a n d o
t a m b i é n la a c t i v i d a d del a l m a . E l c o r a z ó n es el a s i e n t o
c o m ú n de t o d a s las a c t i v i d a d e s a n i m a l e s ; c o m o es el prin-
cipio del m o v i m i e n t o , es t a m b i é n p r i n c i p i o de v i d a ; de
t o d a s las p a r t e s del c u e r p o es la p r i m e r a q u e n a c e y la
ú l t i m a q u e m u e r e . E l c e r e b r o es u n s i m p l e a p é n d i c e del
c o r a z ó n , p u e s t o q u e se f o r m a d e s p u é s q u e éste; es el m á s
frío de los ó r g a n o s , y n o t i e n e s a n g r e . E l a l m a es la re-
u n i ó n de t o d a s las funciones del c u e r p o , es u n a fuerza ó
e s e n c i a activa; c o m o n o es n i u n c u e r p o n i u n a m a g n i t u d ,
n o p u e d e t e n e r e x t e n s i ó n , p u e s el p e n s a m i e n t o n o es di-
v i s i b l e , y t a m p o c o p u e d e decirse q u e se m u e v a en el es-
pacio; e s t á en s i t u a c i ó n a n á l o g a á la del m a r i n e r o , i n m ó -
vil en u n b u q u e en m o v i m i e n t o . E l o r g a n i s m o q u e em-
p i e z a á f o r m a r s e recibe del m a c h o el a l m a y de l a h e m b r a
e l c u e r p o . C o m o el c u e r p o es p e r e c e d e r o y de n a t u r a l e z a
 — 187 —
t r a n s i t o r i a , es preciso que los efectos de la n u t r i c i ó n
c o n t r a p e s e n e x a c t a m e n t e los de la d i s g r e g a c i ó n q u e con-
t i n u a m e n t e se o p e r a . L a s e n s a c i ó n p u e d e c o m p a r a r s e á
la i m p r e s i ó n del sello e n la c e r a , n o r e c i b i e n d o la c e r a
m á s que la forma, p e r o n o s u s t a n c i a n i m a t e r i a . D e estas
i m p r e s i o n e s n a c e la i m a g i n a c i ó n ; s u b s i s t e n d u r a n t e cierto,
t i e m p o , y ese es el o r i g e n de l a m e m o r i a . L a recolección
es privilegio exclusivo del h o m b r e , p e r o los a n i m a l e s c o m -
p a r t e n con él la m e m o r i a , q u e n o d e p e n d e de la v o l u n t a d
y es e n t e r a m e n t e e s p o n t á n e a ; la r e c o l e c c i ó n , p o r el con-
trario, s u p o n e u n esfuerzo de la v o l u n t a d , y es n e c e s a r i a
para o b r a r con i n t e n c i ó n . E n c u a n t o á lo q u e p e n s a b a
Aristóteles sobre la i n m o r t a l i d a d del a l m a , la c u e s t i ó n es
dudosa, y n i n g ú n pasaje de sus o b r a s , t a l e s al m e n o s c o m o
á n o s o t r o s h a n llegado, p u e d e i l u s t r a r n o s en este r e s p e c t o .
A r i s t ó t e l e s , con m é t o d o exacto y v e r d a d e r a m e n t e c i e n -
tífico, p r o c u r ó erigir su v a s t o s i s t e m a a n t e s de poseer da-
tos que le e r a n i n d i s p e n s a b l e s . A u n q u e s a p i e n t í s i m o , n o
sabía t o d a v í a b a s t a n t e , ó m á s b i e n , n o h a b í a e n su t i e m -
po b a s t a n t e s c o n o c i m i e n t o s difundidos p o r el m u n d o . L a
mayor p a r t e de los a s e r t o s q u e h e c i t a d o en el p á r r a f o
precedente no estaban apoyados por n i n g u n a p r u e b a , y
revelan p o b r í s i m a s ideas c ó s m i c a s . C u a n d o t r a t a de a s u n -
tos de a n a t o m í a c o m p a r a d a é h i s t o r i a n a t u r a l , dos r a m a s
de la ciencia que h a b í a e s t u d i a d o p o r sí m i s m o , y p r á c t i -
c a m e n t e , es c u a n d o ú n i c a m e n t e e m p i e z a á a c e r c a r s e á l a
verdad. E n t r e sus c o n c l u s i o n e s fisiológicas, a l g u n a s s o n
e x t r a o r d i n a r i a m e n t e a f o r t u n a d a s , y es v e r d a d e r a m e n t e
una magnífica c o n c e p c i ó n la de esa c a d e n a f o r m a d a p o r
la serie de los o r g a n i s m o s , desde el m á s inferior h a s t a
los m á s e l e v a d o s . E n c u a n t o á s u s d o c t r i n a s m e t a f í s i c a s
;y físicas, q u e n o son e n r e a l i d a d m á s q u e s i m p l e s espe-
c u l a c i o n e s , n o t i e n e n n i n g u n a especie de v a l o r . L a g r a n -
d e z a de los r e s u l t a d o s q u e h a o b t e n i d o y la m a g n i t u d de
•los e r r o r e s q u e h a c o m e t i d o p r u e b a n l a e x c e l e n c i a de su
•sistema. Conoció los v e r d a d e r o s p r i n c i p i o s de la c i e n c i a ,
¡pero por falta de m a t e r i a l e s n o supo e x p l i c a r l o s . No s u p o
resistir á su a m b i c i ó n , y prefirió t r a t a r de c o n s t r u i r et
« n i v e r s o s i n t e n e r los r e c u r s o s n e c e s a r i o s , á n o c o n s t r u i r -
lo de n i n g ú n m o d o .
 — 188 —

A r i s t ó t e l e s fracasó c u a n d o a b a n d o n ó s u s propios p r i n -
cipios , y la g r a n d e z a m i s m a de sus fracasos p r u e b a c u a n
j u s t o s e r a n aquellos p r i n c i p i o s ; t r i u n f ó c u a n t a s veces l e s
fué fiel. S i a l g ú n otro t e s t i m o n i o n e c e s i t á r a m o s á este
r e s p e c t o , lo b a i l a r í a m o s e n - l o s gloriosos t r a b a j o s de l a
escuela de A l e j a n d r í a , q u e , h a c i e n d o en física lo q u e
A r i s t ó t e l e s h a b í a h e c h o en h i s t o r i a n a t u r a l , t o m ó p o r
p u n t o de p a r t i d a la o b s e r v a c i ó n y la e x p e r i e n c i a , y llegó
á r e s u l t a d o s n o m e n o s sólidos y b r i l l a n t e s .
D e A r i s t ó t e l e s t e n e m o s que p a s a r á Z e n ó n , p o r q u e pe-
r i p a t é t i c o s y estoicos siguen dos vías p a r a l e l a s . L a s con-
d i c i o n e s sociales de G r e c i a en t i e m p o de E p i c u r o justifi-
c a n h a s t a cierto p u n t o su m o d o de p e n s a r ; p e r o la voz d e
la v i r t u d y del h o n o r triunfó p o r ú l t i m o . E l estoicismo
a p a r e c i ó e n seguida c o m o a n t a g o n i s t a del e p i c u r e i s m o , y
E p i c u r o h a l l ó en Z e n ó n de C i t i u m su rival.
L a biografía de Z e n ó n p u e d e h a c e r s e en pocas pala-
b r a s . N a c i d o p o r el a ñ o 300 a n t e s de J . O., p r o s i g u i ó al
p r i n c i p i o los negocios c o m e r c i a l e s de su p a d r e h a s t a
q u e , h a b i e n d o sido a r r u i n a d o p o r u n naufragio q u e le
a s a l t ó en un-viaje á A t e n a s , t o m ó el p a r t i d o de consolar-
se con el e s t u d i o de la filosofía. A u n q u e al p r i n c i p i o le
h u b i e r a n l l a m a d o la a t e n c i ó n las d o c t r i n a s s o c r á t i c a s , hí-
zose m á s t a r d e discípulo de los c í n i c o s , y m á s t a r d e a ú n
discípulo de la escuela de M e g a r a . I n s t r u y ó s e él m i s m o
e n el p l a t o n i s m o , y d e s p u é s de v e i n t e a ñ o s de p r e p a r a -
ción abrió u n a escuela e n la S t o a ó P ó r t i c o de A t e n a s ,
por lo cual r e c i b i e r o n sus d o c t r i n a s y s u s s e c t a r i o s los
n o m b r e s de estoicismo y estoicos. D i r i g i ó su escuela du-
r a n t e c i n c u e n t a a ñ o s y c o n t ó e n t r e sus discípulos g r a n
n ú m e r o de h o m b r e s e m i n e n t e s . A la edad de cerca de
c i e n a ñ o s se dio u n a caída y se r o m p i ó u n dedo; recono-
ció en a q u e l a c c i d e n t e el aviso que le d a b a el d e s t i n o de
q u e su t i e m p o h a b í a c o n c l u i d o , y se e s t r a n g u l ó en se-
g u i d a . L o s a t e n i e n s e s le e l e v a r o n u n a e s t a t u a de b r o n -
ce. S u s d o c t r i n a s le h a n sobrevivido m u c h o t i e m p o , y
c u a n d o n o e x i s t í a n m á s fuentes de c o n s u e l o p a r a el
h o m b r e , ellas le a s i s t i e r o n en los días de p r u e b a , siendo
p a r a él s e g u r o g u í a e n m e d i o de las v i c i s i t u d e s de la exis-
t e n c i a . A ellas se h a n dirigido l o s h o m b r e s m á s i l u s t r e s
 — 189 —
de G r e c i a , y t a m b i é n a l g u n o s filósofos, h o m b r e s de E s -
t a d o , g e n e r a l e s y e m p e r a d o r e s de E o m a .
L a i n t e n c i ó n de Z e n ó n e r a s u s t i t u i r á l a s e s p e c u l a c i o -
n e s q u i m é r i c a s del p l a t o n i s m o u n s i s t e m a q u e t u v i e r a
aplicación en la v i d a o r d i n a r i a , y q u e p r e s e n t a r a p o r c o n -
s i g u i e n t e d o c t r i n a s m o r a l e s s o b r e t o d o . S u objeto e r a h a -
cer dichosos á los h o m b r e s . E s t o s d e b í a n , p u e s , a n t e
todo a d q u i r i r c o n o c i m i e n t o s , p u e s t o q u e , c o m o Z e n ó n
sostenía, n o s o t r o s h a r í a m o s s e g u r a m e n t e el b i e n si supié-
r a m o s lo q u e es el b i e n . R e c h a z a b a las ideas y l a s r e m i -
n i s c e n c i a s i m a g i n a r i a s de P l a t ó n , y se a c e r c a b a m u c h o á
A r i s t ó t e l e s , q u e o t o r g a al s e n t i d o c o m ú n m á s a m p l i a
p a r t e . S e g ú n é l , los s e n t i d o s son los q u e n o s p r o p o r c i o -
n a n los d a t o s de la i n t e l i g e n c i a , y l a r a z ó n la q u e los
c o m b i n a . E l a l m a es modificada p o r los objetos e x t e r i o -
res q u e modifica á su v e z , lo cual e x p r e s a b a d i c i e n d o q u e
el a l m a es u n a tablilla, al p r i n c i p i o i n t a c t a , sobre l a q u e
dejan en seguida las s e n s a c i o n e s su h u e l l a ; el g r a d o de
claridad de e s t a s i m p r e s i o n e s c o n s t i t u y e el c r i t e r i o c o n
que d e b e m o s m e d i r l a v e r d a d . L o s c a m b i o s así p r o d u c i -
dos en el a l m a son l a s i d e a s ; p e r o Z e n ó n d e c l a r a b a , co-
m o en u n a r r a n q u e de i n s p i r a c i ó n , q u e el h o m b r e n u n c a
c o n o c e r á la e s e n c i a de l a s cosas.
E n su física, Z e n ó n a d o p t a b a la d o c t r i n a de S t r a t o n ,
que h a c e del m u n d o u n ser a n i m a d o . P e n s a b a q u e n i n -
g ú n efecto p u e d e p r o c e d e r de u n a c a u s a i n c o r p ó r e a , y q u e
por lo t a n t o el a l m a es c o r p o r a l . C o n s i d e r a b a la m a t e r i a
y sus p r o p i e d a d e s c o m o a b s o l u t a é i n s e p a r a b l e m e n t e u n i -
das, siendo u n a p r o p i e d a d u n c u e r p o r e a l m e n t e e x i s t e n t e .
E n el m u n d o h a y dos c o s a s : la m a t e r i a y D i o s , q u e es l a
r a z ó n del m u n d o . S i n e m b a r g o , D i o s y la m a t e r i a n o s o n
m á s q u e u n a sola y m i s m a cosa, q u e n o s p a r e c e D i o s c u a n -
do obra y m a t e r i a c u a n d o es p a s i v a . D i o s es t a m b i é n la
fuerza m o t o r a p r i m e r a , el D e s t i n o , la N e c e s i d a d , el A l m a
que da la v i d a y h a c e n a c e r t o d a s las c o s a s , del m i s m o
modo que la fuerza v i t a l h a c e salir á la p l a n t a de la g r a -
n a . E l m u n d o , e n u n a p a l a b r a , n o es m á s q u e la m a n i f e s -
tación m a t e r i a l de D i o s . L a m u l t i t u d de objetos t r a n s i t o -
rios q u e p o r t o d a s p a r t e s p r e s e n t a s e r á n de n u e v o a b s o r -
bidos y r e u n i d o s e n D i o s d e s p u é s de d e t e r m i n a d o p e r í o d o
 — 190 —
de t i e m p o . H a s t a p r e t e n d í a n los e s t o i c o s , y de m o d o m á s
p r e c i s o a u n , explicar c ó m o h a b í a n a c i d o el m u n d o y c u á l
e r a su d e s t i n o f u t u r o . C o n s i d e r a b a n al Ser S u p r e m o
c o m o u n calor v i t a l , p a r t e del c u a l , p e r d i d a su e n e r g í a ,
se h a b í a t r a n s f o r m a d o e n m a t e r i a ; de a h í el o r i g e n del
m u n d o ; este calor ó este fuego, r e c o b r a n d o e n seguida
la e n e r g í a p e r d i d a , p r o d u c i r á u n i n c e n d i o u n i v e r s a l y
o c a s i o n a r á así el fin del m u n d o . T o d a cosa se h a l l a en
i n c e s a n t e estado de i n s t a b i l i d a d , d e s t r u y é n d o s e p a r a
r e p r o d u c i r s e y r e p r o d u c i é n d o s e p a r a ser de n u e v o des-
t r u i d a ; así c o m o u n a c a s c a d a t i e n e s i e m p r e p a r a n o s o t r o s
el m i s m o a s p e c t o , a u n q u e el a g u a q u e la forma se r e n u e -
ve sin cesar, así l a s cosas que n o s r o d e a n n o s o n m á s
q u e u n flujo de m a t e r i a q u e s i e m p r e n o s ofrece l a s m i s -
m a s f o r m a s . E l m u n d o visible n o es de este m o d o m á s
q u e u n m o m e n t o de la v i d a de D i o s ; c u a n d o h a y a des-
a p a r e c i d o c o m e n z a r á n u e v a fase, en la q u e r e n a c e r á n
n u e v a t i e r r a y n u e v o cielo e x a c t a m e n t e s e m e j a n t e s á los
p r e c e d e n t e s . P u e s t o q u e n a d a p u e d e existir s i n su con-
t r a r i o , q u e n o h a y i n j u s t i c i a sin j u s t i c i a , c o b a r d í a s i n va-
lor, m e n t i r a s i n v e r d a d , s o m b r a sin luz, la e x i s t e n c i a del
b i e n i m p l i c a n e c e s a r i a m e n t e el m a l . L o s estoicos c r e í a n
q u e el desarrollo del m u n d o se r i g e p o r s o b e r a n a ley, la
ley s u p r e m a , el d e s t i n o , al q u e e s t á s o m e t i d o el m i s m o
D i o s ; d e b e , p u e s , h a c e r m a r c h a r al m u n d o h a c i a u n fin
p r e c o n c e b i d o , c o m o el calor vital h a c e b r o t a r u n a p l a n t a
de p r e d e t e r m i n a d a f o r m a .
L o s estoicos p e n s a b a n q u e n o c o n v e n í a ofender sin n e -
cesidad las ideas religiosas de l a é p o c a ; h a s t a a d m i t í a n
q u e e x i s t í a n dioses c r e a d o s , c o m o los de P l a t ó n , p e r o
d e s a p r o b a b a n la a d o r a c i ó n de las i m á g e n e s y el u s o de
los t e m p l o s . H a b í a e n esto u n a infidelidad á l a s c r e e n c i a s
c o r r i e n t e s , q u e p e n s a b a n justificar ofreciendo semi-filo-
sófica i n t e r p r e t a c i ó n de l a s l e y e n d a s c o n s a g r a d a s , y de-
m o s t r a n d o q u e la e x i s t e n c i a de los dioses, y a u n la de los
p r o d i g i o s con q u e se m a n i f i e s t a n al h o m b r e , p o d í a n con-
ciliarse con s u s p r i n c i p i o s .
Q u i z á c o n e s t a filosofía e x o t é r i c a d e b a m o s r e l a c i o n a r su
d o c t r i n a de l a s c a u s a s f i n a l e s ; el p a v o r e a l — d e c í a n — h a
sido creado p o r su cola, y se h a dado al c e r d o u n a l m a en
 — 191 —
l u g a r de sal, á fin de i m p e d i r q u e su c u e r p o se c o r r o m -
p a ; la c a u s a final de las p l a n t a s es servir de a l i m e n t o á-
los a n i m a l e s , y la de los a n i m a l e s a l i m e n t a r al h o m b r e ;
s u p i e r o n , s i n e m b a r g o , n o a b u s a r de la i r o n í a , y n o l l e -
g a r o n á p r e t e n d e r q u e el h o m b r e es el a l i m e n t o de l o s
dioses y los di5ses el de t o d o .
L o s estoicos s o s t e n í a n q u e el a l m a es u n soplo c a l i e n -
t e , y q u e el cuerpo y el a l m a se c o m p e n e t r a n m u t u a m e n -
t e . P e n s a b a n q u e d e s p u é s de la m u e r t e p u e d e s u b s i s t i r
h a s t a la conflagración g e n e r a l , sobre todo si e s t á d o t a d a
de b a s t a n t e g r a n d e e n e r g í a , c o m o s u c e d e con los h o m -
b r e s sabios y v i r t u o s o s . L a u n i d a d de acción del a l m a i m -
plica la e x i s t e n c i a en ella de u n p r i n c i p i o de i d e n t i d a d ,
el Y o , cuyo a s i e n t o fisiológico es el c o r a z ó n . T o d o a p e t i -
to, todo deseo p r o v i e n e de u n c o n o c i m i e n t o i m p e r f e c t o .
N u e s t r a n a t u r a l e z a , n u e s t r a s i n c l i n a c i o n e s y n u e s t r a s pa-
siones n o s h a n sido i m p u e s t a s p o r el d e s t i n o , p e r o n u e s -
t r o d e b e r es d e s p r e c i a r l a s y vivir de m o d o q u e s e a m o s l i -
bres, inteligentes y virtuosos.
D e a h í la g r a n m á x i m a de la ética e s t o i c a : «Vive c o n -
forme á la r a z ó n » , ó p u e s t o q u e el m u n d o se c o m p o n e de
la m a t e r i a y de D i o s , que es l a r a z ó n del m u n d o , «Vive
conforme a l a n a t u r a l e z a » . L a r a z ó n , q u e es s o b e r a n a e n
la n a t u r a l e z a , debe serlo i g u a l m e n t e en el h o m b r e . N u e s -
t r a e x i s t e n c i a debe ser p u r a m e n t e i n t e l e c t u a l , y d e b e m o s
d e s p r e c i a r t o d o s los dolores y t o d o s los p l a c e r e s del cuer-
po. L a a r m o n í a e n t r e la v o l u n t a d h u m a n a y la r a z ó n u n i -
versal c o n s t i t u y e la v i r t u d . E l l i b r e a r b i t r i o del s a b i o
debe ser p a r a él g u í a t a n s e g u r o c o m o lo es p a r a la n a -
t u r a l e z a la r a z ó n u n i v e r s a l ; de a q u í la n e c e s i d a d de cul-
tivar la física, sin la q u e n o p o d e m o s d i s c e r n i r el b i e n
del m a l . E l sabio n o debe olvidar q u e la n a t u r a l e z a , e n
todo lo q u e h a c e , t i e n d e á lo u n i v e r s a l y j a m á s e c o n o m i -
za los i n d i v i d u o s , de q u i e n e s se sirve c o m o m e d i o s p a r a
llegar á sus fines. D e b e , p u e s , s o m e t e r s e á s u d e s t i n o ,
c o n s a g r a r t o d o s s u s esfuerzos á e s t a b l e c e r la s u p r e m a c í a
de la r a z ó n , y, si q u i e r e h a c e r s e v i r t u o s o , i n s t r u i r s e , m o -
d e r a r s e , ser valeroso y j u s t o . E n c u a n t o al p a t r i o t i s m o ,
lo e s t i m a r á en su j u s t o v a l o r si n u n c a olvida q u e es ciu-
d a d a n o del m u n d o ; debe p r e p a r a r s e á r e c i b i r con firme-
 — 192 —
za los golpes del d e s t i n o y elevarse p o r e n c i m a de t o d a
p a s i ó n y de t o d o dolor. N u n c a debe dejarse c o n m o v e r y
j a m á s debe p e r d o n a r . E s preciso, en fin, q u e se a c u e r d e
de q u e n o h a y e n el m u n d o m á s q u e dos clases de h o m -
b r e s : los sabios y los locos. « U n p a l o — d e c í a n — n o p u e -
d e ser m á s q u e r e c t o ó c u r v o , y e n el m u n d o h a y p o q u í -
s i m o s palos p e r f e c t a m e n t e d e r e c h o s » .
P o r l a exposición h e c h a de la filosofía de A r i s t ó t e l e s
se p u e d e v e r q u e o c u p a b a el t é r m i n o m e d i o e n t r e l a s e s -
p e c u l a c i o n e s de l a a n t i g u a filosofía y la c i e n c i a e x a c t a de
l a escuela de A l e j a n d r í a . F o r m a el v e r d a d e r o lazo q u e ,
e n l a h i s t o r i a del p r o g r e s o i n t e l e c t u a l de E u r o p a , u n e la
filosofía á la ciencia. Bajo la influencia de su e n s e ñ a n z a
y de los r e s u l t a d o s m a t e r i a l e s de las g u e r r a s m a c e d ó n i -
cas, n a c i ó en E g i p t o n u e v a clase de h o m b r e s q u e d i e r o n
á los c o n o c i m i e n t o s exactos u n desarrollo h a s t a e n t o n c e s
d e s c o n o c i d o . E g i p t o , c u a n d o la d e s m e m b r a c i ó n del i m -
p e r i o de A l e j a n d r o , 3 2 7 a ñ o s a n t e s de J e s u c r i s t o , corres-
p o n d i ó á P t o l o m e o , u n o de sus g e n e r a l e s , q u e r e s u l t ó de-
p o s i t a r i o á la vez del p o d e r e s p i r i t u a l y del t e m p o r a l . E l
p r i m e r o , p r e c i s o es r e c o r d a r l o , n o sólo h a b í a sobrevivido
a l golpe q u e la c o n q u i s t a de C a m b i s e s le h a b í a d a d o , sino
q u e d a b a s e ñ a l e s t o d a v í a de c o n s i d e r a b l e fuerza. H a s t a
es e v i d e n t e que la s u m i s i ó n de E g i p t o á Alejandro fué
g r a n d e m e n t e facilitada p o r el odio de los egipcios á los
p e r s a s , y que los m a c e d o n i o s fueron acogidos c o m o liber-
tadores.
E s t o s h e c h o s n o s r e v e l a n b i e n el p o d e r de la vieja cas-
t a s a c e r d o t a l . E r a dificilísimo e x t i r p a r u n a religión de
t r e s m i l a ñ o s , y q u e , p o r sus r a í c e s , se h a b í a i m p l a n t a d o
s ó l i d a m e n t e e n las ú l t i m a s c a p a s de la sociedad. Así, la
c u e s t i ó n q u e h a b í a q u e r e s o l v e r por los s o b e r a n o s g r i e -
g o s r e c i é n v e n i d o s era fundir el a n t i g u o s i s t e m a egipcio
c o n el m i s t i c i s m o e n q u e h a b í a v e n i d o á p a r a r la filoso-
fía griega. J u z g a r o n con s o r p r e n d e n t e p e r s p i c a c i a que
p o d í a h a c e r s e l a fusión m e d i a n t e l a s i d e a s del O r i e n t e ,
q u e f o r m a b a n el p u n t o de c o n t a c t o c o m ú n á los dos sis-
t e m a s . P t o l o m e o e r a u n r e y filósofo q u e m i r a b a los dio-
ses p a g a n o s c o m o o t r a s t a n t a s ficciones, p e r o q u e n o des-
c o n o c í a el v e n t a j o s o p a r t i d o q u e de ellos p o d í a sacar;
 - 193 —
c o m p r e n d i ó i n m e d i a t a m e n t e q u e al i n t r o d u c i r y d e s a r r o -
llar f o r m a l m e n t e el s i s t e m a o r i e n t a l , le sería posible
p r o b a r su r e s p e t o á las p r á c t i c a s u l t r a - p a g a n a s del po-
p u l a c h o e g i p c i o , y , lo q u e e r a m u c h o m á s i m p o r t a n t e ,
e s t a b l e c e r a p a r e n t e a r m o n í a e n t r e sus griegos l i b r e p e n -
sadores y ligeros, y el a n t i g u o p a r t i d o sacerdotal egipcio,
fortificado en su a n t i g ü e d a d sin i g u a l , en sus t r a d i c i o -
n e s y en las p e r s e c u q i o n e s q u e a c a b a b a de sufrir, lo m i s -
m o q u e con las e s p l é n d i d a s r e l i q u i a s q u e le h a b í a n lega-
do los F a r a o n e s y q u e e r a n p a r a t o d o s objeto de s u p e r s -
ticiosa v e n e r a c i ó n . L a h i s t o r i a , h a s t a la de n u e s t r o s
d í a s , h a r e g i s t r a d o m á s de u n a vez el h e c h o de u n p u ñ a -
do de i n v a s o r e s r e t e n i e n d o bajo su yugo á todo u n a n t i -
quísimo y p o b l a d í s i m o i m p e r i o .
P a r a r e a l i z a r este p r o y e c t o fundóse en A l e j a n d r í a u n a
g r a n i n s t i t u c i ó n de E s t a d o , q u e se h i z o célebre con el
n o m b r e de M u s e o de Alejandría. D e todos los p u n t o s del
m u n d o a c u d i e r o n á ella los filósofos. Se h a afirmado q u e
llegaron á r e u n i r s e allí h a s t a 14.000 e s t u d i a n t e s . Alejan-
dría, c o m o su f u n d a d o r el g r a n c o n q u i s t a d o r lo h a b í a
p r e d i c h o , convirtióse p r o n t o e n i n m e n s a m e t r ó p o l i y e n
centro de la a c t i v i d a d c o m e r c i a l y m a n u f a c t u r e r a . C o m o
en t o d a s las g r a n d e s c i u d a d e s de e s t e g é n e r o , las clases
superiores e r a n allí p r ó d i g a s y d i s i p a d a s , y las clases infe-
riores n o p o d í a n ser c o n t e n i d a s p o r la fuerza a r m a d a . E l
t e a t r o , l a m ú s i c a y las c a r r e r a s de caballos f o r m a b a n ' las
diversiones piiblicas. T o d o s los d e s t e r r a d o s h a l l a b a n
refugio en A l e j a n d r í a , y v e n í a n á p e r d e r s e , e n la agita-
ción y el t u m u l t o de su i n m e n s a p o b l a c i ó n , los ateos de
A t e n a s , los devotos de las r e g i o n e s del G a n g e s , los m o -
noteístas j u d í o s y los blasfemos del Asia M e n o r . E s ver-
dad que la blasfemia a p e n a s p a s a b a allí p o r c r i m e n ; casi
no se m i r a b a m á s q u e c o m o u n e r r o r , l a m e n t a b l e , p e r o
acaso i n o c e n t e . S i n e m b a r g o , n o p u d i e n d o p r e s c i n d i r de
una base sólida en q u e a p o y a r s u s p e n s a m i e n t o s los ig-
n o r a n t e s , y n o p u d i e n d o r e s p o n d e r á t a l n e c e s i d a d doc-
trinas a b s t r a c t a s , h a c í a s e i n d i s p e n s a b l e h a l l a r a l g ú n m e -
dio de r e p r e s e n t a c i ó n sensible p a r a el p a n t e í s m o eclécti-
co. P o r eso se i n c l i n a r o n los P t o l o m e o s á r e s t a u r a r el
culto del dios S e r a p i s , ó Como se h a d i c h o t a m b i é n , á

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I . 13

 — 194 —
i n t r o d u c i r l e e n A l e j a n d r í a . L o s críticos q u e a f i r m a n q u e
fué i m p o r t a d o e n E g i p t o , p r e t e n d e n q u e v i n o de S i n o p e ;
los o r i e n t a l i s t a s m o d e r n o s le a t r i b u y e n otro o r i g e n . S i e n -
do el dios S e r a p i s el e m b l e m a de la d o c t r i n a p a n t e í s t a ,
p i e d r a s y m e t a l e s de t o d a s las especies conocidas e n t r a -
r o n en la composición de su e s t a t u a : «Todo es Dios.» E l
p u e b l o s i n e m b a r g o , con ese i n s t i n t o que h a n m o s t r a d o
o t r a s n a c i o n e s y o t r a s e d a d e s , r e c l a r n a b a con i n s i s t e n c i a
u n a d i v i n i d a d f e m e n i n a , de d o n d e salió la r e s t a u r a c i ó n
p a r c i a l del culto de I s i s . E s i n t e r e s a n t e o b s e r v a r este
afecto de los h o m b r e s de clase inferior á los r e c u e r d o s
de su infancia, y l a preferencia q u e casi s i e m p r e c o n c e -
den al c a r i ñ o m a t e r n a l . Q u i z á p o r esta r a z ó n e s p e r a n
m á s de las o r a c i o n e s q u e d i r i g e n á d i v i n i d a d e s femeni-
n a s . P r o n t o los fieles del c u l t o de I s i s e x c e d i e r o n con
m u c h o en n ú m e r o á los del c u l t o de S e r a p i s , p o r m á s
q u e se h u b i e r a elevado á este dios u n magnífico t e m p l o
en el b a r r i o E h a c o t i s , c o n t i g u o al M u s e o . M á s t a r d e el
c u l t o de S e r a p i s se difundió p o r todo el i m p e r i o r o m a n o
á p e s a r de los esfuerzos de los c ó n s u l e s , del S e n a d o y de
los e m p e r a d o r e s q u e h a b l a n a d i v i n a d o los peligros de las
ideas y d o c t r i n a s q u e r e p r e s e n t a b a .
E l M u s e o de A l e j a n d r í a n o t a r d ó e n t o m a r el c a r á c t e r
de u n a v e r d a d e r a U n i v e r s i d a d . E n el M u s e o se r e u n i e r o n
a q u e l l a s i n m e n s a s b i b l i o t e c a s q u e c o n s t i t u í a n la gloria y
el orgullo de la a n t i g ü e d a d . D e m e t r i o F a l e r i o se e n c a r g ó
de r e c o g e r t o d o s los m a n u s c r i t o s q u e h u b i e s e e n el m u n -
d o . G r a c i a s á sus esfuerzos, á los de sus s u c e s o r e s , y al
poderoso auxilio q u e el g o b i e r n o egipcio les p r e s t ó , creá-
r o n s e dos i n m e n s a s b i b l i o t e c a s q u e e n c e r r a b a n 7 0 0 . 0 0 0
v o l ú m e n e s . E l M u s e o s o s t e n í a infinidad de l i t e r a t o s y
de s a b i o s ; ellos e n c o n t r a b a n e n él c o m o d i d a d e s y h a s t a
l u j o , si 'hemos de creer l a s n a r r a c i o n e s q u e de sus s u n -
t u o s a s c o m i d a s h a n llegado h a s t a n o s o t r o s ; p a s a b a n allí
el t i e m p o en c u l t i v a r su e s p í r i t u con el e s t u d i o ó por
m e d i o de d i s c u s i o n e s filosóficas. E l r e y m i s m o n o m b r a -
b a p a r a a q u e l l o s c a r g o s ; m á s t a r d e r e c a y ó el p a t r o n a t o
e n los e m p e r a d o r e s r o m a n o s q u e j u z g a r o n c o n v e n i e n t e
a t r a e r s e con c a d e n a s de oro á e s p í r i t u s q u e de o t r a m a -
n e r a h u b i e r a n podido llegar á ser p e l i g r o s o s . Al princi-
 — 195 —
pió y en h o n o r de la a n t i g u a r e l i g i ó n , e r a c o s t u m b r e c o n -
fiar la p r e s i d e n c i a de la i n s t i t u c i ó n á u n s a c e r d o t e egip-
cio; poco á poco esta c o s t u m b r e d e s a p a r e c i ó . P r e c i s o e s ,
sin e m b a r g o , g u a r d a r s e de creer que los p e n s i o n i s t a s del
Museo n o t u v i e s e n q u e o c u p a r s e m á s q u e de especula-
ciones filosóficas y de r e t ó r i c a ; s u s t r a b a j o s t e n í a n c a r á c -
t e r m u c h o m á s p r á c t i c o . Al M u s e o e s t a b a n u n i d o s u n j a r -
dín b o t á n i c o y otro zoológico, d e s t i n a d o s á facilitar el
estudio de l a h i s t o r i a n a t u r a l . E s t o s d i s p e n d i o s o s e s t a b l e -
c i m i e n t o s d e b í a n p a g a r t a m b i é n su t r i b u t o al lujo del
t i e m p o ; en el j a r d í n zoológico se c r i a b a n los faisanes q u e
a d o r n a b a n la m e s a r e a l . A estos e l e g a n t e s y e s p l é n d i d o s
edificios se u n í a , e n fin, el ú l t i m o , m á s severo y m e n o s
seductor s i n d u d a , q u e p a r a n o s o t r o s , h o m b r e s i l u s t r a d o s ,
asegura i m p e r e c e d e r a gloria á esos g r a n d e s r e y e s egip-
cios y es la v e r g ü e n z a de la i g n o r a n c i a y de la s u p e r s t i -
ción de la m a y o r p a r t e de las n a c i o n e s m o d e r n a s . E r a
u n a escuela a n a t ó m i c a p r o v i s t a de todo lo n e c e s a r i o p a r a
la disección del c u e r p o h u m a n o ; de esta escuela d e p e n -
día u n colegio de m e d i c i n a d o n d e se f o r m a b a n los m é -
dicos.
P a r a los a s t r ó n o m o s , P t o l o m e o E v e r g e t e s h i z o colocar
en u n o de los p a t i o s esferas a r m i l a r e s equinoccial y sols-
ticial, cuyos l i m b o s g r a d u a d o s e s t a b a n divididos en g r a d o s
y sextos de g r a d o . E l M u s e o e n c e r r a b a a d e m á s u n obser-
vatorio d o n d e se e n c o n t r a b a n círculos en p i e d r a a n á l o g o s
á n u e s t r o círculo m u r a l . E n el suelo e s t a b a t r a z a d o u n m e -
ridiano q u e servía p a r a o r i e n t a r los i n t r u m e n t o s . H a l l á -
banse t a m b i é n allí a s t r o l a b i o s y d i l a t a d o r e s . D e este m o -
do e s t a b a n r e u n i d o s , en el m i s m o r e c i n t o y easi e n el p a -
lacio de los r e y e s , t o d o s los r e c u r s o s n e c e s a r i o s p a r a el
cultivo de las ciencias e x a c t a s y de l a l i t e r a t u r a . Bajo el
mismo techo habitaban geómetras, astrónomos, químicos,
mecánicos, y t a m b i é n los p o e t a s q u e d e b í a n satisfacer l a s
necesidades l i t e r a r i a s de u n a p o b l a c i ó n ociosa y d i s i p a d a .
Algunos de estos p o e t a s s a b í a n , s i n i n f r i n g i r l a s exigen-
cias del m e t r o , d a r á u n a pieza de v e r s o f o r m a s f a n t á s t i -
cas: la forma de u n á r b o l , la de u n c o r a z ó n , ó la de u n
huevó. E l rey se d i g n a b a á veces t o m a r p a r t e e n las co-
midas del M u s e o , d o n d e v e n í a á d e s c a n s a r de las fatigas
 — 196 —
de r e i n a r . P t o l o r n e o F i l a d e l f o — d i c e n — h i z o p r e s e n t a r u n
día al estoico Sphcerus u n p l a t o de frutas de c e r a t a n m a -
r a v i l l o s a m e n t e p i n t a d a s quesera- i m p o s i b l e d i s t i n g u i r l a s
de las v e r d a d e r a s ; el filósofo d e s c u b r i ó d e m a s i a d o t a r d e
l a s u p e r c h e r í a , y n o supo q u é c o n t e s t a r c u a n d o el r e y le
p r e g u n t ó lo que e n t o n c e s p e n s a b a de la m á x i m a de su es-
cuela: « E l sabio n o se deja n u n c a e n g a ñ a r p o r las apa-
r i e n c i a s . » E l m i s m o s o b e r a n o p a s a p o r h a b e r recibido con
los m a y o r e s h o n o r e s y a d m i t i d o á su m e s a á los a u t o r e s
de l a v e r s i ó n de los S e t e n t a . L a l i t e r a t u r a y las ciencias
e x a c t a s n o e r a n las ú n i c a s p r o t e g i d a s . C o m o si el M u s e o
n o pudiese excluir n i n g u n a de las r a m a s de c o n o c i m i e n t o s
q u e h a b í a n ocupado al e s p í r i t u h u m a n o , c u l t i v á b a n s e
t a m b i é n en él la m a g i a y l a astrología. E l rey Filadelfo
m i s m o , que h a c i a el fin de su vida n o podía s o p o r t a r la
i d e a de la m u e r t e , se c o n s a g r ó con a s i d u i d a d infatigable
al e s t u d i o de la a l q u i m i a y á la b u s c a del elíxir de vida.
E l m u n d o h a s t a e n t o n c e s n o h a b í a visto n a d a s e m e j a n t e
á e s t a v a s t a i n s t i t u c i ó n d e s t i n a d a á favorecer el desarrollo
de los c o n o c i m i e n t o s h u m a n o s , y si se t i e n e n en c u e n t a
los t i e m p o s y las c i r c u n s t a n c i a s h a s t a se p u e d e decir que
n o h a t e n i d o n u n c a i g u a l . Todos los filósofos a d s c r i t o s al
M u s e o e s t a b a n seguros de h a l l a r solícita acogida en la
c o r t e y en la más" a l t a sociedad de A l e j a n d r í a .
No es solo al M u s e o de Alejandría, s i n o á P t o l o m e o F i -
ladelfo sobre t o d o , á q u i e n el m u n d o c r i s t i a n ó l e s deudor
de la a n t i g u a t r a d u c c i ó n de las E s c r i t u r a s h e b r a i c a s co-
n o c i d a bajo el n o m b r e de V e r s i ó n de los S e t e n t a . Mil h i s -
t o r i a s se h a n c o n t a d o r e s p e c t o á esta t r a d u c c i ó n ; h á s e
d i c h o q u e cada u n o de los s e t e n t a y dos t r a d u c t o r e s h a b í a
sido e n c e r r a d o e n u n a celda aislada y q u e , t e r m i n a d a la
o b r a , las s e t e n t a y dos p r u e b a s r e s u l t a r o n i d é n t i c a s , pala-
b r a p o r p a l a b r a ; h a b í a s e deducido n a t u r a l m e n t e de esto
q u e la versión ú n i c a era obra de la i n s p i r a c i ó n d i v i n a . Si
fuese a b s o l u t a m e n t e n e c e s a r i a u n a p r u e b a se la h u b i e r a
h a l l a d o m á s s e n c i l l a m e n t e en el h e c h o de q u e el Nuevo
T e s t a m e n t o , c u a n t a s veces h a q u e r i d o t o m a r algo del An-
t i g u o , h a r e p r o d u c i d o las p r o p i a s p a l a b r a s de los S e t e n t a .
L a h i s t o r i a de las celdas c o n t i n u ó siendo a c e p t a d a y a m -
plificada p o r los p r i m e r o s p a d r e s de la I g l e s i a ; p e r o es
 — 197 —
r e c h a z a d a hoy. como p u r a ficción; p a r e c e , e n efecto, m u y
probable q u e los j u d í o s a l e j a n d r i n o s n o e m p r e n d i e r o n e s t a
t r a d u c c i ó n sino p a r a su propio uso. A m e d i d a que se acre-
ditó e n t r e los c r i s t i a n o s perdió su valor á los ojos de los
judíos q u e m á s de u n a v e z , en lo sucesivo, t r a t a r o n de su-
p l a n t a r l a con n u e v a s v e r s i o n e s , como las de Aquila, Teo-
dotiano y S i m a c o . D e s d e el p r i n c i p i o la h a b í a n d e s a p r o -
bado los j u d í o s sirios, y el a n i v e r s a r i o de su a p a r i c i ó n e r a
p a r a ellos día de l u t o ; en su d e s p e c h o se c o m p l a c í a n e n
sacarla las faltas, y decían, p o r ejemplo, q u e , s e g ú n la ver-
sión de los S e t e n t a , M a t u s a l e m h a b í a sobrevivido al dilu-
vio. P t o l o m e o h o n r a b a con las m a y o r e s c o n s i d e r a c i o n e s
á c u a n t o s se o c u p a b a n en b u s c a r libros p a r a su biblioteca
y r e m u n e r a b a r e g i a m e n t e á los t r a d u c t o r e s y c o p i s t a s .
L o s r e y e s egipcios h a n m e r e c i d o la g r a t i t u d del m u n d o
m o d e r n o por otros m o t i v o s t o d a v í a . E l M u s e o ejerció en
toda la c a r r e r a i n t e l e c t u a l de E u r o p a influencia t a n p o -
derosa y d u r a d e r a q u e sus efectos s u b s i s t e n h a s t a en n u e s -
tros días. E s t a influencia se dirigió en dos s e n t i d o s dife-
r e n t e s : en el d o m i n i o teológico y en el físico. E l e s p í r i t u
de dialéctica y los g u s t o s l i t e r a r i o s p r o p i o s del p u e b l o de
Alejandría, le p r e p a r a b a n mejor q u e á t o d o s los d e m á s
p a r a recibir el c r i s t i a n i s m o . D e s d e h a c í a t r e i n t a siglos es-
t a b a n familiarizados los egipcios con la concepción de
una t r i n i d a d d i v i n a . A p e n a s si existía u n a ciudad de al-
guna i m p o r t a n c i a que n o tuviese su t r i n i d a d p a r t i c u l a r .
Aquí e r a n A m m o n , M a u t y K h o n s o ; allí Osiris, I s i s y H o -
r u s . L o s m i s i o n e r o s apostólicos, c u a n d o se p r e s e n t a r o n
en Alejandría, e n c o n t r a r o n u n a población e n t e r a m e n t e
dispuesta á a c e p t a r l a p r o f u n d i d a d de s u s m i s t e r i o s a s
d o c t r i n a s . A l e j a n d r í a , s i n e m b a r g o , si sirvió p o d e r o s a m e n -
te al c r i s t i a n i s m o , t a m b i é n le a s e s t ó t e r r i b l e s golpes. L a s
disputas de los t r i n i t a r i o s , q u e m á s t a r d e h i c i e r o n c o r r e r
t o r r e n t e s de s a n g r e , t u v i e r o n su p u n t o de p a r t i d a y su
foco en A l e j a n d r í a . E n A l e j a n d r í a v i v i e r o n A r r i o y A t a -
nasio. Allí n a c i ó esa l u c h a d e s e s p e r a d a q u e obligó á C o n s -
t a n t i n o el G r a n d e á convocar el concilio de N i c e a y á
fijar en u n f o r m u l a r i o ó símbolo los a r t í c u l o s e s e n c i a l e s
de n u e s t r a fe.
No fué sólo la teología l a q u e s i n t i ó el influjo de la es-
 - 198 -
cuela de Alejandría; la ciencia la debe t a m b i é n i m p o r t a n -
t í s i m o s r e s u l t a d o s . N o en v a n o h a b í a fundado sus obser-
v a t o r i o s , sus b i b l i o t e c a s , sus l a b o r a t o r i o s de q u í m i c a y.sus
a n f i t e a t r o s de disección. D e todas estas i n s t i t u c i o n e s se
e x h a l a b a poderoso a l i e n t o , q u e p e n e t r ó á t r a v é s de t o d a s
las generaciones siguientes. Ni R o m a n i Grecia, a u n en
s u s m e j o r e s d í a s , h a b í a n fundado i n s t i t u c i ó n t a n g i g a n -
t e s c a c o m o el M u s e o de Alejandría. L o s P t o l o m e o s , al
d a r l e su n o m b r e , m e r e c i e r o n la g r a t i t u d de todo el g é n e r o
h u m a n o , a d q u i r i e n d o i n c o n t e s t a b l e d e r e c h o á la p r i m a c í a
e n t r e las d i n a s t í a s - m á s i l u s t r e s . L a c r e a c i ó n del M u s e o
fué en v e r d a d u n ensayo de o r g a n i z a c i ó n de los conoci-
m i e n t o s h u m a n o s , con el fin de d e s a r r o l l a r l o s y de ase-
g u r a r su definición. E l m o d o p r á c t i c o con q u e se concibió
y ejecutó su p l a n fué en t o d o s s e n t i d o s digno del g r a n
A l e j a n d r o . D u r a n t e el período de t i n i e b l a s que e m p e z ó en
s e g u i d a p a r a E u r o p a , los gloriosos r e s u l t a d o s que h a b í a
producido aquella hermosa institución desaparecieron en
m e d i o de s o m b r í a s y v a n a s p r e o c u p a c i o n e s , y el e s p í r i t u
q u e h a b í a i n s p i r a d o su creación n o fué ya e s t i m a d o en su
j u s t o v a l o r , p e r o se acerca el t i e m p o en que se a p r e c i a r á
m e j o r su acción en el c u r s o de los a c o n t e c i m i e n t o s h u m a -
n o s y la influencia q u e ejerció en la civilización e u r o p e a .
D e e s t a m a n e r a desplegó E g i p t o , á p r i n c i p i o s del s i -
glo n i a n t e s de J e s u c r i s t o , prodigiosa a c t i v i d a d intelec-
t u a l , c o n s e c u e n c i a de la c a m p a ñ a m a c e d ó n i c a q u e h a b í a
p u e s t o á los griegos en c o n t a c t o con la v e t u s t a civilización
a s i á t i c a . E n el sitio o c u p a d o por la aldea de R a c o t i s , sim-
ple p u e s t o a n t e r i o r m e n t e d e s t i n a d o á i m p e d i r la e n t r a d a
de los e x t r a n j e r o s en el país, edificaron los m a c e d o n i o s la
c i u d a d q u e debía c o n v e r t i r s e en depósito c o m e r c i a l de
O r i e n t e y O c c i d e n t e y t r a n s m i t i r i l u s t r e n o m b r e á las ge-
n e r a c i o n e s m á s r e m o t a s . L a d u r a c i ó n de su p r o s p e r i d a d
c o m e r c i a l y el p a p e l p r e d o m i n a n t e que h a r e p r e s e n t a d o
e n todo lo que c o n c i e r n e á los i n t e r e s e s m a t e r i a l e s del
m u n d o , d e m u e s t r a n la elevación de m i r a s de su fundador;
l a gloria i n t e l e c t u a l q u e h a a d q u i r i d o h a r o d e a d o el n o m -
b r e del g r a n h o m b r e de u n e s p l e n d o r que n o d e b i l i t a r á n
los siglos.
N o es dudoso q u e e s t a a c t i v i d a d filosófica de q u e acá-
 — 199 —
b a m o s de h a b l a r h a y a sido c o n s e c u e n c i a d i r e c t a del a c o n -
t e c i m i e n t o político y m i l i t a r á q u e n o s h e m o s referido.
P o d e m o s j u z g a r de l o s g u s t o s y g e n i o de A l e j a n d r o p o r
las r e l a c i o n e s que sostuvo con A r i s t ó t e l e s ; r e u n i ó u n a
colección zoológica p a r a a y u d a r l e en s u s t r a b a j o s de h i s -
toria n a t u r a l , y le h i z o r e m i t i r p o r C a l í s t e n e s la colección
de las observaciones a s t r o n ó m i c a s de los b a b i l o n i o s , q u e
a b a r c a b a u n período de m i l n u e v e c i e n t o s t r e s a ñ o s . H e m o s
visto por su biografía que t o m a b a p a r t e p e r s o n a l m e n t e en
este linaje de e s t u d i o . Bajo este a s p e c t o o t r o s g r a n d e s ca-
p i t a n e s se le h a n p a r e c i d o , y q u i z á el sesgo p r á c t i c o de
las ideas de los h o m b r e s de g u e r r a y el poderoso auxilio
que les ofrece la teoría p a r a el c u m p l i m i e n t o de sus p r o -
yectos, d e b e n e x p l i c a r su i n s t i n t i v a r e p u g n a n c i a h a c i a l a s
vagas e s p e c u l a c i o n e s y la preferencia q u e o t o r g a n á los
c o n o c i m i e n t o s reales y e x a c t o s .
Así c r e a r o n los reyes egipcios el M u s e o , c o n t i n u a n d o
la política i n s p i r a d a p o r A l e j a n d r o y obedeciendo á las
sugestiones de a l g u n o s g r a n d e s h o m b r e s de E s t a d o q u e
c o m p r e n d í a n b i e n el e s p í r i t u del t i e m p o . A la r a z ó n de
E s t a d o , que les a c o n s e j a b a f u n d a r este e s t a b l e c i m i e n t o , se
a g r e g ó , c o m o h e m o s v i s t o , la r a z ó n religiosa. E r a i m p o -
sible q u e los g r a n d e s m o v i m i e n t o s m i l i t a r e s , las g r a n d e s
m a r c h a s y las g r a n d e s b a t a l l a s de las g u e r r a s de Alejan-
dro n o h u b i e s e n d e s a r r o l l a d o en e x t r e m o la ciencia m i l i -
tar y las m a t e m á t i c a s . Así es q u e , p a s a d o el p e r í o d o de
acción y l o g r a d a la c a l m a de la p a z , los t a l e n t o s q u e h a b í a
suscitado se d i r i g i e r o n n a t u r a l m e n t e al e s t u d i o de las m a -
t e m á t i c a s y de la física. E n A l e j a n d r í a , cuyos espléndidos
m o n u m e n t o s p r o c l a m a b a n los p r o g r e s o s h e c h o s p o r l a s
artes m e c á n i c a s y p o r la a r q u i t e c t u r a , i b a n á figurar s i n
t a r d a n z a n o m b r e s q u e la p o s t e r i d a d h a b í a de r e p e t i r con
r e s p e t o : A p o l o n i o , E r a t ó s t e n e s , M a n e t ó n . M i e n t r a s los
filósofos se o c u p a b a n en e s p e c u l a r sobre el criterio de la
v e r d a d , y l l e g a b a n u n á n i m e s á la c o n c l u s i ó n de q u e se-
m e j a n t e criterio n o e x i s t e , ó q u e , si acaso el h o m b r e se
hace d u e ñ o de la v e r d a d , carece de m e d i o s p a r a recono-
c e r l a ; d u r a n t e este t i e m p o , d e c i m o s , u n o de a q u e l l o s
g r a n d e s h o m b r e s , E u c l i d e s de Alejandría, escribía su i n -
m o r t a l o b r a , l l a m a d a á c o n q u i s t a r el a s e n t i m i e n t o de l a
 — 200 —
raza h u m a n a entera y á prevalecer como representación
de u n a v e r d a d a b s o l u t a , i r r e c u s a b l e , a c e p t a d a p o r t o d o s
los p u e b l o s y e n todos los t i e m p o s . T o d a v í a u s a m o s l a
g e o m e t r í a de E u c l i d e s en n u e s t r a s e s c u e l a s .
. E u c l i d e s fundó u n a escuela e n A l e j a n d r í a — s e dice —
h a c i a el a ñ o 3 0 0 a n t e s de J e s u c r i s t o . E l m i s m o se ocupa-
b a en i n v e s t i g a c i o n e s m a t e m á t i c a s y físicas. A d e m á s de
g r a n n ú m e r o de o b r a s m a t e m á t i c a s , el t r a t a d o de las sec-
ciones cónicas, el de la división de los polígonos, los Pu-
rismos y los Data, se le a t r i b u y e n t a m b i é n diversos escri-
t o s sobre la a r m o n í a , l a óptica y la c a t ó p t r i c a , f u n d a d a s
e s t a s dos vdtimas en la h i p ó t e s i s e n t o n c e s a d m i t i d a de
q u e los r a y o s l u m i n o s o s v a n de los ojos al objeto y n o del
objeto al o j o , c o m o s u p o n e m o s hoy. Si la r e p u t a c i ó n de
E u c l i d e s le h a sobrevivido es p r i n c i p a l m e n t e debido á sus
e l e m e n t o s de g e o m e t r í a . L o s m a t e m á t i c o s m o d e r n o s , dan-
do p r u e b a q u i z á en este r e s p e c t o de exagerado r i g o r i s m o ,
p r e t e n d e n q u e sus a x i o m a s carecen de precisión, q u e ad-
m i t e á m e n u d o lo q u e d e b i e r a p r o b a r s e y que es á veces
d i f u s o , p e c a n d o p o r lo i m p e r f e c t o del e n l a c e de sus pro-
p o s i c i o n e s . L o s e l e m e n t o s de E u c l i d e s h a n q u e d a d o , sin
e m b a r g o , c o m o m o d e l o de p r e c i s i ó n , de claridad y de r i g o r
en la d e m o s t r a c i ó n . U s a d o s u m v e r s a l m e n t e e n t r e los grie-
g o s , fueron t r a d u c i d o s en s e g u i d a p o r los á r a b e s .
P o r g r a n d e q u e h a y a sido la r e p u t a c i ó n de E u c l i d e s ,
fué eclipsada, sin e m b a r g o , por la de A r q u í m e d e s , n a c i d o
en S i r a c u s a el a ñ o 287 a n t e s de J e s u c r i s t o . Si n o supié-
s e m o s p o r la t r a d i c i ó n q u e A r q u í m e d e s conoció la ciencia
e g i p c i a , h a l l a r í a m o s la p r u e b a de ello e n el doble h e c h o ,
p o r todos r e c o n o c i d o , de ser a m i g o de C o n ó n de Alejan-
dría y de q u e el t o r n i l l o que i n v e n t ó y q u e todavía lleva
su n o m b r e e s t a b a d e s t i n a d o á elevar las a g u a s del N i l o .
E n t r e s u s o b r a s m a t e m á t i c a s , la m á s i m p o r t a n t e á s u s
p r o p i o s ojos é r a l a d e m o s t r a c i ó n de esta p r o p o s i c i ó n : el
v o l u m e n de la esfera es i g u a l á los dos tercios del volu-
m e n del c i l i n d r o c i r c u n s c r i t o . Quiso q u e el d i a g r a m a fuese
g r a b a d o en su t u m b a , y p o r esta s e ñ a l la d e s c u b r i ó Cice-
r ó n d u r a n t e su r e s i d e n c i a c o m o c u e s t o r en Sicilia. E s t e
p r o b l e m a se h a l l a b a , con m u c h o s otros s e m e j a n t e s , en
Jos dos libros q u e h a b í a escrito s o b r e la esfera y el cilin-
dro. U n m a t e m á t i c o m o d e r n o n o s h a h e c h o c o m p r e n d e r
e x a c t a m e n t e el l u g a r q u e A r q u í m e d e s ocupa e n t r e los geó-
m e t r a s al decir q u e se acercó al d e s c u b r i m i e n t o del cálcu-
lo diferencial en c u a n t o podía h a c e r l o sin las t r a n s f o r m a -
ciones a l g e b r a i c a s . E n t r e los p r o b l e m a s especiales de q u e
se ocupó c i t e m o s la c u a d r a t u r a del círculo y la d e t e r m i -
nación de la r e l a c i ó n de la c i r c u n f e r e n c i a con el d i á m e t r o ,
que afirma e s t á c o m p r e n d i d a e n t r e 3 , 1 4 0 8 y 3 , 1 4 2 8 . E s -
cribió t a m b i é n sobre los c o n o i d e s , s o b r e los esferoides y
sobre la espiral conocida por su n o m b r e , y cuyo modo de
generación le h a b í a s u g e r i d o C o n ó n . E n su o b r a t i t u l a d a
Psammites desarrolla u n s i s t e m a a s t r o n ó m i c o q u e se pa-
rece al de C o p é r n i c o . M e n c i o n a i g u a l m e n t e los esfuerzos
que se h a b í a n h e c h o p a r a o b t e n e r la m e d i d a de l a s d i m e n -
siones de la t i e r r a , p e r o el fin p r i n c i p a l de l a o b r a es p r o -
bar la posibilidad de c o n t a r los g r a n o s de a r e n a que c u b r e n
la p l a y a y a u n de d e t e r m i n a r el n ú m e r o de g r a n o s n e c e -
sario p a r a l l e n a r el espacio h a s t a las e s t r e l l a s fijas; el r e -
sultado de su c á l c u l o , t r a d u c i d o e n cifras c o r r i e n t e s , se
expresa p o r la u n i d a d seguida de 6 3 ceros. E s t e libro n o
había sido s i n d u d a m á s q u e u n e n t r e t e n i m i e n t o del g r a n
g e ó m e t r a , q u e j u g a b a así con sus p r o p i a s f u e r z a s . E n t r e
las i n v e s t i g a c i o n e s m a t e m á t i c a s q u e le o c u p a r o n n o h a y
que olvidar la c u a d r a t u r a de la p a r á b o l a . S u g l o r i a , s i n
e m b a r g o , e s t r i b a m e n o s en los b r i l l a n t e s r e s u l t a d o s q u e
obtuvo en las m a t e m á t i c a s que en sus magníficos descu-
b r i m i e n t o s físicos y m e c á n i c o s . T o d o el m u n d o sabe c ó m o
el p r o b l e m a de la c o r o n a de H i e r ó n le p r o p o r c i o n ó el d e s -
c u b r i m i e n t o de los p r i n c i p i o s f u n d a m e n t a l e s de la h i d r o s -
t á t i c a : h a b i e n d o u n o b r e r o falsificado el oro q u e H i e r ó n
le había dado p a r a h a c e r u n a c o r o n a , A r q u í m e d e s , q u e p o r
casualidad h a b í a s u m e r g i d o la c o r o n a en el a g u a , d e s c u b r i ó
que el fraude podía c o n o c e r s e , y con t a l m o t i v o i n v e n t ó
el p r o c e d i m i e n t o p a r a d e t e r m i n a r los pesos específicos.
E s t a s i n v e s t i g a c i o n e s le c o n d u j e r o n n a t u r a l m e n t e á e s t u -
diar en seguida el equilibrio de los c u e r p o s flotantes; p e r o
el m á s h e r m o s o d e s c u b r i m i e n t o q u e h i z o en m e c á n i c a fué
c i e r t a m e n t e el de la teoría de la p a l a n c a , d e s c u b r i m i e n t o
que d e m u e s t r a t a l g e n i o q u e la m e c á n i c a r a c i o n a l n o a d e -
lantó u n solo p a s o e n los dieciocho siglos q u e s e p a r a n á>
 — 202 —
A r q u í m e d e s de L e o n a r d o de V i n c i . T a m b i é n se le h a n
atribuido otras cuarenta invenciones menos importantes,
e n t r e las q u e h a y q u e c o n t a r el t o r n i l l o s i n fin y los es-
pejos u s t o r i o s . U n a p r u e b a m á s de la g r a n d e z a de su genio
e s t á e n ese d i c h o p o p u l a r q u e se le a t r i b u y e : « D a d m e u n
p u n t o de a p o y o , y l e v a n t a r é el m u n d o . » O t r o t a n t o suce-
d e con l a s a n é c d o t a s t a n conocidas del sitio de S i r a c u s a
p o r M a r c e l o ; con t a l m o t i v o i n v e n t ó A r q u í m e d e s las cata-
p u l t a s y o t r a s m á q u i n a s de g u e r r a q u e l a n z a b a n flechas
y e n o r m e s b l o q u e s de p i e d r a , las p o d e r o s a s p a l a n c a s a r -
m a d a s de g a n c h o s q u e c o g í a n l o s b u q u e s r o m a n o s y aque-
llos famosos espejos u s t o r i o s q u e , á e n o r m e d i s t a n c i a , in-
c e n d i a r o n la flota r o m a n a . M a r c e l o — s e d i c e — l l e n o de
a d m i r a c i ó n h a c i a el g r a n h o m b r e , dio las m á s severas ór-
d e n e s p a r a que n o se le h i c i e r a n i n g ú n d a ñ o ; pero fué
m u e r t o p o r u n soldado i g n o r a n t e , d e s g r a c i a d a m e n t e p a r a
E u r o p a , q u e d u r a n t e cerca de dos m i l a ñ o s n o h a p r o d u -
cido u n g e n i o i g u a l .
E r a t ó s t e n e s e r a c o n t e m p o r á n e o de A r q u í m e d e s . H a b í a
n a c i d o en C i r e n e e n 2 7 6 a n t e s de J e s u c r i s t o . P t o l o m e o
E v e r g e t e s le h a b í a confiado la dirección de la biblioteca
de Alejandría. S u a t e n c i ó n se dirigió e s p e c i a l m e n t e á las
m a t e m á t i c a s , la a s t r o n o m í a , la geografía y la h i s t o r i a .
T e n e m o s de él, ó m á s b i e n se le a t r i b u y e , con el n o m b r e
de Catasterismos, u n c a t á l o g o de las e s t r e l l a s p r i n c i p a l e s .
P a s a t a m b i é n por a u t o r de u n p o e m a sobre las z o n a s te-
r r e s t r e s . E n t r e los m á s i m p o r t a n t e s de sus trabajos geo-
gráficos se p u e d e citar la d e t e r m i n a c i ó n del i n t e r v a l o que
s e p a r a los T r ó p i c o s ; es igual á once o c h e n t a i t r e s a v o s de la
c i r c u n f e r e n c i a . T r a t ó t a m b i é n de d e t e r m i n a r las d i m e n s i o -
n e s de la t i e r r a p o r la m e d i d a de la d i s t a n c i a de Alejandría
á S y e n a ; sus e x p e r i m e n t o s le r e v e l a r o n u n a diferencia
de l a t i t u d de u n c i n c u e n t a v o á la c i r c u n f e r e n c i a t e r r e s t r e .
S e p r o p o n í a d e s e m b a r a z a r la geografía de l a s l e y e n d a s
con que la había adornado y recargado la superstición
de m u c h o s s i g l o s , y h a m e r e c i d o p o r ello los elogios que
le dedica H u m b o l d t , el q u e m e j o r podía e n t r e los m o d e r -
n o s a p r e c i a r sus t r a b a j o s . E s t u d i ó la a r t i c u l a c i ó n y la ex-
p a n s i ó n de los c o n t i n e n t e s , las posiciones de las cordille-
r a s , la acción de las n u b e s , las r e v o l u c i o n e s geológicas, la
 - 203 -
elevación del lecho de los a n t i g u o s m a r e s y el p r o b l e m a
de la i g u a l d a d de n i v e l del O c é a n o e x t e r i o r ; afirmó t a m -
bién que á t r a v é s de Asia, d o n d e D i c e a r c o h a b í a colocado
su d i a f r a g m a , debía c r u z a r u n a c o r d i l l e r a . ¡ H e n o s a q u í
bien lejos de las v a n a s e s p e c u l a c i o n e s de T a l e s ! A q u í se
manifiestan m u c h o m á s c l a r a m e n t e todavía las t e n d e n c i a s
p r á c t i c a s de las g u e r r a s m a c e d ó n i c a s . E r a t ó s t e n e s tuvo l a
ventaja de p o d e r e m p l e a r p a r a sus observaciones a s t r o n ó -
micas las esferas a r m i l a r e s y d e m á s i n s t r u m e n t o s del O b -
servatorio de Alejandría. E l fué q u i e n r e c o n o c i ó q u e la
dirección de la g r a v e d a d n o es c o n s t a n t e y q u e las v e r t i -
cales c o n v e r g e n . C o m p u s o u n a d e s c r i p c i ó n c o m p l e t a de
la t i e r r a en t r e s libros, c o n s a g r a d o s r e s p e c t i v a m e n t e á la
física, á las m a t e m á t i c a s y á la h i s t o r i a ; estos t r e s l i b r o s
iban a c o m p a ñ a d o s de u n m a p a de todas las r e g i o n e s e n t o n -
ces conocidas. N o p o d e m o s d u d a r de su h a b i l i d a d c o m o
g e ó m e t r a si r e c o r d a m o s que á él d e b e m o s la solución del
p r o b l e m a de los t é r m i n o s m e d i o s p r o p o r c i o n a l e s . E n c u a n -
to á sus c r ó n i c a s de los r e y e s de T e b a s sólo e n estos ú l t i -
mos a ñ o s h a n sido a p r e c i a d a s c o m o m e r e c e n . E s p e r a b a
poder d e s e m b a r a z a r á la h i s t o r i a , lo m i s m o q u e á la g e o -
grafía, de los m i t o s que la d e s f i g u r a b a n , m i s i ó n q u e e n
todo t i e m p o h a c e n h a r t o a r d u a las p r e o c u p a c i o n e s y l a
diversidad de los i n t e r e s e s h u m a n o s . C i t e m o s u n a curiosa
anécdota que m u e s t r a b i e n lo q u e en este r e s p e c t o p e n s a -
ba; como le c r i t i c a s e n p o r d u d a r de l a v e r d a d h i s t ó r i c a de
las leyendas h o m é r i c a s , r e s p o n d i ó : «Creeré e n ellas c u a n -
do m e h a y a n e n s e ñ a d o al b o t e r o q u e h i z o los o d r e s q u e
recibió U l i s e s de E o l o al volver á su patria.» L l e g a d o á los
ochenta a ñ o s , E r a t ó s t e n e s , c a n s a d o — d i c e n — d e vivir, se
dejó m o r i r de h a m b r e .
Me d e t e n g o u n i n s t a n t e p a r a p r e s e n t a r a l g u n a s obser-
vaciones q u e m e s u g i e r e n los t r a b a j o s cronológicos y a s -
tronómicos de este filósofo. D u r a n t e l a r g o t i e m p o la cro-
nología e n t r e n o s o t r o s c o r r i e n t e n o t u v o o t r a b a s e q u e
los errores h i s t ó r i c o s i n t e n c i o n a d a m e n t e a c r e d i t a d o s p o r
la teología; preciso h a b í a sido q u e fijase e n a l g u n a s pa-
labras por lo m e n o s , la h i s t o r i a de t o d a s l a s n a c i o n e s
de la a n t i g ü e d a d y la h i s t o r i a del h o m b r e e n la t i e r r a .
E s t a n e c e s i d a d se r e v e l a sobre t o d o e n los esfuerzos q u e
 - 204 -
h i z o l a teología p a r a e n g r a n d e c e r c i e r t o s h e c h o s de la
h i s t o r i a j u d í a , y dar á e s t a h i s t o r i a exagerado relieve. L o
c o n s i g u i ó e x a l t a n d o esta h i s t o r i a y d e p r i m i e n d o ó fal-
s e a n d o la de las d e m á s n a c i o n e s . E n t r e los e s c r i t o r e s que
se d i s t i n g u i e r o n en e s t a e m p r e s a fuerza es citar al céle-
b r e E u s e b i o , obispo de Cesárea en t i e m p o de C o n s t a n t i -
n o . E n s u s Cuadros cronológicos y sincrónicos «alteró in-
t e n c i o n a d a m e n t e la c r o n o l o g í a — d i c e B u n s e n — p a r a esta-
blecer sincronismos». «Eusebio—dice también N i e b u h r —
es e s c r i t o r m u y desleal». S e g ú n s u s i n d i c a c i o n e s se re-
f u n d i e r o n en g r a n p a r t e los a n a l e s egipcios. Olvidó que
l a c r o n o l o g í a es, e n t r e t o d a s las cosas, la q u e m e n o s p u e -
d e h a c e r s e p o r i n s p i r a c i ó n ; olvidó q u e los h o m b r e s p u e -
d e n , p e r m a n e c i e n d o i n d i f e r e n t e s , v e r disfrazar la v e r d a d
c o n u n fin q u e a p r u e b a n , pero q u e la v e r d a d a c a b a siem-
p r e p o r p r e v a l e c e r . E s i m p o s i b l e c o n s e g u i r p e r v e r t i r de-
finitivamente la h i s t o r i a de u n a n a c i ó n que h a dejado
n u m e r o s o s é i m p e r e c e d e r o s m o n u m e n t o s , a l g u n o s de
ellos de m á s de 5.000 a ñ o s de e x i s t e n c i a . C o m o con ra-
zón observa B u n s e n , n o s b a s t a conocer u n a p a r t e de la
c u r v a h i s t ó r i c a p a r a p o d e r l a t r a z a r por c o m p l e t o . L o s
e g i p c i o s , p o r a n t i g u o s q u e s e a n , p e r t e n e c e n ya sin em-
b a r g o á la edad m e d i a de la h u m a n i d a d ; en t o d a n a c i ó n ,
e n efecto, es preciso que el período en q u e la h i s t o r i a
a p a r e c e , p o r m e d i o de m o n u m e n t o s ó en o t r a forma, h a y a
sido p r e c e d i d o de o t r o período d u r a n t e el cual se h a for-
m a d o la l e n g u a y la m i t o l o g í a , q u e son n e c e s a r i a m e n t e
a n t e r i o r e s á las i n s t i t u c i o n e s p o l í t i c a s , al a r t e y á la cien-
cia. E n la época en q u e e m p e z a m o s á s a b e r algo de la
h i s t o r i a de E g i p t o , se h a l l a éste ya m u y a v a n z a d o en su
d e s a r r o l l o i n t e l e c t u a l , c o m o lo p r u e b a el h e c h o de que el
s i s t e m a geroglífico h a b í a ya llegado á su perfección a n t e s
de l a c u a r t a d i n a s t í a . E s t e s i s t e m a s u b s i s t i ó s i n altera-
ción h a s t a P s a m m é t i c o . U n a l e n g u a y u n a e s c r i t u r a , que
p e r m a n e c e n e s t a c i o n a r i a s d u r a n t e m i l e s de a ñ o s , supo-
n e n n e c e s a r i a m e n t e l a r g u í s i m o período a n t e r i o r de des-
a r r o l l o y de p r o g r e s o , y u n a c o n s i d e r a c i ó n s i n d u d a de
e s t e g é n e r o , m á s q u e el c o n o c i m i e n t o positivo del h e c h o ,
fué lo q u e h i z o decir á los griegos q u e la g e o m e t r í a era
c o n o c i d a en E g i p t o desde a n t e s del r e y M e n e s . E l suelo
 — 205 —
de E g i p t o , lo m i s m o q u e sus m o n u m e n t o s , a t e s t i g u a su
alta a n t i g ü e d a d : el l e c h o del río sólo se l e v a n t a c u a t r o pies
cada m i l a ñ o s , y sin e m b a r g o t o d a la r e g i ó n aluvial de
E g i p t o e s t á f o r m a d a de depósitos dejados p o r las a g u a s
del r í o . L o s t e s t i m o n i o s ofrecidos p o r l a m i s m a n a t u r a -
leza c o r r o b o r a n , p u e s , los t e s t i m o n i o s e s c r i t o s , y f o r m a n
con ellos irrefutable s i s t e m a de p r u e b a s . No se p u e d e n e -
gar, p o r ejemplo, q u e la a l t u r a del cieno a c u m u l a d o a l r e -
dedor de los p e d e s t a l e s de las e s t a t u a s i n d i c a e x a c t a m e n -
te su edad. G r a c i a s á la posición e m i n e n t e q u e o c u p a b a ,
E u s e b i o h a podido p e r v e r t i r la cronología a d m i t i d a e n
su t i e m p o , p e r o n o h a estado en su m a n o el h a c e r s o p l a r
un día m á s ó m e n o s los v i e n t o s alisios del O c é a n o P a c í -
fico, c o m o t a m p o c o c a m b i a r la c a n t i d a d de a g u a p r e c i p i -
tada p o r l a s m o n t a ñ a s de Africa, n i la c a n t i d a d de cieno
que a n u a l m e n t e a r r a s t r a el Nilo en su c a r r e r a . Así es
c ó m o , c o n f r o n t a n d o á la vez t e s t i m o n i o s de diferentes
ó r d e n e s , los de la n a t u r a l e z a y los de los m o n u m e n t o s ,
g a n a n d o estos ú l t i m o s en a u t o r i d a d con los p r o g r e s o s de
la ciencia geroglífica; así es — digo — cómo e m p e z a m o s á
distinguir la v e r d a d e r a cronología egipcia y á a c e p t a r con
confianza los f r a g m e n t o s que de ella n o s h a n dejado
Eratóstenes y Manetón.
E n el t i e m p o de que h a b l a m o s , e n t i e m p o de E r a t ó s -
tenes, e n c o n t r a m o s ya e s t a b l e c i d a la n o c i ó n de la esfera
terrestre con sus p o l o s , su e j e , el e c u a d o r , los círculos
ártico y a n t a r t i c o , los p u n t o s e q u i n o c c i a l e s , los solsticios,
los c o l u r o s , el h o r i z o n t e , e t c . N a d i e q u e p u d i e r a t e n e r
opinión e m i t í a e n t o n c e s la m e n o r d u d a r e s p e c t o á la for-
ma globular de la t i e r r a . L a s p r u e b a s q u e de este h e c h o
se d a b a n e r a n las m i s m a s á q u e h o y se r e c u r r e : el c a m -
bio de posición del h o r i z o n t e segím los l u g a r e s , las va-
riaciones de la a l t u r a del polo, los e c l i p s e s , y la g r a d u a l
desaparición de los n a v i o s á m e d i d a q u e se alejan de la
playa. E n c u a n t o á los eclipses, q u e e r a n en otro t i e m p o
objeto de s u p e r s t i c i o s o t e r r o r , n o se conocía t o d a v í a su
verdadera c a u s a , p e r o se h a b í a r e c o n o c i d o su periodici-
dad y p o d í a n p r e d e c i r s e . L o s b a b i l o n i o s s a b í a n m u c h o
tiempo h a c í a q u e los eclipses de l u n a r e a p a r e c e n d e s p u é s
de cada ciclo de 2 2 3 l u n a c i o n e s . C o m p r e n d í a s e t a m b i é n
 - 206 -
p e r f e c t a m e n t e el m e c a n i s m o de las fases de la l u n a . Aris-
t a r c o de S a m o s h a b í a t r a t a d o h a s t a de m e d i r l a d i s t a n -
cia de la t i e r r a al sol p o r l a o b s e r v a c i ó n de l a l u n a c u a n -
do se p r e s e n t a en d i c o t o m í a , m é t o d o i m p r a c t i c a b l e , p e r o
q u e m u e s t r a á q u é p u n t o h a b í a ya llegado la c i e n c i a .
A r i s t a r c o h a b í a e n c o n t r a d o así que la d i s t a n c i a del sol á
la t i e r r a es i g u a l á dieciocho veces la de la t i e r r a á la
l u n a ; es e n r e a l i d a d c u a t r o c i e n t a s veces esta d i s t a n c i a .
T e n í a n s e t a m b i é n en esta época n o c i o n e s b a s t a n t e p r e c i -
sas de la d i s t r i b u c i ó n de los c l i m a s y del calor en l a su-
perficie del g l o b o , a u n q u e se fuese d e m a s i a d o lejos al
afirmar q u e la z o n a t ó r r i d a era d e m a s i a d o c a l i e n t e y la
glacial d e m a s i a d o fría p a r a q u e el h o m b r e p u d i e r a vivir
e n ellas. N o s o l a m e n t e v a r i a s o b s e r v a c i o n e s , t a n e x a c t a s
c o m o t a n g r o s e r o s i n s t r u m e n t o s lo p e r m i t í a n , h a b í a n h e -
cho conocer los m o v i m i e n t o s , las r e t r o g r a d a c i o n e s y las
e s t a c i o n e s de los p l a n e t a s , sino que h a s t a h a b í a n t r a t a d o
de d a r s e c u e n t a ó m á s b i e n de r e p r e s e n t a r l o s p o r m e d i o
de epiciclos.
Así n a c i ó la a s t r o n o m í a m o d e r n a en A l e j a n d r í a , bajo
los P t o l o m e o s . P t o l o m e o S o t e r , fundador de la d i n a s t í a ,
n o sólo p r o t e g í a la ciencia, s i n o q u e e r a él m i s m o a u t o r .
E s c r i b i ó u n a h i s t o r i a de las c a m p a ñ a s de A l e j a n d r o . D u -
r a n t e su r e i n a d o e m p e z ó á f o r m a r s e la B i b l i o t e c a Alejan-
d r i n a , p r o b a b l e m e n t e d e s p u é s de la d e r r o t a de A n t í g o -
n o e n I p s o , 3 0 1 a ñ o s a n t e s de J e s u c r i s t o . P t o l o m e o F i l a -
delfo, su hijo, fundó el M u s e o ; n o se l i m i t ó á p r o t e g e r
la c i e n c i a en su p r o p i o r e i n o , p u e s se dedicó á difundirla
p o r o t r a s p a r t e s del m u n d o . E n v i ó á M a d a g a s c a r u n a ex-
p e d i c i ó n , m a n d a d a p o r T i m ó s t e n e s , u n o de s u s a l m i -
r a n t e s . E n t r e los reyes s i g u i e n t e s , P t o l o m e o E v e t g e t e s
y P t o l o m e o F i l o p a t o r , a m b o s fueron r e y e s m u y capa-
c e s , a u n q u e el ú l t i m o fuese al propio t i e m p o u n m a l
h o m b r e ; fué a s e s i n o de su p r o p i o p a d r e y c o m e t i ó t o d a
clase de a t r o c i d a d e s e n Alejandría. P t o l o m e o E p i f a n e s ,
q u e le sucedió á los cinco a ñ o s de edad, fué colocado p o r
s u s t u t o r e s bajo la p r o t e c c i ó n de B o m a ; la a m b i c i o s a re-
p ú b l i c a a p r o v e c h ó con e m p e ñ o e s t a ocasión p a r a i n t e r v e -
n i r e n los a s u n t o s de E g i p t o . L a m i s m a política siguió
su hijo F i l o m e t o r q u e fué, e n r e s u m e n , h á b i l y b u e n
 — 207 —
soberano. F i s c ó n m i s m o , q u e le sucedió 146 a ñ o s a n t e s
de J e s u c r i s t o , a u n q u e s e n s u a l y cruel b a s t a el p u n t o de
que envió á su m u j e r C l e ó p a t r a la c a b e z a , los pies y l a s
m a n o s de su b i j o , n o p u d o sin e m b a r g o r e s i s t i r á l a s
i n s p i r a c i o n e s de l a política á que sus a n t e p a s a d o s h a -
bían p e r m a n e c i d o fieles d u r a n t e dos s i g l o s ; dio p o d e r o s o
impulso á l a l i t e r a t u r a y á las a r t e s , y escribió él m i s m o
u n a o b r a h i s t ó r i c a . P t o l o m e o L a t y r o y A u l e t e s , sus suce-
s o r e s , t e n í a n los m i s m a s g u s t o s : este ú l t i m o , c o m o su
n o m b r e lo i n d i c a , c u l t i v a b a l a m i i s i c a con éxito. L o s
n o m b r e s q u e h a n c o n s e r v a d o los P t o l o m e o s e r a n otros
t a n t o s apellidos ó m o t e s q u e les h a b í a n dado sus frivolos
y satíricos s u b d i t o s . L a c o n s t i t u c i ó n política de Alejan-
dría—se h a d i c h o m u y s i g n i f i c a t i v a m e n t e — e r a u n a t i r a -
nía t e m p l a d a p o r el r i d í c u l o . L a d i n a s t í a acabó en l a
persona de la c é l e b r e C l e ó p a t r a , q u e la l e y e n d a h a c e m o -
rir de l a m o r d e d u r a de u n áspid d e s p u é s de la b a t a l l a d e
Accio. Se e n v e n e n ó á fin de n o caer en m a n o s de Octa-
vio, q u e se p r o p o n í a h a c e r de ella el o r n a t o de su t r i u n f o .
Si p o s e y é s e m o s u n a h i s t o r i a de los r e y e s g r i e g o s d e
E g i p t o c o m p l e t a y n o i n t e n c i o n a l m e n t e falseada, ella de-
m o s t r a r í a i n d i s p u t a b l e m e n t e sus d e r e c h o s á la p r i m a c í a
entre los m á s i l u s t r e s s o b e r a n o s de la a n t i g ü e d a d . E l
poder político de los P t o l o m e o s p a s ó á los r o m a n o s , p u e -
blo que n o se p r e o c u p a b a de la v e r d a d n i del d e r e c h o , y
por o t r a p a r t e la filosofía h a b í a llegado á su ú l t i m a edad
y se h a b í a e x t i n g u i d o eclipsada p o r la n u e v a r e l i g i ó n , á
cuyo servicio h a b í a n p u e s t o los ú l t i m o s Césares su p o d e r
t i r á n i c o ; la s e m i l l a i n t e l e c t u a l d e p o s i t a d a p o r los P t o l o -
meos n o p u d o , p u e s , g e r m i n a r d u r a n t e siglos e n t e r o s , p e r o
se desarrolló con a s o m b r o s o vigor e n c u a n t o se p r e s e n t a -
ron c i r c u n s t a n c i a s favorables.
L a d i n a s t í a egipcia e x t e n d í a su p r o t e c c i ó n sobre la l i -
t e r a t u r a t a n t o c o m o sobre la ciencia. P t o l o m e o P i l a d e l f o
no estimó c o m o i n d i g n o de él c o n t a r e n t r e sus a m i g o s
personales al p o e t a C a l i m a c o , q u e t e n í a u n a escuela e n
Alejandría y h a b í a escrito u n l i b r o sobre los p á j a r o s . E n
su corte b r i l l a b a n siete poetas,, q u e f o r m a b a n lo q u e los
alejandrinos l l a m a n la p l é y a d e : L i c o f r ó n , T e ó e r i t o , Calí-
maco , A r a t o , A p o l o n i o de R o d a s , N i c a n d r o y H o m e r o , ,
 - 208 —
hijo de M a c r ó n . L o s m á s célebres son L i c o f r ó n , de q u i e n
n o s h a q u e d a d o Casandra, y T e ó e r i t o , con c u y a s e n c a n t a -
d o r a s bucólicas g o z a m o s t o d a v í a .
V o l v a m o s a h o r a al m o v i m i e n t o científico. Bajo el rei-
n a d o de P t o l o m e o E v e r g e t e s la escuela de E u c l i d e s esta-
b a d i g n a m e n t e r e p r e s e n t a d a p o r Apolonio de P e r g a , que
vivía c u a r e n t a a ñ o s d e s p u é s de A r q u í m e d e s . Sobresalía
en m a t e m á t i c a s y física. S u obra m á s i m p o r t a n t e es u n
t r a t a d o de las secciones c ó n i c a s . P a s a p o r i n v e n t o r de las
p a l a b r a s elipsis é hipérbole. E n el siglo xvi todavía existían
s u s o b r a s en lenguaje á r a b e . Si h e m o s de c r e e r á los geó-
m e t r a s m o d e r n o s , t r a t a b a l a s c u e s t i o n e s con m u c h a m e -
n o s c a p a c i d a d q u e su p r e d e c e s o r A r q u í m e d e s , p e r o sus
m é t o d o s son , n o o b s t a n t e , bellísimos y e x t r e m a d a m e n t e
p r e c i s o s . S u q u i n t o l i b r o , sobre los Máxima y los Mínima,
es u n o de los m á s s u b l i m e s esfuerzos q u e la g e o m e t r í a
g r i e g a h a y a r e a l i z a d o . Se ocupó t a m b i é n de física y m e -
cánica é inventó un reloj.
C i n c u e n t a a ñ o s d e s p u é s de A p o l o n i o , del 160 al 125
a n t e s de J e s u c r i s t o , e n c o n t r a m o s al g r a n a s t r ó n o m o H i -
p a r c o . No parece q u e h a y a h e c h o por sí m i s m o observa-
c i o n e s en A l e j a n d r í a ; ú n i c a m e n t e se sirvió de las h e c h a s
p o r Arístilo y T i m o c a r e s . T a n cierto es esto c o m o q u e su
g r a n d e s c u b r i m i e n t o de la p r e c e s i ó n de los equinoccios se
a p o y a e n la discusión de las o b s e r v a c i o n e s h e c h a s p o r Ti
m o c a r e s sobre la e s t r e l l a Espiga de la V i r g e n . E n m a t e -
m á t i c a s p u r a s dio m é t o d o s p a r a la resolución de todos los
t r i á n g u l o s , p l a n o s y esféricos, y formó u n a t a b l a de s i n u s .
E n a s t r o n o m í a , a d e m á s de su g r a n d e s c u b r i m i e n t o citado,
d e t e r m i n ó la p r i m e r a d e s i g u a l d a d de la l u n a , la ecuación
del c e n t r o , y a d i v i n ó casi la eveccjón que e s t a b a r e s e r v a d o
d e s c u b r i r á P t o l o m e o . A él d e b e m o s t a m b i é n la teoría
g e o m é t r i c a de los epiciclos y de los e x c é n t r i c o s , c o n la
q u e c o n t a b a p o d e r r e d u c i r á los p r i n c i p i o s del m o v i m i e n -
t o c i r c u l a r los m o v i m i e n t o s a p a r e n t e s de los c u e r p o s ce-
l e s t e s . C o n s i g u i ó a p l i c a r su t e o r í a á los m o v i m i e n t o s del
sol y de la l u n a é i n d i c ó c ó m o se la podía modificar para
h a c e r l a aplicable á los p l a n e t a s . E s t a t e o r í a se sostuvo
h a s t a l a época en que l a t e o r í a h e l i o c é n t r i c a y la de los
m o v i m i e n t o s elípticos de los c u e r p o s p l a n e t a r i o s se esta-
 — 209 —

m e c i e r o n d e f i n i t i v a m e n t e . N e w t o n m i s m o la u s a en l a
proposición X X X V del t e r c e r l i b r o de s u s Principios. Hi-
parco t r a t ó t a m b i é n de h a c e r u n c a t á l o g o de l a s e s t r e l l a s
s e g ú n el m é t o d o q u e c o n s i s t e e n colocar j u n t a s l a s e s t r e -
llas q u e p a r e c e n o c u p a r u n a m i s m a l í n e a r e c t a del espa-
cio. E l n ú m e r o de las e s t r e l l a s q u e h a c a t a l o g a d o es de
1.080. Si t r a t ó de este m o d o de p i n t a r el a s p e c t o q u e e n
su t i e m p o ofrecía el firmamento, lo m i s m o quiso h a c e r
con la superficie d e l a t i e r r a , refiriendo las p o s i c i o n e s de
las c i u d a d e s y l u g a r e s á u n s i s t e m a de l í n e a s de l o n g i t u d
y latitud.
D e s p u é s de H i p a r c o e n c o n t r a m o s los a s t r ó n o m o s Ge-
m i n o y Cleómedes. S u r e p u t a c i ó n h a sido c o m p l e t a m e n t e
eclipsada por l a de P t o l o m e o , n a c i d o el a ñ o 1 3 8 d e s p u é s
de J e s u c r i s t o y a u t o r de u n a g r a n obra, la Sintaxis ó Com-
posición matemática, de l a q u e se h a d i c h o con r a z ó n
que es « u n a magnífica exposición de la t e o r í a de los epi-
ciclos y e x c é n t r i c o s » . F u é t r a d u c i d a p o r los á r a b e s des?
pues de la c o n q u i s t a de E g i p t o , y con el n o m b r e de Alma-
gesto gozó e n t r e ellos de i n d i s p u t a b l e a u t o r i d a d e n t o d o
lo que c o n c i e r n e al m e c a n i s m o y f e n ó m e n o s del u n i v e r s o .
D u r a n t e m i l q u i n i e n t o s a ñ o s p r ó x i m a m e n t e gozó en E u -
ropa de la m i s m a a u t o r i d a d , d a n d o r a z ó n al elogio de Si-
n e s i o , q u e l l a m a b a á l a i n s t i t u c i ó n de d o n d e salió «la
divina escuela de A l e j a n d r í a » . E l Almagesto e m p i e z a p o r
sentar q u e la t i e r r a t i e n e f o r m a esférica y q u e e s t á fija en
el espacio; describe la c o n s t r u c c i ó n de u n a t a b l a de s i n u s ,
diversos i n s t r u m e n t o s p r o p i o s p a r a o b s e r v a r los s o l s t i -
cios, y p r u e b a la oblicuidad de la eclíptica. D a la m e d i d a
de las l a t i t u d e s t e r r e s t r e s p o r m e d i o del g n o m o n , d e s c r i -
be los c l i m a s , m u e s t r a c ó m o p u e d e c o n v e r t i r s e el t i e m p o
solar en s i d e r a l , y p o r q u é debe a d o p t a r s e el a ñ o t r o p i c a l
con p r e f e r e n c i a al s i d e r a l . D a la t e o r í a del m o v i m i e n t o
solar en l a h i p ó t e s i s de q u e l a ó r b i t a del sol es u n círculo,
trata de l a e c u a c i ó n del c e n t r o , a c o m e t e la discusión de
los m o v i m i e n t o s de la l u n a , t r a t a de su p r i m e r a d e s -
igualdad, de los eclipses y del m o v i m i e n t o de los n u d o s .
E x p o n e en s e g u i d a el g r a n d e s c u b r i m i e n t o q u e h a h e c h o
universal el n o m b r e de P t o l o m e o , el de la evección ó se-
gunda d e s i g u a l d a d de l a l u n a . I n t e n t a d e t e r m i n a r tana*

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. lí

 - 210 —
bien l a s d i s t a n c i a s á l a t i e r r a del sol y de la l u n a , pero
s i n c o n s e g u i r l o c o m p l e t a m e n t e ; el valor q u e a s i g n a á la
d i s t a n c i a del sol á la t i e r r a sólo es u n v e i n t a v o d e la rea-
lidad. E s t u d i a i g u a l m e n t e la p r e c e s i ó n de los equinoccios,
el g r a n d e s c u b r i m i e n t o de H i p a r c o , y fija e n v e i n t i c i n c o
m i l a ñ o s el período c o m p l e t o del f e n ó m e n o . E l Almagesto,
e n fin, d a u n c a t á l o g o de 1.022 e s t r e l l a s , t r a t a l a c u e s t i ó n
de la vía l á c t e a , y t e r m i n a c o n u n a magnífica discusión
de los m o v i m i e n t o s de l o s p l a n e t a s . E s t e es el s e g u n d o
t í t u l o de P t o l o m e o á la v e r d a d e r a g l o r i a científica. O b t u -
v o la d e t e r m i n a c i ó n de l a s ó r b i t a s p l a n e t a r i a s p o r l a com-
p a r a c i ó n de s u s p r o p i a s o b s e r v a c i o n e s c o n l a s de s u s p r e -
d e c e s o r e s , e n t r e o t r o s , l a s de T i m o c a r e s sobre V e n u s .
D e b e m o s a d e m á s á P t o l o m e o u n a geografía q u e se usó
e n l a s escuelas de E u r o p a h a s t a el siglo x v . E l m u n d o
conocido d e s u t i e m p o se e x t e n d í a desde l a s islas Cana-
r i a s á la C h i n a y del E c u a d o r á C a l e d o n i a . S u s m a p a s , sin
e m b a r g o , p r e s e n t a n n u m e r o s o s e r r o r e s , p u e s la n e c e s i d a d
e n q u e se e n c o n t r ó de t e n e r e n c u e n t a la esfericidad de
l a t i e r r a le obligó á a d m i t i r l o n g i t u d e s e x a g e r a d a s : h a c e ,
p o r e j e m p l o , al M e d i t e r r á n e o 20 g r a d o s m á s de l a r g o . S u s
m e d i d a s s o n m u y i n f e r i o r e s , e n e x a c t i t u d , á l a s d e su
i l u s t r e p r e d e c e s o r E r a t ó s t e n e s , q u e h a b í a fijado e n 70.000
e s t a d i o s la d i s t a n c i a del M o n t e S a c r o de E s p a ñ a á las
b o c a s del G a n g e s . P t o l o m e o escribió t a m b i é n sobre la
ó p t i c a , el planisferio y la astrología. A pocos a u t o r e s les
t o c a sobrevivir t a n t o t i e m p o , y pocos s i n d u d a lo m e r e c e n
m á s . S e h a e s t a d o , s i n e m b a r g o , e n e x t r a ñ o e r r o r respec-
t o a l m o d o c o n q u e c o m p r e n d í a el m e c a n i s m o c e l e s t e . Ni
él n i H i p a r c o h a n v i s t o j a m á s e n la t e o r í a q u e d i e r o n m á s
q u e u n a ficción g e o m é t r i c a , e n la q u e de n i n g ú n m o d o se
h a b í a n p r o p u e s t o r e p r e s e n t a r los m o v i m i e n t o s r e a l e s de
los c u e r p o s s i d e r a l e s . C o m o e r a fácil p r e v e r l o , p u e s t o que
t a l es el d e s t i n o de t o d a s l a s c r e a c i o n e s a b s t r a c t a s , esta
t e o r í a s e c o m p l i c ó c a d a v e z m á s á m e d i d a q u e los h e c h o s
se a c u m u l a r o n ; h a s t a i b a á h a c e r s e d e t o d o p u n t o i m p r a c -
t i c a b l e c u a n d o fué s u p l a n t a d a p o r la t e o r í a de l a gravita-
c i ó n u n i v e r s a l . E s t a ú l t i m a h a c o n s e r v a d o d e s p u é s cons-
t a n t e m e n t e l a i n v a r i a b l e s e ñ a l e n q u e s e r e c o n o c e toda
•teoría v e r d a d e r a : h a dado s i e m p r e explicación de cuantos
nuevos h e c h o s a p a r e c e n s i n n e c e s i d a d de r e c a r g a r s e con
nuevas hipótesis, y h a permitido predecir además multi-
t u d de f e n ó m e n o s q u e se h a b í a n o b s e r v a d o .
D e s p u é s de los P t o l o m e o s , el e s p í r i t u científico de l a
escuela de A l e j a n d r í a fué d e c l i n a n d o sin c e s a r . H u b o t o -
davía m a t e m á t i c o s c o m o T e o d o s i o , cuyo t r a t a d o de geo-
m e t r í a esférica e r a a l t a m e n t e e s t i m a d o p o r los á r a b e s ;
como P a p p o , c u y a s o b r a s m a t e m á t i c a s e n ocho l i b r o s
existen t o d a v í a ; c o m o T h e o n , e n fin, d o b l e m e n t e céle-
bre como g e ó m e t r a y c o m o p a d r e de la i n f o r t u n a d a H i -
patia, p e r o todos estos s a b i o s , q u e v i v i e r o n e n los t r e s
p r i m e r o s s i g l o s , e s t a b a n m u y lejos de e s t a r á la a l t u r a
de sus i l u s t r e s a n t e p a s a d o s . L a fuerza i n t e l e c t u a l q u é
hace n a c e r los d e s c u b r i m i e n t o s o r i g i n a l e s n o existía ya;
los c o m e n t a d o r e s h a b í a n r e e m p l a z a d o á los filósofos. L a s
ciencias físicas n o t u v i e r o n n i n g ú n d e s a r r o l l o ; d u r a n t e
siglos e n t e r o s d e b í a n p e r m a n e c e r e s t a c i o n a d a s . L a m e -
cánica n o t u v o ya q u e j a c t a r s e de trofeos c o m o la p r o p o -
sición de A r q u í m e d e s sobre el equilibrio de la p a l a n c a ,
de ideas n u e v a s y e x a c t a s c o m o la de la p r e s i ó n h i d r o s -
tática, n i de a m p l i a s y c l a r a s m i r a s c o m o l a s q u e el g r a n
h o m b r e h a b í a d e s a r r o l l a d o e n s u t r a t a d o de los c u e r p o s
flotantes; n a d a ya de i n v e n c i o n e s c o m o la m á q u i n a d e
H i e r o n , que se p u e d e r e a l m e n t e l l a m a r la p r i m e r a m á -
quina de v a p o r . L a filosofía n a t u r a l se h a b í a d e t e n i d o
también. L a a s t r o n o m í a , la r a m a de e s t a filosofía q u e
con m á s éxito se h a b í a c u l t i v a d o , n o dio n i n g ú n p a s o .
C o n t e n t á b a n s e los sabios con lo q u e a n t e s de ellos se h a -
bía h e c h o , y p e r d í a n su t i e m p o y su t r a b a j o e n q u e r e r
explicar t o d o s los f e n ó m e n o s celestes p o r u n a c o m b i n a -
ción de m o v i m i e n t o s c i r c u l a r e s u n i f o r m e s . ¿A q u é d e b e -
mos a t r i b u i r e s t a d e t e n c i ó n en el d e s e n v o l v i m i e n t o i n t e -
lectual? Algo h a b í a o c u r r i d o q u e h a b í a e n e r v a d o el es-
píritu científico. L a s t i n i e b l a s h a b í a n bajado h a s t a el
Museo.
No es difícil explicar t a n d e p l o r a b l e e s t a d o de c o s a s .
Había p a s a d o la m a d u r e z de l a e x i s t e n c i a i n t e l e c t u a l de
Grecia y e n t r a b a en su vejez. A d e m á s , los t a l e n t o s q u e
h u b i e r a n podido c o n s a g r a r s e á la ciencia e r a n , ó a t r a í d o s
en otras d i r e c c i o n e s , ó a h o g a d o s . C o m o A l e j a n d r í a h a b í a
 — 212 —
s u p l a n t a d o á A t e n a s , e r a á su vez s u p l a n t a d a p o r R o m a .
D e la e m i n e n t e posición q u e e n otro t i e m p o o c u p a r a , h a -
b í a caído A l e j a n d r í a e n l a de s i m p l e c i u d a d de p r o v i n c i a .
No ya e n A l e j a n d r í a , s i n o en R o m a , y d e s p u é s en Cons-
t a n t i n o p l a , se b u s c a b a n h o n o r e s y d i s t i n c i o n e s . T o d a s las
influencias que se e j e r c i t a b a n e n a q u e l l o s g r a n d e s cen-
t r o s de l a a c t i v i d a d h u m a n a , se e x t e n d í a n n e c e s a r i a m e n -
t e h a c i a e l l a , p e r o sufría el fatal d e s t i n o de l a s ciudades
c o n q u i s t a d a s , y debía e s p e r a r l a s d e c i s i o n e s de l a m e t r ó -
poli. E n l a s m i s m a s i n s t i t u c i o n e s q u e e n otro t i e m p o
e r a n su gloria, n o se podía ya o b t e n e r é x i t o , sino á con-
dición de a d o p t a r el m o d o de p e n s a r de la m e t r ó p o l i i m -
p e r i a l . E s t a p r e s i ó n ejercida en los e s p í r i t u s n o i m p i d i ó ,
s i n e m b a r g o , á A l e j a n d r í a m a n i f e s t a r a l t a m e n t e su p o d e r
i n t e l e c t u a l y m a r c a r con i n d e l e b l e s e ñ a l l a teología de
s u s v e n c e d o r e s . D u r a n t e t r e s siglos c o n s e c u t i v o s , l a at-
mósfera i n t e l e c t u a l del i m p e r i o r o m a n o h a b í a c a m b i a d o
y l a s cosas h a b í a n llegado al p u n t o de q u e ciertos h o m -
b r e s p e n s a b a n p o r o t r o s , ó si q u e r í a n p e n s a r t e n í a n que
hacerlo conforme á las fórmulas y reglas establecidas.
L a i n t e l i g e n c i a g r i e g a h a b í a llegado á su edad d e c r é p i t a ,
y el estado m o r a l del m u n d o e u r o p e o e s t a b a e n oposición
c o n el p r o g r e s o científico.
 CAPÍTULO VII

L a edad de d e c r e p i t u d i n t e l e c t u a l
de Grreeia,

T r i s t e c u a d r o es el q u e t e n g o q u e p r e s e n t a r e n este c a -
pítulo, el de la d e c r e p i t u d y m u e r t e d e l a filosofía g r i e g a .
E l h o m b r e vigoroso del a r i s t o t e l i s m o y del e s t o i c i s m o
está a h o r a q u e b r a d o p o r los a ñ o s y e m p i e z a á c h o c h e a r ;
está c o m o el d e S h a k e s p e a r e :
«... a v e l l a n a d o e n s u s c a l z o n e s , e n z a p a t i l l a s —con s u s
«anteojos e n l a n a r i z , s u p a ñ u e l o a l l a d o , — s u s v e s t i d o s
»de otro t i e m p o , b i e n c u i d a d o s , i n f i n i t a m e n t e a n c h o s
• a h o r a — p a r a s u s enflaquecidos m i e m b r o s ; s u voz fuerte
»y v i r i l — n o es m á s q u e i n f a n t i l f a l s e t e , y n o p r o d u c e y a
»— sino m e z q u i n o y s i l b a n t e s o n i d o . L a ú l t i m a e s c e n a —
•que p o n e fin á e s t a e x t r a ñ a y m o v i d a h i s t o r i a , — e s u n a
•segunda i n f a n c i a , y e n r e a l i d a d el o l v i d o . — S i n d i e n t e s ,
»sin ojos, sin g u s t o , s i n n a d a » (1).
E s t á lleno d e a d m i r a c i ó n h a c i a el p a s a d o y d e d e s p r e -
cio h a c i a el p r e s e n t e ; s u s p e n s a m i e n t o s g i r a n s i n c e s a r
sobre las cosas q u e o c u p a b a n s u j u v e n t u d y s u i n f a n c i a .
Como a q u e l l o s c u y a ú l t i m a h o r a v a á s o n a r , se a r r o j a

(1) Into t h e lean and slipper'd pantaloon,

With spectacles on nose and pouch on side;
His youthful hose, well saved, a world too wide
For h i s shrunk shank; a n d h i s big m a n l y voice,
Turning again toward childish tieble, pipes
A n d w h i s t l e s i n h i s sound. L a s t s c e n e of all,
That end this strange, eventful history,
Is second childishness and mere oblivion—
Sans teeth, sans eyes, sans taste, sans everything.

(OOOTO V. guste.—Acto 2.», e s c e n a V I I ) .

 — 214 —

c i e g a m e n t e e n b r a z o s de l a r e l i g i ó n , s i n i n q u i e t a r s e de
q u e l a s cosas con q u e c u e n t a s e a n v e r d a d e r a s ó falsas.
E n e s t a e s c e n a , la e s c e n a ñ n a l , n o e n c o n t r a m o s y a n i
l a fe viva de P l a t ó n , n i la m a d u r a i n t e l i g e n c i a de A r i s t ó -
t e l e s , n i el i m p e r i o s o b r e sí m i s m o q u e Menón p r e d i c a -
b a . L a filosofía g r i e g a cae en la c h a r l a t a n e r í a y en el m i s -
t i c i s m o ; n o e s p e r a m á s auxilio q u e el del h e c h i c e r o , el
del j u g l a r y el del g r a n s a c e r d o t e de la n a t u r a l e z a .
H e a q u í a d e m á s n u e v o s p e r s o n a j e s q u e o b s t r u y e n el
e s c e n a r i o . E l soldado r o m a n o va á o c u p a r el sitio del se-
n a d o r griego y á r e i v i n d i c a r su p a r t e de h e r e n c i a ; q u e -
r í a u s a r de sus d e r e c h o s y c o n s e r v a r y d e s t r u i r á su g u s -
t o . L o s r o m a n o s v a n á e n t r a r en su edad de fe y á i m p o -
n e r sus ideas al m u n d o e u r o p e o .
L a filosofía g r i e g a h a b í a n a c i d o á la s o m b r a de l a s pi-
r á m i d e s ; d e s p u é s de h a b e r r e c o r r i d o d u r a n t e m i l a ñ o s l a s
costas del M e d i t e r r á n e o , volvió á los l u g a r e s q u e la ha-
b í a n v i s t o n a c e r , y m u r i ó i g u a l m e n t e á la s o m b r a de l a s
pirámides.
D e s d e la f u n d a c i ó n de la n u e v a A c a d e m i a , la filosofía
g r i e g a declinó s i n c e s a r . N o existía ya g e n i o c r e a d o r ; sólo
h a b í a c o m e n t a d o r e s . E n l u g a r de c o n s a g r a r s u s esfuer-
zos á la i n v e s t i g a c i ó n de la v e r d a d a b s o l u t a , los filósofos
se c o n t e n t a b a n con b e b e r e n l a s d o c t r i n a s a n t i g u a s , y
a c e p t a b a n c o m o c r i t e r i o s l a s o p i n i o n e s de P i t á g o r a s , de
P l a t ó n y de A r i s t ó t e l e s , ó al m e n o s las q u e les a t r i b u í a n .
E l m o d o de ser del e s p í r i t u h u m a n o en e s t a ú l t i m a edad
de la filosofía, i n d u c i r í a á c r e e r q u e n u n c a h a b í a h a b i d o
para la raza h u m a n a ni investigaciones ni descubrimien-
t o s o r i g i n a l e s , y q u e todo lo q u e e n el m u n d o h a b í a de
v e r d a d e r a , n o p r o d u c t o del p e n s a m i e n t o , s i n o r e s t o s de
a n t i g u a r e v e l a c i ó n divina, olvidada á c o n s e c u e n c i a del
p e c a d o y de la caída del h o m b r e . H a y algo de aflictivo en
esa t o t a l p a r a l i z a c i ó n de las i n v e s t i g a c i o n e s filosóficas.
E l i m p u l s o i n t e l e c t u a l q u e d u r a n t e c i e n t o s de a ñ o s se
h a b í a h e c h o s e n t i r , y q u e p o r lo m i s m o se debía e s p e r a r
ver durar todavía, desapareció bruscamente. T a n súbita
p a r a l i z a c i ó n es v e r d a d e r a m e n t e s o r p r e n d e n t e é i n s ó l i t a ; la
flecha v u e l a t o d a v í a d e s p u é s de h a b e r sido d e s p e d i d a p o r
el a r c o , y el alfarero ve g i r a r su r u e d a a u n d e s p u é s de ter-
 — 215 —
m i n a r su o b r a . L a política de los p r i m e r o s Césares n o
c o n t r i b u y ó poco á este r e s u l t a d o . E l p r i n c i p i o de l a l i -
b e r t a d de p e n s a r , q u e i m p l i c a b a la e x i s t e n c i a m i s m a de
las diversas e s c u e l a s filosóficas, e s t a b a d e m a s i a d o sujeto
a m a n i f e s t a r s e p o r m e d i o de a s p i r a c i o n e s á l a l i b e r t a d
política. L o s e m p e r a d o r e s se d e d i c a r o n á c o m p r i m i r el
vuelo de las escuelas de G r e c i a , de A l e j a n d r í a y de R o -
m a h a c i a la s u p r e m a c í a á que h u b i e r a n p o d i d o a s p i r a r ,
e n g r a n d e c i e n d o á e x p e n s a s de éstas l a s escuelas de l a s
ciudades p r o v i n c i a l e s , c o m o M a r s e l l a y R o d a s . P u e s t a s
de este m o d o á u n lado las p r i m e r a s y r e d u c i d a s al silen-
cio, c o m e n z a r o n a q u e l l a s r i v a l i d a d e s , p r e l u d i o de l a s
g r a n d e s d i s p u t a s teológicas q u e las a g i t a r o n m á s t a r d e
cuando se d i s p u t a r o n el p o d e r político. E n el o r i g e n del
Cristianismo, era creencia g e n e r a l m e n t e admitida que en
Oriente se h a b í a n c o n s e r v a d o m á s p u r o s r e c u e r d o s de la
a n t i g u a r e v e l a c i ó n , y q u e de este l a d o , p o r lo t a n t o , v e n -
dría la l u z , c r e e n c i a q u e dio c o n s i d e r a b l e fuerza á l a s
ideas de O r i e n t e á q u e la filosofía g r i e g a h a b í a ido á p a -
rar e s p o n t á n e a m e n t e , c o m o a n t e r i o r m e n t e h e m o s v i s t o .
E l p r i m e r filósofo q u e i n a u g u r a esta fase final de l a
filosofía g r i e g a es P i l ó n el J u d í o q u e vivía e n t i e m p o de
Calígula. F i e l al g e n i o de su n a c i ó n , h a c e d e r i v a r t o d a
filosofía y todo c o n o c i m i e n t o ú t i l de l a t r a d i c i ó n m o s a i c a
y no vacila en falsear en p r o v e c h o p r o p i o el s e n t i d o d e
ciertas a l e g o r í a s de la E s c r i t u r a . D i c e , p o r e j e m p l o , q u e
el h o m b r e h a decaído de su s a b i d u r í a y p u r e z a p r i m i t i v a s ,
que t o d a s l a s i n d a g a c i o n e s científicas son v a n a s y q u e
u n a vida i n o c e n t e y u n a a r d i e n t e fe p u e d e n ú n i c a m e n t e
asegurar n u e s t r a salvación. S e h a b í a p e r s u a d i d o á sí m i s -
mo que D i o s le i n s p i r a b a c u a n d o escribía, p e r o á j u z g a r
por el c a r á c t e r de sus o b r a s y la n a t u r a l e z a de s u s d o c -
t r i n a s , p e r m i t i d o es decir q u e se e n g a ñ a b a . P o r lo q u e
hace á su m a n e r a de escribir, su estilo n o t i e n e fuerza,
sus ideas s o n poco fijas, y cada v e z q u e t r a t a u n a s u n t o
difícil, vacila y carece de firmeza. E n c u a n t o á sus doc-
t r i n a s , a b u n d a n en e x t r a v a g a n c i a s c o m o e s t a s : e n s e ñ a
que el m u n d o es el á n g e l p r i n c i p a l ó el p r i m e r hijo de
Dios; r e s u m e t o d o el p o d e r de D i o s e n u n a sola fuerza,
el L o g o s ó V e r b o ; de él e m a n a n t o d a s las d e m á s fuerzas
 — 216 -

del m u n d o , q u e deben ser l a s c a u s a s de todo el m a l q u e

e n él e n c o n t r a m o s , p u e s t o q u e es i m p o s i b l e q u e el m a l
p r o v e n g a de D i o s . E s e v i d e n t e , p u e s , q u e P i l ó n , a u n q u e
r e c h a z a s e el p a n t e í s m o o r i e n t a l , t o m a b a p o r b a s e de su
s i s t e m a la t e o r í a o r i e n t a l de la e m a n a c i ó n .
E n t r e los filósofos q u e c o n t r i b u y e r o n p r i n c i p a l m e n t e
á la i n t r o d u c c i ó n de l a s i d e a s de O r i e n t e h a y q u e m e n -
c i o n a r á A p o l o n i o de T y a n a . Bajo los a u s p i c i o s de l a e m -
p e r a t r i z J u l i a D o m n a , P i l ó s t r a t o e n u n a o b r a biográfica
c o m e t i ó la i m p r u d e n c i a de c o m p a r a r á A p o l o n i o c o n
nuestro Salvador. Hacía milagros, profetizaba, tenía vida
a s c é t i c a , v i v i e n d o de p r i v a c i o n e s y l l e v a n d o los v e s t i d o s
m á s m i s e r a b l e s . Q u e r í a e j e c u t a r la r e f o r m a de l a s cos-
t u m b r e s y de los r i t o s r e l i g i o s o s ; n e g a b a la eficacia de
los sacrificios, q u e r e e m p l a z a b a c o n s i m p l e s a c t o s de ado-
r a c i ó n y m e r a s o r a c i o n e s m u d a s . C o n d e n a b a á los p o e t a s
p o r h a b e r p r o p a g a d o l a s ficciones i n m o r a l e s a t r i b u i d a s á
los D i o s e s a l t e r a n d o de e s t e m o d o la p u r e z a de la r e l i -
g i ó n . C o n s e r v a b a la d o c t r i n a de la t r a n s m i g r a c i ó n .
P l u t a r c o , q u e e r a c o n t e m p o r á n e o del e m p e r a d o r A d r i a -
n o , h a ejercido t a m b i é n p o r c i e r t a s p a r t i c u l a r i d a d e s de
s u estilo, g r a n influencia q u e se h a e x t e n d i d o h a s t a n o s -
o t r o s . C o m o filósofo, es p l a t ó n i c o c o n c i e r t o t i n t e de
orientalismo que predominaba en torno suyo. A juzgar
p o r su m o d o de p e n s a r , debió serle i m p o s i b l e a c e p t a r la
fe n a c i o n a l , y sus o b r a s se r e c o m i e n d a n , m e n o s p o r su
p r o f u n d a filosofía, q u e p o r el m o d o a g r a d a b l e e n q u e e s t á n
e s c r i t a s . Bajo c i e r t o s p u n t o s de v i s t a se n o t a c i e r t a a n a -
logía e n t r e sus ideas y las de P i l ó n , e n t r e la I s i s d e l u n o
y el m u n d o del o t r o . E s t e afecto á las i d e a s o r i e n t a l e s se
n o t a t o d a v í a m á s e n los e s c r i t o r e s s i g u i e n t e s : L u c i o Apu-
leyo, el N ú m i d a , y N u m e n i o . E s t e ú l t i m o a c e p t ó l a opi-
n i ó n , e n t o n c e s casi u n i v e r s a l , de q u e la filosofía g r i e g a
h a b í a sido i m p o r t a d a e n su o r i g e n del O r i e n t e . R e c o n o c e
u n a t r i n i d a d c u y a p r i m e r a p e r s o n a es la r a z ó n , la s e g u n -
d a es el p r i n c i p i o del s e r q u e posee d o b l e e x i s t e n c i a y da
o r i g e n así á la t e r c e r a p e r s o n a ; e s t a s t r e s p e r s o n a s n o
f o r m a n p o r o t r a p a r t e m á s q u e u n solo DÍQS. B a s t a con
i n d i c a r la a p a r i c i ó n de e s t a idea, s i e n d o i n ú t i l e s m á s por-
m e n o r e s e n e s t e r e s p e c t o . C o m o c o n c e p c i o n e s filosóficas
 — 217 —
n i n g u n a de las t r i n i d a d e s g r i e g a s a d m i t e c o m p a r a c i ó n
con las del a n t i g u o E g i p t o , A m m o n , M a u t y K o n s o , Osi-
r i s , I s i s y H o r u s , n i con las de la I n d i a , B r a h m a , V i c h n u
y S i v a , el c r e a d o r , el c o n s e r v a d o r y el d e s t r u c t o r , ó el
pasado, el p r e s e n t e y el futuro de los b u d h i s t a s .
L a s d o c t r i n a s de N u m e n i o v a n á p a r a r d i r e c t a m e n t e
á las del n e o - p l a t o n i s m o , a u n q u e s u o r i g e n se a t r i b u y e
o r d i n a r i a m e n t e á A m m o n i o S a c c a s , de A l e j a n d r í a , q u e
vivía á fines del s e g u n d o siglo d e s p u é s de J e s u c r i s t o . N o
parece q u e este a u t o r b a y a c o n s i g n a d o s u s o p i n i o n e s e n
n i n g u n a o b r a e s c r i t a . Sólo las c o n o c e m o s p o r las de s u s
discípulos, L o n g i n o y P l o t i n o sobre t o d o . E l n e o - p l a t o -
n i s m o q u e n o t a r d ó en t o m a r las p r o p o r c i o n e s de u n a r e -
ligión filosófica, es célebre p o r la l u c h a q u e s o s t u v o con-
tra el p o d e r n a c i e n t e del c r i s t i a n i s m o . L a n u e v a escuela
que surgió en A l e j a n d r í a q u e d ó e n pie cerca de 3 0 0 a ñ o s .
L a h i s t o r i a del n e o - p l a t o n i s m o n o s ofrece g r a n i n t e r é s ,
no sólo p o r su oposición al n u e v o p o d e r q u e p r o n t o i b a a
c o n q u i s t a r al m u n d o o c c i d e n t a l , s i n o t a m b i é n p o r q u e fué
el ú l t i m o esfuerzo de la filosofía g r i e g a e x p i r a n t e .
P l o t i n o n a c i ó e n E g i p t o p o r el a ñ o 2 0 4 d e s p u é s de J e -
sucristo. E s t u d i ó en A l e j a n d r í a d o n d e fué, d i c e n , d u r a n t e
once a ñ o s discípulo de A m m o n i o S a c c a s . A c o m p a ñ ó al
emperador G o r d i a n o á P e r s i a y á l a I n d i a , y d e s p u é s de
haber l i b r a d o de los d e s a s t r e s de la e x p e d i c i ó n , a b r i ó u n a
escuela filosófica en R o m a . E l e m p e r a d o r G a l i e n o le t e -
nía en la m a y o r e s t i m a c i ó n , y la e m p e r a t r i z S a l o n i n a se
proponía f u n d a r h a s t a u n a c i u d a d d o n d e P l o t i n o p u d i e r a
i n a u g u r a r la célebre r e p ú b l i c a de P l a t ó n . E l p r o y e c t o n o
se realizó s i n e m b a r g o . C o n las m e j o r e s i n t e n c i o n e s de
trabajar p o r la d i c h a de la h u m a n i d a d , P l o t i n o se m u e s -
tra e x c e s i v a m e n t e o s c u r o y d e m a s i a d o i n c l i n a d o al m i s -
ticismo. E u n a p i o dice con r a z ó n q u e la elevación s o b r e -
n a t u r a l de su e s p í r i t u y su dificultoso estilo le h a c e n fa-
tigoso y poco a t r a c t i v o ; q u i z á c o n v i e n e i m p u t a r estos d e -
fectos á su c o m p l e t a falta de h a b i l i d a d e n el a r t e de es-
cribir, q u e sólo á l a e d a d de c i n c u e n t a a ñ o s e m p e z ó á
a p r e n d e r . D e s p r e c i a b a t o d a s l a s v e n t a j a s y deseos de e s t e
m u n d o n o h a c i e n d o caso a l g u n o del p a t r i o t i s m o . Vivía
como asceta, n o c o m i e n d o n u n c a c a r n e , s i n o sólo u n poco
 — 218 —
de p a n ; afectaba el m a y o r d e s p r e c i o al c u e r p o , q u e n o es
— d e c í a — m á s que u n f a n t a s m a y u n a t r a b a p a r a el a l m a .
Quiso olvidar h a s t a el día de su n a c i m i e n t o . C o m o h a
o c u r r i d o con frecuencia á l a s p e r s o n a s s o m e t i d a s al a y u -
n o y á m e d i t a c i o n e s h a r t o p r o l o n g a d a s , creía q u e podía
v e r á D i o s con los ojos del c u e r p o , y que e n sus diversas
o r a c i o n e s se h a b í a r e u n i d o á él. N o e s , p u e s , s o r p r e n -
d e n t e q u e sus escritos s e a n t a n m i s t e r i o s o s , t a n llenos
de i n c o n s e c u e n c i a s y t a n difusos. E l p l a t o n i s m o p r e d o -
m i n a e n ellos m e z c l a d o con las ideas de O r i e n t e y los r e -
c u e r d o s de E g i p t o .
C o m o la m a y o r p a r t e de sus p r e d e c e s o r e s , P l o t i n o es-
t a b l e c í a u n a d i s t i n c i ó n e n t r e las n e c e s i d a d e s i n t e l e c t u a l e s
de los l e t r a d o s y las del v u l g o , y s o s t e n í a l a m i t o l o g í a ,
q u e le p a r e c í a ú t i l í s i m a p a r a los q u e todavía n o se h a b í a n
d e s p r e n d i d o del influjo de la m a t e r i a . A r i s t ó t e l e s h a b í a
d i c h o en su metafísica r e s p e c t o á la m i t o l o g í a y á los dioses
de f o r m a s h u m a n a s : « G r a n n ú m e r o de m i t o s se le h a n
a g r e g a d o p a r a c o n v e n c e r á la m u l t i t u d en i n t e r é s de l a s
leyes y con otros fines más.» P l o t i n o p e n s a b a que los dio-
s e s son i n s e n s i b l e s á n u e s t r a s o r a c i o n e s , y q u e p u e d e n ;
c o m o los d e m o n i o s , m a n i f e s t á r s e n o s bajo f o r m a s visibles,
a d m i t í a t a m b i é n los e n c a n t a m i e n t o s , y n o le p a r e c í a n in-
d i g n o s de la filosofía. E l c u e r p o n o es p a r a él m á s q u e u n
s i s t e m a de p e n i t e n c i a p a r a el a l m a . Cree q u e el m u n d o
e x t e r i o r es u n a s i m p l e i l u s i ó n , u n s u e ñ o , y q u e los datos
de los s e n t i d o s son e n t e r a m e n t e i n e x a c t o s . E n c u a n t o á
l a u n i ó n con l a d i v i n i d a d , de q u e a c a b a m o s de h a b l a r , la
c o n s i d e r a c o m o u n a e m b r i a g u e z del a l m a q u e , olvidando
t o d a s las cosas e x t e r i o r e s , a c a b a p o r p e r d e r s e en la con-
t e m p l a c i ó n de.«el U n o » . L a filosofía de P l o t i n o p r e s e n t a
u n a t r i n i d a d c o n f o r m e con la i d e a p l a t ó n i c a . 1.°, el U n o
ó e s e n c i a p r i m e r a ; 2 . ° , la R a z ó n ; 3 . ° , el A l m a . D e l U n o
d e c l a r a q u e es i m p o s i b l e s a b e r n a d a , y e n lo q u e dice en
este r e s p e c t o sólo se e n c u e n t r a n c o n t r a d i c c i o n e s ; llega,
p o r e j e m p l o , h a s t a n e g a r la u n i d a d al U n o m i s m o . Su
c o n c e p t o t r i n i t a r i o se apoya e s e n c i a l m e n t e en la teoría
de la e m a n a c i ó n . E x p l i c a c ó m o el s e g u n d o p r i n c i p i o e m a -
n a del p r i m e r o y el t e r c e r o del s e g u n d o , casi c o m o nos-
o t r o s h a c e m o s p r o c e d e r la luz del sol y de la luz el fuego.
 — 219 —
E l t e r c e r p r i n c i p i o , q u e e m a n a del s e g u n d o , es en r e a l i d a d
el p e n s a m i e n t o n a c i d o de l a r a z ó n , p e r o el p e n s a m i e n t o
es el a l m a . P l o t i n o , p o r lo d e m á s , c u a n d o e n t r a en t o d o s
estos p o r m e n o r e s , i n c u r r e en t a l m i s t i c i s m o , q u e es i m -
posible con frecuencia seguirle y c o m p r e n d e r c l a r a m e n t e
el s e n t i d o de sus p a l a b r a s c u a n d o d i c e , p o r e j e m p l o , q u e
la r a z ó n e s t á r o d e a d a p o r la e t e r n i d a d , p e r o q u e el a l m a
está r o d e a d a p o r el t i e m p o . L l e v a el i d e a l i s m o al e x t r e -
m o , c o n s i d e r a el m u n d o visible c o m o m e r a a p a r i e n c i a y
se c o n t e n t a con d e d u c i r de su d o c t r i n a m o r a l reflexiones
propias p a r a s o s t e n e r n o s en l a s p r u e b a s de la vida. « L a
vida de los s e n t i d o s — d i c e — e s sólo u n a c o m e d i a : t o d a s
las desgracias son en ella i m a g i n a r i a s , t o d o s los dolores
son o t r a s t a n t a s s u p e r c h e r í a s de los actores.» «El a l m a n o
e n t r a en e s c e n a ; m i r a m i e n t r a s q u e el f a n t a s m a e x t e r i o r
sólo llora y gime.» «Las p a s i o n e s y los m a l e s n o p e n e t r a n
m á s a l l á de la s o m b r a e x t e r n a del h o m b r e . » « E l g r a n fin
de la e x i s t e n c i a es d e s p r e n d e r el a l m a de l a s cosas e x t e -
riores y fijarla en l a c o n t e m p l a c i ó n de D i o s . D e b e m o s ,
pues, d e s p r e c i a r la v i r t u d lo m i s m o q u e el vicio.» «Unido
u n a vez á D i o s , el h o m b r e deja l a s v i r t u d e s , c o m o al e n -
t r a r en el s a n t u a r i o deja t r a s de sí e n el a n t e t e m p l o l a s
i m á g e n e s de los dioses.» «Debemos t a m b i é n t r a b a j a r p a r a
l i b r a r n o s de todo lo q u e es bajo y c o m ú n , c u l t i v a r la ver-'
dad, c o n s a g r a r n u e s t r a v i d a e n t e r a á la í n t i m a c o m u n i ó n
con D i o s , d e s p o j a r n o s de t o d a p e r s o n a l i d a d y caer e n ese
estado de éxtasis en que el a l m a , l i b r e de t o d o lazo m a -
terial, n o t i e n e ya c o n c i e n c i a de su e x i s t e n c i a i n d i v i d u a l
y se e n c u e n t r a a b s o r b i d a p o r la i n t e l i g e n c i a infinita de
donde h a e m a n a d o . » « E n el é x t a s i s c o n t e m p l a la ú n i c a
existencia r e a l y se identifica con el objeto de su c o n t e m -
plación.» E n P l o t i n o la i n t u i c i ó n o c u p a el p u e s t o de l a
r e m i n i s c e n c i a . E n t o d a s e s t a s ideas de P l o t i n o p r e d o m i n a
el o r i e n t a l i s m o ; . s u s p r i n c i p i o s y sus p r á c t i c a s s o n e n t e -
r a m e n t e i n d i o s . E l S e r S u p r e m o de su s i s t e m a es el unus
qui est omnia, y el fin de s u t e o r í a de e m a n a c i ó n es esta-
blecer filosófico e n l a c e e n t r e e s t e ser s u p r e m o y el a l m a
del h o m b r e . L o s m e d i o s de llegar al é x t a s i s , t a l e s c o m o
estar m u c h o t i e m p o s e n t a d o en la m i s m a p o s t u r a , m i r a r
c o n s t a n t e m e n t e l a p u n t a de la n a r i z , r e s p i r a r m u c h o t i e m -
 — 220 —
p o de c i e r t a i n s ó l i t a m a n e r a , t o d a s e s t a s p r á c t i c a s e r a n
familiares á los devotos o r i e n t a l e s , c o m o lo son t o d a v í a á
los i m p o s t o r e s de n u e s t r o s t i e m p o s ; los r e s u l t a d o s q u e
p r o d u c e n n o s o n s o b r e n a t u r a l e s , sino p u r a m e n t e fisioló-
gicos. L o s devotos i n d i o s c r e í a n , sin e m b a r g o , q u e , a s í
c o m o el a g u a n o m o j a el loto, el pecado p u e d e t o c a r , p e r o
n o m a n c h a el a l m a , u n a vez q u e h a gozado de la v i s i ó n
i n t u i t i v a de D i o s .
L a s o p i n i o n e s de P l o t i n o fueron c o n f i r m a d a s y difun-
didas p o r su discípulo el célebre P o r f i r o , n a c i d o e n T i r o
el a ñ o 2 3 3 d e s p u é s de J e s u c r i s t o . M u e r t o P l o t i n o fundó
u n a escuela e n R o m a y a d q u i r i ó g r a n r e p u t a c i ó n en a s t r o -
n o m í a , m ú s i c a , geografía.y o t r a s c i e n c i a s . E s c r i b i ó c o n t r a
el c r i s t i a n i s m o u n a o b r a , q u e r e f u t a r o n E u s e b i o , S a n J e -
r ó n i m o y otros varios. E l emperador Teodosio consiguió,
s i n e m b a r g o , m e j o r q u e ellos r e d u c i r l e al s i l e n c i o , orde-
n a n d o q u e se q u e m a s e n t o d o s los e j e m p l a r e s de su o b r a .
Porfiro confiesa su i n d i g n i d a d d e c l a r a n d o q u e sólo u n a
v e z h a estado u n i d o á D i o s en v e i n t i s é i s a ñ o s , m i e n t r a s
q u e su m a e s t r o P l o t i n o lo h a b í a e s t a d o seis veces e n se-
s e n t a a ñ o s . E n él se r e v e l a t o d o el m i s t i c i s m o y t a m b i é n
t o d a l a p i e d a d de P l o t i n o . H a b l a de d e m o n i o s s i n f o r m a s ,
y, p o r c o n s i g u i e n t e , i n v i s i b l e s , q u e n e c e s i t a n a l i m e n t o s y
n o s o n i n m o r t a l e s ; a l g u n o s g o b i e r n a n el a i r e ; p u e d e n h a -
c e r s e propicios ó c o n j u r a r s e su p o d e r p o r m e d i o de opera-
c i o n e s m á g i c a s . A d m i t e t a m b i é n la n e c r o m a n c i a . L a su-
p e r s t i c i ó n del t i e m p o exigía c i e r t a m e n t e c o n c e s i o n e s , y
l a n e c e s i d a d de h a c é r s e l a s e n t r a p o r m u c h o s i n d u d a en
e s t a t e n d e n c i a del n e o - p l a t o n i s m o á l a s ciencias o c u l t a s ;
p e r o , ¿ en q u é p r o p o r c i ó n ? Casi es i m p o s i b l e d e t e r m i n a r -
lo, p u e s P o r f i r o , p o r o t r a p a r t e , n o vacila en c o n d e n a r á
los profetas y á los a d i v i n o s y en i n s i s t i r e n la l o c u r a de
i n v o c a r á los dioses con m o t i v o de u n m a t r i m o n i o , de u n
c o n t r a t o y de o t r a s t r a n s a c c i o n e s m e n o s i m p o r t a n t e s t o -
davía. P e r s u a d i d o de q u e el h o m b r e e s t á decaído de su
p u r e z a y de s u c i e n c i a de o t r o t i e m p o , r e c o m i e n d a sobre
todo tener santa vida. No concede m á s que secundaria
i m p o r t a n c i a al c u l t o p ú b l i c o , y q u i e r e q u e se a d o r e á D i o s
s i l e n c i o s a m e n t e y sólo con el p e n s a m i e n t o . R e c o m i e n d a
t a m b i é n l a a b s t i n e n c i a de todo a l i m e n t o a n i m a l .
 — 221 —

L a m a g i a y la n e o r o m a n c i a a l c a n z a r o n el ú l t i m o t é r -
m i n o de su d e s a r r o l l o con J a m b l i c o , q u e n a c i ó e n Cele-
siria y m u r i ó e n el r e i n a d o de C o n s t a n t i n o el G r a n d e .
A p e n a s i m p o r t a r e c o r d a r los m i l a g r o s y prodigios q u e
r e a l i z a b a , a u n q u e s u s s u p e r s t i c i o s o s c o n t e m p o r á n e o s los
a c e p t a s e n con e n t e r a fe. Así c o n s e g u í a , á fuerza de ora-
c i o n e s , s o s t e n e r s e sin apoyo á n u e v e pies sobre el suelo,
como p o d í a de p r o n t o h a c e r b r i l l a r d e s l u m b r a d o r a au-
reola a l r e d e d o r de su c a b e z a y c o m o evocó dos f a n t a s -
mas que aparecieron ante sus discípulos. Tampoco impor-
ta h a b l a r de las o p i n i o n e s de CBdesio, C r i s a n t o y M á x i -
mo; la a t m ó s f e r a de la época era t o d a de m a r a v i l l a s y m i -
lagros.
D e t e n g á m o n o s u n m o m e n t o , sin e m b a r g o , en P r o c l o ,
nacido en C o n s t a n t i n o p l a el a ñ o 4 1 2 de J . C. C u a n d o
V i t a l i a n o s i t i a b a á C o n s t a n t i n o p l a , P r o c l o , se dice, q u e -
mó sus b u q u e s con u n espejo de a c e r o b r u ñ i d o , h e c h o de
que s i e m p r e n o s h e m o s i n c l i n a d o á d u d a r , p u e s la m i s -
m a a u t o r i d a d h a s o s t e n i d o q u e sabía p r o d u c i r l a lluvia y
los t e m b l o r e s de t i e r r a . No es, p u e s , d u d o s o q u e se i n c l i -
n a b a á la t e u r g i a . A p e s a r de los p o d e r e s s o b r e n a t u r a l e s
de que d i s p o n í a y de los favores especiales q u e h a b í a r e -
cibido de Apolo, de M i n e r v a y de o t r a s d i v i n i d a d e s , j u z -
gó p r u d e n t e n o e n t r e g a r s e s i n o en secreto á s u s p r á c t i -
cas t e ú r g i c a s , por m i e d o de q u e le p e r s i g u i e r a n los c r i s -
t i a n o s , c u y a a t e n c i ó n h a b í a a t r a í d o con la o b r a q u e h a b í a
escrito c o n t r a ellos. C o n s i g u i e r o n , en efecto, h a c e r l e e x -
pulsar de A t e n a s , e n s e ñ á n d o l e así u n a n u e v a i n t e r p r e t a -
ción de la m á x i m a m o r a l q u e h a b í a a d o p t a d o . P r o c l o se
proponía c o n s t r u i r u n a teología c o m p l e t a q u e debía c o m -
p r e n d e r l a teoría de la e m a n a c i ó n y e m b e l l e c e r s e c o n n u -
merosas c o n c e p c i o n e s t o m a d a s del m i s t i c i s m o . L o s poe-
m a s ó r n e o s y los o r á c u l o s caldeos f o r m a b a n la b a s e sobre
la que e m p e z ó á l e v a n t a r su o b r a . S e d a b a el t í t u l o de
«gran s a c e r d o t e de la n a t u r a l e z a » , r e c o m e n d a b a á s u s
discípulos el e s t u d i o de A r i s t ó t e l e s p a r a e j e r c i t a r s u r a -
zón, y t a m b i é n el de P l a t ó n , c u y a s o b r a s le ofrecían m u l -
titud de d i v i n a s alegorías q u e r e s p o n d í a n p e r f e c t a m e n t e
al fin q u e q u e r í a c o n s e g u i r . P r e t e n d í a q u e c o n o c e r su
propio e s p í r i t u es c o n o c e r al u n i v e r s o e n t e r o , y q u e este
 — 222 -
c o n o c i m i e n t o n o s viene de los dioses por r e v e l a c i ó n ó p o r
inspiración.
M e d i t a n d o sobre el m o d o con que se r e a l i z a la absor-
c i ó n , se p r e g u n t a si la ú l t i m a f o r m a se c o n v i e r t e b r u s c a -
m e n t e en la p r i m i t i v a , ó si es preciso volver á e m p e z a r
e n s e n t i d o i n v e r s o t o d a la c a r r e r a r e c o r r i d a y a . H a b i e n -
d o llegado á f o r m u l a r s e c u e s t i o n e s t a n elevadas y á t r a -
t a r l a s de t a n m í s t i c a m a n e r a , la filosofía n o p o d í a ya aca-
b a r s i n o c o m o el n e o - p l a t o n i s m o c o n D a m a s c i o . S e acer-
c a b a n los i i l t i m o s d í a s . E l a ñ o 5 2 9 el e m p e r a d o r J u s t i -
n i a n o p r o h i b i ó la e n s e ñ a n z a de la filosofía, é h i z o c e r r a r
l a s escuelas q u e t e n í a e n A t e n a s . S u s i i l t i m o s r e p r e s e n -
t a n t e s , D a m a s c i o , S i m p l i c i o é I s i d o r o , se r e f u g i a r o n e n
P e r s i a , d o n d e e s p e r a b a n h a l l a r u n r e t i r o bajo la p r o t e c -
c i ó n del g r a n rey q u e se g l o r i a b a de ser filósofo y p l a t ó -
n i c o . D e f r a u d a d o s en sus e s p e r a n z a s , v i é r o n s e obligados
á volver á su p a t r i a ; p e r o h a y q u e r e c o r d a r , p a r a h o n r a
d e C o s r o e s , q u e e s t i p u l ó en su t r a t a d o con los r o m a n o s
q u e los filósofos d e s t e r r a d o s p o d í a n c o n s a g r a r s e á la.filo-
sofía s i n q u e se les m o l e s t a s e , y p r a c t i c a r sus p a r t i c u l a -
r e s c e r e m o n i a s ; este a r t í c u l o del t r a t a d o n o debía c u m -
plirse.
Así acabó l a filosofía g r i e g a . Se la a b a n d o n a , y t o d o
a n u n c i a que la fe va á r e i n a r en su l u g a r . L a s i n v e s t i g a -
c i o n e s de los j o n i o s , los raciocinios de los e l é a t a s , los
t r a b a j o s de P l a t ó n y de A r i s t ó t e l e s h a n ido á p a r a r al
m i s t i c i s m o y á la m a g i a . S u c e d e con la filosofía lo que
c o n el h o m b r e ; llegado á su vejez y c u a n d o t o d o le falta,
se h a c e d e v o t o y b u s c a su consuelo en los ejercicios pia-
dosos ; en e s t a s i t u a c i ó n de e s p í r i t u le s o r p r e n d e la m u e r -
t e . L a h i s t o r i a del período que e m p i e z a c o n l a f u n d a c i ó n
de la n u e v a A c a d e m i a m u e s t r a q u e c a d a día se h a c í a m á s
u r g e n t e h a l l a r u n s i s t e m a q u e p u d i e s e a c o m o d a r s e con
los s e n t i m i e n t o s de devoción religiosa q u e h a b l a n i n v a -
dido el i m p e r i o r o m a n o e n t e r o , y q u e i b a n a d q u i r i e n d o
m á s fuerza c a d a día. U n a a t m ó s f e r a de p i e d a d , p e r o de
p i e d a d s i n g u l a r m e n t e i l u s o r i a , envolvía al m u n d o pa-
gano.
D e s p u é s de h a b e r e x p u e s t o la l a r g a h i s t o r i a de la filo-
sofía g r i e g a , v a m o s á p a s a r al e s t u d i o : p r i m e r o , del m o d o
 — 223 —

con q u e p r o g r e s ó el e s p í r i t u g r i e g o ; s e g u n d o , de los r e -
sultados que o b t u v o .
E l período q u e a b a r c a n los a c o n t e c i m i e n t o s q u e h e m o s
c o n s i d e r a d o c o m p r e n d e cerca de doce s i g l o s ; e m p i e z a e n
T a l e s , 6 5 6 a ñ o s a n t e s de J . C , y a c a b a e n el a ñ o 5 2 9
después de J . C.
l . ° L a filosofía g r i e g a t o m ó p o r p u n t o de p a r t i d a al-
g u n a s c o n c e p c i o n e s físicas. E l p r i m e r objeto q u e se p r o -
puso fué d e t e r m i n a r el o r i g e n del m u n d o y su m o d o de
p r o d u c c i ó n . L a b a s e en q u e se a p o y a b a carecía de solidez
por su m i s m a n a t u r a l e z a , e s t a n d o en p a r t e f o r m a d a de
falsos d a t o s , r e s u l t a d o de o b s e r v a c i o n e s i m p e r f e c t a s é i n -
e x a c t a s . L a filosofía g r i e g a r e b a j a b a el u n i v e r s o y e n g r a n -
decía d e m a s i a d o al h o m b r e , a c e p t a n d o c o m o v e r d a d e r o
el aspecto de la n a t u r a l e z a y h a c i e n d o de la t i e r r a u n a
superficie l l a n a e n la q u e se a p o y a b a cual u n a c ú p u l a la
bóveda de los cielos. D a b a á la t i e r r a i n s i g n i f i c a n t e ex-
t e n s i ó n , y p r e t e n d í a q u e e r a especial y exclusivo d o m i n i o
del h o m b r e . C o n s i d e r a b a las e s t r e l l a s y los c u e r p o s p l a -
n e t a r i o s c o m o s i m p l e s m e t e o r o s ó m a n i f e s t a c i o n e s del
fuego celeste. S i e n d o sus o b s e r v a c i o n e s m u y g e n e r a l e s y
superficiales, a d o p t a b a - l a d o c t r i n a de los c u a t r o e l e m e n -
t o s : la t i e r r a , el a g u a , el a i r e y el fuego, las c u a t r o for-
mas s u s t a n c i a l e s q u e con m á s a b u n d a n c i a e n c o n t r a b a e s -
parcidas en el m u n d o . Con estos datos p r i m e r o s t a n i m -
perfectos i n t e n t ó c r e a r u n a c o s m o g o n í a ó teoría de la
creación, d a n d o á u n o de los e l e m e n t o s la p r e p o n d e r a n -
cia ó s u p e r i o r i d a d sobre los o t r o s t r e s , q u e h a c í a p r o c e -
der de él. P a r a u n filósofo el e l e m e n t o p r i m o r d i a l e r a el
a g u a ; p a r a otro el a i r e ; p a r a otro el fuego. S e a q u e r e a l -
m e n t e l a g e n e r a c i ó n del m u n d o se h u b i e r a r e a l i z a d o de
este m o d o , sea q u e los c u a t r o e l e m e n t o s h u b i e r a n sido
c o m b i n a d o s j u n t a m e n t e s i n q u e n i n g u n o de ellos p r e d o -
m i n a s e sobre los d e m á s , e n u n o y otro caso e r a fácil ex-
plicar el o r i g e n del m u n d o . E e s u l t a n d o , e n efecto, de l a
observación m á s e l e m e n t a l q u e el lodo cae e n el fondo
del a g u a , q u e el a g u a baja á t r a v é s del aire y q u e la p r o -
piedad m á s a p a r e n t e del fuego es l a de a s c e n d e r , n o h a -
bía m á s q u e a p l i c a r á estos h e c h o s i l u s o r i o s l a n o c i ó n
e r r ó n e a de los m o v i m i e n t o s de abajo a r r i b a y de a r r i b a
 — 224 -

abajo e n el espacio p a r a q u e el o r d e n del m u n d o visible

se e x p l i c a r a s e n c i l l í s i m a m e n t e ; la filosofía g r i e g a colocó,
p u e s , abajo la t i e r r a , e n c i m a el a g u a , sobre el a g u a el
a i r e y s o b r e el a i r e el fuego. D e d ó n d e y c ó m o h a n a c i d o
el m u n d o ; t a l e s , p o r c o n s i g u i e n t e , l a p r i m e r a c u e s t i ó n
q u e p a r e c e h a b e r f o r m u l a d o la filosofía e u r o p e a .
L o s p r i n c i p i o s q u e i m p l i c a b a la solución del p r o b l e m a
condujeron directamente á la importante conclusión que
poco d e s p u é s h a b í a de ser m o t i v o de g r a v e s d i s p u t a s . E s
n a t u r a l e n el h o m b r e v e r en las cosas q u e le r o d e a n vi-
sibles m a n i f e s t a c i o n e s de la d i v i n i d a d y s u p o n e r i n c e s a n -
t e i n t e r v e n c i ó n e n la v o l u n t a d divina. L a filosofía grie-
ga , p o r el c o n t r a r i o , h a b í a e v i d e n t e m e n t e e m p e z a d o p o r
excluir á D i o s de su propio m u n d o . P a r a ella el m o v i -
m i e n t o a s c e n d e n t e de l a s s u s t a n c i a s l i g e r a s y el movi-
m i e n t o d e s c e n d e n t e de las s u s t a n c i a s p e s a d a s e r a n fenó-
m e n o s p u r a m e n t e físicos; el m a r s i n l í m i t e s , el cielo azu-
l a d o y las i n n u m e r a b l e s estrellas q u e b r i l l a n en el firma-
m e n t o o c u p a b a n el p u e s t o q u e les c o r r e s p o n d í a , n o en
v i r t u d de la v o l u n t a d de D i o s , s i n o s i m p l e m e n t e e n vir-
t u d de sus p r o p i e d a d e s i n h e r e n t e s . P a r a satisfacer al su-
p e r s t i c i o s o v u l g o , la filosofía g r i e g a h a b í a c r e a d o esos
dioses de f o r m a s h u m a n a s que h a b i t a b a n m á s a l l á de la
e s t r e l l a d a b ó v e d a , e n el O l i m p o , la r e g i ó n de las glorias
i n m a t e r i a l e s y de la t r a n q u i l i d a d . N o es p o s i b l e , s i n em-
b a r g o , excluir e n t e r a m e n t e de este m u n d o el p r i n c i p i o
espiritual. E l alma siempre activa y pensando siempre,
¿no e s t á a h í p a r a afirmar su p a r e n t e s c o con la divinidad?
¿ Q u é e s , p u e s , esta a l m a ? T a l es la s e g u n d a c u e s t i ó n que
f o r m u l ó la filosofía g r i e g a .
E e c u r r i ó , p a r a llegar á l a solución de este s e g u n d o
p r o b l e m a , al m i s m o s i s t e m a de o b s e r v a c i o n e s superficia-
l e s . E e s p i r a r es vivir, y p o r c o n s i g u i e n t e la r e s p i r a c i ó n
es la v i d a . E n c u a n t o dejamos de r e s p i r a r m o r i m o s ; el
h o m b r e n o se c o n v i e r t e e n a l m a v i v a s i n o c u a n d o el so-
p l o de la v i d a p e n e t r a e n su c u e r p o , y n o es m á s q u e u n a
f o r m a i n s e n s i b l e é i n a n i m a d a e n c u a n t o h a d a d o el ú l t i -
m o a l i e n t o . E n este p r i n c i p i o , p u e s , q u e d a la vida, e n el
a i r e , en u n a p a l a b r a , e x i s t e n n e c e s a r i a m e n t e t o d a s las
n o b l e s c u a l i d a d e s de q u e el a l m a e s t á d o t a d a . E l aire es,
 - 225 —
p u e s , n e c e s a r i a m e n t e l a fuente c o m ú n de q u e p r o c e d e y
el r e c e p t á c u l o c o m i m á q u e t o d a i n t e l i g e n c i a v u e l v e . A s í
es como la filosofía, q u e a d m i t í a el a i r e c o m o p r i n c i p i o
f u n d a m e n t a l de t o d a s l a s cosas, volvió, a u n q u e en f o r m a
m a t e r i a l , l a D i v i n i d a d 'al m u n d o . Q u e d a b a t o d a v í a , s i n
e m b a r g o , e n d e s a c u e r d o con el p o l i t e í s m o n a c i o n a l , á
m e n o s de que supiese d e r i v a r de ese D i o s tínico, el a i r e ,
todos los d e m á s dioses del O l i m p o .
¿Qué D i o s ú n i c o es este? H e a h í la t e r c e r a p r e g u n t a
que t r a t ó de resolver la filosofía griega. L a s c o n c l u s i o n e s
á que fué á p a r a r m u e s t r a n q u e desde el o r i g e n t e n d í a al
panteísmo.
E n t o d a s e s t a s i n v e s t i g a c i o n e s , el p u n t o de p a r t i d a
consistía e n s i m p l e s c o n c e p c i o n e s n a t u r a l e s f u n d a d a s e n
las i m p r e s i o n e s y e n los d a t o s de los s e n t i d o s . C u a l q u i e -
ra que fuese la c o n c l u s i ó n , n o podía ser c o n c r e t a s i n o e n
el m i s m o g r a d o q u e lo e r a n estos d a t o s . Si v e r t e m o s u n a
gota de v i n o en u n l i t r o de a g u a , l a v i s t a es i n c a p a z de
distinguirla, y s i n e m b a r g o e s t á r e a l m e n t e en el a g u a ,
Cuando u n a g o t a de lluvia cae en las h o j a s de u n á r b o l
de u n b o s q u e d i s t a n t e de n o s o t r o s , n o oímos el r u i d o ;
pero sí p e r c i b i m o s p e r f e c t a m e n t e el r u i d o q u e p r o d u c e
un aguacero; a h o r a b i e n , ¿qué es este ú l t i m o r u i d o s i n o l a
suma de los r u i d o s p r o d u c i d o s p o r c a d a u n a de las g o t a s
del aguacero?
E s , p u e s , e v i d e n t e que los s e n t i d o s e s t á n sujetos á e n -
g a ñ a r n o s . D e a h í la c u a r t a g r a n c u e s t i ó n de l a filosofía
griega: ¿ t e n e m o s a l g ú n criterio de v e r d a d ?
C u a n t a s veces s o s p e c h a el h o m b r e q u e n o e x i s t e ' t a l
criterio, cree e n lo que p u e d e l l a m a r s e d e g e n e r a c i ó n i n -
telectual. ¿No es este m u n d o m á s q u e u n a i l u s i ó n , u n
fantasma de l a i m a g i n a c i ó n ? ¿ H a c i a d ó n d e v o l v e r n o s si
vemos de p r o n t o d e s m o r o n a r s e t o d a s l a s cosas m a t e r i a -
les y t a n g i b l e s q u e c o n s t i t u y e n los m á s sólidos f u n d a m e n -
tos de t o d o s n u e s t r o s c o n o c i m i e n t o s ? N o h a b í a n e c e s i t a d o
u n siglo la filosofía g r i e g a p a r a llegar á e s t a fase de s u
desarrollo; a s í , n o s i n r a z ó n m i r a b a n los h o m b r e s i n t e l i -
gentes del t i e m p o á P i t á g o r a s casi c o m o u n a d i v i n i d a d ;
á P i t á g o r a s , que les h a b í a i n d i c a d o u n c a m i n o de salva?
ción r o g á n d o l e s reflexionasen e n lo q u e les h a b í a ense.-
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I . 15
 - 226 —

n a d o r e s p e c t o á desconfiar de l a s i m p r e s i o n e s de los sen-

t i d o s . ¿No es, en efecto, l a r a z ó n la q u e n o s h a a d v e r t i d o
y n o s h a c o n d u c i d o á la v e r d a d en m e d i o de las ilusiones
q u e n o s r o d e a b a n , la r a z ó n , q u e t i e n e su objeto propio y
s u propio m o d o ? L o visible y lo a u d i t i b l e p u e d e n e n g a -
ñ a r n o s , pero podemos sin embargo encontrar la verdad
a b s o l u t a e n cosas e n t e r a m e n t e d i s t i n t a s de la n a t u r a l e z a
m a t e r i a l , p a r t i c u l a r m e n t e en l a s r e l a c i o n e s de los n ú m e -
r o s y en las p r o p i e d a d e s de l a s figuras g e o m é t r i c a s . No
h a y ilusión posible e n h e c h o s como dos y dos son c u a t r o ,
ó la s u m a de dos lados de u n t r i á n g u l o es m a y o r q u e el
t e r c e r l a d o . P o s i b l e es, p u e s , q u e v i v a m o s e n u n a r e g i ó n
de i l u s i o n e s , p e r o al m e n o s e s t a m o s c o n v e n c i d o s de que
se h a l l a r o d e a d a de u n m u n d o de v e r d a d e s .
G r a c i a s á los t r a b a j o s de la escuela e l e á t i c a , la filosofía
e s p e c u l a t i v a se d e s p r e n d i ó poco á poco de estos p r i n c i -
pios e n t e r a m e n t e m a t e r i a l e s ; las c o n t r o v e r s i a s r e l a t i v a s
a l e l e m e n t o p r i m o r d i a l a c a b a r o n , dejando el p u e s t o á
n u e v a s i n v e s t i g a c i o n e s r e l a t i v a s al t i e m p o , al m o v i m i e n -
t o , al espacio, al p e n s a m i e n t o , al Ser, á D i o s . E l r e s u l -
t a d o de estas i n v e s t i g a c i o n e s fué c o n f i r m a r l a sospecha
de que los s e n t i d o s s o n i n d i g n o s de c o n f i a n z a , y la ten-
d e n c i a de t o d a esta fase filosófica se r e v e l a b i e n clara-
m e n t e e n l a c o n c l u s i ó n á q u e va á p a r a r ; los á t o m o s y el
e s p a c i o e x i s t e n s ó l o , los á t o m o s s o n s i m p l e s c e n t r o s de
f u e r z a , y p o r c o n s i g u i e n t e , la m a t e r i a es sólo u n a apa-
r i e n c i a . C u a n d o los a t e n i e n s e s se p u s i e r o n , p u e s , á filo-
sofar, e s t a b a n ya p r o f u n d a m e n t e e m p a p a d o s e n la duda
y e n la i n c e r t i d u m b r e q u e h a b í a n i n v a d i d o t o d a s las ra-
m a s de la filosofía. E n t r e ellos n a c i e r o n los s o f i s t a s , con
q u i e n e s acabó la filosofía e s p e c u l a t i v a . D e s p u é s de h a b e r
c o m p a r a d o t o d a s l a s c i e n c i a s e n t o n c e s c o n o c i d a s , vinie-
r o n á f o r m u l a r la c o n c l u s i ó n de q u e n o h a y conciencia,
n i b i e n , n i m a l , n i filosofía, n i r e l i g i ó n , n i ley, n i crite-
r i o de la v e r d a d .
E l h o m b r e , s i n e m b a r g o , n o p u e d e vivir s i n u n prin-
cipio q u e le g u í e . Si s u s e s p e c u l a c i o n e s sobre l a n a t u r a -
leza n a d a le h a n dado e n q u e p u e d a a p o y a r s e , b u s c a por
o t r a p a r t e . Si la filosofía n o se h a l l a e n e s t a d o de propor-
c i o n a r l e el criterio de la v e r d a d , se r e f u g i a r á e n implícita
 — 227 —
y pasiva fe. Si le es imposible obtener pruebas materia-
les de la existencia de Dios, aceptará con Sócrates este
gran hecho como evidente por sí mismo y que puede pa-
sar sin demostración. Descansará de modo semejante en
las ventajas de la virtud y las buenas costumbres, profe-
sando la doctrina de que el placer es el único objeto de
la vida, placer de naturaleza superior, como el que se en-
cuentra consagrándose á nobles ocupaciones, ó placer
puramente instintivo, como el del bruto. Pero cuando el
hombre ha llegado á admitir la inutilidad de toda de-
mostración y la ha dejado para la ley, ha renunciado al
mismo principio que podía guiarle, sostenerle y arreglar
su conducta. Si admite con Sócrates que la existencia de
Dios no necesita pruebas, puede hacer lo mismo con la
existencia de la materia y de las ideas. Con la fe no hay
dificultad alguna en aceptar doctrinas como la de la re-
miniscencia, la doble inmortalidad del alma, y la exis-
tencia efectiva de los universales; más aun: si esta fe sin
freno ni límites debe también aplicarse á la vida perso-
nal , nada queda ya para impedir al hombre entregarse á
los excesos y al más vil egoísmo. La ética, así aplicada,
conduce en efecto fatalmente, ya á proporcionar extre-
mada santidad, ya á buscar tan sólo el placer individual;
en ambos casos son minados los cimientos del patriotis-
mo, y todo sentimiento de nuestra afección se pierde.
Es lo que ocurrió durante el período de la edad de fe
inaugurado por Sócrates, continuado por Platón y ter-
minado por I03 excépticos. Antístenes y Diógenes de Si-
nope mostraron, con sus ultrajes á la sociedad y sus vo-
luntarias mortificaciones, en qué excesos puede incurrir
la fe cuando no la contiene la razón; Epicuro mostrólo
que llega á ser cuando no tiene más guía que el interés
personal. Así termina el tercer período del desarrollo in-
telectual de Grecia.
Aristóteles, con quien llegamos al cuarto período,
quiere que contemos con la razón, pero que la razón á
su vez se deje conducir por la experiencia. Zenón, aun
pensando lo mismo, quiere que apelemos además al sen-
tido común. Resuelve todas las dudas acerca de la exis-
tencia del criterio de la verdad, proclamando que la lim-
 — 228 —
p i d e z de l a s i m p r e s i o n e s de los s e n t i d o s es suficiente
g u í a p a r a n o s o t r o s . L o s p r i n c i p i o s de q u e a h o r a t e n e m o s
q u e t r a t a r s o n e n t e r a m e n t e d i s t i n t o s de l a s edades e s p e -
c u l a t i v a s y a u n de la edad de fe. Y s i n e m b a r g o , h a s t a
c u a n d o se deja o s t e n s i b l e m e n t e g u i a r p o r l a r a z ó n , el
e s p í r i t u h u m a n o t r a t a c o n s t a n t e m e n t e de r o m p e r l a s t r a -
b a s q u e él m i s m o se h a p u e s t o , y a d q u i r i r el conoci-
m i e n t o cierto de l a s cosas a n t e s de e n t r a r en posesión
de los datos n e c e s a r i o s . T o d a v í a en la época de A r i s t ó t e -
l e s , que p e r t e n e c e sin e m b a r g o á la e d a d de r a z ó n de
G r e c i a , la filosofía volvió á las a n t i g u a s c u e s t i o n e s de la
c r e a c i ó n del m u n d o , de la e m a n a c i ó n de la m a t e r i a , de
l a e x i s t e n c i a y n a t u r a l e z a del m a l , de la i n m o r t a l i d a d del
a l m a , ó m á s b i e n , á j u z g a r p o r l a s d e p l o r a b l e s condicio-
n e s á q u e fué á p a r a r , de l a m u e r t e del a l m a ; y eso, d e s -
p u é s q u e los excépticos h a b í a n n e g a d o q u e p o s e y é s e m o s
c r i t e r i o a l g u n o de v e r d a d , d e s p u é s de m o s t r a r , c o n n o
escaso c o n t e n t o s u y o , q u e el h o m b r e n o t i e n e m á s que
d u d a r de todo, y q u e p u e s t o que le e s t á vedado conocer
lo b u e n o y lo m a l o , lo v e r d a d e r o y lo falso, el p a r t i d o
m á s p r u d e n t e es el de p r e s c i n d i r de t o d a p r e o c u p a c i ó n
e n este r e s p e c t o y refugiarse en la m á s c o m p l e t a indife-
r e n c i a y perfecta q u i e t u d .
¿ N o son é s t a s las m i s m a s v a r i a c i o n e s de o p i n i ó n que
h a l l a m o s e n el i n d i v i d u o á m e d i d a q u e se acerca su fin?
¿ Q u é otro p o r v e n i r , s i n o la d e c r e p i t u d , q u e d a b a e n t o n c e s
á l a filosofía g r i e g a , con su d e s p r e c i o p o r el p r e s e n t e , su
t e n a z apego al p a s a d o , su desconfianza del h o m b r e y su
confianza en lo m i s t e r i o s o y lo desconocido? E s t a cadu-
cidad se n o s m a n i f i e s t a m u c h o a n t e s del d e s e n l a c e final.
S i e c h a m o s a h o r a u n a ojeada r e t r o s p e c t i v a sobre el
c a m i n o r e c o r r i d o por el e s p í r i t u g r i e g o , h a l l a m o s q u e á
l a edad l e g e n d a r i a p r e h i s t ó r i c a ó de c r e d u l i d a d , sucedie-
r o n las edades de fe, de r a z ó n y de d e c r e p i t u d . L a pri-
m e r a , la edad de c r e d u l i d a d , t e r m i n ó con los descubri-
m i e n t o s geográficos, la s e g u n d a con los t r a b a j o s críticos
de los sofistas, la t e r c e r a con las d u d a s de los excépticos,
y l a c u a r t a , á l a q u e vale l a p r e m i n e n c i a lo g r a n d e de
s u s r e s u l t a d o s , t o c a i n s e n s i b l e m e n t e á la q u i n t a , l a edad
d e d e c r e p i t u d , á q u e p u s o fin el p o d e r r o m a n o . D i s t i n -
 — 229 —
g ü i m o s , p u e s , e n l a h i s t o r i a i n t e l e c t u a l de la n a c i ó n
griega u n m o d o de p r o g r e s i ó n e n t e r a m e n t e a n á l o g o al
de la vida i n d i v i d u a l , y cinco épocas que c o r r e s p o n d e n
r e s p e c t i v a m e n t e á la i n f a n c i a , á la adolescencia, á la j u -
v e n t u d , á la m a d u r e z y á la vejez del i n d i v i d u o , épocas
que v o l v e r e m o s á e n c o n t r a r m á s t a r d e y e n m a y o r escala
en la h i s t o r i a del desarrollo i n t e l e c t u a l de E u r o p a e n t e r a .
E n u n espacio de m i l c i e n t o c i n c u e n t a a ñ o s , que t e r m i -
na hacia el 529 d e s p u é s de J e s u c r i s t o , el e s p í r i t u griego
había t e r m i n a d o su c a r r e r a filosófica. L o h e m o s dividido
en varias edades diferentes y sucesivas, p e r o esta división
nada t i e n e de a b s o l u t o . L a t r a n s i c i ó n de u n a de e s t a s eda-
des á la s i g u i e n t e se o p e r a i n s e n s i b l e m e n t e ; se e n t r e c r u -
zan, por decirlo a s í , y se p i e r d e n u n a en o t r a sin q u e los
caracteres esenciales de c a d a u n a dejen de ser perfecta-
m e n t e d i s t i n t o s ; esta división, en u n a p a l a b r a , n o s ofrece
algo s e m e j a n t e á lo q u e l l a m a m o s la d e g r a d a c i ó n de los
colores.
D e s p u é s de d e t e r m i n a r la ley g e n e r a l de las v a r i a c i o n e s
de la o p i n i ó n , á saber, q u e e s t a ley es la m i s m a p a r a u n a
nación que p a r a u n i n d i v i d u o , voy á c o n s i d e r a r la filoso-
fía griega en su c o n j u n t o y á t r a t a r de d e d u c i r los r e s u l -
tados que en r e s u m e n h e o b t e n i d o . V o l v i e n d o u n a vez
m á s á n u e s t r a c o m p a r a c i ó n , q u e es p a r a n o s o t r o s algo
m á s que u n a s i m p l e m e t á f o r a , v e m o s en el i n d i v i d u o cin-
co edades sucesivas: l a infancia, l a adolescencia, la j u v e n -
tud, la virilidad y la vejez; á cada t r a n s i c i ó n de u n a e d a d
á la s i g u i e n t e d e s a p a r e c e n los c a r a c t e r e s esenciales de l a
p r e c e d e n t e , p e r o á cada e d a d c o r r e s p o n d e n r e s u l t a d o s q u e
en cierto s e n t i d o se p u e d e n l l a m a r p e r m a n e n t e s ; los r e -
sultados p r e c i s a m e n t e q u e d a n al c o n j u n t o de l a c a r r e r a
su i n d i v i d u a l i d a d p r o p i a . L a crítica a t e n t a p u e d e a s i m i s -
mo d i s c e r n i r en las e d a d e s sucesivas del d e s a r r o l l o de la
filosofía g r i e g a ciertos r e s u l t a d o s decisivos y d u r a d e r o s , y
ú n i c a m e n t e con el fin de e n c o n t r a r l o s h e m o s e m p e z a d o
esta larga y p e n o s a d i s c u s i ó n .
D e c u a t r o g r a n d e s c u e s t i o n e s se h a ocupado la filosofía
g r i e g a : 1 . E x i s t e n c i a y a t r i b u t o s de D i o s . 2 . O r i g e n y
a a

destino del m u n d o . 3 . N a t u r a l e z a del a l m a h u m a n a . 4 .

a a

Posibilidad de u n c r i t e r i o de v e r d a d . Voy a h o r a á e x p o -
 - 280 -
n e r los r e s u l t a d o s á q u e llegó el e s p í r i t u griego e n cada
u n o de estos p u n t o s , t a l e s , p o r lo m e n o s , c o m o yo los e n -
tiendo.
1.° E x i s t e n c i a y a t r i b u t o s de D i o s . E n este p u n t o el
r e s u l t a d o definitivo á que llegó la filosofía griega fué el
a b a n d o n o de t o d a s l a s c o n c e p c i o n e s , a u n á riesgo de po-
n e r s e e n a b i e r t o a n t a g o n i s m o con la s u p e r s t i c i ó n n a c i o -
n a l . E l o m n i p o t e n t e , omniperfecto y e t e r n o n o p u e d e ser
m á s que u n o , p u e s es a b s o l u t a m e n t e i m p o s i b l e q u e s u s
a t r i b u t o s s e a n c o m p a r t i d o s p o r n i n g ú n otro ser, ya m a t e -
rial, ya i n m a t e r i a l . D e a h í l a c o n c l u s i ó n de q u e el u n i v e r -
so m i s m o es D i o s , y q u e t o d a s l a s cosas a n i m a d a s é i n -
a n i m a d a s f o r m a n e s e n c i a l m e n t e p a r t e de é l , se m u e v e n
en él y t i e n e n su ser en E l . Se p u e d e c o n c e b i r q u e D i o s
e x i s t a s i n el m u n d o , p e r o n o el m u n d o sin D i o s . No de-
b e m o s , s i n e m b a r g o , d e j a m o s e n g a ñ a r p o r la v a r i e d a d de
a s p e c t o s con que las cosas se n.os p r e s e n t a n , p u e s a u n q u e
el u n i v e r s o sea D i o s , n o le c o n o c e m o s t a l como es real-
m e n t e , s i n o s o l a m e n t e t a l c o m o n o s p a r e c e ser. D i o s n o
t i e n e r e l a c i ó n con el t i e m p o n i con el e s p a c i o , q u e son
s i m p l e s q u i m e r a s de n u e s t r a l i m i t a d a i m a g i n a c i ó n . E s t e
ú l t i m o esfuerzo del e s p í r i t u griego n o es m á s q u e el p a n -
t e í s m o ; es el m i s m o r e s u l t a d o q u e m u c h o t i e m p o a n t e s
h a b í a o b t e n i d o la r a m a p r i m o g é n i t a de la familia i n d o -
e u r o p e a . «No h a y D i o s i n d e p e n d i e n t e de l a n a t u r a l e z a ;
la e x i s t e n c i a de otro D i o s n o h a sido r e v e l a d a p o r l a tra-
dición , n i p e r c i b i d a p o r los s e n t i d o s , n i d e m o s t r a d a p o r
el r a c i o c i n i o » .
J a m á s , s i n e m b a r g o , q u e d a r á satisfecho el h o m b r e de
s e m e j a n t e c o n c l u s i ó n ; carece d e m a s i a d o de ese c a r á c t e r de
p e r s o n a l i d a d q u e sus a s p i r a c i o n e s r e c l a m a n : ese D i o s in-
finito, e t e r n o , u n i v e r s a l , i n s e n s i b l e , pasivo y sin i n t e n c i ó n
n o p u e d e s a t i s f a c e r l e ; n o r e s p o n d e en m o d o a l g u n o á lo
q u e el h o m b r e e n t r e v é c u a n d o c o n s i d e r a los a t r i b u t o s de
su p r o p i a a l m a . D e j a , p u e s , el p a n t e í s m o , ese r e s u l t a d o
final de la filosofía h u m a n a , y volviendo p o r sí m i s m o
sobre s u s p a s o s , s u b o r d i n a su r a z ó n á s u s s e n t i m i e n t o s
i n s t i n t i v o s , r e n u n c i a á ese D i o s i m p e r s o n a l q u e n o está
e n a r m o n í a c o n él y afirma u n D i o s p e r s o n a l , c r e a d o r del
m u n d o y P a d r e de t o d o s los h o m b r e s .
 — 231 —

2.° O r i g e n y d e s t i n o del m u n d o . L o q u e a c a b a m o s de
decir n o s facilita e n e x t r e m o el e x a m e n de los r e s u l t a d o s
que en este s e g u n d o p u n t o o b t u v o el e s p í r i t u griego. E l
origen de todo e s t á e n D i o s , de q u i e n n o es el m u n d o
sino m a n i f e s t a c i ó n visible. E l m u n d o n a c e de sí y p o r
sí; q u i z á — c o m o se c o m p l a c í a n en r e p e t i r los estoicos —
al m o d o q u e la p l a n t a n a c e del g e r m e n v i t a l que c o n t i e n e
la semilla. E l m u n d o , e n u n a p a l a b r a , es u n a e m a n a c i ó n
de D i o s . E n este p u n t o e s t a m o s a u t o r i z a d o s á c o m p a r t i r
la o p i n i ó n g e n e r a l m e n t e a d m i t i d a p o r los filósofos grie-
gos, a l e j a n d r i n o s y r o m a n o s de q u e , a n t e s de la E r a
cristiana, las filosofías griega y o r i e n t a l son i d é n t i c a s e n
el fondo p o r los p r o b l e m a s q u e f o r m u l a r o n y p o r las s o -
luciones q u e les d i e r o n . E s t a m i s m a o p i n i ó n indujo á
pensar q u e en r e m o t í s i m a época debía h a b e r existido u n a
revelación c o m ú n , d e s n a t u r a l i z a d a y o b s c u r e c i d a m á s t a r -
de en v i r t u d de las flaquezas y p e r v e r s i d a d del h o m b r e .
L a d o c t r i n a de la e m a n a c i ó n , que a s i e n t a q u e el m u n d o
existía de t o d a e t e r n i d a d e n D i o s , q u e salió de él p a r a
hacerse visible y q u e s e r á de n u e v o absorbido p o r él, for-
ma u n o de los r a s g o s m á s c a r a c t e r í s t i c o s de la teología
védica. L o s filósofos i n d i o s , c o m o los griegos, la h a n d e s -
arrollado con s i n g u l a r h a b i l i d a d y sus p o e t a s la h a n e m -
bellecido á porfía.
E l pasaje s i g u i e n t e de las i n s t i t u c i o n e s de M a n ú r e s u -
m e las c o n c l u s i o n e s del O r i e n t e en este p u n t o : « E s t e u n i -
verso existía s o l a m e n t e en la p r i m e r a idea d i v i n a , n o des-
arrollado a ú n , y c o m o e n v u e l t o en t i n i e b l a s , i m p e r c e p t i -
ble, indefinible, i n a c c e s i b l e á l a r a z ó n y n o r e v e l a d o , c o m o
si e s t u v i e r a h u n d i d o e n p r o f u n d o s u e ñ o ; el ú n i c o p o d e r
e x i s t e n t e p o r sí m i s m o , p o d e r i n v i s i b l e , p e r o q u e h a c e a l
m u n d o v i s i b l e , g r a c i a s á los cinco e l e m e n t o s y d e m á s
principios de la n a t u r a l e z a , a p a r e c i ó e n t o n c e s en t o d a su
gloria, difundiendo su i d e a y e x p u l s a n d o las t i n i e b l a s . E n -
tonces se m o s t r ó en t o d o su e s p l e n d o r y en p e r s o n a , É l ,
cuyo e s p í r i t u es el ú n i c o q u e p u e d e p e r c i b i r , c u y a e s e n c i a
es i n c o m p r e n s i b l e , q u e n o t i e n e p a r t e a l g u n a v i s i b l e y
que existe desde t o d a e t e r n i d a d ; É l , a l m a de t o d o s l o s
s e r e s , q u e n i n g ú n ser p u e d e c o m p r e n d e r . C o m o h a b í a
querido c r e a r t o d o s los seres de su p r o p i a s u s t a n c i a divi-
 — 232 —

n a , oreó al p r i n c i p i o las a g u a s con su p e n s a m i e n t o . L a s

a g u a s se l l a m a n así ( N á r á ) , p o r q u e n a c i e r o n de N a r a ó
del e s p í r i t u de D i o s , y como fueron su p r i m e r ayaná ó
p r i m e r m e d i o en que se m o v i ó , lleva el n o m b r e de N a -
r a y n a ( q u e se m u e v e s o b r e las a g u a s ) . D e esta o t r a p a r t e ,
q u e es la c a u s a p r i m e r a , n o de la q u e c o n s t i t u y e los obje-
t o s s u s t a n c i a l e s q u e e x i s t e n d o n d e q u i e r a y q u e son acce-
sibles á n u e s t r o s s e n t i d o s , sino de esa o t r a p a r t e q u e n o
es p e r c e p t i b l e p a r a n o s o t r o s y que n o t i e n e p r i n c i p i o n i
fin, fué creado el v a r ó n d i v i n o . E n la p a r t e s u p e r i o r c o -
locó el c i e l o , abajo la t i e r r a y en m e d i o el s u t i l é t e r , la
r e g i ó n de la luz y el r e c e p t á c u l o p e r m a n e n t e de las a g u a s .
F o r m ó t o d a s las c r i a t u r a s , dio el ser al t i e m p o , á l a s di-
v i s i o n e s del t i e m p o , á las estrellas y á los p l a n e t a s . A fin
de d i s t i n g u i r e n t r e las acciones estableció la d i s t i n c i ó n
c o m p l e t a e n t r e el b i e n y el m a l . D e s p u é s q u e h u b o así
m a n i f e s t a d o su i n c o m p r e n s i b l e p o d e r y c r e a d o el m u n d o
se a b s o r b i ó de n u e v o en el e s p í r i t u , s u c e d i e n d o p a r a él al
p e r í o d o de a c t i v i d a d el descanso.
S i de los escritos s a g r a d o s de los i n d i o s p a s a m o s á sus
p o e t a s e n c o n t r a m o s estos m i s m o s c o n c e p t o s de e m a n a -
ción, m a n i f e s t a c i ó n y a b s o r c i ó n del m u n d o . « E l S e r infi-
n i t o es como el l í m p i d o c r i s t a l q u e r e c i b e e n sí t o d o s los
colores y los e m i t e de n u e v o s i n que su t r a n s p a r e n c i a ó
su p u r e z a se a l t e r e n i m a n c h e n a d a » . « E s s e m e j a n t e al
d i a m a n t e , q u e a b s o r b e la luz c i r c u n d a n t e y b r i l l a e n la
o b s c u r i d a d con e s t a m i s m a luz q u e e n t o n c e s e m a n a de
él». N o r e c u r r e n á m e n o s n o b l e s i m á g e n e s c u a n d o t r a t a n
de h a c e r accesible su idea al vulgo: «Has visto á l a a r a ñ a
t e j e r su t e l a ; h a s visto la perfección de la f o r m a g e o m é -
t r i c a d e esta tela, y lo b i e n q u e r e s p o n d e al uso á q u e está
d e s t i n a d a ; la h a s visto s i n d u d a b r i l l a r t a m b i é n c o m o u n
a r c o iris e n los r a y o s del sol de la m a ñ a n a . H a s visto
t a m b i é n á la p e q u e ñ a o b r e r a s a c a r de su s e n o el h i l o m a -
ravilloso y h a c e r l o e n t r a r e n él de n u e v o á su a r b i t r i o .
Así h i z o B r a h m a , y así a b s o r b e r á el m u n d o » . L o s filóso-
fos griegos, c o m o los filósofos i n d i o s , i n d i c a b a n q u e el ser
n o existe m á s q u e p a r a el p e n s a m i e n t o , y q u e , p o r con-
s i g u i e n t e , ser y p e n s a r s o n u n a sola cosa; q u e el u n i v e r s o
e s u n p e n s a m i e n t o e n el e s p í r i t u de D i o s y q u e n o es
 — 233 —
afectado por las v i c i s i t u d e s de los m u n d o s que le c o m p o -
n e n . E n la I n d i a e s t a d o c t r i n a de e m a n c i p a c i ó n h a b í a
alcanzado t a l g r a d o de precisión a p a r e n t e q u e a l g u n o s filó-
sofos l l e g a b a n á afirmar h a s t a l a posibilidad de d e m o s t r a r
que B r a h m a n o h a b í a p a s a d o p o r c o m p l e t o al u n i v e r s o
visible, sino sólo u n a c u a r t a p a r t e de él; a d m i t í a n u n a se-
rie de e m a n a c i o n e s y a b s o r c i o n e s sucesivas y p e r i ó d i c a s ,
y a ñ a d í a n q u e d e b e m o s , sobre todo, g u a r d a r n o s de dejar-
nos e n g a ñ a r p o r las a p a r i e n c i a s visibles de l a s cosas ex-
teriores, p o r q u e h a y m o t i v o s p a r a c r e e r q u e la m a t e r i a n o
es m á s que u n c o n j u n t o de fuerzas q u e l l e n a n el e s p a c i o .
D e m ó c r i t o s u p o elevarse á la h e r m o s a c o n c l u s i ó n de q u e
u n simple á t o m o , p o r p e q u e ñ o q u e s e a , p u e d e c o n s t i t u i r
un mundo.
L a d o c t r i n a de la e m a n a c i ó n es susceptible así de d o -
ble i n t e r p r e t a c i ó n ; p r e s e n t a al u n i v e r s o c o m o p a r t e de l a
sustancia de D i o s , ó c o m o algo s u s t a n c i a l que de D i o s
procede. L a p r i m e r a de e s t a s dos m a n e r a s de c o n c e b i r el
universo, es t a n g i b l e y m á s f á c i l m e n t e c o m p r e n s i b l e p o r
el e s p í r i t u ; la s e g u n d a es s u b l i m e sobre todo, y n o s c u e s -
ta trabajo e l e v a r n o s t a n a l t o , c u a n d o p e n s a m o s e n la i n -
finita v a r i e d a d de e s p l é n d i d a s y g r a n d i o s a s f o r m a s que
la n a t u r a l e z a les ofrece. E l m u n d o visible n o es de e s t e
modo m á s q u e la s o m b r a de D i o s .
Si q u e r e m o s d a r n o s p e r f e c t a m e n t e c u e n t a de e s t a doc-
trina del n a c i m i e n t o , d e s a r r o l l o , e m a n a c i ó n y a b s o r c i ó n
final del u n i v e r s o e n D i o s , n o e s t a r á d e m á s u n e j e m p l o .
Vemos á m e n u d o , en m e d i o de la p u r a y t r a n q u i l a a t m ó s -
fera, h a c e r s e visible el v a p o r de a g u a , f o r m a n d o a n t e t o d o
vaporoso copo, q u i z á de la a n c h u r a de la m a n o , y q u e
acaba por c a m b i a r s e en u n a g r a n n u b e . L a a p a r i e n c i a ex-
terior que esta m a s a p r e s e n t a , d e p e n d e de las c i r c u n s t a n -
cias a t m o s f é r i c a s : o r a es de e s p l e n d e n t e b l a n c u r a , o r a
de negro a m e n a z a d o r , y á veces t a m b i é n e s t á n s u s b o r d e s
guarnecidos de oro. D e l s e n o de e s t a n u b e p u e d e el r e -
lámpago b r o t a r y el t r u e n o d e s p e d i r sus r u g i d o s ; p e r o ,
a u n q u e n o ofrezca estos t e m i b l e s f e n ó m e n o s y d e s a p a r e z -
ca t a n t r a n q u i l a m e n t e c o m o se h a f o r m a d o , n o h a b r á
existido en v a n o . N i n g u n a n u b e se h a f o r m a d o e n la b ó -
veda de los cielos s i n h a b e r p r o d u c i d o e n la t i e r r a i n d e -
 - 234 -
leble i m p r e s i ó n ; p u e s m i e n t r a s e x i s t í a , n i n g u n a p l a n t a
q u e c u b r i e s e h a dejado de r e t r a s a r su c r e c i m i e n t o y de
a m i n o r a r la c a n t i d a d de s u s t a n c i a s q u e t e n í a . S i n e m b a r -
go, esta n u b e á cuya f o r m a c i ó n h e m o s asistido, ¡ c u á n t a s
veces la h e m o s visto d e s v a n e c e r s e e n el a i r e , que h a p e r -
m a n e c i d o c o m p l e t a m e n t e s e r e n o ! H a n a c i d o en el s e n o
del a i r e p u r o , y e n el a i r e t r a n q u i l o y p u r o se h a desva-
necido.
V a m o s m á s lejos t o d a v í a . E s t a n u b e e s t á c o m p u e s t a
de m i r í a d a s de g o t a s m i c r o s c ó p i c a s , cada u n a de l a s cua-
les se m a n t i e n e p o r sí m i s m a en l a a t m ó s f e r a i n d e p e n -
d i e n t e m e n t e de las o t r a s , y c a d a u n a de l a s c u a l e s , p o r
p e q u e ñ a q u e s e a , t i e n e su i n d i v i d u a l i d a d p r o p i a . L a m a s a
t o t a l p u e d e c a m b i a r de color y de f o r m a ; p u e d e ser t e a t r o
de m u y d i v e r s o s m o v i m i e n t o s i n t e r i o r e s , v i o l e n t o s é in-
c e s a n t e s , y, s i n e m b a r g o , p r e s e n t a c o n s t a n t e m e n t e el
mismo aspecto, ó cambia tranquila y silenciosamente,
s i e m p r e b r i l l a n t e e n m e d i o de la luz q u e sobre ella cae,
y s i e m p r e p r o y e c t a n d o su s o m b r a sobre la t i e r r a . E s t a
n u b e es el e m b l e m a del u n i v e r s o , t a l c o m o l a a n t i g u a
d o c t r i n a le c o n c i b e ; n o s m u e s t r a c ó m o lo visible p u e d e
p r o c e d e r de lo invisible y volver á é l , y t a m b i é n c ó m o
u n a g o t a d e m a s i a d o p e q u e ñ a p a r a ser d i s t i n g u i d a p o r la
v i s t a , p u e d e r e p r e s e n t a r u n m u n d o . T e n e m o s en la for-
m a c i ó n y d e s a p a r i c i ó n e s p o n t á n e a s de u n a n u b e el em-
b l e m a de este u n i v e r s o t r a n s i t o r i o q u e a p a r e c e y desapa-
r e c e p a r a ser seguido de otros u n i v e r s o s s e m e j a n t e s en
i n m e n s o s i n t e r v a l o s de t i e m p o .
3.° N a t u r a l e z a del a l m a . D e s p u é s de h a b e r a d m i t i d o
c o n l a s escuelas j ó n i c a s p r i m i t i v a s , q u e el a l m a e s t á for-
m a d a de a i r e , de fuego, ó de c u a l q u i e r otro p r i n c i p i o ma-
t e r i a l , la filosofía g r i e g a se elevó g r a d u a l m e n t e á l a con-
c e p c i ó n de l a i n m o r t a l i d a d del a l m a . Dio h a s t a c i e r t a pre-
cisión á este c o n c e p t o , a f i r m a n d o q u e el a l m a , n o sólo
t i e n e afinidad con D i o s , s i n o q u e es u n a p a r t e de É l mis-
m o . C u a l e s q u i e r a q u e h a y a n sido sus ideas r e s p e c t o á la
n a t u r a l e z a y a t r i b u t o s del S e r S u p r e m o , estas ideas ejer-
c i e r o n d i r e c t a i n f l u e n c i a e n l a s c o n c l u s i o n e s á q u e llegó
r e s p e c t o á l a n a t u r a l e z a del a l m a .
L a filosofía g r i e g a , e n el p u n t o m á s c u l m i n a n t e de su
 — 235 —
desarrollo, c o n s i d e r a b a el a l m a c o m o algo m á s q u e la s u m a
de los m o m e n t o s en q u e p e n s a m o s . L a c o n s i d e r a b a c o m o
u n a p o r c i ó n de la m i s m a d i v i n i d a d , d o c t r i n a q u e e r a c o r o -
lario preciso del p a n t e í s m o . A d m i t í a u n a e t e r n i d a d p a s a -
da y u n a i n m o r t a l i d a d f u t u r a . H a s t a l l e g a b a á p r e g u n t a r s e
si el n ú m e r o de las a l m a s se m a n t i e n e fijo en el u n i v e r s o .
E n este p u n t o , como e n el a n t e r i o r , h u b o c o m p l e t a a n a -
logia e n t r e sus c o n c l u s i o n e s y l a s de la filosofía i n d i a . E s -
ta ú l t i m a se e x p r e s a a s í : «¡Yo m i s m o soy u n a m a n i f e s t a -
ción i r r a d i a d a del s u p r e m o B r a h m a ! J a m á s h u b o t i e m p o
en que yo n o existiese , n i t ú , n i los m á s g r a n d e s de l a n a -
ción, y j a m á s dejaré de e x i s t i r ; n o s o t r o s s o m o s , p u e s ,
todo.» C o n s i d e r a n d o al a l m a como espeotador y c o m o ex-
t r a ñ a á este m u n d o , la c r e í a n m á s b i e n o c u p a d a en l a
c o n t e m p l a c i ó n q u e en la a c c i ó n , p r e t e n d i e n d o q u e e n s u
origen es u n a e m a n a c i ó n i n m e d i a t a de la d i v i n i d a d ; q u e
e s , n o u n a modificación ó t r a n s f o r m a c i ó n del Ser S u p r e -
mo, sino u n a p a r t e de sí m i s m o . « S u s r e l a c i o n e s con el
Ser S u p r e m o s o n , n o las de criado á a m o , s i n o de la p a r -
te al todo.» E s c o m o la c h i s p a q u e h a b r o t a d o de la l l a m a ;
pasa de u n c u e r p o á o t r o , h a l l á n d o s e ora a r r i b a , o r a aba-
jo, en la escala d é l o s s e r e s , o c u p a n d o y a u n c u e r p o , y a
otro, s e g ú n las c i r c u n s t a n c i a s . Así como l a g o t a de a g u a
prosigue su c a r r e r a e r r a n t e , en l a n u b e , e n el r í o , e n l a
planta, en el a n i m a l , p e r o a c a b a p r o n t o ó t a r d e , p o r vol-
ver al m a r de d o n d e h a s a l i d o ; así el a l m a , p o r v a r i a d a s
y n u m e r o s a s q u e h a y a n sido sus t r a n s m i g r a c i o n e s , v u e l v e
al fin á l a d i v i n i d a d de que h a e m a n a d o .
L o s g r i e g o s , c o m o los i n d i o s , v o l v i e r o n su a t e n c i ó n
hacia los f e n ó m e n o s e n g a ñ o s o s q u e p r e s e n t a el m u n d o .
E s t o s ú l t i m o s a d m i t í a n en g e n e r a l q u e lo q u e l l a m a m o s
la n a t u r a l e z a visible es u n a s i m p l e i l u s i ó n q u e el a l m a
debe á su m o m e n t á n e a s e p a r a c i ó n de D i o s . L o s filósofos
b u d h i s t a s m i r a b a n el m u n d o c o m o c r e a c i ó n de l a i m a g i -
nación. A l g u n o s de estos filósofos, sin e m b a r g o , e n l o s
t i e m p o s a n t i g u o s y en los m o d e r n o s , c o n s i d e r a b a n al
m u n d o c o m o algo m á s s u s t a n c i a l , y al a l m a c o m o u n es-
pejo en q u e l a s cosas m i s m a s v i e n e n á reflejarse, a l m a
p u r a m e n t e p a s i v a ó al m e n o s sólo en p a r t e activa. Sea de
ello lo q u e q u i e r a , p o r lo d e m á s , s u d e s t i n o final es u n
 — 236 —
e s t a d o de perfecto r e p o s o d e s p u é s de su a b s o r c i ó n en el
Ser S u p r e m o .
S o b r e este t e r c e r p u n t o de la filosofía a n t i g u a , n o es-
t a r á d e m á s u n ejemplo. C o n s i d e r e m o s u n a de esas b u r -
bujas que flotan en el m a r ; en v i r t u d de su f o r m a , refle-
j a t o d o s los objetos q u e le r o d e a n , las n u b e s de la bóve-
d a celeste c o m o los objetos de la p l a y a , e s t é n e n r e p o s o
ó e n m o v i m i e n t o ; r e p r e s e n t a h a s t a ese m a r en q u e flota
y del que h a n a c i d o y r e p r o d u c e s u s m ú l t i p l e s formas
t a l e s c o m o r e a l m e n t e s o n , con s u s luces y s u s s o m b r a s ,
s u p e r s p e c t i v a y sus m a t i c e s p a r t i c u l a r e s , a g r e g a n d o a u n
á t o d o esto el j u e g o de sus propios colores. E s t a b u r b u j a
es la i m a g e n e x a c t a del a l m a . H a salido de u n m a r infi-
n i t o y sin f o n d o ; por n i n g ú n c o n c e p t o difiere de la fuen-
t e de q u e h a n a c i d o ; p r o c e d e del a g u a y n u n c a s e r á m á s
q u e a g u a ; e s t a s p r o p i e d a d e s q u e a c a b a de m a n i f e s t a r , l a s
d e b e ú n i c a m e n t e , al m e n o s e n lo q u e c o n c i e r n e á la p a r -
t e e x t e r i o r del f e n ó m e n o , á su f o r m a p a r t i c u l a r y á las
c i r c u n s t a n c i a s en q u e se h a e n c o n t r a d o c o l o c a d a ; s e g ú n
e s t a s c i r c u n s t a n c i a s v a r í a n , así flota e l l a , o r a a q u í , ora
a l l á , ora fundiéndose en o t r a s b u r b u j a s q u e e n c u e n t r a ,
o r a s a l i e n d o u n a vez m á s del fondo de l a s a g u a s . Y a apa-
r e c e m á s g r a n d e , y a m á s p e q u e ñ a ; en cierto m o m e n t o
t o m a n u e v a s f o r m a s , e n otro se p i e r d e en las que le r o -
d e a n ; p e r o s e a n c u a l e s q u i e r a las vicisitudes á q u e e s t á
e x p u e s t a en t o d a s e s t a s m i g r a c i o n e s , i n e v i t a b l e d e s t i n o
l a e s p e r a : la a b s o r c i ó n y r e i n c o r p o r a c i ó n en el O c é a n o .
E n a q u e l m o m e n t o final, ¿ q u é se h a p e r d i d o , q u é se h a
d e s t r u i d o e n e s t a b u r b u j a ? N o es s e g u r a m e n t e s u s u s t a n -
cia e s e n c i a l , p u e s a n t e s de d e s a r r o l l a r s e e r a a g u a , agua
fué d u r a n t e t o d a su e x i s t e n c i a y a g u a s e g u i r á siendo siem-
p r e , p r o n t a á d i l a t a r s e de n u e v o .
N o p a r a e n esto la s e m e j a n z a ; c o n t i n ú a c u a n d o consi-
d e r a m o s l a s funciones g e n e r a l e s de l a b u r b u j a d u r a n t e
t o d o el t i e m p o q u e c o n s e r v a su f o r m a . N o s ofrece l a s i m á -
g e n e s de t o d o s los objetos c i r c u n d a n t e s e n s u s v e r d a d e -
r a s f o r m a s y c o n sus t a m a ñ o s r e l a t i v o s , r e v e l á n d o n o s
p o r e n d e u n a r e l a c i ó n de espacio y t a m b i é n u n a relaoión
d e t i e m p o , p u e s t o q u e refleja s u c e s i v a m e n t e los diversos
objetos que á ella se p r e s e n t a n ; a d e m á s , á las i m á g e -
 — 237 —
nes que así p r o d u c í a , a g r e g a b a s u p r o p i a coloración. E n
todo esto e r a el e m b l e m a del a l m a . L a s r e l a c i o n e s d e
t i e m p o y espacio c o n s t i t u y e n , e n efecto, las r e l a c i o n e s
exteriores del a l m a , á las q u e se a g r e g a n ideas a b s t r a c t a s
que p r o v i e n e n de sí m i s m a .
Pero cuando la burbuja estalla, todas estas relaciones
cesan. N o h a y ya n i reflejo de f o r m a s e x t e r i o r e s , n i m o -
v i m i e n t o , n i n i n g u n a p r o p i e d a d i n t e r i o r q u e se m a n i f i e s -
te. E n cierto s e n t i d o la b u r b u j a se h a a n i q u i l a d o ; en o t r o
existe t o d a v í a ; es d e v u e l t a á esa m a s a i n m e n s a , á c u y o
lado es c o m p l e t a m e n t e i n s i g n i f i c a n t e é i m p e r c e p t i b l e . E s
t r a n s i t o r i a y sin e m b a r g o e t e r n a ; t r a n s i t o r i a , p u e s t o q u e
todas sus r e l a c i o n e s con el e x t e r i o r y sus funciones i n d i -
viduales h a n de cesar; e t e r n a y d o b l e m e n t e e t e r n a , c o m o
lo e n t i e n d e el p l a t o n i s m o , p u e s t o q u e se e n l a z a c o n u n
pasado q u e n o h a t e n i d o p r i n c i p i o , y c o n t i n u a r á e x i s t i e n -
do en u n p o r v e n i r q u e n o t e n d r á fin.
4.° P o s i b i l i d a d de u n c r i t e r i o de v e r d a d . U n c r i t e r i o
absoluto de la v e r d a d debe n e c e s a r i a m e n t e , c o m o t o d a s
las c o s a s , a c r e d i t a r s e p o r sí m i s m o . D e s d e s u s p r i n c i p i o s
descubrió la filosofía c u a n poco d e b e m o s c o n t a r c o n l o s
sentidos. E n g r a n d í s i m o n ú m e r o de c a s o s , en e f e c t o , l e -
jos de i m p o n e r n o s su a u t o r i d a d , d e s p i e r t a n n u e s t r a d e s -
confianza. U n t i z ó n cuya p u n t a e s t á a r d i e n d o n o s p a r e c e
un círculo de fuego si le h a c e m o s g i r a r r á p i d a m e n t e . E l
arco-iris n o s p a r e c e ser u n arco r e a l , y la ilusión n o c e s a
sino c u a n d o l l e g a m o s al sitio e n q u e le v e í a m o s d e s c a n -
sar. Y a u n e s t a s a p a r i e n c i a s de que n o s dejamos e n g a ñ a r
no son s o l a m e n t e l a s q u e t i e n e n r e a l y s e n s i b l e f u n d a -
mento como las de los dos e j e m p l o s que a c a b a m o s de ci-
tar. Nos dejamos seducir con i g u a l facilidad p o r i l u s i o n e s
p u r a m e n t e i m a g i n a r i a s , y n i u n o solo de n u e s t r o s ó r g a -
nos deja á cada i n s t a n t e d e p o n e r n o s e n este caso. ¿ N o
nos hace ver el ojo formas i m a g i n a r i a s t a n d i s t i n t a s c o m o
los objetos r e a l e s e n m e d i o de los cuales a p a r e c e n ? ¿ N o
nos a t o r m e n t a el oído con la i n c e s a n t e r e p e t i c i ó n del m i s -
mo r u i d o , del m i s m o pasaje de u n t r o z o m u s i c a l , de l o s
mismos sonidos a r t i c u l a d o s , a u n q u e s e p a m o s perfecta-
m e n t e que n o es todo ello m á s q u e u n a i l u s i ó n ? ¿Y n o
nos v e m o s e n g a ñ a d o s i g u a l m e n t e p o r los d e m á s s e n t i d o s ,
 — 238 —
el g u s t o , el olfato y el t a c t o , c u a n d o e s t a m o s e n p l e n a
s a l u d , p e r o sobre t o d o d u r a n t e la e n f e r m e d a d ?
P u e s t o q u e es a s í , ¿ c ó m o c o n o c e r e m o s la e x a c t i t u d de
los d a t o s q u e p r o v i e n e n de t a n poco s e g u r a fuente ? P i t á -
g o r a s p r e s t ó u n g r a n servicio á s u s c o n t e m p o r á n e o s , re-
c o r d á n d o l e s q u e t e n e m o s e n n o s o t r o s m i s m o s los m e d i o s
de d e s c u b r i r el e r r o r y de d e m o s t r a r la v e r d a d . ¿ Q u é nos
g a r a n t i z a , p u e s , q u e ese círculo de fuego, ese arco-iris,
ese e s p e c t r o , esas voces n o son m á s q u e i l u s i o n e s ? ¿ No
es la r a z ó n ? Y e n t o n c e s , ¿ p o r que n o fiarnos de l a r a z ó n ?
C u a n d o estos h e c h o s se p r e s e n t a n , ¡ q u é m u l t i t u d de
cuestiones surgen en nuestro espíritu, cuestiones que han
a t r a í d o la a t e n c i ó n de los m á s g r a n d e s metafísicos de to-
dos los t i e m p o s ! ¿ E m p e z a r e m o s p o r e s t u d i a r las sensacio-
n e s ó las i d e a s ? ¿ D i r e m o s con D e s c a r t e s q u e t o d a s las
i d e a s c l a r a s son v e r d a d e r a s ? ¿ I n d a g a r e m o s con S p i n o z a
si p o d e m o s t e n e r ideas i n d e p e n d i e n t e s de la experiencia?
¿ D i r e m o s con H o b b e s q u e t o d o s n u e s t r o s p e n s a m i e n t o s
s o n e n g e n d r a d o s p o r los objetos e x t e r i o r e s y q u e son sus
r e p r e s e n t a n t e s ; que n u e s t r a s c o n c e p c i o n e s n a c e n de m o -
v i m i e n t o s m a t e r i a l e s q u e se p r o p a g a n p o r n u e s t r o s órga-
n o s y l l e g a n así al e s p í r i t u ; q u e n u e s t r a s s e n s a c i o n e s no
r e s p o n d e n á l a s p r o p i e d a d e s e x t e r i o r e s de l a s c o s a s ; que
e l sonido y el r u i d o p e r t e n e c e n á l a c a m p a n a y al aire y
n o al e s p í r i t u , y q u e n o s o n , c o m o el color, s i n o u n a agi-
t a c i ó n q u e el objeto e x t e r i o r p r o d u c e e n el c e r e b r o ; q u e la
i m a g i n a c i ó n es u n a p e r c e p c i ó n q u e se va b o r r a n d o poco á
poco y n o es m á s q u e u n a s e n s a c i ó n d e b i l i t a d a ; q u e la me-
m o r i a es el vestigio de i m p r e s i o n e s a n t i g u a s q u e subsis-
t e n d u r a n t e cierto t i e m p o ; que el olvido n o es m á s que la
o b l i t e r a c i ó n de los vestigios de este g é n e r o ; q u e l a suce-
sión de los p e n s a m i e n t o s n o es a r b i t r a r i a n i v o l u n t a r i a ,
s i n o q u e se s i g u e n e n o r d e n fijo y d e t e r m i n a d o de a n t e -
m a n o ; que todo lo que i m a g i n a m o s es finito y q u e por
c o n s i g u i e n t e n o p o d e m o s c o n c e b i r lo i n f i n i t o , n i n i n g u -
n a o t r a cosa de las que n o caen bajo n u e s t r o s s e n t i d o s ? ¿Di-
r e m o s con L o c k e , q u e n u e s t r a s ideas p r o v i e n e n de dos
o r í g e n e s d i s t i n t o s , la s e n s a c i ó n y la r e f l e x i ó n , y que el
e s p í r i t u n o p u e d e c o n o c e r l a s cosas d i r e c t a m e n t e , sino
sólo p o r m e d i o d e l a s i d e a s ? ¿ P e n s a r e m o s c o n L e i b n i t z
 - 239 -
que la reflexión n o es m á s q u e la a t e n c i ó n a p l i c a d a á lo
que pasa en el e s p í r i t u , y q u e e n t r e el e s p í r i t u y el c u e r -
po h a y u n s i n c r o n i s m o s i m p á t i c o ? ¿ S o s t e n d r e m o s c o n
Berkeley q u e n o t e n e m o s m á s r a z ó n p a r a a d m i t i r la e x i s -
tencia de la m a t e r i a m i s m a , q u e la n e c e s i d a d e n q u e n o s
e n c o n t r a m o s de t e n e r u n sujeto al q u e referir sus a t r i b u -
t o s ; q u e los objetos del c o n o c i m i e n t o s o n las ideas y n o
otro a l g u n o , y q u e el e s p í r i t u r e p r e s e n t a activo p a p e l e n
el fenómeno de la creación ? ¿ C r e e r e m o s á H u m e q u e n o s
d e m u e s t r a q u e si la m a t e r i a es sólo u n a ficción, lo m i s m o
debe s u c e d e r con el espíritu, p u e s t o q u e n o es m á s q u e
una sucesión de i m p r e s i o n e s y de i d e a s , q u e ú n i c a m e n t e
en v i r t u d de la c o s t u m b r e a d q u i r i d a a d m i t i m o s el p r i n -
cipio de c a s u a l i d a d , y que si q u i s i é r a m o s e s t a b l e c e r q u e
la noche es c a u s a del d í a , s a b r í a m o s e n c o n t r a r p r u e b a s
m á s sólidas q u e e n m i l otros casos e n q u e c r e e m o s c o n o -
cer p e r f e c t a m e n t e la relación de la c a u s a c o n el efecto;
que sólo el h á b i t o , e n fin, es el q u e n o s h a c e p e n s a r q u e
el p o r v e n i r se h a de p a r e c e r al p a s a d o ? ¿ S o s t e n d r e m o s
con Condillac q u e l a m e m o r i a es sólo u n a s e n s a c i ó n t r a n s -
formada , y la c o m p a r a c i ó n u n a doble a t e n c i ó n ; q u e t o d a
idea que n o p o d e m o s aplicar á u n objeto e x t e r i o r carece
de v a l o r ; que n u e s t r a s ideas i n n a t a s se d e s a r r o l l a n poco
á poco y q u e al m i s m o t i e m p o a p r e n d e m o s á r a z o n a r que
á correr ? ¿ D i r e m o s con K a n t q u e n o h a y m á s q u e u n a
fuente de c o n o c i m i e n t o , la u n i ó n del objeto y del s u j e t o ,
pero sí dos e l e m e n t o s del c o n o c i m i e n t o , el espacio y el
tiempo; que el t i e m p o y el espacio son f o r m a s de s e n s i b i -
lidad , siendo el espacio u n a f o r m a de s e n s i b i l i d a d i n t e r -
na y el t i e m p o o t r a f o r m a de s e n s i b i l i d a d i n t e r n a y ex-
terna á la v e z , p e r o n o t e n i e n d o , p o r lo d e m á s , n i u n o ñ i
otro n i n g u n a r e a l i d a d o b j e t i v a ; y e n fin, q u e el m u n d o
no nos es conocido t a l c o m o e s , s i n o s o l a m e n t e t a l c o m o
nos p a r e c e ?
Admito l a v e r d a d de l a o b s e r v a c i ó n de P o s i d o n i o de
que u n h o m b r e d e b e q u e r e r m e j o r m o r i r q u e dejar de filo-
sofar, p o r q u e si e n c u e n t r a c o n t r a d i c c i o n e s e n l a filosofía
está expuesto á e n c o n t r a r o t r a s t a n t a s e n l a vida. N o va-
cilaré , p u e s , en p r e s e n t a r a l g u n a s ideas r e s p e c t o á la po-
sibilidad de u n c r i t e r i o de la c i e n c i a h u m a n a , s i n d e j a r m e
 - 240 -
d e s a l e n t a r p o r el h e c h o de q u e l a s m á s g r a n d e s i n t e l i -
g e n c i a s h a n e s t u d i a d o esta c u e s t i ó n . Q u i z á h a b r í a a l g u n a
t e m e r i d a d e n a t r e v e r s e á h a c e r l o si los p r o g r e s o s de las
ciencias, y sobre todo de la fisiología h u m a n a , n o n o s hu-
b i e r a n colocado en u n p u n t o de v i s t a m á s elevado y h e c h o
m á s capaces q u e n u e s t r o s a n t e p a s a d o s de d i s c e r n i r dis-
t i n t i v a m e n t e el estado r e a l de las cosas.
P i e n s o yo q u e la i n u t i l i d a d de los esfuerzos h e c h o s p o r
los filósofos de la a n t i g ü e d a d p a r a resolver el p r o b l e m a
t i e n e p o r causa ú n i c a la idea i m p e r f e c t a y e r r ó n e a q u e se
f o r m a b a de la posición del h o m b r e en el m u n d o . Conce-
d í a n v a l o r h a r t o g r a n d e á su i n d i v i d u a l i d a d p e r s o n a l . L e
c o n s i d e r a b a n e n su período de m a d u r e z c o m o ser aislado,
i n d e p e n d i e n t e y c o m p l e t o en sí m i s m o . O l v i d a b a n que
este período n o es como los d e m á s , s i n o u n a fase t r a n s i -
t o r i a de su existencia, e x i s t e n c i a q u e r a y a al p r i n c i p i o en
la n a d a , y q u e á p a r t i r de e n t o n c e s r e v e l a d e s a r r o l l o y
p r o g r e s o c o n t i n u o s . D e s i m p l e célula q u e casi p e r t e n e c e
al m u n d o i n o r g á n i c o , y q u e , si h e m o s de j u z g a r p o r su
a p a r i e n c i a y p o r l a s f o r m a s q u e p r e s e n t a al p r i n c i p i o de
su d e s a r r o l l o , n o difiere de la célula de que p r o c e d e n todos
los d e m á s seres, vegetales ó a n i m a l e s , h a s t a los m á s hu-
m i l d e s ; de esta célula se eleva el ser h u m a n o de u n a for-
m a á o t r a de u n m o d o q u e d e p e n d e a b s o l u t a m e n t e de las
c o n d i c i o n e s físicas a m b i e n t e s . E s t a s f o r m a s de t r a n s i c i ó n
s o n m u y n u m e r o s a s , y h a y m u c h a d i s t a n c i a del e m b r i ó n
p r i m i t i v o al viejo, c u y a cabellera h a n b l a n q u e a d o s e t e n t a
a ñ o s . No es exacto elegir u n t é r m i n o ú n i c o de e s t a larga
serie y m i r a r l e c o m o .tipo de la serie e n t e r a . C u a n d o el
c u e r p o del h o m b r e m a d u r o sufre i n c e s a n t e s t r a n s f o r m a -
ciones h a s t a el p u n t o de q u e e n el espacio de u n a ñ o re-
c i b e , se a s i m i l a y r e c h a z a casi t o n e l a d a y m e d i a de m a t e -
r i a , n o es exacto decir q u e , á p e s a r de este flujo y reflujo
de s u s t a n c i a , n o sólo su forma sigue siendo la m i s m a , sino
t a m b i é n — c o s a i n f i n i t a m e n t e m á s i m p o r t a n t e — q u e - s u po-
d e r i n t e l e c t u a l p e r m a n e c e i n v a r i a b l e . E s t o n o es exacto,
y h a s t a es c o m p l e t a m e n t e falso. E l p r i n c i p i o i n t e l e c t u a l
r e c o r r e u n a c a r r e r a t a n c l a r a m e n t e m a r c a d a c o m o l a del
c u e r p o . E e m o n t é m o n o s al t i e m p o q u e : p r e c e d e al naci-
m i e n t o y c o m p r o b a r e m o s l a t o t a l i m p o t e n c i a de los pri-
 — 241 —
meros días del h o m b r e . L a luz b r i l l a á sus ojos y n o ve;
el sonido h i e r e su oído y n o oye. Si q u i s i é r a m o s s e g u i r l e
en las fases s u b s i g u i e n t e s de su desarrollo p o d r í a m o s d e s -
cribir los i n c e s a n t e s p r o g r e s o s q u e h a c e h a s t a la virilidad,
d u r a n t e la i n f a n c i a , la adolescencia y la j u v e n t u d . P e r o ,
¿ á dónde v a m o s á p a r a r con todo e s t o ? C u a n d o c o n s i d e -
ramos al h o m b r e bajo el p u n t o de v i s t a filosófico, ¿no n o s
vemos obligados á d e s p r e n d e r l e de t o d a idea de p e r s o n a -
lidad é i n d i v i d u a l i d a d , obligados á r e n u n c i a r á t o d a c o n -
sideración de forma p u r a m e n t e s u s t a n c i a l y á o b s e r v a r l e
en estado de a b s t r a c c i ó n ? Si c o m p a r a m o s j u n t a s todas las
formas o r g á n i c a s , e x a m i n á n d o l a s bajo el m i s m o p u n t o de
visca, e n c o n t r a r e m o s que t o d a s e s t á n bajo u n p l a n c o m ú n .
Sucede con este p l a n c o m ú n como con la e x p r e s i ó n algé-
brica , que e n c i e r r a c o n s t a n t e s y v a r i a b l e s ; o b t e n d r e m o s
resultados diferentes a s i g n a n d o á l a s v a r i a b l e s v a l o r e s di-
ferentes , pero todos estos r e s u l t a d o s , p o r n u m e r o s o s q u e
puedan s e r , c a b r á n , sin e m b a r g o , en u n a sola f ó r m u l a .
E s t e m o d o m á s g e n e r a l de c o n c e b i r la p o s i c i ó n del h o m -
bre y la c a r r e r a q u e r e c o r r e , n o s h a c e c o m p r e n d e r en se-
guida la n a t u r a l e z a de sus r e l a c i o n e s con sus s e m e j a n t e s ;
es decir, la n a t u r a l e z a de s u s r e l a c i o n e s c o m o m i e m b r o de
la sociedad. C o m p r e n d e m o s en s e g u i d a q u e la sociedad
debe seguir u n a c a r r e r a e n t e r a m e n t e s e m e j a n t e á la del
individuo, y q u e el a i s l a m i e n t o a p a r e n t e e n q u e n o s pa-
rece estar el i n d i v i d u o es p u r a m e n t e ilusorio. Cada h o m -
bre ha recibido l a vida de o t r o h o m b r e y l a t r a n s m i t i r á
á otro h o m b r e , doble r e l a c i ó n q u e b a s t a p a r a h a c e r l e per-
der de h e c h o el c a r á c t e r de i n d i v i d u a l i d a d q u e h a c e u n
momento e s t á b a m o s d i s p u e s t o s á r e c o n o c e r l e . U n a época
de la vida n o es t o d a la vida. N o p o d e m o s d e s p r e n d e r en-
teramente al i n d i v i d u o , l l e g a d o á la m a d u r e z , de la m u l -
titud de formas p o r q u e h a p a s a d o , y si c o n s i d e r a m o s c ó m o
lia nacido y cómo se r e p r o d u c e d e d u c i r e m o s a d e m á s q u e
el h o m b r e n o p u e d e ser s e p a r a d o de su r a z a .
Merced á estas c o n s i d e r a c i o n e s s o b r e la n a t u r a l e z a y
relaciones del h o m b r e p o d e m o s llegar á decidir si posee
un criterio de v e r d a d . E n los p r i m e r o s i n s t a n t e s de s u
existencia n o p u e d e n i s e n t i r n i p e n s a r , y el u n i v e r s o es
para él como si n o e x i s t i e s e . A m e d i d a q u e a v a n z a e n s u
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 16
 — 242 —

c a r r e r a todos sus s e n t i d o s , la v i s t a , el oído, el t a c t o , etc.,

se h a c e n , por la sola fuerza de la n a t u r a l e z a ó de la edu-
cación, c a d a v e z m á s perfectos, p e r o n u n c a — l o q u e s a b e n
b i e n los filósofos m o d e r n o s — l l e g a n á ser a b s o l u t a m e n t e
d i g n o s de n u e s t r a confianza. L o m i s m o sucede con l a fa-
c u l t a d i n t e l e c t u a l . T a m b i é n ella t i e n e m u y débiles p r i n -
cipios y sólo g r a d u a l m e n t e se desarrolla. E l e s p í r i t u solo
n o c o n s t i t u y e g u í a m á s s e g u r o q u e los ó r g a n o s de los sen-
t i d o s solos. Si h u b i e r a a l g u n a d u d a en e s t e r e s p e c t o pron-
to la d e s v a n e c e r í a el e s t u d i o de los f e n ó m e n o s del sueño:
los s u e ñ o s n o s m u e s t r a n , en efecto, c u a n v a g a s é indecisas
son las operaciones del e s p í r i t u c u a n d o se e n c u e n t r a pri-
vado del sólido apoyo de los ó r g a n o s de los s e n t i d o s . E s t a
o b s e r v a c i ó n del j u d í o P i l ó n es m u y a c e r t a d a : q u e el espí-
r i t u es c o m o el ojo, q u e p u e d e ver todos los objetos, pero
q u e n o se p u e d e v e r á sí m i s m o , n i j u z g a r s e á sí m i s m o
p o r lo t a n t o . D e b e m o s , p u e s , deducir que n o p o d e m o s
c o n t a r n i sólo con el e s p í r i t u n i sólo con los s e n t i d o s .
C u a n d o o b r a n e n c o m ú n c o r r i g i é n d o s e u n o á o t r o , llega-
m o s á m á s alto g r a d o de c e r t e z a ; p e r o n i a u n en este caso
— c o m o los filósofos i n d i o s y griegos lo r e c o n o c í a n — lle-
g a m o s á la c e r t e z a a b s o l u t a . E s t a d e s c o n s o l a d o r a conclu-
sión fué la que a r r a n c ó á estos filósofos t a n a m a r g a s que-
j a s , h u n d i é n d o l e s en u n a especie de d e s e s p e r a c i ó n inte-
l e c t u a l , y la q u e , c o n v e r t i d a p a r a ellos e n r e g l a de con-
d u c t a , les p r e c i p i t ó en la i n d i f e r e n c i a y en la i m p i e d a d .
E l h o m b r e , sin e m b a r g o , p u e d e t o d a v í a b u s c a r y hallar
en o t r a p a r t e . R e p u d i e t o d a s esas ideas de individualidad
q u e l i m i t a n su v i s t a , y a c u é r d e s e de las r e l a c i o n e s que en-
t r e él y su r a z a e x i s t e n ; e n e s t a s r e l a c i o n e s h a l l a r á pro-
b a b i l i d a d e s cada vez m a y o r e s de a l c a n z a r la v e r d a d . Des-
p r e c i a las o p i n i o n e s de su infancia, h a c e poco caso de las
de su j u v e n t u d y desconfía de las de su v i r i l i d a d ; pero,
¿qué p i e n s a de las o p i n i o n e s de su r a z a ? ¿No h a y en ellas
u n criterio de v e r d a d q u e á cada e d a d sucesiva de la hu-
m a n i d a d a u m e n t a en precisión y p o d e r y e n c u e n t r a su
m á x i m u m en el u n á n i m e a s e n t i m i e n t o de la h u m a n i d a d
entera?
A u n q u e , filosóficamente h a b l a n d o , n o t e n g a m o s u n cri-
t e r i o a b s o l u t o de l a v e r d a d , el p r i n c i p i o e n v i r t u d del cual
 — 243 —
podemos e l e v a r n o s á u n a c e r t e z a m á s c o m p l e t a cada vez
es ese, creo y o . L o s metafísicos q u e h a n t r a t a d o este a s u n -
to se h a n dejado e q u i v o c a r , á m i p a r e c e r , p o r h a b e r c o m -
prendido i m p e r f e c t a m e n t e la v e r d a d e r a s i t u a c i ó n del h o m -
bre; h a n l i m i t a d o sus p e n s a m i e n t o s á u n a sola fase de su
c a r r e r a , y n o h a n visto las cosas n i con b a s t a n t e a m p l i -
tud n i b a s t a n t e filosóficamente. G u a n d o r e c h a z a m o s la
doctrina o r i e n t a l q u e h a c e del i n d i v i d u o el c e n t r o d e s d e
donde debe a b a r c a r s e el u n i v e r s o , y e l e g i m o s n u e s t r o
punto de v i s t a e n m á s sólido t e r r e n o , desde d o n d e pode-
mos a l c a n z a r á ver m á s , h a c e m o s en metafísica lo q u e
hizo la a s t r o n o m í a c u a n d o s u s t i t u y ó el p u n t o de v i s t a h e -
liocéntrico al g e o c é n t r i c o , y es p r o b a b l e q u e e s t e c a m b i o
sea i g u a l m e n t e fecundo en r e s u l t a d o s p a r a n o s o t r o s . Si
fuera n e c e s a r i o n o n o s c o s t a r í a g r a n t r a b a j o a p o y a r esta
doctrina con ejemplos t o m a d o s de la v i d a o r d i n a r i a . ¿ C u á n -
tas veces n o n o s o c u r r e d u d a r de n u e s t r o p r o p i o j u i c i o y
pedir consejo á u n a m i g o ? ¿ Y n o e s t a m o s m u c h o m á s
convencidos de q u e e s t a m o s e n lo cierto c u a n d o t e n e m o s
á la opinión p ú b l i c a de n u e s t r a p a r t e ? L a I g l e s i a m i s m a ,
¿no h a convocado concilios con la e s p e r a n z a de e n c o n t r a r
en ellos m á s s e g u r o m e d i o de a l c a n z a r la v e r d a d ? U n con-
cilio m e r e c e s i e m p r e m á s confianza q u e u n i n d i v i d u o , sea
el que q u i e r a . L a p r o b a b i l i d a d de u n a o p i n i ó n a u m e n t a
con el n ú m e r o de e s p í r i t u s q u e de ella p a r t i c i p a n , y p o r
eso formulo e s t a c o n c l u s i ó n : q u e el h o m b r e p u e d e e n c o n -
trar u n criterio de v e r d a d e n el c o n s e n t i m i e n t o u n á n i m e
de la r a z a h u m a n a , c r i t e r i o q u e es s u s c e p t i b l e á su v e z
de precisión cada vez m a y o r con la difusión de los c o n o -
cimientos y de las l u c e s . P o r eso t a m b i é n n o veo el por-
venir de la h u m a n i d a d t a n s o m b r í o c o m o los filósofos
antiguos. M u y al c o n t r a r i o , m e i n v i t o á e s p e r a r . S o n ex-
celentes a u g u r i o s p a r a el p o r v e n i r de la filosofía esas g r a n -
des invenciones m e c á n i c a s y físicas q u e m u l t i p l i c a n los
medios de c o m u n i c a c i ó n , y s u p r i m e n , p o r decirlo así, l a s
distancias en la superficie del g l o b o . D e a q u í s a l d r á n n e -
cesariamente colisiones i n t e l e c t u a l e s ; l a s diferentes opi-
niones se modificarán al c o n t a c t o u n a de o t r a ; l a s n a c i o -
nes se e s t u d i a r á n y a n a l i z a r á n , y de a h í s u r g i r á la v e r d a d .
Todo lo que n o h a y a p o d i d o r e s i s t i r la p r u e b a s e r á fatal-
 — 244 —
m e n t e c o n d e n a d o , y la m e n t i r a y l a i m p o s t u r a , p o r pode-
r o s a m e n t e q u e s e a n a p o y a d a s , d e s a p a r e c e r á n p a r a n o vol-
v e r . E l h o m b r e p u e d e confiar p l e n a m e n t e e n este s u p r e -
m o t r i b u n a l ; h a l l a e n él u n c r i t e r i o , q u e , filosóficamente
h a b l a n d o , e s t á lejos de ser a b s o l u t o , p e r o que es el m á s
elevado q u e le sea dable o b t e n e r , p u e s t o q u e n o t i e n e otro
t r i b u n a l al q u e p u e d a a p e l a r de las decisiones de é s t e .
Q u i z á h e h e c h o m a l al e x p r e s a r m e t a n c a t e g ó r i c a m e n t e ;
c o n v i e n e ser h u m i l d e t r a t á n d o s e de u n a s u n t o q u e h a sido
h o n r a d o con los t r a b a j o s de los m á s g r a n d e s genios de la
I n d i a , de A l e j a n d r í a y de l a E u r o p a m o d e r n a .
Quiero a u n , a n t e s de t e r m i n a r este c a p í t u l o , h a c e r ob-
s e r v a r q u e l a s ideas q u e h e e m i t i d o r e s p e c t o á los re-
s u l t a d o s o b t e n i d o s p o r la filosofía griega se m e h a n pre-
s e n t a d o d e s p u é s de largo y c o n c i e n z u d o estudio de la
c u e s t i ó n . S o n , n o o b s t a n t e , sus r e s u l t a d o s afirmativos y
n o los n e g a t i v o s , p u e s n o d e b e m o s olvidar q u e si p o r u n a
p a r t e e r a n a d o p t a d a s las d o c t r i n a s p a n t e í s t a s de la n a t u -
r a l e z a de D i o s y de la v i d a u n i v e r s a l , así como las teorías
de E m a n a c i ó n , T r a n s m i g r a c i ó n , T r a n s m u t a c i ó n , Absor-
ción y o t r a s m á s , p o r o t r a p a r t e se m a n i f e s t a b a t a m b i é n
c i e r t a t e n d e n c i a al a t e í s m o y á la i m p i e d a d completa.
E s t o s r e s u l t a d o s n e g a t i v o s se h a l l a n t a m b i é n en el bu-
d h i s m o i n d i o , del que a n t e r i o r m e n t e h e m o s h a b l a d o ; has-
t a es t a n c o m p l e t a la a n a l o g í a e n t r e el m o d o dé desarrollo
i n t e l e c t u a l de E u r o p a y el de A s i a , q u e es difícil indicar
u n a sola d o c t r i n a , n i a u n a c c e s o r i a , de u n a de l a s dos
filosofías q u e n o t e n g a su paralelo en l a o t r a . Así, n o sin
r a z ó n los filósofos a l e j a n d r i n o s , que conocían profunda-
m e n t e a m b o s s i s t e m a s , f o r m u l a r o n la c o n c l u s i ó n de que
e s t a s s i n g u l a r e s c o i n c i d e n c i a s n o p o d í a n explicarse sino
a d m i t i e n d o la e x i s t e n c i a de u n a a n t i g u a revelación que
h a b í a llegado h a s t a ellos. E n esto, s i n e m b a r g o , se enga-
ñ a r o n ; la explicación v e r d a d e r a e s t á en el h e c h o de que
l a m a r c h a de la i n t e l i g e n c i a h u m a n a , y las conclusiones
finales á q u e c o n d u c e el e x a m e n de los m i s m o s problemas
s o n i d é n t i c a s en t o d a s las r e g i o n e s del globo.
N o e n t r a e n el p l a n q u e m e h e t r a z a d o s e g u i r estos
p r i n c i p i o s filosóficos e n su aplicación p r á c t i c a á l a vida
c o m ú n ; el a s u n t o e s , s i n e m b a r g o , de t a n p o d e r o s o inte-
 — 245 —

r e s , que el lector m e p e r m i t i r á c o n s a g r a r l e a l g u n a s lí-

neas. U n a o b s e r v a c i ó n superficial podría h a c e r p e n s a r q u e ,
por n u m e r o s o s q u e fueran los p u n t o s de s e m e j a n z a e n t r e
a m b a s d o c t r i n a s , d e b i e r o n diferir m u c h o en sus m o d o s
de aplicación. E s , en efecto, j u s t o decir q u e , en g e n e r a l ,
las m i s m a s d o c t r i n a s q u e en la I n d i a fueron á d a r en
el q u i e t i s m o y en la i n d i f e r e n c i a , e n g e n d r a r o n e n t r e los
estoicos de I t a l i a y de G r e c i a e x t r e m a d a a c t i v i d a d ; p e r o
si este fuese el sitio o p o r t u n o p o d r í a d e m o s t r a r q u e e s t a
aparente divergencia oculta realmente completa identi-
dad. E l m o d o de e x i s t e n c i a del h o m b r e d e p e n d e , sobre
todo, de las c o n d i c i o n e s geográficas en q u e se h a l l a , m a -
nifestándose m á s sus i n s t i n t i v a s disposiciones á la a c t i -
vidad á m e d i d a q u e crece la l a t i t u d e n q u e vive. Bajo la
línea equinoccial se s i e n t e m u y poco i n c l i n a d o á la acción,
y la influencia del c l i m a le h a c e preferir el q u i e t i s m o .
Las fórmulas filosóficas q u e en l a s a r d i e n t e s l l a n u r a s de
la I n d i a se t r a d u c e n en u n a vida de t r a n q u i l i d a d y sosie-
go, h a l l a n su e x p r e s i ó n en m e d i o de la a t m ó s f e r a m á s
densa de E u r o p a en u n a v i d a de c o m p l e t a a c t i v i d a d . P o r
la m i s m a r a z ó n , el m o n j e africano, p e r s u a d i d o m á s t a r d e
de que t o d a t e n t a t i v a c o n t r a los o b s t á c u l o s q u e le susci-
taba la n a t u r a l e z a e r a u n a r e b e l i ó n c o n t r a la P r o v i d e n c i a
d i v i n a , p e r d i ó su v i d a en t r e n z a r c e s t a s y e s t e r a s ó e n
meditar en la soledad de las c a v e r n a s de la T e b a i d a . E l
monje e u r o p e o , p o r el c o n t r a r i o , se e n t r e g ó á l o s t r a b a j o s
de la a g r i c u l t u r a , desplegó c o n s i d e r a b l e a c t i v i d a d social
y ayudó así p o d e r o s í s i m a m e n t e á los p r o g r e s o s de la civi-
lización en I n g l a t e r r a , F r a n c i a y G e r m a n i a . E s t a s dife-
rentes c o n s i d e r a c i o n e s , si se las o t o r g a la a t e n c i ó n q u e
m e r e c e n , c o n d u c e n á l a c o n c l u s i ó n de q u e l a v i d a h u -
m a n a , en t o d a su d i v e r s i d a d , d e p e n d e de c o n d i c i o n e s p r i -
marias d e t e r m i n a n t e s , q u e son i d é n t i c a m e n t e las m i s m a s
en todas las r e g i o n e s y en t o d o s los climas.
 CAPÍTULO V i l i

Dig^resíión sobre la h i s t o r i a
y la influencia filosófica de Roma.

D e s p u é s de h a b e r e s t u d i a d o el p r o g r e s o i n t e l e c t u a l de
G r e c i a , p a s e m o s , c o n f o r m e al p l a n q u e n o s h e m o s traza-
do, a l e x a m e n del p r o g r e s o i n t e l e c t u a l de E u r o p a . E l
m o v i m i e n t o i n t e l e c t u a l de G r e c i a e s e l m o d e l o tipo del
m o v i m i e n t o i n t e l e c t u a l del c o n t i n e n t e e n t e r o .
L a p r i m e r a e d a d i n t e l e c t u a l d e E u r o p a , l a e d a d de
c r e d u l i d a d , h a sido y a e s t u d i a d a e n p a r t e e n el capítu-
lo I I , e s p e c i a l m e n t e e n l o que á G r e c i a c o n c i e r n e . Me
p r o p o n g o a h o r a , d e s p u é s d e a l g u n a s o b s e r v a c i o n e s que
debo p r e s e n t a r a n t e s de dejar este a s u n t o , e s t u d i a r la se-
g u n d a edad i n t e l e c t u a l de E u r o p a , l a edad de e x a m e n .
L o q u e se h a d i c h o a n t e r i o r m e n t e á p r o p ó s i t o de G r e -
c i a , p r e p a r a n a t u r a l m e n t e el c a m i n o á estas observacio-
n e s . L a E u r o p a m e r i d i o n a l e s t a b a , bajo el p u n t o de vista
filosófico y s o c i a l , m u c h o m á s a d e l a n t a d a q u e las regio-
n e s del c e n t r o y del N o r t e . L a civilización siguió la di-
r e c c i ó n del S u r al N o r t e y a p e n a s si h a a l c a n z a d o h o y los
l í m i t e s e x t r e m o s del c o n t i n e n t e . L o s a v e n t u r e r o s emi-
g r a n t e s q u e , e n l a s e d a d e s p r i m i t i v a s h a b í a n v e n i d o de
A s i a , habían legado á las generaciones siguientes duro y
difícil p o r v e n i r ; en l a s l u c h a s i n c e s a n t e s q u e les costaron
la c o n s e r v a c i ó n y el s o s t é n de su e x i s t e n c i a , t o d o recuer-
do de su p a r e n t e s c o con el O r i e n t e se d e s v a n e c i ó , los co-
n o c i m i e n t o s p e r e c i e r o n , las ideas religiosas se envilecie-
r o n y las p o b l a c i o n e s c a y e r o n e n e l m i s m o e s t a d o inte-
l e c t u a l q u e h u b i e r a n p r e s e n t a d o si h u b i e r a n n a c i d o en el
m i s m o suelo q u e a c t u a l m e n t e o c u p a b a n .
 — 247 —
L a religión de los b á r b a r o s e u r o p e o s se p a r e c í a e n m u -
chos p u n t o s á la de los i n d i o s de A m é r i c a . R e c o n o c í a n u n
gran espíritu o m n i p o t e n t e , omnisciente y omnipresente.
A.1 principio n o le r e p r e s e n t a b a n en f o r m a h u m a n a y n o
tenían t e m p l o s ; t r a t a b a n de h a c é r s e l e propicio sacrificán-
dole sobre sus groseros a l t a r e s a n i m a l e s c o m o el c a b a l l o ,
y h a s t a h o m b r e s . C r e í a n q u e este g r a n e s p í r i t u se dejaba
oir á veces p o r la n o c h e en los b o s q u e s s o m b r í o s , p e r o
en g e n e r a l le s u p o n í a n d e m a s i a d o lejos p a r a que fuese
accesible á sus o r a c i o n e s ; de a h í n a c i ó en a l m a s i m p r e -
sionadas p o r c o n t i n u o t e r r o r el c u l t o de los a s t r o s q u e ,
en todas las r e g i o n e s del g l o b o , m a r c a la s e g u n d a e d a d
de la teología c o m p a r a d a . E l aire de s a n t i d a d que á los
bosques d a b a n su oscuridad, su silencio y su soledad, d e -
bían h a c e r s u p o n e r la p r e s e n c i a en ellos de seres m i s t e -
riosos, y de a h í los árboles y los b o s q u e s s a g r a d o s . E n
E u r o p a e n t e r a r e i n a b a vaga c r e e n c i a en la e x i s t e n c i a del
alma después de la m u e r t e del c u e r p o ; en c u a n t o al esta-
do en que e n t o n c e s se h a l l a b a , l a s o p i n i o n e s a d m i t i d a s
en este r e s p e c t o e r a n m u y d i v e r s a s . Allí todavía, c o m o
en todos los d e m á s p u e b l o s , los s a c e r d o t e s s a c a b a n au-
gurios y a d i v i n a b a n el p o r v e n i r .
A u n q u e los s a c e r d o t e s e s t u v i e s e n e n c a r g a d o s de cele-
brar las c e r e m o n i a s r e l i g i o s a s , n o p a r e c e q u e e s t u v i e s e n
organizados de m o d o q u e p u d i e r a n o b r a r t o d o s de con-
cierto y p e r s e g u i r en c o m ú n u n fin político c o n s t a n t e .
E r a n asistidos e n sus funciones p o r las s a c e r d o t i s a s , s a n -
tas m u j e r e s que e r a n objeto de p r o f u n d a v e n e r a c i ó n , y
que sin d u d a p r e p a r a r o n el c a m i n o al culto de la V i r g e n
María. E n las n a c i o n e s célticas, los d r u i d a s e r a n á la vez
s a c e r d o t e s , m a g o s y m é d i c o s ; en l u g a r de t e m p l o s , t e -
nían altares t a l l a d o s e n la r o c a , c r o m l e c h s , y o t r a s g r o -
seras c o n s t r u c c i o n e s del m i s m o g é n e r o . S u s d o c t r i n a s
religiosas r e c u e r d a n e n m u c h o s p u n t o s l a s del R i g - V e d a ;
se t r a s m i t í a n de g e n e r a c i ó n en g e n e r a c i ó n e n f o r m a de
cantos.
E s t e s i s t e m a religioso de E u r o p a a n t i g u a e r a p u r a -
m e n t e local y carecía de u n a j e r a r q u í a o r g a n i z a d a , a u n
e n t r e los c e l t a s , d o n d e n o existía m á s q u e en a p a r i e n c i a
algo s e m e j a n t e . E s a es la c a u s a de su debilidad y n o o t r a
 — 248 -

lo fué de su caída. L a s n a c i o n e s g e r m á n i c a s , al e m i g r a r
a r m a d a s h a c i a el S u r , debieron dejar á su e s p a l d a sus
b o s q u e s y e n c i n a s c o n s a g r a d a s . E n las n u e v a s regiones
d o n d e se e s t a b l e c i e r o n , h a l l a r o n las cosas en diferente
e s t a d o : u n a casta s a c e r d o t a l f u e r t e m e n t e o r g a n i z a d a se-
g ú n los p r i n c i p i o s del a n t i g u o s i s t e m a político r o m a n o ;
u n c u l t o , c u y o s objetos n o e s t a b a n ligados á n i n g u n a lo-
calidad p a r t i c u l a r y cuyos escritos sagrados y e m b l e m a s ,
la cruz en los e s t a n d a r t e s de los ejércitos y el crucifijo
e n el p e c h o de l o s s a n t o s , t e n í a n e n t r a d a en t o d a s las re-
g i o n e s del u n i v e r s o . E n m e d i o de los e s p l é n d i d o s restos
de la a r q u i t e c t u r a de a q u e l l o s r o m a n o s q u e en otro tiem-
p o h a b í a n dado leyes al m u n d o e n t e r o , h a l l a r o n nueva
religión q u e les ofrecía s o l e m n e s y m i s t e r i o s a s ceremo-
n i a s y les e n s e ñ a b a q u e la vida p r e s e n t e es sólo pasajera
y n o es n a d a r e s p e c t o de la v i d a e t e r n a q u e la h a de se-
g u i r , vida m u y d i s t i n t a de la q u e p r o m e t í a l a estéril
d o c t r i n a d r u í d i c a de la t r a n s m i g r a c i ó n de las almas,
m u y d i s t i n t a t a m b i é n de la del p a r a í s o de O d i n , donde
los v a l i e n t e s p a s a n e l t i e m p o en b e b e r e ü copas h e c h a s
con los c r á n e o s de l o s e n e m i g o s q u e h a n m a t a d o en la
tierra.
E l e s t u d i o de la e d a d de e x a m e n e n E u r o p a n o puede,
p u e s , s e p a r a r s e del de la h i s t o r i a de E o m a . E s t a edad si-
guió u n a dirección religiosa e n t e r a m e n t e n u e v a , y ese es
su c a r á c t e r e s e n c i a l . E n l u g a r de d o g m a s de escuelas
filosóficas r i v a l e s , t e n e m o s a h o r a a n t e n o s o t r o s opinio-
n e s de sectas e n e m i g a s . T o d a la h i s t o r i a de estos desgra-
ciados t i e m p o s lleva la s e ñ a l del e s p í r i t u d i s t i n t i v o de la
política r o m a n a , e s p í r i t u p r á c t i c o y de o r g a n i z a c i ó n . L a
d e m o c r a c i a g r i e g a q u e m a n i f e s t a b a o p u e s t a tendencia,
produjo los sofistas y los excépticos. E l i m p e r i a l i s m o ro-
m a n o , p o r el c o n t r a r i o , se m o s t r ó e m i n e n t e m e n t e orga-
n i z a d o r ; t r a t ó c o n s t a n t e m e n t e de h a c e r p r e v a l e c e r la
u n i d a d y m e d i a n t e la a u t o r i d a d de concilios c o m o el de
Nicea, m a r c ó la l í n e a de d e m a r c a c i ó n e n t r e la ortodoxia y
l a h e r e g í a . C o n f o r m á n d o m e con l a s ideas de S a n Agustín
e n su o b r a La ciudad de Dios, a d o p t o el s a q u e o de Eoma
p o r Alarico c o m o el a c o n t e c i m i e n t o m á s p r o p i o para
c e r r a r e s t a edad de la h i s t o r i a e u r o p e a . D e e s t e modo
 — 249 —
viene á fundirse en la edad de fe, que e m p i e z a i n d i s -
p e n s a b l e m e n t e en la f u n d a c i ó n de C o n s t a n t i n o p l a .
E l d e s a r r o l l o de la v i d a i n t e l e c t u a l de G r e c i a h a b í a
sido c o m p l e t o en cada u n a de sus fases; n o sucedió lo
m i s m o en R o m a , d o n d e t u v o p r e m a t u r o fin. N o h a b i e n -
do vivido sino m e d i a n t e la v i o l e n c i a , p e r e c i e r o n los r o -
m a n o s v í c t i m a s de sus c o n q u i s t a s y de sus propios crí-
m e n e s . L a p o b l a c i ó n r o m a n a sólo e n e s c a s í s i m a p a r t e
fué d e s t r u i d a p o r l a g u e r r a ; desapareció sobre t o d o , fa-
t a l m e n t e a b s o r b i d a p o r las n u m e r o s a s r a z a s con q u e
estuvo s u c e s i v a m e n t e en c o n t a c t o .
No sin c i e r t a desconfianza e x p o n g o e s t a h i s t o r i a de
R o m a . L a i n m e n s a e x t e n s i ó n del i m p e r i o r o m a n o y la
imposibilidad de d i s c e r n i r la v e r d a d e r a n a t u r a l e z a de los
móviles políticos á t r a v é s de la oscuridad de t a n t o s si-
glos , a p e n a s p e r m i t e n ver las cosas con la elevación y
claridad n e c e s a r i a s . V i v i e n d o e n m e d i o de u n e s t a d o so-
cial nacido de los a c o n t e c i m i e n t o s m i s m o s q u e t e n e m o s
que e x a m i n a r , n o s c u e s t a n o poco t r a b a j o e m a n c i p a r n o s
de las i l u s i o n e s de la p e r s p e c t i v a h i s t ó r i c a y r e d u c i r las
cosas á su v e r d a d e r a s i t u a c i ó n y á sus p r o p o r c i o n e s r e a -
les. E n t r e m i l h e c h o s , t o d o s i m p o r t a n t e s y l l e n o s de i n -
terés ¿ c ó m o p o n d r e m o s el dedo en los h e c h o s v e r d a d e -
r a m e n t e c a p i t a l e s ? ¿ C ó m o p o d r e m o s d i s c e r n i r las rela-
ciones e x a c t a s de las diferentes p a r t e s de ese prodigioso
f e n ó m e n o , el i m p e r i o r o m a n o , cuyos a c o n t e c i m i e n t o s
desaparecen y se d i s u e l v e n , p o r decirlo así, u n o en o t r o ?
Advertido p o r el ejemplo de los q u e h a n e s c u c h a d o c o n
sobrada c o m p l a c e n c i a á su i m a g i n a c i ó n , t r a t a r é c o n s t a n -
t e m e n t e de aplicar el t e s t i m o n i o del s e n t i d o c o m ú n á los
hechos q u e m e h a y a n de o c u p a r ; p e r s u a d i d o t a m b i é n de
que el h o m b r e h a p e n s a d o y o b r a d o s i e m p r e p o r los m i s -
mos p r i n c i p i o s , j u z g a r é los a c o n t e c i m i e n t o s p a s a d o s exac-
t a m e n t e del m i s m o m o d o q u e los de n u e s t r o t i e m p o .
L a h i s t o r i a c o m p l e t a de R o m a es la de dos t e o c r a c i a s
y una dominación militar intercalada entre ambas. L a
p r i m e r a de e s t a s t e o c r a c i a s c o r r e s p o n d e á la época fabu-
losa de los r e y e s , l a s e g u n d a á la época de los e m p e r a -
dores c r i s t i a n o s y de los p a p a s , y l a d o m i n a c i ó n m i l i t a r
á los t i e m p o s de la r e p ú b l i c a y de los p r i m e r o s C é s a r e s .
 — 250 -
L a h i s t o r i a de la p r i m e r a teocracia e s t á de t a l m o d o
c a r g a d a de l e y e n d a s y ficciones, q u e es i m p o s i b l e cono-
c e r l a s a t i s f a c t o r i a m e n t e . L a s biografías de los p r i m e r o s
reyes p a r e c e n t a n e v i d e n t e m e n t e ser s i m p l e s n o v e l a s q u e ,
d e s d e N i e b u h r , n o las a c e p t a n ya con otro t í t u l o los his-
t o r i a d o r e s . Bajo los r e i n a d o s de los e m p e r a d o r e s p a g a n o s
h u b i e r a sido i m p r u d e n t e i n s i n u a r p ú b l i c a m e n t e e n R o m a
a l g u n a s d u d a s r e s p e c t o á l e y e n d a s c o n s a g r a d a s p o r el
t i e m p o , c o m o las de la loba q u e a m a m a n t ó á R ó m u l o y á
R e m o , la a s c e n s i ó n de R ó m u l o á los cielos, la de la ninfa
E g e r i a , el c o m b a t e de H o r a c i o s y C u r i á c i o s , C u r c i o sal-
t a n d o el a b i s m o con su c a b a l l o , T a r q u i n o c o r t a n d o u n
guijarro con u n a navaja, la Sibila y sus libros. E l histo-
r i a d o r m o d e r n o d i s p o n e , p u e s , de p o q u í s i m o s m a t e r i a l e s
s e g u r o s , y se ve r e d u c i d o á las c o n j e t u r a s . P u e d e a d m i t i r
q u e s a b i n o s y r o m a n o s se u n i e r o n y s o m e t i e r o n j u n t o s á
Alba y á los l a t i n o s ; q u e p a r t e de los v e n c i d o s se e s t a b l e -
ció e n el m o n t e A v e n t i n o y formó l a clase inferior de los
p l e b e y o s , origen p r o b a b l e de l a s castas q u e d u r a n t e t a n t o
t i e m p o afligieron á R o m a ; q u e la p r i m e r a o c u p a c i ó n de
l o s r o m a n o s fué la a g r i c u l t u r a , que a c o s t u m b r a á los h o m -
b r e s á la g r a d a c i ó n de los r a n g o s , d e s a r r o l l a s u s s e n t i -
m i e n t o s religiosos y les e n c a m i n a t a m b i é n á la s u p e r s t i -
c i ó n ; q u e el E s t a d o n a c i e n t e debió d e s d e u n p r i n c i p i o
a t a c a r á sus vecinos y c o n t r a e r así la c o s t u m b r e de las
g u e r r a s a g r e s i v a s á q u e s i e m p r e fué fiel; q u e u n o de los
p r i m e r o s h e c h o s de su h i s t o r i a fué la fundación de la ciu-
d a d de O s t i a , en la d e s e m b o c a d u r a del T í b e r , d e s t i n a d a
á p r o t e g e r sus n u m e r o s o s p i r a t a s ; q u e , p o r ú l t i m o , — c o m o
lo i n d i c a la l e y e n d a de L u c r e c i a — á c o n s e c u e n c i a de al-
g u n a c o n s p i r a c i ó n m i l i t a r s e m e j a n t e á l a s q u e t a n fre-
c u e n t e s fueron m á s t a r d e , los reyes fueron e x p u l s a d o s , su-
c e d i e n d o á la m o n a r q u í a u n a d o m i n a c i ó n m i l i t a r q u e se
h a l l a m a d o r e p ú b l i c a , p e r o q u e n o era en r e a l i d a d m á s
q u e u n a liga f o r m a d a p o r a l g u n a s familias p o d e r o s a s .
Bajo los r e y e s , y a u n d u r a n t e m u c h o t i e m p o bajo la
r e p ú b l i c a , los ú n i c o s h e c h o s d i g n o s de i n t e r é s q u e la his-
t o r i a i n t e r i o r de R o m a p r e s e n t a son las l u c h a s de la clase
inferior con l a s u p e r i o r , las l u c h a s de p a t r i c i o s y plebeyos.
E s t o s r e i v i n d i c a n su d e r e c h o á las t i e r r a s q u e su valor
 — 251 —
h a c o n q u i s t a d o , y a r r a n c a n á los p a t r i c i o s la ley V a l e r i a .
L a t i n o s y h é r n i c o s o b t i e n e n iguales d e r e c h o s q u e los r o -
m a n o s . L a elección de los t r i b u n o s p a s a de las c e n t u r i a s á
las t r i b u s ; la ley q u e p r o h i b e los m a t r i m o n i o s e n t r e pa-
tricios y p l e b e y o s . q u e d a abolida; los plebeyos, en fin, s o n
declarados a p t o s p a r a los cargos de c ó n s u l , d i c t a d o r , c e n -
sor y p r e t o r .
E s t a s discordias i n t e s t i n a s fueron las q u e h i c i e r o n de
la g u e r r a u n a n e c e s i d a d fatal p a r a E o m a . L a clase s u p e -
rior d i s m i n u í a c o n s t a n t e m e n t e e n n ú m e r o , m i e n t r a s la
inferior crecía t a n r á p i d a m e n t e c o m o l a p r i m e r a se d e b i -
l i t a b a ; el orgulloso é i n e x o r a b l e p a t r i c i o l l e n a b a de d e u -
dores su prisión p r i v a d a ; la i n s u r r e c c i ó n e r a c o n s e c u e n -
cia i n e v i t a b l e de s e m e j a n t e s i t u a c i ó n ; la g u e r r a e x t e r i o r
era el ú n i c o r e m e d i o de este m a l . P o c o á poco a m b o s
partidos r e c o n o c e n c u á n t o les i m p o r t a m a r c h a r u n i d o s
c o r d i a l m e n t e , y c o n s a g r a n sus esfuerzos r e u n i d o s á ex-
t e n d e r su d o m i n i o e n el e x t e r i o r .
No lo l o g r a r o n al p r i n c i p i o s i n o c o n g r a n dificultad.
H a s t a la época de la t o m a de la c i u d a d p o r l o s galos, E o -
ma tuvo que l u c h a r p o r su p r o p i a e x i s t e n c i a c o n t r a las
ciudades y r e y e s q u e la r o d e a b a n . H a s t a e s t a m o s a u t o r i -
zados p a r a c r e e r h o y q u e la c i u d a d fué t o m a d a p o r P o r -
sena d u r a n t e la g u e r r a q u e siguió á la e x p u l s i ó n de los
t a r q u i n o s . L a influencia r o m a n a se e x t e n d i ó al p r i n c i p i o
hacia el S u r . T a r e n t o , u n a de l a s c i u d a d e s de I t a l i a m e -
ridional, l l a m ó e n su socorro á P i r r o , r e y de E p i r o , q u e
hizo p o q u í s i m o p o r su aliada, y q u e sólo vio á E o m a des-
de lo alto de la acrópolis de P r e n e s t e . D e él a p r e n d i e r o n
los r o m a n o s el a r t e de fortificar los c a m p o s , y t o m a r o n
la idea de i n v a d i r á Sicilia. E n t o n c e s se p u s o p o r p r i m e -
ra vez la n a c i e n t e r e p ú b l i c a en c o n t a c t o con los c a r t a g i -
neses; en las g u e r r a s s i g u i e n t e s s u p o c o n o c e r el valor de
E s p a ñ a y de G a l i a , de d o n d e los c a r t a g i n e s e s s a c a b a n i n -
mensos r e c u r s o s en m e r c e n a r i o s y m u n i c i o n e s de guerra^
A p a r t i r de este m o m e n t o , los p r o g r e s o s q u e E o m a h i z o
para su futura g r a n d e z a fueron v e r d a d e r a m e n t e p r o d i g i o -
sos. C o m p r e n d i e n d o e n s e g u i d a q u e t o d o d e p e n d í a p a r a
ella del d o m i n i o del m a r , se p u s o con i n f a t i g a b l e e n e r g í a á
crearse u n a flota. S u s e s p e r a n z a s e n este r e s p e c t o f u e r o n
 - 252 —

m á s q u e r e a l i z a d a s , y es c i e r t í s i m o q u e n e c e s i t ó m á s
t i e m p o p a r a c o n q u i s t a r u n r i n c ó n de t i e r r a e n I t a l i a que
p a r a s o m e t e r al m u n d o e n t e r o u n a vez q u e fué d u e ñ a del
M e d i t e r r á n e o . L a e x p e r i e n c i a de Agatocles la e n s e ñ ó que
el ú n i c o m e d i o de v e n c e r á C a r t a g o era i n v a d i r el África.
L o s p r i n c i p i o s que dirigían la política de R o m a y la situa-
ción q u e o c u p a b a al fin de la p r i m e r a g u e r r a p ú n i c a e s t á n
m u y c l a r a m e n t e dibujados en el t r a t a d o q u e l a p u s o fin.
C a r t a g o debía e v a c u a r t o d a s las islas del M e d i t e r r á n e o y
p a g a r t r e s m i l t a l e n t o s . C a r t a g o h a b í a a l c a n z a d o el fin á
q u e se h a b í a e x c l u s i v a m e n t e c o n s a g r a d o : h a b í a a d q u i r i d o
i n m e n s a s r i q u e z a s y h a b í a llegado t a m b i é n á la m a y o r
perfección en las a r t e s . S u p r o s p e r i d a d , sin e m b a r g o , ó
m á s b i e n el m o d o con q u e la h a b í a o b t e n i d o , la h a b í a de-
b i l i t a d o c o n s i d e r a b l e m e n t e , así c o m o las c o n d i c i o n e s po-
líticas a n o r m a l e s en q u e se h a b í a verificado su desarrollo;
e r a , en efecto, u n a a n o m a l í a que u n p u e b l o de origen
a s i á t i c o viviese bajo u n g o b i e r n o d e m o c r á t i c o . E s t a ano-
m a l l a e r a c o n s e c u e n c i a e v i d e n t e de la posición secunda-
r i a q u e h a b í a o c u p a d o C a r t a g o en u n p r i n c i p i o c o m o co-
l o n i a tiria, n o h a b i e n d o podido d e s a c o s t u m b r a r s e sus ricos
c i u d a d a n o s á e s p e r a r de la m a d r e p a t r i a h o n o r e s y distin-
c i o n e s . E n C a r t a g o , c o m o en todas las n a c i o n e s comer-
ciales , los c i u d a d a n o s n o se h a c í a n soldados s i n o con re-
p u g n a n c i a , y p o r eso t u v o q u e r e c u r r i r á m e n u d o al
e m p l e o de t r o p a s m e r c e n a r i a s . L o s r o m a n o s recibieron
de ellos v a r i a s lecciones de a l t a i m p o r t a n c i a ; C a r t a g o les
confirmó en l a e s t i m a c i ó n q u e h a b í a n c o n c e b i d o p o r el
p o d e r n a v a l ; les t r a n s m i t i ó el a r t e de c o n s t r u i r b u q u e s y
de m a n e j a r l o s , y les e n s e ñ ó á h a c e r c a m i n o s m i l i t a r e s .
L a s t r i b u s de la I t a l i a del N o r t e a c a b a b a n a p e n a s de ser
e n c e r r a d a s en el círculo de la d o m i n a c i ó n r o m a n a , cuan-
do u n a flota, c r e a d a á orillas del m a r A d r i á t i c o bajo el
p r e t e x t o de d e s t r u i r á los p i r a t a s , a n o n a d a b a el poder
m a r í t i m o de los ilirios. E n t o d o t i e m p o el M e d i t e r r á n e o
h a b í a sido infestado p o r los p i r a t a s , q u e a r r e b a t a b a n á los
h a b i t a n t e s de l a s costas y r e a l i z a b a n i n m e n s o s beneficios
y e n d o á v e n d e r l o s á D é l o s ó á otros m e r c a d o s de escla-
vos. E n a q u e l l a época se h a b í a e v i d e n c i a d o q u e la clave
del d o m i n i o definitivo del M e d i t e r r á n e o e r a E s p a ñ a , la
 — 253 —
g r a n c o m a r c a que p r o d u c í a la p l a t a . T a l fué el o r i g e n de
la s e g u n d a g u e r r a p ú n i c a .
I n ú t i l es r e p e t i r l a h i s t o r i a t a n conocida de A n í b a l y
cómo puso á E o m a á u n paso de su p e r d i c i ó n . L a n a t u -
raleza de las r e l a c i o n e s q u e h a b í a s o s t e n i d o con los E s -
tados vecinos n o la p e r m i t í a c o n t a r con su a y u d a , y , e n
efecto, su e n e m i g o e n c o n t r ó aliados en la m a y o r p a r t e de
las ciudades g r i e g a s del S u r de I t a l i a .
Nos b a s t a , p a r a d a r n o s c u e n t a de los r e s u l t a d o s de la
segunda g u e r r a p ú n i c a , c o n s u l t a r el t r a t a d o que la t e r -
minó : Oartago debía a b a n d o n a r todos sus b u q u e s , salvo
diez t r i r e m e s , n o h a c e r p o r sí m i s m a ó p o r sus aliados
n i n g u n a g u e r r a sin c o n s e n t i m i e n t o del p u e b l o r o m a n o y
pagar seis m i l t a l e n t o s . E n t o n c e s p e n s ó E o m a en des-
arrollar en m a y o r escala su p r i n c i p i o p o l í t i c o , q u e con-
sistía en d e s o r g a n i z a r los E s t a d o s v e c i n o s p a r a d e b i l i t a r -
los. L l a m a d a p o r los a t e n i e n s e s p a r a defenderles c o n t r a
el rey de M a c e d o n i a , la a m b i c i o s a r e p ú b l i c a se a p o d e r ó
de este p r e t e x t o p a r a p o n e r el pie en G r e c i a d o n d e a p l i -
có por s e g u n d a vez el s i s t e m a de s o s t e n e r l a g u e r r a p o r
la g u e r r a , q u e h a b í a i n a u g u r a d o e n África. L o s r o m a n o s
han pretendido, y probablemente no s i n r a z ó n , que las
gestiones de A n í b a l con A n t i o c o , r e y de S i r i a , fueron
causa del conflicto s u s c i t a d o e n t r e ellos y este m o n a r c a .
Tuvo por r e s u l t a d o el prodigioso e n g r a n d e c i m i e n t o del
territorio de la r e p ú b l i c a , q u e recibió todas las posesio-
nes europeas de A n t i o c o , sus p o s e s i o n e s de Asia al N o r t e
del T a u r o y 1 5 . 0 0 0 t a l e n t o s . L a d i s i p a c i ó n del E r a r i o p ú -
blico por los S c i p i o n e s d e m u e s t r a que ya e m p e z a b a n á
hacerse s e n t i r los efectos de la e n o r m e a c u m u l a c i ó n de r i -
quezas que e n I t a l i a se o p e r a b a . L a r e s i s t e n c i a de P e r -
seo, rey de M a c e d o n i a , n o p u d o devolver á G r e c i a su i n -
d e p e n d e n c i a : l a l u c h a t e r m i n ó c o n la a n e x i ó n de M a c e -
donia, E p i r o é I l i r i a . L o s r e s u l t a d o s fueron p o r lo d e m á s
tan perniciosos p a r a los v e n c e d o r e s c o m o p a r a los v e n c i -
dos; los p r i m e r o s p e r d i e r o n t o d a su g r a n d e z a m o r a l , y e n
cuanto á los s e g u n d o s su r u i n a social fué t a n c o m p l e t a
que d u r a n t e largo t i e m p o el m a t r i m o n i o dejó de u s a r s e
y fué r e e m p l a z a d o p o r el c o n c u b i n a t o . L a p o l í t i c a y la
conducta de R o m a t o m a r o n d e s d e e n t o n c e s c a r á c t e r ver-
 — 254 —

¿laderamente i n f e r n a l . Obligó á l u c h a r de n u e v o á su an-

t i g u a rival, C a r t a g o , y la t e r c e r a g u e r r a p ú n i c a acabó por
l a e n t e r a d e s t r u c c i ó n de e s t a c i u d a d . E n la m i s m a época,
l a opresión bajo la cual h a c í a g e m i r á G r e c i a , provocó
u n a rebelión q u e t e r m i n ó con el s a q u e o ó i n c e n d i o de
C o r i n t o , T e b a s y Caléis. G r e c i a fué así despojada de sus
c u a d r o s , de s u s e s t a t u a s y de todas sus o b r a s de a r t e , que
fueron t r a n s p o r t a d a s á I t a l i a . N a d a e n t o n c e s sino el va-
l o r de s u s h a b i t a n t e s se oponía á la c o n q u i s t a de E s p a -
ñ a . D e s p u é s de l a m u e r t e de V i r i a t o , a s e s i n a d o á i n s t a n -
cias del c ó n s u l C e p i ó n , y c u a n d o el t e r r i b l e sitio de Nu-
m a n c i a h u b o t e r m i n a d o , la r e g i ó n se h i z o p r o v i n c i a r o -
m a n a . P r o n t o la g i g a n t e s c a r e p ú b l i c a se e n g r a n d e c i ó to-
davía con las m á s e s p l é n d i d a s r e g i o n e s de A s i a , legado
i n s e n s a t o q u e la h i z o Á t a l o , r e y de P e r g a m o . L a s r i q u e -
zas de Á f r i c a , de E s p a ñ a , de G r e c i a y de A s i a , afluían
a h o r a á I t a l i a , p e r o en R o m a e m p e z a b a á r e i n a r t o t a l
d e s m o r a l i z a c i ó n . E n v a n o los G r a c o s t r a t a r o n de p o n e r
r e m e d i o al m a l . L a a r i s t o c r a c i a e s t a b a e m b r i a g a d a y era
i n s a c i a b l e é i r r e s i s t i b l e . L a clase m e d i a h a b í a desapare-
c i d o : n o q u e d a b a m á s q u e la n o b l e z a disoluta y el popu-
l a c h o s i n freno. E n m e d i o de esta i n c o n c e b i b l e c o r r u p -
ción , la g u e r r a de Y u g u r t a n o p u d o r e t a r d a r m á s q u e u n
i n s t a n t e la i n e v i t a b l e explosión. P r o n t o estalló la rebe-
lión de los esclavos de Sicilia; fué a h o g a d a en la s a n g r e
de u n m i l l ó n de esos d e s g r a c i a d o s , la m a y o r p a r t e de los
c u a l e s , arrojados á las fieras del c i r c o , s i r v i e r o n p a r a di-
v e r t i r al p u e b l o . O t r a i n s u r r e c c i ó n estalló i n m e d i a t a m e n -
t e , la de los a l i a d o s de I t a l i a , conocida con el n o m b r e de
g u e r r a social; c o n s u m i ó m e d i o m i l l ó n de vidas h u m a n a s ,
p e r o produjo m á s felices r e s u l t a d o s , p u e s t o q u e algunos
de los E s t a d o s i n s u r r e c t o s o b t u v i e r o n el d e r e c h o de ciu-
d a d . L a s i n t r i g a s m e z c l a d a s á todos estos a c o n t e c i m i e n -
t o s , fueron las q u e l l e v a r o n á I t a l i a á los c i m b r o s y á los
t e u t o n e s y a b r i e r o n la l u c h a e n t r e M a r i o y Silia, q u e su-
c e s i v a m e n t e a n e g a r o n á R o m a e n s a n g r e . E l m i s m o es-
p í r i t u se m a n i f e s t ó en la r e b e l i ó n del g l a d i a d o r E s p a r t a -
co, y si fué c o n t e n i d o a l g ú n t i e m p o con e s p a n t o s a s atro-
c i d a d e s , t a l e s c o m o la crucifixión de los p r i s i o n e r o s , no
t a r d ó e n r e a p a r e c e r bajo o t r a f o r m a e n la c o n j u r a c i ó n de
 — 255 —

Catilina. E r a desde e n t o n c e s e v i d e n t e p a r a t o d o s , que l a

posesión del p o d e r a b s o l u t o debía decidirse e n t r e a l g u n o s
jefes de p a r t i d o . P o m p e y o , Craso y César f o r m a r o n el
p r i m e r t r i u n v i r a t o , u s u r p a r o n el p o d e r del S e n a d o y del
p u e b l o , y se c o m p r o m e t i e r o n p o r j u r a m e n t o á n o dejar
nacer n a d a s i n su c o m í m a s e n t i m i e n t o . L a s cosas siguie-
ron e n t o n c e s su i n e v i t a b l e c u r s o . L a m u e r t e de Craso y
la batalla de F a r s a l i a d e j a r o n á César d u e ñ o ú n i c o del
universo, r e s u l t a d o q u e , en a q u e l m o m e n t o , n i n g ú n p o d e r
del m u n d o h u b i e r a p o d i d o i m p e d i r . E l p u ñ a l de B r u t o
hizo d e s a p a r e c e r al h o m b r e , es v e r d a d , p e r o el h e c h o
subsistió. L a b a t a l l a de Accio v i n o en fin á d a r m á s es-
tabilidad á las cosas r o m a n a s y la a n e x i ó n de E g i p t o á
lanzar a l g ú n e s p l é n d i d o reflejo sobre los ú l t i m o s días de
la r e p ú b l i c a . L a c o n q u i s t a de t o d a s las r e g i o n e s del M e -
d i t e r r á n e o e s t a b a t e r m i n a d a ; la m i s i ó n de la r e p ú b l i c a
estaba c u m p l i d a , y n o p e r e c í a p o r lo t a n t o , p r e m a t u r a -
mente.
D e s p u é s de h a b e r m o s t r a d o c ó m o se d e s a r r o l l ó el p o -
der t e r r i t o r i a l de B o m a , h a b l e m o s de los p r i n c i p i o s q u e
dirigían su política. D e s d e l a m á s r e m o t a a n t i g ü e d a d , l a s
naciones h a b í a n h e c h o la g u e r r a con objeto de p r o p o r -
cionarse m a y o r c a n t i d a d de trabajo d i s p o n i b l e o b l i g a n d o
á los v e n c i d o s á q u i e n e s h a b í a n p e r d o n a d o , á c u l t i v a r l a s
tierras y á s e r v i r á los v e n c e d o r e s c o m o esclavos. C u a n -
do el vencedor se l i m i t a b a á u n a o c u p a c i ó n m i l i t a r m o -
m e n t á n e a , e n c o n t r a b a m á s v e n t a j o s o g a s t a r de u n a vez
al pueblo v e n c i d o c a s t i g á n d o l e s i n p i e d a d , q u e c o n t e n -
tarse con u n t í t u l o p a g a d o p e r i ó d i c a m e n t e y q u e h a c í a n
siempre i n c i e r t o las v i c i s i t u d e s de la f o r t u n a . E s t o s p r i n -
cipios políticos e l e m e n t a l e s de la a n t i g ü e d a d fueron a d o p -
tados, modificados y p e r f e c c i o n a d o s p o r los r o m a n o s .
L a h i s t o r i a e n t e r a de la r e p ú b l i c a r o m a n a p r u e b a q u e
el sistema en q u e d e s c a n s a b a excluía todo r e c o n o c i -
miento de la s i t u a c i ó n r e a l del h o m b r e . T r a t a b a al h o m -
bre como u n a cosa y n o c o m o u n ser q u e posee d e r e c h o s
inalienables. M i d i e n d o el v a l o r de t o d o p o r su solo p o d e r ,
era i m p o s i b l e q u e a c e p t a s e j a m á s el p r i n c i p i o de l a
igualdad de t o d o s los h o m b r e s a n t e la ley. L a s u m i s i ó n
de Sicilia, África y G r e c i a fué s e g u i d a i n m e d i a t a m e n t e
 — 256 —
de la despoblación de e s t a s r e g i o n e s , c o m o lo a t e s t i g u a n
Tito Livio, P l u t a r c o , Estrabón y Polibio. Paulo Emilio
c u a n d o la c o n q u i s t a del E p i r o , h i z o m a t a r ó r e d u c i r á
e s c l a v i t u d m á s de 1 5 0 . 0 0 0 p e r s o n a s . E n la t o m a de Te-
b a s , familias e n t e r a s p e r t e n e c i e n t e s á las clases superio-
r e s , fueron a r r a n c a d a s de su p a t r i a y c o n d u c i d a s á I t a l i a ,
p a r a fundirlas allí con la p o b l a c i ó n r o m a n a . E n I t a l i a
m i s m o , el c o n s u m o de vidas h u m a n a s e r a t a l , q u e los
esclavos de n a c i m i e n t o n o p u d i e r o n p r o n t o satisfacer las
n e c e s i d a d e s , y fué p r e c i s o p r o p o r c i o n a r s e o t r o s en la
g u e r r a . R e s p e c t o á estos e s c l a v o s , la ley r o m a n a daba
p r u e b a s de i n j u s t i c i a v e r d a d e r a m e n t e a t r o z . T á c i t o , que
da todos los p o r m e n o r e s de las d i s p u t a s que se e n t a b l a -
r o n e n el S e n a d o con m o t i v o del a s e s i n a t o de P e d a r i o ,
n o s c u e n t a q u e en a q u e l l a ocasión se a u m e n t ó el r i g o r de
l a s leyes y q u e 4 0 0 esclavos fueron m u e r t o s , a u n q u e p a r a
todo el m u n d o fuese e v i d e n t e que n i n g u n o de ellos había
podido t e n e r c o n o c i m i e n t o del c r i m e n . E n v i r t u d de u n a
de las m á s h o r r i b l e s disposiciones de e s t a s leyes, cuando
se h a b í a c o m e t i d o u n a s e s i n a t o , se c o n d e n a b a á m u e r t e ,
n o sólo á los esclavos del a s e s i n a d o , sino á t o d o s los que
c o m p r e n d í a el círculo q u e se s u p o n í a q u e m a r c a b a los lí-
m i t e s del a l c a n c e de la v o z . P o r esto p u e d e j u z g a r s e del
poco caso q u e se h a c í a de la v i d a de estos i n f o r t u n a d o s y
de la facilidad con q u e se les r e e m p l a z a b a . Creciendo
s i e m p r e su n ú m e r o , c a d a c i u d a d a n o se vio obligado á
llevar a r m a s ; a b a n d o n a b a á sus esclavos el cultivo de las
t i e r r a s , los trabajos m a n u a l e s é i n d u s t r i a l e s y todas las
o c u p a c i o n e s q u e c o n s i d e r a b a i n d i g n a s de él. L a situación
en que s e m e j a n t e s i s t e m a p o n í a al esclavo e s t á clara-
m e n t e i n d i c a d a p o r el h e c h o de q u e en el caso en que se
h u b i e r a p r o d u c i d o perjuicio á u n e s c l a v o , los t r i b u n a l e s
lo m e d í a n p o r el d a ñ o q u e con él se h a b í a c a u s a d o á su
a m o . E s t e s i s t e m a t o m ó t a l e x t e n s i ó n q u e el t r a b a j o de
los esclavos n o t a r d ó en h a c e r s e m e n o s costoso q u e el de
los a n i m a l e s , y p r o n t o se les e n c o m e n d ó la m a y o r parte
de las o b r a s q u e h a c e n h o y n u e s t r o s a n i m a l e s domésticos.
L a clase de los a s a l a r i a d o s libres en q u e el país hubiera
d e b i d o e n c o n t r a r su fuerza p r i n c i p a l , d e s a p a r e c i ó entera-
m e n t e , r e p u g n a n d o el c i u d a d a n o p o b r e t r a b a j o s t a n in-
 — 257 -
n o b l e s ; prefirió p e r m a n e c e r p o b r e y m e n d i g a r , e s p e r a n -
do de la g e n e r o s i d a d del E s t a d o p a n y d i v e r s i o n e s . L a
lepra y las d e m á s e n f e r m e d a d e s n o m e n o s a s q u e r o s a s q u e
entonces e x i s t í a n , e r a n s o l a m e n t e efecto de la m i s e r i a y
de la suciedad e n q u e los h a b i t a n t e s v i v í a n . V a r i a s veces
se h i c i e r o n esfuerzos p a r a r e m e d i a r el m a l , p e r o l o g r a r o n
t a n poco su objeto q u e l a s p o b l a c i o n e s c o n t i n u a r o n sien-
do d e v a s t a d a s p o r e p i d e m i a s que r e a p a r e c í a n periódica-
m e n t e . L o s esfuerzos q u e h i c i e r o n los p r i m e r o s Césares
no fueron c o r o n a d o s de m á s éxito, y n o se h a e x a g e r a d o
al decir q u e el a n t i g u o m u n d o n o p u d o n u n c a l e v a n t a r s e
del golpe q u e le asestó la g r a n p e s t e , q u e en t i e m p o de
A n t o n i n o trajo el ejército al volver de la g u e r r a con los
p a r t o s . Bajo el r e i n a d o de T i t o m u r i e r o n en B o m a , en u n
solo d í a , diez m i l p e r s o n a s .
L a i n s t i t u c i ó n de los esclavos fué la q u e a l i m e n t ó el
desprecio con q u e c o n s t a n t e m e n t e m i r a r o n los r o m a n o s
el c o m e r c i o , desprecio t a l q u e la p r o s p e r i d a d c o m e r c i a l
de las d e m á s n a c i o n e s , y l a de C a r t a g o m i s m o , j a m á s ex-
citó su e n v i d i a . A s í , c u a n d o l a g u e r r a n o a b s o r b í a s u
t i e m p o , n o t e n í a n p a r a d i s t r a e r s e de su ociosidad m á s
que la a g i t a c i ó n y las i n t r i g a s de la p l a z a p ú b l i c a , l a t u r -
bulencia de las elecciones y l a s e m o c i o n e s de los p r o c e -
sos. F u e r o n los p r i m e r o s e n d e s c u b r i r q u e el privilegio
de i n t e r p r e t a r las leyes es casi i g u a l al de h a c e r l a s , y esto
explica el c a r á c t e r especial de su j u r i s p r u d e n c i a , c o m o
las i n m e n s a s f o r t u n a s a d q u i r i d a s p o r los a b o g a d o s r o m a -
nos. L a d e s a p a r i c i ó n de l a clase de los a s a l a r i a d o s t u v o
por consecuencia i n m e d i a t a l a caída de la repiíblica y el
establecimiento del i m p e r i o ; la a r i s t o c r a c i a , d e s e m b a r a -
zada del ú n i c o a d v e r s a r i o q u e p o d í a c o n t e n e r l a , se divi-
dió en facciones, q u e a l t e r n a t i v a m e n t e se d i s p u t a r o n el
poder y e n v o l v i e r o n t o d o el i m p e r i o en los d e s a s t r e s de
la guerra civil.
L a república r e c h a z ó en g e n e r a l la m á x i m a política de
la antigüedad, en v i r t u d de la c u a l todo país c o n q u i s t a d o
era en seguida a r r u i n a d o y s a q u e a d o sin p i e d a d ; t a l m o d o
de obrar n o c o r r e s p o n d í a á l a divisa de la r e p ú b l i c a : s o -
m e t e r , c o n s e r v a r y a v a n z a r . L a d e s p o b l a c i ó n de las re-
giones c o n q u i s t a d a s debía s e r , s i n e m b a r g o , u n a de l a s
Historia del desarrollo intelectual de Europa , — T O M O I. 17
 — 258 —
i n e v i t a b l e s c o n s e c u e n c i a s de la ocupación r o m a n a : es lo
q u e o c u r r i ó e n I t a l i a , Sicilia, Asia M e n o r , G a l i a y G e r m a -
n i a . Si E o m a p u d o f á c i l m e n t e h a c e r p r e v a l e c e r sus princi-
p i o s políticos fué g r a c i a s á su o r g a n i z a c i ó n m i l i t a r , y so-
b r e todo á la o r g a n i z a c i ó n de l a l e g i ó n . L a s d e m á s nacio-
n e s f u n d a b a n colonias, ora con fines c o m e r c i a l e s , ora con
el objeto de d e s e m b a r a z a r s e del exceso de su población; la
colonia r o m a n a por el c o n t r a r i o , i m p l i c a b a s i e m p r e una
g u a r n i c i ó n y u n e s t a b l e c i m i e n t o m i l i t a r activo. D e hecho,
c a d a legión e r a u n p e q u e ñ o ejército c o m p l e t o . Cualquiera
q u e fuese la r e g i ó n en q u e a c a m p a s e , e s t a b a s i e m p r e en
r e l a c i ó n d i r e c t a con E o m a , y n o m e t a f ó r i c a m e n t e , sino
e f e c t i v a m e n t e , p o r las g r a n d e s vías m i l i t a r e s q u e cons-
t r u í a en todas d i r e c c i o n e s , y q u e i b a n t o d a s á p a r a r á la
M e t r ó p o l i . E o m a t e n í a , p u e s , p o r "principio la ocupación
p e r m a n e n t e del país c o n q u i s t a d o ; debía, p o r consiguiente,
tener también por principio no devastar sistemáticamen-
t e sus p r o v i n c i a s , sino favorecer y a u m e n t a r su prosperi-
dad, a t e n d i e n d o á q u e c u a n t o m á s r i c a s se h a c í a n sus pro-
v i n c i a s , m á s c o n s i d e r a b l e s e r a n las r e n t a s q u e de ellas po-
día s a c a r . E s t o s p r i n c i p i o s , por lo d e m á s , e r a n las condi-
c i o n e s m i s m a s de la e s t a b i l i d a d y s e g u r i d a d del p o d e r ro-
m a n o , q u e , c o m o dice el p r o v e r b i o , n o h a sido obra de un
día; n o fué t a m p o c o o b r a de u n c o n q u i s t a d o r afortunado,
p e r o r e p r e s e n t a b a los r e s u l t a d o s de u n a política constan-
t e seguida d u r a n t e siglos con infatigable perseverancia.
E o m a , e n s u s c o n q u i s t a s , fué á m e n u d o i n h u m a n a ; cons-
t a n t e m e n t e t r a t ó de h e r i r con b a s t a n t e fuerza p a r a no
t e n e r q u e s e c u n d a r el g o l p e ; j a m á s p e r d o n ó á q u i e n le
p a r e c í a p e l i g r o s o , p e r o p a s a d a u n a v e z l a c a t á s t r o f e , el
v e n c i d o n o t e n í a , e n g e n e r a l , q u e q u e j a r s e del vencedor.
T a m p o c o p o d í a m e n o s de o c u r r i r á m e n u d o q u e , á la som-
b r a de la j u s t i c i a p ú b l i c a , se o c u l t a r a n la injusticia y la
o p r e s i ó n á los p a r t i c u l a r e s . L o s oficiales de la república
a m o n t o n a b a n p o r su i n i q u i d a d y e x a c c i o n e s inmensas
f o r t u n a s , q u e n o h a n sido d e s p u é s i g u a l a d a s en Europa.
L o m i s m o ocurría durante las guerras civiles; B r u t o , y
A n t o n i o d e s p u é s de é l , h i c i e r o n p a g a r al Asia M e n o r los
t r i b u t o s de cinco a ñ o s á la v e z . L a e x t e n s i ó n que adqui-
rió este s i s t e m a de e x a c c i o n e s , c o n o c i d a s y permitidas,
 — 259 —

llegó á ser tal q u e , al e s t a b l e c i m i e n t o del i m p e r i o , la r e n t a

anual del E s t a d o l l e g a b a á u n a cifra de m i l m i l l o n e s de
francos p r ó x i m a m e n t e .
E l valor c o m p a r a t i v o de los m e t a l e s e n R o m a c o n s t i -
tuye u n d o c u m e n t o político de g r a n i m p o r t a n c i a . E l vellón
a u m e n t ó m u y r á p i d a m e n t e d u r a n t e las g u e r r a s con los
cartagineses. Al p r i n c i p i o de la p r i m e r a g u e r r a p ú n i c a la
plata y e l c o b r e e s t a b a n en r e l a c i ó n de 1 á 9 6 0 ; en la época
de la s e g u n d a g u e r r a p ú n i c a e s t a r e l a c i ó n e r a sólo de 1 á
160; poco d e s p u é s bajó t o d a v í a y llegó á ser de 1 á 1 2 8 . L a
república d e p r e c i ó la m o n e d a al r e d u c i r su p e s o ; los e m -
peradores a l i a n d o los m e t a l e s preciosos con otros m e t a l e s .
E l e x a m e n de las m o n e d a s de u n a n a c i ó n n o s i n f o r m a
á veces m u y e x a c t a m e n t e de su s i t u a c i ó n política y del
estado á que lian llegado el a r t e y la ciencia de esta n a -
ción. E s posible d a r s e c u e n t a , y de m o d o n o poco i n t e r e -
sante, del p r o g r e s o de E u r o p a en el e s t u d i o de sus r e s t o s
n u m i s m á t i c o s . L a sencillez de las p r i m e r a s e d a d e s se r e -
conoce en la p l a t a p u r a , c o m o l a a c u ñ a d a en C r o t o n a el
año 600 a n t e s de J e s u c r i s t o ; el r e i n a d o de F i l i p o de Ma-
cedonia c o r r e s p o n d e al oro n a t i v o y sin m e z c l a . E l g r a -
dual declive de la p r o s p e r i d a d de R o m a se d e s c u b r e e n
las sucesivas a l t e r a c i o n e s de su m o n e d a ; c u a n d o v i n i e r o n
los malos días preciso fué q u e los e m p e r a d o r e s falsificasen
las m o n e d a s . B a j o V e s p a s i a n o , s e s e n t a ' y n u e v e a ñ o s des-
pués de J e s u c r i s t o , la m o n e d a de p l a t a c o n t e n í a la c u a r t a
parte de su peso p r ó x i m a m e n t e de c o b r e ; bajo A n t o n i n o
P í o , en el a ñ o 1 3 8 , m á s de la t e r c e r a p a r t e ; bajo Oóm-
modo, en el a ñ o 1 8 0 , p r ó x i m a m e n t e la m i t a d ; bajo Gor-
diano , el a ñ o 2 3 6 , se a ñ a d i ó á la p l a t a m á s de dos v e c e s
su peso de c o b r e , y bajo G a l i e n o se llegó h a s t a e m i t i r u n a
moneda de cobre, e s t a ñ o y p l a t a e n q u e los dos p r i m e r o s
metales excedían al t e r c e r o e n m á s de d o s c i e n t a s veces su
peso. P o r a q u í se ve en q u é d e s e s p e r a d a s i t u a c i ó n se h a -
llaba el E s t a d o r o m a n o .
Los d e m a g o g o s r o m a n o s , o b e d e c i e n d o al i n s t i n t o co-
m ú n á todos los d e m a g o g o s , f o r m a b a n el c a p i t a l político
á expensas del c a p i t a l i n d u s t r i a l ; r e d u c í a n la t a s a del i n -
terés , p r o h i b í a n el r é d i t o y m á s de u n a vez i n t e n t a r o n
abolir las d e u d a s .
 — 260 —

L a c o n c e n t r a c i ó n del p o d e r y la i n m o r a l i d a d i b a n al
m i s m o p a s o . E n los p r i m e r o s t i e m p o s el p o d e r e r a ejer-
cido p o r a l g u n o s m i l e s de c i u d a d a n o s ; pasó en seguida á
m a n o s de cierto n ú m e r o de familias p r i v i l e g i a d a s ; m á s
t a r d e a u n tocó á a l g u n o s i n d i v i d u o s t í n i c a m e n t e , y al fin
se a p o d e r ó de él u n solo h o m b r e , q u e se h i z o s e ñ o r de
120 m i l l o n e s de h o m b r e s . D u r a n t e este t i e m p o las virtu-
des que h a b í a n h o n r a d o los c o m i e n z o s de la república
d e s a p a r e c i e r o n y fueron s u s t i t u i d a s en ú l t i m o t é r m i n o por
c r í m e n e s de que el m u n d o n u n c a h a b í a sido testigo ni
p o d r á serlo ya j a m á s . N o e s t á n lejos los m a l o s días cuan-
do en u n a n a c i ó n llega á ser la r i q u e z a ú n i c a s e ñ a l del
r a n g o social. E s o s m a l o s días fueron seguidos en E o m a
de su i n e v i t a b l e c o n s e c u e n c i a : el e s t a b l e c i m i e n t o de un
g o b i e r n o fundado en la c o r r u p c i ó n y el t e r r o r . N i n g ú n
l e n g u a j e p o d r í a describir el e s p e c t á c u l o que ofrecía la ca-
p i t a l d e s p u é s de las g u e r r a s civiles. L a a c u m u l a c i ó n del
p o d e r y de la r i q u e z a t u v o p o r efecto la d e p r a v a c i ó n uni-
v e r s a l . L a ley p e r d i ó t o d a a u t o r i d a d . L o s d e m a n d a n t e s no
p o d í a n o b t e n e r j u s t i c i a si n o d e p o s i t a b a n p r e v i a m e n t e un
r e g a l o . E l edificio social n o e r a m á s q u e u n a m a s a car-
c o m i d a y en d e s c o m p o s i c i ó n . E l p u e b l o n o e r a m á s que
p o p u l a c h o ; la n o b l e z a e r a v e r d a d e r a m e n t e d e m o n i a c a y la
c i u d a d u n v e r d a d e r o infierno. C o m e t í a n s e en ella todos
los c r í m e n e s c o n s i g n a d o s en los a n a l e s de l a perversión
h u m a n a : el a s e s i n a t o , la t r a i c i ó n á la m u j e r , p a r i e n t e s ,
m a r i d o y a m i g o s , el e n v e n e n a m i e n t o c o n v e r t i d o en siste-
m a , el a d u l t e r i o y otros c r í m e n e s q u e r e p u g n a n o m b r a r .
L a s m u j e r e s de las clases s u p e r i o r e s e r a n t a n lascivas,
d e p r a v a d a s y p e l i g r o s a s q u e n a d a p o d í a decidir á los hom-
b r e s á casarse con ellas; el m a t r i m o n i o e r a r e e m p l a z a d o por
el c o n c u b i n a t o ; las v í r g e n e s m i s m a s se h a c í a n culpables
de i n c r e í b l e s i n d e c e n c i a s ; los c i u d a d a n o s q u e ocupaban
los a l t o s p u e s t o s del E s t a d o y las m u j e r e s de la corte no
t e m í a n b a ñ a r s e j u n t o s y p r e s e n t a r s e d e s n u d o s en públi-.
co. E n t i e m p o de César la i n t e r v e n c i ó n del G o b i e r n o se
h a b í a h e c h o n e c e s a r i a : se d e c r e t a r o n p r i m a s p a r a alentar
al m a t r i m o n i o ; se dieron r e c o m p e n s a s á l a s m u j e r e s que
t e n í a n m u c h o s h i j o s , y á las que t e n í a n m e n o s de cuaren-
t a y cinco a ñ o s s i n hijos se las p r o h i b i ó llevar alhajas y
 — 261 —
salir e n l i t e r a . E l m a l , lejos de d i s m i n u i r , fué s i e m p r e
creciendo; el m a t r i m o n i o legal se h i z o m á s r a r o cada v e z ,
y el c o n c u b i n a t o con los esclavos m á s g e n e r a l , h a s t a el
p u n t o de q u e A u g u s t o acabó p o r d i c t a r p e n a s c o n t r a el
celibato y u n a ley en v i r t u d de l a c u a l los célibes n o p o -
dían h e r e d a r por t e s t a m e n t o , s i n o de s u s p a d r e s . L a s m u -
jeres r o m a n a s , lejos de m o d e r a r s e en la s a c i e d a d de s u s
deseos, l l e v a r o n t a n lejos la d e p r a v a c i ó n , que se v i e r o n
obligadas á r e c u r r i r á p r á c t i c a s q u e n o p u e d e n n i a u n
n o m b r a r s e en u n libro de n u e s t r o s días. C o n t a b a n los
años, no p o r los c ó n s u l e s , sino por los h o m b r e s con q u i e -
nes h a b í a n v i v i d o ; era p a r a ellas el colmo de la d i c h a n o
tener hijos y verse libres así de l a s t r a b a s q u e la familia
impone. C o m o P l u t a r c o h a d i c h o con g r a n a c i e r t o , los
romanos se c a s a b a n , n o p a r a t e n e r h e r e d e r o s , s i n o p a r a
heredar. D e los d e m á s vicios, m á s v e r g o n z o s o s que c r i m i -
nales, y q u e e x c i t a n n u e s t r o asco, la g u l a y la lujuria des-
c a r a d a , los a n a l e s del t i e m p o n o s ofrecen e j e m p l o s i n n u -
merables. U n a u t o r escribía e n t o n c e s e s t a frase: « C o m e n
para poder v o m i t a r , y v o m i t a n p a r a p o d e r c o m e r . » E n la
toma de P e r u s a t r e s c i e n t o s c i u d a d a n o s , p e r t e n e c i e n t e s á
las familias m á s p u d i e n t e s , fueron sacrificados p o r Octa-
vio en el a l t a r del dios J u l i o . ¿ S o n actos esos de h o m b r e s
civilizados ó excesos de c a n í b a l e s ebrios de s a n g r e ?
L a d e s m o r a l i z a c i ó n m á s c o m p l e t a r e i n a b a en las clases
superiores, el a t e í s m o e n el p u e b l o . No se p u e d e n r e c o -
rrer los a n a l e s del i m p e r i o r o m a n o s i n r e b e l a r s e á la v i s -
ta de la t r a n q u i l i d a d e s t ú p i d a y b e s t i a l con q u e m o r í a n
los h o m b r e s de e n t o n c e s ; se p r e s e n t a u n c e n t u r i ó n c o n
un mensaje y en seguida la v í c t i m a se a b r e las v e n a s y
muere en u n b a ñ o c a l i e n t e . B a s t a b a c u a n d o m á s c o n
m a t a r al t i r a n o , y es lo q u e se h i z o m á s de u n a vez; p e r o
parece como si los h o m b r e s del t i e m p o d e s e s p e r a s e n y
reconociesen q u e el m a l , d e p e n d i e n d o del s i s t e m a m i s -
m o , no t e n í a r e m e d i o .
E l pasaje s i g u i e n t e q u e t o m o de T á c i t o , m o s t r a r á si
en lo que acabo de decir h e e x a g e r a d o : « L a s s a n t a s cere-
monias de. la r e l i g i ó n e r a n p r o f a n a d a s , el a d u l t e r i o e r a
una c o s t u m b r e ; las islas v e c i n a s e s t a b a n p o b l a d a s de d e s -
terrados; l a s r o c a s y sitios d e s i e r t o s e r a n c o n s t a n t e m e n t e
 — 202 —
t e a t r o de a s e s i n a t o s c l a n d e s t i n o s . E o m a m i s m a era tea-
tro de todas las m o n s t r u o s i d a d e s ; u n i l u s t r e origen ó u n a
. g r a n f o r t u n a b a s t a b a n p a r a s e ñ a l a r los c i u d a d a n o s á los
golpes de los a s e s i n o s ; la a m b i c i ó n , que a s p i r a b a á las
d i g n i d a d e s del E s t a d o y la m o d e s t i a q u e las r e h u s a b a ,
e r a n i g u a l m e n t e c r i m i n a l e s ; la v i r t u d e r a u n c r i m e n que
l l e v a b a á s e g u r a p e r d i c i ó n ; los d e l a t o r e s r e c i b í a n abier-
t a m e n t e el salario de su i n i q u i d a d , r a z a execrable q u e se
a p o d e r a b a c o m o de l e g í t i m a p r e s a , del c o n s u l a d o , del
g o b i e r n o de l a s provincias., del sacerdocio y del g a b i n e t e
m i s m o del p r í n c i p e ; n a d a e r a allí s a g r a d o , n a d a estaba
al a b r i g o de la r a p a c i d a d ; los esclavos e r a n sobornados
c u a n d o su p r o p i a m a l e v o l e n c i a n o les e x c i t a b a c o n t r a sus
a m o s ; los h o m b r e s libres v e n d í a n á sus p a t r o n o s y el que
h a b í a vivido s i n u n e n e m i g o p e r e c í a p o r la t r a i c i ó n de
u n amigo.»
T a l e s fueron las c o n s e c u e n c i a s de la c o n c e n t r a c i ó n del
p o d e r y de la r i q u e z a e n la ciudad de E o m a ; las de la ex-
t e n s i ó n del i m p e r i o fueron m u y d i s t i n t a s . U n o de los
p r i m e r o s efectos del e s t a b l e c i m i e n t o de la d o m i n a c i ó n
r o m a n a en las r e g i o n e s v e c i n a s , fué la cesación de las
p e q u e ñ a s g u e r r a s q u e h a s t a e n t o n c e s las h a b í a n asolado.
C a m b i a r o n su i n d e p e n d e n c i a p o r la p a z y la seguridad.
A d e m á s , — y esta fué la c o n s e c u e n c i a q u e t u v o en lo su-
cesivo m á s i m p o r t a n c i a — s e e s t a b l e c i e r o n l i b r e m e n t e re-
i

laciones c o m e r c i a l e s d i r e c t a s e n t r e t o d a s las p a r t e s del

i m p e r i o . L a s . n a c i o n e s m e d i t e r r á n e a s se h a l l a r o n m á s
cerca u n a s de o t r a s y h e r e d a r o n en c o m ú n los conoci-
m i e n t o s q u e e n t o n c e s e x i s t í a n e n el m u n d o . L a s artes,
l a s ciencias y l a a g r i c u l t u r a perfeccionada florecieron en
e l l a s . L a s m á s r e m o t a s r e g i o n e s t u v i e r o n así magníficas
v í a s , a c u e d u c t o s , p u e n t e s y o t r a s g r a n d e s o b r a s q u e mos-
t r a r . L a s p r o v i n c i a s se a p r o v e c h a r o n de la corrupción
m i s m a de la m e t r ó p o l i . U n o la p r o v e í a de g r a n o s , otro de
t e l a s , o t r o de su c o n s u m o de l u j o , m i e n t r a s I t a l i a todo
lo p a g a b a en m o n e d a . N a d a h a b í a en c a m b i o q u e expor-
t a r . H a b í a así c i e r t a t e n d e n c i a al equilibrio de l a s rique-
zas e n l a s diversas p a r t e s del i m p e r i o é i n c e s a n t e movi-
m i e n t o de n u m e r a r i o . A estas v e n t a j a s m a t e r i a l e s se
a g r e g a r o n o t r a s q u e , bajo el p u n t o de v i s t a i n t e l e c t u a l , no
 — 263 —

tienen m e n o r v a l o r . L a s u p e r s t i c i ó n y la i n c r e í b l e c r e d u -
lidad de las e d a d e s a n t i g u a s d e s a p a r e c i e r o n poco á p o c o .
E n l a época de l a p r i m e r a g u e r r a p ú n i c a , África e r a m i -
r a d a c o m o r e g i ó n m a r a v i l l o s a , p o b l a d a de e n o r m e s ser-
pientes capaces de d e t e n e r á todo u n e j é r c i t o , y de h o m -
bres sin c a b e z a ; Sicilia t e n í a sus cíclopes, sus g i g a n t e s y
sus s i r e n a s ; en E s p a ñ a c r e c í a n m a n z a n a s de o r o ; á ori-
llas del P o n t o E u x i n o se h a l l a b a n las bocas del i n f i e r n o .
L a s c a m p a ñ a s de las legiones y ios f r e c u e n t e s viajes de
los c o m e r c i a n t e s p o r a q u e l l a s r e g i o n e s h i c i e r o n d e s v a n e -
cer todas e s t a s q u i m e r a s .
E l e l e m e n t o étnico q u e c o n s t i t u í a r e a l m e n t e á R o m a
no tardó en p e r e c e r , lo q u e fué c o n s e c u e n c i a n e c e s a r i a
de su i n m e n s o e n g r a n d e c i m i e n t o t e r r i t o r i a l . U n d é b i l
núcleo de h o m b r e s h a b í a e m p r e n d i d o la c o n q u i s t a del
mundo mediterráneo y había conseguido terminarla. H a -
bían, p u e s , debido e x t e n d e r s e en i n m e n s a superficie geo-
gráfica y se h a l l a r o n i n e v i t a b l e m e n t e p e r d i d o s en l a
masa á que se h a b í a n m e z c l a d o . P o r o t r a p a r t e , la escla-
vitud era p a r a I t a l i a f u e n t e de r u i n a c i e r t a y R o m a h a -
bía caído de h e c h o a n t e s de q u e los b á r b a r o s l a h u b i e r a n
tocado. I n v e s t i g a n d o lo q u e h a b í a n llegado á ser los r o -
manos , se d e s c u b r i r á n las v e r d a d e r a s causas de la caída
de su i m p e r i o .
Los prodigios y l e y e n d a s q u e la s u p e r s t i c i ó n h a b í a
creado n o p o d í a n sobrevivir al i n c e s a n t e c a m b i o de rela-
ciones m a t e r i a l e s é i n t e l e c t u a l e s que se h a b í a e s t a b l e c i d o
entre t o d a s e s t a s n a c i o n e s , fundidas a h o r a e n u n solo
grande i m p e r i o . L a difusión de l a influencia r o m a n a p o r
toda la c u e n c a del M e d i t e r r á n e o t u v o p o r i n m e d i a t a c o n -
secuencia la t e n d e n c i a á la h o m o g e n e i d a d en el m o d o de
pensar, t e n d e n c i a q u e h a b í a de ser fatal á las n u m e r o s a s
creencias profesadas p o r t a n t a s diversas n a c i o n e s .
Después de la e x p u l s i ó n de los T a r q u i n o s , l a clase sa-
cerdotal se h a l l ó e n t e r a m e n t e s u b o r d i n a d a á la m i l i t a r .
L o s r o m a n o s , c o m o t o d a l a h i s t o r i a n o s lo e n s e ñ a , c o n -
sideraban la r e l i g i ó n c o m o s i m p l e i n s t i t u c i ó n civil s i n
n i n g u n a significación filosófica y si en algo l a e s t i m a b a n
era por el a s c e n d i e n t e q u e ejerce e n los e s p í r i t u s v u l g a -
res. No era p a r a ellos o t r a cosa q u e u n a r a m a de la i n -
 — 264 —

d u s t r i a de que p o d í a n a p r o v e c h a r s e los q u e la ejercían.

E n c u a n t o á p r e o c u p a r s e de ella i n d i v i d u a l m e n t e y p a r a
sí m i s m o s , n o p e n s a b a n e n e l l o , n o i n t e r e s á n d o l e s m á s
q u e c u a l q u i e r otro c o m e r c i o l u c r a t i v o . T a m p o c o p e n s a -
b a n e n si l a religión t e n í a ó n o a l g ú n f u n d a m e n t o i n t e -
l e c t u a l ; e r a n soldados y n o sofistas, y obedecían á las le-
y e s establecidas de su propio país t a n c i e g a m e n t e como
á l a s ó r d e n e s m i l i t a r e s . P o r e s o , d u r a n t e todo el período
de la r e p ú b l i c a y t a m b i é n bajo los p r i m e r o s e m p e r a d o r e s ,
la p o b l a c i ó n r o m a n a a c e p t ó sin g r a n r e p u g n a n c i a todos
los c u l t o s q u e fueron i n t r o d u c i d o s en R o m a . L a v a n i d a d
n a c i o n a l se h a l l a b a h a s t a lisonjeada de v e r i m p e r a r en
R o m a los dioses de las n a c i o n e s v e n c i d a s . D e esta fusión
de todos los cultos en la c a p i t a l y del c a m b i o i n c e s a n t e
de ideas e n las p r o v i n c i a s , d e b í a n n a c e r los m á s i m p o r -
tantes acontecimientos.
P r o n t o , e n efecto, se h i z o e v i d e n t e q u e la u n i d a d polí-
t i c a q u e a b a r c a b a t a n v a s t a superficie geográfica exigía la
u n i d a d i n t e l e c t u a l , y p o r t a n t o la u n i d a d religiosa. E l po-
l i t e í s m o se h a b í a h e c h o i n c o m p a t i b l e con la h o m o g e n e i d a d
del i m p e r i o r o m a n o , y m a n i f e s t á b a s e g e n e r a l aspiración
al m o n o t e í s m o . Claro es q u e el r e c o n o c i m i e n t o de u n e m -
p e r a d o r ú n i c o p o r t a n t a s n a c i o n e s debía i n e v i t a b l e m e n t e
c o n d u c i r al r e c o n o c i m i e n t o de u n D i o s ú n i c o . S i e m p r e
h a y t e n d e n c i a á la u n i f o r m i d a d e n t r e las n a c i o n e s u n i d a s
p o r u n lazo político c o m ú n . A d e m á s , las r i v a l i d a d e s de
los s a c e r d o t e s de cien c u l t o s diferentes e r a n p a r a el poli-
t e í s m o c a u s a de i n h e r e n t e d e b i l i d a d . E l m o n o t e í s m o , al
c o n t r a r i o , i m p l i c a la c e n t r a l i z a c i ó n , u n a j e r a r q u í a orga-
n i z a d a y la c o n c e n t r a c i ó n del poder. L o s o p u e s t o s i n t e -
r e s e s de la m u l t i t u d de r e l i g i o n e s a d m i t i d a s y los conflictos
q u e e n t r e ellas se s u s c i t a r o n a r r u i n a r o n poco á poco la fe
i n d i v i d u a l : u n a especie de a t e í s m o p r á c t i c o i n v a d i ó e n t e -
r a m e n t e la población; m o s t r ó c o m p l e t a i n d i f e r e n c i a hacia
t o d a s las c e r e m o n i a s del culto e x t e r n o , y r e n u n c i ó á todo
D i o s y á toda c r e e n c i a . L a s c r e e n c i a s s u p e r s t i c i o s a s que
f o r m a b a n la r e l i g i ó n n a c i o n a l se a p o y a b a n e s e n c i a l m e n t e
e n el r e c o n o c i m i e n t o de la i n c e s a n t e i n t e r v e n c i ó n de m u l -
t i t u d de d i v i n i d a d e s e n los negocios h u m a n o s ; poco á poco
la fe e n e s t a c r e e n c i a se h a b í a e x t i n g u i d o e n la clase ilus-
 — 265 —
t r a d a . ¿ C ó m o la r a z ó n h u m a n a h a b í a de o b r a r de otro
modo en m e d i o de las l o c u r a s y p r e t e n s i o n e s c o n t r a d i c -
torias de m i l d i v i n i d a d e s d i f e r e n t e s , i n d í g e n a s u n a s y
t o m a d a s las o t r a s de las n a c i o n e s v e c i n a s ? U n D i o s , q u e
es o m n i p o t e n t e y u n á n i m e m e n t e a d o r a d o en su t e m p l o ó
en su b o s q u e c o n s a g r a d o , p i e r d e todo su p r e s t i g i o c u a n d o
se ve m e z c l a d o con o t r a m u l t i t u d de dioses. No existe e n
este r e s p e c t o la m e n o r diferencia e n t r e los dioses y los
h o m b r e s . L a s g r a n d e s c i u d a d e s los r e d u c e n á u n o s y á
otros al m i s m o n i v e l : el h o m b r e q u e en su aldea o c u p a
rango excepcional p i e r d e t o d a su i m p o r t a n c i a c u a n d o se
confunde con la m u l t i t u d de u n a g r a n ciudad.
B a s t a e x a m i n a r s u p e r f i c i a l m e n t e la filosofía r o m a n a —
si de filosofía r o m a n a p u e d e h a b l a r s e — p a r a v e r h a s t a q u é
p u n t o se h a b l a b o r r a d o el s e n t i m i e n t o r e l i g i o s o . E l e x c e p -
ticismo se m a n i f i e s t a e n los escritos de T e r e n c i o V a r r ó n ,
110 a ñ o s a n t e s de J e s u c r i s t o , q u e d e c l a r a q u e los dio-
ses a n t r o p o m ó r f i c o s d e b e n e s t i m a r s e c o m o s i m p l e s e m -
blemas de l a s fuerzas m a t e r i a l e s . L a t e n d e n c i a g e n e r a l
del t i e m p o se dibuja t a m b i é n e n el p o e m a de L u c r e c i o :
recomienda á sus c o n c i u d a d a n o s q u e e m a n c i p e n su e s p í -
ritu de todo t e m o r á los d i o s e s ; c o m b a t e la i n m o r t a l i d a d
del a l m a , y p r e s e n t a la n a t u r a l e z a c o m o el ú n i c o D i o s á
quien se debe a d o r a r . E n C i c e r ó n v e m o s c u a n poco sólido
y seguro guía h a b í a llegado á ser la filosofía e n a q u e l l a
época. E s t e e s c r i t o r , q u e a s p i r a b a á p a s a r p o r el p r i m e r
pensador de su t i e m p o , n o era m á s q u e servil c o p i s t a de
sus a n t e c e s o r e s g r i e g o s . S u p e n s a m i e n t o n o es v i r i l , n i
i n d e p e n d i e n t e , y prefiere el éxito a c t u a l á d u r a d e r o por-
venir. C i c e r ó n , que deja s i e m p r e a d i v i n a r al a b o g a d o ,
antes se dirige al vulgo q u e á los filósofos; disfraza a p e n a s
su excepticismo bajo t r a n s p a r e n t e velo, y con su i n s t i n t o
de h o m b r e político prefiere, á las i n v e s t i g a c i o n e s p r o f u n -
das y a b s t r a c t a s de la filosofía, las que i n t e r e s a n al p ú -
blico. C o m o todos los h o m b r e s s u p e r f i c i a l e s , n o ve n i n -
guna diferencia e n t r e la e s p e c u l a c i ó n y la c i e n c i a e x a c t a ,
y confunde u n a con o t r a . O p i n a q u e n o c o n v i e n e c o m u -
nicar la v e r d a d á t o d o s , y sobre todo la v e r d a d r e l i g i o -
sa. E n este s e n t i d o le d a m o s la r a z ó n p o r c o m p l e t o c u a n -
do r e c o r d a m o s q u e D i o s p a r a él es sólo el a l m a del m u n d o ;
 — 266 —
q u e h a c e serias objeciones c o n t r a la e x i s t e n c i a de l a P r o -
v i d e n c i a ; q u e i n s i n ú a que los dioses son s i m p l e s creacio-
n e s p o é t i c a s ; q u e vacila sobre la i n m o r t a l i d a d del alma,
y que c o n s i d e r a e v i d e n t e q u e la d o c t r i n a p o p u l a r acerca
de la vida de e x p i a c i ó n fuera de este m u n d o n o es m á s
q u e u n a ridicula fábula.
L o s r o m a n o s d e j a b a n d o n d e q u i e r a s e ñ a l e s de su genio
p r á c t i c o . L o v e m o s á cada paso en su filosofía, lo m i s m o
q u e en su i n c r e i b l e p o b r e z a de ideas o r i g i n a l e s . Q u i n t o Sex-
tio n o s r e c o m i e n d a vivir v i r t u o s a m e n t e y, p a r a c o n s e g u i r -
lo, a b s t e n e r n o s de c a r n e . L a m a y o r p a r t e de los filósofos de
la escuela cínica c o m p a r t í a n esta o p i n i ó n , y a l g u n o s , á lo
q u e p a r e c e , i m i t a b a n en todo á los b r a h m a n e s . D u r a n t e
los r e i n a d o s a g i t a d o s de los p r i m e r o s C é s a r e s , á la filoso-
fía p e d í a n los h o m b r e s a p o y o ; ya n o h a b í a r e l i g i ó n p a r a
s o s t e n e r l o s ; e n t r e los estoicos h a y a l g u n o s , c o m o Séneca,
q u e n o s c o m p l a c e m o s en r e c o r d a r . P o r s u s escritos ejer-
ció c o n s i d e r a b l e influencia en l a s e d a d e s s i g u i e n t e s , y,
sin e m b a r g o , si l e e m o s a t e n t a m e n t e sus o b r a s , a t r i b u i r e -
m o s su é x i t o , m e n o s á su valor i n t r í n s e c o , q u e al h e c h o
fortuito de q u e a r m o n i z a b a con las ideas de su t i e m p o .
I n s i s t e m u c h o en la n e c e s i d a d de las b u e n a s c o s t u m b r e s ,
a u n e s c r i b i e n d o c o n t r a la religión de su p a í s , c o n t r a sus
p r á c t i c a s y sus d e b e r e s . M u y s u p e r i o r á S é n e c a e r a E p i c -
t e t o , á la vez esclavo y filósofo, y q u e a p e n a s se p u e d e
clasificar e n t r e los v e r d a d e r o s estoicos. M i r a al h o m b r e
cual s i m p l e e s p e c t a d o r de D i o s y de sus o b r a s , y e n s e ñ a
q u e todo h o m b r e q u e n o p u e d e y a s o p o r t a r las m i s e r i a s de
la v i d a p u e d e l i b r a r s e de ellas s u i c i d á n d o s e , si d e s p u é s de
m a d u r a y c o n c i e n z u d a d e l i b e r a c i ó n i n t e r i o r h a adquirido
la convicción de q u e los dioses n o d e s a p r u e b a n su acción.
S u m á x i m a f u n d a m e n t a l es q u e c a d a cual t i e n e a q u í abajo
u n p a p e l que r e p r e s e n t a r , y q u e h a h e c h o b i e n c u a n d o lo
h a c u m p l i d o lo m e j o r p o s i b l e ; la c o n c i e n c i a de cada cual
es, p o r lo d e m á s , el ú n i c o g u í a q u e d e b e s e g u i r s e . Séneca
p r e t e n d í a q u e el t i e m p o es la ú n i c a cosa q u e p o s e e m o s de
u n m o d o a b s o l u t a m e n t e c i e r t o , y que n i n g u n a o t r a per-
t e n e c e al h o m b r e . E p i c t e t o e n s e ñ a b a q u e la ú n i c a cosa
sobre l a q u e t e n e m o s a l g ú n p o d e r s o n n u e s t r o s p e n s a -
m i e n t o s . E l e m p e r a d o r M a r c o Aurelio n o vaciló en ex-
 — 267 —
presar su g r a t i t u d á E p i c t e t o , el e s c l a v o , p o r h a b e r t r a -
tado de a r r e g l a r su vida segtin los p r i n c i p i o s de los estoicos.
E p i c t e t o r e c o m i e n d a á los h o m b r e s q u e se l i b r e n del p e -
cado, y prefiere los ejercicios religiosos á l a s i n v e s t i g a c i o -
nes científicas; en esto se a p a r t a b a h a s t a cierto p u n t o de
las d o c t r i n a s p r i m i t i v a s de la secta, p e r o en los m a l o s días
de e n t o n c e s los h o m b r e s e s t a b a n m á s d i s p u e s t o s á p e d i r
consuelos á la religión q u e á la filosofía. E n M á x i m o de T i -
ro, 146 a ñ o s d e s p u é s de J e s u c r i s t o , h a l l a m o s a n á l o g o pa-
recer, a u n q u e d i s i m u l a d o bajo las a p a r i e n c i a s del p l a t o n i s -
mo: p a r e c e i n s i n u a r que la a d o r a c i ó n de las i m á g e n e s y de
los s a n t u a r i o s son i n ú t i l e s p a r a los q u e t o d a v í a c o n s e r v a n
vivo r e c u e r d o de la visión q u e e n otro t i e m p o t u v i e r o n
de la divinidad, pero que c o n v i e n e n p e r f e c t a m e n t e al v u l -
go q u e h a olvidado su p a s a d o . C o n A l e j a n d r o de Afro-
disia, t r a t a de la P r o v i d e n c i a a b s o l u t a y c o n t i n g e n t e ;
considera sus r e l a c i o n e s con la religión, y p a r e c e i n c l i n a -
do á p a r t i c i p a r de los s e n t i m i e n t o s piadosos de su t i e m p o .
D e G a l e n o , el m é d i c o , h a b l a r é m á s t a r d e . O b s e r v e m o s
únicamente que asigna á nuestros conocimientos u n a
fuente ú n i c a , la e x p e r i e n c i a , y q u e h a c e m a y o r caso del
estudio de las m a t e m á t i c a s y de la lógica; confiesa él m i s -
mo q u e s i n la g e o m e t r í a se h u b i e r a h e c h o p i r r ó n i c o . E n -
c u e n t r a los f u n d a m e n t o s de la v e r d a d e r a teología e n u n a de
las d o c t r i n a s de la fisiología, l a teleológica. L o s m é d i c o s
de a q u e l - t i e m p o c o n t r i b u y e r o n g r a n d e m e n t e á h a c e r p r e -
valecer este m o d o de ver; la m a y o r p a r t e de ellos a d o p t a -
ron la teoría p a n t e í s t a . C i t e m o s ú n i c a m e n t e á S e x t o E m -
pírico: sus o b r a s , que h a n llegado h a s t a n o s o t r o s , r e v e l a n
la t e n d e n c i a de la escuela al n a t u r a l i s m o .
Así p e n s a b a la clase l e t r a d a de los r o m a n o s ; era p r e s a
del a t e í s m o , y el a t e í s m o t a m b i é n , e n f o r m a de indife-
rencia, se volvía á e n c o n t r a r en el vulgo. P e r o el h o m b r e
está c o n s t i t u i d o de tal m o d o q u e n o p u e d e vivir m u c h o
tiempo s i n c u l t o e x t e r i o r . E r a , p u e s , de t e m e r q u e , h a -
ciendo posible el p r o g r e s o i n t e l e c t u a l , la a p a r i c i ó n de la
idea m o n o t e í s t a se t r a d u j e s e en forma i n d i g n a de ella. E n
época m u c h o m e n o s r e m o t a q u e la de q u e h a b l a m o s , u n
emperador r o m a n o decía, él m i s m o , q u e c o n v e n d r í a favo-
recer l a difusión de la s a n a filosofía e n t r e l a s clases s u p e -
 — 268 —

r i o r e s , y e n c o n t r a r p a r a las inferiores u n culto q u e les

ofreciese e s p l é n d i d a s é i m p o n e n t e s c e r e m o n i a s . E s t e em-
p e r a d o r c o m p r e n d í a c u a n difícil es al h o m b r e de E s t a d o
solo conciliar e s t a s dos exigencias c o n t r a d i c t o r i a s . E l po-
l i t e í s m o h a b í a p e r d i d o t o d o p o d e r i n t e l e c t u a l , p e r o n o po-
día ser q u e n a c i o n e s q u e a p e n a s h a b í a n r o t o con él n o
r e t u v i e r a n n a d a de s u s a n t i g u a s disposiciones á a n a l i z a r
l a religión y á corporificar la d i v i n i d a d . E r a de t e m e r , por
el c o n t r a r i o , que la teología siguiese el m i s m o c a m i n o que
la p o l í t i c a , que á los a n t i g u o s reyes h a b í a s u s t i t u i d o los
e m p e r a d o r e s ; es decir, reyes m e n o s accesibles y m á s m a -
j e s t u o s o s , y q u e produjese ú n i c a m e n t e c o n c e p c i o n e s an-
tropomórficas p e r f e c c i o n a d a s .
L a h i s t o r i a n o s d e m u e s t r a c o n s t a n t e m e n t e q u e las na-
ciones n o p u e d e n ser modificadas de u n m o d o p e r m a n e n -
t e p o r p r i n c i p i o s ó a c t o s , s i n o á c o n d i c i ó n de que estos
actos ó p r i n c i p i o s e s t é n de a c u e r d o con la t e n d e n c i a do-
m i n a n t e a c t u a l m e n t e en e s t a s n a c i o n e s . Si la violencia
se ejerce e n e l l a s , s u o b r a n o s e r á d u r a d e r a , y de ella n i
a u n h u e l l a q u e d a r á q u i z á d e s p u é s de a l g u n a s g e n e r a c i o -
n e s . L a v i c t o r i a m i s m a es v e n c i d a p o r el t i e m p o . L o s
c a m b i o s p r o f u n d o s sólo son posibles c u a n d o la fuerza ac-
t i v a m a r c h a al u n í s o n o con el t e m p e r a m e n t o g e n e r a l .
L a p a z y la u n i d a d de s e n t i m i e n t o s , q u e bajo los a u s p i -
cios de u n p o d e r p r o t e c t o r y p o d e r o s o , a c a b a b a n de esta-
blecerse t a n r á p i d a m e n t e e n t r e todas las n a c i o n e s m e d i -
t e r r á n e a s e n e m i g a s poco h á ; los i n t e r e s e s de i n m e n s o
c o m e r c i o , floreciente, s i n t r a b a s , á c o n s e c u e n c i a de la
r e u n i ó n en u n a sola g r a n r e p ú b l i c a , de infinidad de pe-
q u e ñ o s r e i n o s , todo c o n c u r r í a á p r e p a r a r t a l e s t a d o de
cosas que el p o d e r político q u e d a r a a s e g u r a d o á todo dog-
m a religioso fundado e n s e n t i m i e n t o s de afecto é i n t e r é s
m u t u o s . D e b í a i n f a l i b l e m e n t e o c u r r i r q u e e n t r e los g r a n -
des g u e r r e r o s del t i e m p o , se p r e s e n t a s e u n o c u y a i n t e l i -
g e n c i a p r á c t i c a c o m p r e n d i e r a la i n m e n s a v e n t a j a p e r s o -
n a l de a l i a r s e con la idea d o m i n a n t e . ¿ Q u é p a r t i d o podía
m á s s e g u r a m e n t e g a n a r l e p a r t i d a r i o s , en el c e n t r o como
e n las p a r t e s m á s r e m o t a s del i m p e r i o ? Y a u n , si su pro-
pio estado i n t e l e c t u a l le p r o h i b i e s e a c e p t a r i m p l í c i t a m e n -
t e la f o r m a especial de q u e esta i d e a d o m i n a n t e se había
 — 269 —
r e v e s t i d o , ¿ p o d í a p o n e r s e e n d u d a q u e , si la a c e p t a b a y
le e r a fiel como político, a u n r e p u d i á n d o l a c o m o h o m b r e ,
le a s e g u r a r l a , en c a m b i o , i n m e n s o e n g r a n d e c i m i e n t o de
poder, p o d e r b a s t a n t e c o n s i d e r a b l e p a r a p e r m i t i r l e , en
caso de q u e la m e t r ó p o l i se r e s i s t i e r a ó se p r e s t a r a m a l á
sus p r o y e c t o s , s u s c i t a r l a u n a rival en m á s v e n t a j o s a s i t u a -
c i ó n , y a b a n d o n a r l a á sí m i s m a , á e l l a , r e s t o de t a n t a
gloria y de t a n t o s c r í m e n e s ?
L a h i s t o r i a n o s a t e s t i g u a , p u e s , q u e l a a n i q u i l a c i ó n de
las a n t i g u a s n a c i o n a l i d a d e s i n d e p e n d i e n t e s de la c u e n c a
del M e d i t e r r á n e o fué la que dio el ú l t i i n o golpe al poli-
teísmo, y q u e el m o n o t e í s m o fué c o n s e c u e n c i a del esta-
b l e c i m i e n t o del i m p e r i o en E o m a . L o s g r a n d e s h o m b r e s
del t i e m p o , d e b í a n h a b e r p r e v i s t o q u e , bajo c u a l q u i e r
forma q u e el c a m b i o se r e a l i z a s e , se h a l l a r í a n e c e s a r i a -
m e n t e l i m i t a d o al i m p e r i o m i s m o , y que la religión de
E o m a p r e v a l e c e r í a d o n d e q u i e r a q u e su l e n g u a fuera c o m -
p r e n d i d a . Sólo con el t i e m p o p o d í a n t r a s p a s a r s e estos
l í m i t e s , y ú n i c a m e n t e en l a s d i r e c c i o n e s e n q u e la situa-
ción de las cosas p e r m i t i e r a e s t a e x t e n s i ó n . Al Mediodía,
nada h a b í a q u e e s p e r a r m á s a l l á de las r e g i o n e s de Áfri-
ca que t o c a n i n m e d i a t a m e n t e al m a r ; m á s a l l á , el h o m -
bre vive e n la d e g r a d a c i ó n y se e n c u e n t r a feliz. H a c i a el
Oriente, existían grandes m o n a r q u í a s , independientes y
todavía i n t a c t a s , cada u n a con su civilización especial y
sin n i n g u n a n e c e s i d a d bajo el p u n t o de v i s t a religio-
so. Al N o r t e , se e n c o n t r a b a n n a c i o n e s s u m e r g i d a s e n l a
m á s h o r r i b l e y v e r g o n z o s a b a r b a r i e , n a c i o n e s de políga-
mos , i d ó l a t r a s y b o r r a c h o s que b e b í a n en los c r á n e o s de
sus e n e m i g o s . E s t a b a n l l a m a d a s , s i n e m b a r g o , á reco-
rrer b r i l l a n t e c a r r e r a y e s t á b a l e s r e s e r v a d o glorioso por-
venir.
Si e x c e p t u a m o s la m u e r t e de u n a n a c i ó n , n o h a y en la
historia de la h u m a n i d a d a c o n t e c i m i e n t o t a n profunda-
m e n t e s o l e m n e c o m o la m u e r t e de u n a r e l i g i ó n , a u n q u e
las ideas religiosas s e a n t r a n s i t o r i a s c o m o t o d a s l a s d e -
m á s y las c r e e n c i a s se s u c e d a n p e r i ó d i c a m e n t e , s e g ú n la
ley que rige l a s v a r i a c i o n e s c o n t i n u a s del p e n s a m i e n t o
h u m a n o . L a época i n t e l e c t u a l á q u e h e m o s l l e g a d o , e s t á
e s e n c i a l m e n t e c a r a c t e r i z a d a p o r dos g r a n d e s h e c h o s : l a
 — 270 —

r u i n a de u n s i s t e m a c o n s a g r a d o p o r el t i e m p o , p e r o an-
t i c u a d o , y la a d o p c i ó n de otro s i s t e m a n u e v o lleno de vida.
Al p r i n c i p i o , las o p i n i o n e s se modificaron y sucedieron
u n a s á o t r a s h a s t a q u e , al fin, d e s p u é s de varios siglos
de fusión y d i s o l u c i ó n , si así p u e d e d e c i r s e , a l r e d e d o r de
lo q u e q u e d a b a del p o d e r r o m a n o , c o m o a l r e d e d o r de u n
c e n t r o de c r i s t a l i z a c i ó n , se formó u n s i s t e m a definido
q u e , d e s a r r o l l á n d o s e l e n t a y g r a d u a l m e n t e , acabó p o r lle-
g a r á ser el p a p a d o y satisfacer las n e c e s i d a d e s de E u r o -
p a d u r a n t e los m i l a ñ o s q u e c o m p r e n d e la E d a d de fe.
L a a c t i t u d p e r s o n a l t o m a d a p o r las clases i l u s t r a d a s
c o n t r i b u y ó p o d e r o s a m e n t e á esta r u i n a del a n t i g u o siste-
m a . Se c o n t e n t a b a n con t o m a r p a r t e e n las c e r e m o n i a s
e x t e r i o r e s del c u l t o , r e s e r v á n d o s e á sí m i s m a s las doctri-
n a s s u p e r i o r e s q u e e s t i m a b a n p o r e n c i m a de la i n t e l i g e n -
cia del v u l g o . C o n s i d e r á n d o s e como u n a especie de aris-
t o c r a c i a i n t e l e c t u a l se m a n t e n í a n a p a r t e , y con sonrisa
de m a l d i s i m u l a d a i r o n í a , a p r o b a b a n las l o c u r a s que se
h a c í a n á su a l r e d e d o r . L a s i t u a c i ó n se h a b í a h e c h o a m e -
n a z a d o r a , c u a n d o a u t o r e s c o m o P o l i b i o y S t r a b ó n , para
justificar el c o n s e n t i m i e n t o o s t e n s i b l e que o t o r g a b a n sus
c o n c i u d a d a n o s á las l e y e n d a s y t r a d i c i o n e s c o n s a g r a d a s ,
i n d i c a b a n q u e es peligroso é i m i t i l desafiar la opinión
p ú b l i c a , y q u e se n e c e s i t a n e s p a n t a j o s p a r a c o n t e n e r á
los q u e s o n t a n n i ñ o s p o r su i n t e l i g e n c i a c o m o los que
lo son p o r su e d a d ; c u a n d o c e r e m o n i a s , q u e poco hacía
i m p o n í a n r e s p e t o á t o d o s , se h a l l a b a n r e b a j a d a s á ver-
g o n z o s a s c o m e d i a s r e p r e s e n t a d a s p o r i m p í o sacerdocio é
i n c r é d u l a a r i s t o c r a c i a ; c u a n d o los o r á c u l o s se callaban
p o r q u e ya n o p o d í a n r e s i s t i r á los m a l i g n o s a t a q u e s de
los i n i c i a d o s ; c u a n d o los m i l a g r o s del p a s a d o pasaban
p o r fábulas, y los m i l a g r o s a c t u a l e s p o r p r e s t i d i g i t a c i ó n ;
c u a n d o los m i s m o s h o m b r e s de E s t a d o a d o p t a b a n la má-
x i m a de q u e « c u a n d o el p u e b l o h a llegado á cierto grado
de c u l t u r a i n t e l e c t u a l , la clase s a c e r d o t a l , si q u i e r e con-
s e r v a r el p o d e r , debe e n g a ñ a r l e ú o p r i m i r l e » .
E n E o m a , e n t i e m p o de A u g u s t o , las clases intelec-
t u a l e s , los filósofos y los h o m b r e s de E s t a d o , h a b í a n aban-
d o n a d o c o m p l e t a m e n t e l a s a n t i g u a s c r e e n c i a s . P a r a ellos
l a s l e y e n d a s n a c i o n a l e s , q u e t a n c e l o s a m e n t e conservaba
 — 271 —
el p o p u l a c h o , n o e r a n m á s q u e ficciones. E l a c o n t e c i -
m i e n t o q u e h a b í a e n o r g u l l e c i d o á s u s a n t e p a s a d o s , por-
que establecía el o r i g e n divino del f u n d a d o r de la ciudad,
la m i l a g r o s a c o n c e p c i ó n de E e a Silvia p o r el dios M a r t e ,
se h a b í a c o n v e r t i d o en s i m p l e m i t o . Se h a b í a cesado de
poner s u confianza y su e s p e r a n z a e n la i n t e r c e s i ó n de
V e n u s , el e m b l e m a de la g r a c i a f e m e n i n a , p a r a con el
padre de los dioses e n favor de sus p r o t e g i d o s h u m a n o s .
Los libros sibilinos que e n c e r r a b a n , s e g ú n se creía en
otro t i e m p o , todo c u a n t o debía a s e g u r a r la g r a n d e z a de
la r e p ú b l i c a , e r a n sospechosos a h o r a de p r o c e d e r de ori-
gen n o divino ; n o se dejaba de i n s i n u a r q u e en diferentes
ocasiones h a b í a n sido a l t e r a d o s con objeto de satisfacer
pasajeros i n t e r e s e s , y h a s t a que los v e r d a d e r o s l i b r o s si-
bilinos h a b í a n sido d e s t r u i d o s y r e e m p l a z a d o s p o r o t r o s
nuevos. C o m o n o s o t r o s , e s t i m a b a n la m i t o l o g í a griega,
no por la p a r t e de v e r d a d q u e p u e d a c o n t e n e r , s i n o p o r
los e n c a n t a d o r e s t e m a s q u e p u e d e ofrecer á la poesía, á
la p i n t u r a y á la e s c u l t u r a . N o se creía ya e n l a e x i s t e n -
cia de aquellos h é r o e s cuya m e m o r i a h a b í a n c o n s a g r a d o
las edades p i a d o s a s , y q u e á veces se h a b í a n deificado,
en r e c o m p e n s a de los g r a n d e s e j e m p l o s y de las b e l l a s y
útiles acciones de su v i d a , ó, si s e a d m i t í a q u e a q u e l l o s
ilustres m o r t a l e s h u b i e r a n r e a l m e n t e v i v i d o , se a t r i b u í a
una p a r t e de sus h a z a ñ a s á la i g n o r a n c i a y á la s u p e r s t i -
ción de su t i e m p o . Así sucedía con E s c u l a p i o , B a c o y
Hércules. E n c u a n t o á la d i v e r s i d a d de las f o r m a s del
culto, la m u l t i t u d de sectas q u e se r e p a r t í a n l a s n a c i o n e s
a n t i g u a s , t o d a s ofrecían el e s p e c t á c u l o de l a m á s i m p o -
tente d e v o c i ó n , á la q u e sólo se a t e n d í a e n c u a n t o podía
servir á los i n t e r e s e s del E s t a d o .
Tal era la s i t u a c i ó n de l a s c o s a s . E n u n s e n t i d o las
clases i l u s t r a d a s h a b í a n c o n q u i s t a d o sü l i b e r t a d , en otro
seguían t o d a v í a siendo e s c l a v a s . L a r e p u g n a n c i a q u e m o s -
traban á e x p o n e r s e á los c a s t i g o s q u e p o d í a n i m p o n e r l e s
las d e m á s clases s o c i a l e s , es p a r a s o r p r e n d e r n o s . L a s cla-
ses i l u s t r a d a s o b r a b a n , en efecto, c o m o si viesen en el
vulgo u n a b e s t i a feroz d i s p u e s t a á d e v o r a r l a s si le d e s p e r -
t a b a n b r u s c a m e n t e de su s u e ñ o . L a s clases i g n o r a n t e s , á
las que t a n t o h a b í a n t e m i d o , se d e s p e r t a r o n e s p o n t á n e a -
 — 272 —

m e n t e c u a n d o les llegó la h o r a , y c o m p r e n d i e r o n clarísi-

m a m e n t e en seguida c u á l era el estado de las cosas.
E n t r e los e m p e r a d o r e s r o m a n o s , a l g u n o s t u v i e r o n u n a
inteligencia e n t e r a m e n t e superior. Sin embargo, aunque
h u b i e r a n d i s t i n g u i d o c l a r a m e n t e , c o m o t o d o s aquellos
c u y a a t e n c i ó n h a b í a atraído la c u e s t i ó n , en q u é s e n t i d o
m a r c h a b a la sociedad, n i u n o solo de ellos l e v a n t ó el dedo
p a r a g u i a r l a y d e j a r o n que las cosas siguiesen su c a m i n o .
E s v e r d a d que el g e n i o r o m a n o s i e m p r e se manifestó
m á s b i e n m a t e r i a l q u e i n t e l e c t u a l m e n t e ; p e r o E o m a , en
s u s g r a n d e s días, j a m á s h u b i e r a c o n s e n t i d o en a b a n d o n a r
la dirección de los a c o n t e c i m i e n t o s á l i b e r t o s , e u n u c o s y
esclavos. E l l o s d e s p o j a r o n la a n t i g u a religión de t o d a su
i m p o r t a n c i a p o l í t i c a , m i e n t r a s el g o b i e r n o fingía obede-
cer á los a n t i g u o s dioses. Así n o es de s o r p r e n d e r que
i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s de la i n t r o d u c c i ó n del cristia-
n i s m o , s u s d o c t r i n a s t a n p u r a s h a y a n sido c o r r o m p i d a s
p o r su fusión con las c r e e n c i a s que se a c a b a b a n de a b a n -
d o n a r . N o h a b í a q u e e s p e r a r que el vulgo p u d i e r a des-
p r e n d e r s e i n m e d i a t a m e n t e del círculo vicioso en que se
h a l l a b a e n c e r r a d o . Sólo la filosofía e r a capaz de l i b e r t a r -
le y la filosofía faltó á su deber en el m o m e n t o de la cri-
s i s . Así a p e n a s si d e b e n excitar n u e s t r o a s o m b r o h e c h o s
c o m o e s t e : las ferias de A u g u s t o c o n t i n u a r o n c e l e b r á n -
dose con m o t i v o de la fiesta de S a n P e d r o Advíncula;
h a s t a n u e s t r o s días la i m a g e n de la S a n t a V i r g e n fué so-
l e m n e m e n t e llevada al r í o , c o m o lo era en otro tiempo
la de Cibeles; en fin, la m a y o r p a r t e de los r i t o s paganos
se c o n s e r v a r o n e n E o m a . Si el p a g a n i s m o h u b i e r a sobre-
vivido ú n i c a m e n t e en a l g u n o s usos y p r á c t i c a s acceso-
r i a s de este g é n e r o , el m a l n o h u b i e r a sido g r a n d e ; pero
— c o m o s a b e n c u a n t o s h a n e s t u d i a d o este a s u n t o — f u é
m u c h o m á s g e n e r a l y m á s profundo. C u a n d o los efesios
s u p i e r o n q u e el concilio convocado en su c i u d a d y presi-
dido p o r C i r i l o , a c a b a b a de decidir q u e la V i r g e n se lla-
m a r í a «la M a d r e de Dios» v e r t i e r o n l á g r i m a s de alegría y
a b r a z a r o n l a s r o d i l l a s de su o b i s p o ; el a n t i g u o instin-
to h a b l a b a t o d a v í a en ellos y sus a n t e p a s a d o s n o hubie-
r a n o b r a d o de o t r o m o d o si se h u b i e s e t r a t a d o de Diana.
T r a j a n o h u b i e r a p o d i d o volver á E o m a diez siglos des-
 — 273 -
pues de su m u e r t e y h u b i e r a e n c o n t r a d o el m i s m o d r a m a
con o t r o s a c t o r e s y o t r o e s c e n a r i o ; h u b i e r a r e c o n o c i d o
c u a n g r a n d e h a b í a sido la falta de legislación de su r e i -
n a d o ; h u b i e r a r e c o n o c i d o c u á n t o m á s c u e r d o es e n los
g o b i e r n o s , d e s m o r o n a d a y a la b a s e i n t e l e c t u a l de la r e l i -
gión , a b s t e n e r s e de t o d a i n t e r v e n c i ó n v i o l e n t a en favor
de ideas i n a c e p t a b l e s y a , y t o m a r p a r t e e n el m o v i m i e n -
to n a c i e n t e p a r a p o n e r s e á su c a b e z a y t r a z a r l e el c a m i -
no. L a filosofía es i m p o t e n t e p a r a s o s t e n e r cosas q u e el
sentido c o m ú n h a e m p e z a d o á r e p u d i a r ; n o h a c e e n t o n -
ces sino c o m p a r t i r su d e s c r é d i t o . U n a vez p e r d i d a la oca-
sión o p o r t u n a de h a c e r s e ú t i l á l a h u m a n i d a d , p u e d e n
pasarse e d a d e s e n t e r a s s i n q u e se p r e s e n t e de n u e v o o t r a
ocasión s e m e j a n t e . L a i g n o r a n c i a y los viles i n t e r e s e s
aprovechan esa ocasión y c a r g a n á l a h u m a n i d a d c o n u n
peso de q u e n i diez siglos de l u c h a p u e d e n b a s t a r p a r a
librarla. U n o de los m á s s a g r a d o s d e b e r e s de todo gobier-
no i l u s t r a d o , es a l i a r s e con l a filosofía e n el m o m e n t o e n
que la sociedad a t r a v i e s a l a crisis m á s s e r i a de su e x i s -
tencia , la e n q u e r e p u d i a l a fe a n t i g u a p a r a a c e p t a r o t r a
nueva. D e t o d o s s u s d e b e r e s , ese es el p r i m e r o y m á s
i m p o r t a n t e , p o r q u e afecta á i n t e r e s e s q u e s o b r e v i v e n á
todos los i n t e r e s e s t e m p o r a l e s .

Historia del desarrollo intelectual de Europa.-. — T O M O I. 18

 CAPÍTULO IX

E d a d de examen en E u r o p a .

D e s p u é s de h a b e r e x p u e s t o la caída del p o l i t e í s m o , la
d e c a d e n c i a de l a filosofía y l a d e s o r g a n i z a c i ó n m o r a l y
social del i m p e r i o r o m a n o , o c u p é m o n o s del acontecimien-
t o m á s i m p o r t a n t e de la h i s t o r i a , del n a c i m i e n t o del cris-
t i a n i s m o . T e n g o q u e m o s t r a r c ó m o n a c i ó y se propagó
e s t a n u e v a c r e e n c i a , c ó m o se h a l l ó u n c r i t e r i o de verdad
e n la i n s t i t u c i ó n de los concilios eclesiásticos y cómo se
d e s a r r o l l ó u n s i s t e m a q u e , d u r a n t e m i l a ñ o s próxima-
m e n t e , debía satisfacer l a s n e c e s i d a d e s i n t e l e c t u a l e s de
Europa.
E l l e c t o r , á q u i e n acabo de e x p o n e r l a m a r c h a de los
a s u n t o s r o m a n o s , debe p r e p a r a r s e a h o r a á e s t u d i a r sus
c o n s e c u e n c i a s . N o s es n e c e s a r i o s e g u i r los p r o g r e s o s del
c r i s t i a n i s m o y al m i s m o t i e m p o e x a m i n a r c ó m o se adap-
t a r o n á l a s n e c e s i d a d e s i n t e l e c t u a l e s d e l i m p e r i o sus
p r i n c i p i o s f u n d a m e n t a l e s y cómo se t r a n s f o r m ó sucesiva-
m e n t e ; t a r e a en e x t r e m o p e l i g r o s a si es cierto q u e la sin-
c e r i d a d y la v e r d a d m i s m a s ofenden á v e c e s . P o r m i par-
t e t e n g o i n t e n c i ó n d e n o h a b l a r sino con el m á s pro-
fundo r e s p e t o de e s t a g r a n c u e s t i ó n , p e r o t a m b i é n con
e n t e r a l i b e r t a d , p o r q u e p a r a m í la l i b e r t a d de p e n s a m i e n -
t o y l a de l a p a l a b r a es el p r i m e r o de los b i e n e s de este
mundo.
A s í , á fin de q u e n a d i e se e q u i v o q u e sobre m i manera
de p e n s a r , d e c l a r o m u y alto y a n t e s de p a s a r adelante,
q u e m e p a r e c e q u e s é d i s t i n g u i r e n t r e e l cristianismo,
q u e e s d o n d e D i o s , y l a s o r g a n i z a c i o n e s eclesiásticas
q u e , n a c i d a s de las n e c e s i d a d e s del h o m b r e é inventadas
por el h o m b r e , p u e d e n ser c r i t i c a d a s , y h a s t a si es n e c e ¡

sario, c o n d e n a d a s l i b r e m e n t e .
E l estado en q u e se e n c o n t r a b a el i m p e r i o r o m a n o i n -
dica m u y c l a r a m e n t e e n q u é p r i n c i p i o s debía a p o y a r s e
cualquier s i s t e m a n u e v o d e s t i n a d o á m e j o r a r la s i t u a c i ó n
de las cosas. L a v i o l e n c i a h a b í a concluido bajo el r e i n a -
do de A u g u s t o , n o p o r o t r a r a z ó n s i n o p o r q u e h a b l a t e r -
minado su o b r a . L a fe h a b í a p e r e c i d o , la m o r a l i d a d d e s -
aparecido. E n t o r n o del M e d i t e r r á n e o las n a c i o n e s con-
quistadas se c o n s i d e r a b a n e n v u e l t a s en c o m ú n i n f o r t u n i o .
E l silencio r e i n a b a en E u r o p a , e n Asia y e n Á f r i c a ; p e r o
este silencio-era el silencio dé la d e s e s p e r a c i ó n .
E o m a j a m á s c o n s i d e r ó al h o m b r e c o m o u n ser, sino co-
mo u n a cosa. P e r s i g u i ó su g r a n d e z a política sin c o m p a s i ó n
á los sufrimientos h u m a n o s . Si su d o m i n a c i ó n fué á veces
ventajosa á los p u e b l o s c o n q u i s t a d o s , fué sólo fortuita-
mente y c u a n d o R o m a se m o s t r ó c i v i l i z a d o r a , n u n c a lo
fué c o n s c i e n t e m e n t e , n i de p r o p ó s i t o d e l i b e r a d o . L a c o n -
quista y la r a p i ñ a e r a n el objeto c o n s t a n t e de s u s a c t o s ,
y n u n c a , n i s i q u i e r a c u a n d o llegó al t é r m i n o de su des-
envolvimiento i n t e l e c t u a l , p u d o c o m p r e n d e r la i g u a l d a d
de los h o m b r e s a n t e la ley. S i e m p r e p e r m a n e c i ó fiel á su
inflexible política y fueron m u y r a r a s l a s o c a s i o n e s en
que, obligada p o r la r a z ó n de E s t a d o , c o n s i n t i ó en d e t e -
ner su m a n o p r o n t a á h e r i r . L o s c a p r i c h o s del p o d e r la
hicieron á veces m i s e r i c o r d i o s a , p e r o n u n c a supo elevar-
se hasta la b e n e v o l e n c i a .
Cuando S i r i a p a g a b a de c u o t a l a t e r c e r a p a r t e de su
renta a n u a l , ¿ p o r q u é a d m i r a r s e de q u e el a l d e a n o j u d í o
suspirase p o r u n l i b e r t a d o r y a n h e l a s e a r d i e n t e m e n t e l a
venida del M e s í a s , r e y t e m p o r a l de los j u d í o s , q u e le p r o -
metían las t r a d i c i o n e s n a c i o n a l e s ? ¿ E s de a d m i r a r q u e
los h o m b r e s a s p i r a s e n á la i g u a l d a d a n t e la l e y , c u a n d o
en todas p a r t e s era p r o c l a m a d a la i g u a l d a d de t o d a s l a s
criaturas h u m a n a s a n t e D i o s , q u e «hace lucir el sol so-
bre los b u e n o s y los m a l o s y e n v í a las p l a g a s del cielo lo
mismo sobre el j u s t o q u e s o b r e el i n j u s t o » ? L a i g u a l d a d
universal i m p l i c a la b e n e v o l e n c i a u n i v e r s a l ; á las p r e s -
cripciones i m p e r s o n a l e s y c o m u n m e n t e eludibles de la
ley, s u s t i t u y e l a s s u g e s t i o n e s de la c o n c i e n c i a s i e m p r e
 — 276 —

presente; acepta en fin la máxima: «Haz con los demás

lo que quieras que los demás hagan contigo.»
El modo de propagar una doctrina depende de dos co-
sas : de la naturaleza intrínseca de esta doctrina y de las
condiciones en que se hallan aquellos á quienes está des-
tinada. La difusión del cristianismo no es por ningún
concepto difícil de comprender. Su adversario, el paga-
nismo, estaba minado por causas de debilidad inherentes
y por la impiedad: presentaba el aspecto más sombrío.
Si se le puede llamar sistema, era un sistema sin idea
dominante, sin principios, sin organización y falto total-
mente de espíritu de proselitismo. Sus pontífices tenían
cada uno su dios particular y no formaban en manera
alguna un cuerpo político; presidían las ceremonias del
culto y predecían los acontecimientos futuros, sin que
jamás intervinieran en la vida de familia. El paganismo
no tenía consuelos que ofrecer á los humildes y á los des-
graciados : apenas si admitía la vida futura: limitaba á
las cosas de este mundo las aspiraciones y el destino del
hombre, enseñando que cada cual debe tratar á toda cos-
ta de asegurar su dicha aquí abajo, y que el suicidio es
el refugio de los hombres valerosos contra el infortunio.
Por otra parte estaba el cristianismo con su entusias-
mo ardiente y su fe abrasadora, con su promesa de re-
compensas en esta vida y de felicidad sin término ó de
eterna condenación en el otro mundo, con sus doctrinas
tan precisas sobre el pecado, el arrepentimiento y el per-
dón , con sus dogmas fascinadores sobre la resurrección
de los muertos, del fin próximo del mundo y del juicio
final; el cristianismo, fuerte con la eficacia de la sangre
del Hijo de Dios, fuerte con su ardor proselítico y (bajo
el punto de vista mundano), fuerte sobre todo con la in-
comparable organización que recibió desde el principio.
Al cristiano pobre le daba las limosnas de los fieles y al
afligido sus simpatías. Cada vez que los cristianos se re-
unían, pedían á Dios que oyera las quejas de los cauti-
vos y tuviese piedad de los que iban á dejar la vida.
Para el esclavo y para su dueño no había más que una
ley, una esperanza, un bautismo, un salvador, un juez.
Sin duda que, frecuentemente cuando la desgracia hería
 — 277 —
á u n a f a m i l i a , el esclavo c r i s t i a n o c o n s o l a b a á su s e ñ o r a
de la p é r d i d a de u n ser q u e r i d o con la idea de que las se-
paraciones de este m u n d o son pasajeras y de que b a y o t r o
donde v o l v e r e m o s á e n c o n t r a r á n u e s t r o s m u e r t o s . ¿Cómo
c o n t e n e r la difusión de u n a c r e e n c i a capaz de h a c e r p a l -
pitar de gozo los c o r a z o n e s t r a n s i d o s de dolor?
L a p r i m e r a o r g a n i z a c i ó n del c r i s t i a n i s m o e r a u n a es-
pecie de c o m u n i s m o : se r e u n í a n los b i e n e s de los fieles
y f o r m a b a n u n fondo c o m ú n , con el cual s o s t e n í a n á los
necesitados. T a l s i s t e m a , r i g o r o s a m e n t e aplicado, n o p u e -
de subsistir m á s que m u y poco t i e m p o , y n o c o n v i e n e
sino á u n a c o m u n i d a d m u y r e d u c i d a . E s p o r su m i s m a
n a t u r a l e z a i m p r a c t i c a b l e en g r a n escala. A p e n a s e s t u v o
en vigor, las dificultades que suscitó la c u e s t i ó n de las
viudas h e b r e a s y griegas v i n i e r o n á m o s t r a r la u r g e n c i a
de su modificación. EL e s t a b l e c i m i e n t o de u n fondo co-
m ú n facilitó s o b r e m a n e r a a la I g l e s i a la p r o p a g a c i ó n de
la nueva ley e n t r e las clases inferiores. E n los países cá-
lidos, en los q u e son p o q u í s i m a cosa l a s n e c e s i d a d e s de
la v i d a , u n c a p i t a l insignificante e n a p a r i e n c i a , p u e d e ,
por este m e d i o , p r o d u c i r g r a n d e s r e s u l t a d o s . P e r o á m e -
dida que se a c u m u l a b a la r i q u e z a , se d e s p e r t a b a n las c o n -
cupiscencias y las a m b i c i o n e s ; q u e r i e n d o r i v a l i z a r y a u n
eclipsar los d i g n a t a r i o s eclesiásticos á los del E s t a d o , n e -
cesitaron e s p l é n d i d a s r e m u n e r a c i o n e s y costosísimo m o d o
de vivir.
E s t a s modificaciones que la o r g a n i z a c i ó n p r i m i t i v a de
la c r i s t i a n d a d t u v o que sufrir, n o s a u t o r i z a n p a r a f o r m u -
lar la i n s t r u c t i v a c o n c l u s i ó n de q u e n o se debe o t o r g a r
m á s que s e c u n d a r i a i m p o r t a n c i a á las f o r m a s p a r t i c u l a -
res que m á s t a r d e revistió s u c e s i v a m e n t e el p r i n c i p i o c r i s -
tiano. I b a n d e s a p a r e c i e n d o t a n r a d i c a l m e n t e las s e c t a s
de los p r i m e r o s t i e m p o s , que a p e n a s r e c o r d a m o s el sen-
tido de los n o m b r e s con que se las c o n o c í a n y la n a t u r a -
leza de sus d o g m a s especiales. L a o r t o d o x i a c r i s t i a n a , q u e
en u n p r i n c i p i o se r e d u c í a á p r á c t i c a s a p r o p i a d a s al esta-
do i n t e l e c t u a l de los p r i m e r o s fieles, t a l e s c o m o el a y u -
no, la p e n i t e n c i a y la l i m o s n a , se elevó en seguida p o r
grados á las m á s a l t a s d o c t r i n a s metafísicas. Se h a r í a
m a l , n o o b s t a n t e , en s u p o n e r que cada u n a de e s t a s p r á c -
 — 278 —
t i c a s ó d o c t r i n a s fué o b r a aislada de u n h o m b r e ambicio-
so. C o n s i d e r a d a s , c o m o d e b e n serlo, es decir, en su con-
j u n t o , a p a r e c e n c o m o los r e s u l t a d o s del p r o g r e s o n o r m a l
de las o p i n i o n e s h u m a n a s .
C o n s u l t e el lector curioso á los a u t o r e s q u e h a n t r a t a -
do de las sectas de los p r i m e r o s t i e m p o s , y v e r á e n ellos
c ó m o la I g l e s i a en sus p r i n c i p i o s t u v o q u e c o m b a t i r el
apego aferrado á los r i t o s h e b r e o s , y con q u é dificultad
c o n s i g u i ó s e p a r a r s e del j u d a i s m o , q u e p r e d o m i n ó en los
diez p r i m e r o s años.; v e r á t a m b i é n c ó m o d u r a n t e siglos
estuvo a g i t a d a p o r d i s p u t a s s o b r e la n a t u r a l e z a de Cris-
t o , y c ó m o de e s t a s d i s p u t a s s u r g i e r o n c r e e n c i a s sobre
c r e e n c i a s ; p á r a l o s e b i o n i t a s , Cristo e r a s i m p l e m e n t e u n
h o m b r e ; p a r a los d o c e t a s n o t e n í a f o r m a n i n g u n a sensi-
b l e ; s e g ú n C e r i n t o , j u d í o g n ó s t i c o , poseía doble n a t u r a -
leza. E l lector v e r á , e n f i n , en dichos a u t o r e s , cómo el
c r i s t i a n i s m o , m á s t a r d e , d e s p u é s de h a b e r s e e x t e n d i d o
p o r todo el i m p e r i o , c o n s e r v ó visibles h u e l l a s de las dos
influencias que h a b í a n o b r a d o sobre é l , la del O r i e n t e y
la del O c c i d e n t e : el O r i e n t e c o n sus d o c t r i n a s especulati-
vas , de las c u a l e s , l a s m á s i m p o r t a n t e s , se h a b í a n des-
a r r o l l a d o p o r la filosofía p l a t ó n i c a de Alejandría, la secta
filosófica q u e s u m i n i s t r ó m a y o r n ú m e r o de c o n v e r s o s á
l a n u e v a fe ; el O c c i d e n t e con su g e n i o u t i l i t a r i o , comple-
t a m e n t e p r á c t i c o , h o s t i l al p e n s a m i e n t o , y q u e , favoreci-
do s i n g u l a r m e n t e p o r las c i r c u n s t a n c i a s , n o se preocupa-
b a m á s q u e de e n g r a n d e c e r s e m a t e r i a l m e n t e y de desarro-
llar su p o d e r t e r r i t o r i a l . E n O r i e n t e t o d a s las concepcio-
n e s p r o d u c i d a s p o r las sectas c r i s t i a n a s se p i e r d e n e n D i o s ;
en O c c i d e n t e , t o d a s t i e n e n al h o m b r e p o r objeto. E s t o es
lo q u e d i s t i n g u e e s e n c i a l m e n t e al O c c i d e n t e del O r i e n t e :
p o r u n lado a b u n d a n c i a de d o c t r i n a s r e f e r e n t e s á la na-
t u r a l e z a de la D i v i n i d a d ; p o r o t r o , a b u n d a n c i a de p r e -
c e p t o s p a r a la m e j o r a y c o n s u e l o de la h u m a n i d a d . D u -
r a n t e m u c h o t i e m p o observóse a m p l í s i m a t o l e r a n c i a con
l a s diferencias de o p i n i ó n , y h a s t a la época del concilio
de Nicea n i n g ú n c r i s t i a n o e r a c o n s i d e r a d o c o m o hereje
d e s d e el m o m e n t o e n q u e profesara el s í m b o l o de los após-
toles.
U n h i s t o r i a d o r eclesiástico h a c e , con r e s p e c t o á las pri-
 — 279 -
m e r a s a l t e r a c i o n e s del c r i s t i a n i s m o , esta a t i n a d a a d v e r -
t e n c i a : « U n a fuente l í m p i d a y p u r a , a l i m e n t a d a p o r ca-
nales secretos que le r i n d e n el t r i b u t o del rocío del cielo
se t i ñ e n e c e s a r i a m e n t e , al c o n v e r t i r s e en g r a n río de l a r -
go y s i n u o s o c u r s o , del color de las diferentes t i e r r a s á
través de las cuales c o r r e . » B a j o la influencia de las cir-
c u n s t a n c i a s e x t e r i o r e s , se p r o d u j e r o n t r e s modificaciones
d i s t i n t a s del c r i s t i a n i s m o p r i m i t i v o : la j u d a i c a , la g n ó s -
tica y la africana.
L a p r i m e r a p r o v i e n e de la influencia del j u d a i s m o . E l
c r i s t i a n i s m o n o llegó á e m a n c i p a r s e del j u d a i s m o , s i n o
con e x t r e m a dificultad, c o s t á n d o l e f r e c u e n t e s d i s c u s i o n e s
que e s t a l l a r o n e n t r e los m i s m o s apóstoles. L o s p r i m e r o s
discípulos se m a n t u v i e r o n fieles á l a p u r e z a de la d o c -
t r i n a h e b r a i c a , y les fué i m p o s i b l e r e n u n c i a r á la i d e a
de que el S a l v a d o r e r a el Mesías t e m p o r a l , el r e y de los
j u d í o s q u e se les h a b í a p r o m e t i d o de t i e m p o a t r á s . L a
n u e v a fe se p r o p a g ó m u y r á p i d a m e n t e , g a n a n d o d e s d e
luego á los j u d í o s , d e s p u é s á los g e n t i l e s , y, p o r ú l t i m o ,
al m u n d o e n t e r o , s i n d i s t i n c i ó n de n a c i ó n , de c l i m a , n i
de colores. E n t o n c e s fué c u a n d o a t r a j e r o n la a t e n c i ó n de
todas l a s d o c t r i n a s f u n d a m e n t a l e s e n q u e se a p o y a b a . E l
cristianismo judaico, propiamente dicho, encontró bien
p r o n t o p r e m a t u r o fin; n o p u d o s o s t e n e r s e c o n t r a l a s p o -
derosas influencias apostólicas que r e i n a b a n en el s e n o
de la Iglesia, n i c o n t r a la p r e s i ó n v i o l e n t a ejercida s o b r e
él por los j u d í o s n o c o n v e r t i d o s q u e la p e r s e g u í a n con
odio e n c a r n i z a d o . J u d í o s fueron los p r i m e r o s q u e p r e d i -
caron en el i m p e r i o r o m a n o . D u r a n t e los p r i m e r o s a ñ o s
se exigía l a c i r c u n c i s i ó n y la c o n f o r m i d a d con la ley de
M o i s é s ; p e r o el p r i m e r concilio q u e se r e u n i ó en J e r u s a -
l e m el a ñ o 4 9 , h a b i e n d o d e l i b e r a d o sobre e s t e p u n t o , se
decidió p o r la n e g a t i v a . S e c a m b i ó l a o r g a n i z a c i ó n de la
Iglesia p r i m i t i v a , q u e en u n p r i n c i p i o e s t a b a c a l c a d a
en la de la s i n a g o g a . Al p r i n c i p i o las c r e e n c i a s y los r i t o s
e r a n s e n c i l l o s : b a s t a b a profesar la fe en J e s u c r i s t o y r e -
cibir el b a u t i s m o q u e m a r c a b a la a d m i s i ó n del p r o s é l i t o
en la c o m u n i d a d de los fieles. S a n t i a g o , q u e e r a l l a m a d o
el h e r m a n o de N u e s t r o S e ñ o r , o c u p a b a , c o m o se p u e d e
a d i v i n a r p o r su i l u s t r e p a r e n t e s c o , el p r i m e r p u e s t o e n
 — 280 —

l a I g l e s i a . S e g ú n E u s e b i o , los n o m b r e s de los obispos de

Jerusalem que sucedieron á Santiago, son: Simeón, J u s -
to, Zaqueo, Tobías, Benjamín, J u a n , Mateo, Felipe, L e -
vi, E f r a í n , J o s é y J u d á . E s t o s n o m b r e s i n d i c a n suficien-
t e m e n t e su n a c i o n a l i d a d .
U n a de l a s glorias de e s t a Iglesia e r a la de que n o h a -
bía sido m a n c i l l a d a p o r n i n g u n a h e r e g í a h a s t a el t i e m p o
del ú l t i m o obispo j u d í o , gloria q u e , n o o b s t a n t e , n o debe-
m o s concederle sin r e s e r v a , p o r g u e desde m u y t e m p r a n o
e n c o n t r a m o s en J e r u s a l e m las h u e l l a s de dos p a r t i d o s
o p u e s t o s : los que a c e p t a b a n la c o n c e p c i ó n m i l a g r o s a de
Cristo y los que la r e c h a z a b a n . L o s e b i o n i t a s p r e t e n d í a n
h a c e r r e m o n t a r la g e n e a l o g í a de n u e s t r o S a l v a d o r h a s t a
D a v i d , conforme al E v a n g e l i o de S a n M a t e o , y n o q u e -
r í a n , p o r lo t a n t o , oir n a d a sobre t a l concepción m i l a -
g r o s a , p r e t e n d i e n d o q u e e r a apócrifa y q u e e s t a b a en
m a n i f i e s t a c o n t r a d i c c i ó n con la t r a d i c i ó n q u e h a c í a des-
c e n d e r de J o s é al S a l v a d o r . L o s e b i o n i t a s d e b e n ser con-
siderados c o m o n ú c l e o del p a r t i d o n a c i o n a l ó p a t r i o t a .
P a r e c e ser q u e c o n t r a r i a r o n el p r o g r e s o de la conver-
s i ó n de los j u d í o s dos c a u s a s : la p r i m e r a fué la decep-
ción q u e e x p e r i m e n t a r o n sobre el p o d e r t e m p o r a l del M e -
s í a s , y la s e g u n d a la p r e e m i n e n c i a q u e en seguida se
otorgó á la d o c t r i n a de l a T r i n i d a d . P e r s e g u í a n con celo
r a y a n o en f a n a t i s m o todo c u a n t o afectaba á la d o c t r i n a
n a c i o n a l de la u n i d a d de D i o s . E l c r i s t i a n i s m o j u d a i c o
c o n c l u y ó r e a l m e n t e c o n la d e s t r u c c i ó n de J e r u s a l e m por
los r o m a n o s . S u ú l t i m o vestigio lo e n c o n t r a m o s en la
d i s p u t a sobre la P a s c u a , d i s p u t a á que p u s o fin el conci-
lio de Nicea. L a c o n v e r s i ó n de los j u d í o s h a b í a cesado ya
a n t e s del r e i n a d o de C o n s t a n t i n o .
L a s e g u n d a f o r m a del c r i s t i a n i s m o , el c r i s t i a n i s m o
g n ó s t i c o , h a b í a t e r m i n a d o su d e s a r r o l l o u n siglo d e s p u é s
de la m u e r t e de C r i s t o . E j e r c i ó influencia m u y a c t i v a
d u r a n t e los c u a t r o p r i m e r o s s i g l o s , d a n d o n a c i m i e n t o á
infinidad de s e c t a s s e c u n d a r i a s . N o era o t r a cosa q u e el
c r i s t i a n i s m o i n g e r t o en el m a g i s m o . H a c í a del S a l v a d o r
u n a i n t e l i g e n c i a e m a n a d a , d e r i v a d a de u n e s p í r i t u e t e r n o
q u e existía p o r sí m i s m o . E s t a i n t e l i g e n c i a , y n o J e s ú s -
H o m b r e , era p a r a ellos C r i s t o . Cristo, i n m a t e r i a l é i n s e n -
 — 281 -
sible, n o podía p a r a el g n o s t i c i s m o ser fuente de l a s ideas
de expiación y de sacrificio. E l c r i s t i a n i s m o g n ó s t i c o fué
c o n t e n i d o en su desarrollo p o r la r e a p a r i c i ó n del m a g i s m o
p u r o e n t r e los p e r s a s bajo el r e i n a d o de A r d e c h y r - B a b e -
g a n . N o d e s a p a r e c i ó , sin e m b a r g o , a n t e s de h a c e r e n el
c r i s t i a n i s m o ortodoxo i m p r e s i ó n m á s p r o f u n d a de lo q u e
se h a s u p u e s t o , c u y a s i n d e l e b l e s h u e l l a s s u b s i s t e n t o d a v í a
en n u e s t r o s días.
L a t e r c e r a f o r m a , el c r i s t i a n i s m o africano ó p l a t ó n i c o ,
nació en A l e j a n d r í a . E n esta ciudad fué d o n d e se p r o m o -
vieron a q u e l l a s fatales d i s p u t a s r e f e r e n t e s á la T r i n i d a d ,
p a l a b r a q u e n o se lee en las S a n t a s E s c r i t u r a s , y q u e pa-
rece h a b e r sido e m p l e a d a p o r p r i m e r a vez p o r Teófilo,
obispo de A n t i o q u í a . E n t i e m p o de A d r i a n o , el c r i s t i a n i s -
m o se h a b í a difundido p o r todo E g i p t o , c o n q u i s t a n d o n u -
m e r o s o s p r o s é l i t o s e n t r e los filósofos p l a t ó n i c o s de la M e -
t r ó p o l i . E s t o s filósofos modificaron la idea g n ó s t i c a en el
s e n t i d o de sus p r o p i a s d o c t r i n a s . P r e t e n d í a n que el p r i n -
cipio de q u e procede el u n i v e r s o e m a n a del e s p í r i t u su-
p r e m o y es s u s c e p t i b l e de volver á é l , c o m o el r a y o de
sol, decían, e m a n a del sol y v u e l v e al sol. A f i r m a b a n q u e
este r a y o e s t a b a ligado de u n a m a n e r a p e r m a n e n t e á
n u e s t r o S a l v a d o r , y q u e , p o r c o n s i g u i e n t e , podía éste ser
considerado c o m o D i o s . H a y , p u e s , e n su p e r s o n a t r e s
p a r t e s d i s t i n t a s : el c u e r p o , el a l m a y el logos. D e m o d o
que es á la vez D i o s y h o m b r e . P e r o c o m o el r a y o es i n -
ferior al sol, es claro que Cristo debe ser inferior al P a d r e .
H a y e v i d e n t e m e n t e en t o d o esto algo t r a n s c e n d e n t a l , y
los c r i s t i a n o s , i m i t a n d o el ejemplo de los filósofos grie-
gos, veían en ello u n a d o c t r i n a m i s t e r i o s a q u e calificaban
de « m a n j a r de los h o m b r e s f u e r t e s » , e n t a n t o q u e la doc-
t r i n a p o p u l a r era «la l e c h e de los r e c i é n n a c i d o s » . J u s t i n o ,
s a n t o y m á r t i r ( a ñ o 1 3 2 ) , q u e h a b í a sido filósofo pla-
t ó n i c o , p e n s a b a q u e el r a y o d i v i n o , d e s p u é s de h a b e r s e
fijado en C r i s t o , n o se r e t i r a b a n u n c a de él n i se h a b í a
s e p a r a d o n u n c a de su f u e n t e . E x p l i c a su idea con dos
ejemplos: así c o m o el d i s c u r s o (logos) sale de u n h o m b r e
y llega á otro h o m b r e t r a n s m i t i é n d o l e cierto p e n s a m i e n t o
que p e r m a n e c e , sin e m b a r g o , en la p e r s o n a q u e h a b l a , lo
m i s m o el logos del P a d r e s u b s i s t e i n a l t e r a d o en é l , p o r
 — 282 —

m á s q u e h a y a sido c o m u n i c a d o al H i j o ; ó m e j o r todavía,
lo m i s m o q u e u n a l á m p a r a p u e d e servir p a r a e n c e n d e r
o t r a sin p e r d e r n a d a de su b r i l l o , lo m i s m o se t r a n s m i t e
al H i j o l a d i v i n i d a d del P a d r e . E s t a ú l t i m a i n t e r p r e t a c i ó n
se h i z o m á s t a r d e m u y p o p u l a r , y h a l l ó su l u g a r en el
s í m b o l o de N i c e a : «Dios de D i o s ; L u z de L u z . »
E s e v i d e n t e q u e esta a r g u m e n t a c i ó n t e n í a p o r objeto
c o n s e r v a r i n t a c t a la d o c t r i n a de la u n i d a d de D i o s , por-
q u e en e s t a época la i n m e n s a m a y o r í a de los c r i s t i a n o s
e r a n m o n á r q u i c o s , en la acepción teológica de la p a l a b r a .
Así d e s a p a r e c i e r o n el c r i s t i a n i s m o j u d a i c o y el cristia-
n i s m o g n ó s t i c o ; el c r i s t i a n i s m o a f r i c a n o , p l a t ó n i c o ó ale-
j a n d r i n o e s t a b a d e s t i n a d o á p e r p e t u a r s e . No se c o m p r e n d e
c ó m o pudo s u c e d e r así si n o se conoce la h i s t o r i a política
de la época. E e c o r d a r é , p u e s , b r e v e m e n t e sus h e c h o s prin-
cipales.
E l c r i s t i a n i s m o c o m e n z ó la c o n q u i s t a del m u n d o por
d o n d e h a b í a n a c i d o , p o r J u d e a . Bajo su p r i m e r a forma
h i z o r á p i d o s é i n e v i t a b l e s p r o g r e s o s , g r a c i a s á la c r e e n c i a ,
e n t o n c e s u n i v e r s a l , de q u e e s t a b a p r ó x i m o el fin de todas
l a s cosas y de q u e el m u n d o i b a á p e r e c e r p o r el fuego.
Salió de la g u e r r a civil que h a b í a e n c e n d i d o en J u d e a p a r a
c o m e n z a r su e r a de c o n q u i s t a y de e n g r a n d e c i m i e n t o ex-
t e r i o r . I n v a d i ó s u c e s i v a m e n t e á C h i p r e , F r i g i a , Galacia,
t o d a el Asia M e n o r , G r e c i a é I t a l i a . L a s p e r s e c u c i o n e s de
N e r ó n con ocasión del i n c e n d i o de B o m a n o d e t u v i e r o n
u n i n s t a n t e su c a r r e r a . Bajo su r e i n a d o se p r o p a g ó m u y
r á p i d a m e n t e , y b i e n p r o n t o s u r g i e r o n en t o d a s direccio-
n e s iglesias p e t r i n a s , p a u l i a n a s ó j u d a i z a n t e s y h e l e n i s -
tas. L a s últimas superaron a l a s p r i m e r a s , concluyendo
éstas p o r d e s a p a r e c e r d e f i n i t i v a m e n t e . L a c o n s t i t u c i ó n de
l a s iglesias se m o d i f i c ó , y l a s c o n g r e g a c i o n e s p e r d i e r o n
poco á poco el p o d e r , q u e concluyó p o r c o n c e n t r a r s e en-
t e r a m e n t e en m a n o s del o b i s p o .
L a forma episcopal p r e d o m i n a b a y l a o r g a n i z a c i ó n ecle-
siástica e r a ya b a s t a n t e p o d e r o s a á fines del siglo p r i m e -
r o p a r a q u e m e r e c i e s e d e s p e r t a r la a t e n c i ó n de los e m p e -
r a d o r e s . Y a c o m e n z a b a n á d a r s e c u e n t a del e r r o r que
h a s t a e n t o n c e s h a b í a n c o m e t i d o c o n f u n d i e n d o la n u e v a
fe con el j u d a i s m o . S u a v e r s i ó n á la r e l i g i ó n n a c i e n t e se
 - 283 —
tradujo b i e n p r o n t o en m e d i d a s de r e p r e s i ó n q u e la a c t i -
t u d t o m a d a desde el origen por el c r i s t i a n i s m o n o p o d í a
m e n o s de a t r a e r l e . L o s c r i s t i a n o s , en efecto, n o c o n t e n t o s
con r e t r a e r s e s i s t e m á t i c a m e n t e y e v i t a r los t e a t r o s y es-
p e c t á c u l o s p ú b l i c o s , se h a b í a n c o n s t i t u i d o dé m a n e r a q u e
f o r m a b a n u n i m p e r i o d e n t r o del i m p e r i o . T a l estado d e
cosas e r a a b s o l u t a m e n t e i n c o m p a t i b l e con el g o b i e r n o e s -
tablecido, y los peligros y los m a l e s q u e debía i n e v i t a b l e -
mente engendrar no tardaron en hacerse sentir. L a mar-
c h a t r i u n f a n t e del c r i s t i a n i s m o se aceleró con la facilidad
de c o m u n i c a c i o n e s q u e existía en la c u e n c a del M e d i t e -
r r á n e o , cuyo d o m i n i o e s t a b a en m a n o s de u n a sola po-
tencia. S e r v í a n l e s de i n t e r m e d i a r i o s los m e r c a d e r e s j u d í o s
y g r i e g o s ; sus c i u d a d e s m e r c a n t i l e s e r a n p a r a él o t r o s
t a n t o s p u e s t o s a v a n z a d o s . No p o r eso debe s u p o n e r s e q u e
la difusión del c r i s t i a n i s m o se operó sin r e s i s t e n c i a : d u -
r a n t e siglo y m e d i o los p e q u e ñ o s a r r e n d a t a r i o s y los h a -
b i t a n t e s de los c a m p o s le p e r s i g u i e r o n con su odio. L e
c o n s i d e r a b a n c o m o u n a i n s t i t u c i ó n p a r t i c u l a r de las co-
m u n i d a d e s de c o m e r c i a n t e s q u e h a b í a n d e s p r e c i a d o en
todo t i e m p o , y p r e t e n d í a n q u e se le i m p u t a r a n los t e m -
blores de t i e r r a , las i n u n d a c i o n e s y las p e s t e s . E l deseo
que t e n í a n de los b i e n e s de los fieles, confiscados p o r l a
ley, contribuía, por a ñ a d i d u r a , á excitarlos contra los
c r i s t i a n o s , que se q u e j a b a n de ello a m a r g a y c o n t i n u a -
m e n t e . S i n e m b a r g o , n a d a p u d i e r o n los t o r m e n t o s , el fue-
go , n i l a s fieras del c i r c o : l a s m i s m a s p e r s e c u c i o n e s s e
c o n v i r t i e r o n en fuente de n u e v o s éxitos. L a injusticia y l a
crueldad con u n a c o m u n i d a d p i a d o s a , p e r o d é b i l , t i e n e n
i n v a r i a b l e m e n t e p o r efecto el e s t r e c h a r los lazos q u e u n e n
á sus m i e m b r o s y p o n e r t é r m i n o á l a s d i s e n s i o n e s q u e l a
turban.
E n m u c h a s ocasiones, n o es posible d u d a r l o , l a s p e r s e -
cuciones t u v i e r o n p o r c a u s a la a c t i t u d a m e n a z a d o r a t o -
m a d a p o r las c o m u n i d a d e s c r i s t i a n a s ya m á s p o d e r o s a s .
No t e n e m o s m á s q u e p a s a r la v i s t a p o r c i e r t o s d o c u m e n -
t o s , c o m o la c a r t a de T e r t u l i a n o á S c a p u l a , p a r a c o m -
p r e n d e r l o . I m p r e g n a d a de u n e s p í r i t u de e x t r e m a i n t o l e -
r a n c i a , a c u s a á la r e l i g i ó n p a g a n a de ser la fuente de t o -
das l a s c a l a m i d a d e s p ú b l i c a s é i n v o c a l a v e n g a n z a d e
 — 284 —

D i o s sobre la i d o l a t r í a n a c i o n a l . P a r t i c i p a n d o de la opi-
n i ó n g e n e r a l de los c r i s t i a n o s de la é p o c a , r e c o n o c e la
e x i s t e n c i a r e a l de los dioses p a g a n o s á los que e s t i g m a -
t i z a c o m o d e m o n i o s y p r o c l a m a la n e c e s i d a d de d e r r i -
b a r l o s . A n u n c i a á los a d v e r s a r i o s del c r i s t i a n i s m o que
s e r á n h e r i d o s de c e g u e r a , devorados p o r los g u s a n o s y
acometidos por calamidades terribles. Cuando semejantes
s e n t i m i e n t o s de odio y de m e n o s p r e c i o a d q u i r i e r o n bas-
t a n t e fuerza p a r a i n q u i e t a r al p o d e r p r o v o c a r o n la per-
secución i n f a l i b l e m e n t e . L a de Decio en 2 5 0 , fué p r i n c i -
p a l m e n t e dirigida c o n t r a el clero, a l c a n z a n d o e n sus gol-
p e s h a s t a los obispos de J e r u s a l e m , de A n t i o q u í a y de
E o m a . Ocho a ñ o s d e s p u é s t u v o l u g a r la p e r s e c u c i ó n en
q u e p e r e c i e r o n S e x t o , obispo de E o m a , y C i p r i a n o , obis-
p o de C a r t a g o .
Se h a b í a h e c h o e v i d e n t e e n t i e m p o de C o n s t a n t i n o ,
q u e la e x i s t e n c i a de las c o m u n i d a d e s c r i s t i a n a s que en
t o d a s p a r t e s se m u l t i p l i c a b a n y se g o b e r n a b a n p o r sí
m i s m a s , era a b s o l u t a m e n t e i n c o m p a t i b l e con la del sis-
t e m a i m p e r i a l . Si se las s o p o r t a b a por m á s t i e m p o n o
d e j a r í a n de a d q u i r i r t a l p o d e r q u e se h a r í a n b i e n p r o n t o
t a n t e m i b l e s bajo el p u n t o de v i s t a político como bajo el
p u n t o de v i s t a r e l i g i o s o . E n t o d o el i m p e r i o n o h a b í a
villa n i s i q u i e r a p u e b l e c i l l o , y lo q u e a ú n es m á s g r a v e ,
n i legión d o n d e n o e x i s t i e r a n s e m e j a n t e s o r g a n i z a c i o n e s .
E l i n e x o r a b l e é inflexible e s p í r i t u q u e las a n i m a b a ,
e n g e n d r ó n e c e s a r i a m e n t e u n a t r i p l e a l i a n z a e n t r e los
h o m b r e s de E s t a d o , los filósofos y los p o l i t e í s t a s . Olvi-
d a n d o los t r e s p a r t i d o s sus m u t u o s d i s e n t i m i e n t o s se
u n i e r o n c o r d i a l m e n t e p a r a c o m b a t i r al e n e m i g o c o m ú n
a n t e s de que fuera d e m a s i a d o t a r d e . Aconteció que el con-
flicto estalló e n el ejército. C u a n d o el m a l a t a c a al m i s -
m o i n s t r u m e n t o del poder, es u r g e n t e q u e el s o b e r a n o se
cuide del r e m e d i o . L o s soldados c r i s t i a n o s de v a r i a s le-
g i o n e s r e h u s a r o n t o m a r p a r t e en las s o l e m n i d a d e s tra-
dicionales p o r las cuales se p r e s t a b a h o m e n a j e á los dio-
ses p r o t e c t o r e s del i m p e r i o . Sucedía esto en el i n v i e r n o
del 302 al 3 0 3 . P a r e c i e r o n t a n g r a v e s las c i r c u n s t a n c i a s ,
q u e D i o c l e c i a n o y G a l e r i o c e l e b r a r o n consejo p a r a acor-
d a r el p a r t i d o q u e debía t o m a r s e . C o n c í b e n s e las dificul-
 — 285 —
tades de la s i t u a c i ó n si se p i e n s a que la m u j e r y la h i j a
de Diocleciano e r a n a d e p t a s de la n u e v a r e l i g i ó n . L a s
m i r a s políticas de D i o c l e c i a n o e r a n t a n j u s t a s y t a n a m -
plias q u e e n u n s e g u n d o consejo q u e h u b o q u e c e l e b r a r ,
los m i n i s t r o s y los g e n e r a l e s n o p u d i e r o n d e t e r m i n a r l e a
c o n s e n t i r la p e r s e c u c i ó n sin q u e se le p r o b a s e a n t e s q u e
era i n e v i t a b l e u n conflicto. L e costó t a n t o decidirse, q u e
n o cedió m á s q u e bajo la e x p r e s a condición de q u e n o se
m a t a r í a á n a d i e . A p e n a s h a y n e c e s i d a d de r e c o r d a r los
a c o n t e c i m i e n t o s q u e se s i g u i e r o n . L a iglesia de N i c e a
fué a r r a s a d a h a s t a el s u e l o ; los c r i s t i a n o s se v e n g a r o n
p r e n d i e n d o fuego al palacio i m p e r i a l ; fué d e s g a r r a d o é
i n s u l t a d o p ú b l i c a m e n t e u n edicto del e m p e r a d o r ; se obli-
gó á r e s i g n a r sus funciones á los oficiales c r i s t i a n o s del
ejército y c o m o refiere u n t e s t i g o o c u l a r , E u s e b i o , m u l -
t i t u d de c r i s t i a n o s sufrieron el m a r t i r i o en A r m e n i a , Si-
ria , M a u r i t a n i a , E g i p t o y m u c h a s o t r a s p a r t e s . L a m a r -
c h a de los a c o n t e c i m i e n t o s fué t a n i r r e s i s t i b l e , q u e el
m i s m o e m p e r a d o r n o p u d o p o n e r t é r m i n o á la p e r s e c u -
ción. L o s c r i s t i a n o s fueron t o r t u r a d o s , q u e m a d o s , d e c a -
pitados y arrojados á las fieras. L a m a y o r p a r t e de ellos
recibían su c o n d e n a d a n d o g r a c i a s á D i o s p o r h a b e r l e s
j u z g a d o d i g n o s de m o r i r p o r él. E l m u n d o e n t e r o e s t a b a
p a s m a d o de a d m i r a c i ó n . P a r e c í a i n m i n e n t e u n conflicto
i n t e r i o r c u a n d o la s o m b r í a y feroz política de los t i e m -
pos v i n o á resolver la c u e s t i ó n de u n a m a n e r a c o m p l e t a -
m e n t e i n e s p e r a d a . C o n s t a n t i n o , que h a b í a escapado de s u
pérfido g u a r d i á n G a l e r i o , n o t a r d ó m u c h o t i e m p o e n dar-
se c u e n t a de las v e n t a j a s q u e o b t e n d r í a de u n a a l i a n z a
con el p a r t i d o c r i s t i a n o . S e m e j a n t e a l i a n z a p o d r í a apor-
t a r l e , en t o d a s las r e g i o n e s del i m p e r i o , m u l t i t u d de hom>
b r e s y m u j e r e s d i s p u e s t o s á a r r o s t r a r el h i e r r o y el fue-
go y debía a s e g u r a r l e p a r t i d a r i o s a n i m a d o s n o s o l a m e n t e
del e s p í r i t u de s u s a n t e c e s o r e s , si q u e t a m b i é n , p u e s t o
que la n a t u r a l e z a h u m a n a es s i e m p r e y e n t o d a s p a r t e s
la m i s m a , ávidos de t o m a r v e n g a n z a de la i n j u s t i c i a y de
la b a r b a r i e e s p a n t o s a s con q u e h a b í a n sido t r a t a d o s ; d e -
bía, en fin, lo q u e e r a m á s i m p o r t a n t e q u e todo lo d e m á s ,
g a n a r l e secuaces afectos á t o d a p r u e b a . P r o n t o , p u e s ,
t o m ó s u p a r t i d o y la v i c t o r i a c o r o n ó sus esfuerzos. N o
 — 286 —
p u d o h a c e r o t r a cosa sino p e r m a n e c e r fiel, al m e n o s en
a p a r i e n c i a , á aquellos q u e le h a b í a n dado el p o d e r y que
le a y u d a r o n á s o s t e n e r s e en el t r o n o , p e r o sólo en los ú l -
t i m o s días de su e x i s t e n c i a c o n s i n t i ó en c u m p l i r los de-
b e r e s religiosos i m p u e s t o s por l a iglesia.
P o r lo d e m á s , la t e n t a t i v a h e c h a por C o n s t a n t i n o de
a l i a r s e con el p a r t i d o c r i s t i a n o , cuya fuerza crecía t a n r á -
p i d a m e n t e , n o e r a n u e v a . M a x i m i n o la h a b í a h e c h o t a m -
b i é n a u n q u e sin r e s u l t a d o . A d i v i n a n d o L i c i n i o l a políti-
c a q u e h a b í a de a d o p t a r C o n s t a n t i n o , t r a t ó de n e u t r a l i z a r
sus c o n s e c u e n c i a s r e n o v a n d o l a p e r s e c u c i ó n en 3 1 6 . E s -
p e r a b a de este m o d o conciliarse la v o l u n t a d de los paga-
n o s . L a s l u c h a s de los p r e t e n d i e n t e s al i m p e r i o debili-
t a r o n de t a l m o d o al E s t a d o , q u e el p a r t i d o c r i s t i a n o ,
a u n q u e h u b i e r a sido m u c h o . m á s débil de lo q u e e r a , se
h u b i e r a e n c o n t r a d o en c o n d i c i o n e s de i n c l i n a r la balan-
za de su p a r t e y a s e g u r a r la p r e p o n d e r a n c i a á su candi-
d a t o . E s t a b a a d e m á s s e g u r í s i m o de p r e v a l e c e r a l g ú n día
p o r el n ú m e r o de sus a d e p t o s , por sus n u m e r o s a s r a m i -
ficaciones y p o r su c o m p a c i d a d . L a f u e r z a , el r a z o n a -
m i e n t o y l a p e r s u a s i ó n h a b í a n fracasado i g u a l m e n t e con-
t r a él.
Al r e i n a d o de C o n s t a n t i n o el G r a n d e se debe referir
el p r i n c i p i o de esos diez siglos de t i n i e b l a s y c a l a m i d a -
d e s q u e p e s a r o n p o s t e r i o r m e n t e sobre E u r o p a . M a r c a el
v e r d a d e r o fin del i m p e r i o r o m a n o y el n a c i m i e n t o del
i m p e r i o griego. L a t r a n s i c i ó n de u n o á otro se revela
c l a r a m e n t e en la a p a r i c i ó n de u n a n u e v a c a p i t a l , de u n a
n u e v a r e l i g i ó n , y sobre t o d o , de u n a n u e v a política. U n
h o m b r e ambicioso h a b í a c o n q u i s t a d o el p o d e r i m p e r i a l
c o n s t i t u y é n d o s e en r e p r e s e n t a n t e de los i n t e r e s e s de u n
p a r t i d o q u e crecía m u y r á p i d a m e n t e , a c o n t e c i m i e n t o
q u e debía t e n e r i n e v i t a b l e m e n t e p o r c o n s e c u e n c i a s la
u n i ó n de la I g l e s i a y el E s t a d o , el a b a n d o n o p o r l a s cla-
ses ínfimas de la sociedad de l a s c a r r e r a s civiles p a r a
a b r a z a r la eclesiástica y la d e c a d e n c i a y m a t e r i a l i z a c i ó n
de la r e l i g i ó n . E l r e i n a d o de C o n s t a n t i n o y n o el de L e ó n
I s á u r i c o c o m o se h a d i c h o , es p u e s , el q u e v e r d a d e r a -
m e n t e m a r c a el n a c i m i e n t o del i m p e r i o b i z a n t i n o y se-
ñ a l a t a m b i é n el p r i n c i p i o de la edad de fe en E u r o p a , por
 — 287 —
m á s q u e yo c o n s i d e r e que la edad de e x a m e n se e x t i e n d e
algo m á s a l l á de esta época t e r m i n a n d o r e a l m e n t e con
la r u i n a del p o d e r m i l i t a r de E o m a .
L o s a u t o r e s eclesiásticos h a n q u e r i d o á t o d o t r a n c e
referirlo t o d o á la c o n v e r s i ó n de C o n s t a n t i n o y al esta-
b l e c i m i e n t o del c r i s t i a n i s m o c o m o religión n a c i o n a l . E s
que v e í a n las cosas á t r a v é s de u n m e d i o q u e les s a c a b a
de su t e r r e n o y q u e a u m e n t a b a lo accesorio y s e c u n d a r i o
á e x p e n s a s de lo esencial. H a b í a n t o m a d o tal sesgo los
a c o n t e c i m i e n t o s , q u e la r u i n a política de la ciudad r o m a -
n a era i n e v i t a b l e . L o s r o m a n o s h a b í a n d e s a p a r e c i d o c o m o
p u e b l o , a b s o r b i d o s p o r las d e m á s n a c i o n e s : el c e n t r o
real del p o d e r e s t a b a en el ejército. L a s legiones d a b a n
u n a en pos de o t r a p r e t e n d i e n t e s á la p ú r p u r a , la m a y o r
p a r t e soldados con f o r t u n a q u e c o n s e r v a b a n en el t r o n o
las c o s t u m b r e s de su a n t i g u o m e d i o social y la g r o s e r í a
de la vida de los c a m p a m e n t o s . N o p o d í a n s i m p a t i z a r con
las refinadas y e l e g a n t e s c o s t u m b r e s de los ú l t i m o s re-
p r e s e n t a n t e s de la a r i s t o c r a c i a q u e e n t o n c e s e x p i r a b a e n
E o m a ; n o t e n í a n m á s q u e desprecio p o r el d e c r é p i t o po-
der m i l i t a r de la v e t u s t a c i u d a d y a b o r r e c í a n los r e c u e r -
dos de su p a s a d o . P a r a s e m e j a n t e s h o m b r e s la f u n d a c i ó n
de u n a n u e v a c i u d a d e r a u n e x p e d i e n t e q u e se i m p o n í a
por sí m i s m o , ó al m e n o s si r e t r o c e d í a n a n t e e m p r e s a
t a n laboriosa d e b í a n n a t u r a l m e n t e de t r a t a r de m u d a r la
residencia i m p e r i a l á a l g u n a de l a s o t r a s g r a n d e s ciuda-
des del i m p e r i o . Así sucedió que D i o c l e c i a n o fué á fijarse
en N i c o m e d i a , a c o n t e c i m i e n t o c u y a s d e s a s t r o s a s conse-
cuencias n o t a r d ó E o m a en e x p e r i m e n t a r .
D e s p u é s q u e C o n s t a n t i n o m a t ó á su hijo Crispo y á su
sobrino L i c i n i o y a h o g ó en u n b a ñ o de v a p o r á su m u j e r
F a u s t a con la q u e e s t a b a c a s a d o h a c í a v e i n t e a ñ o s y q u e
le h a b í a dado t r e s h i j o s , los s e n t i m i e n t o s de h o r r o r q u e
i n s p i r a r o n sus c r í m e n e s al p u e b l o e s t a l l a r o n a b i e r t a m e n -
t e . Se fijó en la p u e r t a de su palacio u n p a s q u í n en el
que se c o m p a r a b a su r e i n a d o con el de N e r ó n . E l e m p e -
r a d o r e n el p r i m e r acceso de su c ó l e r a , estuvo á p u n t o
dé e n n e g r e c e r t o d a v í a m á s el t e r r i b l e d r a m a con el de-
güello de la población r o m a n a , q u e se h a b í a a t r e v i d o á
u l t r a j a r l e . S e dice q u e c o n s u l t ó con s u s h e r m a n o s s o b r e
 — 288 —
l a s m e d i d a s q u e debía t o m a r . E l r e s u l t a d o de s u s delibe-
r a c i o n e s fué todavía m á s funesto á E o m a q u e lo h u b i e r a
sido la v e n g a n z a m e d i t a d a p o r el e m p e r a d o r : se decidió
q u e E o m a d e s c e n d i e r a al s e g u n d o r a n g o y q u e se cons-
truyera en otra parte una nueva capital.
L a s i t u a c i ó n política s u g i r i ó , p u e s , t a n t o c o m o la h i z o
p o s i b l e , la t r a s l a c i ó n de la sede del g o b i e r n o : la v e n g a n -
za del c r i m i n a l e m p e r a d o r obró c o m o c a u s a s e c u n d a r i a .
Q u i z á t a m b i é n h a l l a r a en las p r e o c u p a c i o n e s i n s e p a r a b l e s
de t a l e m p r e s a u n refugio c o n t r a los t o r m e n t o s de su p r o -
p i a c o n c i e n c i a . E n todo caso n o t i e n e f u n d a m e n t o la su-
posición de q u e C o n s t a n t i n o h a b í a a b r a z a d o el c r i s t i a n i s -
m o n i e n esta época n i s i q u i e r a m u c h o m á s t a r d e . S u s
actos n o son los de u n c o n v e r s o celoso; n o fué n u n c a p r o -
sélito, s i n o p r o t e c t o r . J a m á s se dejó g u i a r p o r los p r i n c i -
pios r e l i g i o s o s , y si a y u d ó p o d e r o s a m e n t e á sus n u e v o s
aliados, m á s de u n a vez t a m b i é n se m o s t r ó v e r d a d e r o h o m -
b r e de E s t a d o , d a n d o p r u e b a s de la m a y o r i m p a r c i a l i d a d
r e s p e c t o de l a s dos f o r m a s de fe. E n su calidad de p o n t í -
fice m á x i m o , r e s t a u r ó los t e m p l o s p a g a n o s y o r d e n ó que
fueran c o n s u l t a d o s los a r ú s p i c e s c o m o en el p a s a d o . E n
l a s fiestas q u e se c e l e b r a r o n e n el a n i v e r s a r i o de la fun-
d a c i ó n de la n u e v a ciudad se r i n d i e r o n h o m e n a j e s á la
e s t a t u a de la F o r t u n a . Bajo su r e i n a d o se c o n t i n u a r o n
c e l e b r a n d o sacrificios, y los t e m p l o s p e r m a n e c i e r o n a b i e r -
t o s , lo q u e p a r e c e i n d i c a r q u e n o q u e r í a m á s q u e dejar q u e
s u b s i s t i e r a n , u n a al lado de la o t r a , a m b a s r e l i g i o n e s . S u s
r e c o m e n d a c i o n e s al obispo de A l e j a n d r í a y á A r r i o de-
m u e s t r a n su indiferencia religiosa p e r s o n a l . E n ellas les
excita á q u e i m i t e n á los filósofos q u e n u n c a s u s c i t a n
cuestiones profundas a n t e u n auditorio i g n o r a n t e , y que
s a b e n t e n e r o p i n i o n e s diferentes s i n q u e p o r eso se ofen-
d a n . N o se olvidó n u n c a , sin e m b a r g o , de las obligaciones
c o n t r a í d a s con el p a r t i d o que le h a b í a elevado al p o d e r .
L o s m i s m o s actos de C o n s t a n t i n o c o n f i r m a n p o r c o m -
p l e t o l a s c o n c l u s i o n e s q u e a c a b a m o s de f o r m u l a r . E s t o s
actos c o n s t i t u y e n p a r a n o s o t r o s u n a a u t o r i d a d m u c h o m á s
s e g u r a q u e los escritos de los p o l e m i s t a s religiosos. H i z o
a c u ñ a r u n a m e d a l l a , e n la cual e s t a b a g r a b a d o al lado del
m o n o g r a m a de C r i s t o la p a l a b r a « D i o s » , q u e se a p l i c a b a
 — 289 —

á sí m i s m o . O t r a m e d a l l a le r e p r e s e n t a b a s e n t a d o e n el
carro del sol y s o s t e n i d o e n los aires por u n a m a n o celes-
te. P e r o lo que con m á s c l a r i d a d i n d i c a lo q u e era la r e -
ligión del f u n d a d o r de C o n s t a n t i n o p l a es la g r a n c o l u m n a
de pórfido de c i e n t o v e i n t e pies de a l t o . L a e s t a t u a que la
coronaba m o s t r a b a confundidos j u n t a m e n t e al sol, al S a l -
vador y al e m p e r a d o r . E r a u n a e s t a t u a colosal de Apolo,
cuyas facciones se c a m b i a r o n p o r las del e m p e r a d o r . Al-
rededor de la cabeza e s t a b a n d i s p u e s t o s , i m i t a n d o r a y o s ,
los clavos de la cvuz de C r i s t o , q u e a c a b a b a n de ser en-
c o n t r a d o s en J e r u s a l e m . L a a c t i t u d de p r o t e c t o r q u e r e s -
pecto al c r i s t i a n i s m o t o m ó C o n s t a n t i n o es u n a de las p a r -
ticularidades de su política q u e n o d e b e m o s olvidar. P o r
el edicto de M i l á n concedió la l i b e r t a d religiosa lo m i s m o
á los p a g a n o s q u e á los c r i s t i a n o s ; pero la n e c e s i d a d en
que se e n c o n t r a b a de favorecer sobre todo á los ú l t i m o s
le condujo á p u b l i c a r u n r e s c r i p t o , e n el cual d e c l a r a b a
exento al clero de todas las c a r g a s civiles. L a m i s m a n e -
cesidad le d e t e r m i n ó á c o n c i l i a r s e la v o l u n t a d de los obis-
pos con e s p l é n d i d a s d o n a c i o n e s p e c u n i a r i a s d e s t i n a d a s á
subvenir á los g a s t o s de r e c o n s t r u c c i ó n de las iglesias y
otras n e c e s i d a d e s . A s i m i s m o se vio obligado á d e s t r u i r ,
aun valiéndose de los m e d i o s m á s v i t u p e r a b l e s , todo lo
que su c a m a r i l l a le s e ñ a l a b a c o m o m a n c h a d o de herejía.
Guiado q u i z á por m e j o r e s s e n t i m i e n t o s , restableció á los
cristianos q u e h a b í a n sido d e g r a d a d o s ; r e s t i t u y ó á los h e -
rederos l e g í t i m o s los b i e n e s confiscados á los m á r t i r e s ó
los e n t r e g ó á la Iglesia, caso de q u e n o e x i s t i e r a n dichos
h e r e d e r o s ; puso en l i b e r t a d á los que h a b í a n sido c o n d e -
nados á las m i n a s , y a m n i s t i ó á los d e s t e r r a d o s . H i z o so-
p o r t a r al T e s o r o i m p e r i a l la m a y o r p a r t e de las p é r d i d a s
que h a b í a n sufrido los c r i s t i a n o s ; h i z o c o n s t r u i r m a g n í -
ficas iglesias en las c i u d a d e s m á s i m p o r t a n t e s y h a s t a e n
T i e r r a S a n t a , y p r o h i b i ó á los j u d í o s que t u v i e r a n escla-
vos c r i s t i a n o s . F r e c u e n t e m e n t e dispuso del p o d e r civil
p a r a apoyar las decisiones de los c o n c i l i o s , y se opuso
e n é r g i c a m e n t e á t o d a t e n t a t i v a de c i s m a en la I g l e s i a ,
d e t e r m i n a n d o p o r sí m i s m o , bajo la i n s p i r a c i ó n de su ca-
m a r i l l a c l e r i c a l , las c o n d i c i o n e s q u e c o n s t i t u í a n los di-
versos g r a d o s de herejía. P e r o si creyó e n el d e b e r de

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 19

 — 290 —
h a c e r t a n t o p o r el p a r t i d o que le h a b í a p r e s t a d o su apo-
y o , la vacilación de que dio p r u e b a s m u e s t r a perfecta-
m e n t e q u e en e s t a c o n d u c t a e s t a b a m á s b i e n i n s p i r a d o
p o r su política que por sus p r i n c i p i o s . D e s p u é s q u e va-
rios concilios sucesivos h u b i e r o n p u e s t o fin á las dis-
p u t a s de los d o n a t i s t a s , é l , p o r sí m i s m o , h i z o que ce-
s a r a su d e s t i e r r o ; d e s p u é s de h a b e r d e n u n c i a d o á A r r i o
como «la i m a g e n m i s m a del diablo» cedió á los r u e g o s
de las m u j e r e s de su c o r t e y le recibió de n u e v o en su
g r a c i a ; d e s p u é s de h a b e r h e c h o d e s t r u i r el t e m p l o de E s -
culapio en i E g i u m y de h a b e r h e c h o q u i t a r las p u e r t a s
y los tejados de otros varios t e m p l o s , se reconcilió á m e -
dias con los p a g a n o s , n o l l e v a n d o m á s lejos l a ejecu-
ción de las m e d i d a s que h a b í a d e c r e t a d o c o n t r a e l l o s , y
los c r i s t i a n o s t u v i e r o n que a c e p t a r como h e c h o s consu-
m a d o s las b u e n a s i n t e n c i o n e s q u e sobre ellos a b r i g a b a el
emperador.
L a t r a s l a c i ó n de la sede i m p e r i a l á C o n s t a n t i n o p l a t u v o
p a r a el c r i s t i a n i s m o doble v e n t a j a . G r a c i a s á e s t a t r a s l a -
ción los obispos de E o m a e s c a p a r o n de la t u t e l a y de la
i n t e r v e n c i ó n d i r e c t a del g o b i e r n o i m p e r i a l , y p u d i e r o n
t o m a r en sus m a n o s el p o d e r , p o d e r m u y p r e c a r i o en u n
p r i n c i p i o , p e r o q u e u n a serie de c i r c u n s t a n c i a s s i n g u l a r -
m e n t e favorables debía m á s t a r d e o r i g i n a r la s u p r e m a -
cía de los P a p a s . P o r o t r a p a r t e , en C o n s t a n t i n o p l a n o
había recuerdos ni intereses paganos que combatir. L a
n u e v a ciudad fué en u n p r i n c i p i o e s e n c i a l m e n t e r o m a n a ,
p e r o m u y p r o n t o r e e m p l a z ó eü ella la l e n g u a g r i e g a á la
l a t i n a , que t e n d i ó c a d a vez m á s á c o n v e r t i r s e e n l e n g u a
sagrada.
C o n s t a n t i n o sabía m u y b i e n m u c h o t i e m p o h a c í a cual
e r a el s e c r e t o del p o d e r de E o m a . S u p r o p i a h i s t o r i a , des-
de la m u e r t e de su p a d r e y s u elevación al t r o n o p o r las
l e g i o n e s en Y o r k , le h a b í a n e n s e ñ a d o q u e n o p o d r í a per-
p e t u a r su d i n a s t í a n i su s i s t e m a , s i n o á c o n d i c i ó n de con-
q u i s t a r esos f o r m i d a b l e s c u e r p o s m i l i t a r e s . P o r esta r a z ó n ,
y á fin de que n a d i e en el p o r v e n i r i n t e n t a s e lo que él y la
m a y o r p a r t e de sus p r e d e c e s o r e s h a b í a n h e c h o , es por lo
q u e redujo de seis m i l á m i l ó m i l q u i n i e n t o s h o m b r e s el
efectivo de s u s l e g i o n e s . P o r e s t a m i s m a r a z ó n a b r i ó á la
 - 291 -

a m b i c i ó n las n u e v a s y m e n o s p e l i g r o s a s vías de la r i q u e -
za y de las d i g n i d a d e s e c l e s i á s t i c a s ; h a b í a a d i v i n a d o m u y
j u s t a m e n t e que el p u e b l o e n t e r o se i n t e r e s a r í a en la p r o s -
peridad de la I g l e s i a si se t o m a b a al clero de t o d a s l a s
clases de la sociedad. E x i m i e n d o á los s a c e r d o t e s de las
cargas m u n i c i p a l e s m á s p e s a d a s , t a l e s c o m o la de decu-
r i ó n , i n v i t ó a b i e r t a m e n t e á los p a g a n o s á la a p o s t a s í a .
Con el i n t e r é s p e r s o n a l q u e t o m ó en las c o n t r o v e r s i a s de
los t r i n i t a r i o s , f o m e n t ó en el p u e b l o el g u s t o p o r las dis-
p u t a s teológicas, h a s t a e n t o n c e s r e s e r v a d a s á los filósofos
y á las p e r s o n a s i l u s t r a d a s . Con el a n t i g u o p o l i t e í s m o e r a
imposible la h e r e j í a , p u e s t o que cada u n o e r a l i b r e de
elegir su D i o s y su c u l t o ; p e r o p a r a el m o n o t e í s m o , q u e
acababa de n a c e r , era i n e v i t a b l e la herejía. ¡ L a herejía,
p a l a b r a t e r r i b l e q u e h a servido de p r e t e x t o y de justifi-
cación á t o d a u n a s o m b r í a lista de c r í m e n e s ! C o m p l e t a -
m e n t e e n t r e g a d o s á estas d i s p u t a s a p a s i o n a d a s , los h o m -
b r e s n o se c u i d a b a n a p e n a s de los a c o n t e c i m i e n t o s m á s
i m p o r t a n t e s del m u n d o político; en c u a n t o á la m u l t i t u d ,
se desvió f á c i l m e n t e su a t e n c i ó n de los a s u n t o s del go-
bierno con l a r g u e z a s , e s p e c t á c u l o s y c a r r e r a s de c a b a l l o s .
Sin e m b a r g o , al a b r i r estos n u e v o s c a m i n o s á la a m b i c i ó n ,
se p r e p a r a b a n peligros m u y serios al p o r v e n i r del i m p e -
rio. L o s d o n a t i s t a s , á q u i e n e s los concilios convocados
por. C o n s t a n t i n o en R o m a , A r l e s y M i l á n h a b í a n i n t e n t a -
do r e d u c i r al s i l e n c i o , p e r s i s t í a n en estado de r e b e l i ó n ,
que era algo m á s que r e b e l i ó n r e l i g i o s a , y m o s t r a b a n ,
respecto de sus a d v e r s a r i o s , esa a n i m o s i d a d e x t r e m a q u e
se e n c u e n t r a s i e m p r e en t o d a s l a s i n s u r r e c c i o n e s religio-
sas. E n t u s i a s t a s e x t r a v i a d o s , se d a b a n á sí m i s m o s el tí-
tulo de elegidos de D i o s , y p r o c l a m a b a n q u e la iiuica su-
cesión apostólica o r t o d o x a e r a l a de s u s o b i s p o s , y q u e
c u a l q u i e r a q u e n e g a s e los d e r e c h o s de D o n a t o á la sede
episcopal de C a r t a g o e s t a b a c o n d e n a d o p o r t o d a la. e t e r -
n i d a d . E l l o s fueron t a m b i é n los q u e decían con u n a c e n t o
de v e r d a d q u e d a b a g r a n fuerza á s u s p a l a b r a s : «¿ Q u é
h a y de c o m ú n e n t r e el e m p e r a d o r y la I g l e s i a ? ¿ Q u é t i e -
n e n de c o m ú n los c r i s t i a n o s y los reyes? ¿ Q u é t i e n e n q u e
h a c e r en la corte los obispos?» E n t a n t o el p a r t i d o cató-
lico, p r e p a r á n d o s e á los actos con q u e se iba á m a n c h a r ,
 — 292 —
p r o p o n í a esta s i n i e s t r a c u e s t i ó n : «¿ Se q u i e r e a r r e b a t a r á
la v e n g a n z a divina s u s v í c t i m a s ? » Ya C o n s t a n t i n o , auto-
r i z a n d o á la I g l e s i a p a r a r e c i b i r l e g o s , h a b í a dado n a c i -
m i e n t o á ese p o d e r q u e , b a s á n d o s e en la influencia de
una riqueza territorial considerable, concluyó por adqui-
r i r el p r e d o m i n i o c u a n d o e n t r ó en las m a n o s de u n a cor-
p o r a c i ó n q u e s i e m p r e se e n r i q u e c e y j a m á s e n a j e n a , que
s i e m p r e se r e n u e v a por sí m i s m a y n u n c a m u e r e . N o por
m i l a g r o s a i n t e r v e n c i ó n , sino ú n i c a m e n t e p o r sú organi-
z a c i ó n , es p o r lo q u e el c r i s t i a n i s m o se h i z o poderoso.
E l individuo que está fatalmente condenado á perecer y
l a familia q u e e s t á f a t a l m e n t e c o n d e n a d a á e x t i n g u i r s e , n o
p u e d e n n a d a c o n t r a u n a c o r p o r a c i ó n que o b r a por princi-
pios i n m u t a b l e s y que d u r a e t e r n a m e n t e . P o r lo d e m á s ,
n o fué el E s t a d o el ú n i c o que sufrió p o r su a l i a n z a con la
I g l e s i a ; ésta pagó m u y caras las v e n t a j a s t e m p o r a l e s que
o b t u v o con la i n t e r v e n c i ó n del g o b i e r n o en sus propios
a s u n t o s . L o s piadosos Fraticelle n o se e n g a ñ a b a n n a d a
c u a n d o m i l a ñ o s m á s t a r d e e x p r e s a b a n su convicción de
q u e la d o n a c i ó n fatal de u n e m p e r a d o r c r i s t i a n o h a b í a
c a u s a d o la r u i n a de la religión.
¡ Q u é d i s t a n c i a del r u d o soldado q u e a c e p t a b a la p ú r -
p u r a en Y o r k , á este e m p e r a d o r a f e m i n a d o del Bosforo
c a r g a d o de trajes de seda b o r d a d o s de o r o , la frente ceñi-
da con u n a d i a d e m a de zafiros y de p e r l a s , c u b i e r t a la
c a b e z a con cabellos postizos de diferentes m a t i c e s , g u a r -
dado p o r los m i s t e r i o s o s e u n u c o s q u e l l e n a n su p a l a c i o , y
que p u e b l a las calles de la c a p i t a l con sus espías y su po-
licía s i e m p r e a l e r t a ! E l m i s m o h o m b r e q u e c o m e n z ó por
ser e m p e r a d o r r o m a n o , concluyó c o m o v e r d a d e r o déspota
a s i á t i c o . E n los ú l t i m o s días de su vida se despojó de la
p ú r p u r a i m p e r i a l , y t o m a n d o vestidos b l a n c o s consagra-
dos , se p r e p a r ó p a r a el b a u t i s m o , á fin de l a v a r de u n a
vez todos los p e c a d o s de su l a r g a y c r i m i n a l existencia.
P r o f u n d a m e n t e político h a s t a en sus r e l a c i o n e s con el
c i e l o , quiso r e t a r d a r h a s t a el iiltimo m o m e n t o la ú n i c a
c e r e m o n i a q u e podía purificarle p o r c o m p l e t o . E n segui-
da se t e n d i ó s o b r e u n lecho con tapices b l a n c o s , se abstu-
vo de t o m a r p a r t e e n los a s u n t o s de esté m u n d o , y des-
p u é s de h a b e r s e a s e g u r a d o de este m o d o en la vida futura
 — 293 —
la m i s m a p r o s p e r i d a d de q u e h a b í a gozado a q u í a b a j o ,
espiró el a ñ o 337 d e s p u é s de Cristo.
Si nos colocamos bajo el p u n t o de v i s t a t e o l ó g i c o , e n
el n ú m e r o de los a c o n t e c i m i e n t o s c a r a c t e r í s t i c o s del rei-
n a d o de este e m p e r a d o r se c u e n t a la c u e s t i ó n de los t r i -
n i t a r i o s y la definitiva m a t e r i a l i z a c i ó n del c r i s t i a n i s m o .
E s t a c u e s t i ó n c o m e n z ó e n t r e los eclesiásticos p l a t ó n i c o s
de Alejandría y ejerció c o n s i d e r a b l e influencia d u r a n t e
varias g e n e r a c i o n e s . D e s d e t i e m p o i n m e m o r i a l la concep-
ción de la t r i n i d a d e r a familiar á los egipcios. E s m á s ,
r e c o n o c í a n v a r i a s ; cada u n a t e n í a su culto en u n a c i u d a d
diferente y los fieles de u n culto p a r t i c u l a r p r a c t i c a b a n la
mayor t o l e r a n c i a con los de otros c u l t o s . L o s t i e m p o s
h a b í a n c a m b i a d o a h o r a m u c h o . U n o de los p r i n c i p i o s e s -
tablecidos en la política de C o n s t a n t i n o e r a el de desviar
hacia la I g l e s i a las a m b i c i o n e s q u e e n otro t i e m p o t e n í a n
por objeto las c a r r e r a s civiles y h a c e r las d i g n i d a d e s ecle-
siásticas m á s s e g u r a s y v e n t a j o s a s q u e los cargos y l a s
glorias m i l i t a r e s . Sigúese de esto n e c e s a r i a m e n t e q u e el
afán con que se b u s c a b a n e s t a s d i g n i d a d e s e n g e n d r ó l u -
chas v i o l e n t a s , p r e l u d i o de las l u c h a s todavía m á s violen-
tas e n t r e los obispos por la s u p r e m a c í a episcopal.
E x a m i n e m o s a h o r a las v a r i a c i o n e s de la o p i n i ó n q u e
c a r a c t e r i z a n á esta e d a d . I m p o s i b l e s e r á d e s c r i b i r l a s to-
das, y por c o n s i g u i e n t e m e l i m i t a r é á las m á s i m p o r t a n -
tes que b a s t a r á n p a r a el objeto que n o s p r o p o n e m o s .
O c u p é m o n o s p o r de p r o n t o de la d i s p u t a de los t r i n i -
tarios.
Y a se h a b í a n s u s c i t a d o h a c í a a l g ú n t i e m p o d i s e n s i o n e s
en el seno de la I g l e s i a , y de la m i s m a p e r s e c u c i ó n h a b í a
nacido la discordia. L o s m á r t i r e s q u e sufrieron p o r la fe,
y los confesores q u e la h a b í a n s o s t e n i d o v a l i e n t e m e n t e ,
a d q u i r i e r o n e s t i m a c i ó n é influencia c o n s i d e r a b l e s . L l e g a -
ron á ser los i n t e r m e d i a r i o s p o r los cuales se efectuaba
la v u e l t a á la I g l e s i a de los h e r m a n o s m á s débiles q u e
h a b í a n a p o s t a t a d o en los días de p e l i g r o . D e a q u í i n e v i -
tables a b u s o s . Se c i t a b a n m á r t i r e s que h a b í a n p e r m i t i d o
el uso de su n o m b r e á « u n h o m b r e y á s u s a m i g o s » , y
h a s t a se decía q u e se h a b í a n c o m p r a d o p o r d i n e r o c a r t a s
de r e c o m e n d a c i ó n . C o m o se s e n t í a lá n e c e s i d a d de q u e
 — 294 —
r e i n a r a disciplina u n i f o r m e en t o d a s las iglesias, de m a -
n e r a que la s e n t e n c i a de e x c o m u n i ó n p r o n u n c i a d a p o r
u n a de ellas fuera r e c o n o c i d a por las o t r a s , era u r g e n t e
que d e s a p a r e c i e r a n estos abusos. D e a q u í se e n g e n d r ó
u n a c o n t r o v e r s i a y N o v a c i a n o fundó u n a secta sobre el
p r i n c i p i o de que los a p ó s t a t a s n o d e b í a n volver á ser re-
cibidos n u n c a en la I g l e s i a . E s t e d i s e n t i m i e n t o v e r s a b a
sobre u n a s i m p l e c u e s t i ó n de disciplina; pero n o f a l t a b a n
o t r o s e l e m e n t o s de d i s p u t a ; e n t r e otros la época de cele-
b r a c i ó n de las P a s c u a s , la n a t u r a l e z a de C r i s t o , el m i -
l e n a r i s m o y l a r e n o v a c i ó n del b a u t i s m o . Y a en Siria el
ejemplo de N o e t , el U n i t a r i o , p e r m i t í a a d i v i n a r lo q u e
h a b r í a de s o b r e v e n i r ; ya h a b í a p a t r i p a s i o n a r i o s y existía
el s a b e l i a n i s m o .
L a b o r r a s c a estalló en Alejandría. Vivía en esta ciudad
u n sacerdote l l a m a d o Arrio q u e , á la m u e r t e del obispo,
se e n c o n t r ó p a r a sucederle con otro c o m p e t i d o r , el sa-
cerdote Alejandro. Ambos tenían numerosos partidarios.
A r r i o n o c o n t a b a m e n o s de s e t e c i e n t a s v í r g e n e s del n o m o
m a r e ó t i c o . S i n e m b a r g o fracasó. E n su d e s p e c h o , a p r o -
v e c h ó la ocasión de u n a conferencia p a r a a c u s a r de sabe-
l i a n i s m o á su a f o r t u n a d o r i v a l . U n a c u e s t i ó n de este gé-
n e r o en la a t m ó s f e r a de A l e j a n d r í a n o podía t a r d a r e n
r e v e s t i r c a r á c t e r teológico. E l p u n t o litigioso e r a d e t e r -
m i n a r la posición q u e el H i j o o c u p a b a en la s a n t a T r i -
n i d a d . A r r i o p a r t í a del p r i n c i p i o de q u e f o r z o s a m e n t e
existió u n t i e m p o en q u e el H i j o , en v i r t u d de su m i s -
m a c u a l i d a d de h i j o , n o existía, y u n t i e m p o eñ el cual
h a b í a c o m e n z a d o á ser, y p r e t e n d í a q u e e v i d e n t e m e n t e
el H i j o debe ser p o s t e r i o r al P a d r e , a s e r c i ó n q u e necesa-
r i a m e n t e i m p l i c a b a la d e s i g u a l d a d de las t r e s p e r s o n a s
de la T r i n i d a d . L o s p a r t i d a r i o s de Alejandro se l e v a n t a -
r o n c o n t r a esta d o c t r i n a blasfema q u e r e b a j a b a al R e -
d e n t o r ; r e s p o n d í a n los a r r í a n o s q u e , i g u a l a n d o bajo todos
los a s p e c t o s al H i j o con el P a d r e , sus a d v e r s a r i o s altera-
b a n la g r a n v e r d a d de la u n i d a d de D i o s . E l n u e v o obis-
p o , t a n t o p a r a edificar á sus frivolos c o n c i u d a d a n o s , c o m o
p a r a justificar la confianza que en él h a b í a n d e p o s i t a d o ,
t o m ó p a r t e a c t i v a e n los d e b a t e s p ú b l i c o s q u e t u v i e r o n
l u g a r . L o s h a b i t a n t e s de A l e j a n d r í a , con su c a r a c t e r í s t i c a
 — 295 —
ligereza, m u y lejos de s o s p e c h a r los serios y d u r a d e r o s
r e s u l t a d o s que n o t a r d a r í a n en p r o d u c i r s e , se c o m p l a c í a n
en r e p r e s e n t a r e n la e s c e n a los p r i n c i p a l e s i n c i d e n t e s de
esta l u c h a teológica. P u e d e decirse que en el t e a t r o de
Alejandría a p a r e c i e r o n la m a y o r p a r t e de las a l t e r a c i o n e s
del c r i s t i a n i s m o . L a s p a s i o n e s de los dos p a r t i d o s esta-
b a n e x c i t a d a s : los j u d í o s y los p a g a n o s q u e l l e n a b a n la
ciudad e x a s p e r a b a n á los c r i s t i a n o s con sus rechiflas.
P r o p a g ó s e el d e s o r d e n y b i e n p r o n t o el país e n t e r o fué
presa de la agitación. Bajo la influencia del a r d i e n t e cli-
m a de África, u n a s i m p l e c o n t r o v e r s i a religiosa t o m ó
bien p r o n t o las p r o p o r c i o n e s de u n a revolución política.
E n todo E g i p t o n o h a b í a u n c r i s t i a n o y q u i z á n i u n a
c r i s t i a n a q u e no discutiese sobre la n a t u r a l e z a de la u n i -
dad d i v i n a . E l d e s o r d e n t o m ó t a l e s p r o p o r c i o n e s que el
e m p e r a d o r j u z g ó n e c e s a r i a su i n t e r v e n c i ó n . P o r de p r o n -
to sin d u d a se c o n g r a t u l ó de la m a r c h a que t o m a b a n los
a c o n t e c i m i e n t o s : Te g u s t a b a m á s v e r á las p r o v i n c i a s
e m p e ñ a d a s en d i s p u t a s religiosas q u e o c u p a d a s en cons-
p i r a r s e c r e t a m e n t e c o n t r a su p e r s o n a ó c o n t r a su políti-
ca. U n p u e b l o p e r f e c t a m e n t e u n i d o es s i e m p r e u n peli-
gro p a r a el p o d e r a b s o l u t o . C o n s t a n t i n o envió á Alejan-
dría á Osio, obispo de Córdoba, p a r a q u e c a l m a r a el d e s -
orden; d e s p u é s , j u z g a n d o que el m a l era d e m a s i a d o g r a v e ,
recurrió al m e m o r a b l e e x p e d i e n t e de la convocación del
concilio en 3 2 5 . E l concilio t r a t ó de a p a c i g u a r los á n i -
mos p r o m u l g a n d o los a r t í c u l o s de la fe que c o n s t i t u y e n
el símbolo de N i c e a . D i r e m o s s o l a m e n t e , p a r a n o e n t r a r
en detalles, q u e el concilio declaró q u e el H i j o es de la
m i s m a s u s t a n c i a q u e el P a d r e , declaración p r u d e n t e y
que r e s p o n d í a á la n e c e s i d a d de las c i r c u n s t a n c i a s , p e r o
cuya a m b i g ü e d a d , c o m o lo p r u e b a n los a c o n t e c i m i e n t o s ,
debía t e n e r c o n s e c u e n c i a s d e s a s t r o s a s . E l concilio de N i -
cea prefirió e l u d i r l a c u e s t i ó n á r e s o l v e r l a . E l e m p e r a d o r
confirmó sus r e s o l u c i o n e s d e s t e r r a n d o á A r r i o .
«Se m e p e r s i g u e — d e c í a l a m e n t á n d o s e A r r i o — p o r q u e
e n s e ñ o q u e el H i j o t u v o u n p r i n c i p i o y q u e el P a d r e n o
lo tuvo». L a influencia de los teólogos c o r t e s a n o s h i z o al
e m p e r a d o r e n e m i g o p e r s o n a l de A r r i o . C o m o h e m o s vis-
to, C o n s t a n t i n o c o n s i d e r ó e n u n p r i n c i p i o q u e la d i s p u t a
 — ¿96 —
e r a frivola por c o m p l e t o , si es que n o p a r t i c i p ó de la c o n -
vicción de A r r i o de q u e , por la n a t u r a l e z a m i s m a de las
cosas, el hijo debe t e n e r m e n o s e d a d q u e el p a d r e . L a s
r e p r e s e n t a c i o n e s t e a t r a l e s e n que se r i d i c u l i z a b a la c u e s -
t i ó n le d i s p o n í a n m u y b i e n á q u e se c o n f i r m a r a su p r i -
m i t i v a m a n e r a de v e r las cosas. S u j u i c i o se d e s o r i e n t a b a
en m e d i o de las t e o r í a s que e n t o n c e s se p r o d u c í a n sobre la
n a t u r a l e z a de C r i s t o . E n efecto, t o d a s estas d o c t r i n a s , la
de los e b i o n i t a s , la g n ó s t i c a y la p l a t ó n i c a , t o d a s e s t a s
d o c t r i n a s , digo, c o n d u c í a n á la c o n c l u s i ó n u n á n i m e de
q u e la opinión g e n e r a l m e n t e a d m i t i d a debía ser e r r ó n e a ,
y q u e n e c e s a r i a m e n t e h u b o un t i e m p o en q u e el H i j o n o
existía.
P r o p a g á n d o s e la d i s p u t a en las i g l e s i a s y h a s t a en las
familias, C o n s t a n t i n o se vio en la precisión de i n t e r v e n i r .
Al p r i n c i p i o n o lo h i z o m á s que en calidad de s i m p l e ar-
b i t r o , p e r o d e s p u é s , solicitado por su c a m a r i l l a , se deci-
dió á t o m a r p a r t i d o c o n t r a A r r i o . E n t o n c e s a p a r e c i ó la
c a r t a en q u e lo d e c l a r a b a s e m e j a n t e al diablo. D e s d e este
m o m e n t o ya p u d o p r e v e r Arrio lo que h a b í a de suceder
i n e v i t a b l e m e n t e en N i c e a . T o d o e s t a b a p r e j u z g a d o
a n t e s de q u e se r e u n i e r a el concilio. No h u b o n i n g ú n
c o n t e m p o r á n e o q u e e s t u v i e r a d i s p u e s t o á v e r en el con-
cilio u n a a s a m b l e a de h o m b r e s s i n c e r o s , a n i m a d o s del
deseo de llegar á la v e r d a d por la c o m p a r a c i ó n de las
d o c t r i n a s e n e m i g a s . S u objeto era f o r m u l a r u n s í m b o l o
t a l q u e los a r r í a n o s se n e g a r a n á firmarlo y c a n s a r a n así
su p r o p i a r u i n a . Al símbolo fué a ñ a d i d a u n a f ó r m u l a de
a n a t e m a que p r e c i s a m e n t e r e g u l a b a el p u n t o , c a u s a pri-
m e r a de la d i s p u t a , y que n o dejaba n i n g u n a p r o b a b i l i -
d a d de salvación á las v í c t i m a s á q u i e n e s e s t a b a d e s t i n a -
do á h e r i r . E l p r i m i t i v o símbolo de N i c e a difería e n b a s -
t a n t e s p u n t o s esenciales del q u e h o y c o n o c e m o s con ese
n o m b r e . E n t r e o t r a s cosas se h a s u p r i m i d o de él la cláu-
sula fatal con q u e t e r m i n a b a : « L a s a n t a I g l e s i a católica
y apostólica a n a t e m a t i z a á aquellos que p r e t e n d a n que
h u b o u n t i e m p o en que n o existía el H i j o de D i o s , q u e
n o existía a n t e s de ser e n g e n d r a d o , q u e es c r e a d o , q u e
e s t á sujeto á c a m b i a r ó q u e es alterable.» E l e m p e r a d o r
dio fuerza de ley á l a s decisiones del concilio. L a n z ó le-
 — 297 —
t r a s en q u e d e n u n c i a b a á Arrio y d e c r e t ó p e n a de m u e r t e
c o n t r a c u a l q u i e r a que e n c o n t r a s e u n libro de A r r i o y n o lo
q u e m a s e al p u n t o , d a n d o así ejemplo de a c c i o n e s q u e p o r
desgracia h a b í a n de r e n o v a r s e m á s t a r d e t a n t a s veces.
P o d r í a s u p o n e r s e q u e d e s p u é s de h a b e r o b r a d o t a n r e -
s u e l t a m e n t e , e r a i m p o s i b l e q u e C o n s t a n t i n o volviera so-
b r e su p r i m e r a d e c i s i ó n , y, s i n e m b a r g o , n o h a b í a n t r a n s -
currido diez a ñ o s , c u a n d o le e n c o n t r a m o s r e c o n c i l i a d o
con A r r i o , c e d i e n d o á las solicitaciones de u n s a c e r d o t e
que t e n í a la confianza de la h e r m a n a del e m p e r a d o r C o n s -
t a n c i o . A t a n a s i o , q u e era e n t o n c e s obispo de A l e j a n d r í a ,
y r e p r e s e n t a n t e del p a r t i d o v e n c e d o r , fué d e p u e s t o y
d e s t e r r a d o . A r r i o fué l l a m a d o á C o n s t a n t i n o p l a y se d i e -
r o n ó r d e n e s á su obispo Alejandro p a r a q u e lo a d m i t i e r a
á la c o m u n i ó n el día s i g u i e n t e . E r a u n s á b a d o . A l e j a n d r o
corre á la i g l e s i a , se p r o s t e r n a y pide á D i o s q u e i n t e r -
v e n g a p a r a i m p e d i r q u e su servidor c o m e t a t a n g r a n p e -
cado. E n la m i s m a t a r d e , A r r i o fué sobrecogido p o r u n
m a l s ú b i t o y v i o l e n t o , y a l g u n o s i n s t a n t e s d e s p u é s se
le e n c o n t r ó m u e r t o en su m o r a d a , q u e se h a b í a a p r e s u -
rado á r e c u p e r a r . E s t o sucedía en C o n s t a n t i n o p l a , d o n -
de n o faltaban p e r s o n a s á q u i e n e s e r a n familiares los crí-
m e n e s de Asia. E r a , p u e s , de s u p o n e r u n e n v e n e n a m i e n -
to. S i n e m b a r g o , c u a n d o los p a r t i d a r i o s de A l e j a n d r o
p r o c l a m a r o n q u e su r u e g o se h a b í a ejecutado, se olvida-
b a n de lo q u e debió ser este r u e g o , y q u e n o h a y m u c h a
d i s t a n c i a e n t r e r o g a r por la m u e r t e de u n h o m b r e á h e -
rirle p o r sí m i s m o .
Los arríanos afirmaban que Constantino tuvo la inten-
ción de convocar u n n u e v o concilio, y de h a c e r q u e se
revisara el s í m b o l o de N i c e a c o n f o r m e á s u s n u e v a s opi-
n i o n e s ; p e r o a n t e s de q u e p u d i e r a r e a l i z a r su i n t e n c i ó n
le s o r p r e n d i ó la m u e r t e . P o r o t r a p a r t e , las decisiones
del concilio de Nicea c o n t i n u a r o n s i e n d o t a n eficaces, q u e
d u r a n t e v a r i o s a ñ o s se vio q u e a p a r e c í a n símbolos s o b r e
símbolos. E n c u a n t o á la s u e r t e q u e h u b i e r a t e n i d o el
n u e v o s í m b o l o de C o n s t a n t i n o , es fácil de a d i v i n a r , p a r -
t i e n d o del h e c h o de q u e los c o n s u s t a n c i a l i s t a s h a b í a n
p e r d i d o , y p o r lo q u e m u y p r o n t o h i z o s u hijo C o n s t a n c i o
en el concilio de A r i m i n o .
 - 298 -
L e j o s , . p u e s , de q u e el concilio de Nicea pusiese fin á
las c o n t r o v e r s i a s religiosas , éstas c o n t i n u a r o n con violen-
cia s i e m p r e c r e c i e n t e , de la q u e los m i s m o s hijos de C o n s -
t a n t i n o d i e r o n ejemplo. L a s d i s p u t a s teológicas o c u p a r o n
t o d o el siglo c u a r t o h a s t a la a p a r i c i ó n de los b á r b a r o s .
E l m i s m o p u e b l o , a p e n a s s e p a r a d o del p a g a n i s m o , p r e -
t e n d í a c o n s t i t u i r s e en j u e z de c u e s t i o n e s p o r su n a t u r a -
leza i n s o l u b l e s , y los e m p e r a d o r e s a g r a v a r o n todavía el
m a l o t o r g a n d o los c a r g o s del E s t a d o c o m o r e c o m p e n s a á
los sectarios m á s v i o l e n t o s . L a política de C o n s t a n t i n o
c o m e n z a b a á d i b u j a r s e ; la actividad i n t e l e c t u a l y la a m -
bición p o d í a n m o v e r s e l i b r e m e n t e e n el c a m p o e c l e s i á s t i -
co. L a ortodoxia h a b í a t r i u n f a d o . P o r m á s q u e la h e r e j í a
de A r r i o p u d i e r a e s t a r de a c u e r d o con el m o n o t e í s m o de
las clases s u p e r i o r e s , n o t e n í a n a d a que la hiciese a g r a d a -
b l e á la m a s a del vulgo q u e h a c í a poco a u n era p a g a n a .
D e s d e e n t o n c e s se m a n i f e s t a r o n e l e m e n t o s de d i s e n s i ó n .
De una parte estaba u n a multitud ignorante, intoleran-
t e , s i n e s c r ú p u l o ; de o t r a , u n a secta m á s a v a n z a d a y
m á s i n s t r u i d a , pero q u e d u d a b a . E l e m p e r a d o r C o n s t a n -
c i o , s i g u i e n d o la ú l t i m a política de su p a d r e , se h a b í a
p u e s t o de p a r t e de la secta de A r r i o y se apercibió m u y
p r o n t o de que bajo el n u e v o s i s t e m a , u n obispo n o duda-
ría en colocarse e n f r e n t e de su s o b e r a n o . A t a n a s i o , obis-
po de A l e j a n d r í a , que e s t a b a á la c a b e z a del p a r t i d o or-
todoxo, se c o n s t i t u y ó en a n t a g o n i s t a p e r s o n a l del e m p e r a -
d o r . E s t e , d e s p u é s de a g o t a r i n ú t i l m e n t e todos los m e -
dios de r e p r e s i ó n , i n t e n t ó r e c u r r i r á las a r m a s e s p i r i t u a l e s
á la sazón o m n i p o t e n t e s . T u v o , c o m o su p a d r e , u n a vi-
sión c e l e s t i a l ; pero c o m o e r a a r r i a n o , los ortodoxos n e -
g a r o n su c a r á c t e r e s p i r i t u a l , y h a s t a se dio el caso de q u e
H i l a r i o de P o i t i e r s e s c r i b i e r a u n libro p a r a d e m o s t r a r
q u e C o n s t a n c i o era el A n t e c r i s t o . L a s c a r n i c e r í a s y a s e -
s i n a t o s q u e e n s a n g r e n t a r o n e s t a s d i s p u t a s en las g r a n d e s
c i u d a d e s , p r o b a r o n q u e , por su a l i a n z a con la política, el
c r i s t i a n i s m o h a b í a p e r d i d o el p o d e r de d o m a r las pasio-
n e s h u m a n a s . L a h i s t o r i a de los hijos de C o n s t a n t i n o n o
es m á s que u n a serie e s p a n t o s a de a s e s i n a t o s , c o m e t i d o s
p o r los diferentes m i e m b r o s de su familia. L a r e l i g i ó n
d e s a p a r e c i ó p a r a ser s u s t i t u i d a p o r la teología c o n todos
 - 299 -
sus furores. S i n e m b a r g o , en m e d i o de estas d i s p u t a s ! n o
e r a n olvidados los i n t e r e s e s m u n d a n o s . E n el concilio de
A r i m i n o ( a ñ o 3 5 9 ) , el clero t r a t ó de o b t e n e r p a r a l a s
t i e r r a s p e r t e n e c i e n t e s á las i g l e s i a s , la e x e n c i ó n de t o d a s
las c a r g a s ; p e r o el e m p e r a d o r negó su d e m a n d a . M a c e -
donio, obispo de C o n s t a n t i n o p l a , q u e t u v o q u e p a s a r so-
b r e t r e s m i l c a d á v e r e s , p a r a t o m a r posesión de su silla
a n t e s de e s t a r d e s t e r r a d o , fué m á s h e r e j e q u e el m i s m o
A r r i o , p u e s n o sólo afirmaba q u e el H i j o e r a inferior al
P a d r e , s i n o q u e n e g a b a r o t u n d a m e n t e la d i v i n i d a d del
Espíritu Santo.
D o s h e c h o s a p a r e c e n como r e s u l t a d o de estas dispu-
tas : 1.° que h a y Una ley s u p e r i o r á la cual d e b e n o b e d i e n -
cia los fieles, y que p u e d e n o p o n e r á la ley civil c u a n d o
lo e n c u e n t r a n o p o r t u n o ; q u e la ley de D i o s , c u y a i n t e r -
p r e t a c i ó n c o r r e s p o n d e al obispo, p u e d e infligir al a l m a
e t e r n o castigo, y que debe ser preferida la ley del César,
que n o p u e d e m á s que m a t a r el c u e r p o y confiscar los
b i e n e s : 2.°, que la s u p r e m a c í a p e r t e n e c e al obispo de
E o m a . E l jefe de los o r t o d o x o s , A t a n a s i o , fué p o r dos v e -
ces á E o m a , p a r a s o m e t e r su c a u s a al obispo de e s t a ciu-
dad. E s t o s dos h e c h o s a d q u i r i e r o n en la h i s t o r i a de l a s
edades sucesivas i n m e n s a i m p o r t a n c i a . E s e v i d e n t e q u e
el poder i m p e r i a l y el p o d e r e c l e s i á s t i c o , en otro t i e m p o
aliados, n o t a r d a r í a n en m e d i r s e frente á frente. M u y pron-
to l l e g a r á n á d i s p u t a r s e el b o t í n c o m ú n .
E x a m i n e m o s a h o r a esta s u p r e m a c í a del obispo de E o -
m a , y cómo llegó á e s t a b l e c e r s e p o l í t i c a m e n t e . D e s p u é s
de h a b e r e s t u d i a d o las v a r i a c i o n e s de la o p i n i ó n en
O r i e n t e , v a m o s á e s t u d i a r las de O c c i d e n t e . Sólo a m -
pliando el c u a d r o de n u e s t r a s i n v e s t i g a c i o n e s , p o d r e m o s
llegar á c o m p r e n d e r p e r f e c t a m e n t e la n a t u r a l e z a de las
tendencias dominantes.
M u c h o d e s p u é s de su i n t r o d u c c i ó n e n E u r o p a occiden-
tal , el c r i s t i a n i s m o c o n t i n u ó siendo u n a r e l i g i ó n e s e n c i a l -
m e n t e g r i e g a . G r i e g a e r a la o r g a n i z a c i ó n de sus iglesias
p r i m i t i v a s y g r i e g a era la l e n g u a q u e se u s a b a exclusiva-
m e n t e en el culto y en todos los escritos religiosos. M i e n -
t r a s E o m a siguió siendo r e s i d e n c i a i m p e r i a l y la r e l i g i ó n
estuvo bajo la v i g i l a n c i a d i r e c t a de los e m p e r a d o r e s , el
 - 300 —
c r i s t i a n i s m o conservó su c a r á c t e r e x t r a n j e r o , a u n q u e m o -
dificándose i n s e n s i b l e m e n t e por la acción de las influen-
cias á q u e e s t a b a e x p u e s t o . T o d a s las c u e s t i o n e s q u e t a n
p r o f u n d a m e n t e t r a s t o r n a r o n al O r i e n t e , como la n a t u r a -
leza de D i o s , la T r i n i d a d , la c a u s a del m a l , n o p r o d u j e -
r o n e n E u r o p a m á s que l i g e r í s i m a i m p r e s i ó n . E l c a r á c t e r
i n t e l e c t u a l de los occidentales les h a c í a i n c a p a c e s de se-
m e j a n t e s ejercicios. L a fundación de C o n s t a n t i n o p l a fué
la q u e , s u s t r a y e n d o al c r i s t i a n i s m o de la p r e s i ó n p o l í t i -
c a , le p e r m i t i ó d e s e n v o l v e r s e n a t u r a l y l i b r e m e n t e y en-
t o n c e s fué c u a n d o el c r i s t i a n i s m o l a t i n o s u r g i ó e n f r e n t e
del c r i s t i a n i s m o g r i e g o .
N o p u e d e d e c i r s e , sin e m b a r g o , q u e las diversas f o r m a s
del c r i s t i a n i s m o que e x i s t e n en E u r o p a , t e n g a n o r i g e n
r o m a n o . L a s debe al África, y bajo este a s p e c t o p u e d e
decirse q u e v i v i m o s bajo la d o m i n a c i ó n africana.
T e n g o que referir a h o r a b r e v e m e n t e estos i m p o r t a n t e s
a c o n t e c i m i e n t o s , m o s t r a n d o c ó m o se e s t a b l e c i e r o n defi-
n i t i v a m e n t e en B o m a las d o c t r i n a s africanas. T e n d r é
t a m b i é n q u e m o s t r a r cómo en la época en q u e el cristia-
n i s m o griego p e r d i ó su poder de e x p a n s i ó n y dejó de ser
agresivo, le s u s t i t u y ó el c r i s t i a n i s m o africano, e x t e n d i é n -
dose al N o r t e y al O c c i d e n t e , d á n d o s e u n a o r g a n i z a c i ó n
calcada sobre la del i m p e r i o r o m a n o , de p r e t o r e s sacer-
d o t a l e s , de p r o c ó n s u l e s y de C é s a r e s , c r e a n d o su p r o p i a
j u r i s p r u d e n c i a y su p r o p i a m a g i s t r a t u r a , y r e c h a z a n d o
la l e n g u a g r i e g a de q u e h a s t a e n t o n c e s se h a b í a h e c h o u s o ,
p a r a a d o p t a r el l a t í n , q u e s i n g u l a r m e n t e le favoreció p o r
el c a r á c t e r q u e m u y p r o n t o t o m ó de l e n g u a s a g r a d a .
L a s iglesias g r i e g a s e r a n en cierto m o d o r e p ú b l i c a s fe-
d e r a l e s ; la I g l e s i a l a t i n a e r a i n s t i n t i v a m e n t e m o n á r q u i -
ca. L e j o s de t o m a r u n a a c t i t u d , en r e l a c i ó n con su a l t a
d i g n i d a d , los p r i m e r o s obispos de B o m a v i v i e r o n oscura-
m e n t e . AI p r i n c i p i o , los obispos de J e r u s a l e m , el p r i m e -
r o de los cuales fué S a n t i a g o , h e r m a n o de N u e s t r o S e -
ñ o r , fueron c o n s i d e r a d o s c o m o jefes de l a I g l e s i a y r e c o -
n o c i d o s c o m o t a l e s en la m i s m a B o m a . L a c o n t r o v e r s i a
q u e se suscitó e n el a ñ o 1 0 9 , con m o t i v o de l a P a s c u a ,
m u e s t r a , s i n e m b a r g o , q u e ya m u y t e m p r a n o la I g l e s i a
o c c i d e n t a l m a n i f e s t ó sus t e n d e n c i a s á la s u p r e m a c í a . H a -
 — 301 —
bien do o r d e n a d o V í c t o r , obispo de B o m a , á los de Asia
que se c o n f o r m a r a n con el uso recibido e n su I g l e s i a , r e s ^
p e c t o á la fiesta de la c e l e b r a c i ó n de la P a s c u a , el obispp:
de E f e s o , P o l í c r a t e s , resistió el m a n d a t o , y la disidenciáv
n o se h u b i e r a a p a c i g u a d o á n o ser p o r l a voz del concilio
de N i c e a . No era s o l a m e n t e en Asia d o n d e el p r o g r e s o de
la s u p r e m a c í a r o m a n a t r o p e z a b a con o b s t á c u l o s , n o h a -
b i e n d o n e c e s i d a d m á s q u e de a b r i r la h i s t o r i a eclesiástica
p a r a e n c o n t r a r p r u e b a s de este h e c h o . Así sucedió q u e
c u a n d o los discípulos del frigio M o n t a n o , q u e p r e t e n d í a
ser el P a r a c l e t o , h u b i e r o n c o n v e r t i d o al obispo de B o m a
á sus a u s t e r a s d o c t r i n a s , y T e r t u l i a n o de C a r t a g o se se-
p a r ó de e l l o s , este ú l t i m o d e n u n c i ó al obispo de B o m a
como u n hereje p a t r o p a s i o n a r i o . P o r fin c o n c l u y ó , sin e m -
b a r g o , p o r e s t a b l e c e r s e u n a i n t e l i g e n c i a g e n e r a l , n o sólo
e n t r e C a r t a g o y B o m a , sirio t a m b i é n e n t r e las iglesias
de G a l i a y de E s p a ñ a q u e r e c o n o c í a n l a g r a n d e z a y l a
gloria de la I g l e s i a r o m a n a , p e r o sin q u e p o r eso la con-
cedieran n i n g u n a p r e e m i n e n c i a . « N i n g u n o de n o s o t r o s ,
dice S a n C i p r i a n o , debe t i t u l a r s e obispo de los o b i s p o s ,
ni p r e t e n d e r i m p o n e r t i r á n i c a m e n t e su v o l u n t a d á sus
c o l e g a s , y esto p o r q u e cada obispo t i e n e l a l i b e r t a d y el
d e r e c h o de o b r a r c o m o lo j u z g u e c o n v e n i e n t e , y que lo
m i s m o q u e n o p u e d e ser j u z g a d o por o t r o obispo, t a m p o -
co p u e d e j u z g a r á o t r o . T o d o s d e b e m o s e s p e r a r el j u i c i o
de J e s u c r i s t o , á q u i e n ú n i c a m e n t e c o r r e s p o n d e el p o d e r
de p o n e r n o s á la cabeza de l a I g l e s i a y de j u z g a r n u e s -
tros actos».
P o c o á poco la I g l e s i a r o m a n a se elevó por e n c i m a de las~
o t r a s i g l e s i a s , n o p o r el t a l e n t o ó l a h a b i l i d a d de a l g ú n
h o m b r e s u p e r i o r , p o r q u e los p r i m e r o s obispos fueron t o -
dos h o m b r e s o r d i n a r i o s , s i n o g r a c i a s á su s i t u a c i ó n polí-
tica, g r a c i a s á las i n m e n s a s r i q u e z a s q u e a d q u i r i ó m u y
p r o n t o y g r a c i a s á la e x c e l e n t e política q u e supo a d o p t a r .
E l obispo de B o m a n o asistió n i al. concilio de N i c e a ,
a ñ o 2 3 5 , n i al de S á r d i c a , a ñ o 3 4 5 ; q u i z á e n t o n c e s , c o m o
m á s de u n a vez en lo sucesivo, n o t u v o o t r o m o t i v o p a r a
m a n t e n e r s e a p a r t e , q u e el t e m o r de n o o b t e n e r l a p r e s i -
dencia. P r o n t o , sin e m b a r g o , los obispos r o m a n o s r e c o n o -
c i e r o n las v e n t a j a s q u e o b t e n d r í a n h a c i é n d o s e r e p r e s e n -
 - 302 -

t a r en'-los concilios. L a n u e v a a c t i t u d q u e a d o p t a r o n , les

s u m i n i s t r ó f r e c u e n t e s ocasiones de t e n e r la b a l a n z a del
p o d e r en los t e r r i b l e s conflictos que n o d e b í a n t a r d a r en
n a c e r . T a m b i é n t e n d i ó á h a c e r de E o m a u n asilo p a r a los
eclesiásticos c o n d e n a d o s , y de su obispo el a r b i t r o s u p r e -
m o y s o b e r a n o . Así sucedió que A t a n a s i o , c u a n d o su q u e -
rella con el e m p e r a d o r , e n c o n t r ó e n E o m a u n p r o t e c t o r
y u n refugio. E l brillo y el e s p l e n d o r de la c o r t e r o m a -
n a a u m e n t a b a n a ú n m á s el p r e s t i g i o de q u e g o z a b a e n t r e
los e x t r a n j e r o s . L o s magníficos p r e s e n t e s de las d a m a s
r o m a n a s h a b í a n h e c h o del episcopado r o m a n o el objeto
de las m i r a s de los ambiciosos y de todos los q u e gus-
t a b a n de l a f o r t u n a y de los goces n a t u r a l e s . C a d a v a c a n -
t e de la silla episcopal se h a c í a n o t a r por l u c h a s s a n g r i e n -
t a s . C i e n t o t r e i n t a c a d á v e r e s c u b r i e r o n el p a v i m e n t o de
la basílica con m o t i v o de la elección de D á m a s o . A m b o s
r i v a l e s l l a m a r o n en su a y u d a m u l t i t u d de g l a d i a d o r e s ,
c a r r e t e r o s y t o d a la h e z de la p o b l a c i ó n , y h u b o n e c e s i d a d
de q u e i n t e r v i n i e s e n las t r o p a s i m p e r i a l e s p a r a a p a c i g u a r
el d e s o r d e n .
No era d e m a s i a d o p r o n t o c u a n d o S a n J e r ó n i m o i n t r o -
dujo el s i s t e m a m o n á s t i c o en E o m a ; c u a n d o se publicó
c o n t r a el clero u n a ley con m o t i v o de la caza en las h e -
r e d a d e s , q u e h a b í a llegado á ser v e r d a d e r o e s c á n d a l o ;
c u a n d o S a n J e r ó n i m o b u s c a b a la p r o t e c c i ó n de l a s da-
m a s r o m a n a s y c u a n d o este a u s t e r o fanático d e n u n c i a b a
la c o n d u c t a i n m o r a l del clero , c u a n d o el m i s m o obispo
D á m a s o e r a acusado de a d u l t e r i o . E r a e v i d e n t e que si n o
q u e r í a p e r d e r la e s t i m a c i ó n pviblica en p r o v e c h o de los
f r a i l e s , s u s a d v e r s a r i o s , el clero debía r e s i g n a r s e y acep-
t a r el c e l i b a t o . D e este m o d o h i z o c o n t i n u o s p r o g r e s o s la
d o c t r i n a de la excelencia de la v i r g i n i d a d , p e r o los m o n -
j e s n o t r i u n f a r o n n i i m p u s i e r o n al clero el celibato s i n o
t r a s l a r g o s a ñ o s de l u c h a .
D e s d e h a c í a m u c h o t i e m p o los q u e d e s e a b a n la s u p r e -
m a c í a de E o m a h a b í a n c o m p r e n d i d o l a n e c e s i d a d de u n a
d o c t r i n a i n v a r i a b l e y b i e n d e f i n i d a , así c o m o la n e c e s i -
dad de u n h o m b r e apostólico q u e p u d i e s e de a l g ú n m o d o
r e p r e s e n t a r u n criterio de v e r d a d . E l s i s t e m a o r i e n t a l de
decidir las c u e s t i o n e s p o r c o n c i l i o s , era p o r su m i s m a
 - 303 —
n a t u r a l e z a m u y poco s e g u r o . P o r lo d e m á s , los concilios
n o t e n í a n n i n g u n a o r g a n i z a c i ó n d e t e r m i n a d a y la expe-
riencia había demostrado que eran demasiado dependien-
t e s de la c o r t e de C o n s t a n t i n o p l a .
E s t a t e n d e n c i a d e m o c r á t i c a de O r i e n t e q u e d e n u n c i a -
b a la i n s t i t u c i ó n de los c o n c i l i o s , y la t e n d e n c i a m o n á r -
q u i c a de O c c i d e n t e q u e p e d í a u n pontífice s u p r e m o , te-
n í a n p o r lo d e m á s su origen en la m a n e r a de ver de t o -
dos los p e n s a d o r e s de la época. E r a , p u e s , n e c e s a r i o h a -
cer algo p a r a r e m e d i a r la a n a r q u í a de o p i n i o n e s .
P a r a m o s t r a r cómo se resolvió este p r o b l e m a , n o t e n e -
m o s m á s q u e elegir e n t r e l a s i n n u m e r a b l e s c o n t r o v e r s i a s
de aquellos t i e m p o s , l a s m á s i n t e r e s a n t e s . L a h i s t o r i a de
las h e r e j í a s p e l a g i a n a , n e s t o r i a n a y e u t i q u i a n a a r r o j a
g r a n luz sobre esta c u e s t i ó n . A b a r c a n u n período de cin-
c u e n t a a ñ o s desde el 4 0 0 al 4 5 0 .
P e l a g i o e r a u n m o n j e b r e t ó n . H a c i a el a ñ o 4 0 0 reco-
r r i ó la E u r o p a o c c i d e n t a l y d e s p u é s el África del N o r t e ,
y e n s e ñ a b a q u e A d á n e r a de n a t u r a l e z a m o r t a l y q u e
habría m u e r t o aun cuando no hubiese pecado. E n s e ñ a b a
t a m b i é n q u e A d á n sufrió él solo las c o n s e c u e n c i a s de su
pecado y que de n i n g u n a m a n e r a se e x t e n d i e r o n á s u s
d e s c e n d i e n t e s ; q u e los r e c i é n n a c i d o s e s t á n en la m i s m a
condición que A d á n a n t e s de su c a í d a ; q u e al n a c e r so-
m o s t a n p u r o s c o m o él e r a ; q u e p e c a m o s p o r n u e s t r a
propia v o l u n t a d , y q u e lo m i s m o p o d e m o s c o r r e g i r n o s
a s e g u r a n d o p o r e n d e n u e s t r a salvación; y , en fin, q u e se
n o s concede la g r a c i a de D i o s en p r o p o r c i ó n de n u e s t r o s
m é r i t o s . P o r la influencia de S a n A g u s t í n , P e l a g i o fué
arrojado de África, y S a n J e r ó n i m o desde su celda lo de-
n u n c i ó c o m o h e r e j e . P e l a g i o i n s i s t í a m á s q u e en n a d a e n
que por el s i m p l e b a u t i s m o de a g u a n o se lava el p e c a d o
y que n o p o d e m o s b o r r a r su m a n c h a s i n o p o r n u e s t r a s
buenas obras. «Los n i ñ o s , — d e c í a , — e s t á n condenados
a n t e s de h a b e r p o d i d o p e c a r » . S a n A g u s t í n c o m b a t í a sus
d o c t r i n a s con el t e x t o de l a s E s c r i t u r a s , que dice q u e el
b a u t i s m o es n e c e s a r i o p a r a la r e m i s i ó n de l o s p e c a d o s .
P a r a r e s p o n d e r á la a r g u m e n t a c i ó n de P e l a g i o s o b r e los
n i ñ o s , se vio obligado á i n t r o d u c i r la d o c t r i n a del p e c a d o
o r i g i n a l , pecado n a c i d o en A d á n y c u y a s e s p a n t o s a s c o n -
 — 304 —
s e c u e n c i a s p e s a n sobre todos los q u e m u e r e n s i n h a b e r s e
b a u t i z a d o . A s e m e j a n t e c a u s a debe a t r i b u i r s e la e m i s i ó n
de las d o c t r i n a s de la p r e d e s t i n a c i ó n , de la e x p i a c i ó n y
de la g r a c i a .
E e q u e r i d o p a r a c o m p a r e c e r a n t e el s e n a d o r e u n i d o e n
D i ó s p o l i s , P e l a g i o , con s o r p r e s a g e n e r a l , fué a b s u e l t o del
c r i m e n de h e r e j í a , decisión c o m p l e t a m e n t e i n e s p e r a d a
q u e e n a r d e c i ó el Africa y el O r i e n t e . E n estas c i r c u n s -
t a n c i a s y s i n q u e q u i z á se p r e v i e r a n las c o n s e c u e n c i a s
de t a l m e d i d a , se llevó el a s u n t o al obispo de E o m a , ele-
gido p o r a r b i t r o y j u e z .
E n la decisión q u e dictó, I n o c e n c i o I e x a l t a b a la sede
episcopal r o m a n a y e n u m e r a b a t o d a s las v e n t a j a s q u e
r e p o r t a r í a á la c r i s t i a n d a d la i n s t i t u c i ó n de u n t r i b u n a l
s u p r e m o de este g é n e r o . S u s e n t e n c i a fué favorable á los
obispos africanos. A p e n a s la h a b í a dictado c u a n d o m u -
rió. S u s u c e s o r , Z ó s i m o , a n u l ó el juicio y declaró o r t o -
d o x a la d o c t r i n a de P e l a g i o . C a r t a g o se p r e p a r ó á la re-
sistencia y era i n m i n e n t e u n a nueva guerra p ú n i c a , me-
tafísica ó teológica. L o s obispos africanos r e c u r r i e r o n á
la a s t u c i a , c o n s i g u i e n d o o b t e n e r del e m p e r a d o r u n edic-
t o q u e d e c l a r a b a á P e l a g i o hereje. L a s i n t r i g a s del c o n d e
V a l e r i o decidieron de la s u e r t e de la religión en E u r o -
p a . L o s h e r e s i a r c a s fueron d e s t e r r a d o s y confiscados sus
b i e n e s . L a d o c t r i n a de q u e A d á n fué creado i n m o r t a l
recibió fuerza de ley y el n e g a r l a fué u n c r i m e n de E s -
t a d o . E l p a p a d o n o e r a , p u e s , todavía b a s t a n t e fuerte
p a r a d o m i n a r á sus r i v a l e s , p u e s t o q u e u n a o s c u r a i n t r i -
ga de c o r t e b a s t ó e n t o n c e s p a r a fijar la ortodoxia en
Europa.
A p e n a s a p a c i g u a d a la d i s p u t a de los p e l a g i a n o s , a p a -
reció o t r a n u e v a herejía. N e s t o r i o , obispo de A n t i o q u í a ,
i n t e n t ó establecer u n a d i s t i n c i ó n e n t r e la n a t u r a l e z a di-
v i n a y h u m a n a do C r i s t o , p r e t e n d i e n d o q u e se las h a b í a
m e z c l a d o d e m a s i a d o i n t e n s a m e n t e y que «el Dios» debía
s e p a r a r s e de «el hombre». D e aquí r e s u l t a b a que la V i r g e n
M a r í a debía ser c o n s i d e r a d a , n o c o m o «la m a d r e de Dios»
sino s o l a m e n t e como «la m a d r e de C r i s t o , el D i o s h o m -
bre». L l a m a d o p o r el e m p e r a d o r á la sede episcopal de
C o n s t a n t i n o p l a , g r a c i a s á los m a n e j o s del p a r t i d o descon-
 — 305 -

t e n t ó , N e s t o r i o se h a l l ó b i e n p r o n t o e m p e ñ a d o e n u n a
d i s p u t a con la p o b l a c i ó n de la c a p i t a l .
E s c u c h é m o s l e á él m i s m o . P r e d i c a en l a g r a n iglesia
m e t r o p o l i t a n a y con t o d a la elocuencia de q u e es s u s c e p -
tible la l e n g u a h u m a n a , e x p o n e los a t r i b u t o s del D i o s
e t e r n o , infinito y t o d o p o d e r o s o . «¿Puede t e n e r m a d r e
este D i o s ? L a d o c t r i n a p a g a n a de u n dios y de u n a m a -
d r e m o r t a l , e s t á r e f u t a d a p o r S a n P a b l o m i s m o q u e afir-
m a que Nuestro Señor no tiene padre ni madre. ¿Cómo
u n a c r i a t u r a p u e d e e n g e n d r a r á u n ser increado?» D e a q u í
deducía N e s t o r i o que de M a r í a n a c i ó la p a r t e h u m a n a de
Cristo y q u e la p a r t e divina se a g r e g ó en s e g u i d a á la pri-
m e r a . L o s m o n j e s p r o m o v i e r o n u n m o t í n en la ciudad,
y C i r i l o , obispo de A l e j a n d r í a , a d o p t ó su c a u s a .
E s t e a r d o r de Cirilo p a r a v e n g a r la o r t o d o x i a u l t r a j a -
da , d i s i m u l a b a m a l el v e r d a d e r o m ó v i l q u e le a n i m a b a .
Quería sobre todo é l , obispo de A l e j a n d r í a , h u m i l l a r al
obispo de C o n s t a n t i n o p l a . L a d i s p u t a c o m e n z ó por ser-
m o n e s , epístolas y p r o c l a m a s . A i n s t i g a c i ó n de los m o n -
j e s a l e j a n d r i n o s , los de C o n s t a n t i n o p l a t o m a r o n las ar-
m a s p a r a defender á la m a d r e de D i o s . A q u í t o d a v í a se
manifiesta u n a vez m á s el p r e s t i g i o de q u e g o z a b a R o m a ;
los dos p a r t i d o s la s o l i c i t a r o n c o m o a r b i t r a .
E l p a p a C e l e s t i n o r e u n i ó u n s í n o d o . E l obispo de C o n s -
t a n t i n o p l a recibió la o r d e n de a b j u r a r , so p e n a de exco-
m u n i ó n . Así n a c i ó , n o sin t e n e r q u e s o s t e n e r r u d o s com-
b a t e s , la s u p r e m a c í a i t a l i a n a , g r a c i a s á las d i s p u t a s de
O r i e n t e . N e s t o r i o , c o n t a n d o con su influencia en la cor-
t e , r e s i s t e y e x c o m u l g a á Cirilo. Al fin, el e m p e r a d o r
convoca el concilio de E f e s o .
Nestorio se p r e s e n t ó e n este concilio c o n dieciséis
obispos y u n a p a r t e del p o p u l a c h o de la c i u d a d ; Cirilo
con c i n c u e n t a y u n obispos y m u l t i t u d de m a r i n e r o s y
mujeres p e r d i d a s . A p e n a s b a s t a r o n las t r o p a s del p l e n i -
p o t e n c i a r i o i m p e r i a l p a r a m a n t e n e r el o r d e n e n la a s a m -
blea. P r o c e d i e n d o i l e g a l m e n t e , se leyó el r e s c r i p t o a n t e s
de la llegada de los obispos sirios y el a s u n t o q u e d ó t e r -
m i n a d o en u n solo día. T r i u n f ó el p a r t i d o de l a V i r g e n ,
y N e s t o r i o fué d e p u e s t o . L o s eclesiásticos sirios, á su
llegada, se r e u n i e r o n y p r o t e s t a r o n . U n m o t í n s a n g r i e n t o
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 20
 -r- 306 —

e s t a l l ó en l a c a t e d r a l de S a n J u a n . E l e m p e r a d o r t u v o
q u e i n t e r v e n i r u n a vez m á s y o r d e n ó q u e ocho delegados
de c a d a p a r t i d o fueran e n v i a d o s á C a l c e d o n i a . D u r a n t e
este t i e m p o la c u e s t i ó n e s t a b a r e s u e l t a por las i n t r i g a s
de l a c o r t e . M á s t a r d e , el p a r t i d o de Cirilo celebró á la
h e r m a n a del e m p e r a d o r c o m o a u t o r a de la d e r r o t a de
N e s t o r i o : «La s a n t a V i r g e n de la c o r t e celestial h a b í a en-
c o n t r a d o u n a aliada de su sexo en la s a n t a v i r g e n de la
c o r t e del e m p e r a d o r . » P e r o h a b í a r e c u r r i d o á auxiliares
m á s p o d e r o s o s t o d a v í a . E n el tesoro del jefe de los e u n u -
cos q u e m á s t a r d e h u b o ocasión de a b r i r , se e n c o n t r ó el
r e c o n o c i m i e n t o de h a b e r recibido v a r i a s l i b r a s de oro de
Cirilo p o r c o n d u c t o de P a b l o , hijo de su h e r m a n a . Nes-
t o r i o fué a b a n d o n a d o p o r la c o r t e y d e s t e r r a d o á u n oasis
de E g i p t o . U n a l e y e n d a p i a d o s a refiere q u e su l e n g u a
blasfema fué d e v o r a d a p o r los g u s a n o s , y que n o escapó
al a r d i e n t e sol del desierto egipcio m á s que p a r a caer en
l a s l l a m a s t o d a v í a m á s a r d i e n t e s del infierno.
África, p u e s , t r i u n f ó u n a vez m á s en el a s u n t o de N e s -
t o r i o , c o m o h a b í a t r i u n f a d o en el de P e l a g i o , y la s u p r e -
m a c í a de E o m a , su a l i a d a ó c o n f e d e r a d a , se dibujó cada
vez con m á s c l a r i d a d .
O t r o s r e s u l t a d o s i m p o r t a n t e s p a r a el d e s a r r o l l o g r a d u a l
de la s u p r e m a c í a r o m a n a n a c i e r o n de la d i s p u t a de E u t i -
q u e s , a r c h i m a n d r i t a en u n o de los c o n v e n t o s d e C o n s t a n -
t i n o p l a . E s t e h o m b r e se h a b í a d i s t i n g u i d o en todas las
r e v u e l t a s q u e h a b í a n a g i t a d o á la ciudad en la época de
N e s t o r i o y d e s p u é s . Citado a n t e u n sínodo • r e u n i d o en
C o n s t a n t i n o p l a , y a c u s a d o de n e g a r l a s dos n a t u r a l e z a s de
Cristo y de p r e t e n d e r q u e si e x i s t e n dos n a t u r a l e z a s d e b e n
existir t a m b i é n dos H i j o s , E u t i q u e s fué declarado culpa-
b l e y e x c o m u l g a d o . P e r o esta n o e r a m á s q u e la c a u s a
a p a r e n t e de su c o n d e n a , p u e s su c a u s a r e a l e s t a b a en u n a
i n t r i g a de l a c o r t e . E l jefe de los e u n u c o s , su a h i j a d o
Crisafio, t r a b a j a b a al m i s m o t i e m p o p a r a elevar á E u t i -
q u e s á la silla de C o n s t a n t i n o p l a y p a r a a r r u i n a r la in-
fluencia de P u l q u e r í a , h e r m a n a del e m p e r a d o r , con la
a y u d a de la m u j e r de é s t e , E u d o x i a . E u t i q u e s , d e s p u é s
de su c o n d e n a c i ó n , apeló al e m p e r a d o r , q u i e n , a i n s t i g a -
ción del jefe de los e u n u c o s , convocó u n concilio en Efe-
 — 307 -
so. E s t e fué el famoso concilio q u e c o n s e r v ó el n o m b r e
de « B a n d o l e r i s m o de Efeso». Se declaró en favor de
E u t i q u e s y o r d e n ó que fuese r e i n t e g r a d o en sus funcio-
n e s . T a m b i é n depuso á F l a v i a n o , obispo de C o n s t a n t i -
n o p l a , q u e e r a su rival, y h a b í a sido su j u e z en el s í n o d o ,
y á E u s e b i o , que h a b í a sostenido su a c u s a c i ó n . A poco se
produjo u n m o t í n , en el que el obispo de C o n s t a n t i n o p l a
fué m u e r t o p o r el de A l e j a n d r í a , a y u d a d o por cierto B a r -
s u m a s , q u i e n , al d a r l e de p u ñ e t a z o s , g r i t a b a : « ¡ M a t a d l e ,
m a t a d l e ! » Sólo con g r a n d e s esfuerzos p u d i e r o n e s c a p a r
los legados i t a l i a n o s .
E l éxito del m o v i m i e n t o fué en g r a n p a r t e debido á
Dióscoro, obispo de A l e j a n d r í a , q u i e n se d e s e m b a r a z ó de
este m o d o de sus dos rivales de A n t i o q u í a y C o n s t a n t i n o -
pla. U n edicto i m p e r i a l dio fuerza de ley á las d e c i s i o n e s
del concilio. E l obispo de B o m a , L e ó n , i n t e r v i n o e n t o n -
ces y p r o t e s t ó . A él le g u s t a b a m u c h o q u e C o n s t a n t i n o p l a
y Alejandría se h i c i e s e n p e r p e t u a m e n t e g u e r r a , p e r o n o
que u n a de las dos a d q u i r i e s e p r e p o n d e r a n c i a a b s o l u t a .
Dióscoro le e x c o m u l g ó . L a c u e s t i ó n a h o r a debía d e c i d i r s e
e n t r e R o m a y Alejandría.
Teodoro m u r i ó m u y o p o r t u n a m e n t e . S u h e r m a n a P u l -
quería, la o r t o d o x a a m i g a de L e ó n , se casó con M a r c i a n o
y le h i z o e m p e r a d o r . Se convocó u n concilio en Calcedo-
nia, p o r m á s que L e ó n h u b i e s e preferido q u e se r e u n i e r a
en I t a l i a , d o n d e n a d i e le h u b i e r a d i s p u t a d o la p r e s i d e n -
cia. P e r m a n e c i e n d o fiel á la política de sus p r e d e c e s o r e s
se c o n t e n t ó con h a c e r s e r e p r e s e n t a r p o r legados. Diósco-
ro fué d e p u e s t o , y u n o de los legados p r o n u n c i ó la sen-
tencia en n o m b r e del concilio: « L e ó n , p o r t a n t o , p o r
la voz y la a u t o r i d a d del c o n c i l i o , en n o m b r e del a p ó s t o l
P e d r o , r o c a y c i m i e n t o de la I g l e s i a , d e p o n e á Dióscoro
de la d i g n i d a d episcopal y le excluye d e . t o d a s las cere-
m o n i a s y de todos los p r i v i l e g i o s del c r i s t i a n o . »
S i n e m b a r g o , y q u i z á á fin de q u e R o m a n o recogiese
v e n t a j a s p e r m a n e n t e s de la a c t i t u d q u e h a b í a t o m a d o e n
este a s u n t o , c u a n d o la m a y o r í a de los obispos a b a n d o n ó
el c o n c i l i o , a l g u n o s de e l l o s , p e r t e n e c i e n t e s en su m a -
yor p a r t e á la diócesis de C o n s t a n t i n o p l a , h i c i e r o n t o d a -
vía a d m i t i r v a r i o s a r t í c u l o s , y , e n t r e o t r o s , el de q u e la
 — 308 —

s u p r e m a c í a de la sede episcopal r o m a n a t e n í a su causa,

n o en el h e c h o de q u e el obispo de E o m a fuera el s u c e s o r
de S a n P e d r o , sino s o l a m e n t e en el de que e r a obispo de
u n a ciudad i m p e r i a l . D e esta m a n e r a el concilio r e c o n o -
ció como i g u a l e s la d i g n i d a d civil y la a u t o r i d a d eclesiás-
t i c a de los obispos de E o m a y de C o n s t a n t i n o p l a ; p e r o
E o m a se n e g ó s i e m p r e á d a r validez á e s t a decisión.
E n estas l u c h a s por la s u p r e m a c í a e n t r e E o m a , C o n s -
t a n t i n o p l a y Alejandría, es n e c e s a r i o , d e s p u é s de todo, v e r
algo m á s q u e las r i v a l i d a d e s de f u n c i o n a r i o s a m b i c i o s o s
q u e se d i s p u t a n el p o d e r . E l obispo de E o m a fué s i e m p r e
v e n c e d o r , y, n o t é m o s l o , m e r e c í a serlo. S u m a n e r a de o b r a r
fué s i e m p r e d i g n a y h a s t a con frecuencia n o b i l í s i m a , en
t a n t o q u e sus a d v e r s a r i o s m o s t r a r o n insaciable avidez de
p o d e r , y r e c u r r i e r o n sin e s c r ú p u l o á la c o r r u p c i ó n , á la
i n t r i g a y á la violencia.
A s í , la falta de u n c r i t e r i o de v e r d a d y la n e c e s i d a d de
d e t e n e r los p r o g r e s o s del e s p í r i t u de e x a m e n que se h a b í a
h e c h o p e l i g r o s o , c o n d u j e r o n á la i n s t i t u c i ó n de los con-
c i l i o s , que a u t o r i t a r i a m e n t e resolvían las c u e s t i o n e s r e l i -
g i o s a s . C o n v i e n e , s i n e m b a r g o , o b s e r v a r q u e l a s decisio-
n e s de los concilios se c o n t r a d e c í a n f r e c u e n t e m e n t e u n a s
á o t r a s , y q u e , por c o n s e c u e n c i a , n o se a c r e d i t a r o n p o r la
u n i d a d y la i d e n t i d a d de s u s decisiones s u c e s i v a s , c o m o
t a m p o c o se c u i d a r o n de b u s c a r sólido apoyo e n el a s e n t i -
m i e n t o de la i n t e l i g e n c i a h u m a n a , i l u s t r a d a p o r s u s t r a -
bajos y por sus c o n c l u s i o n e s . L a i n s t i t u c i ó n t e n í a u n ca-
r á c t e r p u r a m e n t e h u m a n o , c o m o lo p r u e b a la n e c e s i d a d
e n q u e se v i e r o n todos los concilios de r e c u r r i r al p o d e r
civil p a r a h a c e r que p r e v a l e c i e r a n sus d e c i s i o n e s , c o m -
p l e t a m e n t e a r b i t r a r i a s . L a m i s m a n e c e s i d a d , q u e en el
m o n á r q u i c o O r i e n t e sugirió la i n s t i t u c i ó n r e p u b l i c a n a de
los concilios, condujo al d e m o c r á t i c o O c c i d e n t e al d e s a r r o -
llo del a u t o e r á t i c o p o d e r de los P a p a s ; p e r o n i e n O r i e n t e
n i en O c c i d e n t e se reconoció n u n c a en esta a u t o r i d a d su-
p r e m a u n p o d e r i n n a t o ó q u e le h u b i e r a sido conferido
p o r la d i v i n i d a d . C u a n t a s veces le faltó el p o d e r civil se
m o s t r ó c o n s t a n t e m e n t e i m p o t e n t e c o n t r a los q u e quisie-
ron hacerle resistencia.
E r a i m p o s i b l e q u e los concilios fueran j u z g a d o s de o t r r
 — 309 —
m a n e r a p o r los h o m b r e s n o t a b l e s que h a b í a n t o m a d o par-
t e en sus d e l i b e r a c i o n e s . G r e g o r i o N a z i a n c e n o , u n o de
los h o m b r e s m á s piadosos de su t i e m p o , y q u e h a b í a p r e -
sidido a l g u n a s sesiones del concilio de C o n s t a n t i n o p l a en
389, r e h u s ó t o m a r p a r t e por m á s t i e m p o en s u s t r a b a j o s ,
p r e t e n d i e n d o q u e n o h a b í a visto n u n c a q u e c o n c l u y e r a
bien u n a r e u n i ó n de obispos, q u e en l u g a r de r e m e d i a r el
m a l n o h a c í a n m á s que a u m e n t a r l o y q u e la a n i m o s i d a d
de sus d i s p u t a s y su avidez de p o d e r e r a n i n d e s c r i p t i b l e s .
Mil a ñ o s m á s t a r d e E n e a s S i l v i o , que fué P a p a bajo el
n o m b r e de P í o I I , a d v i e r t e , a p r o p ó s i t o de otro concilio,
que se dejó i n s p i r a r m á s b i e n de las p a s i o n e s h u m a n a s
que del E s p í r i t u S a n t o .
A pesar de las c o n t r a d i c c i o n e s t a n f r e c u e n t e s q u e ofre-
cen las decisiones de los c o n c i l i o s , se r e c o n o c e , sin e m -
bargo , en ellas las h u e l l a s de u n a filiación c o n r ú n que
indica q u e t o d a s p e r t e n e c e n á l a s fases sucesivas del des-
arrollo de u n m i s m o m o d o de p e n s a r . A s í , de los c u a t r o
concilios e c u m é n i c o s que se o c u p a r o n de las c u e s t i o n e s
de q u e h e m o s h a b l a d o en l a s p á g i n a s p r e c e d e n t e s , el con-
cilio de N i c e a declaró q u e el H i j o es de la m i s m a s u s t a n -
cia que el P a d r e ; el de C o n s t a n t i n o p l a q u e el H i j o y el
E s p í r i t u S a n t o son iguales al P a d r e ; el de E f e s o q u e l a s
dos n a t u r a l e z a s de Cristo p e r t e n e c e n á u n a m i s m a p e r s o -
n a , y , en fin, el de C a l c e d o n i a q u e las dos n a t u r a l e z a s ,
a u n q u e u n i d a s en u n a m i s m a p e r s o n a , p e r m a n e c e n dis-
t i n t a s . P e r o q u e n o h a n c o n s e g u i d o su objeto, que n o e r a
otro que el de c o n s t i t u i r u n criterio de v e r d a d , lo d e m u e s -
t r a e v i d e n t e m e n t e el solo h e c h o de q u e , d u r a n t e el siglo iv
s o l a m e n t e , fueron c o n v o c a d o s c u a r e n t a y cinco concilios,
de los c u a l e s t r e c e se m o s t r a r o n favorables á A r r i o , q u i n -
ce se p r o n u n c i a r o n c o n t r a él y diecisiete p o r les s e m i -
a r r i a n o s . E n m e d i o de t a l confusión e r a n e c e s a r i o q u e
los m i s m o s concilios e s t u v i e r a n s u b o r d i n a d o s á u n a a u t o -
ridad s u p e r i o r , á u n c r i t e r i o m á s elevado que p u d i e r a re-
conocer ó n e g a r l a validez de sus d e c i s i o n e s . E n c u a n t o
á que el p o d e r de los concilios en O r i e n t e y el del p a p a d o
en O c c i d e n t e e r a e s e n c i a l m e n t e político, es u n h e c h o q u e
a t e s t i g u a t o d a la h i s t o r i a . P o r lo q u e h a c e al p a p a d o , se
ve m u y c l a r a m e n t e en la d i s p u t a q u e se suscitó e n t r e H i -
 — 310 —
l a r i o , obispo de Arles, y el P a p a L e ó n . Con este m o t i v o
p u b l i c ó u n edicto el e m p e r a d o r V a l e n t i n i a n o , e n el q u e ,
d e n u n c i a n d o la c o n t u m a c i a de H i l a r i o , se decía q u e , «por
m á s que la s e n t e n c i a de t a n g r a n pontífice como el obispo
de R o m a n o t u v i e r a n e c e s i d a d de la confirmación del em-
p e r a d o r , debía e n t e n d e r s e b i e n por todos los obispos que
en lo sucesivo los d e c r e t o s de la sedó apostólica t e n d r í a n
fuerza de ley, y q u e , q u i e n se n e g a r a á obedecer á la cita-
ción del pontífice r o m a n o , sería obligado á ello por el go-
b e r n a d o r de l a p r o v i n c i a » . V e m o s a q u í dibujarse m u y
d i s t i n t a m e n t e el c a r á c t e r esencial del p o d e r p a p a l : es in-
s e p a r a b l e del p o d e r t e m p o r a l . E n m e d i o de estas quere-
llas fué c u a n d o llegó el g r a n a c o n t e c i m i e n l o que b e i n d i -
cado, como el q u e m a r c a el fin de la E d a d de examen:- la
caída de R o m a .
L o s godos se h a b í a n establecido d e f i n i t i v a m e n t e en el
i m p e r i o de O r i e n t e . C o n s e r v a b a n sus leyes, sus m a g i s t r a -
dos y n o p a g a b a n i m p u e s t o s : s o l a m e n t e d a b a n c u a r e n t a
m i l soldados al ejército. L o s visigodos se h a b í a n e x t e n -
dido por G r e c i a , I t a l i a y E s p a ñ a : sólo- se libró A t e n a s ,
g r a c i a s á sus r e c u e r d o s . Y a n o se c e l e b r a b a n los m i s t e r i o s
de E l e u s i s , y á p a r t i r de este t i e m p o , G r e c i a n o volvió á
c o n o c e r n u n c a la p r o s p e r i d a d . Alarico e n t r a en I t a l i a .
E s t i l i c e n , g e n e r a l del e m p e r a d o r , le obligó á r e t i r a r s e .
I g u a l m e n t e obligó á r e n d i r s e á discreción á R a d a g a i s o ,
q u e h a b í a i n v a d i d o al i m p e r i o . L o s b o r g o ñ o n e s y los v á n -
dalos i n u n d a n la Galia; los suevos, v á n d a l o s y a l a n o s E s -
p a ñ a . E s t i l i c ó n , q u e , a u n q u e godo, e r a d i g n o de los g r a n -
des t i e m p o s de la r e p ú b l i c a , fué m u e r t o por el e m p e r a d o r
s u a m o . Alarico a p a r e c e a n t e R o m a . H a c í a seiscientos
diecinueve años que R o m a no había visto á n i n g ú n e n e -
m i g o a n t e s u s m u r a l l a s . Aníbal h a b í a sido el i i l t i m o . T e n í a
d e n t r o de su r e c i n t o 1.780 p a l a c i o s s e n a t o r i a l e s . A l g u n o s
de los p r o p i e t a r i o s de estas e s p l é n d i d a s m o r a d a s c o n t a b a n
con u n a r e n t a a n u a l que se elevaba á c u a t r o m i l l o n e s de
francos. L a ciudad t e n í a 28 k i l ó m e t r o s de c i r c u i t o , y u n a
p o b l a c i ó n de m á s de u n m i l l ó n de h a b i t a n t e s , q u e , c o m o sus
antecesores, reclamaban a g r a n d e s gritos distribuciones
de p a n , v i n o y a c e i t e . E n su d e s e s p e r a c i ó n , la ciudad
a p ó s t a t a — s e dice q u e con el c o n s e n t i m i e n t o del P a p a —
 — 311 —
sacrificó á J ú p i t e r , el dios q u e h a b í a r e p u d i a d o y q u e
a h o r a t e m í a h a b e r ofendido. Se ofrecieron cinco m i l l o n e s
e n m e t á l i c o y u n m o n t ó n de objetos preciosos al r e y b á r -
b a r o , el cual se r e t i r ó . E l e m p e r a d o r lo i n s u l t a desde l a s
a l t u r a s . d e su fortaleza de R á v e n a . Alarico vuelve sobre sus
pasos y p o r t e r c e r a vez a p a r e c e a n t e R o m a . Mil c i e n t o
s e s e n t a y tres a ñ o s d e s p u é s de la fundación de la c i u d a d ,
el 24 de abril del 4 1 0 , á m e d i a n o c h e , la t r a i c i ó n de al-
g u n o s esclavos le a b r e la p u e r t a S a l a r i a . R o m a n o t i e n e
dioses que la p u e d a n defender en t a n t e r r i b l e a p u r o . E s
s a q u e a d a por los godos.
¡ L a C i u d a d E t e r n a h a caído r e a l m e n t e ! T a l es el g r i t o
que r e p e r c u t i ó en todo el i m p e r i o á la n o t i c i a de la t o m a
de R o m a por Alarico. E l p a g a n i s m o h a c í a m u c h o t i e m p o
que e s t a b a a r r u i n a d o c o m o i n s t i t u c i ó n n a c i o n a l ; p e r o el
e l e m e n t o étnico v e r d a d e r a m e n t e r o m a n o n u n c a le h a b í a
a b a n d o n a d o : e s p i r a b a con él, y u n débil r e s i d u o de la a n -
t i g u a población se m o s t r a b a t o d a v í a a p e g a d o á la fe p r i -
m i t i v a . E n él se e n c o n t r a b a n la m a y o r p a r t e de las fa-
milias a r i s t o c r á t i c a s y las de los filósofos; e s t a s ú l t i m a s
a t r i b u í a n la catástrofe á la a p o s t a s í a de la n a c i ó n , y e n
su dolor se l a m e n t a b a n de q u e e r a j u s t a m e n t e c a s t i g a d a
por h a b e r a b a n d o n a d o los dioses de sus a n t e p a s a d o s ,
los dioses que h a b í a n dado á R o m a la v i c t o r i a y el i m p e -
rio. L a I g l e s i a se vio forzada á r e s p o n d e r á e s t a acusa-
ción, a b i e r t a m e n t e f o r m u l a d a p o r a l g u n o s m i l l a r e s de i n -
dividuos t a n solo, pero que e r a t á c i t a m e n t e a c e p t a d a por
m i l l o n e s de o t r o s m á s t í m i d o s q u e e s t a b a n c o m o a p l a n a -
dos por p á n i c o t e r r o r . E l c r i s t i a n i s m o e n c o n t r ó defensor
en u n o de los m á s c é l e b r e s P a d r e s de la I g l e s i a , S a n
A g u s t í n , q u e c o n s a g r ó t r e c e a ñ o s de su v i d a á la c o m p o -
sición de su g r a n o b r a La Ciudad de Dios. E s i n t e r e s a n t e
p a r a n o s o t r o s h a c e r c o n s t a r el t o n o de a l g u n a s de e s t a s
réplicas de los c r i s t i a n o s á sus a d v e r s a r i o s p a g a n o s :
« E l p a g a n i s m o es el ú n i c o r e s p o n s a b l e de la m a n i f i e s t a
d e p r a v a c i ó n de las c o s t u m b r e s r o m a n a s y de la i n m i n e n -
t e disolución del i m p e r i o . N u e s t r o p o d e r político d a t a de
a y e r : n o e n t r a m o s , p u e s , p a r a n a d a en los p r o g r e s o s gra-
duales de la lujuria y de la p o b r e z a q u e h a n c o m e n z a d o
hace mil años. Vuestros antepasados hacían u n comercio
 — 312 —

de l a g u e r r a ; r e d u c í a n á s e r v i d u m b r e á las n a c i o n e s ve-
cinas y las i m p o n í a n t r i b u t o . A h o r a b i e n , ¿no son c o n s e -
c u e n c i a s i n e v i t a b l e s de la c o n q u i s t a la p r o d i g a l i d a d y la
d i s i p a c i ó n ? ¿ N o e s t a b a c o n d e n a d a á la ociosidad la po-
b l a c i ó n de R o m a c u a n d o I t a l i a e s t a b a l l e n a de esclavos?
C a d a h o r a t r a n s c u r r i d a h a v e n i d o á a h o n d a r el a b i s m o
s i n fondo q u e s e p a r a la o p u l e n c i a excesiva de la m i s e -
r i a m á s a b y e c t a . ¿ No h a b í a desaparecido la clase m e d i a
q u e c o n s t i t u y e la fuerza de la n a c i ó n , dejando en R o m a
familias a r i s t o c r á t i c a s , c u y a s p o s e s i o n e s en S i r i a , G a l i a ,
E s p a ñ a y África i g u a l a b a n , si n o s u p e r a b a n , p o r su ex-
t e n s i ó n y sus r e n t a s , á las posesiones de aquellos g r a n d e s
r e i n o s por c u y a c o n q u i s t a l a r e p ú b l i c a h a b í a r e c o m p e n -
sado á los q u e la h i c i e r o n con los h o n o r e s del triunfo?
¿ N o h a b í a e n las calles de la c i u d a d u n p o p u l a c h o e n v i -
lecido, v e g e t a n d o en la m á s c o m p l e t a ociosidad, d i v e r t i d o
y a l i m e n t a d o á costa del E s t a d o ? ¿ S o m o s n o s o t r o s r e s -
p o n s a b l e s de la i r r i t a n t e opresión q u e p e s a b a sobre l a s
p o b l a c i o n e s r u r a l e s , o p r e s i ó n q u e las h a i m p u l s a d o á la
d e s e s p e r a c i ó n y las h a d i e z m a d o , h a s t a el p u n t o de q u e
t e n g a m o s que t e m e r q u e m u y p r o n t o d e s a p a r e z c a n ? ¿So-
m o s n o s o t r o s los q u e h e m o s aconsejado al e m p e r a d o r
T r a j a n o q u e a b a n d o n a r a la D a c i a y que r e n u n c i a r a á esa
s a n a política q u e m a r c a b a con u n a l í n e a de e s t a c i o n e s
m i l i t a r e s l a s f r o n t e r a s del i m p e r i o ? ¿ A c o n s e j a m o s n o s -
o t r o s á Caracalla q u e c o n c e d i e r a i n d i s t i n t a m e n t e á t o d o s
el d e r e c h o de c i u d a d a n í a , q u e t r a s t o r n a r a y a r r u i n a r a á
t o d a l a p o b l a c i ó n ? ¿ S o m o s n o s o t r o s los q u e h e m o s a t a s -
cado á I t a l i a de esclavos y d e p r i m i d o á estos infelices p o r
bajo de los b r u t o s , o b l i g á n d o l e s en todas p a r t e s á t r a b a -
j o s propios de las b e s t i a s ? M u y al c o n t r a r i o : h e m o s exa-
m i n a d o y p r a c t i c a d o u n a d o c t r i n a c o m p l e t a m e n t e dife-
r e n t e . ¿ Somos nosotros quienes por la noche aherroja-
m o s á los h a b i t a n t e s de las p o b l a c i o n e s y de las c i u d a d e s
r e d u c i d a s á s e r v i d u m b r e ? ¿ S o m o s n o s o t r o s q u i e n e s de-
b e m o s r e s p o n d e r de las i n s u r r e c c i o n e s , de los e n v e n e n a -
m i e n t o s , de los a s e s i n a t o s y de las v e n g a n z a s , i n e v i t a -
b l e s c o n s e c u e n c i a s de t a n t o s m a l e s ? ¿ S o m o s n o s o t r o s los
q u e h e m o s t r a í d o l a s cosas á t a l e s t a d o q u e u n c i u d a d a n o
se ve obligado p o r su propio i n t e r é s á a b a n d o n a r su p a -
 — 313 -
trimonio sin compensación ni indemnización? ¿ S o m o s
n o s o t r o s q u i e n e s h e m o s d e s m o r a l i z a d o al p u e b l o p r o d i -
gándole víveres, juegos, carreras y espectáculos, y no
liemos sido p e r s e g u i d o s p o r q u e h u í a m o s de los t e a t r o s ?
¿ S o m o s n o s o t r o s los q u e h e m o s a r r u i n a d o al S e n a d o y á
la a r i s t o c r a c i a sacrificándolo t o d o , h a s t a n o s o t r o s m i s -
m o s , á la familia de J u l i o César? ¿ H e m o s i m a g i n a d o n o s -
otros, p a r a n e u t r a l i z a r la influencia de las l e g i o n e s , h a -
cerlas c o m b a t i r u n a s c o n t r a o t r a s ? ¿ S o m o s n o s o t r o s los
p r i m e r o s q u e h e m o s t o c a d o á la g r a n d e z a de R o m a ? ¿No
fué D i o c l e c i a n o , n u e s t r o p e r s e g u i d o r , el p r i m e r o q u e dio
el ejemplo, fijando su r e s i d e n c i a e n N i c o m e d i a ? E n c u a n -
to á los s e n t i m i e n t o s de p a t r i o t i s m o de q u e os v a n a g l o -
riáis , ¿ n o h a n h e c h o v u e s t r o s e m p e r a d o r e s c u a n t o h a n
podido p a r a d e s t r u i r l o s ? U n a vez concedido el d e r e c h o de
c i u d a d a n í a á los g a l o s , á los e g i p c i o s , á los a f r i c a n o s , á
los b u n n o s , á los e s p a ñ o l e s y á los s i r i o s , ¿ p o d í a espe-
r a r s e q u e c o n j u n t o t a n h e t e r o g é n e o p e r m a n e c i e r a fiel á
los i n t e r e s e s de u n a c i u d a d i t a l i a n a , de u n a c i u d a d d e t e s -
tada, bajo cuyo yugo g e m í a n t o d o s estos pueblos? E l pa-
t r i o t i s m o s u p o n e la c o n c e n t r a c i ó n : es i m p o s i b l e en u n
i m p e r i o d e s m e s u r a d a m e n t e e x t e n s o . E r a n e c e s a r i o algo
m á s q u e u n lazo m a t e r i a l p a r a u n i r c o n j u n t a m e n t e t a n -
t a s n a c i o n e s d i v e r s a s , y e s t e algo lo h a n e n c o n t r a d o e n
el c r i s t i a n i s m o . L a c o m u n i d a d de l e n g u a i m p l i c a l a de
p e n s a m i e n t o s y s e n t i m i e n t o s ; p e r o ¿ q u é e r a de e s p e r a r
c u a n d o el griego e r a la l e n g u a de la m i t a d de la clase d o -
m i n a n t e y el l a t í n la de la o t r a m i t a d , p o r n o h a b l a r de
los m i l dialectos i n i n t e l i g i b l e s q u e e s t a b a n en uso e n el
imperio r o m a n o ? L a caída del S e n a d o h a p r e c e d i d o va-
rios a ñ o s al n a c i m i e n t o de n u e s t r a r e l i g i ó n ; y ¿ d i r é i s ,
p u e s , q u e h e m o s c o n t r i b u i d o á l a s u s u r p a c i o n e s de los
C é s a r e s ? ¿ Q u é p o d e r t e n í a m o s en el ejército, ese i n s t r u -
m e n t o de v i o l e n c i a q u e en n o v e n t a y dos a ñ o s os h a d a d o
t r e i n t a y dos e m p e r a d o r e s y t r e i n t a y siete p r e t e n d i e n t e s
al t r o n o ? ¿ H e m o s e x c i t a d o n o s o t r o s á la g u a r d i a p r e t o -
r i a n a p a r a q u e s a c a r a á s u b a s t a la d i g n i d a d i m p e r i a l ?»
« ¿ P o d é i s e n v e r d a d a s o m b r a r o s de q u e todo esto h a y a
t e n i d o u n fin? P u e s n o s o t r o s , n o n o s h e m o s s o r p r e n d i d o
y , p o r el c o n t r a r i o , d a m o s g r a c i a s p o r ello á D i o s . Y a es
t i e m p o de q u e la r a z a h u m a n a goce de d e s c a n s o . P o r fin
se h a n oído los g e m i d o s de los p r i s i o n e r o s y l a s oracio-
n e s de los c a u t i v o s . A d e m á s , ¿ s e h a m o s t r a d o i m p l a c a b l e
la m a n o q u e os h a h e r i d o ? Si el p a g a n o E a d a g a i s o h u -
b i e r a t o m a d o á E o m a , n o h a b r í a p e r d o n a d o n i u n a sola
v i d a , n i h a b r í a q u e d a d o e n pie n i u n a sola p i e d r a . A u n -
q u e godo, el c r i s t i a n o Alarico r e s p e t a á sus h e r m a n o s
c r i s t i a n o s y, g r a c i a s á él, os h a b é i s salvado. E n c u a n t o á
v u e s t r o s dioses, esos d e m o n i o s en q u i e n e s t e n é i s v u e s t r a
confianza, ¿qué h a n h e c h o p o r v o s o t r o s ? ¿ N o los i n s u l t ó
A n n i b a l ? ¿ F u é u n g a n s o ó u n dios q u i e n salvó al Capi-
tolio de las a r m a s de B r e n o ? ¿Dónele e s t a b a n v u e s t r o s
dioses e n cada u n a de las d e r r o t a s , a l g u n a s r e c i e n t í s i -
m a s , q u e h a n e x p e r i m e n t a d o los e m p e r a d o r e s p a g a n o s ?
H a caído, p u e s , j u s t a m e n t e esta B a b i l o n i a r o m a n a cu-
b i e r t a de p ú r p u r a , e s t a p r o s t i t u t a ebria de la s a n g r e de
l a s naciones.»
« S o b r e las r u i n a s de esta c i u d a d m u n d a n a , de esta or-
gullosa s e ñ o r a del m u n d o , cuya caída m a r c a el fin de u n a
l a r g a c a r r e r a de s u p e r s t i c i ó n y de p e c a d o s , sobre e s t a s
r u i n a s se e l e v a r á «la C i u d a d de Dios». E l fuego del b á r -
b a r o la purificará, l a v a r á s u s m a n c h a s p a g a n a s y la h a r á
d i g n a de c o n v e r t i r s e en el r e i n o de Cristo. E n l u g a r de
esos m i l a ñ o s de t i n i e b l a s y c r í m e n e s á los c u a l e s , e n
v u e s t r a d e s e s p e r a c i ó n , i n t e n t á i s v o l v e r , t i e n e a n t e sí el
glorioso m i l e n a r i o que le h a u p r e d i c h o los profetas. E n
s u s m u r o s r e g e n e r a d o s ya n o h a b i t a r á el p e c a d o , s i n o la
v i r t u d y la p a z . N o se v e r á n ya en ella n i h u e l l a s de las
v a n i d a d e s de este m u n d o , n i l u c h a s de a m b i c i ó n , n i este
sórdido afán de o r o , de gloria y de p o d e r . E l a m o r del Se-
ñ o r r e i n a r á ú n i c a m e n t e e n ella.»
A la c a b e z a de los que defendían así la c a u s a de la
n u e v a religión figura, c o m o h e m o s dicho, el a u t o r de la
g r a n o b r a La Ciudad de Dios, q u e se debe c o n s i d e r a r
c o m o ei summum de la l i t e r a t u r a c r i s t i a n a de los p r i m e r o s
t i e m p o s , e n t e r a m e n t e c o n s a g r a d a á d i c h o objeto y con-
c e b i d a , si n o en el l e n g u a j e , al m e n o s e n el e s p í r i t u que
h e m o s t r a t a d o de i n d i c a r m á s a r r i b a . H a ejercido sobre
el c r i s t i a n i s m o o c c i d e n t a l influencia m a y o r que n i n g ú n
o t r o de los r e s t a n t e s P a d r e s de la I g l e s i a . A él se d e b e n
 - 315 —
las d o c t r i n a s t a n precisas sobre el pecado o r i g i n a l , la
g r a c i a y la p r e d e s t i n a c i ó n .
L a j u v e n t u d de S a n A g u s t í n h a b í a sido ligera y h a s t a
c u l p a b l e ; h a b í a tornado p a r t e en todas las disipaciones de
la alegre c i u d a d de C a r t a g o . No llegó á la v e r d a d s i n o des-
pués de h a b e r estado largo t i e m p o e x t r a v i a d o en el m a n i -
q u e l s m o , la astrología y el e x c e p t i c i s m o . No f u é , sin e m -
b a r g o , á los P a d r e s de la I g l e s i a , s i n o á Cicerón á q u i e n
debió este feliz c a m b i o . L o s escritos del g r a n orador fue-
r o n los q u e le a r r a n c a r o n de los p l a c e r e s del t e a t r o y de
las l o c u r a s de la superstición y le i n s p i r a r o n el a m o r á la
s a b i d u r í a . L e a r r a n c ó del m a n i q u e í s m o A m b r o s i o , obispo
de M i l á n q u e les b a u t i z ó á él y á su hijo n a t u r a l Adeoda-
to. F á c i l es r e c o n o c e r en sus o b r a s l a s h u e l l a s del m a g i s -
m o , n o en lo que dice de la d u a l i d a d de D i o s , sino en la
división q u e h a c e de la h u m a n i d a d e n dos p o r c i o n e s : los
elegidos y los c o n d e n a d o s . L o s dos r e i n o s de g r a c i a y de
p e r d i c i ó n , su Dios y su diablo, r e s p o n d e n p e r f e c t a m e n t e
á la idea o r i e n t a l de u n r e i n o de luz y de u n r e i n o de ti-
n i e b l a s . S a n A g u s t í n recibió de A m b r o s i o las e l e v a d a s
d o c t r i n a s de los t r i n i t a r i o s que m u y p r o n t o i b a n á ser
i m p u e s t a s al O c c i d e n t e .
E n sus e s p e c u l a c i o n e s filosóficas sobre el t i e m p o , la
m a t e r i a y la m e m o r i a , se m u e s t r a c o n s t a n t e m e n t e infe-
r i o r á sí m i s m o y con frecuencia h a s t a t r i v i a l . L a doc-
t r i n a de que la E s c r i t u r a , c o m o la p a l a b r a de D i o s , es
susceptible de m ú l t i p l e s i n t e r p r e t a c i o n e s , le c o n d u c e á
i n n u m e r a b l e s e r r o r e s , y ejerció sobre la v e r d a d e r a c i e n c i a
de las edades futuras f u n e s t í s i m a influencia. Así fué c o m o
halló p r u e b a s de la e x i s t e n c i a de la T r i n i d a d en el r e l a t o
mosaico de la c r e a c i ó n ; p r e t e n d e q u e el firmamento de
que e n él se h a b l a , es el t i p o del V e r b o de D i o s y q u e
existe c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e la m i s m a c r e a c i ó n y la Igle-
sia. S u s n u m e r o s a s o b r a s h a n sido r e p e t i d a m e n t e t r a d u -
cidas , p r i n c i p a l m e n t e s u s Confesiones, q u e h a n d i s t r a í d o
y edificado á c i n c u e n t a g e n e r a c i o n e s , p e r o q u e , d e s p u é s
de t o d o , y como o b r a l i t e r a r i a , d e b e n ceder su p u e s t o á
los escritos de B u n y a n . B u n y a n , c o m o S a n A g u s t í n , se
dedicó por c o m p l e t o al e x a m e n de sí m i s m o , c o n d e n á n -
dose s i n m i s e r i c o r d i a , a n a t o m i z a n d o su p r o p i a a l m a y
 — 316 —

s a c a n d o u n o p o r u n o t o d o s sus p e c a d o s p a r a p r e s e n t a r l o s
á la luz del día.
L a influencia de S a n A g u s t í n en el d o m i n i o religioso
h a eclipsado t a n c o m p l e t a m e n t e la q u e ejerció e n políti-
ca , q u e se h a concedido escasa a t e n c i ó n á la p a r t e q u e
t o m ó e n los a c o n t e c i m i e n t o s políticos de l a i n t e r e s a n t e
época en q u e vivió. S a b e m o s p o r los h i s t o r i a d o r e s q u e
fué a m i g o del c o n d e Bonifacio, el q u e i n v i t ó á G e n s e r i c o
á q u e p a s a r a al África con sus v á n d a l o s . G r a c i a s á S a n
A g u s t í n el n o m b r e del conde h a podido p a s a r á la p o s t e -
r i d a d , sin m a r c a de i n f a m i a . Bonifacio e s t a b a á su lado
c u a n d o m u r i ó en I d e p o n a el 2 8 de agosto del 4 3 0 .
C u a n d o E o m a h u b o caído á los golpes de A l a r i c o , los
c r i s t i a n o s , lejos de l l o r a r su c a í d a , se g l o r i a b a n de ella.
E s t a b l e c í a n s u t i l d i s t i n c i ó n e n t r e la p r o s t i t u t a p a g a n a
h e r i d a por Alarico y la ciudad de D i o s , á la que n o se ha-
b í a a t r e v i d o á t o c a r . L a v e n g a n z a de los g o d o s , decían,
h i r i ó los t e m p l o s , p e r o r e s p e t ó las iglesias. E n los desas-
t r e s q u e m u y p r o n t o siguieron fué m u y difícil m a n t e n e r
e s t a m i s m a d i s t i n c i ó n ; p e r o n o es dudoso q u e e s t a c a t á s -
trofe a y u d ó p o d e r o s a m e n t e al desarrollo del p o d e r p a p a l .
E l r e b a j a m i e n t o de la a n t i g u a a r i s t o c r a c i a puso de relie-
ve al P a p a , y, c o m o se h a d i c h o con r a z ó n , c u a n d o R o m a
r e n a c í a de sus r u i n a s , s u obispo recogió la p r e e m i n e n c i a .
T a m b i é n fué m u y favorable la c i r c u n s t a n c i a de q u e e n
e s t a época h u b i e r a t e r m i n a d o S a n J e r ó n i m o su t r a d u c -
ción de la B i b l i a . A p a r t i r de este d í a , la V u l g a t a t u v o
a u t o r i d a d en todo el O c c i d e n t e . Se r e c o n o c e en esta cé-
l e b r e v e r s i ó n la influencia de los a u t o r e s clásicos p a g a n o s ,
q u e el a u s t e r o a n a c o r e t a h a b í a a p r e n d i d o á a d m i r a r e n s u
j u v e n t u d , influencia á q u e en v a n o h a b í a t r a t a d o de s u s -
t r a e r s e flagelándose t o d a s l a s n o c h e s . D i c h a v e r s i ó n a p a -
reció en u n a h o r a crítica de la h i s t o r i a de O c c i d e n t e . L o s
p r i n c i p i o s del p a p a d o n o p e r m i t í a n que el m i s m o p a p a
fuera a u t o r , y la V u l g a t a satisfacía las n e c e s i d a d e s de los
t i e m p o s . E l O r i e n t e p o d í a , p u e s , c o n t i n u a r sin p e l i g r o
inventando diariamente nuevas creencias y nuevas here-
j í a s ; el O c c i d e n t e p e r s e g u í a u n fin m u c h o m á s p r á c t i c o é
i m p o r t a n t e ; la o r g a n i z a c i ó n del p o d e r e c l e s i á s t i c o .
E s m u y i n t e r e s a n t e n o t a r aquí, y el lector lo h a b r á h e -
 — 317 —
cho sin d u d a , la e s t r e c h a a n a l o g í a e x i s t e n t e e n t r e el des-
arrollo de la sociedad eclesiástica y el de la sociedad ci-
vil. E n u n o y o t r o caso, se m a n i f i e s t a i r r e s i s t i b l e t e n d e n -
cia á la c o n c e n t r a c i ó n del p o d e r . Así c o m o la h i s t o r i a
r o m a n a n o s m u e s t r a a l g u n a s familias y al fin u n solo
h o m b r e d u e ñ o del p o d e r q u e a n t e s e s t a b a d i s e m i n a d o e n
el p u e b l o e n t e r o , así v e m o s c ó m o e n la I g l e s i a las con-
gregaciones c a e n r á p i d a m e n t e en p o d e r de sus obispos,
y éstos á su vez se v e n forzados á r e c o n o c e r la a u t o r i d a d
de a l g u n o s de sus colegas, cuyo n ú m e r o cada vez d i s m i -
n u y e m á s . D u r a n t e el período de q u e h a b l a m o s , los obis-
pos m e n o s i m p o r t a n t e s , como los de J e r u s a l e m , A n t i o -
quía y O a r t a g o , h a b í a n perdido su a n t i g u o p o d e r y se
h a b í a n oscurecido a n t e las t r e s g r a n d e s sedes episcopales
de C o n s t a n t i n o p l a , A l e j a n d r í a y R o m a . C a d a u n o de los
obispos q u e las o c u p a b a n a s p i r a b a á la s u p r e m a c í a , y la
h i s t o r i a de sus d e s e s p e r a d a s l u c h a s es la h i s t o r i a c o m p l e -
t a de l a época. R o m a t e n í a v e n t a j a s i m p o r t a n t í s i m a s ; l a s
otras dos sedes episcopales e s t a b a n bajo la i n m e d i a t a fis-
calización del g o b i e r n o i m p e r i a l ; sus i n t e r e s e s d e b í a n
chocarse c o n m á s frecuencia y d e b í a n a c o m e t e r s e e n sus
d i s p u t a s con m á s a n i m o s i d a d . E l p o d e r eclesiástico so-
b e r a n o se estableció, p u e s , d e f i n i t i v a m e n t e en R o m a , p o r
m á s que R o m a fuera, política é i n t e l e c t u a l m e n t e c o n s i -
d e r a d a , m u y inferior á s u s dos r i v a l e s , c o m o e n otro t i e m -
po el m u n d o asistió á la f o r m a c i ó n de u n t r i u n v i r a t o q u e
f a t a l m e n t e debía c o n d u c i r al d e s p o t i s m o . A d e m á s , c o m o
si se t r a t a r a de r e c o r d a r al e s p í r i t u h u m a n o c u a n cierto
es que los m i s m o s p r i n c i p i o s p r e s i d e n al d e s a r r o l l o del
poder eclesiástico y del p o d e r c i v i l , e s t a s e m e j a n z a de
que h e m o s h a b l a d o se r e v e l a á veces con s i n g u l a r clari-
dad h a s t a en los m e n o r e s d e t a l l e s . E l obispo de A l e j a n -
dría n o fué el p r i m e r t r i u n v i r o q u e h a l l ó p r e m a t u r o fin
á orillas del Nilo, y el Pontífice r o m a n o n o fué el p r i m e -
ro q u e consolidó su c o n s a g r a c i ó n l l a m a n d o e n su auxilio
á las l e g i o n e s de G a l i a .
 CAPÍTULO X

EUliicl <le fe <ie Europa.

L a p o l í t i c a de C o n s t a n t i n o el G r a n d e t e n d í a i n e v i t a -
b l e m e n t e á la p a g a n i z a c i ó n del c r i s t i a n i s m o . A las p u r a s
ideas de éste se m e z c l a r o n a ñ e j a s ideas p a g a n a s , siendo
esto c o n s e c u e n c i a de l a o m n i p o t e n t e a u t o r i d a d q u e con-
s i g u i e r o n a l g u n o s políticos y funcionarios sin e s c r ú p u l o .
L a n u e v a fe así i m p u r i f i c a d a se h i z o m á s p r o p i a p a r a ser
r á p i d a y u n i v e r s a l m e n t e a c e p t a d a p o r el Vulgo; p e r o e s t a
v e n t a j a la a d q u i r i ó á costa de n u e v a t r e g u a c o n c e d i d a á
l a s a n t i g u a s ideas. F u é t a n p r o f u n d a l a a l t e r a c i ó n q u e
p o r ello sufrió, que n o p u d o s e p a r a r s e lo v e r d a d e r o de lo
falso h a s t a la E e f o r m a , es decir, m i l a ñ o s d e s p u é s .
E l n ú m e r o de n a c i o n e s á las cuales h a n afectado estos
a c o n t e c i m i e n t o s , y l a m a g n i t u d del período de t i e m p o
q u e a b r a z a n , n o s obligan á establecer s u b d i v i s i o n e s , s i
q u e r e m o s q u e este t e m a sea c l a r a m e n t e e x p u e s t o y c o m -
p r e n d i d o . H a b l a r é , p u e s : p r i m e r o , d e l a e d a d d e fe e n
O r i e n t e ; s e g u n d o , de la edad de fe en O c c i d e n t e . L a pri-
m e r a c o n c l u y e b r u s c a m e n t e con la c o n q u i s t a m a h o m e t a -
n a ; l a s e g u n d a , d e s p u é s de r e a l i z a r l e n t a m e n t e s u s m e -
t a m o r f o s i s , s e p i e r d e e n l a edad d e r a z ó n de E u r o p a
bajo el pontificado de N i c o l á s V .
E n este y e n el s i g u i e n t e capítulo t r a t a r é , p u e s , d e l a
e d a d de fe en O r i e n t e y de la catástrofe que l a t e r m i n ó ,
y e n seguida d a r é p r i n c i p i o al largo é i n s t r u c t i v o e s t u d i o
de l a e d a d de fe en O c c i d e n t e .
N o fué débil la influencia de las m u j e r e s de l a c o r t e de
C o n s t a n t i n o p l a en la p a g a n i z a c i ó n del c r i s t i a n i s m o , que
n o t a r d ó e n p r e s e n t a r los c a r a c t e r e s esenciales de u n a
 — 319 —
v e r d a d e r a m i t o l o g í a con su culto de los h é r o e s . L a e m -
p e r a t r i z m a d r e , E l e n a , h i z o p o r sí m i s m a q u e se edifica-
r a n iglesias m o n u m e n t a l e s en los diferentes l u g a r e s e n
que h a b í a n sucedido los m á s i m p o r t a n t e s a c o n t e c i m i e n -
tos de la v i d a de n u e s t r o S a l v a d o r , su n a c i m i e n t o , su se-
p u l t u r a y su a s c e n s i ó n . No faltaban p a g a n o s que sólo p o r
i n t e r é s se h a b í a n c o n v e r t i d o al n u e v o c u l t o , y h a s t a su
n ú m e r o crecía d i a r i a m e n t e ; e m p a p a d o todavía de l a s m a -
ravillas en q u e c r e í a n sus a n t e p a s a d o s d e s d e t i e m p o in-
memorial, estaban perfectamente preparados á prestar
c o m p l a c i e n t e oído á a s e r c i o n e s q u e e s p í r i t u s m á s cir-
cunspectos é inteligentes hubieran tomado por impostu-
r a s m a n i f i e s t a s . H a b i é n d o s e a r r u i n a d o u n t e m p l o de Ve-
n u s edificado en el e m p l a z a m i e n t o del S a n t o S e p u l c r o ,
se d e s c u b r i e r o n t r e s cruces en u n a excavación del suelo
y la i n s c r i p c i ó n escrita por P i l a t o s . « L a c r u z del Salva-
dor», que por u n m i l a g r o p u d o d i s t i n g u i r s e de l a s o t r a s ,
fué dividida e n dos p e d a z o s , q u e d a n d o u n o e n J e r u s a l e m
y m a n d á n d o s e el otro á C o n s t a n t i n o p l a con los clavos
que se h a b í a t e n i d o la d i c h a de e n c o n t r a r . Se les desti-
n a b a á a d o r n a r la c a b e z a de la e s t a t u a del e m p e r a d o r ,
colocada en la c i m a de l a g r a n c o l u m n a de pórfido. L a
m a d e r a de la c r u z m a n i f e s t ó t a n m a r a v i l l o s a fuerza de
c r e c i m i e n t o , q u e p e r m i t i ó satisfacer t o d o s los pedidos de
los p e r e g r i n o s , y b i e n p r o n t o se c o n v i r t i ó p a r a sus p o s e e -
dores en fuente i n a g o t a b l e de r i q u e z a .
Al cabo de a l g u n o s a ñ o s h u b o en las diversas iglesias
de E u r o p a t a l a c u m u l a c i ó n de l a p r e c i o s a m a d e r a , q u e
con ella p u d i e r a n c o n s t r u i r s e a l g u n o s c e n t e n a r e s de c r u -
ces. L a edad q u e creía en t a l p r o d i g i o p o d í a a c e p t a r s i n
dificultad la visión de C o n s t a n t i n o y la h i s t o r i a del l á -
baro.
T a l e r a la t e n d e n c i a de los t i e m p o s á d e s n a t u r a l i z a r el
c r i s t i a n i s m o , m e z c l á n d o l e con l a s c o n c e p c i o n e s del p a -
g a n i s m o , p a r t e con objeto de d a r satisfacción á l a s
p r e o c u p a c i o n e s de la m u l t i t u d , c o n v e r t i d a p o r p u r a s c o n -
sideraciones m u n d a n a s , y p a r t e con l a e s p e r a n z a de lle-
g a r á la m á s r á p i d a difusión de l a n u e v a religión. H a y
algo de s o l e m n e en las j u s t a s r e c o n v e n c i o n e s q u e F a u s t a
dirige á S a n A g u s t í n : «Habéis s u s t i t u i d o v u e s t r a s á g a p a s
 — 320 —
á los sacrificios de los p a g a n o s , y á s u s ídolos v u e s t r o s
m á r t i r e s , á q u i e n e s t r i b u t á i s los m i s m o s h o n o r e s . Apaci-
g u á i s la s o m b r a de los m u e r t o s con v i n o y festines; cele-
b r á i s las fiestas s o l e m n e s de los gentile's, sus c a l e n d a s y
s u s solsticios, y n o h a b é i s c a m b i a d o e n n a d a s u s c o s t u m -
b r e s . No os d i s t i n g u í s de los p a g a n o s m á s q u e en q u e os
r e u n í s lejos de ellos.»
C o m o h e m o s visto' e n el capítulo p r e c e d e n t e , el c u r s o
de los a c o n t e c i m i e n t o s h a b í a alejado del p o d e r al p a r t i d o
de los filósofos y al de los p o l i t e í s t a s . Aquél c o n t r a j o
a l i a n z a con la n u e v a r e l i g i ó n y n o t a r d ó en d a r l e signifi-
c a t i v a p r u e b a de su s i n c e r i d a d , p e r s i g u i e n d o con e n e r g í a
todo lo q u e r e s t a b a de la a n t i g u a filosofía. C o n v i e n e n o
p e r d e r de v i s t a q u e este e s p í r i t u de p r o s e l i t i s m o q u e i b a
á p r o d u c i r t a n i m p o r t a n t e s r e s u l t a d o s o b r a b a en la so-
ciedad de abajo á a r r i b a . L a acción de la filosofía, p o r el
c o n t r a r i o , se h a b í a ejercido e n s e n t i d o i n v e r s o ; s i e m p r e
t u v o su foco en la clase m e n o s n u m e r o s a , la clase ilus-
trada é instruida. E n condiciones tales, era evidente que
c o n c l u i r í a n p o r o b t e n e r e n t e r a satisfacción las p r e o c u p a -
ciones del i g n o r a n t e p o p u l a c h o , y es t a m b i é n e v i d e n t e
q u e m u y p r o n t o se despojaría al s a b e r de t o d a c o n s i d e r a -
ción, que se le d e n u n c i a r í a c o m o m a g i a , y que á la filo-
sofía se la t e n d r í a p o r o c u p a c i ó n i n ú t i l y p o r t a n t o cul-
p a b l e . U n a vez q u e el a m b i c i o s o r e c i b e el p o d e r de la
m u l t i t u d , le es m u y difícil, m i e n t r a s t i e n e n e c e s i d a d de
su apoyo, r e h u s a r l e algo n i dejar de t e n e r e n c u e n t a s u s
deseos. E l m i s m o C o n s t a n t i n o n o t a r d ó m u c h o t i e m p o
en s e n t i r la p r e s i ó n del p o d e r al cual se h a b í a aliado,
p u e s se vio obligado á sacrificarle á su a m i g o el filósofo
S o p a t e r , ocupado en o b r a r sobre los v i e n t o s por v i r t u d de
a r t e s m á g i c a s á fin de i m p e d i r q u e a r r i b a r a n á C o n s t a n -
t i n o p l a los b u q u e s c a r g a d o s de t r i g o . Se e l e v a r o n c o n t r a
él c l a m o r e s e n el t e a t r o , y el e m p e r a d o r n o p u d o apaci-
g u a r l o s m á s que h a c i e n d o m o r i r al filósofo. Sin e m b a r g o ,
no se s o m e t i e r o n sin r e s i s t e n c i a , n i los s o b e r a n o s q u e le su-
c e d i e r o n se m o s t r a r o n d i s p u e s t o s á s u b o r d i n a r s e t á c i t a -
m e n t e al p o d e r e c l e s i á s t i c o . E l objeto i n v a r i a b l e de Cons-
t a n t i n o fué h a c e r d e la teología u n a r a m a de la política,
m i e n t r a s q u e los obispos en todo el i m p e r i o t r a b a j a b a n
 — 321 —
c o n s t a n t e m e n t e p o r h a c e r de la p o l í t i c a u n a r a m a de l a
teología. F á c i l era p r e v e r q u e c o n c l u i r í a p o r t r i u n f a r
el p a r t i d o eclesiástico. L a r e s i s t e n c i a q u e le o p u s i e r o n
algunos emperadores era m e r a m e n t e individual, y por
c o n s i g u i e n t e n o debía d u r a r m u c h o t i e m p o , y e r a c i e r t o
que los deseos del v u l g o r e c i b i r í a n l a m á s c o m p l e t a sa-
tisfacción e n c u a n t o a p a r e c i e r a n e m p e r a d o r e s q u e , n o
c o n t e n t o s con a y u d a r s e del c r i s t i a n i s m o , c o m o h a b í a h e -
cho C o n s t a n t i n o , lo a c e p t a r a n con s i n c e r i d a d y s i n r e -
servas.
J u l i a n o r e n u n c i ó m u y p r o n t o al p r o y e c t o q u e conci-
bió de r e s t a u r a r el p a g a n i s m o y a p e n a s logró r e t a r d a r u n
m o m e n t o el p r o g r e s o de las n u e v a s d o c t r i n a s q u e c a d a
vez g a n a b a n m á s el favor p ú b l i c o , g r a c i a s al a d i t a m e n t o
de ideas t o m a d a s del p a g a n i s m o . D u r a n t e los r e i n a d o s de
V a l e n t i n i a n o , que e r a ortodoxo , y de V a l e n t e , q u e e r a
a r r i a n o , las cosas siguieron su c u r s o c o m o si n o h u b i e r a
existido J u l i a n o . L o s a n t i g u o s dioses cuya e x i s t e n c i a , á
lo q u e p a r e c e , n a d i e n e g a b a , erp,n a h o r a c o m p l e t a m e n t e
identificados con los d e m o n i o s , y su c u l t o c o n d e n a d o
como p r á c t i c a m á g i c a . L a ley c o n s i d e r a b a á sus p a r t i d a -
rios como c u l p a b l e s del c r i m e n de t r a i c i ó n , y n o t a r d ó
en estallar u n a p e r s e c u c i ó n c o n t r a ellos. Se p r o h i b i ó á
los q u e fueran á e s t u d i a r á R o m a q u e se d e t u v i e r a n e n
ella después de la edad de v e i n t i ú n a ñ o s . L a p e r s e c u -
ción h i r i ó r e a l m e n t e á la a n t i g u a r e l i g i ó n , p o r m á s q u e
fuera dirigida e s p e c i a l m e n t e c o n t r a la n i g r o m a n c i a . L a
predicción de los a c o n t e c i m i e n t o s futuros e r a , e n efecto,
u n o de los p r i m e r o s oficios de la r e l i g i ó n p a g a n a , de don-
de procedía su c o m p l i c a c i ó n con l a m a g i a y la t r a i c i ó n .
L a p e r s e c u c i ó n , sin e m b a r g o , a u n q u e dirigida c o n t r a
el p a g a n i s m o , a l c a n z ó t a m b i é n á lo q u e q u e d a b a de la a n -
t i g u a filosofía. E l p a r t i d o d o m i n a n t e h a b í a llegado al p o -
d e r en c i r c u n s t a n c i a s t a l e s , q u e le o b l i g a b a n á d a r c a d a
día n u e v a fuerza al p r i n c i p i o á q u e t o d o lo debía. E s t e
p r i n c i p i o e r a la n e c e s i d a d de a b s o l u t a y ciega f e ; p r i n -
cipio que podía r e s p o n d e r p e r f e c t a m e n t e á las n e c e s i -
dades de l a s clases n u m e r o s a s é i g n o r a n t e s , p e r o q u e
n o servía p a r a l a s clases i n t e l e c t u a l m e n t e m á s a d e l a n t a -
das. L a política de C o n s t a n t i n o a b r i ó n u e v a c a r r e r a , la,
Historia del desarrollo intelectual de Europa,—TOMO X. 21
 — 322 —

c a r r e r a de la I g l e s i a , á los h o m b r e s de las ú l t i m a s c a p a s
d e la sociedad. M u c h o s de estos h o m b r e s h a b í a n ya lle-
gado á las m á s a l t a s d i g n i d a d e s , á d o n d e les h a b í a con-
d u c i d o , m á s q u e s u p r o f u n d o s a b e r , su a r d i e n t e celo. U n a
vez llegados á estos altos p u e s t o s , n o t e n í a n n e c e s i d a d
de c o n s e r v a r n i s i q u i e r a l a s a p a r i e n c i a s de s a b i d u r í a y se
e n c o n t r a b a n t e n t a d o s n a t u r a l m e n t e á p r o c l a m a r sus p r o -
p i a s ideas c o m o v e r d a d e s a b s o l u t a s é i n a t a c a b l e s y á de-
n u n c i a r c o m o c o n t a m i n a d o s de m a g i a t o d o s los conoci-
mientos que pudieran estorbarles. E n t o n c e s encontraban
al p o d e r civil s i e m p r e d i s p u e s t o á a y u d a r l e s . H a b í a re-
s u e l t o la e x t i r p a c i ó n de todo lo q u e q u e d a r a de l a filoso-
fía. T o d o s los m a n u s c r i t o s q u e se p o d í a n coger e r a n q u e -
m a d o s al m o m e n t o . L o s q u e p o s e í a n l i b r o s e n todo el
O r i e n t e los d e s t r u í a n p o r m i e d o de q u e a l g u n a frase
o c u l t a en a l g u n o de ellos c a u s a r a su r u i n a y l a de su fa-
m i l i a . E r a o p i n i ó n u m v e r s a l m e n t e a d m i t i d a q u e era j u s -
to obligar á los h o m b r e s á creer lo q u e la m a y o r í a de la
sociedad h a b í a a c e p t a d o c o m o v e r d a d , y que e r a t a m b i é n
j u s t o c a s t i g a r l e s si r e s i s t í a n . N i n g u n a voz se elevó e n el
p a r t i d o d o m i n a n t e p a r a r e i v i n d i c a r la l i b e r t a d i n t e l e c t u a l .
Se a d m i t í a q u e las cosas que e s t á n m á s a l l á del a l c a n c e
de la r a z ó n , d e b e n i m p l í c i t a m e n t e ser a c e p t a d a s p o r la fe
y q u e t i e n e s i n g u l a r m é r i t o el estado m e n t a l e n q u e el
h o m b r e cree a n t e s de c o m p r e n d e r .
E l golpe de m u e r t e al p a g a n i s m o fué dado p o r el e m -
p e r a d o r T e o d o s i o , e s p a ñ o l de n a c i m i e n t o , q u i e n , p o r los
servicios q u e p r e s t ó á la r e l i g i ó n , m e r e c i ó ser l l a m a d o el
Grande.
C o m e n z ó por d e c l a r a r c r í m e n e s c a p i t a l e s la p r á c t i c a de
l a m a g i a y el e x a m e n de las e n t r a ñ a s de los a n i m a l e s .
D e s p u é s , el a ñ o 3 9 0 , p r o h i b i ó los sacrificios y la e n t r a d a
e n los t e m p l o s . E n a j e n ó las r e n t a s de g r a n n ú m e r o de
t e m p l o s , confiscó los b i e n e s de o t r o s é h i z o d e m o l e r al-
g u n o s . D e s p i d i ó á l a s vestales y d e c r e t ó p r o p i e d a d del
t e s o r o i m p e r i a l t o d a casa p r o f a n a d a p o r el h u m o del in-
c i e n s o . C u a n d o se a r r e b a t a n á u n e s t a b l e c i m i e n t o reli-
gioso sus b i e n e s , es p e r f e c t a m e n t e i n ú t i l h a c e r de su
c u l t o c r i m e n c a p i t a l . E l g o b i e r n o n o se c o n t e n t ó c o n h a -
cerse de e s t a m a n e r a defensor de la n u e v a r e l i g i ó n , q u i -
 — 323 —
so t a m b i é n p r e v e n i r las d i s e n s i o n e s q u e p u d i e r a n n a c e r
e n su p r o p i o s e n o . Se declaró i n c a p a c e s de t r a s m i t i r s u s
bienes p o r t e s t a m e n t o á los a p ó s t a t a s . Se e s t a b l e c i e r o n
i n q u i s i d o r e s q u e , espías y j u e c e s á la v e z , f o r m a b a n t e -
m e r o s o t r i b u n a l p r o t o t i p o del t r i b u n a l m á s e s p a n t o s o t o -
davía de la I n q u i s i c i ó n m o d e r n a . S i n e m b a r g o , T e o d o s i o ,
á q u i e n c o r r e s p o n d í a ejecutar sus s e n t e n c i a s , prefirió ele-
gir p e r s o n a s c o m o e m b l e m a s de su fe p e r s o n a l á f ó r m u -
las s i e m p r e sujetas á a m b i g ü e d a d e s . D e c l a r ó , p u e s , p r i -
vados de s u s d e r e c h o s civiles y c o n d e n a d o s al d e s t i e r r o á
todos a q u e l l o s q u e n o se c o n f o r m a r a n con l a s c r e e n c i a s
de D á m a s o , obispo de E o m a , y de P e d r o , obispo de A l e -
j a n d r í a . E n c u a n t o á los q u e c e l e b r a b a n la fecha de l a
P a s c u a el m i s m o día q u e los j u d í o s , se p r o n u n c i ó c o n t r a
ellos p e n a de m u e r t e . « Q u e r e m o s , — d e c í a e n su e d i c t o , —
que los q u e a c e p t e n este s í m b o l o , s e a n l l a m a d o s católi-
cos c r i s t i a n o s » . T o d o s los d e m á s e r a n n a t u r a l m e n t e h e -
rejes.
E s d e b e r del h i s t o r i a d o r i m p a r c i a l a t r i b u i r estos t i r á -
nicos y escandalosos a b u s o s del p o d e r civil á la i n f l u e n -
cia del clero y c a r g a r sobre él la r e s p o n s a b i l i d a d de los
c r í m e n e s q u e h a n causado. S u y o s son, p u e s , estos c r í m e -
n e s como los de a q u e l l a s m u j e r e s l i b e r t i n a s y s i n escrú-
p u l o s , de a q u e l l o s e u n u c o s , de a q u e l l o s p a r á s i t o s y de
aquellos g r o s e r o s soldados q u e poseían el p o d e r a b s o l u t o .
S i n e m b a r g o , c u a l q u i e r a q u e sea el estado de las cosas,
la n a t u r a l e z a h u m a n a n o se deja envilecer p o r c o m p l e t o .
E l s i s t e m a bajo el cual v i v í a n e n t o n c e s los h o m b r e s les
i m p u l s a b a á t o d a s las i n i q u i d a d e s , p e r o m á s de u n a v e z
p r o b a r o n q u e s a b í a n d i s t i n g u i r el b i e n del m a l . V o l v e r e -
m o s á e n c o n t r a r f r e c u e n t e m e n t e e n el c u r s o de e s t a o b r a
esta p r o t e s t a del i n d i v i d u o c o n t r a u n s i s t e m a cuyos p r i n -
cipios son i n a c e p t a b l e s . Así se vio á v a r i o s obispos i n t e r -
v e n i r a b i e r t a m e n t e e n t r e l a v í c t i m a y su opresor y e m -
p l e a r los t e s o r o s de l a I g l e s i a en r e s c a t a r e s c l a v o s , y así
sucederá quizá que la posteridad perdonará á Ambrosio,
a r z o b i s p o de M i l á n , las i m p o s t u r a s de q u e se h a h e c h o
c u l p a b l e , c u a n d o se r e c u e r d e q u e se a t r e v i ó á p e d i r c u e n -
t a s á Teodosio el G r a n d e de la m u e r t e de l a s 7 0 0 p e r s o -
n a s q u e h a b í a h e c h o degollar el a ñ o 3 9 0 en el arco de
 — 324 —
Tesalónica. E l emperador á quien t a n t o debían Ambrosio
y su p a r t i d o , debió r e s i g n a r s e á e x p i a r su c r i m e n con la
p e n i t e n c i a m á s dura que podía infligírsele en este m u n -
d o ; t u v o que dejar decir á su j u e z q u e « a u n q u e fuese de
la Iglesia y estuviese en la I g l e s i a , n o e s t a b a p o r c i m a
de esta I g l e s i a » , que la fuerza b r u t a l debía ceder á la
fuerza e s p i r i t u a l y que el ser h u m a n o m á s h u m i l d e t e n í a
t a m b i é n sus d e r e c h o s á los ojos de D i o s .
L o s a c o n t e c i m i e n t o s políticos h a b í a n , p u e s , t o m a d o fu-
n e s t o r u m b o p a r a el p o r v e n i r de los c o n o c i m i e n t o s h u m a -
n o s . L o s m i s m o s h o m b r e s á q u i e n e s las c i r c u n s t a n c i a s
h a b í a n dado el p o d e r e n el d o m i n i o religioso d e b í a n i n e -
v i t a b l e m e n t e o b t e n e r l o t a m b i é n en el d o m i n i o científico.
C o m o a c o n t e c i ó e n la I n d i a a l g u n a s e d a d e s a n t e s , pasa-
b a n los escritos s a g r a d o s como depósito de todo lo q u e
e r a n e c e s a r i o s a b e r al h o m b r e . L a s c u e s t i o n e s de a s t r o -
n o m í a , de geografía, de cronología, de h i s t o r i a y de cual-
q u i e r o t r a r a m a de la ciencia que h a s t a e n t o n c e s h a b í a n
o c u p a d o ó d i s t r a í d o al e s p í r i t u h u m a n o , d e b í a n a h o r a e s -
p e r a r su solución de otro t r i b u n a l . L a c i e n c i a r e v e l a d a es
l a n e g a c i ó n de t o d o p r o g r e s o , y e n t o n c e s el filósofo ya n o
t i e n e que h a c e r o t r a cosa que ceder su p u e s t o al c o m e n -
tador.
L o s p r i m e r o s escritores e c l e s i á s t i c o s , ó — c o m o se los
l l a m a o r d i n a r i a m e n t e — l o s P a d r e s , l l e g a r o n , p u e s , á ser
c o n s i d e r a d o s c o m o s u p e r i o r e s á todos los d e m á s h o m b r e s ,
n o sólo en p i e d a d , sino t a m b i é n en s a b e r . S u s s e n t e n c i a s
n o t e n í a n apelación. D u r a n t e ' siglos c o n s e r v a r o n esta p r e -
e m i n e n c i a , y sólo a p e n a s en la época de la E e f o r m a fué
c u a n d o p e r d i e r o n su o m n i p o t e n c i a . L o s g r a n d e s críticos
q u e e n g e n d r ó e s t a época a n a l i z a r o n l a s o b r a s de los P a d r e s ,
c o m p a r a r o n u n o s con o t r o s y m o s t r a r o n sus c o n t r a d i c c i o -
n e s , r e d u c i é n d o l e s así á su v e r d a d e r o valor. H a s t a se per-
dió la c o s t u m b r e de c i t a r l o s c u a n d o se h i z o e v i d e n t e q u e
n i n g u n o de estos e s c r i t o r e s eclesiásticos t e n í a los t í t u l o s
n e c e s a r i o s p a r a t r a t a r con a u t o r i d a d u n h e c h o científico
c u a l q u i e r a . L a m a y o r p a r t e de ellos n o v a c i l a b a n en ex-
p r e s a r su d e s p r e c i o p o r l a s cosas de q u e p r e t e n d í a n ser
j u e c e s . «No es p o r i g n o r a n c i a — d i c e E u s e b i o — de l a s co-
sas que a d m i r a n á los filósofos, s i n o p o r q u e d e s p r e c i a m o s
 — 325 —
sus t r a b a j o s p o r i n ú t i l e s , p o r lo q u e h a c e m o s t a n poco
caso de todas esas m a t e r i a s y v o l v e m o s n u e s t r a s a l m a s
hacia cosas m e j o r e s » . L a c t a n c i o e x p r e s a la m i s m a i d e a
c u a n d o dice q u e t o d a la filosofía es « v a n a y falsa», y a ñ a -
de, h a b l a n d o de la h e r é t i c a d o c t r i n a de la forma g l o b u l a r
de la t i e r r a : « ¿ E s posible que p u e d a n existir h o m b r e s t a n
a b s u r d o s q u e c r e a n q u e sobre la o t r a faz de la t i e r r a , l a s
p l a n t a s y los á r b o l e s t i e n e n h a c i a a r r i b a sus raíces y q u e
los h o m b r e s t i e n e n los pies p o r c i m a de la c a b e z a ? Si les
p r e g u n t á i s c ó m o defienden estas m o n s t r u o s i d a d e s y c ó m o
en estas c o n d i c i o n e s p u e d e n los c u e r p o s p e r m a n e c e r sobre
la superficie de la t i e r r a , os r e s p o n d e n q u e la n a t u r a l e z a
de la t i e r r a es t a l q u e los c u e r p o s p e s a d o s t i e n d e n á su
c e n t r o c o m o los r a y o s de u n a r u e d a , m i e n t r a s q u e los
cuerpos ligeros, c o m o las n u b e s , el h u m o y la l l a m a , v a n
de todos los lados del c e n t r o á los cielos. M e p r e g u n t o
a h o r a q u é debo decir de aquellos q u e , c u a n d o se e x t r a v í a n
u n a v e z , p e r s i s t e n e n su l o c u r a y defienden u n a o p i n i ó n
a b s u r d a con o t r a o p i n i ó n t a n a b s u r d a c o m o la que profe-
san». E e s p e c t o de la c u e s t i ó n de los a n t í p o d a s , S a n A g u s -
tín p r e t e n d e q u e es i m p o s i b l e q u e h a y a h a b i t a n t e s e n l a
superficie o p u e s t a de l a t i e r r a , p u e s t o q u e n o se m e n c i o n a
por las E s c r i t u r a s e n t r e los d e s c e n d i e n t e s de A d á n n i n -
g u n a r a z a de esta especie.
L a ciencia de los P a d r e s de la I g l e s i a t e n í a , p u e s , p o r
base esencial el p r i n c i p i o de que las E s c r i t u r a s e n c e r r a -
b a n todos los c o n o c i m i e n t o s p e r m i t i d o s al h o m b r e . Se-
guíase de a q u í q u e los f e n ó m e n o s n a t u r a l e s p o d í a n i n t e r -
p r e t a r s e con a y u d a de los t e x t o s , y q u e t o d a s las d o c t r i n a s
filosóficas d e b í a n c o r r e g i r s e de m a n e r a que c o n c o r d a s e n
con las d o c t r i n a s o r t o d o x a s . L a ciencia de los P a d r e s de
la I g l e s i a e n s e ñ a b a q u e D i o s h i z o al m u n d o de la nada';
a d m i t i r la e t e r n i d a d de la m a t e r i a e r a ir d e r e c h o al m a -
n i q u e í s m o . E n s e ñ a b a t a m b i é n q u e la t i e r r a es p l a n a , y
q u e p o r e n c i m a de ella se eleva la b ó v e d a de los cielos,
e n la cual e s t á n fijas l a s e s t r e l l a s ; q u e el sol, la l u n a y los
p l a n e t a s e j e c u t a n sus r e v o l u c i o n e s n a c i e n d o y o c u l t á n d o -
se; q u e estos c u e r p o s s o n de n a t u r a l e z a inferior á la del
h o m b r e , destinados como están á proporcionarles luz;
q u e todavía m á s a r r i b a , m á s a l l á de la b ó v e d a e s t r e l l a d a ,
 - 326 —
e s t á el cielo, e s t a n c i a de D i o s y de los e s p í r i t u s a n g é l i c o s ;
q u e la t i e r r a , con t o d o lo que e n c i e r r a , fué h e c h a en seis
días; que fué c u b i e r t a p o r las a g u a s de u n diluvio u n i v e r -
sal q u e d e s t r u y ó á todos los seres v i v o s , salvo los q u e
h a l l a r o n sitio en el a r c a , y q u e l a s a g u a s d e s a p a r e c i e r o n
secadas p o r el v i e n t o ; que el h o m b r e es el c e n t r o m o r a l
del m u n d o ; que t o d a s las cosas h a n sido c r e a d a s y subsis-
t e n p a r a él s o l o ; que lejos de h a b e r m o s t r a d o n u n c a l a
m e n o r t e n d e n c i a á m e j o r a r , el h o m b r e h a decaído de su
s a b i d u r í a y de su valor p r i m i t i v o , y que a n t e s del p e c a d o
el h o m b r e era p e r f e c t o , c o r p o r a l y e s p i r i t u a l m e n t e . L a
c i e n c i a de los P a d r e s de la I g l e s i a m i r a b a s i e m p r e p a r a
a t r á s , j a m á s p a r a a d e l a n t e . R e c h a z a b a de u n a m a n e r a
a b s o l u t a q u e el m u n d o esté g o b e r n a d o p o r l e y e s , y afir-
m a b a la p e r p e t u a i n t e r v e n c i ó n de la P r o v i d e n c i a en t o d a s
o c a s i o n e s , h a s t a las m á s i n s i g n i f i c a n t e s . S e g ú n e l l a , l o s
á n g e l e s h a c í a n m o v e r las e s t r e l l a s , r e c o g í a n el a g u a del
m a r p a r a h a c e r la lluvia y h a c í a n t a m b i é n los e c l i p s e s .
Afirmaba q u e el h o m b r e n o existía m á s q u e h a c í a a l g u n o s
siglos sobre la t i e r r a , y que n o podía d u r a r m u c h o e n ella
e s t a n d o , c o m o e s t á , a m e n a z a d o el m u n d o de ser d e s t r u i d o
p o r el fuego. D e r i v a b a t o d a s las r a z a s h u m a n a s de u n a
pareja p r i m i t i v a , y las hacía m o r a l m e n t e responsables
del pecado c o m e t i d o p o r esta p a r e j a . R e c h a z a b a c o m o
a b s o l u t a m e n t e irreligiosa la d o c t r i n a de q u e el h o m b r e
p u e d a m e j o r a r su o r g a n i s m o . P a r a ella el m é d i c o n o v a l e
m u c h o m á s que el a t e o , y t o d a s las e n f e r m e d a d e s p u e d e n
c u r a r s e p o r la i n t e r c e s i ó n de los s a n t o s , p o r sus s e p u l c r o s
y p o r sus r e l i q u i a s . No a d m i t í a t a m p o c o q u e el h o m b r e
p u d i e r a m e j o r a r su estado m a t e r i a l . T r a t a r de a u m e n t a r
n u e s t r o p o d e r y n u e s t r o b i e n e s t a r es q u e r e r lo que n o s ha.
r e h u s a d o la P r o v i d e n c i a ; a b a n d o n a r n o s á las i n v e s t i g a -
ciones filosóficas es t r a t a r de conocer las cosas q u e D i o s
h a querido tener ocultas. También repudiaba la lógica
g r i e g a , y todo lo p r o b a b a p o r m i l a g r o s . G r o s e r a a s t r o n o -
m í a h a b í a r e e m p l a z a d o á la a s t r o n o m í a de H i p a r c o ; l a s
i n d i g n a s fábulas de E u s e b i o t r a s t o r n a r o n la c r o n o l o g í a
de M a n e t h o n y de E r a t ó s t e n e s ; e s t a b a n olvidadas la geo-
m e t r í a de E u c l i d e s y de Apolonio y l a geografía de P t o -
l o m e o , y las g r a n d e s i n v e n c i o n e s de A r q u í m e d e s e r a n
 — 327 —
eclipsadas p o r los m i l a g r o s q u e o p e r a b a n las r e l i q u i a s de
m u l t i t u d de s a n t o s .
T a l es la m e z c l a de v e r d a d y de l o c u r a q u e c o n s t i t u í a
la ciencia de los P a d r e s de la I g l e s i a . L a i g n o r a n c i a del
poder h a b í a j u z g a d o n e c e s a r i o t e n e r u n a ciencia falsa é
i n c a p a z de p r o g r e s o , o l v i d a n d o q u e m á s t a r d e ó m á s t e m -
p r a n o llega u n día en q u e es i m p o s i b l e c o n s e r v a r ideas
e s t a c i o n a r i a s en u n m u n d o q u e s i e m p r e a v a n z a . E l g r a n -
de y fatal e r r o r de a q u e l l o s t i e m p o s fué q u e e n el s i s t e m a
i m p u e s t o á la h u m a n i d a d n o se r e s e r v ó n i n g ú n l u g a r al
p r o g r e s o i n t e l e c t u a l . Cada siglo a p o r t ó n u e v a s i n c o m p a -
tibilidades, y b i e n p r o n t o se m a n i f e s t ó en el s i s t e m a u n a
t e n s i ó n q u e , h a c i é n d o s e m á s fuerte c a d a d í a , e s t o r b a b a
su acción. P r e c i s o e r a c o m p r e n d e r q u e á la p o s t r e e r a
i m p o s i b l e s o s t e n e r l e p o r m á s t i e m p o con la fuerza. Al ñ n
concluyó p o r d e s p l o m a r s e , y m á s a d e l a n t e v e r e m o s e n q u é
circunstancias.
E l mago que nos va á desarrollar sus fantasmagóricos
cuadros en la p a r e d sabe m u y b i e n q u e a u m e n t a r á la ilu-
sión a p a g a n d o t o d a s l a s l u c e s , n o c o n s e r v a n d o m á s q u e
la de su p o b r e l i n t e r n a . T e n g o q u e referir a h o r a cómo se
e x t i n g u i e r o n l a s ú l t i m a s v a c i l a n t e s l l a m a r a d a s de la a n -
t o r c h a de la ciencia g r i e g a , y c ó m o la c i e n c i a de los P a -
dres de la I g l e s i a , a y u d a d a p o r su aliada la s a n t u r r o n e r í a ,
i n t e n t ó elevar sobre s e g u r a b a s e el edificio de su p o d e r .
Bajo el r e i n a d o de T e o d o s i o el G r a n d e fueron a n o n a -
dadas la religión y- la c i e n c i a p a g a n a s . N i n g u n a d u d a
a s a l t a b a á este e m p e r a d o r , p o r q u e era en e x t r e m o i g n o -
r a n t e , y, p r e c i s o es d e c i r l o , t a n s i n c e r o c o m o severo. E n
el n ú m e r o de sus p r i m e r a s m e d i d a s e n c o n t r a m o s la de
que sería castigado con m u l t a de q u i n c e l i b r a s de oro el
g o b e r n a d o r de E g i p t o q u e e n t r a s e en u n t e m p l o . E s t a
m e d i d a fué seguida de la d e s t r u c c i ó n de los t e m p l o s e n
t o d a l a S i r i a . E n e s t a época e s t a b a o c u p a d a l a silla a r z o -
bispal de A l e j a n d r í a p o r cierto Teófilo, h o m b r e a m b i c i o s o
y m a l o , q u e en o t r o t i e m p o h a b í a sido m o n j e n i t r i o . S u -
cedía esto p o r el a ñ o 3 9 0 d e s p u é s de C r i s t o . A c a b a b a de
a p a c i g u a r s e el conflicto de los t r i n i t a r i o s . L o s m o n j e s y
el p o p u l a c h o de A l e j a n d r í a p e r s e g u í a n con su odio el
t e m p l o de S e r a p i s y su b i b l i o t e c a , p o r q u e e r a el c e n t r o
 — 328 —

de oposición p a n t e í s t a q u e l u c h a b a c o n t r a la d o c t r i n a do-
m i n a n t e , y p o r q u e de siglos a t r á s era el foco de la bruje-
ría, de la m a g i a y de t o d a s las ciencias diabólicas. H e m o s
d i c h o c ó m o c o m e n z ó P t o l o m e o Filadelfo la f u n d a c i ó n de
la g r a n biblioteca en el B r u c h i u m , el b a r r i o a r i s t o c r á t i c o
de la ciudad, y c ó m o á ella h a b í a a g r e g a d o diversos e s t a -
b l e c i m i e n t o s científicos. E s t i m u l a d o con su e j e m p l o , el
r e y de P é r g a m o , E u m e n e s , fundó en su c a p i t a l u n a bi-
b l i o t e c a s e m e j a n t e . A fin de que n o e c l i p s a r a á la de A l e -
j a n d r í a , P t o l o m e o E p i f a n e s p r o h i b i ó la e x p o r t a c i ó n del
p a p i r o , p o r lo cual E u m e n e s i n v e n t ó el p e r g a m i n o . L a
s e g u n d a g r a n biblioteca de A l e j a n d r í a fué c r e a d a p o r P t o -
l o m e o F i s c ó n en el S e r a p i o n . L a biblioteca del B r u c h i u m ,
q u e c o n t e n í a 4 0 0 . 0 0 0 v o l ú m e n e s , fué q u e m a d a p o r a c c i -
d e n t e ó , como se h a d i c h o , a d r e d e , d u r a n t e el sitio de la
c i u d a d p o r J u l i o César; la del S e r a p i o n se salvó. P a r a con-
solarla de t a n i n m e n s a p é r d i d a , A n t o n i o r e g a l ó á Cleopa-
t r a la biblioteca de E u m e n e s , q u e h i z o llevar de P é r g a m o
á Alejandría. Contenía 200.000 volúmenes. E l Museo en
u n p r i n c i p i o e s t a b a a g r e g a d o al B r u c h i u m . L o q u e q u e d ó
d e los e s t a b l e c i m i e n t o s d e s t r u i d o s p o r el i n c e n d i o fué
t r a s l a d a d o al S e r a p i o n : el S e r a p i o n era, p u e s , en la época
de q u e h a b l a m o s el g r a n depósito de los c o n o c i m i e n t o s
humanos.
L o s e m p e r a d o r e s p a g a n o s a p r e c i a b a n m u c h o el v a l o r
del t e s o r o q u e h a b í a n h e r e d a d o de los P t o l p m e o s . E l
t e m p l o de S e r a p i s e r a c o n s i d e r a d o u n á n i m e m e n t e c o m o el
m o n u m e n t o religioso m á s e s p l é n d i d o q u e h a b í a e n el
m u n d o . A p e n a s si e n el exceso de su p a t r i o t i s m o el r o -
m a n o se a t r e v í a á p o n e r sobre él el t e m p l o de J ú p i t e r
C a p i t o l i n o . Se l l e g a b a á él p o r u n a serie de g r a d e r í a s , y
le r o d e a b a n n u m e r o s a s filas de c o l u m n a s ; su p ó r t i c o c u a -
d r a n g u l a r , m a r a v i l l a del a r t e , e s t a b a a d o r n a d o con esta-
t u a s m a g n í f i c a s ; los m u r o s i n t e r i o r e s e s t a b a n c u b i e r t o s
de e s c u l t u r a s y los t e c h o s de e x c e l e n t e s p i n t u r a s . S o b r e
esto p o d e m o s r e m i t i r n o s á los g r i e g o s , que e r a n m u y b u e -
n o s j u e c e s del v a l o r de o b r a s de este g é n e r o .
E l S e r a p i o n y t o d o s los objetos preciosos q u e e n c e r r a -
b a t e n í a n s i e m p r e i n q u i e t o á Teófilo y á su p a r t i d o . S e
e l e v a b a a n t e ellos c o m o u n a r e c o n v e n c i ó n y c o m o u n i n -
 — 329 —
sulto. Sus vastas construcciones estaban destinadas á u n
uso desconocido, y , p o r c o n s i g u i e n t e , c r i m i n a l . Bajo s u s
bóvedas y en sus silenciosas salas se c e l e b r a b a n sin d u d a
m i s t e r i o s a b o m i n a b l e s . Se v e í a n allí círculos de cobre y
c u a d r a n t e s solares p a r a p r e d e c i r el p o r v e n i r ; a l g u n o s h a s -
t a p r e t e n d í a n q u e . estos i n s t r u m e n t o s m á g i c o s h a b í a n
p e r t e n e c i d o á F a r a ó n y á los e n c a n t a d o r e s con q u i e n e s
Moisés h a b í a t e n i d o q u e e n t e n d e r s e .
N i n g u n o de estos b e a t o s salvajes c o m p r e n d í a d e s g r a -
c i a d a m e n t e q u e en otro t i e m p o E r a t ó s t e n e s h a b i a m e d i -
do la t i e r r a , y T i m o c a r e s h a b í a d e t e r m i n a d o el m o v i -
m i e n t o del p l a n e t a V e n u s . P a r a ellos el t e m p l o , con s u s
m u r a l l a s de p u r o m á r m o l b l a n c o y sus i n n u m e r a b l e s co-
l u m n a s q u e se p r o y e c t a b a n sobre el cielo a z u l y sin n u -
bes de E g i p t o , n o e r a n m á s q u e u n sepulcro b l a n q u e a d o
que g u a r d a b a la c o r r u p c i ó n m á s r e p u g n a n t e . T o d o el
m u n d o s a b e , decían, q u e e n el m i s m o s a n t u a r i o los sacer-
dotes a b u s a n de las m á s bellas y r i c a s m u j e r e s de Ale-
j a n d r í a que se c r e e n así h o n r a d a s con el éxtasis d i v i n o .
S o b r e el S e r a p i o n t r a t ó de fijar Teófilo la a t e n c i ó n de s u s
fieles i n d i g n a d o s .
E l e m p e r a d o r C o n s t a n c i o h a b í a d o n a d o á la I g l e s i a el
t e r r e n o sobre el cual se elevaba el a n t i g u o t e m p l o de
Osiris. A c o n t e c i ó , p u e s , q u e c a v a n d o p a r a sacar los ci-
m i e n t o s de u n n u e v o edificio se d e s c u b r i e r o n los s í m b o l o s
obscenos q u e s e r v í a n p a r a el c u l t o del dios. Teófilo, d a n d o
p r u e b a s m á s de celo q u e de p u d o r , los e x p u s o á las r i s a s
del p o p u l a c h o en la plaza del m e r c a d o . E l viejo p a r t i d o
egipcio, r e s u e l t o á v e n g a r la a f r e n t a , se sublevó bajo el
m a n d o del filósofo O l i m p i o . A poco se siguió u n m o t í n .
L o s p a g a n o s e s t a b l e c i e r o n su c u a r t e l g e n e r a l en l a s sóli-
das c o n s t r u c c i o n e s del S e r a p i o n , de d o n d e s a l í a n p a r a
coger á t o d o s los c r i s t i a n o s q u e e n c o n t r a b a n , á los q u e
m a t a b a n e n el a l t a r d e s p u é s de forzarlos á sacrificar. L a
c u e s t i ó n fué l l e v a b a a n t e el e m p e r a d o r y d u r a n t e este
t i e m p o los p a g a n o s se s o s t u v i e r o n e n el t e m p l o q u e l e s
servía de fortaleza. D e r e p e n t e , e n m e d i o del silencio de
la n o c h e , O l i m p i o se sobrecogió de t e r r o r , e s c u c h a n d o
bajo las b ó v e d a s del t e m p l o u n a voz q u e c a n t a b a el Ale-
luya c r i s t i a n o . Vio en esto u n p r e s a g i o , u n a s e s i n o o c u l t o
 - 380 -
q u i z á , y t e m i e n d o p o r su vida se escapó del t e m p l o . A la
l l e g a d a del r e s c r i p t o i m p e r i a l los p a g a n o s d e p u s i e r o n las
a r m a s . E s t a b a n lejos de s o s p e c h a r la s u e r t e q u e les es-
p e r a b a . Teodosio o r d e n a b a q u e se d e s t r u y e r a i n m e d i a t a -
m e n t e el t e m p l o y e n c a r g a b a al fogoso Teófilo de la eje-
c u c i ó n del m a n d a t o . Teófilo c o m e n z ó p o r s a q u e a r y des-
o r d e n a r la b i b l i o t e c a . P e n e t r ó en el s a n t u a r i o del dios,
s a n t u a r i o q u e e r a la r e p r e s e n t a c i ó n visible del p a n t e í s m o
de O r i e n t e , el r e c u e r d o de la a l i a n z a del a n t i g u o E g i p t o
con el p u e b l o l i b r e p e n s a d o r de G r e c i a , u n t e s t i m o n i o , en
fin, del s a b e r político de los c a p i t a n e s de A l e j a n d r o . E n
m e d i o de f ú n e b r e silencio los s a l t e a d o r e s llegan á p r e s e n -
cia de la e s t a t u a de S e r a p i s . E s t e es u n o de los s o l e m n e s
m o m e n t o s en q u e se r e v e l a el valor de u n a r e l i g i ó n ; si
el dios n o p u e d e defenderse á sí m i s m o , la i m p o s t u r a es
m a n i f i e s t a . E l i n d o m a b l e Teófilo o r d e n ó á u n v e t e r a n o
q u e diera u n h a c h a z o á la e s t a t u a , la cual n o ofreció
n i n g u n a r e s i s t e n c i a ; á u n s e g u n d o golpe la cabeza del
ídolo rodó p o r el suelo y m u l t i t u d de r a t o n e s e s p a n t a d o s
se e s c a p a r o n de ella. E l t e m i b l e dios, q u e d u r a n t e sete-
c i e n t o s a ñ o s h a b í a c o n s t i t u i d o el secreto p o d e r de los re-
yes y de los s a c e r d o t e s , cayó al r u i d o de g r a n d e s carcaja-
das; se le h i z o p e d a z o s y sus m i e m b r o s fueron a r r a s t r a -
dos p o r las calles. S e e x p l o r a r o n todos los r i n c o n e s del
S e r a p i o n . E n t o n c e s se d e s c u b r i e r o n l a s s u p e r c h e r í a s á
q u e los s a c e r d o t e s h a b í a n r e c u r r i d o p a r a c o n s e r v a r su p o -
der. Se e n c o n t r ó e n t r e o t r a s m a r a v i l l a s u n c a r r o al q u e
e s t a b a n e n g a n c h a d o s c u a t r o caballos q u e s u b í a n á la b ó -
v e d a p o r m e d i o de u n i m á n ; u n c r i s t i a n o q u i t ó el i m á n
y el i n s t r u m e n t o de i m p o s t u r a cayó al suelo. E l h i s t o r i a -
d o r q u e n o s refiere estos h e c h o s , cuya i m p o s i b i l i d a d m a -
t e r i a l es e v i d e n t e , observa con r a z ó n q u e es m á s fácil i n -
ventar u n a anécdota imaginaria que conseguir engañar á
l o s ojos m i s m o s . E n c u a n t o al oro y p l a t a q u e e n c e r r a b a
el t e m p l o fueron c u i d a d o s a m e n t e r e c o g i d o s ; los objetos
d e m e n o r v a l o r fueron r o t o s y f u n d i d o s . E l piadoso celo
de Teófilo n o se d e t u v o h a s t a q u e fué d e m o l i d o al r a s del
suelo el edificio e n t e r o y se elevó u n a iglesia e n su e m -
p l a z a m i e n t o . E n el t e m p l o sobre t o d o es d o n d e d e b i ó
c e b a r s e la r a b i a de los d e v a s t a d o r e s . E l edificio en q u e
 - 331 -
se e n c o n t r a b a la biblioteca escapó en efecto al d e s a s t r e ,
si h e m o s de d a r crédito á Orosio, q u e n o s a s e g u r a q u e él
vio todavía los e s t a n t e s vacíos. E l f a n á t i c o Teófilo p r o s i -
guió su v i c t o r i a . H i z o caer el t e m p l o de C a n o p e y o r d e n ó
la d e m o l i c i ó n de todos los t e m p l o s de este g é n e r o q u e
e x i s t i e r a n en E g i p t o . H a b l a n d o de los m o n j e s y de l a
adoración de l a s r e l i q u i a s , E u n a p i o se e x p r e s a de e s t e
m o d o : « C u a l q u i e r a q u e llevase vestidos n e g r o s e s t a b a i n -
vestido de t i r á n i c o p o d e r ; la filosofía y la p i e d a d h a c i a
los dioses e s t a b a n obligadas á vivir con r e s e r v a , p o b r e s
y ocultas bajo a p a r i e n c i a s m i s e r a b l e s . L o s t e m p l o s s e
c o n v i r t i e r o n en t u m b a s l l e n a s de las o s a m e n t a s de l o s
h o m b r e s m á s viles y d e p r a v a d o s , y q u e a h o r a son consi-
derados c o m o dioses.»
T a l fué el fin del S e r a p i o n . L a s c i r c u n s t a n c i a s de s u
destrucción a c u s a n p e r f e c t a m e n t e el estado de la é p o c a
en que t u v o l u g a r .
Pocos a ñ o s d e s p u é s de este m e m o r a b l e a c o n t e c i m i e n t o
el obispo Teófilo fué l l a m a d o a n t e el t r i b u n a l de D i o s y
le r e e m p l a z ó su s o b r i n o Cirilo, á q u i e n h a b í a t e n i d o c u i -
dado de p r e p a r a r p a r a este s a n t o y peligroso c a r g o c o n
u n a e s t a n c i a de cinco a ñ o s e n t r e los m o n j e s de N i t r i a .
Cirilo fué p r e s e n t a d o con t o d a s las p r e c a u c i o n e s n e c e s a -
rias al p u e b l o de A l e j a n d r í a , t a n difícil de satisfacer, y
que sin e m b a r g o le r e c o n o c i ó como p r e d i c a d o r i r r e p r o -
chable y de t a l e n t o . P o r su p a r t e los a d v e r s a r i o s p a g a n o s
p r e t e n d í a n q u e los a p l a u s o s y b r a v o s con q u e se a c o g í a n
sus m á s e s m e r a d o s períodos p r o v e n í a n de p e r s o n a s q u e
f o r m a b a n u n a c o n g r e g a c i ó n o r g a n i z a d a y p a g a d a . S i ca-
b e n a l g u n a s d u d a s sobre su valor i n t e l e c t u a l , g e n e r a l -
m e n t e h a y a c u e r d o e n j u z g a r l e bajo su aspecto m o r a l . L a
ciudad e s t a b a en c o n t i n u a a g i t a c i ó n con las q u e r e l l a s de
los t r e s p a r t i d o s que c o m p o n í a n la p o b l a c i ó n : los cristia-
n o s , los p a g a n o s y los j u d í o s . P a r e c e ser q u e de estos ú l t i -
m o s se c o n t a b a n h a s t a 4 0 . 0 0 0 . E l episcopado h a b í a l l e g a -
do á ser u n cargo i m p o r t a n t í s i m o m á s b i e n civil q u e r e l i -
gioso. E l a r z o b i s p o ejercía r e a l m e n t e el p o d e r m u n i c i p a l
con la a y u d a de los p a r a b o l a n o s , cuyas funciones c o n s i s -
t í a n en r e c o g e r á los e n f e r m o s y á los i n d i g e n t e s de l a
ciudad, pero que en realidad constituían u n verdadero
 - 332 -

c u e r p o de policía ó m á s b i e n u n a v e r d a d e r a milicia. Ci-

r i l o , q u e n o conocía e s c r ú p u l o s , desvió de su p r i m e r des-
t i n o á e s t a fuerza que t e n í a en sus m a n o s , é h i z o de ella
a b u s o t a n escandaloso q u e el e m p e r a d o r se vio obligado
á q u i t a r l e el d e r e c h o de n o m b r a r p a r a b o l a n o s y redujo
s u n ú m e r o á 500 ó 6 0 0 h o m b r e s . H a b i e n d o a u m e n t a d o
la a n i m o s i d a d que existía e n t r e c r i s t i a n o s y j u d í o s cier-
t a s c i r c u s t a n c i a s locales, la r i ñ a estalló en el t e a t r o . B i e n
p r o n t o fué seguida de conflictos m á s serios en las calles
de la ciudad, y los j u d í o s , que l l e v a b a n la v e n t a j a á sus
a d v e r s a r i o s , les p r o d i g a r o n m i l u l t r a j e s y se e n c a r n i z a r o n
c o n ellos s i n m i s e r i c o r d i a . T a l estado dé cosas n o d u r ó
m u c h o t i e m p o . L o s c r i s t i a n o s se s u b l e v a r o n á i n s t i g a -
c i ó n de Cirilo. E l p o p u l a c h o saqueó las s i n a g o g a s y las
c a s a s de los j u d í o s é i n t e n t ó e x p u l s a r l o s de la c i u d a d . E l
prefecto O r e s t e s se decidió p o r fin á i n t e r v e n i r p a r a apa-
c i g u a r el m o t í n , p e r o el a r z o b i s p o e s t a b a m u y lejos de
q u e r e r ceder. E n t o n c e s fué c u a n d o sus a n t i g u o s c o m p a -
ñ e r o s los m o n j e s n i t r i o s v i n i e r o n á justificar la profética
p r e v i s i ó n de Teófilo. Q u i n i e n t o s de estos f a n á t i c o s a b a n -
d o n a r o n el d e s i e r t o y se p r e s e n t a r o n en la c i u d a d . E l
m i s m o prefecto se vio sitiado en su palacio y h e r i d o en la
c a b e z a p o r u n a p i e d r a q u e le l a n z ó u n o de ellos, A m m o -
n i o . A l a r m a d o s c o n el sesgo q u e t o m a b a n las c o s a s , se
i n t e r p u s i e r o n los c i u d a d a n o s h o n r a d o s . A m m o n i o fué co-
g i d o y m u e r t o p o r el lictor. S i n dejarse a b a t i r , Cirilo
h i z o e x p o n e r s o l e m n e m e n t e el cuerpo y obligó a q u e se
le s e p u l t a r a con e x t r a o r d i n a r i o s h o n o r e s . D e c r e t ó asi-
m i s m o q u e se c a m b i a r a el n o m b r e de A m m o n i o q u e lle-
v a b a la v í c t i m a p o r el de T o m a s i o ó «el m a r a v i l l o s o » y
q u e el c r e y e n t e m u e r t o por la fe sería c a n o n i z a d o c o m o
m á r t i r . E s t á fuera de d u d a q u e e n t o d o s estos t r a s t o r n o s
los p a g a n o s se p u s i e r o n de p a r t e de los j u d í o s y q u e se
a t r a j e r o n t a m b i é n la v e n g a n z a de Cirilo. E n el n ú m e r o
d e los p a g a n o s q u e t o d a v í a c u l t i v a b a n la filosofía p l a t ó -
n i c a se e n c o n t r a b a u n a j o v e n m u y b e l l a , H y p a t i a , hija
del m a t e m á t i c o T h e o n , q u e se h a b í a h e c h o célebre p o r
s u h a b i l i d a d en i n t e r p r e t a r el n e o - p l a t o n i s m o y l a s doc-
t r i n a s p e r i p a t é t i c a s y e n c o m e n t a r los escritos de A p o l o -
n i o y o t r o s g e ó m e t r a s . D i a r i a m e n t e e r a v i s i t a d a su rno-
 - 333 —
r a d a p o r el m u n d o e l e g a n t e y rico de A l e j a n d r í a . S u
a r i s t o c r á t i c o a u d i t o r i o dejaba m u y a t r á s al q u e r o d e a b a
el p u l p i t o del a r z o b i s p o , y m á s de u n a vez sin d u d a l a
m u r m u r a c i ó n se e n t r e t e n í a en c o m p a r a r las l e c t u r a s filo-
sóficas de H y p a t i a con los s e r m o n e s de Cirilo. P e r o si el
obispo n o t e n í a filosofía, t e n í a o t r a cosa f r e c u e n t e m e n t e
de m á s valor, el p o d e r . ¿ P o d í a s o p o r t a r q u e u n a p a g a n a
c o m p a r t i e r a con él la m e t r ó p o l i , q u e el e n c a n t o p u s i e r a
en e s c e n a sus a r t e s diabólicas p a r a a t r a e r h a c i a H y p a t i a
á los n o b l e s , á los r i c o s , á los j ó v e n e s , á la c i u d a d e n -
tera?
A l e j a n d r í a e r a u n a p r e s a á la q u e n o se podía r e n u n -
ciar f á c i l m e n t e , p u e s e s t a b a en s i t u a c i ó n de r i v a l i z a r c o n
la m i s m a C o n s t a n tinopla. S u s calles e r a n sin cesar a t r a -
vesadas p o r l a r g a s r e c u a s de camellos q u e , al m i s m o
t i e m p o que i n n u m e r a b l e s b u q u e s , c o n d u c í a n á ella l a s
e x u b e r a n t e s cosechas del Nilo. U n c a n a l m a r í t i m o u n í a
el p u e r t o de E u n o s t o s con el lago M a r e o t i s . S u p u e r t o
parecía u n b o s q u e de m á s t i l e s . D e l lado del m a r y cer-
n i é n d o s e p o r e n c i m a de las a z u l a d a s a g u a s del M e d i t e -
r r á n e o , e s t a b a el faro, el F a r o s , q u e p a s a b a p o r u n a d e
las m a r a v i l l a s del m u n d o . P a r a p r o t e g e r á los n a v i o s
c o n t r a los v i e n t o s del N o r t e , existía e n u n a l o n g i t u d d e
m á s de u n k i l ó m e t r o u n m u e l l e , p r o v i s t o de p u e n t e s le-
vadizos , magníficas o b r a s que a t e s t i g u a b a n la h a b i l i d a d
de los i n g e n i e r o s m a c e d o n i o s . D o s calles i n m e n s a s , u n a
de las cuales t e n í a cinco k i l ó m e t r o s de l o n g i t u d y la o t r a
dos, f o r m a b a n p o r su i n t e r s e c c i ó n la p l a z a en cuyo c e n -
tro se elevaba el s e p u l c r o de A l e j a n d r o . L a p o b l a c i ó n
p r e s e n t a b a infinidad de edificios e s p l é n d i d o s : el p a l a c i o ,
la b o l s a , el palacio de j u s t i c i a , y t e m p l o s , de los cua-
les los m á s n o t a b l e s e r a n los de P a n y N e p t u n o . H a b í a
t a m b i é n g r a n n ú m e r o de t e a t r o s , s i n a g o g a s é i g l e s i a s .
H u b o t i e m p o s , a n t e s de Teófilo, en q u e se l l e g a b a al S e -
r a p i o n de u n lado p o r u n a c u e s t a p a r a los c a r r o s , y de
otro por u n a e s c a l i n a t a de cien p a s o s de m á r m o l . S o b r e
e s t a s g r a d a s e s t a b a b a s a d o el g r a n p ó r t i c o con sus i n n u -
m e r a b l e s c o l u m n a s y su g a l e r í a q u e rodeaba, u n a i n m e n s a
sala d e s c u b i e r t a , Con s u s p ó r t i c o s s e c u n d a r i o s q u e e n c e -
r r a b a n la biblioteca y la a l t a c o l u m n a q u e p o r su c e n -
 - 334 -

tro se elevaba sobre el edificio y que se veía desde alta

mar. Á un lado de la ciudad estaban los arsenales reales
y del otro el Hipódromo. Se admiraba también en ella la
Necrópolis, los mercados, el Gimnasio con su pórtico de
un estadio de longitud, el Anfiteatro, jardines, fuentes,
obeliscos y multitud de edificios públicos cuyos techos do-
rados brillaban al sol. Veíanse pasear por las calles á las
señoras cristianas cubiertas con ricos trajes en los que es-
taban bordadas parábolas de la Escritura, con el Evange-
lario colgado del cuello por una cadena de oro, seguidas
por perros malteses con collares de oro cincelado y ro-
deadas de esclavas que llevaban sombrillas y abanicos.
Se encontraba también en ella al judío, siempre atareado
corriendo al almacén ó saliendo de sus mostradores com-
pletamente absorto en el cálculo de sus beneficios. En-
contrábanse también los carros de los paganos que co-
rrían gozosos ó absortos en sus profundos pensamientos
á la academia de Hypatia para oir discutir estas grandes
cuestiones que todavía no han tenido respuesta: «¿De
dónde procedo ? ¿ qué soy ? ¿ qué es lo que sé ?»; para oir
tratar de la existencia anterior al nacimiento, ó, como
aseguraba el vulgo, para aprender á predecir el porvenir
valiéndose de la ciencia negra, de talismanes caldeos gra-
bados en piedras preciosas, de encantamientos, de la luz
que la luna proyecta en las murallas, de un espejo mági-
co, de la reflexión de un zafiro, de una criba ó de címba-
los; para aprender, en fin, á conocer los secretos por las
venas de las manos y á leer en los astros.
Cirilo concluyó por no poder permanecer sordo á estas
acusaciones, y resolvió desembarazarse del único obstácu-
lo que le impedía reinar como dueño absoluto en la ciu-
dad. Llegamos á uno de esos momentos en que los gran-
des principios generales se hallan personificados en los
individuos : Hypatia representa la filosofía griega; Cirilo
la ambición eclesiástica: sus destinos van á cumplirse.
Yendo Hypatia á su academia fué asaltada por el popu-
lacho de Cirilo, en gran parte formado por los monjes de
Alejandría. En medio de los alaridos de estos demonios,
con las piernas descubiertas y cubierta la cabeza de negro
capuchón, fué arrancada de su carro, despojada de sus ves-
 — 335 —
tidos y a r r a s t r a d a p o r las calles. T e m b l a n d o de t e r r o r fué
conducida á u n a iglesia p r ó x i m a , d o n d e fué degollada p o r
los secuaces de P e d r o el L e c t o r . Cirilo h a b í a d e s e n c a d e -
nado las m a l a s p a s i o n e s del p o p u l a c h o y n o estuvo q u i -
zá en su m a n o d e t e n e r estos excesos u n a vez que h u b o
conseguido su objeto. E l golpe que P e d r o h a b í a dado b a s -
t a b a á C i r i l o , p e r o sus c ó m p l i c e s n o h a b í a n t o d a v í a sa-
ciado su salvaje v e n g a n z a : u l t r a j a r o n el c a d á v e r , lo divi-
dieron en t r o z o s , y — l o que'.excede á todo lo i m a g i n a b l e —
p a r a t e r m i n a r su i n f e r n a l c r i m e n , s e p a r a r o n la c a r n e de
los h u e s o s con c o n c h a s y a r r o j a r o n s u s r e s t o s al m a r . Q u i -
zá Cirilo y sus a m i g o s a p l a u d i r í a n el fin de s u a n t a g o n i s -
t a , pero este fin e x c i t a r á s i e m p r e la l e g í t i m a i n d i g n a c i ó n
de la p o s t e r i d a d .
Así es c o m o e n el a ñ o 4 1 4 de n u e s t r a E r a se fijó el por-
venir de la filosofía en la m e t r ó p o l i i n t e l e c t u a l del m u n d o .
A p a r t i r de esta época, l a ciencia es c o n d e n a d a á s e g u n d o
lugar y á la o b s c u r i d a d . Y a n o se a t r e v e á m o s t r a r s e , y
h a s t a p u e d e decirse q u e desapareció c o m p l e t a m e n t e . L a
s a n t u r r o n e r í a h a b í a , con su p e s a d a m a z a , golpeado y r o t o
el acero t a n p e r f e c t a m e n t e t e m p l a d o de la filosofía g r i e -
ga. L o s actos de Cirilo p a s a r o n ya s i n o p o s i c i ó n , y se es-
tableció q u e la l i b e r t a d de p e n s a m i e n t o n o debía e x i s t i r
en el m u n d o r o m a n o . E s t o s a c o n t e c i m i e n t o s , se h a d i c h o ,
p r u e b a n q u e la filosofía g r i e g a e r a u n tejido de i m p o s t u -
r a s , y q u e , c o m o t o d a s las i m p o s t u r a s , fué a r r o j a d a del
m u n d o desde el m o m e n t o en que fué conocida la v e r d a d .
Tales a s e r c i o n e s p u d i e r o n l l e n a r su objeto en t a n t o q u e
el p a r t i d o v e n c e d o r se m a n t u v o en A l e j a n d r í a , p e r o s o n
por c o m p l e t o i n a c e p t a b l e s en la época que siguió á l a t o -
m a de la ciudad p o r los s a r r a c e n o s . L o q u e es cierto es
que E u r o p a cayó en u n estado de c o m p l e t a e s t a n c a c i ó n
i n t e l e c t u a l y que sobre ella g r a v i t a b a p e s a d a a t m ó s f e r a ,
s i e m p r e p r o n t a á a h o g a r l o t o d o , física y m o r a l m e n t e , bajo
su peso. Así sucedió d u r a n t e dos l a r g o s y s o m b r í o s siglos,
h a s t a que u n i n v a s o r e x t r a n j e r o p u s o fin al r e i n a d o de l a
opresión y de l a fuerza. F o r t u n a g r a n d e fué p a r a el
m u n d o q u e los c o n q u i s t a d o r e s á r a b e s d e c l a r a r a n pala-
d i n a m e n t e la c i m i t a r r a c o m o su ú n i c o a r g u m e n t o y q u e
n o p r e t e n d i e r a n poseer s o b r e h u m a n a s a b i d u r í a . P e r m a -
 — 336 —
n o c i e r o n de e s t e m o d o l i b r e s p a r a t r a b a j a r e n el progreso
de los c o n o c i m i e n t o s s i n p e r d e r s e en v a n a s d i s p u t a s teo-
l ó g i c a s ; p u d i e r o n t o d a v í a u n a vez m á s volver á hacer
i l u s t r e e n t r e l a s n a c i o n e s de la t i e r r a á E g i p t o , y a r r a n -
c a r l e del r e p u g n a n t e f a n a t i s m o , de la i g n o r a n c i a y de la
b a r b a r i e e n q u e se e n c o n t r a b a s u m i d o . O t r a v e z , en las
c o s t a s del m a r R o j o , se h a b í a de m e d i r u n g r a d o de la
superficie de la t i e r r a y d e t e r m i n a r s e s u s d i m e n s i o n e s .
E s t a g l o r i a e s t a b a reservada, á u n a s t r ó n o m o m a h o m e t a -
n o . L o s g r a n d e s días de l a a n t i g ü e d a d i b a n á r e n o v a r s e .
A l b a t e g u i i b a á d e s c u b r i r el m o v i m i e n t o de apogeo del
sol, y A b u l W e f a l a t e r c e r a d e s i g u a l d a d de la l u n a , vuelta
á e n c o n t r a r seis siglos m á s t a r d e p o r T y c h o - B r a h é . E l
c a n a l a b i e r t o p o r los faraones e n t r e el Nilo y el m a r Rojo,
y que los P t o l o m e o s h a b í a n m a n d a d o l i m p i a r , i b a o t r a vez
á ser d e s e m b a r a z a d o de l a s a r e n a s q u e le l l e n a b a n . L o s
a l e g r e s c a n t o s del c a m e l l e r o h a b r í a n de v o l v e r s e á oir en
el desierto en l u g a r de la oración n o c t u r n a del m o n j e .
 CAPÍTULO XI

F i n p r e m a t u r o ele la edad ele fe

en Oi-iei: í e.

T e n g o a h o r a que describir e l fin d e l a e d a d de fe e n

O r i e n t e . E l s i s t e m a b i z a n t i n o q u e l a dio n a c i m i e n t o su-
cumbió bajo t r e s sucesivos a t a q u e s : 1.°, i n v a s i ó n del Áfri-
ca por los v á n d a l o s ; 2.°, g u e r r a s de C o s r o e s , r e y de P e r -
sia, y 3.°, e l m a h o m e t i s m o . D e estos t r e s a t a q u e s , el d e
los v á n d a l o s fué, bajo el p u n t o de v i s t a m i l i t a r , r e c h a z a d o
por las a r m a s de J u s t i n i a n o ; p e r o , bajo el p u n t o de v i s t a
político, tuvo c o n s e c u e n c i a s d e s a s t r o s a s : la despoblación
y la r u i n a del i m p e r i o , p r i n c i p a l m e n t e e n l a s c o m a r c a s
del S u r y del O e s t e . E l s e g u n d o a t a q u e , el de los p e r s a s ,
fué, es cierto, v a l i e n t e m e n t e r e s i s t i d o en los i i l t i m o s a ñ o s
por el e m p e r a d o r H e r a c l i o , p e r o causó en todo el O r i e n t e
profundísima i m p r e s i ó n m o r a l , q u e p r e p a r ó l a fatal apa-
rición d e l a t a q u e del m a h o m e t i s m o . N i n g u n a h e r e j í a
h a producido r e s u l t a d o s políticos t a n i m p o r t a n t e s c o m o
la de A r r i o . M i e n t r a s d u r a r o n , las d i s p u t a s del a r r i a n i s m o
fueron u n a fuente d e c a l a m i d a d e s p a r a el i m p e r i o , y des-
pués de e s t a r olvidadas ya h a c í a m u c h o t i e m p o , el a r r i a -
n i s m o desolaba y a r r u i n a b a todavía las m á s b e l l a s c o m a r -
cas del globo. C u a n d o , e x c i t a d o p o r las i n t r i g a s del pa-
tricio Aecio, el c o n d e Bonifacio i n v i t ó á G e n s e r i c o , r e y
de los v á n d a l o s , á p a s a r a l África, e n t r e los sectarios
a r r í a n o s d e s c o n t e n t o s fué d o n d e el r e y b á r b a r o e n c o n t r ó
sus auxiliares m á s s e g u r o s . D e otro m o d o n u n c a h u b i e r a
i n t e n t a d o c o n q u i s t a r el África con los 50.000 h o m b r e s q u e
llevó de E s p a ñ a el a ñ o 4 1 9 d e s p u é s de C r i s t o . T r e s c i e n t o s
obispos d o n a t i s t a s y a l g u n o s m i l l a r e s de s a c e r d o t e s , exas-

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I , 22

 — 338 —
p e r a d o s por l a p e r s e c u c i ó n d e c r e t a d a c o n t r a ellos p o r el
e m p e r a d o r , y a r r a s t r a n d o consigo la m a s a a r r i a n a de la
p o b l a c i ó n , e s t a b a n c o m p l e t a m e n t e d i s p u e s t o s á acoger á
G e n sérico c o m o á u n l i b e r t a d o r y á ofrecerle su ayuda.
E l África se e n c o n t r ó p e r d i d a p a r a el i m p e r i o .
U n a vez afirmado J u s t i n i a n o en el t r o n o de C o n s t a n t i -
n o , a c o m e t i ó l a e m p r e s a de r e p a r a r sus d e s a s t r e s . N o se
p o d í a e s p e r a r m e n o s d e l e m p e r a d o r que h a b í a r e f o r m a d o
la legislación, q u e favoreció el d e s a r r r o l l o de la i n d u s t r i a
i n t r o d u c i e n d o l a fabricación de l a seda y que h a b í a vuel-
to á a b r i r los a n t i g u o s c a m i n o s que c o n d u c í a n á la I n d i a
de m a n e r a q u e l a s m e r c a n c í a s n o t u v i e r a n n e c e s i d a d de
p a s a r p o r P e r s i a . L o s m i s m o s p r i n c i p i o s q u e le h a b í a n
h e c h o c o n c e b i r el p r o y e c t o de d a r á los griegos el comer-
cio de E u r o p a , d e b í a n s u g e r i r l e la idea de r e c o n q u i s t a r al
África, siendo v i v a m e n t e i n s t a d o á ello p o r el clero c a t ó -
lico. L a gloria de su r e i n a d o e s t a b a a s e g u r a d a : h a b í a ce-
r r a d o las escuelas filosóficas de A t e n a s bajo p r e t e x t o de
confabulación con el p a g a n i s m o , pero en r e a l i d a d p o r q u e
d e t e s t a b a las d o c t r i n a s de P l a t ó n y A r i s t ó t e l e s . D e s p u é s
de h a b e r t o m a d o y r e c u p e r a d o cinco veces la C i u d a d E t e r -
n a , abolió el c o n s u l a d o de E o m a , y e n el a ñ o de 552 su-
p r i m i ó el s e n a d o r o m a n o . D e s d e e n t o n c e s ya n o q u e d a b a
n a d a de la a n t i g u a filosofía n i del a n t i g u o p o d e r de E o m a ,
y b i e n p r o n t o l a m i s m a r a z a r o m a n a iba á d e s a p a r e c e r .
S i n d u d a l a j u s t a i n d i g n a c i ó n de los católicos h a b í a sido
p r o v o c a d a por las a t r o c i d a d e s que bajo el n o m b r e de arria-
n o s ejercieron los v á n d a l o s en África, p u e s l l e g a r o n h a s t a
r e d u c i r al silencio á los obispos a r r a n c á n d o l e s la l e n g u a .
E n la m i t a d del v e r a n o del a ñ o 533 se e m b a r c ó p a r a re-
c o n q u i s t a r el África B e l i s a r i o , g e n e r a l de J u s t i n i a n o , y en
el m e s de n o v i e m b r e y a t e n í a a c a b a d a la c o n q u i s t a .
L a g u e r r a n o fué m u y l a r g a , p e r o t u v o c o n s e c u e n c i a s
t e r r i b l e s : la r a z a h u m a n a d i s m i n u y ó v i s i b l e m e n t e d u r a n t e
l a s g u e r r a s de África y las c a m p a ñ a s de I t a l i a , e m p r e n -
didas á i n s t a n c i a s del clero. S e g ú n ciertos a u t o r e s , la de
África costó á e s t a c o m a r c a c i n c o m i l l o n e s de h a b i t a n t e s ;
en los v e i n t e a ñ o s de g u e r r a c o n t r a los godos p e r d i ó I t a l i a
q u i n c e m i l l o n e s de los suyos, y, en s u m a , la p é r d i d a q u e
l a s g u e r r a s , l a s h a m b r e s y las p e s t e s del r e i n a d o de J u s -
 — 839 —
t i n i a n o h i c i e r o n e x p e r i m e n t a r á la r a z a h u m a n a , se elevó
á la i n c r e i b l e cifra de cien m i l l o n e s de h o m b r e s .
No es, p u e s , n a d a s o r p r e n d e n t e q u e en m e d i o de cala-
m i d a d e s s e m e j a n t e s , los h o m b r e s s u s p i r a s e n por u n li-
b e r t a d o r y q u e en su d e s e s p e r a c i ó n e s t u v i e r a n d i s p u e s t o s
á acoger á c u a l q u i e r a , viniese de d o n d e q u i s i e r a . L a s i n -
trigas eclesiásticas p r o d u j e r o n su efecto. C u a n d o Cos-
roes I I atacó al i m p e r i o e n 6 1 1 , los s e c t a r i o s p e r s e g u i d o s
del Asia M e n o r , de S i r i a y de E g i p t o i m i t a r o n el ejemplo
de los a r r í a n o s de África é h i c i e r o n t r a i c i ó n á la c a u s a del
i m p e r i o . U n h e r e j e o p r i m i d o n o conoce e s c r ú p u l o s r e s -
pecto de los m e d i o s p a r a v e n g a r s e . C o m o e r a de p r e v e r ,
las ciudades de Asia c a y e r o n a n t e los p e r s a s , q u i e n e s t o -
m a r o n á J e r u s a l e m p o r asalto y se a p o d e r a r o n de l a c r u z
de Cristo; fueron degollados o c h o c i e n t o s m i l c r i s t i a n o s y
el m a g i s m o r e e m p l a z ó al c r i s t i a n i s m o e n los m i s m o s l u -
gares en q u e éste h a b í a n a c i d o . N o p o d e m o s h o y f o r m a r -
nos idea de la i m p r e s i ó n q u e causó esta catástrofe en los
h o m b r e s religiosos de a q u e l l a época. L a i m p o s t u r a de
C o n s t a n t i n o t e n í a a m a r g o s frutos: el s a g r a d o m a d e r o q u e
había l l e n a d o el m u n d o con su p r e s t i g i o se m o s t r ó i m p o -
t e n t e y se dejó c o n d u c i r t r i u n f a l m e n t e é i n s u l t a r p o r los
v e n c e d o r e s . S e perdió t o d a confianza en el p o d e r a p o s t ó -
lico de los obispos a s i á t i c o s : n i n g u n o de ellos supo h a c e r
u n m i l a g r o p a r a salvarse de e s t a c a t á s t r o f e . L o s i n v a s o -
res i n u n d a r o n á E g i p t o h a s t a la E t i o p í a : p a r e c í a n vuel-
tos los t i e m p o s de C a m b i s e s . E l a r z o b i s p o de A l e j a n d r í a
e n c o n t r ó m á s s e g u r o h u i r á C h i p r e q u e e s p e r a r su salva-
ción de sus o r a c i o n e s ó de sus r e c u r s o s e s p i r i t u a l e s . E l
vencedor ocupó las costas del M e d i t e r r á n e o h a s t a T r í p o -
li. Diez a ñ o s flotaron los e s t a n d a r t e s p e r s a s á la v i s t a de
C o n s t a n t i n o p l a . E l - e m p e r a d o r H e r a c l i o concibió u n i n s -
t a n t e el p r o y e c t o de a b a n d o n a r la a n t i g u a c a p i t a l y h a -
cer de C a r t a g o la m e t r ó p o l i del i m p e r i o . D e b i ó r e n u n c i a r
á él y ceder á las i n s t a n c i a s del p a t r i a r c a , que t e m í a p e r -
der su p o s i c i ó n , de la a r i s t o c r a c i a q u e p r e v e í a u n a r u i n a
c i e r t a , y del p u e b l o a m e n a z a d o con la p r i v a c i ó n de l o s
donativos y de los e s p e c t á c u l o s . África e r a en r e a l i d a d la
m á s r o m a n a de las p r o v i n c i a s del i m p e r i o : en África fué
donde p o r m á s t i e m p o sobrevivió la l e n g u a l a t i n a . EerO
 — 340 -
u n a vez q u e los s e c t a r i o s s a c i a r o n su v e n g a n z a , r e c o n o -
cieron b i e n p r o n t o q u e n o h a b í a n h e c h o m á s que c a m -
b i a r de d u e ñ o s i n q u e p o r eso h u b i e r a n escapado de la
t i r a n í a . Se decidieron p u e s , á p r e s t a r su apoyo al e m p e -
r a d o r H e r a c l i o y al m o m e n t o fueron los p e r s a s arrojados
de los l u g a r e s c o n q u i s t a d o s .
E n v a n o d e s p u é s de estos sucesos la v e r d a d e r a cruz
fué d e v u e l t a á J e r u s a l e m ; el e n c a n t o e s t a b a d e s t r u i d o .
E l fuego de los m a g o s d e s t r u y ó el sepulcro de Cristo y
las iglesias de C o n s t a n t i n o y E l e n a ; los ricos p r e s e n t e s
q u e d u r a n t e t r e s siglos h a b í a a c u m u l a d o la piedad de los
fieles, e s t a b a n a h o r a en m a n o s de persas y de j u d í o s . No
e r a ya posible q u e se l e v a n t a r a la fe. M u c h o s devotos
h a b í a n e s p e r a d o q u e se a b r i e r a la t i e r r a , que las n u b e s
a r r o j a r a n c e n t e l l a s y que r e p e n t i n a m u e r t e d e t u v i e r a á
los sacrilegos que se h a b í a n atrevido á i n v a d i r los s a n t o s
l u g a r e s ; c u a n d o v i e r o n q u e n o sucedió n a d a de lo que es-
p e r a b a n , . c a y e r o n de r e p e n t e en la d e s e s p e r a c i ó n y en la
i n c r e d u l i d a d . E l Asia y el África e s t a b a n ya m o r a l m e n t e
p e r d i d a s ; la c i m i t a r r a á r a b e iba m u y p r o n t o á c o r t a r el
ú l t i m o lazo que las r e t e n í a en el c r i s t i a n i s m o .
C u a t r o a ñ o s d e s p u é s de la m u e r t e de J u s t i n i a n o en
5 6 9 , n a c i ó e n . l a Meca el h o m b r e que h a ejercido la ma-
yor influencia sobre la r a z a h u m a n a , M a h o m a , á quien
los europeos h a n dado el s o b r e n o m b r e de «impostor».
M a h o m a a r r a n c ó á su p a t r i a del f e t i c h i s m o , del culto de
u n a p i e d r a m e t e ó r i e a y de la m á s baja i d o l a t r í a . P r e d i c ó
u n m o n o t e í s m o al soplo del cual se e x t i n g u i e r o n las va-
n a s d i s p u t a s de a r r í a n o s y c a t ó l i c o s , y a r r e b a t ó para
s i e m p r e á la c r i s t i a n d a d m á s de la m i t a d y p o r cierto
la m e j o r m i t a d de sus p o s e s i o n e s . E s t a m i t a d , en efec-
t o , c o m p r e n d í a la T i e r r a S a n t a q u e vio n a c e r n u e s t r a fe,
y el África, de d o n d e el c r i s t i a n i s m o recibió su forma la-
t i n a . H o y todavía y m i l a ñ o s h á África y la m a y o r p a r t e
de Asia p e r m a n e c e n firmemente a p e g a d a s á la d o c t r i n a
á r a b e y sólo con e x t r e m a dificultad y c o m o p o r m i l a g r o
se le escapó E u r o p a .
M a h o m a poseía aquellas c u a l i d a d e s q u e , r e u n i d a s en
u n solo h o m b r e h a n decidido m á s de u n a vez de la suer-
•te.de los i m p e r i o s . P r e d i c a d o r y soldado á la p a r , e r a elo-
 — 341 —
c u e n t e en el p u l p i t o y v a l i e n t e e n el c a m p o de b a t a l l a .
Su teología n o p o d í a ser m á s s e n c i l l a : «No h a y m á s q u e
u n Dios.» E l m o n o t é l i t o , el m o n o f í s i t a , el a t a n a s i a n o y
el a r r i a n o , t o d o s esos s e c t a r i o s q u e su soplo i b a á h a c e r
desaparecer debían fácilmente comprender á M a h o m a .
P r e d i c a n d o la g r a n d e y s o l e m n e v e r d a d de la u n i d a d de
D i o s , n o se e x t r a v i a b a en v a n a s d i s c u s i o n e s metafísicas
y t r a b a j a b a por sí m i s m o en m e j o r a r el estado social de
su n a c i ó n con s i m p l e s p r e s c r i p c i o n e s r e l a t i v a s á la l i m -
pieza del c u e r p o , á la s o b r i e d a d , al a y u n o y á la o r a c i ó n .
L o que sobre todo e s t i m a b a era la l i m o s n a y la c a r i d a d .
D a n d o p r u e b a s de u n a t o l e r a n c i a q u e el m u n d o h a c í a
t i e m p o n o c o n o c í a , a d m i t í a que los h o m b r e s p u e d e n sal-
varse p r a c t i c a n d o la religión que les plazca con t a l de
que se c o n s e r v e n v i r t u o s o s .
«No h a y m á s q u e u n D i o s — d e c í a — y M a h o m a es su p r o -
feta». Si a l g u i e n p r e g u n t a r a si los a c o n t e c i m i e n t o s con-
firmaron a s e r c i ó n t a n a t r e v i d a n o t i e n e m á s q u e c o n s u l -
tar u n m a p a del m u n d o a c t u a l y v e r á en él q u e e s t a a s e r -
ción e r a algo m á s q u e u n a i m p o s t u r a . H a y algo en el
h e c h o de q u e M a h o m a h a y a sido jefe de m u c h o s g r a n -
des i m p e r i o s y g u l a de u n a t e r c e r a p a r t e de la r a z a h u -
m a n a que q u i z á le justifique de h a b e r s e t i t u l a d o e n v i a d o
de D i o s . C o m o la m a y o r í a de los m o n j e s c r i s t i a n o s , M a -
h o m a se r e t i r ó á l a soledad del d e s i e r t o d e d i c á n d o s e ex-
c l u s i v a m e n t e á la m e d i t a c i ó n , al a y u n o y á la o r a c i ó n .
Su r a z ó n concluyó p o r e x t r a v i a r s e : t u v o visiones sobre-
n a t u r a l e s y oyó m i s t e r i o s a s voces q u e le l l a m a b a n profe-
t a de D i o s . L a s , p i e d r a s y los á r b o l e s le h a b l a b a n el m i s -
m o lenguaje. E l m i s m o s o s p e c h ó la n a t u r a l e z a de su
enfermedad y confesó á su m u j e r K a d i d j a , q u e t e m í a h a -
berse vuelto loco. Refiérese q u e e s t a n d o s e n t a d o s u n día
el u n o j u n t o al otro p e n e t r ó u n a s o m b r a en la h a b i t a c i ó n .
— ¿ V e s a l g o ? le dijo Kadidja q u e , s e g ú n el uso á r a b e , te-
n í a la c a r a c u b i e r t a con u n v e l o . — S í , r e s p o n d i ó el profeta.
— ¿ Y ves a h o r a ? — N o , r e s p o n d i ó M a h o r n a . — B u e n a u g u r i o
p a r a tí, e x c l a m ó e n t o n c e s K a d i d j a : E s u n á n g e l , p u e s t o
que h a r e s p e t a d o m i s e m b l a n t e d e s c u b i e r t o , lo q u e n o
h a b r í a h e c h o u n e s p í r i t u malo.» L a s a p a r i c i o n e s se h i c i e -
r o n m á s frecuentes al c o m p á s de los p r o g r e s o s de la e n -
 — 342 —
f e r m e d a d . Así le p a r e c í a m á s c l a r a la m i s i ó n que D i o s le
confiaba. «Yo seré t u p r i m e r creyente», le dijo su mujer, y
se a r r o d i l l a r o n a m b o s p a r a o r a r . D e s d e este día n u e v e
m i l m i l l o n e s de seres h u m a n o s le h a n reconocido c o m o
el profeta de D i o s .
Al p r i n c i p i o de su c a r r e r a M a h o m a fué t o l e r a n t e con
los c r i s t i a n o s , pero e r a i m p o s i b l e q u e n o se h i c i e r a n mu-
t u a m e n t e e n e m i g o s , u n a vez que se h u b i e r a e x t e n d i d o el'
p o d e r de a q u é l . M a h o m a n o p u d o n u n c a llegar á f o r m a r -
se de la T r i n i d a d de los c r i s t i a n o s o t r a idea q u e la de tres
dioses d i s t i n t o s , y en c u a n t o al c u l t o de la V i r g e n , c o m -
p l e t a m e n t e r e c i e n t e e n t o n c e s , era a b s o l u t a m e n t e i n c o n -
ciliable con su d o c t r i n a de la u n i d a d de D i o s . A la con-
d e n a c i ó n de los j u d í o s , q u e e n s e ñ a b a n q u e Azrael e r a el
hijo de D i o s , M a h o m a a ñ a d i ó b i e n p r o n t o a m a r g a s acu-
s a c i o n e s r e s p e c t o de las p r á c t i c a s i d o l á t r i c a s de las igle-
sias de O r i e n t e . E e p r i m e n d a s de este g é n e r o a b u n d a n en
el C o r á n . « E n v e r d a d C r i s t o , J e s ú s , el hijo de M a r í a , es
el a p ó s t o l de D i o s . Creed, p u e s , e n D i o s y en los a p ó s t o -
l e s , p e r o n o d i g á i s q u e h a y t r e s d i o s e s ; a b s t e n e o s de d e -
cir esto y s e r á m e j o r p a r a v o s o t r o s . D i o s n o es m á s q u e
u n D i o s , y ¿cómo es p o s i b l e que t u v i e r a u n hijo? E n el
ú l t i m o día D i o s d i r á á J e s ú s : — J e s ú s , hijo de M a r í a , ¿di-
j i s t e t ú a l g u n a "vez á los h o m b r e s : t o m a d m e á m i m a d r e
y á m í como otros dos dioses a d e m á s de Dios? Y él c o n -
t e s t a r á : — A l a b a n z a s á t í . No es posible que yo dijera lo
q u e n o debo decir.» M a h o m a d e s d e ñ a t o d a especulación
metafísica r e s p e c t o de la n a t u r a l e z a d i v i n a ó del origen y
e x i s t e n c i a del pecado, esas g r a n d e s c u e s t i o n e s que h a s t a
e n t o n c e s h a b í a n ejercitado el e s p í r i t u o r i e n t a l . E e c h a z a
la d o c t r i n a de la e x c e l e n c i a de la c a s t i d a d , a f i r m a n d o q u e
el m a t r i m o n i o es la condición n a t u r a l del h o m b r e . Al as-
c e t i s m o opone la p o l i g a m i a , q u e a u t o r i z a a q u í abajo, y
q u e sabe e m b e l l e c e r h a s t a el p u n t o de h a c e r de ella u n o
de los goces m á s envidiables de su p a r a í s o , r e c o m p e n s a
especial de aquellos q u e h a y a n g a n a d o la p a l m a del m a r -
t i r i o ó la del v e n c e d o r .
E n este m u n d o el éxito es d e m a s i a d o f r e c u e n t e m e n t e
el criterio de la v e r d a d . Si el m a h o m e t a n o - a p e l a á la r a -
p i d e z de la c a r r e r a q u e su religión h a r e c o r r i d o p a r a p r o -
 — 343 -
b a r la m i s i ó n d i v i n a de su apóstol, el filósofo p u e d e sin
e m b a r g o p e r m i t i r s e e x a m i n a r a l g u n a s de las causas se-
c u n d a r i a s q u e c o n d u j e r o n á r e s u l t a d o s políticos t a n con-
s i d e r a b l e s , a u n profesando el r e s p e t o m á s profundo por
la religión de la m a y o r p a r t e de la r a z a h u m a n a . E l c r i s -
t i a n i s m o h a b í a sido p a r a s i e m p r e e x p u l s a d o de las c o m a r -
cas que fueron testigo de los a c o n t e c i m i e n t o s de su glo-
riosa h i s t o r i a : de P a l e s t i n a , á la cual le u n í a n s u s m á s
s a g r a d o s r e c u e r d o s ; del Asia M e n o r , d o n d e t u v o sus p r i -
m e r a s iglesias; de E g i p t o , d o n d e apareció la g r a n d o c t r i n a
de la T r i n i d a d , y de C a r t a g o , q u e h a b í a i m p u e s t o sus
creencias á E u r o p a .
Q u i e n a t r i b u y a el éxito de los á r a b e s s o l a m e n t e á las
a r m a s , d e m u e s t r a q u e n o c o m p r e n d e l a s cosas. L a espa-
da p u e d e c a m b i a r las c r e e n c i a s n a c i o n a l e s r e c o n o c i d a s ,
pero n o p u e d e n a d a sobre la c o n c i e n c i a del h o m b r e . L a
e s p a d a es a r g u m e n t o i r r e s i s t i b l e , p e r o fué n e c e s a r i o algo
m á s p a r a q u e el m a h o m e t i s m o p e n e t r a r a en la v i d a d o -
m é s t i c a del Asia y del África y p a r a q u e la l e n g u a á r a b e
se h i c i e r a el i d i o m a de t a n t a s n a c i o n e s diferentes. L a ex-
plicación de este f e n ó m e n o político se h a l l a en el estado
social de las c o m a r c a s c o n q u i s t a d a s p o r los á r a b e s . H a -
cía ya t i e m p o q u e la influencia de l a r e l i g i ó n n o se sen-
tía ya en ellas, r e e m p l a z a d a , c o m o lo fué, p o r la teología,
teología t a n i n c o m p r e n s i b l e que la l e n g u a griega con su
m a r a v i l l o s a flexibilidad e s t a b a a p e n a s á la a l t u r a de sus
s u t i l e z a s . Claro es que m u c h o m e n o s h a b í a n de e s t a r l o
el l a t í n n i los dialectos b á r b a r o s . ¿Cómo e r a posible q u e
h o m b r e s sin i l u s t r a c i ó n , q u e n o c o m p r e n d í a n sino m u y
difícilmente las cosas m á s c l a r a s , c o m p r e n d i e r a n s e m e -
j a n t e s m i s t e r i o s ? S i n e m b a r g o , se. les e n s e ñ a b a q u e de
esas o b s c u r a s d o c t r i n a s d e p e n d í a la s a l u d ó la c o n d e n a -
ción de la r a z a h u m a n a . V e í a n q u e el clero h a b í a dejado
de velar p o r la e x i s t e n c i a i n d i v i d u a l de los fieles, q u e n o
h a b í a d i s t i n c i ó n e n t r e la v e r d a d y el vicio, y q u e se m e -
día el p e c a d o , n o p o r las m a l a s acciones, sino p o r el g r a -
do de herejía en las c r e e n c i a s ; v e í a n á los jefes eclesiás-
ticos de R o m a , C o n s t a n t i n o p l a y A l e j a n d r í a e m p e ñ a d o s
e n d e s e s p e r a d a l u c h a , d i s p u t á n d o s e la s u p r e m a c í a , a y u -
d á n d o s e de la fuerza y de m e d i o s q u e i n d i g n a b a n á la.
 - 344 —
c o n c i e n c i a h u m a n a . ¡ Q u é ejemplos p o d í a n d a r obispos
q u e a s e s i n a b a n , q u e e n v e n e n a b a n , que c e g a b a n , q u e vi-
v í a n e n el a d u l t e r i o , q u e p r o m o v í a n sediciones, t r a i d o r e s
que s u s c i t a b a n la g u e r r a civil! ¡Los p a t r i a r c a s y p r i m a -
dos ú n i c a m e n t e ocupados en sus i n t e r e s e s t e m p o r a l e s ,
q u e se e x c o m u l g a b a n y a n a t e m a t i z a b a n u n o s á o t r o s , q u e
c o r r o m p í a n , v a l i é n d o s e del o r o , á los e u n u c o s , que h o n -
r a b a n á las c o r t e s a n a s y á las p r i n c e s a s con su a m o r , y
q u e n i s i q u i e r a r e s p e t a b a n los concilios d o n d e se creía q u e
h a b l a b a D i o s , influyendo en s u s decisiones con l a s i n t r i -
gas y las i n d i g n a s m a n i o b r a s q u e los d e m a g o g o s emplea-
b a n en s u s t u m u l t u o s o s c o n c i l i á b u l o s ! F r e c u e n t e m e n t e
del seno de a q u e l l a s l e g i o n e s de m o n j e s que llevaban el
t e r r o r á los ejércitos i m p e r i a l e s y la sedición á las g r a n -
des c i u d a d e s se elevaba i n c e s a n t e c l a m o r e o en favor d e
u n d o g m a teológico, p e r o n u n c a se oyó u n a voz en favor
de la l i b e r t a d i n t e l e c t u a l n i de los u l t r a j a d o s d e r e c h o s
del h o m b r e . E n s e m e j a n t e e s t a d o de cosas, ¿qué o t r o re-
s u l t a d o podía e s p e r a r s e sino el d i s g u s t o y la i n d i f e r e n c i a ?
C i e r t a m e n t e que n o era de e s p e r a r que en t a n m a l o s t i e m -
pos como h a b í a n s o b r e v e n i d o se h a l l a r a d i s p u e s t a la so-
ciedad á defender u n s i s t e m a desalojado de todos los co-
razones.
D e r e p e n t e , en m e d i o de las q u e r e l l a s de las sectas y
de la a n a r q u í a de las i n t e r m i n a b l e s d i s p u t a s á q u e d a b a n
l u g a r las i n c o m p r e n s i b l e s d o c t r i n a s de los a r r í a n o s , n e s -
t o r i a n o s , e u t i q u i a n o s , m o n o t e l i t a s , monofísitas y t a n t o s
o t r o s , r e p e r c u t i ó en el m u n d o , n o la m i s e r a b l e voz d e
l a i n t r i g a n t e m a y o r í a de u n concilio, s i n o el f o r m i d a b l e
g r i t o de los s a r r a c e n o s «No h a y m á s q u e u n Dios» y el
e s t r u e n d o de s u s i n m e n s o s ejércitos q u e a v a n z a b a n c o m o
la t e m p e s t a d . ¿ E s , p u e s , de a d m i r a r q u e Asia y África
d e s e r t a r a n de la c a u s a c o m ú n ? E n m e j o r e s t i e m p o s ya se
vio con d e m a s i a d a frecuencia q u e el p a t r i o t i s m o se su-
b o r d i n a b a á la r e l i g i ó n ; en la época de q u e h a b l a m o s y a
no había patriotismo.
A p e n a s m u e r t o M a h o m a , s u r e l i g i ó n , o b e d e c i e n d o á su
d e s t i n o , f r a n q u e ó los l í m i t e s de Arabia. E l m i s m o profe-
t a h a b í a d e c l a r a d o la g u e r r a al i m p e r i o , y á la c a b e z a d e
3 0 . 0 0 0 h o m b r e s a v a n z ó h a s t a D a m a s c o , d o n d e le d e t u v o
 — 345 —
Una e n f e r m e d a d . S u sucesor A b u - B e k r , p r i m e r califa,
atacó s i m u l t á n e a m e n t e al i m p e r i o y á los p e r s a s . L l a m a -
dos por los coitos, i n v a d i e r o n en 6 3 3 los á r a b e s á E g i p t o .
A l g u n o s m e s e s d e s p u é s A m r ú escribía á su jefe el califa:
« H e t o m a d o á A l e j a n d r í a , la g r a n ciudad de O c c i d e n t e . »
L a t r a i c i ó n dio sus frutos, y E g i p t o fué c o m p l e t a m e n t e
subyugado. S i n e m b a r g o , la c o n q u i s t a del África cristia-
n a costó á los á r a b e s m u c h o s m á s esfuerzos. A b d a l l a h
llegó á c u a t r o l e g u a s de Trípoli, p e r o se vio obligado á-
volver sobre sus pasos. No se h i z o n i n g ú n n u e v o esfuer-
zo d u r a n t e los v e i n t e a ñ o s q u e d u r a r o n las d i s e n s i o n e s á
que dio l u g a r la a n e x i ó n del califato. M o h a w i a e n v i ó e n -
tonces al África á su l u g a r t e n i e n t e A k b a h , q u i e n l l e g ó
h a s t a el A t l á n t i c o ; p e r o sus fuerzas n o le p e r m i t i e r o n
ocupar t a n v a s t a c o m a r c a . N u e v a s e m p r e s a s fueron a c o -
m e t i d a s p o r el califa O m m i a d a Abd-el-Melek el a ñ o 6 9 8 ;
su l u g a r t e n i e n t e H a s s a n t o m ó p o r a s a l t o y d e s t r u y ó á
Cartago; p e r o d e s p u é s acabó la c o n q u i s t a M u z a , q u e g o -
zaba de la doble r e p u t a c i ó n de soldado v a l i e n t e y de elo-
c u e n t e p r e d i c a d o r ; África, esa región célebre p o r su s u t i -
leza teológica y á la cual debe t a n t o la E u r o p a m o d e r -
na, fué p a r a s i e m p r e r e d u c i d a al silencio p o r la c i m i t a -
r r a . Cesó, p u e s , de p r e d i c a r y a p r e n d i ó á o r a r .
E s p r o b a b l e que el i m p o r t a n t e r e s u l t a d o político de l a
c o n q u i s t a de África por los á r a b e s n o fuera o b t e n i d o e n
m a n e r a a l g u n a á n o ser p o r la cooperación del m i s m o
elemento que había representado papel tan desastroso
en la i n v a s i ó n de los v á n d a l o s . P e r o si la t r a i c i ó n i n t r o -
dujo al e n e m i g o , la p o l i g a m i a a s e g u r ó la c o n q u i s t a . E n
E g i p t o la población griega era o r t o d o x a , p e r o los indíge-
n a s e r a n j a c o b i s t a s y e s t a b a n m á s d i s p u e s t o s á a c e p t a r el
m o n o t e í s m o á r a b e q u e á s o p o r t a r la t i r a n í a de los o r t o -
doxos. L o s á r a b e s , c u y a política c o n s i s t í a en d e s t r u i r e n
todas p a r t e s l a s a n t i g u a s m e t r ó p o l i s p a r a r e e m p l a z a r l a s
por o t r a s n u e v a s , d e s m a n t e l a r o n á Alejandría. E l p a t r i a r -
ca de Alejandría, q u e con sus i n t r i g a s y su violencia h a -
bía t u r b a d o t a n t a s veces a l a c r i s t i a n d a d , dejó desde e n t o n -
ces de existir p o l í t i c a m e n t e en el s i s t e m a c r i s t i a n o . B i e n
p r o n t o se m a n i f e s t a r o n los p o d e r o s o s efectos de la -poli-
g a m i a e n la c o n s o l i d a c i ó n del n u e v o estado de c o s a s . A p e -
 — 346 —
rías h a b í a p a s a d o u n a g e n e r a c i ó n y ya en el N o r t e de
África todos los n i ñ o s h a b l a b a n la l e n g u a á r a b e .
D u r a n t e los califatos de A b u - B e k r y de Ornar, es decir,
d u r a n t e los doce a ñ o s que s i g u i e r o n á la m u e r t e de M a h o -
m a , los á r a b e s h a b í a n t o m a d o en P e r s i a , en Siria y e n
África 3.600 ciudades ó p l a z a s fuertes, y d e s t r u i d o 4 . 0 0 0
t e m p l o s ó iglesias, q u e r e e m p l a z a r o n p o r 1.400 m e z q u i -
t a s . E n Siria como e n África, la t r a i c i ó n c o n t r i b u y ó po-
d e r o s a m e n t e á sus t r i u n f o s . D a m a s c o fué t o m a d a d e s p u é s
de u n sitio de u n a ñ o . E n 6 3 3 W a l i d , l l a m a d o E s p a d a de
D i o s , d e r r o t ó en D i z n a d e n al ejército del e m p e r a d o r H e -
r a c l i o , q u e perdió 5 0 . 0 0 0 h o m b r e s . E s t a d e r r o t a fué se-
g u i d a p o r la p é r d i d a i n m e d i a t a de las i m p o r t a n t e s ciuda-
des de J e r u s a l e m , A n t i o q u í a , Alepo, T i r o y Trípoli. E l
califa Ornar a b a n d o n ó á M e d i n a p a r a ir á t o m a r s o l e m n e
p o s e s i ó n de J e r u s a l e m . H i z o su c a m i n o sobre u n c a m e l l o ,
l l e v a n d o consigo u n saco de t r i g o , otro de d á t i l e s , u n a
escudilla de m a d e r a y u n odre lleno de a g u a . E n t r ó en la
c i u d a d s a n t a l l e v a n d o á su lado al p a t r i a r c a c r i s t i a n o So-
froino, que con su c a p i t u l a c i ó n p r o b a b a que h a b í a p e r d i -
do t o d a confianza. E l sucesor de M a h o r n a , lo m i s m o
q u e el e m p e r a d o r g r i e g o , c o m p r e n d í a la i m p o r t a n c i a que
e n la m e n t e de los p u e b l o s t e n í a la t o m a de J e r u s a l e m :
P e r s u a d i d o , p u e s , de q u e en e s t a posesión se vería u n a
p r u e b a de la a u t o r i d a d del m a h o m e t i s m o , Ornar o r d e n ó
a l ejército á r a b e q u e á t o d a costa se a p o d e r a s e de J e r u -
salem.
C o n la c o n q u i s t a de S i r i a y la ocupación de los puer-
t o s del M e d i t e r r á n e o , los á r a b e s se e n c o n t r a r o n d u e ñ o s
del m a r . P o c o después se a p o d e r a r o n de B o d a s y de Chi-
p r e . L a b a t a l l a de Cadesia y el saqueo de Ctesifonte, me-
t r ó p o l i de P e r s i a , d e c i d i e r o n de la s u e r t e del r e i n o . S i r i a
fué de esta m a n e r a d e f i n i t i v a m e n t e s o m e t i d a bajo el se-
g u n d o califa Ornar, y P e r s i a bajo el t e r c e r o O t h m a n .
S i es v e r d a d q u e los á r a b e s q u e m a r o n la biblioteca de
A l e j a n d r í a , e r a de t e m e r que el f a n a t i s m o n o les condu-
j e s e á c o n t i n u a r el s i s t e m a b i z a n t i n o . F e l i z m e n t e los ca-
lifas n o se a b a n d o n a r o n m á s q u e u n i n s t a n t e á las i n s -
p i r a c i o n e s de e s t a d e p l o r a b l e política, p u e s b i e n p r o n t o
se c o n v i r t i e r o n en p r o t e c t o r e s d e l a r a d o s de la ciencia,
 — 347 —
h a s t a el p u n t o de q u e se h a y a podido decir con r a z ó n q u e
i n v a d i e r o n el d o m i n i o de la ciencia con la m i s m a r a p i d e z
con que h a b í a n i n v a d i d o los r e i n o s de sus v e c i n o s . L l e g ó
á ser e n t r e ellos c o s t u m b r e n o conferir las p r i m e r a s dig-
n i d a d e s del E s t a d o m á s que á h o m b r e s d i s t i n g u i d o s p o r
su s a b e r . A l g u n a s de sus m á x i m a s u s u a l e s m u e s t r a n en
qué e s t i m a t a n a l t a t e n í a n la l i t e r a t u r a . « L a t i n t a del
doctor es t a n p r e c i o s a c o m o la s a n g r e del m á r t i r » . « E l
paraíso e s p e r a lo m i s m o á q u i e n h i z o b u e n uso de la plu-
m a q u e al q u e h a caído al golpe de la e s p a d a » . « E l m u n -
do e s t á s o s t e n i d o p o r c u a t r o cosas s o l a m e n t e : la ciencia
del s a b i o , la j u s t i c i a del g r a n d e , las o r a c i o n e s del b u e n o
y el arrojo del v a l i e n t e » . Bajo Alí, c u a r t o califa, v e i n t i -
cinco a ñ o s d e s p u é s de la m u e r t e de M a h o m a , el p a t r o n a -
to de la ciencia fué u n o de los p r i n c i p i o s establecidos del
s i s t e m a m a h o m e t a n o . L o s califas de B a g d a d d i e r o n á
este p r i n c i p i o su c o m p l e t o d e s a r r o l l o . F u e r o n l l a m a d o s
m u l t i t u d de m a t e m á t i c o s , a s t r ó n o m o s , médicos y litera-
tos á la c o r t e de Abu-Djafar E l - M a n s u r , que l l a m ó á su
lado á t o d o s los filósofos y les ofreció su p r o t e c c i ó n , cua-
lesquiera q u e fuesen sus o p i n i o n e s religiosas. S u s u c e s o r '
H a r u m al B a s c h i d se dice que n u n c a viajaba sin u n sé-
quito de c i e n sabios. E s t e g r a n s o b e r a n o publicó u n edic-
to en el cual o r d e n a b a que n o se c o n s t r u y e r a n i n g u n a
m e z q u i t a sin q u e se la a g r e g a s e u n a escuela. E s t e califa
fué q u i e n dio la dirección de las escuelas al n e s t o r i a u o
Masué A l - M a m ú n ; su s u c e s o r fué e d u c a d o e n m e d i o de
m a t e m á t i c o s , filósofos y m é d i c o s griegos y p e r s a s , q u e
c o n t i n u a r o n siendo sus c o m p a ñ e r o s de t o d a la vida. E s -
tos s o b e r a n o s t r a b a j a r o n c o n s t a n t e m e n t e en f u n d a r bi-
bliotecas y en m a n d a r q u e se b u s c a s e n y c o p i a r a n m a -
n u s c r i t o s . L a s escuelas a b u n d a b a n en las g r a n d e s ciuda-
d e s ; en A l e j a n d r í a n o se c o n t a b a n m e n o s de v e i n t e . G o m o
es fácil a d i v i n a r , esto n o sucedía así s i n q u e se e x c i t a r a la
i m a g i n a c i ó n del viejo p a r t i d o f a n á t i c o q u e c o m e n z ó p o r
a m o n e s t a r á A l m a n z o r y d e s p u é s le a m e n a z ó con la v e n -
g a n z a d i v i n a si c o n t i n u a b a t u r b a n d o de ese m o d o las
creencias p o p u l a r e s . C o m o q u i e r a que s e a , e s t a m a n e r a
de o b r a r , q u e e n u n p r i n c i p i o h a b í a aconsejado u n a polí-
tica p r o f u n d í s i m a , se c o n v i r t i ó m u y p r o n t o e n h á b i t o ,
 — 348 —

s u c e d i e n d o c o n s t a n t e m e n t e el h e c h o de q u e desde el mo-
m e n t o e n q u e los e m i r e s a s p i r a b a n á h a c e r s e i n d e p e n -
d i e n t e s c o m e n z a b a n por a b r i r a c a d e m i a s .
L o s á r a b e s n o s ofrecen n o t a b l e ejemplo de la división
de la h i s t o r i a de u n a n a c i ó n en fases sucesivas. P o r de
p r o n t o se n o s p r e s e n t a n a p e g a d o s en su edad p r i m e r a al
fetichismo, a d o r a n d o la p i e d r a n e g r a del t e m p l o de la
M e c a . A c o n t i n u a c i ó n a t r a v i e s a n la edad de e x a m e n que
h a c e posible la v e n i d a de M a h o m a . E s t a edad es seguida
p o r la de fe; su ciego f a n a t i s m o les i m p u l s a á i n v a d i r y
c o n q u i s t a r las c o m a r c a s p r ó x i m a s . P o r fin viene su período
de m a d u r e z , su edad de r a z ó n . L o s r a s g o s esenciales que
m a r c a n el d e s a r r o l l o de los á r a b e s s o n : la r a p i d e z con
q u e a t r a v i e s a n sus edades sucesivas y la i n t e n s i d a d de su
vida nacional.
E s t e desarrollo fué en g r a n m a n e r a favorecido p o r las
circunstancias. L a s largas y terribles guerras sostenidas
por H e r a c l i o y C o s r o e s , d e s t r u y e n d o t o d a s las r e l a c i o n e s
m e r c a n t i l e s e n t r e P e r s i a y el i m p e r i o g r i e g o , d i e r o n á los
á r a b e s todo el c o m e r c i o de O r i e n t e y África. E l p r i m e r
a s p e c t o bajo el cual se n o s p r e s e n t a M a h o m a es el de
m e r c a d e r . E l p r i m e r a c o n t e c i m i e n t o que c o n o c e m o s de
su h i s t o r i a son los viajes q u e h a c í a c o m o e m p l e a d o de
la rica Kadidja. E s t o s viajes, q u e h i z o con las c a r a v a -
n a s á D a m a s c o y á t o d a la S i r i a , le p u s i e r o n en con-
t a c t o con los j u d í o s y n e g o c i a n t e s , h o m b r e s q u e , por l a
m i s m a n a t u r a l e z a de sus o c u p a c i o n e s , d e b í a n t e n e r m i -
r a s b a s t a n t e m á s a m p l i a s q u e los sencillos jefes ára-
b e s ó que los p e q u e ñ o s t r a f i c a n t e s de las ciudades de
Arabia.
Así se dio el p r i m e r i m p u l s o . E n c u a n t o á la r a p i d e z
de los p r o g r e s o s del m a h o m e t i s m o , s u s c a u s a s son t a n
c l a r a s q u e el h e c h o n o t i e n e n a d a de s o r p r e n d e n t e . N o
h a y p o r q u é a d m i r a r s e de q u e e n el espacio de c i n c u e n t a
a ñ o s , c o m o escribía A b d e r r a h m á n al califa, t o d a la pobla-
c i ó n del África del N o r t e se h u b i e r a h e c h o m a h o m e t a n a ,
y q u e los m i s m o s m o r o s se gloriasen de su o r i g e n á r a b e .
P e n s e m o s , e n efecto, e n los odios de t o d a s las s e c t a s , q u e ,
c o m o h e m o s visto, t a n t o facilitaron las d e s g r a c i a s de los
c r i s t i a n o s . Al golpe fatal q u e d i e r o n al c r i s t i a n i s m o con
 — 349 -
la t o m a de J e r u s a l e m , la ciudad s a n t a , siguió la d e s t r u c -
ción del s e p u l c r o de n u e s t r o S a l v a d o r y la p é r d i d a de su
cruz, trofeo de v i c t o r i a de los p e r s a s . O t r a s causas m á s p o -
derosas v i n i e r o n á a ñ a d i r s e á é s t a s . D u r a n t e m u c h o s a ñ o s
los e m p e r a d o r e s de C o n s t a n t i n o p l a i m p u s i e r o n á s u s siYb-
ditos de Asia y África excesivos i m p u e s t o s . E l s i s t e m a
de estos i m p u e s t o s era a d e m á s m u y c o m p l i c a d o y d a b a
lugar á m u l t i t u d de exacciones. L o s califas r e e m p l a z a r o n
estos i m p u e s t o s p o r u n t r i b u t o m u c h o m e n o s c o n s i d e r a - ,
ble, b a s t a n t e m á s sencillo y mejor definido. P o r ejemplo,
la isla de C h i p r e n o p a g a b a al califa m á s que la m i t a d de
lo que le pedía el e m p e r a d o r y n u n c a s i n t i e r o n en ella l a s
clases inferiores el peso de la c o n q u i s t a , q u e c a r g ó sobre
todo en el clero, el cual g o z a b a de m u y pocas s i m p a t í a s . A
los ojos de las poblaciones i g n o r a n t e s , el p r e s t i g i o de los
p a t r i a r c a s y de los obispos q u e d ó a n o n a d a d o por su i m p o -
tencia p a r a defender y c o n s e r v a r los s a n t o s l u g a r e s . E n
c o m p e n s a c i ó n del pago de u n t r i b u t o casi i n s i g n i f i c a n t e ,
el c o n q u i s t a d o r g a r a n t i z ó á los c r i s t i a n o s el l i b r e ejerci-
cio de su c u l t o . C o m p r a r o n por d i n e r o su l i b e r t a d reli-
giosa c o m o c u a l q u i e r o t r a cosa. F á c i l sería d a r n u m e r o -
sos ejemplos de la e s c r u p u l o s a fidelidad con q u e los cali-
fas á r a b e s c u m p l i e r o n sus c o m p r o m i s o s . E l ejemplo dado
por Ornar en l a s g r a d a s de la iglesia de la R e s u r r e c c i ó n
fué seguido p o r M o h a w i a , q u e h i z o edificar la iglesia de
E d e s a , y por Abd-el-Melek, q u e d e s p u é s de h a b e r c o m e n -
zado á c o n v e r t i r en m e z q u i t a la iglesia de D a m a s c o , a b a n -
donó la e m p r e s a en el m o m e n t o e n q u e se le p r o b ó q u e
en v i r t u d de la c a p i t u l a c i ó n los c r i s t i a n o s t e n í a n d e r e c h o
á c o n s e r v a r esta iglesia. S i los califas se c o n d u j e r o n de
este m o d o en el p r i m e r a r d o r de la v i c t o r i a , los p r i n c i -
pios que les g u i a b a n d e b í a n o b r a r m á s p o d e r o s a m e n t e to-
davía c u a n d o los á r a b e s , p o r influencia de los n e s t o r i a -
n o s y j u d í o s , se c o n v i r t i e r o n en n a c i ó n i l u s t r a d a . Refié-
rese que Alí, y e r n o de M a h o m a , y su c u a r t o sucesor, cul-
tivaba p o r sí m i s m o las l e t r a s . C i t e m o s e n t r e o t r a s las
s i g u i e n t e s de sus s e n t e n c i a s favoritas: « L a excelencia e n
la ciencia es el m a y o r de los honores.» « E l q u e c o n s a g r a
su vida á la ciencia n u n c a m u e r e . » « L a e r u d i c i ó n es el
m á s bello a d o r n o del h o m b r e . » C u a n d o el s o b e r a n o p e n -
 — 850 —
s a b a y se e x p r e s a b a así, e r a i m p o s i b l e q u e n o prevalecie-
se u n a política l i b e r a l .
O t r a s causas n o m e n o s p o d e r o s a s se a g r e g a r o n á las
que a c a b a m o s de i n d i c a r . L o s h o m b r e s cuyos s e n t i m i e n -
t o s religiosos n o e r a n , n i m u c h o m e n o s , m u y profundos,
q u e sé p r e o c u p a b a n m e n o s de la r e l i g i ó n que del t r i b u t o
q u e t e n í a n q u e p a g a r ; esos h o m b r e s n o t e n í a n m á s q u e r e -
p e t i r u n a fórmula q u e afirmaba la u n i d a d de D i o s y la di-
v i n a m i s i ó n del P r o f e t a , y c a u t i v o s ó esclavos se conver-
t í a n p r o n t o en iguales y a m i g o s del c o n q u i s t a d o r , siendo
m u y p r o b a b l e q u e m u c h o s c r i s t i a n o s fueran de este m o d o
g a n a d o s p o r el m a h o m e t i s m o . E n lo q u e c o n c i e r n e á las
m u j e r e s , el s i s t e m a á r a b e e s t a b a m u y lejos de ser opresi-
vo, l l e g a n d o a l g u n o s a u t o r e s h a s t a a s e g u r a r q u é «las m u -
j e r e s c r i s t i a n a s h a l l a r o n en el serrallo u n delicioso retiro».
P e r o la p o l i g a m i a fué la q u e obró eficazmente p a r a conso-
l i d a r la c o n q u i s t a . G r a c i a s á las n u m e r o s a s familias á q u e
dio origen ( a l g u n a s c o n t a b a n m á s de c i e n t o o c h e n t a hijos)
p u d i e r o n en a l g u n o s a ñ o s p r o d u c i r s e r e s u l t a d o s que en
otras circunstancias hubieran necesitado varias genera-
c i o n e s . T o d o s estos hijos se j a c t a b a n de su origen á r a b e ;
todos h a b l a b a n la l e n g u a de sus p a d r e s , y p a r t i c i p a b a n de
l a s ideas y de los i n t e r e s e s á r a b e s . L a difusión de la len-
g u a á r a b e fué a u n m á s e x t e n d i d a por los edictos de los ca-
lifas. W a l i d I p r o h i b i ó el uso del griego y p r e s c r i b i ó q u e
fuera s u s t i t u i d o p o r el á r a b e .
H e m o s visto, p u e s , sin dificultad las causas de la r á p i -
da difusión del p o d e r á r a b e , y ya n o n o s c o s t a r á n i n g ú n
t r a b a j o e n c o n t r a r las de su d e c a d e n c i a y d i s o l u c i ó n . L a
c o n q u i s t a á r a b e , p o r las p r o p o r c i o n e s q u e t o m ó desde el
o r i g e n , i m p l i c a b a la acción de la n a c i ó n e n t e r a . No podía
r e a l i z a r s e n i s o s t e n e r s e a l g ú n t i e m p o sino á costa del
a g o t a m i e n t o de la población á r a b e i n d í g e n a . Y a n o exis-
t e la a n t i g u a i n m o v i l i d a d de la r a z a á r a b e , ó á lo s u m o ,
l a m a r c h a l e n t a con q u e p r o g r e s a b a h a c í a siglos. L a so-
ciedad e s t a b a a h o r a r e m o v i d a h a s t a e n s u s c i m i e n t o s , y
e s t a b a poseída de fanático delirio; las e m p r e s a s m á s v a s -
t a s y a t r e v i d a s se a c o m e t í a n s i n v a c i l a c i o n e s ; se p e r m i -
t í a n al h o m b r e l a s e s p e r a n z a s y las p a s i o n e s m á s l o c a s ,
t e n i e n d o , como t e n í a n , p r o b a b i l i d a d e s de ser p r o n t á m e n -
 — 351 -
t e s a t i s f e c h a s : a q u í abajo e n c o n t r a b a e n la r i q u e z a y e n
la belleza r e c o m p e n s a s de su v a l o r , p o r n o h a b l a r de l a s
que se le r e s e r v a b a n en el otro m u n d o en el P a r a í s o . P e r o
este i m p e t u o s o v u e l o de la n a c i ó n en t o d a s d i r e c c i o n e s
i m p l i c a b a n e c e s a r i a m e n t e t a m b i é n el r á p i d o c r e c i m i e n t o
de i n t e r e s e s y de políticas o p u e s t a s . L a difusión del sis-
t e m a á r a b e debía c o n d u c i r f a t a l m e n t e á la división y á l a
disolución. E n v i r t u d de las c i r c u n s t a n c i a s en q u e se h a -
bía d e s a r r o l l a d o , e r a i n d u d a b l e que s o b r e v e n d r í a u n a des-
composición, n o en el o r d e n teológico, c o m o en el s i s t e m a
eclesiástico r o m a n o , sino en el político. T o d a s e s t a s con-
sideraciones h a l l a r o n su confirmación eñ l a h i s t o r i a á r a -
be e n t e r a , lo m i s m o en la de los a n t i g u o s t i e m p o s q u e en
la de los t i e m p o s m o d e r n o s .
L a g u e r r a i m p r i m e e x t r a o r d i n a r i a actividad á la exis-
tencia de u n a n a c i ó n . Si la á r a b e h u b i e r a c o n t i n u a d o en
paz h a b r í a n e c e s i t a d o m i l e s de a ñ o s p a r a a d e l a n t a r i n t e -
l e c t u a l m e n t e lo que a d e l a n t ó en u n siglo. L o s á r a b e s n o
se c o n t e n t a b a n con d e s h a c e r s e del l a s t r e que dificulta los
m o v i m i e n t o s de u n a n a c i ó n , la m a s a i n e r t e del p u e b l o
bajo, p u e s s u p i e r o n c o n v e r t i r esta m a s a en fuerza a c t i v a .
E l progreso n a c i o n a l es la s u m a de los p r o g r e s o s indivi-
duales; la i n m o v i l i d a d i n d i v i d u a l es el r e s u l t a d o de la i n e r -
cia i n d i v i d u a l . L a n a c i ó n á r a b e a v a n z ó r a p i d í s i m a m e n t e
p o r q u e se a b r í a á cada i n d i v i d u o u n a c a r r e r a i l i m i t a d a .
Sin e m b a r g o , p o r r á p i d o q u e h a y a sido este m o v i m i e n t o ,
se e n c u e n t r a en él la serie c o m p l e t a de las fases q u e i n -
e v i t a b l e m e n t e a t r a v i e s a la h u m a n i d a d , c u a l q u i e r a que sea
la velocidad con que p r o g r e s e .
L a influencia á r a b e q u e se i m p u s o p o r las a r m a s á
África y Asia, y q u e a m e n a z ó á la m i s m a G o n s t a n t i n o p l a ,
se apoyaba en u n a base i n t e l e c t u a l , cuyo e s t u d i o es. p a r a
n o s o t r o s i m p o r t a n t e . E l C o r á n , q u e forma esta base, h a
ejercido acción decisiva en los d e s t i n o s de. la h u m a n i d a d ,
y todavía h o y sirve de g u í a á la i n m e n s a m a y o r í a de nues->
t r a r a z a . S i r e c o r d a m o s el. p r e t e n d i d o o r i g e n . divino del
C o r á n , lícito n o s es e s p e r a r q u e r e s i s t i r á t o d a s l a s p r u e r
bas á q u e q u i e r a s o m e t e r l e la crítica h u m a n a s i n q u e
pierda n a d a de la v e r d a d y de la excelencia q u e r e i v i n d i í
ca. S o b r e todo n o p e r d a m o s de v i s t a q u e el m i s m o C o j
 — 352 —.

r á n se n o s p r e s e n t a como o b r a a c a b a d a t r a n s m i t i d a á u n
s o l o h o m b r e , y n o como r e s u l t a d o de v a r i a s r e v e l a c i o n e s
sucesivas h e c h a s en d i v e r s a s épocas, y en d i v e r s a s oca-
siones; p o d e m o s , p u e s , exigirle la u n i v e r s a l i d a d y la p e r -
fección.
T e n e m o s d e r e c h o á e s p e r a r q u e n o s ofrezca m i r a s exac-
t a s r e s p e c t o á la n a t u r a l e z a y a l a posición del m u n d o en
q u e v i v i m o s ; q u e , ya t r a t e de las cosas e s p i r i t u a l e s , ya de
l a s m a t e r i a l e s , d e j a r á m u y a t r á s á las m á s célebres p r o -
d u c c i o n e s del g e n i o h u m a n o , t a n lejos c o m o el i n c o m p a -
r a b l e m e c a n i s m o de los cielos y las e s p l é n d i d a s formas
q u e a d o r n a n l a t i e r r a , dejan a t r á s á las m e z q u i n a s in-
v e n c i o n e s del h o m b r e . A d e l a n t á n d o s e m u c h o m á s de cuan-
to h a n escrito los sabios de la I n d i a ó los filósofos de G r e -
cia r e s p e c t o al origen, n a t u r a l e z a y d e s t i n o del u n i v e r s o ,
n o s r e v e l a r á sin d u d a c o n c e p c i o n e s y e x p r e s i o n e s de n o b l e -
z a y m a g n i t u d , d i g n a s del s u b l i m e a s u n t o de que t r a t a . D e -
b e m o s e s p e r a r que n o s r e s o l v e r á de u n a m a n e r a irrefuta-
b l e y definitiva todos los g r a n d e s p r o b l e m a s que d u r a n t e
siglos h a n ocupado las m á s v a s t a s i n t e l i g e n c i a s de Asia
y E u r o p a , y que son la b a s e de t o d a fe y de t o d a filosofía;
q u e n o s d i r á e n t é r m i n o s precisos y l u m i n o s o s lo q u e es
D i o s , el m u n d o y el a l m a , y si el h o m b r e posee a l g ú n cri-
t e r i o de v e r d a d ; que n o s e x p l i c a r á cómo p u e d e existir el
m a r en u n m u n d o cuyo c r e a d o r es o m n i p o t e n t e é infini-
t a m e n t e b u e n o ; que n o s r e v e l a r á h a s t a qué p u n t o fijan
l a s cosas de este m u n d o el d e s t i n o y el libre a r b i t r i o ; q u e
n o s e n s e ñ a r á de d ó n d e v e n i m o s , lo q u e h a c e m o s a q u í aba-
j o y e n lo q u e n o s c o n v e r t i r e m o s d e s p u é s . P u e s t o q u e la
p a l a b r a escrita, bajo la i n s p i r a c i ó n de la D i v i n i d a d debe
n e c e s a r i a m e n t e a c r e d i t a r s e p o r sí m i s m a ó i m p o n e r s e á
t o d o s los e s p í r i t u s con fuerza c r e c i e n t e , á p e s a r del r i g o r
del e x a m e n á q u e se la s u j e t e , e s t a p a l a b r a i n d i c a r á sin
d u d a p o r a d e l a n t a d o l a s c o n c l u s i o n e s á que h a llegado el
e s p í r i t u h u m a n o con los p r o g r e s o s de la ciencia. S e m e -
j a n t e obra, p o r alto q u e sea su origen, n o r e c u s a r á , a n t e s
b i e n , a p e l a r á á la crítica de la filosofía n a t u r a l , q u e con-
s i d e r a r á , n o c o m o su a n t a g o n i s t a , sino c o m o su apoyo
m á s s e g u r o . C u a n d o con el t i e m p o a d q u i e r a m á s e x a c t i t u d
y e x t e n s i ó n l a c i e n c i a h u m a n a , las c o n c l u s i o n e s de u n a y
 — 353 —
o t r a e s t a r á n en perfecto a c u e r d o . P r e s e n t á n d o s e ocasión
nos h a r á p r e s e n t i r al m e n o s las g r a n d e s v e r d a d e s descu-
b i e r t a s por la geología y a s t r o n o m í a , y r e p u d i a r á las a b -
s u r d a s ficciones c r e a d a s por el h o m b r e p r i m i t i v o . N o s
d i r á c ó m o los soles y los m u n d o s e s t á n d i s t r i b u i d o s e n
el espacio i n f i n i t o , y cómo a p a r e c e n y r e a p a r e c e n con
i n m e n s o s i n t e r v a l o s de t i e m p o . Nos d i r á en qué m e d i d a
g o b i e r n a D i o s al m u n d o p o r l e y e s , y e n q u é p u n t o co-
m i e n z a la i n t e r v e n c i ó n de la P r o v i d e n c i a y l a v o l u n t a d
a r b i t r a r i a de D i o s . ¡ C u a n s u b l i m e s e r á esta descripción
d e los e s p l e n d o r e s del u n i v e r s o escrita p o r la m a n o del
Todopoderoso! E n lo que al h o m b r e c o n c i e r n e , n o s expli-
c a r á sus r e l a c i o n e s con los d e m á s seres v i v o s , el l u g a r
que o c u p a e n t r e ellos y sus p r i v i l e g i o s ; si es u n a c r i a t u -
ra r e s p o n s a b l e y de qué m a n e r a . Ya n o dejará al h o m -
bre q u e b u s q u e su c a m i n o á t i e n t a s en m e d i o de los r e s -
t o s de la filosofía g r i e g a p a r a c o n c l u i r p e r d i e n d o l a s
h u e l l a s de la v e r d a d ; le e n s e ñ a r á en qué consiste el ver-
dadero c o n o c i m i e n t o ; le h a r á conocer a n t i c i p a d a m e n t e l a
ciencia y el b i e n e s t a r de n u e s t r a época, y h a s t a le descu-
b r i r á las cosas q u e todavía i g n o r a m o s . L a discusión de
todas estas c u e s t i o n e s , p o r n u m e r o s a s y elevadas q u e s e a n ,
n o exceden del a l c a n c e de u n a o b r a q u e p r e t e n d e t e n e r
origen divino. L a m a n e r a que t i e n e de t r a t a r l a s es el tíni-
co criterio p o r el cual r e c o n o c e r á n su a u t o r i d a d las e d a d e s
sucesivas.
E l C o r á n es de t o d o p u n t o i m p o t e n t e p a r a s o s t e n e r u n a
p r u e b a de este g é n e r o . P o r su filosofía es i n c o n t e s t a b l e -
m e n t e inferior á los escritos de S a k i a - M u n i , el f u n d a d o r
del b u d h i s m o ; p o r lo q u e h a c e á su ciencia, n o t i e n e n i n -
g ú n valor. L a s e s p e c u l a c i o n e s y las c u e s t i o n e s d u d o s a s
a b u n d a n en él y en c a m b i o fracasa en los c o n o c i m i e n t o s
exactos, susceptibles de ser d e m o s t r a d o s . S u a s t r o n o m í a ,
su c o s m o g o n í a y su filosofía s o n p u e r i l e s h a s t a el p u n t o
de h a c e r n o s r e i r , si la risa fuera p e r m i t i d a t r a t á n d o s e
de a s u n t o s s e m e j a n t e s , p u e s son d i g n a s de las p r i m e r a s
e d a d e s del m u n d o y de l a a u r o r a de la ciencia h u m a n a .
L a t i e r r a e s t á s o s t e n i d a en su l u g a r p o r el peso de las
m o n t a ñ a s ; la b ó v e d a de los cielos d e s c a n s a sobre ella
c o m o u n a c ú p u l a . N o p o d e m o s d e s c u b r i r solución de con-
Historia del desarrollo itUelectual de Europa.—TOMO I. 23
 - 354 —
t i n u i d a d e n t r e e l l a s , t e n i e n d o a q u í u n a de las p r u e b a s
m á s b r i l l a n t e s del p o d e r de D i o s . H a y siete cielos super-
p u e s t o s u n o á o t r o , siendo el m á s elevado la r e s i d e n -
cia de D i o s , cuyo t r o n o s o p o r t a n a n i m a l e s a l a d o s . C o m o
se v e , el C o r á n n o r e c h a z a las ideas a s i r í a s . L a s e s t r e l l a s
e r r a n t e s son f r a g m e n t o s de p i e d r a s i n c a n d e s c e n t e s q u e
los á n g e l e s a r r o j a n á los e s p í r i t u s i m p u r o s c u a n d o se
a c e r c a n d e m a s i a d o á los cielos. E l C o r á n e s t á lleno d e
a l a b a n z a s á D i o s y h a c e r e s a l t a r su m a j e s t a d con i m á g e -
n e s , a l g u n a s de las cuales son m u y felices. I n e x o r a b l e
p a r a los que c r e e n q u e D i o s t i e n e i g u a l e s , les previene-
q u e n u n c a s e r á p e r d o n a d o su p e c a d o y les a m e n a z a c o n
e s t a p r e g u n t a e s p a n t o s a q u e les s e r á p r o p u e s t a el día del
j u i c i o final: «¿Dónde i r á n m i s c o m p a ñ e r o s sobre los cua-
les d i s p u t a b a i s ?» P r e s c r i b e u n a confianza a b s o l u t a en l a
m i s e r i c o r d i a de Dios y d e n u n c i a como c r i m i n a l e s á t o d o s
a q u e l l o s que trafiquen con la r e l i g i ó n . A pesar de e s t o ,
l a s ideas del C o r á n r e s p e c t o de D i o s son c o m p l e t a m e n t e
a n t r o p o m ó r f i c a s . S u D i o s n o es o t r a cosa q u e u n h o m b r e
g i g a n t e s c o que vive en el p a r a í s o . Si se e x c e p t ú a n algu-
n a s p á g i n a s , p u e d e decirse que el lector que h a y a reco-
r r i d o los c i e n t o c a t o r c e capítulos del C o r á n lo a b a n d o n a -
r á con la i m p r e s i ó n final de q u e n o h a d e s p e r t a d o en éí
m á s q u e p e n s a m i e n t o s bajos y c o m u n e s . N o es pues-nada-
s o r p r e n d e n t e q u e u n a de l a s sectas m a h o m e t a n a s h a y a
llegado á d e s c u b r i r q u e D i o s e s t á h u e c o de la cintura,
p a r a a r r i b a y q u e el r e s t o de su cuerpo es m a c i z o . L a
u n i d a d q u e afirma M a h o m a es la q u e opone á la T r i n i -
d a d de los c r i s t i a n o s y á la d o c t r i n a de l a g e n e r a c i ó n
d i v i n a . N u n c a l l a m a H i j o de D i o s á n u e s t r o S a l v a d o r ,
s i n o hijo de M a r í a . A c e p t a la e r r ó n e a d o c t r i n a q u e a t r i -
b u y e al u n i v e r s o d e s t i n o p u r a m e n t e h u m a n o . E n lo q u e
al h o m b r e c o n c i e r n e , M a h o m a se m u e s t r a m u y difuso.
E e s p e c t o de la v i d a f u t u r a , h a b l a e n t é r m i n o s m u y p r e -
cisos de la r e s u r r e c c i ó n , del juicio final, del p a r a í s o , d e
los t o r m e n t o s del infierno, del g u s a n o que j a m á s se m u e -
r e y de l a s p e n a s q u e n u n c a se a c a b a n ; p e r o á esa c o n -
c e p c i ó n t a n p r e c i s a del m u n d o futuro se m e z c l a n m u l t i -
t u d de e r r o r e s r e l a t i v o s al p a s a d o . Si las c o n v e n i e n c i a s
n o nos prohibiesen tratar aquí semejante asunto podría-
 — 355 —

m o s m o s t r a r c u a n débiles son sus idea's fisiológicas c u a n -

do alude al origen ó á la g e n e r a c i ó n del h o m b r e . A p e n a s
si e s t á u n poco m á s a d e l a n t a d o q u e T h a l e s . E n s u m a ,
el C o r á n a p a r e c e como guía t a n poco s e g u r o e n las cosas
del p a s a d o q u e n o n o s p u e d e i n s p i r a r g r a n confianza e n
las del p o r v e n i r .
E s m u y difícil j u z g a r de su m é r i t o l i t e r a r i o p o r u n a
t r a d u c c i ó n . P a s a e n t r e los á r a b e s p o r su c o m p o s i c i ó n e n
p r o s a m á s a n t i g u a y e s t á n casi u n á n i m e s en e n s a l z a r l a
i n c o m p a r a b l e excelencia de la o b r a de M a h o m a . S i n e m -
b a r g o , se e n c u e n t r a n e n t r e ellos a l g u n o s h o m b r e s i n s -
t r u i d í s i m o s q u e s i e n t e n p o r ella m e d i a n a e s t i m a c i ó n . L o s
pasajes m á s célebres, c o m o los c a p í t u l o s I I y X X I V , q u e
t r a t a n de la n a t u r a l e z a de D i o s , n o a d m i t e n c o m p a r a c i ó n
con los s a l m o s ó con el libro de J o b . L o s trozos n a r r a t i -
v o s , c o m o p o r ejemplo, la h i s t o r i a de J o s é , son e n ella
b a s t a n t e inferiores á los r e l a t o s del G é n e s i s . M a h o m a
dio cabida e n su obra á m u l t i t u d de l e y e n d a s c r i s t i a n a s
que h a t o m a d o sin d u d a del E v a n g e l i o apócrifo de S a n
B e r n a b é . H a r e p r o d u c i d o t a m b i é n diferentes pasajes de
la E s c r i t u r a . E l de la t e n t a c i ó n de A d á n , el del diluvio
y el de J o n á s y la b a l l e n a que su i m a g i n a c i ó n h a e n r i -
quecido con a d o r n o s dignos de los c u e n t o s de Las mil y
una noches y de las h i s t o r i a s m a r a v i l l o s a s de g e n i o s y
encantamientos.
A c o n t e c e q u e d e s p u é s de u n a l e c t u r a i m p a r c i a l del Co-
r á n , el lector se p r e g u n t a con a d m i r a c i ó n cómo t a n débil
producción h a podido c o n s e g u i r t a n p e r f e c t a m e n t e s u
objeto. P e r o en religión como en o t r a s cosas, l a teoría es
u n a cosa y l a p r á c t i c a o t r a m u y diferente. E n el C o r á n
a b u n d a n consejos y p r e c e p t o s m o r a l e s v e r d a d e r a m e n t e
e x c e l e n t e s ; n o p o d e m o s volver la h o j a s i n e n c o n t r a r e n '
cualquier sitio p o r d o n d e le a b r a m o s m á x i m a s q u e se r e -
c o m i e n d a n á t o d o s los h o m b r e s . E n esta o b r a l a s divi-
siones son e x c e s i v a m e n t e n u m e r o s a s , y á cada i n s t a n t e
nos ofrece t r o z o s , s e n t e n c i a s y p r e c e p t o s q u e f o r m a n p o r
sí m i s m o s u n t o d o c o m p l e t o , en el que cada cual p u e d e
e n c o n t r a r u n guía p a r a l a s vicisitudes de la vida. I n s i s t e
sin cesar e n el m é r i t o de la o r a c i ó n , de la b e n e v o l e n c i a ,
de la l i m o s n a , del a y u n o , de l a s p e r e g r i n a c i o n e s y de l a s
 — 356 —

b u e n a s o b r a s en g e n e r a l . H a y a s i m i s m o a b u n d a n c i a de
p r e s c r i p c i o n e s relativas á la vida social y d o m é s t i c a , á
las d e u d a s , á los t e s t i m o n i o s , al m a t r i m o n i o , á los h i j o s ,
al v i n o , etc.; p e r o p o r e n c i m a de todo excita c o n s t a n t e -
m e n t e á c o m b a t i r al infiel y al blasfemo. Si n o s fijamos
en lo q u e es l a vida en A s i a , n o e n c o n t r a r e m o s q u i z á e n
ella u n a situación á la cual n o c o n v e n g a u n o de los p a -
sajes del C o r á n como i n s t r u c c i ó n , como a d v e r t e n c i a ,
c o m o consuelo, ó como i n s p i r a c i ó n de arrojo. P a r a el
asiático y el africano, f r a g m e n t o s religiosos y m o r a l e s de
este g é n e r o son m u c h o m á s ú t i l e s que c u a l q u i e r d o c t r i n a
teológica c o m p l e t a . L a n a t u r a l e z a del espíritu de M a h o -
m a n o le p e r m i t í a en m a n e r a a l g u n a t r a t a r i m p o r t a n t e s
c u e s t i o n e s filosóficas con la solidez y la h a b i l i d a d de los
g r a n d e s escritores de G r e c i a y de la I n d i a ; pero n a d i e
supo n u n c a c o m o él p r o v e e r á la satisfacción de las n e c e -
sidades i n t e l e c t u a l e s del vulgo; todo le servía á este efec-
t o , h a s t a su h o r r i b l e fatalismo. E l d e s t i n o inflexible n o s
a g u a r d a , y sin e m b a r g o , el m i s m o profeta n o sabe c u á l
p u e d e s e r : «A cada n a c i ó n se le h a a s i g n a d o su tiempo.»
«La m u e r t e n o s s o r p r e n d e r á , a u n en las c i m a s de las t o -
r r e s m á s a l t a s ; p e r o sólo D i o s conoce el l u g a r en q u e
cada h o m b r e h a de morir.» D e s p u é s de r e c o m e n d a r n o s
q u e m e d i t e m o s en la r e s u r r e c c i ó n y en el día del j u i c i o ,
d e s p u é s de h a b e r n o s h e c h o e n t r e v e r las delicias del p a -
raíso, d e s p u é s de h a b e r n o s a m e n a z a d o c o n el infierno,
confiesa c a n d o r o s a m e n t e que n o sabe «en q u é v e n d r e m o s
á p a r a r d e s p u é s n i v o s o t r o s n i yo».
E l C o r á n , p u e s , revela u n origen i n t e l e c t u a l p u r a m e n -
t e h u m a n o , y h a s t a su m i s m a g r a n d e z a es d i s c u t i b l e ;
p e r o n o se s a q u e de aquí, como se h a s o s t e n i d o frecuente-
m e n t e , q u e su a u t o r h a y a sido u n i m p o s t o r . «No soy m á s
q u e u n p r e d i c a d o r público», decía y r e p e t í a á cada i n s -
t a n t e . Defiende su obra a l g u n a s veces a c e r b a m e n t e c o n -
t r a aquellos q u e en su m i s m o t i e m p o la d e n u n c i a b a n
como m o n t ó n confuso de q u i m e r a s , y lo que es t o d a v í a
peor, como u n a i m p o s t u r a . No es M a h o m a el ú n i c o h o m -
b r e que se h a creído en c o m u n i c a c i ó n con la d i v i n i d a d ,
p o r q u e este es u n estado patológico al que c u a l q u i e r a
p u e d e verse r e d u c i d o p o r el a y u n o y la a n s i e d a d m e n t a l .
 — 357 —

E n todo lo que h e dicho de u n a obra q u e t a n t o s millo-

n e s de h o m b r e s c o n s i d e r a n como r e v e l a c i ó n de D i o s , m e
h e esforzado p o r h a b l a r , a u n q u e l i b r e m e n t e , con r e s p e -
t o , p u e s n o olvido n u n c a c u á n t o le d e b e n África y Asia,
donde es t o d a v í a g u í a de la e x i s t e n c i a c u o t i d i a n a , y c u á n -
to le d e b e n t a m b i é n E u r o p a y A m é r i c a , que p o r ella h a n
recibido l a s p r i m e r a s luces de la ciencia.
C o m o es fácil p r e v e r , desde M a h o m a se h a n h e c h o
m u l t i t u d de adiciones al C o r á n , ya por las s e c t a s , y a p o r
la s u p e r s t i c i ó n p o p u l a r . E l m a h o m e t i s m o ofrece a h o r a
m u l t i t u d de á n g e l e s y de g e n i o s . E s t o s ú l t i m o s , de n a t u -
r a l e z a m á s g r o s e r a que la de a q u é l l o s , b e b e n , c o m e n y
se r e p r o d u c e n y son de dos e s p e c i e s : los b u e n o s y los
malos.' E x i s t í a n m u c h o t i e m p o a n t e s de los h o m b r e s y
o c u p a b a n la t i e r r a a n t e s del n a c i m i e n t o de A d á n . I n m e -
d i a t a m e n t e d e s p u é s de la m u e r t e , dos á n g e l e s con r o s t r o
lívido, M o n k i r y N e k k a r , e x a m i n a n cada cuerpo á fin de
saber si fué fiel á D i o s y á M a h o m a . E n c u a n t o al a l m a ,
h a sido s e p a r a d a del cuerpo p o r el á n g e l de la m u e r t e y
p e r m a n e c e e n u n estado p r o v i s i o n a l h a s t a l a r e s u r r e c -
ción. S i n e m b a r g o , l a s o p i n i o n e s e s t á n m u y divididas
respecto de esta s i t u a c i ó n del a l m a h a s t a el día del j u i c i o .
P i e n s a n u n o s que a n d a v a g a n d o a l r e d e d o r de l a t u m b a ;
o t r o s , que cae en el pozo de Z é m - Z e m , y o t r o s , que se
recoge en la t r o m p e t a del á n g e l de la r e s u r r e c c i ó n . S i n
duda q u e ' el p u n t o difícil e r a fijar la s u e r t e del a l m a
m i e n t r a s espera el día del j u i c i o , dé m a n e r a q u e n o se
a n t i c i p a r a en n a d a este g r a n a c o n t e c i m i e n t o , ó lo q u e es
i g u a l , que n o v i n i e r a á ser i n ú t i l . P o r lo q u e h a c e á l a
r e s u r r e c c i ó n , c r e e n u n o s q u e es s i m p l e m e n t e e s p i r i t u a l ,
y o t r o s , q u e es t a m b i é n c o r p o r a l ; p r e t e n d e n estos ú l t i -
m o s q u e el ú l t i m o h u e s o de la c o l u m n a v e r t e b r a l , el co-
c i x , s e r v i r á en cierto m o d o de g e r m e n y q u e , vivificado
por u n a lluvia de c u a r e n t a d í a s , d a r á o t r a vez n a c i m i e n -
to al c u e r p o . U n o de los s i g n o s q u e a n u n c i a r á el día
del juicio s e r á la salida del sol p o r O c c i d e n t e . S u a p a r i -
ción s e r á s a l u d a d a p o r t r e s t r o m p e t a z o s : el p r i m e r o , el
de c o n s t e r n a c i ó n , q u e b r a n t a r á la t i e r r a h a s t a su c e n t r o
y a p a g a r á el sol y las e s t r e l l a s ; el s e g u n d o , el del e x t e r -
m i n i o , a n o n a d a r á t o d a s l a s cosas m a t e r i a l e s , excepción
 - 358 -
h e c h a del p a r a í s o , el infierno y el t r o n o de D i o s . D u r a n -
t e c u a t r o a ñ o s c o n s e c u t i v o s la t r o m p e t a del á n g e l Israfil
a n u n c i a r á la r e s u r r e c c i ó n . D e esta t r o m p e t a se e s c a p a r á n
i n n ú m e r a s m i r í a d a s de a l m a s que en ella e n c o n t r a r o n
refugio ó q u e allí se h a n o c u l t a d o . E l día del j u i c i o v e n -
d r á e n t o n c e s . S o b r e la d u r a c i ó n de este d í a , el C o r á n n o
ofrece m á s que c o n t r a d i c c i o n e s ; u n a s veces lo fija e n m i l ,
o t r a s en c i n c u e n t a m i l a ñ o s . L o s m a h o m e t a n o s a d o p t a n
g e n e r a l m e n t e esta ú l t i m a cifra, p u e s p i e n s a n que m i l
a ñ o s n o b a s t a r í a n p a r a j u z g a r á los á n g e l e s , á los g e n i o s ,
á los h o m b r e s y á los a n i m a l e s . L o s h o m b r e s a p a r e c e r á n
e n su estado n a t u r a l y d e s n u d o s ; b l a n c o s camellos a l a d o s ,
c u b i e r t o s de sellos de oro, l l e v a r á n á los elegidos. Dicta-
d a s que sean todas las s e n t e n c i a s , los malos s e r á n ator-
m e n t a d o s p o r i n t o l e r a b l e calor. E l sol que r e n a c e r á apro-
x i m á n d o s e á la d i s t a n c i a de u n a m i l l a , h a r á salir de s u s
c u e r p o s a b r a s a d o sudor, en el cual p e r m a n e c e r á n s u m i -
dos h a s t a la boca ó h a s t a los tobillos, s e g ú n q u e h a y a n
aglomerado m á s ó menos culpas. Los buenos encontra-
r á n abrigo á la s o m b r a del t r o n o de D i o s . E l j u e z t e n d r á
s u r e s i d e n c i a en m e d i o de l a s n u b e s , a b i e r t o s a n t e él sus
l i b r o s , y cada cual p o r su t u r n o s e r á l l a m a d o á d a r cuen-
t a de s u s a c c i o n e s . A fin de p r e c i p i t a r la c e r e m o n i a , l a s
o b r a s de cada u n o s e r á n p e s a d a s en la b a l a n z a del á n g e l
G a b r i e l , u n o de cuyos platillos e s t á s u s p e n d i d o e n c i m a
del p a r a í s o y el otro e n c i m a del infierno. D i c t a d a s e n t e n -
c i a , la a s a m b l e a en i n m e n s a p r o c e s i ó n se d i r i g i r á h a c i a
el p u e n t e A l E i r a r , q u e , t e n d i d o sobre las bocas del i n -
fierno, es t a n e s t r e c h o c o m o el filo de u n a e s p a d a . M a h o -
m a y s u s fieles s u f r i r á n desde luego la peligrosa p r u e b a ,
p e r o los p e c a d o r e s , cegados p o r el t e r r o r , c a e r á n en el
a b i s m o . L o s elegidos r e c i b i r á n u n a a n t i c i p a c i ó n de l a
e t e r n a d i c h a e n las m á r g e n e s de u n lago al q u e c o n d u c -
t o s de p l a t a l l e v a n las a g u a s de A l - k a n t h o r . E l suelo del
p a r a í s o es de a l m i z c l e y e n él c o r r e n a p a c i b l e m e n t e los
ríos e n l e c h o s de r u b í e s y e s m e r a l d a s . D e t i e n d a s forma-
d a s p o r p e r a s h u e c a s s a l d r á n las h u r í e s ó v í r g e n e s del
p a r a í s o con u n séquito de bellos adolescentes. C a d a e l e -
gido t e n d r á p a r a sí o c h e n t a m i l servidores y s e t e n t a y
dos v í r g e n e s . L o s m u s u l m a n e s q u e se d i s t i n g u e n p o r s u
 — 359 —
•caridad, a ñ a d e n t a m b i é n á ellas las m u j e r e s q u e t u v i e r o n
e n la t i e r r a ; el i n e x o r a b l e ortodoxo p r e t e n d e q u e las m u -
j e r e s t i e n e n ya casi lleno el infierno. ¿Cómo podría ser
de otro m o d o si en la t i e r r a les e s t á p r o h i b i d o ir á o r a r
á las m e z q u i t a s ? Si t u v i e r a t i e m p o , todavía p u d i e r a h a -
blar de las telas de seda b o r d a d a s de p l a t a y oro, de los
espléndidos vestidos de color v e r d e , de los b l a n d o s t a p i -
ces, de los f e s t i n e s , de los conciertos y de los c a n t o s s i n
fin r e s e r v a d o s á los elegidos. E n el p a r a í s o de M a h o m a
todas las i m p u r e z a s se e s c a p a r á n del c u e r p o , n o c o m o
d u r a n t e la vida, sino p o r u n a especie de t r a s p i r a c i ó n q u e
e x t e n d e r á p o r todas p a r t e s u n p e r f u m e de alcanfor y de
a l m i z c l e . N a d i e en él se q u e j a r á de c a n s a n c i o n i n a d i e
d i r á q u e se e n c u e n t r a e n f e r m o .
L a s contradicciones, puerilidades é imposibilidades que
l l e n a n los párrafos p r e c e d e n t e s m u e s t r a n s u f i c i e n t e m e n t e
que la religión de M a h o m a se h a dividido en i n n u m e r a -
bles sectas. Se c u e n t a n h a s t a s e t e n t a y t r e s . U n o s , los
s u n i t a s , t o m a n p o r guía las t r a d i c i o n e s ; o t r o s se o c u p a n
e n i n v e s t i g a c i o n e s filosóficas r e f e r e n t e s á la e x i s t e n c i a
del m a l en el m u n d o , á los a t r i b u t o s de D i o s , á la p r e d e s -
t i n a c i ó n a b s o l u t a y á la e t e r n a c o n d e n a c i ó n . I n v e s t i g a n
t a m b i é n si D i o s es invisible ó c o r p o r a l y si es capaz de
movimiento, cuestiones todas m u y propias para engen-
d r a r s e c t a s . A d e m á s , los S c h y i t a s c o n s i d e r a n á Alí c o m o
u n a e n c a r n a c i ó n de D i o s , y p r e t e n d e n que existía a n t e s
de que fuera c r e a d o el m u n d o y q u e n o h a m u e r t o , s i n o
q u e h a subido al cielo, de d o n d e o t r a vez d e s c e n d e r á e n -
-

tre n u b e s p a r a j u z g a r al m u n d o . E n c u a n t o á los g r a n d e s
filósofos m a h o m e t a n o s , a c e p t a n s i m p l e m e n t e la doctri-
na de la u n i d a d de D i o s como lo ú n i c o de que el h o m -
bre p u e d e e s t a r c i e r t o , y c o n s i d e r a n todo lo d e m á s c o m o
vanas fábulas q u e , sin e m b a r g o , t i e n e n su u t i l i d a d p o l í -
tica, p u e s t o que p r e o c u p a n á s e c t a r i o s , ofreciéndoles a s u n -
t o s p a r a sus d i s p u t a s y c o n s u e l o s á los e s p í r i t u s i n c u l t o s .
L a s o m b r í a m e d i a l u n a de los á r a b e s se -cernía, p u e s ,
s o b r e el N o r t e de África, t o c a n d o u n o de sus c u e r n o s al
Bosforo y el otro á los P i r i n e o s . D u r a n t e a l g ú n t i e m p o
pareció q u e el s i n i e s t r o m e t e o r o iba t o d a v í a á e x t e n d e r s e
m á s y envolver á t o d a E u r o p a . E l c r i s t i a n i s m o h a b í a p a r a
 - 360 -
s i e m p r e p e r d i d o las m á s b e l l a s c o m a r c a s d o n d e en o t r o
t i e m p o r e i n a b a su i n f l u e n c i a , África, E g i p t o , S i r i a , el
Asia M e n o r , E s p a ñ a , y debía p e r d e r t a m b i é n su m e t r ó p o -
li de O r i e n t e . Arrojado de e s t a s a n t i g u a s é i l u s t r e s r e g i o -
n e s , descendió á la G a l i a , á G e r m a n i a , á B r e t a ñ a y á
E s c a n d i n a v i a . ¿ Q u é le i b a n á ofrecer e s t a s salvajes co-
m a r c a s e n c o m p e n s a c i ó n de las g r a n d e s c a p i t a l e s que vi-
v í a n e t e r n a m e n t e en los fastos de la h i s t o r i a eclesiástica
y en los a n a l e s de la r a z a h u m a n a , C a r t a g o , A l e j a n d r í a ,
Jerusalem, Antioquia y Constantinopla ? F u é muy triste
c a m b i o . L o s trabajos m a t e r i a l e s é i n t e l e c t u a l e s de q u e
e s t a s ciudades fueron t e s t i g o s ; los s e r m o n e s , p e n i t e n c i a s
y o r a c i o n e s que se les h a b í a n p r o d i g a d o n o p r o d u j e r o n
los r e s u l t a d o s que se h a b í a n profetizado. Teológica y m o -
r a l m e n t e l a s n a c i o n e s h a b í a n decaído. E l p a t r i o t i s m o y a
n o existía; los sectarios h i c i e r o n t r a i c i ó n al E s t a d o p a r a
salvar su s e c t a , y la c o n q u i s t a fué la r e c o m p e n s a de su
traición.
Estos lamentables acontecimientos nos enseñan que
los"principios que g o b i e r n a n al m u n d o m o r a l son a n á l o -
gos á los q u e d o m i n a n en el m u n d o físico. N o es la i n c e -
s a n t e i n t e r v e n c i ó n de la D i v i n i d a d la q u e d e s t r u y e b r u s -
c a m e n t e la c o n t i n u i d a d del m o v i m i e n t o h i s t ó r i c o ; n o s o n
i o s m i l a g r o s y prodigios los q u e deciden del curso de l o s
a c o n t e c i m i e n t o s ; los a c o n t e c i m i e n t o s se suceden y se l i g a n
u n o s con otros p o r la s i m p l e ley de c a u s a y efecto. E l c r i s -
t i a n i s m o p r i m i t i v o tocó al t é r m i n o de su desarrollo c u a n -
do llegó á los l í m i t e s del I m p e r i o r o m a n o . L o s a c o n t e c i -
m i e n t o s q u e se r e a l i z a r o n e n el m u n d o religioso d e p e n -
d í a n de los q u e se h a b í a n realizado en el m u n d o político;
es m á s , fueron sus c o n s e c u e n c i a s y sus r e s u l t a d o s . Asi-
m i s m o la p é r d i d a de Asia y África fué u n a c o n s e c u e n c i a
del m o v i m i e n t o á r a b e , p o r m á s q u e h u b i e r a sido fácil
i m p e d i r esta catástrofe y c o n s e r v a r estos dos c o n t i n e n t e s
e n la fe c r i s t i a n a si la Iglesia h u b i e r a querido volver á
h a c e r el m e n o r de los m i l a g r o s de q u e e s t á p l a g a d a *su
h i s t o r i a , y q u e en t o d a s ocasiones, p o r i n s i g n i f i c a n t e s q u e
fuesen, p r o d i g a b a . No conozco en t o d a la h i s t o r i a de n u e s -
t r a r a z a a c o n t e c i m i e n t o m á s propio p a r a e x c i t a r ú t i l m e n -
t e l a m e d i t a c i ó n de u n h o m b r e serio.
 CAPÍTULO XII

Edad, de fe e a Occidente.

De la edad de fe en Oriente pasemos á la edad de fe en

Occidente. Como hemos visto, la primera encontró pre-
maturofinen la transformación de las poblaciones por la
guerra, la conquista y la poligamia; la segunda, mejor
favorecida por las circunstancias", acabó todas sus fases,
y después de varios siglos dejó su lugar á la edad de ra-
zón. Si tantos recuerdos profundamente interesantes se
unen á Jerusalem, la Ciudad Santa de Oriente, muchos
recuerdos también, que en nada ceden á los primeros, se
unen á Eoma, la Ciudad Eterna de Occidente.
El sistema bizantino, nacido de la política de un sol-
dado ambicioso y un clero enemigo de toda rivalidad,
se había difundido en las regiones oriental y meridional
del Imperio. El odio que profesaba á los conocimientos
humanos, sus ideas y prácticas religiosas envilecidas ha-
bían llegado hasta Italia, donde fué adoptado, no por los
romanos, que ya no existían, sino por las poblaciones
mixtas de godos y mestizos que ocupaban á la sazón la
Península. Gregorio el Grande puede ser considerado
como la encarnación de las ideas de estas poblaciones de-
generadas. El deplorable sistema, tan cuidadosamente
sostenido por Constantino y tan querido por los obispos
de Oriente, había sucumbido en el mismo sitio donde
nació bajo los golpes de los vándalos, persas y árabes;
pero trasplantado á Eoma uno de sus retoños se desarro-
lló con fuerza inesperada y cubrió durante siglos á Eu-
ropa con su funesta sombra. Ingerto en la antigua reli-
 — 362 —

g i ó n de los t i e m p o s a p o s t ó l i c o s , el s i s t e m a b i z a n t i n o n o
la.dejó m á s que el n o m b r e .
H e m o s visto en el capítulo p r e c e d e n t e cómo por con-
s e c u e n c i a de la i n v a s i ó n de los v á n d a l o s , el I m p e r i o p e r -
dió al África. E l I m p e r i o s i n t i ó c r u e l m e n t e el golpe, p o r -
q u e el África era de todas las p r o v i n c i a s la que le c o s t a b a
m e n o s y le p r o d u c í a m á s , p u e s le s u m i n i s t r a b a h o m b r e s ,
d i n e r o , y lo q u e a u n era m á s i m p o r t a n t e , los t r i g o s q u e
se c o n s u m í a n e n I t a l i a . L a s ú b i t a falta- de estos t r i g o s
h i z o i m p o s i b l e s las d i s t r i b u c i o n e s q u e se h a c í a n h a b i t u a l -
m e n t e en R o m a , E á v e n a y M i l á n . E l h a m b r e castigó á
I t a l i a , y t u v o p o r i n e v i t a b l e consecuencia el q u e d i s m i -
n u y e r a la cifra de la p o b l a c i ó n . A todas estas c a l a m i -
d a d e s v i n o á a g r e g a r s e la i n v a s i ó n de A t i l a , r e y de los
h u n n o s , el azote de D i o s , c o m o se l l a m a b a él á sí m i s m o ,
el cual fué d e t e n i d o el a ñ o 4 1 5 por la b a t a l l a de Chalona,-
ú l t i m o esfuerzo del I m p e r i o a g o n i z a n t e .
C u a t r o a ñ o s d e s p u é s l a s d i s e n s i o n e s de la familia i m -
p e r i a l condujeron á E o m a á G e n s e r i c o , r e y de los v á n d a -
los de África. E n t o n c e s África se e n c o n t r ó v e n g a d a del
a t r o z t r a t a m i e n t o q u e e n o t r o t i e m p o infligió á C a r t a g o .
D u r a n t e q u i n c e días los v á n d a l o s s a q u e a r o n l a c i u d a d
y c o m e t i e r o n crueldades i n a u d i t a s . G r a c i a s á s u s n a v i o s ,
q u e r e m o n t a r o n el T í b e r , p u d i e r o n a c a b a r c o m p l e t a m e n -
t e su o b r a de d e s t r u c c i ó n . L o s t e s o r o s de E o m a y m u l t i -
t u d de n o b l e s c a u t i v o s fueron t r a s l a d a d o s á C a r t a g o . V e n -
t i ú n a ñ o s m á s t a r d e , el 4 7 6 d e s p u é s de Cristo, se d e s p l o -
m ó el I m p e r i o de Occidente.'
L a t r a i c i ó n de los a r r í a n o s de África h a b í a , p u e s , n o
s o l a m e n t e i n t r o d u c i d o á los v á n d a l o s e n l a s p r o v i n c i a s
m á s i m p o r t a n t e s de I t a l i a , s i n o , lo q u e es m á s , p r e p a r a d o
l a r u i n a de B o m a . E l e m p e r a d o r J u s t i n i a n o r e c o n q u i s t ó
al África é i n m e d i a t a m e n t e t r a t ó de r e c u p e r a r á I t a l i a ' d e l
p o d e r de los godos. S u g e n e r a l B e l i s a r i o se a p o d e r ó de
E o m a el 10 de d i c i e m b r e del 5 5 6 . D u r a n t e las g u e r r a s
q u e s i g u i e r o n c o n t r a V i t i g e s , I t a l i a fué d e v a s t a d a y su
p o b l a c i ó n d i e z m a d a p o r el h i e r r o , la p e s t e y el h a m b r e .
E n t o d a s p a r t e s fueron d e s t r u i d o s los gloriosos r e s t o s de
l a a n t i g ü e d a d : e s t a t u a s c o m o la de la m o l e de A d r i a n o
fueron a r r o j a d a s sobre los sitiadores. E s t a s g u e r r a s con-r
 - 363 -
c l u y e r o n p o r la r e n d i c i ó n de Vitiges y la t o m a de B á -
vena.
P e r o en c u a n t o se alejó B e l i s a r i o estalló la i n s u r r e c -
ción. L o s godos r e c u p e r a r o n á E o m a y a r r a s a r o n s u s
m u r a l l a s . D u r a n t e dos s e m a n a s la ciudad quedó d e s i e r t a .
E n v i a d o n u e v a m e u t e por el e m p e r a d o r , B e l i s a r i o volvió '
á e n t r a r en E o m a , pero n o pudo s o s t e n e r s e d e n t r o de ella.
D u r a n t e c u a t r o a ñ o s I t a l i a fué p r e s a de las d e v a s t a c i o n e s
de los godos y d e los francos. Al fin J u s t i n i a n o envió u n
b u e n ejército al m a n d o de N a r s é s . L a m o n a r q u i a . d e los
ostrogodos fué d e r r i b a d a é I t a l i a formó el e x a r c a d o de
Eavena.
¿ A q u é precio*se o b t u v o este r e s u l t a d o ? Se h a p r e t e n -
dido q u e I t a l i a p e r d i ó q u i n c e m i l l o n e s de h a b i t a n t e s ,
aserción q u e p o d e m o s p o n e r e n c u a r e n t e n a , p u e s los s u -
pervivientes a p e n a s a l c a n z a b a n p a r a f o r m a r e s t a cifra.
S i n e m b a r g o , sólo esta afirmación n o s b a s t a p a r a d e d u c i r
que I t a l i a a t r a v e s ó u n a crisis e s p a n t o s a . L a s h u e l l a s d e
la civilización d e s a p a r e c i e r o n en o t r a s r e g i o n e s ; el valle
del D a n u b i o volvió á h u n d i r s e en la b a r b a r i e ; las costas
de África é I t a l i a se c o n v i r t i e r o n en e s p a n t o s o s d e s i e r t o s .
E l e s t e r m i n i o de los h a b i t a n t e s de I t a l i a , q u e fueron s u s -
tituidos p o r b á r b a r o s a v e n t u r e r o s , n o p u d o t e n e r otro'
efecto que l a degradación, m o r a l de las d i s p e r s a s pobla^
ciones de la P e n í n s u l a . E n O r i e n t e como en O c c i d e n t e
se h a c í a m a n i f i e s t a la i m p o t e n c i a del g o b i e r n o eclesiás-
tico: J e r u s a l e m t o m a d a p o r los p e r s a s y los á r a b e s ; E o m a
saqueada por los v á n d a l o s y los godos.
L l e g a d o á este p u n t o , es o p o r t u n o que vuelva u n poco
a t r á s . P a r e c e ser q u e los obispos de E o m a t e n í a n escaso
interés en los g r a n d e s a c o n t e c i m i e n t o s políticos q u e c o i n -
cidieron con la m u e r t e de L e ó n el G r a n d e y el e s t a b l e c i -
m i e n t o del r e i n o de I t a l i a p o r el b á r b a r o O d o a c r o , y q u e
se verificaron de los a ñ o s a ñ o s 4 7 6 al 4 9 0 . S i n d u d a a d i -
v i n a r o n q u e este e s t a b l e c i m i e n t o n o podía ser d u r a d e r o , .
y a s i m i s m o c o m p r e n d i e r o n m u y b i e n c u á l e r a el c a m i n o
que debía c o n d u c i r l e s á la d o m i n a c i ó n e s p i r i t u a l . E n
todos los t i e m p o s los c r i s t i a n o s m a n i f e s t a r o n la m á s c o m -
pleta indiferencia sobre la s u e r t e de la a n t i g u a B o m a , y
e n m e d i o de sus r u i n a s , los P a p a s . n o se o c u p a b a n d e
 — 364 —
o t r a cosa q u e de h a c e r a r r a i g a r s ó l i d a m e n t e los c i m i e n t o s
de su poder. P o c o les i m p o r t a b a q u i e n fuese el s o b e r a n o
t e m p o r a l de I t a l i a ; p e r o d e s p l e g a b a n e x t r e m a vigilancia
y la m a y o r firmeza en las r e l a c i o n e s con sus rivales los
obispos de C o n s t a n t i n o p l a y Alejandría. E n la c r i s t i a n d a d
se h a c í a c a d a vez m á s u r g e n t e la n e c e s i d a d de u n jefe
q u e se p u s i e r a á su c a b e z a , q u e u n a vez establecida y
definida ,* esta s u p r e m a c í a i m p l i c a r í a n e c e s a r i a m e n t e el
t r i u n f o final del p o d e r e s p i r i t u a l sobre el t e m p o r a l . D e
todos los objetos p e r s e g u i d o s p o r la a m b i c i ó n h u m a n a ,
este p r i m a d o en la c r i s t i a n d a d era c i e r t a m e n t e el q u e m á s
m e r e c í a q u e p o r él se l u c h a s e .
B o m a , no dejando escapar n i n g u n a ocasión, siempre
i n t e n t ó con i n q u e b r a n t a b l e firmeza que sus decisiones
fueran a c e p t a d a s en la m i s m a C o n s t a n t i n o p l a . E s t a con-
d u c t a se h i z o m a n i f i e s t a sobre todo en el a s u n t o de Aca-
c i o , obispo de e s t a c i u d a d , q u i e n después de h a b e r sido
i n ú t i l m e n t e a m o n e s t a d o p o r F é l i x , obispo de E o m a , fué
e x c o m u l g a d o p o r éste. Como e r a m u y difícil ejecutar la
s e n t e n c i a , u n m o n j e se arriesgó á p l a n t a r la b u l a de
e x c o m u n i ó n e n el traje de Acacio en el m i s m o m o m e n t o
e n que e n t r a b a en la iglesia. S i n h a c e r c a s o , Acacio ce-
l e b r ó el oficio divino y d e s p u é s e x c o m u l g ó á F é l i x , c o m o
éste le h a b í a e x c o m u l g a d o á él. Refiriéndose á e s t a cues-
t i ó n el P a p a G e l a s i o , decía estas p a l a b r a s , dirigiéndose
al e m p e r a d o r : «Dos poderes g o b i e r n a n al m u n d o : el p o d e r
i m p e r i a l y el pontificio. Vos sois el s o b e r a n o de l a r a z a
h u m a n a , p e r o debéis i n c l i n a r o s a n t e aquellos q u e p r e s i -
d e n á l a s cosas d i v i n a s . E l clero es el m á s alto de los p o -
d e r e s , y en el día del j u i c i o final t e n d r á q u e d a r c u e n t a
de los actos de los reyes.» E s t e n o es el lenguaje de u n
débil clérigo, sino el de u n pontífice q u e t i e n e conciencia
de su fuerza.
L a c o n q u i s t a de I t a l i a p o r T e o d o r i c o , r e y de los o s t r o -
g o d o s , en el a ñ o 4 9 3 , dio á los obispos de R o m a u n so-
b e r a n o a r r i a n o , y el m u n d o fué testigo del h e c h o e x t r a ñ o
de q u e u n h e r e j e n o m b r a r a al vicario de Dros en l a t i e -
r r a . D o s rivales se d i s p u t a b a n el pontificado, y s u s p a r t i -
d a r i o s , s i g u i e n d o el ejemplo del O r i e n t e , h i c i e r o n c o r r e r
t o r r e n t e s de s a n g r e . E l m o n a r c a godo o r d e n ó q u e se re-
 — 365 —
c o n o c i e r a á a q u é l que h u b i e r a r e u n i d o m a y o r í a de v o t o s
y que h u b i e r a sido c o n s a g r a d o p r i m e r o . D e e s t a m a n e r a
se h i z o P a p a S i m a c o .
H o r m i s d a s , q u e le sucedió, i n t e n t ó n u e v a m e n t e decidir
al e m p e r a d o r de O r i e n t e A n a s t a s i o , á que r e c o n o c i e r a la
s e n t e n c i a d i c t a d a c o n t r a Acacio y su p a r t i d o . T a m b i é n
-quiso obligar al clero á que le diera su c o n s e n t i m i e n t o ,
pero fueron i n ú t i l e s sus esfuerzos. Al fin E o m a lo c o n s i -
gue en t i e m p o del e m p e r a d o r J u s t i n o . F u e r o n a c e p t a d a s
todas sus c o n d i c i o n e s y el c i s m a concluyó con la h u m i -
llación del p a t r i a r c a de C o n s t a n t i n o p l a . P e r o b i e n p r o n t o
resultó p r o b a d o de u n a m a n e r a i n c o n t e s t a b l e q u e e s t a
victoria e n el m u n d o e s p i r i t u a l fué c o m p r a d a con u n a
concesión en el m u n d o t e m p o r a l . Se d e s c u b r i e r o n c o n t r a
Teodorico c o n s p i r a c i o n e s en E o m a , d o n d e c o r r í a el r u -
mor de que a n t e s de poco C o n s t a n t i n o p l a a r r a n c a r í a á
I t a l i a del yugo de los h e r e j e s a r r í a n o s . E s i n d u d a b l e q u e
Teodorico conoció la t r a i c i ó n con la cual se le r e c o m p e n -
saba l a i m p a r c i a l e q u i d a d de q u e h a b í a dado p r u e b a . I n -
m e d i a t a m e n t e m a n d ó d e s a r m a r á la p o b l a c i ó n r o m a n a y
lejos de d a r c u a r t e l , t o m ó v e n g a n z a e j e m p l a r . E n t o n c e s
i n m o l ó á su cólera al filósofo Boecio y al s e n a d o r S i m a -
co. E l m i s m o p a p a J u a n fué arrojado en u n a p r i s i ó n ,
d o n d e m u r i ó m i s e r a b l e m e n t e . E n los cargos q u e el g r a n
m o n a r c a dirige á J u s t i n o , m a n i f i e s t a s e n t i m i e n t o s m u y
superiores á los de su t i e m p o , s e n t i m i e n t o s q u e fueron
los que c o n s t a n t e m e n t e i n s p i r a r o n su p o l í t i c a : « P r e t e n -
der el d o m i n i o de las c o n c i e n c i a s , d i c e , es u s u r p a r l a s
p r e r r o g a t i v a s de D i o s . P o r la sola fuerza de las c o s a s , el
poder de los s o b e r a n o s es u n p o d e r p u r a m e n t e político y
no t i e n e n el d e r e c h o de c a s t i g a r m á s que á aquellos q u e
t r a s t o r n a n la p a z p ú b l i c a . L a herejía m á s p e l i g r o s a es la
de u n s o b e r a n o q u e p o r sí m i s m o se s e p a r a de s u s s u b -
ditos p o r q u e c r e a n de diferente m a n e r a q u e él.»
Apenas m u e r t o T e o d o r i c o , cuya a l m a vio u n p o d e r o s o
e r m i t a ñ o c o n d u c i d a p o r los d e m o n i o s al c r á t e r del v o l c á n
de L i p a r i , d o n d e la c r e e n c i a g e n e r a l colocaba la e n t r a d a
del infierno; la i n v a s i ó n de I t a l i a p o r J u s t i n i a n o v i n o a l -
g u n o s a ñ o s d e s p u é s á confirmar las sospechas q u e h a b í a
concebido. Con t o d o , estuvo m u y lejos B o m a de r e c o g e r
 - 366 -

l a s v e n t a j a s que e s p e r a b a , p u e s I t a l i a se e n c o n t r ó infes-
t a d a p o r l a i n d e s c r i p t i b l e c o r r u p c i ó n q u e r e i n a b a en
C o n s t a n t i n o p l a . E l p a p a Silverio, que e r a hijo del p a p a
H o r m i s d a s , fué d e p u e s t o p o r T e o d o r a , m u j e r del e m p e r a -
dor. E s t a m u j e r , e n otro t i e m p o p r o s t i t u t a , v e n d i ó l a
d i g n i d a d p a p a l á Vigilio p o r d o s c i e n t a s libras de o r o . S u
c ó m p l i c e A n t o n i n a , i n d i g n a esposa de B e l i s a r i o , orde,nó
q u e se despojara á Silverio de sus v e s t i d u r a s y q u e t o -
m a r a el h á b i t o de m o n j e siendo m á s t a r d e d e s t e r r a d o á
la isla P a n d a t a r i a , d o n d e m u r i ó . Vigilio se h i z o e u t i q u i a -
n o , se dice que m a t ó á u n o de sus secretarios y m a n d ó
d a r m u e r t e al hijo.de su p r o p i a h e r m a n a ; p e r o le e s t a b a
r e s e r v a d o saber p o r p r o p i a e x p e r i e n c i a lo que e r a u n p a p a
e n m a n o s dé u n e m p e r a d o r , b e b e r la copa q u e t a n t a s ve-
ces h a b í a p r e s e n t a d o á los p r e l a d o s de C o n s t a n t i n o p l a y
s a b e r q u é caso h a c í a su s o b e r a n o del vicario de D i o s e n
la t i e r r a . L l a m a d o á la m e t r ó p o l i p a r a a c e p t a r e n ella
p ú b l i c a m e n t e las d o c t r i n a s teológicas d e c l a r a d a s ortodo-
x a s p o r J u s t i n i a n o , t r e s veces l a s reconoció y o t r a s t a n -
t a s l a s a b j u r ó . E x c o m u l g ó al p a t r i a r c a de C o n s t a n t i n o p l a
y fué e x c o m u l g a d o p o r él. D e s p u é s de h a b e r sido i n d i g -
n a m e n t e m a l t r a t a d o , fué e n c a r c e l a d o y p u e s t o á p a n y
a g u a , c o n c l u y e n d o su v i d a e n Sicilia, á d o n d e fué d e s t e -
r r a d o . L a c o n q u i s t a de I t a l i a t u v o p o r efecto r e d u c i r á
los p a p a s á la s i t u a c i ó n d e g r a d a n t e de los p a t r i a r c a s de
C o n s t a n t i n o p l a . E l clero e n c o n t r ó en la r u i n a de la pa-
t r i a y e n la i n e x o r a b l e t i r a n í a bajo la cual se vio obligado
á v i v i r , la r e c o m p e n s a de su t r a i c i ó n c o n t r a Teodorico y
l a a y u d a q u e h a b í a p r e s t a d o al e m p e r a d o r J u s t i n i a n o .
E n m e d i o de esta desolación y e n v i l e c i m i e n t o g e n e r a l ,
la edad de fe c o m e n z a b a á dibujarse con precisión e n
I t a l i a . L a p a g a n i z a c i ó n de la religión c r i s t i a n a , á l a c u a l
se r e c u r r i ó en O r i e n t e con objeto político, se i m p u s o
c o m o u n a n e c e s i d a d al Occidente. U n h o m b r e c o m o G r e -
gorio el G r a n d e , e n s i t u a c i ó n que le p e r m i t í a c o n s i d e r a r
l a s cosas desde u n p u n t o de v i s t a m á s g e n e r a l , debió
c o m p r e n d e r c l a r a m e n t e que las condiciones m o r a l e s de
l a s ú l t i m a s c a p a s de l a sociedad exigían c o n c e s i o n e s y
q u e , al lado de las c r e e n c i a s de los p e n s a d o r e s , e r a n e c e -
sario q u e se h i c i e r a u n l u g a r á l a s u p e r s t i c i ó n v u l g a r .
 — 367 —
Esto es lo que efectivamente sucedió. Para que se
comprenda bien el sentido de los acontecimientos que
se van á referir yo trataré: 1.°, de los actos del papa Gre-
gorio, que organizó, por decirlo así, las ideas de su siglo
y las revistió de las formas que pedían las necesidades
de los tiempos; 2.°, de las relaciones del papado con los
reyes francos, relaciones que conservaron y consolidaron
la obra de Gregorio y aseguraron su difusión por toda
Europa. Ño deja de tener bastante interés añadir que
este sistema ba sobrevivido á las circunstancias que le
dieron nacimiento y que aunque gastado y carcomido
después de una existencia de más de mil años, es todavía
la piedra de tropiezo de varias naciones en el camino del
progreso.
Gregorio el Grande era nieto del papa Félix. Su origen
patricio y su mérito eminente atrajeron muy 'pronto la
atención del emperador Justino que le nombró prefecto
de Roma. Por la Iglesia renunció á su espléndida exis-
tencia secular, y cuando no era más .que diácono, se le
confirió el cargo de nuncio en Constantinopla. Habiendo
desempeñado con habilidad y firmeza notables la misión
que se le había confiado, volvió á su regreso á la vida
monástica y consiguió una reputación que iba diariamen-
te en aumento. Elegido papa por el clero, el Senado y el
pueblo de Roma, el año 590, parece que resistió y supli-
có al emperador que no ratificase su elección. Empeñado
en su negativa se escapó de Roma, ocultándose en un
cesto. Se refiere que una luz celestial que andaba errante
por encima del lugar donde se ocultaba, permitió á los
fieles descubrir su refugio. En esta época causaron gran-
des estragos la peste y el hambre.
Una vez papa, este monje austero recuperó inmedia-
tamente el carácter de que había dado pruebas en Roma
y desplegó las cualidades de un grande hombre de Esta-
do. Arregló la liturgia romana, el calendario de fiestas,
el orden de las procesiones y las formas de los trajes sa-
cerdotales. Oreó nuevos ritos más pomposos y solemnes
é inventó el canto que lleva su nombre. Fuudó escuelas
de música, estableció el orden y la equidad en la admi-
nistración de las rentas eclesiásticas y dio ejemplo de
 - 368 —

beneficencia y de caridad. L a m i s e r i a en aquellos t i e m p o s

e r a t a l que b a s t a las m a t r o n a s r o m a n a s se v e í a n r e d u c i -
d a s á i m p l o r a r la g e n e r o s i d a d de la I g l e s i a . P o r ú l t i m o ,
a u t o r i z ó la e n a j e n a c i ó n de u n a p a r t e de los b i e n e s de la
I g l e s i a con objeto de r e s c a t a r esclavos laicos ó eclesiás-
ticos.
E l clero i n s u b o r d i n a d o y el p o p u l a c h o disoluto s i n t i e -
r o n b i e n p r o n t o la m a n o que t e n í a e n t o n c e s l a s r i e n d a s
d e l g o b i e r n o . G r e g o r i o vigiló s e v e r a m e n t e la c o n d u c t a
del clero, a d m i n i s t r á n d o l e e x a c t a j u s t i c i a y c a s t i g a n d o
i n e x o r a b l e m e n t e á los c u l p a b l e s . Obligó á los obispos
i t a l i a n o s á que le r e c o n o c i e r a n como su m e t r o p o l i t a n o .
E x t e n d i ó su influencia h a s t a G r e c i a , abolió la s i m o n í a
e n G a l i a , a d m i t i ó en el seno de la I g l e s i a á E s p a ñ a , q u e
a c a b a b a de r e n u n c i a r al a r r i a n i s m o , envió m i s i o n e r o s á
B r e t a ñ a y c o n v i r t i ó á los p a g a n o s de esta c o m a r c a , ex-
t i r p ó el p a g a n i s m o en C e r d e ñ a y c o m b a t i ó las p r e t e n -
s i o n e s de J u a n , p a t r i a r c a de C o n s t a n t i n o p l a que se a t r e -
vió á t o m a r el t í t u l o de obispo u n i v e r s a l . E x p u s o al e m -
p e r a d o r los d e s a s t r o s o s efectos p r o d u c i d o s p o r el o r g u l l o ,
l a a m b i c i ó n y la m a l a c o n d u c t a del clero, y le r e s i s t i ó
c o n m o t i v o de la ley que p r o h i b í a á los soldados la e n -
t r a d a en las ordenes religiosas. No e s t a b a en la n a t u r a -
leza de s e m e j a n t e h o m b r e m a n t e n e r s e á las r e s u l t a s e n
los a s u n t o s p o l í t i c o s ; a s í , q u e n o m b r ó t r i b u n o s y dirigió
p o r sí m i s m o las o p e r a c i o n e s de los ejércitos.
N o . e s dado á n i n g ú n h o m b r e r e c h a z a r p o r c o m p l e t o el
s i s t e m a que le h a dado el p o d e r , n i t a m p o c o p u e d e n i n -
g ú n h o m b r e s u s t r a e r s e á la influencia de los t i e m p o s de
que es r e p r e s e n t a n t e . P o r m á s que G r e g o r i o e s t u v i e r a
m á s a d e l a n t a d o q u e su época, su i n t e l i g e n c i a n o e r a ver-
d a d e r a m e n t e c l a r a , y a d e m á s era p r o f u n d a m e n t e s u p e r s -
ticioso. P e r s e g u í a los c o n o c i m i e n t o s h u m a n o s con odio
t o d a v í a m á s ciego q u e el de los e m p e r a d o r e s de B i z a n -
c i o . Se c o m p l a c í a en decir, que e s t a b a p r ó x i m o el fin del
m u n d o , salvo el c o n t r a d e c i r esta afirmación con t o d o s s u s
a c t o s , q u e t e n í a n p o r objeto i n v a r i a b l e la fundación del
i m p e r i o futuro de los P a p a s . Bajo este pontificado fué
s a n t i f i c a d a esa m i t o l o g í a c r i s t i a n a que. debía con el t i e m -
p o c o n v e r t i r s e en la r e l i g i ó n de E u r o p a . R e c o n o c i ó la
 — 369' —

a d o r a c i ó n de l a s i m á g e n e s de la V i r g e n , la eficacia de l a s
r e l i q u i a s de los m á r t i r e s , los m i l a g r o s que o p e r a b a n l a s
u r n a s de los s a n t o s y la c o n t i n u a i n t e r v e n c i ó n de los á n -
geles y d e m o n i o s en los negocios de este m u n d o ; a d m i t i ó
m u l t i t u d de l e y e n d a s , cuya i n v e r o s i m i l i t u d deja m u y a t r á s
las fábulas de la m i t o l o g í a g r i e g a , con su p a r a í s o á a l g u -
n a s leguas p o r e n c i m a de la t i e r r a y su infierno con la
e n t r a d a p o r el c r á t e r de la isla de L i p a r i . E l m i s m o P a p a
Gregorio creía s i n c e r a m e n t e e n los m i l a g r o s , en los es-
p í r i t u s y en la r e s u r r e c c i ó n de los s a n t o s , de íos cuales
n i n g u n o h a b í a t r a í d o n u n c a n o t i c i a s de las desconocidas
m a r a v i l l a s de su m i s t e r i o s a e s t a n c i a . P a r t i c i p a n d o de la
aversión del clero á la ciencia, e r a su m á x i m a favorita la
de que «la i g n o r a n c i a es m a d r e de la devoción». Arrojó
de R o m a á todos los m a t e m á t i c o s ; q u e m ó la b i b l i o t e c a
fundada por A u g u s t o en el m o n t e P a l a t i n o , q u e c o n t e n í a
m a n u s c r i t o s de g r a n valor; p r o h i b i ó el e s t u d i o de los clá-
sicos; m a n d ó m u t i l a r l a s e s t a t u a s , y d e s t r u y ó los t e m p l o s .
Odiaba sobre todo los escritos de T i t o L i v i o . Se h a d i c h o
con r a z ó n que « n u n c a t u v o la ciencia e n e m i g o t a n inve-
terado» y que « n u n c a i l u m i n ó u n r a y o de luz su a l m a
supersticiosa». Se j a c t a b a de h a b e r escrito sus o b r a s s i n
cuidarse de l a s r e g l a s g r a m a t i c a l e s , y r e p r e n d i ó á u n sa-
cerdote q u e h i z o de e s t a s r e g l a s objeto de su e n s e ñ a n z a .
Se p r o p u s o s u s t i t u i r l a s o b r a s p a g a n a s p o r o t r a s m e n o s
peligrosas p a r a la o r t o d o x i a , y c o n s i g u i ó t a m b i é n ' d e s p o -
j a r á I t a l i a de las o b r a s de s u s a u t o r e s m á s i l u s t r e s , de
tal m o d o q u e c u a n d o P e p i n o m a n d ó p e d i r al P a p a P a u l o I
que le enviase «cuantos libros p u d i e s e e n c o n t r a r » , éste
ú l t i m o n o p u d o e n c o n t r a r m á s que u n a n t i f o n a r i o , u n a
g r a m á t i c a y las o b r a s de D i o n i s i o A r e o p a g i t a . G r e g o r i o
era la e n c a r n a c i ó n v e r d a d e r a de la i g n o r a n c i a b i z a n t i n a .
Si las c a l a m i d a d e s q u e p e s a r o n sobre I t a l i a la h a b í a n
dejado u n a p o b l a c i ó n d e g r a d a d a , c u y a s n e c e s i d a d e s n o
podían e n c o n t r a r s e satisfechas m á s q u e p o r u n a r e l i g i ó n
paganizada, las clases s u p e r i o r e s , p o r su p a r t e , de m u c h o
tiempo a t r á s , s e g u í a n la m i s m a dirección en todo el I m -
perio. Quien q u i e r a e x a m i n a r la m a r c h a de la sociedad
cristiana r e c o n o c e r á f á c i l m e n t e q u e n o h a b í a p a r a e l l a
otros r e s u l t a d o s posibles q u e la c a r e n c i a de t o d o c o n o c i -
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 24
 m i e n t o sólido y la a l i a n z a con el a r t e . N o t e n e m o s m á s
q u e c o m p a r a r la p o b r e z a y sencillez de los p r i m e r o s dis-
cípulos con la e x t r a v a g a n t e p o m p a que r e i n a b a algu-
n a s g e n e r a c i o n e s d e s p u é s . E n el siglo n i C i p r i a n o e c h a
e n c a r a á los c r i s t i a n o s y h a s t a al clero y á los confesores
s u a v i d e z , su o r g u l l o , su lujo y sus g u s t o s m u n d a n o s .
A l g u n o s s a c e r d o t e s h a s t a l l e g a r o n á c a s a r s e con p a g a n a s .
C l e m e n t e de Alejandría se l a m e n t a b a con a m a r g u r a de
los vicios de u n a c o m u n i d a d o p u l e n t a y d i s i p a d a , de los
vestidos e s p l é n d i d o s , de los vasos de p l a t a y o r o , de los
festines s u n t u o s o s , de l a s l i t e r a s y c a r r o s d o r a d o s y de los
b a ñ o s p r i v a d o s . L a s m u j e r e s , en l u g a r de s o s t e n e r á las
v i u d a s y á los h u é r f a n o s , se r o d e a n de pájaros de la I n -
d i a , de p a v o s r e a l e s de la M e d i a , de m o n o s y p e r r o s de
M a l t a , y los h o m b r e s t i e n e n m u l t i t u d de esclavas. E l uso
de l a s t r e s i n m e r s i o n e s b a u t i s m a l e s , el de las oblacio-
n e s p o r los m u e r t o s , el de h a c e r el signo de la c r u z e n la
frente al v e s t i r s e , calzarse y e n c e n d e r l u z , t o d o s estos
u s o s q u e T e r t u l i a n o a t r i b u y e á la t r a d i c i ó n sin q u e estu-
v i e r a n a u t o r i z a d o s por la Iglesia, dejan a d i v i n a r que m u y
p r o n t o s e r í a n seguidas o t r a s m i l c o s t u m b r e s p a g a n a s . Así,
lejos de m e j o r a r , el estado de las cosas iba s i e m p r e de m a l
e n p e o r . N o sólo e n t r e las p e r s o n a s frivolas, sino h a s t a
e n los m i s m o s personajes h i s t ó r i c o s se e n c u e n t r a este
a p e g o t e s t a r u d o á las c e r e m o n i a s y r i t o s del a n t i g u o c u l t o
y q u i z á t a m b i é n la indiferencia p o r l a n u e v a r e l i g i ó n .
E s t a s observaciones son sobre todo aplicables á la época
de J u s t i n i a n o . D e s p u é s de t o d o , Boecio n o e r a m á s que
u n filósofo p a g a n o , y T r i b o n i a n o , el g r a n j u r i s c o n s u l t o ,
a u t o r del Código de J u s t i n i a n o , era sospechoso de a t e í s m o .
E l e s p l e n d o r de las m o r a d a s episcopales e n O r i e n t e
a r r a n c a b a s e n t i m i e n t o s de a d m i r a c i ó n á los m i s m o s que
e s t a b a n familiarizados con el brillo de la corte i m p e r i a l .
Se a l a b a b a n sobre todo los largos séquitos de servidores
de los obispos y las magníficas c o m i d a s que se d a b a n en
sus palacios. D u r a n t e m u c h o t i e m p o los devotos t u v i e r o n
el celibato en la e s t i m a de p r e e m i n e n t e v i r t u d . « S i alabo
al m a t r i m o n i o es p r i n c i p a l m e n t e p o r q u e s u m i n i s t r a vírge-
n e s », t a l e r a el elogio m á s que equívoco que de él hacía
S a n J e r ó n i m o . L o s s a c e r d o t e s q u e bajo el i m p e r i o de este
 — 371 —

s e n t i m i e n t o , q u e crecía de día en d í a , j u z g a r o n c o n v e -
n i e n t e a b s t e n e r s e del m a t r i m o n i o , vivían h a b i t u a l m e n t e ,
como s a b e m o s por los edictos p u b l i c a d o s sobre este a s u n -
t o , ' c o n m u j e r e s « s u b r e p t i c i a s » , como se las l l a m a b a e n -
tonces. P a s a b a n p o r s u s h e r m a n a s , y m á s de u n a vez p r o •
b a r ó n su b u e n g u s t o p o r la n o t a b l e b e l l e z a de s u s com-
p a ñ e r a s en el pecado. U n a ley de H o n o r i o p u s o fin á estos
e s c á n d a l o s . S e h a b í a c o n s e r v a d o la c o s t u m b r e de c a n t a r
u n h i m n o á V e n u s en l a c e r e m o n i a n u p c i a l . D e s d e m u y
t e m p r a n o el cultivo del a r t e m u s i c a l l l a m ó la a t e n c i ó n de
Pablo de S a m o s a t a , A r r i o , C r i s ó s t o m o y la m a y o r p a r t e
de los g r a n d e s h o m b r e s de la I g l e s i a . E s p o s i b l e q u e e n
el origen de ésta t o d o s los fieles c a n t a r a n j u n t o s los h i m -
nos y los s a l m o s ; poco á poco fueron a d m i t i d o s c a n t o r e s
de profesión, y el coro de la t r a g e d i a griega r e a p a r e c i ó
en las a n t í f o n a s . E l c a n t o a m b r o s i a n o dejó su l u g a r al
sublime c a n t o g r e g o r i a n o , que p a s a con r a z ó n p o r ser el
que e n c i e r r a el g e r m e n de t o d o lo g r a n d e y elevado q u e
se manifiesta e n la m ú s i c a m o d e r n a .
L a d e v a s t a c i ó n de I t a l i a t u v o p o r c o n s e c u e n c i a la ex-
tinción de la l e n g u a l a t i n a . L a l i t e r a t u r a r o m a n a n o se
convirtió n u n c a al c r i s t i a n i s m o . N i s i q u i e r a u n o de los
mejores e s c r i t o r e s eclesiásticos e r a r o m a n o ; todos h a b í a n
nacido en las p r o v i n c i a s . E l fondo l i t e r a r i o e s t a b a c o n s -
tituido p o r las e s c r i t u r a s h e b r a i c a s y l a s del N u e v o T e s -
t a m e n t o ; las i m á g e n e s poéticas e r a n en g e n e r a l t o m a d a s
de las profecías. E n c u a n t o á la h i s t o r i a , se la t r a t a b a con
una falta de i m p a r c i a l i d a d y de e x a c t i t u d casi i n c r e í b l e s .
E u s e b i o , p o r e j e m p l o , confiesa con el m a y o r c a n d o r q u e
en su obra o m i t i r á todo lo q u e p u e d a d e s a c r e d i t a r á la
Iglesia y que p o n d r á de relieve t o d o lo que p u e d a d a r l e
gloria. E l m i s m o p r i n c i p i o i n s p i r ó esas i n n u m e r a b l e s le-
yendas, cuya m a y o r p a r t e n o e r a n m á s q u e groseras.fiecio-
n e s , en las cuales sus c o n t e m p o r á n e o s , e n su a s o m b r o s a
credulidad, t e n í a n fe c o m p l e t a p o r c o n t r a r i a s que fuesen
al sentido c o m ú n . ¿ P o d í a e s p e r a r s e o t r a cosa de u n a ge-
neración que creía que las h u e l l a s de los c a r r o s de F a r a ó n
e r a n todavía visibles en ias a r e n a s del m a r E o j o y que n i
los vientos n i las olas p o d í a n b o r r a r l a s ? Q u i e n se a t r e -
viera, á l e v a n t a r s e c o n t r a el g u s t o p o p u l a r por e s t a s i n -
 — 372 —
ú t i l e s fábulas podía e s t a r cierto de q u e a t r a e r í a sobre sí
l a v e n g a n z a de la sociedad y q u e s e r í a d e s h o n r a d o c o m o
infiel. E n la i n t e r p r e t a c i ó n de los t e x t o s de la E s c r i t u r a
y h a s t a en todos los c o m e n t a r i o s de l a s o b r a s de los g r a n -
des a u t o r e s se concedía g r a n i n d u l g e n c i a á la i m a g i n a c i ó n
q u e debía d e s c u b r i r en t a l e s p r o d u c c i o n e s u n s e n t i d o
o c u l t o . E s t o s t r a b a j o s son c o m u n m e n t e m u y i n g e n i o s o s
y con frecuencia a t e s t i g u a n g r a n h a b i l i d a d ; p e r o todos
e s t o s escritos h e r m e n é u t i c o s , lo m i s m o q u e t o d a s las o b r a s
de p o l é m i c a , son fastidiosos á m á s n o p o d e r , y la ener-
g í a y la odiosa violencia de q u e e s t á n m a r c a d o s estos ú l -
t i m o s n o b a s t a n , al m e n o s así m e p a r e c e , á c o m p e n s a r
su nulidad.
L a s r e l a c i o n e s de la Iglesia con la p i n t u r a y la e s c u l -
t u r a se h a l l a r o n d e t e r m i n a d a s sin d u d a a l g u n a p o r el se-
g u n d o concilio de N i c e a , 7 8 7 de J . C. L a religión h a b í a
v u e l t o á e m p e z a r á servirse de e l l a s ; la e s c u l t u r a , sin
e m b a r g o , n o h a olvidado n u n c a la preferencia o t o r g a d a
á su h e r m a n a . H a s t a n u e s t r o s días h a p e r m a n e c i d o pa-
g a n a , i m i t a n d o en eso el ejemplo de la m á s n o b l e de las
c i e n c i a s , la a s t r o n o m í a , que r e c u e r d a los i n s u l t o s q u e h a
r e c i b i d o de la I g l e s i a , y que en la p a r t e visible de los
cielos n o tolera el n o m b r e de n i n g ú n s a n t o . L o s n u e v o s
m u n d o s que d e s c u b r e e s t á n todos dedicados á U r a n o , á
N e p t u n o y á las d e m á s d i v i n i d a d e s o l í m p i c a s . E n t r e los
eclesiásticos los h a h a b i d o c o n s t a n t e m e n t e , y a l g u n o s
e m i n e n t e s , q u e se h a n i n d i g n a d o de e s t a a l i a n z a de la
r e l i g i ó n con el a r t e . Así h a b í a e x p r e s a d o en otro t i e m p o
T e r t u l i a n o su d e s c o n t e n t o á H e r m ó g e n e s q u e h a b í a co-
m e t i d o el doble pecado de e n t r e g a r s e á la p i n t u r a y de
c a s a r s e . E l c r i s t i a n i s m o g n ó s t i c o , por el c o n t r a r i o , h a b í a
a p r o b a d o su u n i ó n , como lo iba á h a c e r la I g l e s i a r o m a -
n a . A los g n ó s t i c o s d e b e m o s los p r i m e r o s m o d e l o s de
n u e s t r a s i m á g e n e s s a g r a d a s . E l r e t r a t o de n u e s t r o Sal-
v a d o r a p a r e c e con los de P i t á g o r a s , P l a t ó n y A r i s t ó t e l e s
e n s u s p i e d r a s g r a b a d a s y en sus sellos. L o s p r i m e r o s
P a d r e s de la I g l e s i a , J u s t i n o m á r t i r , y T e r t u l i a n o , e n t r e
o t r o s , creían generalmente que Nuestro Señor tenía un
e x t e r i o r poco s i m p á t i c o y q u e era de p e q u e ñ a e s t a t u r a ,
h a s t a inferior á la e s t a t u r a m e d i a del h o m b r e , c o m o lo
 — 373 —
dice m á s t a r d e Cirilo. E n el siglo iv a c o r d a r o n r e c o n o c e r
q u e D i o s n o podía h a b e r r e v e s t i d o t a n h u m i l d e f o r m a , y
e l p r i m i t i v o dibujo fué c o r r e g i d o . Q u i z á el tipo e n t o n c e s
a d o p t a d o fué el m i s m o cuya d e s c r i p c i ó n e n c o n t r a m o s e n
la s u p u e s t a epístola de L é n t u l o al S e n a d o r o m a n o : « E r a ,
d i c e , u n h o m b r e de a l t a e s t a t u r a y b i e n p r o p o r c i o n a d o ;
t e n í a u n a fisonomía severa y e x p r e s i v a h a s t a el p u n t o d e
i n s p i r a r a m o r y v e n e r a c i ó n á c u a n t o s le c o n t e m p l a b a n
u n solo i n s t a n t e . L a cabellera, q u e t e n í a el color del á m -
bar, d e s c e n d í a sobre las orejas, de d o n d e volvía á caer e n
b r i l l a n t e m a s a , dividida e n dos en la n u c a , s e g ú n cos-
t u m b r e de los n a z a r e n o s . T e n í a la frente a l t a y a b i e r t a ;
el color c l a r o , l i g e r a m e n t e m a t i z a d o de rojo; a s p e c t o d u l -
ce y franco; n a r i z y boca finísimamente f o r m a d a s ; la
barba espesa, p a r t i d a y del m i s m o color q u e los cabellos;
los ojos a z u l e s y e x c e s i v a m e n t e brillantes.» M á s t a r d e , el
rostro t o m ó m e l a n c ó l i c o a s p e c t o , q u e a u n q u e e m i n e n t e -
m e n t e expresivo, n o c o r r e s p o n d e al tipo de la belleza vi-
ril. Al p r i n c i p i o , la c r u z n o t e n í a n i n g ú n a d o r n o ; p r o n t o
tuvo u n cordero en la b a s e , y en seguida se la santificó
a g r e g á n d o l a el cuerpo del S a l v a d o r m o r i b u n d o ; e n t o n c e s
se c o n v i r t i ó en crucifijo. L a V i r g e n María, q u e p o s t e r i o r -
m e n t e debía i n s p i r a r los m á s s u b l i m e s tipos de la g r a c i a
f e m e n i n a , es r e p r e s e n t a d a al p r i n c i p i o s i e m p r e con v e l o .
Así h a b í a n figurado á I s i s los e s c u l t o r e s egipcios. L a s
formas con q u e los p r i m e r o s c r i s t i a n o s figuraban á la
V i r g e n y al N i ñ o , son p o r lo d e m á s e x a c t a r e p r o d u c c i ó n
de las que los egipcios d a b a n á I s i s y H o r o . S a n A g u s t í n
afirma q u e n o se conocía su r o s t r o , p e r o p a r e c e , sin e m -
b a r g o , s e g ú n u n a t r a d i c i ó n c r i s t i a n a de los p r i m e r o s
t i e m p o s , q u e e r a m o r e n a . L o s a r t i s t a s se fueron a t r e -
viendo poco á poco, a p a r t a r o n el velo y d i e r o n á la Vir-
gen las facciones c o m p l e t a m e n t e f o r m a d a s de r e s p e t a b l e
m a t r o n a r o m a n a ; m á s t a r d e a ú n , a g r u p a r o n á su a l r e d e -
dor el n i ñ o d i v i n o , los s a b i o s y los d e m á s p e r s o n a j e s d e
q u e se h a b l a b a en la E s c r i t u r a .
M i e n t r a s el pontificado p r e p a r a b a así su a l i a n z a c o n
el a r t e , n o d e s c u i d a b a las i n m e n s a s v e n t a j a s que le ofre-
cía su i n t e r v e n c i ó n en los a s u n t o s de la v i d a d o m é s t i c a ,
i n t e r v e n c i ó n q u e la d e s m o r a l i z a c i ó n del t i e m p o a u t o r i z a b a
 — 374 -

entonces m á s que nunca. Aumentó extraordinariamente

su p o d e r a r r o g á n d o s e el c o n o c i m i e n t o del m a t r i m o n i o y
d e l a s i n n u m e r a b l e s c u e s t i o n e s q u e á él se refieren. U n a
v e z d e s c u b i e r t a la influencia que así se a s e g u r a b a , el pa-
p a d o j a m á s c o n s i n t i ó en r e n u n c i a r á ella; a l g u n o s de los
m á s i m p o r t a n t e s a c o n t e c i m i e n t o s de los t i e m p o s m o d e r -
n o s h a n sido d e t e r m i n a d o s p o r la acción del p a p a d o e n
acciones de esta í n d o l e . Q u i z á n o o b s t a n t e c o n q u i s t ó m a -
y o r influencia todavía a t r i b u y é n d o s e el c o n o c i m i e n t o d e
los t e s t a m e n t o s y de todos los a s u n t o s r e l a t i v o s á la t r a s -
m i s i ó n de la p r o p i e d a d en f o r m a de l e g a d o .
. E n la época q u e a h o r a e s t u d i a m o s , el p a p a d o , es ver-
d a d , se h a b í a á veces a p a r t a d o de los p r i n c i p i o s de la
e s t r i c t a m o r a l ; h a b í a s e u n i d o al m o n a q u i s m o y p e n s a b a
a l i a r s e con el p o d e r político y m i l i t a r ; v e r d a d es t a m b i é n ,
q u e su cólera y sus c e n s u r a s h e r í a n m e n o s á m e n u d o &
los g r a n d e s culpables del t i e m p o que á los h e r e j e s , r e s -
p e c t o de los cuales se m o s t r a b a c o n s t a n t e m e n t e i m p l a c a -
b l e é inflexible. S i n e m b a r g o , preciso es decir q u e e s t a
i n t e r v e n c i ó n del p a p a d o en la vida d o m é s t i c a produjo-
felicísimos r e s u l t a d o s , c o n t r i b u y e n d o sobre todo g r a n d e -
m e n t e á m e j o r a r la c o n d i c i ó n social de las m u j e r e s . E l
pontificado, á fin de c o n s o l i d a r su p o d e r n a c i e n t e , d e s -
p l e g ó en la aplicación de las p e n i t e n c i a s g r a n rigor, s i e m -
p r e c r e c i e n t e . A m e d i d a que la b a s e i n t e l e c t u a l en q u e
e s t e p o d e r d e s c a n s a b a se h i z o m á s e q u í v o c a , y p o r lo
t a n t o m á s e x p u e s t a al a t a q u e , el pontificado se h i z o m á s
sensible y m á s e x i g e n t e . A r r a s t r a d o p o r la influencia d e
l a s clases inferiores, se p e r d i ó e n el a n t r o p o m o r f i s m o ,
r e c o n o c i e n d o á la V i r g e n y á los s a n t o s a t r i b u t o s c o m o
l a o m n i s c i e n c i a , la o m n i p r e s e n c i a y la o m n i p o t e n c i a .
Afirmó q u e e s t a b a n p r e s e n t e s en t o d a s p a r t e s , e n condi-
c i o n e s s i e m p r e de oir las o r a c i o n e s de los fieles, y e n
caso n e c e s a r i o , de c a m b i a r ó s u s p e n d e r el curso de la n a -
t u r a l e z a . Cierto e r a q u e llegaría u n día en q u e s e m e j a n t e s
d o c t r i n a s n o p o d r í a n ya ser a c e p t a d a s ; así t r a t ó de r e t a r -
d a r a q u e l día fatal a h o g a n d o i n m e d i a t a é i m p l a c a b l e m e n -
t e t o d a veleidad de oposición. E l d e s p o t i s m o en el d o m i -
n i o del p e n s a m i e n t o fué l l a m a d o á s o s t e n e r el d e s p o t i s m o
e n el E s t a d o y el d e s p o t i s m o en la I g l e s i a .
 — 375 —
De los actos del papa Gregorio el Grande, de su ensa-
yo de organizacion.de las ideas de su tiempo, de la paga-
nización de la religión en Italia y de su alianza con el
arte, voy á pasar ahora al segundo asuntte á que este ca-
pítulo está consagrado: las relaciones del pontificado con
los reyes francos, relaciones que consolidaron la obra de
Gregorio y aseguraron su triunfo en Europa entera.
Los ejércitos agarenos habían arrebatado á la cristian-
dad las comarcas occidentales, meridionales y orientales
del Mediterráneo, y sus flotas eran señoras de este mar.
Una revolución completa se había realizado en la política
eclesiástica: Cartago, Alejandría, Jerusalem y Antioquia,
habían dejado de formar parte del sistema cristiano; sus
obispos no existían ya. Sólo quedaban dos de las grandes
sedes episcopales, Boma y Oonstantinopla. Según toda
humana apariencia, su caida sólo debía ser ya cuestión
de tiempo.
Las luchas del obispo de Eoma con sus rivales de
África y Asia habían sido pues prematuramente cortadas.
Su misión estaba terminada; toda comunicación con el
emperador de Oonstantinopla era cortada por las flotas
infieles. El poder imperial estaba paralizado. El papa se
halló, por la fuerza de los acontecimientos, condenado al
aislamiento; supo recabar su independencia.
¡La independencia! ¿Cómo conquistarla y cómo defen-
derla? En la misma Italia los lombardos parecían sólida-
mente establecidos y eran arríanos. Su presencia y su
dominación eran incompatibles con las del pontificado.
Ya, políticamente hablando, estaba éste á su merced..
Un solo camino quedaba abierto y, haya ó no sabido
apreciar su situación, el papa se vio obligado á entrar en
él. Era la alianza con los francos, que habían resistido
con éxito á los mahometanos, y que además eran orto-
doxos.
Un ambicioso oficial franco había resuelto despojar de
la corona á su soberano, si el papa quería sancionar su
ambición. No les costó trabajo entenderse. La usurpación
fué consumada por uno y sancionada por otro. El interés
de la nueva raza real le aconsejaba engrandecer, en lo-
posible á su aliado de Italia y la difusión del sistema ro<-
 — 876 —
m a n o n o podía m e n o s de a y u d a r á consolidar su p o d e r
n a c i e n t e . Así los m o n a r c a s francos n o r e t r o c e d i e r o n a n t e
g u e r r a s q u e d e b í a n d u r a r t r e i n t a a ñ o s , á fin de obligar á
los i g n o r a n t e s g e r m a n o s á r e c o n o c e r al p a p a c o m o r e p r e -
s e n t a n t e de Dios e n la t i e r r a .
E l p a p a se sublevó c o n t r a su s o b e r a n o b i z a n t i n o c o n
m o t i v o de la c u e s t i ó n de las i m á g e n e s , pero esto sólo e r a
u n p r e t e x t o , pues p e r m a n e c i ó fiel á su n u e v o a l i a d o , q u e
h a b í a i n c u r r i d o e n la m i s m a herejía. E o m p i ó con u n
a m o débil y c r u e l , p a r a u n i r s e á u n aliado con q u i e n p o -
día o b r a r como i g u a l . A p a r t i r de este i n s t a n t e la s u p r e -
m a c í a le e s t a b a a s e g u r a d a . E l s i s t e m a i m p e r e c e d e r o de
q u e era r e p r e s e n t a n t e debía i n e v i t a b l e m e n t e a c a b a r p o r
t r i u n f a r de los i n d i v i d u o s y de las f a m i l i a s , q u e e s t á n
fatalmente condenadas á perecer.
D e b e m o s g u a r d a r n o s de rebajar el v a l o r de los r e s u l t a -
dos o b t e n i d o s p o r los frailes q u e h a b í a n c o n s e g u i d o y a
c o n v e r t i r á u n a p a r t e de E u r o p a al c r i s t i a n i s m o ; p e r o es
n o o b s t a n t e cierto q u e el p a s o de la E u r o p a C e n t r a l á s u
e d a d de fe fué o b r a sobre todo de los m o n a r c a s francos.
C a r l o m a g n o fué el q u e c o n v i r t i ó en r e a l i d a d política la
ficción s o ñ a d a p o r los p a p a s .
P a r a c o m p r e n d e r b i e n este i m p o r t a n t e a c o n t e c i m i e n t o
es n e c e s a r i o e x a m i n a r : 1.°, el estado i n t e l e c t u a l de E u -
r o p a C e n t r a l ; 2.°, la s i t u a c i ó n del s o b e r a n o pontífice y
su p a c t o con los f r a n c o s ; 3.°, la biografía de los p a p a s ,
q u e n o s p e r m i t i r á m e j o r q u e todo d e t e r m i n a r el v e r d a -
d e r o valor religioso del s i s t e m a q u e r e p r e s e n t a b a n .
l.° S u c e d e con los b á r b a r o s de E u r o p a lo que con los
á r a b e s . P a s a n de su edad de c r e d u l i d a d á su edad de r a -
z ó n , sin d e t e n e r s e largo t i e m p o en la edad i n t e r m e d i a r i a ,
la de e x a m e n . U n p u e b l o n o t i e n e p r o p i a m e n t e edad de
e x a m e n , sino en c u a n t o b u s c a por sí m i s m o , y n o los
t i e n e , a m o s que le i m p o n g a n los r e s u l t a d o s o b t e n i d o s e n
o t r a p a r t e . L o s á r a b e s h a b í a n t e n i d o los n e s t o r i a n o s y los
j u d í o s , y e n c u a n t o á los g e r m a n o s , los frailes, a y u d a d o s
p o r el acero de C a r l o m a g n o , n o carecieron n u n c a de ar-
g u m e n t o s sencillos y decisivos p a r a i n c u l c a r l e s su e n s e -
ñanza.
A las i n v a s i o n e s del Mediodía por los b á r b a r o s r e s p o n -
 — 377 —
d i e r o n las i n v a s i o n e s del N o r t e p o r los m i s i o n e r o s . L o s
p r i m e r o s se p r o p o n í a n c o n q u i s t a r , y sus a n t a g o n i s t a s
c o n v e r t i r , si acaso puede l l a m a r s e a n t a g o n i s t a s á los h o m -
bres q u e t r a t a b a n de a p a r t a r l e s del c a m i n o del m a l . E l
fraile a t r a v e s a b a sin a r m a s n i defensa sus s o m b r í o s é i m -
p e n e t r a b l e s b o s q u e s y se a b r í a paso h a s t a sus g u a r i d a s
fortificadas. N a d a i m p r e s i o n a t a n p r o f u n d a m e n t e el co-
r a z ó n del salvaje como este valor t r a n q u i l o é i n q u e b r a n -
t a b l e . E n t r e los cautivos que los b á r b a r o s h a b í a n t r a í d o
del Mediodía se e n c o n t r a b a n n a t u r a l m e n t e m u j e r e s de
alto l i n a j e , n o t a b l e s p o r su b e l l e z a y su p i e d a d , y t a m -
b i é n obispos que fieles á sus p r i n c i p i o s religiosos, n o de-
j a r o n de ejercer s a n t a y beneficiosa influencia en las t r i -
bus e n m e d i o de las cuales e s t a b a n obligados á vivir. L a s
n a c i o n e s b á r b a r a s se c o n v i r t i e r o n t o d a s , u n a t r a s o t r a ;
los v á n d a l o s y los gépidos en el siglo i v ; los godos algu-
n o s a ñ o s a n t e s ; los francos á fines del siglo v; los a l e m a -
n e s y l o m b a r d o s á p r i n c i p i o s del v i ; los b á r b a r o s , h e s s e s e s
y t u r i n g i o s en los siglos v n y v i n . Todos a b r a z a r o n el
a r r i a n i s m o , á excepción de los f r a n c o s , q u e fueron con-
vertidos p o r el clero c a t ó l i c o . T o d o s t a m b i é n , es v e r d a d ,
se c r i s t i a n i z a r o n sólo s u p e r f i c i a l m e n t e y su c o n v e r s i ó n
se l i m i t ó á poco m á s que á la p r á c t i c a del s i g n o de l a
c r u z . E n todos estos m o v i m i e n t o s religiosos las m u j e r e s
ejercieron c o n s i d e r a b l e influjo. Clotilde, r e i n a de los fran-
cos, c o n v i r t i ó á su m a r i d o Clodoveo, y su ejemplo fué i m i -
tado p o r B e r t a , r e i n a de K e n t , y por Gisela, r e i n a de
H u n g r í a ; en v i r t u d de i n f l u e n c i a s a n á l o g a s se c o n v i r t i e -
r o n el d u q u e de P o l o n i a y el czar J e r o s l a w . E u r o p a d e b e
p u e s , m u c h o á las m u j e r e s en este r e s p e c t o , a u n q u e al
principio los b á r b a r o s c o n v e r t i d o s n o c o n o c i e s e n casi de
la r e l i g i ó n c r i s t i a n a m á s q u e el Credo y la o r a c i ó n domi-
nical. H a s e d i c h o con b a s t a n t e r a z ó n q u e se r e q u e r í a n
tres cosas p a r a p r o d u c i r c o n v e r s i o n e s de este g é n e r o :
u n a m u j e r d e v o t a en la c o r t e , u n a c a l a m i d a d n a c i o n a l y
u n fraile. E n c u a n t o á la m a s a del p u e b l o , p a r e c e q u e
siguió á ciegas el ejemplo de los q u e e s t a b a n á su c a b e -
z a , sin p r e g u n t a r s e lo q u e p o d í a n ser las n u e v a s c r e e n -
cias q u e a d o p t a b a .

L o s h i s t o r i a d o r e s d a n p r u e b a s f r e c u e n t e s de g r a n s i m -
 — 378 -
p l i c i d a d c o n s i d e r a n d o la c o n v e r s i ó n del s o b e r a n o c o m o si
fuese la de la n a c i ó n e n t e r a . E s t a s c r e e n c i a s , t a n ligera-
m e n t e a c e p t a d a s p o r la v o l u n t a d ó«el c a p r i c h o del sobe-
r a n o fueron a b a n d o n a d a s á m e n u d o con la m i s m a facili-
d a d . Así es c o m o las n a c i o n e s de E s c a n d i n a v i a , B o h e m i a
y H u n g r í a n o t a r d a r o n e n r e c a e r en la i d o l a t r í a .
E n t r e e s t a s a p o s t a s í a s , i m p o r t a m e n c i o n a r l a de los
h a b i t a n t e s de B r e t a ñ a . B r e t a ñ a h a b í a recibido el cristia-
n i s m o de las legiones r o m a n a s , y si es v e r d a d q u e C o n s -
t a n t i n o el G r a n d e y s u m a d r e E l e n a p e r t e n e c í a n á e s t a
c o m a r c a p o r su n a c i m i e n t o , p u e d e c o n t a r s e como u n a de
s u s glorias la influencia c o n s i d e r a b l e que h a ejercido en
el p o r v e n i r religioso del m u n d o . L a h i s t o r i a de P e l a g i o
m u e s t r a con qué s u t i l e z a se t r a t a b a n l a s c u e s t i o n e s t e o -
lógicas en e s t a s a p a r t a d a s r e g i o n e s ; p e r o d e s p u é s de la
caída del p o d e r r o m a n o , las cosas t o m a r o n m e n o s favo-
r a b l e a s p e c t o y el clero fué r e c h a z a d o p o r los i n v a s o r e s
p a g a n o s á las inaccesibles m o n t a ñ a s del país de G a l e s ,
E s c o c i a é I r l a n d a . L a v i s t a de a l g u n o s n i ñ o s b r e t o n e s
p u e s t o s e n v e n t a e n u n o de los m e r c a d o s de esclavos de
B o m a , sugirió á G r e g o r i o el G r a n d e la idea de c o n v e r t i r
la c o m a r c a p o r s e g u n d a vez. E n c u a n t o subió al solio p o n -
tificio, confió la r e a l i z a c i ó n de este p r o y e c t o al fraile A g u s -
t í n . E s t e c o n v i r t i ó al r e y E t e l b e r t o p o r m e d i o de su m u -
j e r B e r t a , q u e era u n a p r i n c e s a franca, y d e s p u é s de m u -
c h o s esfuerzos, la n u e v a fe acabó p o r difundirse p o r t o d a
l a isla. E l a n t i g u o clero, en c u y a s m a n o s e s t a b a n l a s t r a -
diciones de las edades p a s a d a s , opuso a l g u n a r e s i s t e n c i a
e s p e c i a l m e n t e con m o t i v o de l a s fiestas de P a s c u a s , p e r o
fué de c o r t a d u r a c i ó n ; e s t a b l e c i é r o n s e con R o m a r e l a c i o -
n e s s e g u i d a s , y p r o n t o se h i z o c o s t u m b r e e n el clero y e n
l a n o b l e z a r i c a , el ir á v i s i t a r la c a p i t a l del m u n d o c r i s -
tiano.
E l c r i s t i a n i s m o b r i t á n i c o , q u e poseía ya l a s n o b l e s cua-
l i d a d e s q u e le d i s t i n g u e n en n u e s t r o s días, n o dejó de p o -
n e r en j u e g o s u e s p í r i t u de p r o s e l i t i s m o . A fines del si-
glo v i , C o l u m b a n o , fraile i r l a n d é s de B a n g o r , a t r a v e s ó
F r a n c i a y S u i z a , y fué á p r e d i c a r la n u e v a r e l i g i ó n á l a s
e x t r e m i d a d e s del a n t i g u o i m p e r i o r o m a n o . U n siglo m á s
t a r d e Bonifacio dejó el D e v o n s h i r e p a r a ir á G e r m a n i a ;
 — 379 —
se estableció e n t r e los h e s s e s e s y los s a j o n e s , f u n d a n d o
do q u i e r a iglesias y o b i s p a d o s , y r e c i b i e n d o al fin, p o r
m a n o de estos salvajes, la c o r o n a del m a r t i r i o . E l p a r e n -
tesco de su l e n g u a con la q u e h a b l a b a n los m i s i o n e r o s d e
O c c i d e n t e facilitó g r a n d e m e n t e á estos ú l t i m o s el c u m -
p l i m i e n t o de la m i s i ó n que se h a b í a n i m p u e s t o .
E s gloria del P a p a F o r m o s o , cuyo c u e r p o sufrió p o s t u -
m o j u i c i o , h a b e r c o n v e r t i d o á los b ú l g a r o s , n a c i ó n p r o c e -
d e n t e de las orillas del Volga. L a s c i r c u n s t a n c i a s "más
insignificantes decidían á veces de la c o n v e r s i ó n de l o s
b á r b a r o s , como se ve p o r el ejemplo de estos m i s m o s b ú l -
g a r o s , q u e p a s a n por h a b e r s e c o n v e r t i d o á la v i s t a de u n
c u a d r o que r e p r e s e n t a b a el juicio final. L o s slavos fueron
c o n v e r t i d o s p o r m i s i o n e r o s griegos; el fraile Cirilo i n v e n -
t ó p a r a ellos u n alfabeto e s p e c i a l , c o m o ya lo h a b í a h e -
cho Ulfilas con los godos. L o s n o r m a n d o s , n a c i ó n de pi-
r a t a s q u e todo lo d e v a s t a b a n en s u s e x c u r s i o n e s , h a s t a
las iglesias, a d o p t a r o n el c r i s t i a n i s m o en c u a n t o se esta-
b l e c i e r o n en N o r m a n d í a , como lo h a b í a n h e c h o los g o d o s
e n o t r a s c o m a r c a s . L o s h a b i t a n t e s de E s c a n d i n a v i a fue-
ron convertidos por San Anscario.
Así acabó E u r o p a p o r h a l l a r s e c o n v e r t i d a p o r c o m p l e t o
n o m i n a l m e n t e , g r a c i a s á los esfuerzos de los m i s i o n e r o s ,
al, ejemplo dado p o r los frailes, á la influencia de l a s m u -
j e r e s , á la e s p a d a de los s o b e r a n o s francos y al p r e s t i g i o
del g r a n n o m b r e de E o m a . L a s t i t u l a d a s g u e r r a s r e l i g i o -
sas de C a r l o m a g n o , q u e d u r a r o n m á s de t r e i n t a a ñ o s , y
q u e fueron a c o m p a ñ a d a s de t o d a s las a t r o c i d a d e s i n s e p a -
r a b l e s de las e m p r e s a s de este g é n e r o , fueron s i n d u d a
t a n políticas como religiosas. P o r estas g u e r r a s se m a n i -
festó p r á c t i c a m e n t e el a c u e r d o establecido e n t r e el P a p a
y P e p i n o . C a r l o m a g n o c o m p r e n d í a p e r f e c t a m e n t e la si-
t u a c i ó n y el p a p e l de la I g l e s i a ; j a m á s la p e r m i t i ó i n v a d i r
el p o d e r civil. V i e n d o en ella el lazo q u e le faltaba p a r a
ligar e s t r e c h a m e n t e , n o sólo l a s n a c i o n e s y p u e b l o s t a n
diferentes de su i m p e r i o , s i n o h a s t a las familias y los i n -
dividuos , fué c o n s t a n t e m e n t e p a r a ella i l u s t r a d o y g e n e -
roso p r o t e c t o r . L a índole de su c a r á c t e r y de su e s p í r i t u
n o le p e r m i t í a a j u s t a r á las d o c t r i n a s de la I g l e s i a s u p r o -
p i a e x i s t e n c i a , q u e á veces se m a n c h ó p o r l a violencia y
 — 380 —
la i n m o r a l i d a d . S u p u n t o de v i s t a era otro; se h a b í a fija-
d o sin d u d a en la c o n c l u s i ó n de q u e las m á x i m a s religio-
sas son b u e n a s p a r a edificar y s o s t e n e r á los que o c u p a n
los r a n g o s inferiores de la sociedad, pero q u e u n s o b e r a n o
n o e s t á obligado m á s que á c o n s e r v a r con la Iglesia l a s
r e l a c i o n e s q u e exige el i n t e r é s g e n e r a l . E l b a u t i s m o e r a
p a r a é l , n o la s e ñ a l de la s a l v a c i ó n , sino de la s u m i s i ó n ,
y si fundó iglesias y m o n a s t e r i o s é i n s t i t u y ó obispados, si
trabajó p o r a u m e n t a r el p o d e r del cielo, fué s i m p l e m e n t e
p o r q u e allí e n c o n t r a b a m e d i o s de g o b i e r n o m á s seguros
q u e los m i s m o s ejércitos. U n l u g a r t e n i e n t e podía suble-
v a r s e c o n t r a él m i e n t r a s que el s a c e r d o t e n e c e s i t a b a s i e m -
p r e su apoyo.
S i E u r o p a , p u e s , p o r su c o n v e r s i ó n , recibió de R o m a
i n m e n s o beneficio, p u d o , en r e s u m e n , p a g a r l o d a n d o al
c r i s t i a n i s m o l a t i n o u n c a r á c t e r m o r a l m á s elevado, el ele-
m e n t o que d e s g r a c i a d a m e n t e le faltaba en todas p a r t e s .
L a seriedad es u n o de los rasgos d o m i n a n t e s del n a t u r a l
e n el salvaje. E l divorcio e n t r e la m o r a l i d a d y la fe q u e
s e h a b í a establecido e n las n a c i o n e s m e r i d i o n a l e s n o era
posible e n los n u e v o s c o n v e r s o s . H a c i e n d o p a s a r á l a r e -
ligión l a t i n a la m a y o r p a r t e de las c o n c e p c i o n e s de su r e -
l i g i ó n b á r b a r a y p a g a n a , d e s a r r o l l a r o n la t e n d e n c i a de l a
n u e v a fe á la i d o l a t r í a ; p e r o , si p o r esta p a r t e la influen-
c i a que ejercieron se h i z o f u n e s t a , p o r o t r a fué m u y b e -
neficiosa; m i e n t r a s d e g r a d a r o n en efecto las creencias pú-
b l i c a s , e n n o b l e c i e r o n la v i d a p r i v a d a . E l m a l q u e c a u s a -
r o n h a sido, p o r lo d e m á s , e x a g e r a d o . L a a l t e r a c i ó n de la
r e l i g i ó n p o r el p a g a n i s m o h a sido sobre t o d o , o b r a de
G r e c i a y de I t a l i a . L o s h a b i t a n t e s de e s t a s dos c o m a r c a s
n o h a b í a n e n r e a l i d a d a b a n d o n a d o n u n c a las a n t i g u a s
c r e e n c i a s i d o l á t r i c a s , y. si se h a b í a n h e c h o c r i s t i a n o s , casi
n o e r a m á s que en la superficie. E l l o s fueron los que i m -
p u s i e r o n al clero el culto de las i m á g e n e s y g r a n n ú m e r o
d e o t r a s p r á c t i c a s p a g a n a s . C a r l o m a g n o , q u e en este r e s -
p e c t o debe c o n s i d e r a r s e c o m o fiel i n t é r p r e t e de los s e n t i -
m i e n t o s de los francos y g e r m a n o s , c o n d e n a b a en a b s o -
l u t o esta especie de i d o l a t r í a .
2.° D e s p u é s de h a b e r c o n s i d e r a d o la revolución i n t e -
l e c t u a l q u e así se h a b í a llevado á cabo en E u r o p a c e n t r a l ,
 — 881
voy á p a s a r al e x a m e n de la posición del pontificado y d e
su a l i a n z a con los francos.
A p e n a s h a b í a n los á r a b e s r e a l i z a d o la c o n q u i s t a d e
África, c u a n d o i n v a d i e r o n á E s p a ñ a , s o m e t i e r o n r á p i d a -
m e n t e esta r e g i ó n , c o m o v e r e m o s e n u n o de los c a p í t u l o s
s i g u i e n t e s , y se p r e p a r a r o n á c o n q u i s t a r á E u r o p a e n t e -
r a . L a c r i s t i a n d a d e s t a b a a m e n a z a d a de v e r r e a l i z a r s e
a q u e l a m b i c i o s o p r o y e c t o , q u e c o n s i s t í a e n p r e d i c a r la
u n i d a d de D i o s en la m i s m a E o m a . L l e g a r o n al c e n t r o
de F r a n c i a , p e r o fueron d e r r o t a d o s p o r Carlos M a r t e l e n
la g r a n b a t a l l a de T o u r s , e n 7 3 2 . E s t a b a t a l l a decidió del
d e s t i n o religioso del m u n d o . L o s s a r r a c e n o s , sin e m b a r -
go, n o a b a n d o n a r o n su p l a n . T r e s a ñ o s d e s p u é s r e a p a r e -
c i e r o n en P r o v e n z a , y Carlos m i s m o n o p u d o c o n t e n e r l e s .
S i n e m b a r g o , ya en aquella época su d o m i n a c i ó n h a b í a
t o m a d o h a r t o g r a n d e e x t e n s i ó n p a r a que p u d i e s e d u r a r .
E v i d e n t e s s í n t o m a s de d e s c o m p o s i c i ó n a p a r e c í a n : M u z a ,
el c o n q u i s t a d o r de E s p a ñ a , h a b í a a p e n a s acabado su e x -
p e d i c i ó n , c u a n d o fué p r e s o á la cabeza de su ejército y
conducido á D a m a s c o p a r a d a r c u e n t a de s u s a c t o s . E s t a s
d i s e n s i o n e s fueron el v e r d a d e r o o b s t á c u l o q u e los á r a b e s
e n c o n t r a r o n en la c o n q u i s t a de F r a n c i a . Carlos M a r t e l
h a b í a dejado el t í t u l o de r e y á Chilperico I I y á T i e -
r r y I V , p e r o á la m u e r t e de este ú l t i m o , n o le d e s i g n ó
sucesor, q u i z á p o r q u e su p e r s p i c a c i a le h a c í a a d i v i n a r l o s
a c o n t e c i m i e n t o s que i b a n á s o b r e v e n i r . M u r i ó en 7 4 1 , d e -
j a n d o a b o r r e c i d a m e m o r i a en el c l e r o , q u e le e c h a b a e n
c a r a el h a b e r l e t o m a d o p a r t e de sus r i q u e z a s , y e s t a b l e -
cido u n d i e z m o sobre las r e n t a s de las iglesias y c o n v e n -
tos p a r a p a g a r su ejército. E l clero, d e m a s i a d o i g n o r a n t e
e n t o n c e s ó d e m a s i a d o apegado á los i n t e r e s e s t e m p o r a l e s
p r e s e n t e s , p a r a c o m p r e n d e r el peligro de q u e le h a b í a s a l -
vado Carlos M a r t e l , n o le p e r d o n a b a . L l e n o de codicia,
n o podía a g u a n t a r que se le g r a v a s e con p a r t e de las t a -
sas d e s t i n a d a s á p r o v e e r á su p r o p i a defensa, y en el con-
cilio de K i e r s y se e x p r e s a b a así d i r i g i é n d o s e á u n o de los
d e s c e n d i e n t e s de Carlos M a r t e l : «Porque el p r í n c i p e C a r -
los fué el p r i m e r o de t o d o s los r e y e s y p r í n c i p e s de los
francos q u e e n a j e n ó y d e s m e m b r ó los b i e n e s de la I g l e s i a ,
por esa sola causa e s t á c o n d e n a d o e t e r n a m e n t e . S a b e m o s ,
 — 382 —

en verdad, que San Euquerio, obispó de Orleans, fué tras-

portado, mientras estaba rezando, al mundo de los espíri-
tus , y que entre otras cosas que le mostró el Señor, vio
al príncipe Carlos, atormentado en el más profundo de
los abismos del infierno. El ángel que le conducía, inte-
rrogado por él sobre aquella visión, le respondió que en
•el juicio futuro el cuerpo y el alma del que ha tomado ó
dividido los bienes de la Iglesia serán, aun antes del fin
del mundo, condenados á eternos tormentos después de
la sentencia formulada por los santos, que se sentarán al
lado de Nuestro Señor. Por este sacrilegio añade á sus
propios pecados la suma de todos los que han querido
asegurar su salvación renunciando á sus bienes por amor
de Dios.» Este entretenido ó instructivo pasaje muestra
cuan prontamente había aprendido el clero franco, medio
bárbaro todavía, á manejar el arma de que tan bien se
servía Roma para defender sus posesiones temporales.
Con Pepino, el hijo de Carlos Martel, principia una
época y una política que se parecen mucho á la de Cons-
tantino el Grande. Pronto comprendió que aliándose con
la Iglesia le sería posible suplantar á su soberano y obte-
ner el poder real. Abriéronse negociaciones entre Pepino
y el Papa. Cada uno de ellos necesitaba un aliado: uno
para apoderarse de la corona de Francia; otro para librar-
se de Constantinopla y de los lombardos. Pepino empezó
por colmar de dones al clero y por señalar puestos á los
obispos en las asambleas de la nación. Consolidando así
el poder eclesiástico realizó inmensa revolución social. La
lengua franca dejó de usarse en las asambleas; la sus-
tituyó el latín, y aquellas juntas que casi no eran más en
otro tiempo que grandes revistas militares acabaron por
tomar carácter puramente eclesiástico. Sin embargo, el
Papa Zacarías estaba dispuesto á cumplir el compromiso
adquirido; las negociaciones proseguían por medio del
capellán de Pepino. A la petición que le fué formalmente
dirigida, el Papa contestó: «El que posea realmente el
poder real es el que debe ser rey.» Con lo cual Pepino se
hizo elevar por sus soldados sobre un escudo y proclamar
rey de los francos. Para dar más solemnidad á la ceremo-
nia fué ungido por los obispos. El rey Chilperico fué de-
 - 383 —
p u e s t o y e n c e r r a d o e n u n c o n v e n t o e n S a n O m e r . Al si-
g u i e n t e a ñ o el P a p a E s t e b a n I I , r e d u c i d o al ú l t i m o a p u -
ro , l l a m ó en su auxilio á P e p i n o c o n t r a los l o m b a r d o s .
H a s t a j u z g ó o p o r t u n o d a r á su súplica m a y o r fuerza a c o n -
p a ñ á n d o l a con u n a c a r t a , q u e a s e g u r a b a h a b e r sido escri-
t a á los francos p o r S a n P e d r o . E l P a p a fué e n s e g u i d a á
F r a n c i a , d o n d e , e n p r e n d a de su s i n c e r i d a d y de la fideli-
dad con q u e q u e r í a c u m p l i r sus c o m p r o m i s o s , p u s o él m i s -
m o la d i a d e m a e n la cabeza de P e p i n o en el m o n a s t e r i o de
S a n D i o n i s i o y le u n g i ó con los s a n t o s óleos, á él, á su m u -
j e r y á sus h i j o s , r e s u c i t a n d o así l a a n t i g u a c o s t u m b r e j u -
daica y confiriendo á su aliado «el d e r e c h o divino». P e p i n o
m a r c h ó e n t o n c e s c o n t r a los l o m b a r d o s , los a n i q u i l ó y dio
al P a p a p a r t e de los t e r r i t o r i o s c o n q u i s t a d o s . Así r e a l i z ó
u n soldado a f o r t u n a d o los dos m a y o r e s a c o n t e c i m i e n t o s
de l a é p o c a : u n a revolución e n F r a n c i a a c o m p a ñ a d a de
u n c a m b i o de d i n a s t í a , y u n a revolución en la c r i s t i a n d a d ;
el obispo de R o m a se h a b í a c o n v e r t i d o en s o b e r a n o t e m -
p o r a l . L a s llaves de S a n P e d r o h a n q u e d a d o desde e n -
t o n c e s t a n f u e r t e m e n t e l i g a d a s á l a g u a r d i a de l a e s p a d a
de los reyes de F r a n c i a , que de todos los g r a n d e s r e y e s ,
c o n q u i s t a d o r e s y h o m b r e s de E s t a d o q u e h a n t e n i d o e s t a
espada n i n g u n o h a podido, á p e s a r de sus esfuerzos, con-
seguir a p a r t a r l a s de ella.
C a r l o m a g n o , q u e sucedió á P e p i n o , su p a d r e , d e s a r r o -
lló c o m p l e t a m e n t e su s i s t e m a político. A i n s t a n c i a del
P a p a E s t e b a n I I I e n t r ó en I t a l i a , s o m e t i ó á los l o m b a r -
dos y r e u n i ó la c o r o n a de L o m b a r d í a á l a de F r a n c i a .
H a b i e n d o q u e m a d o los p a g a n o s sajones la iglesia de D e -
v e n t e r , c o m e n z ó c o n t r a ellos u n a g u e r r a q u e d u r ó t r e i n t a
a ñ o s , y les obligó á c o n v e r t i r s e . A m e d i d a que se e n s a n -
chó el círculo de su d o m i n a c i ó n fundó d o n d e q u i e r a igle-
sias y obispados, que dotó de p o s e s i o n e s t e r r i t o r i a l e s con-
siderables. Dejó el t í t u l o de c o n d e á los jefes m i l i t a r e s
que r e c o n o c i e r o n su a u t o r i d a d . F i e l al c o m p r o m i s o que
su p a d r e y él h a b í a n c o n t r a í d o con el P a p a , se m o s t r ó
c o n s t a n t e m e n t e inflexible r e s p e c t o del b a u t i s m o , que exi-
gía como s e ñ a l de s u m i s i ó n . Castigó con g r a n c r u e l d a d á
los que se o p u s i e r o n ; así h i z o d e g o l l a r , con ocasión del
m o t í n de 7 8 2 , á c u a t r o m i l q u i n i e n t a s p e r s o n a s e n u n
 — 384 —
solo día e n V e r d u n : con t a l e s c o n d i c i o n e s n o es e x t r a ñ o
q u e l a influencia clerical h a y a tornado t a n r á p i d a e x t e n -
sión; p e r o p o r r á p i d o q u e h a y a sido su d e s a r r o l l o , lo fué,
s i n e m b a r g o , t o d a v í a m e n o s que el del p o d e r de Carlo-
magno.
E n E o m a , el día de N a v i d a d del a ñ o 8 0 0 , en la iglesia
de S a n P e d r o , el P a p a L e ó n I I I , d e s p u é s de l a celebra-
ción de los s a n t o s m i s t e r i o s , colocó'de p r o n t o u n a diade-
m a e n l a s sienes de C a r l o m a g n o con a c l a m a c i ó n de la
m u l t i t u d , q u e g r i t a b a : «Larga vida y victoria á Carlos, el
p i a d o s í s i m o A u g u s t o , c o r o n a d o p o r D i o s g r a n d e y pacífi-
co e m p e r a d o r de los r o m a n o s . » S u c a b e z a y su cuerpo
fueron u n g i d o s con los s a n t o s óleos, y r e n o v a n d o las cos-
t u m b r e s del t i e m p o de los C é s a r e s , el pontífice m i s m o
le saludó y adoró. C a r l o m a g n o , p o r el j u r a m e n t o q u e pres-
t ó en la fiesta de su c o r o n a c i ó n , se obligó á m a n t e n e r
los privilegios de la Iglesia.
C a r l o m a g n o e s t a b a m u y á la a l t u r a de a q u e l n o b l e
t í t u l o de e m p e r a d o r de O c c i d e n t e : r e i n a b a en F r a n c i a ,
E s p a ñ a , Italia, Gemianía y Hungría. U n a dignidad in-
ferior h u b i e r a estado por bajo de lo que m e r e c í a . E n c a m -
bio desplegó con S a n P e d r o regia m u n i f i c e n c i a , y h a s t a
en s u s m e n o r e s actos m o s t r ó que a p r e c i a b a en su j u s t o
v a l o r la g r a t i t u d q u e debía al jefe de los apóstoles. S e
p u s o en seguida á i n t r o d u c i r en todos sus E s t a d o s los
c a m b i o s q u e exigía la política i t a l i a n a e n la o r g a n i z a c i ó n
de la I g l e s i a . E n t r e otros c a m b i o s s u s t i t u y ó el c a n t o g r e -
g o r i a n o al a m b r o s i a n o , y d o n d e q u i e r a q u e los s a c e r d o t e s
r e s i s t í a n les h i z o dejar p o r fuerza sus a n t i f o n a r i o s . A i n s -
t a n c i a del P a p a , y p a r a d a r e j e m p l o , h a s t a h i z o q u e m a r
a l g u n o s sacerdotes con sus libros.
L a r a p i d e z con que creció el p o d e r de C a r l o m a g n o , su
p r e p o n d e r a n c i a a b s o l u t a y la s i t u a c i ó n inferior del P a p a ,
q u e n o era m á s que su l u g a r t e n i e n t e en I t a l i a , se m a n i -
fiestan p a l m a r i a m e n t e en la d i s p u t a que suscitó en Occi-
d e n t e la a d o r a c i ó n de las i m á g e n e s . Con este m o t i v o ,
c o m o v e r e m o s en otro c a p í t u l o , se h a b í a n sublevado los
P a p a s c o n t r a los e m p e r a d o r e s iconoclastas de C o n s t a n t i -
n o p l a . E l s e g u n d o concilio de N i c e a h a b í a a u t o r i z a d o la
a d o r a c i ó n de las i m á g e n e s ; p e r o el b u e n s e n t i d o de C a r i o -
 - 385 —

m a g n o le elevaba por e n c i m a de s e m e j a n t e idolatría. L a

d e s a p r o b ó a l t a m e n t e , y b a s t a dictó c o n t r a ella u n a o b r a
e s p e c i a l : los l i b r o s Carolinos. E l P a p a se vio en u n v e r -
d a d e r o a p u r o : C a r l o m a g n o se d e c l a r a b a iconoclasta e n
el m i s m o m o m e n t o en que el culto de las i m á g e n e s , c a u -
sa p r i m e r a de la c u e s t i ó n , a c a b a b a de ser r e s t a u r a d o e n
C o n s t a n t i n o p l a . P r e f i r i ó , sin e m b a r g o , evitar t o d a dis-
cusión p a r a n o a t r a e r la a t e n c i ó n sobre u n a operación
m u y l u c r a t i v a que e n t o n c e s le o c u p a b a : la v e n t a de h u e -
sos y r e l i q u i a s de s a n t o s , que en r e a l i d a d e r a n e x t r a í d o s
sobre todo de las c a t a c u m b a s de K o m a . L o s b á r b a r o s del
N o r t e d e b í a n preferir estos t r i s t e s objetos á e s t a t u a s de
m a d e r a , y este tráfico, a u n q u e despreciable, era, s i n e m -
b a r g o , m á s h o n r o s o que el c o m e r c i o de esclavos q u e h a -
c í a n con los j u d í o s y m a h o m e t a n o s , á q u i e n e s v e n d í a n
sus vasallos y los hijos de los l a b r a d o r e s . C o m o todos los
g r a n d e s h o m b r e s de E s t a d o de la a n t i g ü e d a d que n o p o -
d í a n c o m p r e n d e r la civilización sin la e s c l a v i t u d , Carlo-
magno consideraba esta inicua institución como necesi-
dad política, y se esforzó por sacar de ella todo el prove-
cho q u e era susceptible de p r o p o r c i o n a r al E s t a d o . E s t a -
bleció p a r a ciertas clases de esclavos u n s i s t e m a de a p r e n -
dizaje , y designó los q u e d e b í a n dedicarse al comercio y
á las a r t e s m e c á n i c a s . L a esclavitud, sin e m b a r g o , fué l a
q u e d u r a n t e su p r o p i a vida c o n c u r r i ó con el servicio m i -
litar á h a c e r t a n p r e c a r i a la s i t u a c i ó n de los p e q u e ñ o s
propietarios y á p r e p a r a r el c a m i n o á aquella r á p i d a d i -
solución del i m p e r i o , que e m p e z ó i n m e d i a t a m e n t e d e s -
pués de su m u e r t e .
S i n e m b a r g o , si C a r l o m a g n o a c e p t a b a la e s c l a v i t u d
como m a l político n e c e s a r i o , n o faltan t e s t i m o n i o s q u e
p r u e b a n q u e se esforzó' p o r r e p r i m i r sus abusos d o n d e
q u i e r a que los e n c o n t r ó . H a b i e n d o acusado los d u q u e s
italianos al P a p a A d r i a n o de v e n d e r sus vasallos c o m o
esclavos á los s a r r a c e n o s , C a r l o m a g n o o r d e n ó se abriese
u n a i n f o r m a c i ó n . H a b i e n d o r e s u l t a d o de ella que se h a -
b í a n celebrado r e a l m e n t e t r a n s a c c i o n e s de este g é n e r o
en el p u e r t o de Civita-Vecchia, n o p u d o resolverse á h a c e r
público t a n infame c r i m e n , p e r o r e t i r ó p a r a s i e m p r e s u
apoyo al P a p a A d r i a n o . E n a q u e l l a m i s m a época se h a c í a ,
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 25
 — 386 —;

por medio de los judíos, considerable tráfico de esclavos

entre los sarracenos y los eclesiásticos y los barones euro-
peos, que les vendían los hijos de sus siervos.
Oarlomagno nunca supo escribir, pero nadie aprecia-
ba mejor que él el valor de la ciencia. Trabajó asidua-
mente por ilustrar y educar á su pueblo. Eeunió á los
sabios; recomendó al clero el cultivo de las letras; creó
escuelas para la enseñanza de la música religiosa; hizo
construir magníficos palacios, iglesias y puentes; adornó
su capital, Aquisgram, con estatuas que había traído de
Italia; organizó en las ciudades las profesiones y los ofi-
cios, é instituyó la policía. Veló con gran solicitud porque
el clero fuese piadoso é instruido; lo necesitaba mucho,
pues la mayor parte de los sacerdotes de su tiempo apenas
sabían leer y escribir. De la primera mitad del siglo vm,
una de las épocas más interesantes, puesto que compren-
de la invasión de Francia por los sarracenos y su expul-
sión, no nos quedan más que algunas crónicas casi insig-
nificantes: el clero manejaba mucho mejor la espada que
la pluma. Las escuelas de Oarlomagno fracasaron, no
por culpa del fundador, sino porque el tiempo no pedía
saber; los pontífices y el clero no se cuidaban para nada
de esto, siendo para ellos todo conocimiento más bien
nocivo que útil.
La vida privada de Oarlomagno fué manchada por gran-
des inmoralidades y crímenes. Se hizo culpable de poli-
gamia casi tanto como los califas; tuvo hasta nueve mu-
jeres y numerosas concubinas. Se pretende que -trató,
mediante matrimonio con la emperatriz de Oriente, au-
mentar todavía su número, ó acaso, si tenemos en cuenta
su vasta habilidad política, unir á la vez los imperios de
Oriente y de Occidente. Era aquella misma Irene que
más tarde en Oonstantinopla hizo sacar los ojos á su pro-
pio hijo. En 801 el califa Ahrum-al-Easchid le envió de
Bagdad las llaves del sepulcro de nuestro Salvador, como
prueba de la alta estima en que el comendador de los
creyentes tenía al más grande de los reyes cristianos.
Bajo estos testimonios de aprecio, sin embargo, se ocul-
taba quizá alguna intención política; el califa había apre-
ciado sin duda qué precio tenía para él la amistad de una
 — 387 —
potencia que podía contener á los emires de España. Carlo-
magno no olvidó nunca el pacto contraído con el pontifi-
cado, que le obligaba á hacer prevalecer el cristianismo
romano en todas las regiones de Europa á que se exten-
día su influencia. Se mostró constantemente inexorable
en la aplicación de la pena capital que sus leyes fulmi-
naban contra la negativa á bautizarse, la apostasía, el
asesinato de un clérigo ó de un obispo, la práctica de los
sacrificios humanos y el uso de la carne durante la Cua-
resma. Su espada era el terror de los paganos de Germa-
nia, pero contribuyó también grandemente á persuadir-
les y convertirles. Carlomagno guardó hasta el fin de su
vida inviolable fidelidad al compromiso que había con-
traído. Murió el año 814.
Tal era la alianza que se había formado entre la Iglesia
y el Estado. No podía menos de ocurrir que cada uno de
ambos poderes tuviera alternativamente la preponderan-
cia sobre el otro, y que sus luchas acabasen por su ruina
común. Apenas había muerto Carlomagno, cuando la de-
bilidad é impotencia de su hijo y sucesor, Ludovico Pío,
vinieron á ofrecer á la Iglesia la ocasión que esperaba.
Luis, expulsando las numerosas concubinas y queridas
de su padre, descubrió los escándalos de la corte del gran
emperador. No es esta la ocasión de contar al por menor
cómo este monarca se cubrió de vergüenza humillándose
ante la Iglesia; cómo, bajo su impotente gobierno, tomó
el tráfico de esclavos nueva extensión; cómo todas las
costas, y aun todas las regiones en que los barcos podían
remontar los ríos, fueron expuestas á las correrías de los
piratas normandos, que hasta lograron apoderarse de
varias grandes ciudades; cómo España, formando sor-
prendente contraste con el resto de Europa, afligida en-
tonces por completa descomposición social, se hizo rica,
populosa y grande bajo sus soberanos mahometanos;
cómo al Este, los hunnos y los avaros, cesando en sus
devastaciones , aceptaron el cristianismo; cómo la diver-
sidad de intereses de todas, las naciones reunidas bajo el
cetro de Carlomagno produjo entre ellas guerras ince-
santes, y acabó por dividirlas en dos grandes haces:
Francia y Alemania; cómo, por la locura del clero, que
 — 388 —

se creía m e j o r defendido p o r sus r e l i q u i a s .que por las ar-

m a s , los s a r r a c e n o s se v i e r o n d u e ñ o s absolutos de todo el
Mediodía, y e s t u v i e r o n á p u n t o de a p o d e r a r s e de la m i s m a
E o m a ; cómo F r a n c i a , en a q u e l l a época, se h a b í a conver-
tido en v e r d a d e r a teocracia e n q u e el clero lo e r a todo y
t o d o lo absorbía; c ó m o el P a p a , r e d u c i d o á t e m b l a r en s u
p r o p i o palacio, c o n s i g u i ó , sin e m b a r g o , e x t e n d e r e x t e r i o r -
m e n t e Su p o d e r , i n t e r v i n i e n d o en a s u n t o s de la v i d a d o -
m é s t i c a , c o m o lo h i z o con m o t i v o del divorcio de L o t a -
rio I I ; cómo I t a l i a , F r a n c i a y G e r m a n i a se c o n v i r t i e r o n
en lo que h a b í a n sido en otro t i e m p o S i r i a y África, r e -
g i o n e s de m i l a g r o s y p r o d i g i o s ; c ó m o , h a b i e n d o p o d i d o
la I g l e s i a , m e r c e d á esta p o l í t i c a , o b t e n e r la p r e p o n d e -
r a n c i a , el P a p a J u a n V I I I se creyó b a s t a n t e fuerte p a r a
afirmar su d e r e c h o á d i s p o n e r de la c o r o n a i m p e r i a l ( l a
s u p r e m a c í a i m p e r i a l c o n q u i s t a d a p o r Cario M a g n o i m p l i -
c a b a n e c e s a r i a m e n t e la s u p r e m a c í a definitiva de los P a -
p a s ) ; c ó m o , h a b i é n d o s e p r e s e n t a d o ocasión de r e c o n s t r u i r
el I m p e r i o de O c c i d e n t e bajo el cetro de Carlos el G o r d o ,
a b o r t ó este g r a n p r o y e c t o p o r i n e p c i a del s o b e r a n o , i n e p -
cia t a l q u e los n o b l e s de su r e i n o se v i e r o n obligados á
d e p o n e r l e ; c ó m o a p a r e c i e r o n m u l t i t u d de n u e v o s r e i n o s
en E u r o p a , q u e n o ofreció ya sino el e s p e c t á c u l o de i n -
m e n s o caos p o l í t i c o ; cómo, á c o n s e c u e n c i a de la falta de
u n g o b i e r n o p r o t e c t o r c u a l q u i e r a , los g r a n d e s t e r r a t e -
n i e n t e s t u v i e r o n q u e defenderse á sí m i s m o s , y la g u e r r a
p r i v a d a llegó á ser d e r e c h o r e c o n o c i d o ; c ó m o — ¡ e x t r a ñ a
c o n s e c u e n c i a de todas e s t a s c a l a m i d a d e s ! — s e produjo en-
t o n c e s e n o r m e a u m e n t o en la población, t e n i e n d o i n t e r é s
cada s e ñ o r en l e v a n t a r el m a y o r n ú m e r o posible de va-
sallos y m i d i é n d o s e cada t i e r r a p o r el n ú m e r o de servi-
d o r e s q u e p o d í a d a r , de d o n d e n a c i ó el s i s t e m a feudal;
c ó m o el p r i n c i p i o m o n á r q u i c o , t r i u n f a n d o u n a v e z m á s ,
p r e v a l e c i ó en A l e m a n i a con E n r i q u e el P a j a r e r o y los
t r e s O t o n e s , sus d e s c e n d i e n t e s ; cómo esos g r a n d e s m o -
n a r c a s a c a b a r o n de s o m e t e r á I t a l i a , y c ó m o , en fin, la
i n m o r a l i d a d del clero g e r m á n i c o se afirmó p o r los i n c e -
s a n t e s esfuerzos q u e h i z o p a r a r e f o r m a r el p a p a d o , q u e
caía e n el m á s c o m p l e t o e n v i l e c i m i e n t o .
E l pontificado llegó á s e r , p o r ú l t i m o , p a t r i m o n i o de
 — 389 -
los condes de T ú s c u l o , y —lo q u e n o puede escribirse s i n
v e r g ü e n z a — s e vio á las p r o s t i t u t a s o t o r g a r l o á sus c o m -
p a ñ e r o s de orgías ó á sus hijos ilegítimos y á veces h a s t a
a adolescentes p r e m a t u r a m e n t e corrompidos; no estaba
lejos el a ñ o 1044 en que debía sacarse á s u b a s t a el p o n -
tificado. Y a n o s a c e r c a m o s al fin de los m i l a ñ o s t r a n s -
curridos desde el n a c i m i e n t o de Cristo. L a d e p l o r a b l e
u n i ó n de la I g l e s i a y el E s t a d o , sus r i v a l i d a d e s , sus i n t r i -
gas y sus d i s p u t a s h a b í a n conducido f a t a l m e n t e al Occi-
d e n t e á los m i s m o s r e s u l t a d o s q u e al O r i e n t e ; la u n i ó n
de la I g l e s i a y el E s t a d o h a b í a d e s o r g a n i z a d o el s i s t e m a
político y p r o d u c i d o la d e s m o r a l i z a c i ó n social u n i v e r s a l .
L a a b s o r c i ó n de l a s p e q u e ñ a s p r o p i e d a d e s feudales p o r
las g r a n d e s h a b í a a u m e n t a d o c o n s i d e r a b l e m e n t e el n ú -
m e r o de e s c l a v o s ; n o h a b í a y a m á s q u e u n solo s e ñ o r
donde poco a n t e s vivía n u m e r o s a familia de h o m b r e s
libres. L a m i s m a clase r i c a i b a s i e m p r e d e c r e c i e n d o n u -
m é r i c a m e n t e á c o n s e c u e n c i a de o t r a a b s o r c i ó n s e m e j a n -
t e á la a n t e r i o r , t a n t o que p r o n t o se e n c o n t r ó el t e r r i t o -
rio e n t e r o en m a n o s de a l g u n o s a b a d e s y c o n d e s , c u y a s
i n m e n s a s p r o p i e d a d e s e r a n c u l t i v a d a s p o r m u l t i t u d de
esclavos; u n solo s e ñ o r poseía á veces m á s de 2 0 . 0 0 0 ,
cifra q u e p o d r í a , s i n e m b a r g o , i n d u c i r n o s á e r r o r si d e -
j á r a m o s de t e n e r e n c u e n t a la m a g n i t u d de la superficie
geográfica en que estos esclavos e s t a b a n e s p a r c i d o s . E n
s u m a : E u r o p a o c c i d e n t a l debía p r e s e n t a r el a s p e c t o de
u n a región c u b i e r t a de b o s q u e s , en m e d i o de los c u a l e s
se l e v a n t a b a n a q u í y allí a l g ú n c o n v e n t o ó a l g u n a c i u d a d .
E n estas r e g i o n e s , que h a b í a n visto en otro t i e m p o l a s
m a r a v i l l a s de la civilización r o m a n a , la r a z a h u m a n a es-
t a b a á p u n t o de e x t i n g u i r s e . C u a n d o el s i s t e m a feudal n o
estaba todavía d e s a r r o l l a d o , ¿ d ó n d e e s t a b a la c a u s a polí-
tica q u e h u b i e r a e s t i m u l a d o la r e p r o d u c c i ó n de la espe-
cie? Si la p a z r e i n a b a a c c i d e n t a l m e n t e , ¿ q u é r a z ó n h a b í a
p a r a i m p u l s a r l a r e g e n e r a c i ó n de los h o m b r e s m á s a l l á
de lo n e c e s a r i o p a r a h a c e r l e s p r o d u c i r m a y o r r é d i t o posi-
b l e , condición q u e i m p l i c a b a ya su d e s t r u c c i ó n ? H a s t a
la m i s m a legislación dejó p r o n t o de ser ú t i l , y se dejó
que l a s cosas s i g u i e r a n su c u r s o n a t u r a l . Bajo la influen-
cia de los m o n j e s el e s p í r i t u m i l i t a r d e c l i n a b a ; la p i e d a d
 — 390 —
i n d i v i d u a l era t a n sólo p u r o f e t i c h i s m o , a d o r a c i ó n de las
r e l i q u i a s , falsas ó v e r d a d e r a s , que l l e n a b a n el m u n d o con
s u s m i l a g r o s . E l que m o r í a sin dejar p a r t e de sus b i e n e s
á la I g l e s i a q u e d a b a p r i v a d o de c o n f e s i ó n , d e - s a c r a m e n -
t o s y de c r i s t i a n a s e p u l t u r a . E l c o m b a t e j u d i c i a l y las
p r u e b a s del fuego y del a g u a h i r v i e n d o decidían de la
i n o c e n c i a ó culpabilidad de los a c u s a d o s . E l c a m b i o de
r e l a c i o n e s h a b í a cesado en g e n e r a l h a s t a e n t r e localida-
des m u y poco d i s t a n t e s u n a s de o t r a s , y n o e r a poco si
este c a m b i o podía h a c e r s e á veces p o r m e d i o de u n p o r -
t e a d o r como en los t i e m p o s m á s r e m o t o s .
E n aquellos d e p l o r a b l e s días n o faltaban r a z o n e s p a r a
c r e e r con eL v u l g o q u e el fin de todas las cosas e s t a b a
p r ó x i m o , y que el a ñ o m i l ocurriría la d e s t r u c c i ó n del
m u n d o . L a sociedad se d i s o l v í a , la r a z a h u m a n a p a r e c í a
á p u n t o de d e s a p a r e c e r , y a p e n a s si h a b í a n sobrevivido
a l g u n o s r e s t o s de la a n t i g u a civilización. T a l fué el éxito
del s e g u n d o e n s a y o de u n i ó n e n t r e el p o d e r político y el
eclesiástico. E n u n o de los c a p í t u l o s p r e c e d e n t e s h e m o s
v i s t o e n q u é h a b í a v e n i d o á p a r a r en O r i e n t e , y acaba-
m o s de m o s t r a r los r e s u l t a d o s que produjo en O c c i d e n t e .
S u g e r i d a p o r el e g o í s m o , s e m e j a n t e u n i ó n n o p u e d e m a n -
tenerse m á s que por la violencia, ni puede perpetuarse
m á s que por la i g n o r a n c i a , c o n d u c i e n d o f a t a l m e n t e á la
r u i n a social.
M i e n t r a s el E s t a d o c a m i n a b a así á su p e r d i c i ó n , los
a s u n t o s de la I g l e s i a n o s e g u í a n m e j o r c a m i n o . L a funes-
t a a l i a n z a q u e la I g l e s i a y el E s t a d o h a b í a n h e c h o d a b a
el ú n i c o fruto p o s i b l e , su r u i n a c o m ú n . H a b í a e n todo
e s t o s o l e m n í s i m a lección p a r a l a s e d a d e s f u t u r a s .
3." H e m e a q u í a h o r a e n e 1 t e r c e r o y ú l t i m o a s u n t o
q u e t e n g o que t r a t a r en este c a p í t u l o : la d e t e r m i n a c i ó n
d e l v e r d a d e r o v a l o r religioso del s i s t e m a q u e i b a á i m p o -
n e r s e á E u r o p a . Con este o b j e t o , e x a m i n a r é los ú n i c o s
d o c u m e n t o s q u e p u e d e n s e r v i r n o s al efecto: las vidas
p r i v a d a s de los p a p a s .
Si sólo se c o n s i d e r a s e n ios i n t e r e s e s de la religión, p o -
d r í a p a r e c e r o p o r t u n o a b s t e n e r s e de t o d o detalle b i o g r á -
fico de los pontífices, p e r o e n el caso a c t u a l , la j u s t i c i a
e x i g e o t r a cosa. E l p r i n c i p i o f u n d a m e n t a l del p a p a d o , es
 — 391 —
q u e el pontífice r o m a n o es el vicario ele Cristo en la t i e -
r r a ; el e x a m e n de su c o n d u c t a p e r s o n a l se n o s i m p o n e ,
p u e s , n e c e s a r i a m e n t e . ¿Cómo c o m p r e n d e r e m o s la n a t u -
r a l e z a de la fe q u e profesa, si n o p o d e m o s saber cómo se
c o n d u c e en los actos de su v i d a ? ¿No es a h í d o n d e debe
b u s c a r s e la c a u s a p r i m e r a de los m o v i m i e n t o s que esta-
llaron en Alemania, Inglaterra y F r a n c i a , y que acaba-
r o n p o r la r u i n a del pontificado, m o v i m i e n t o s que n o po-
d e m o s e n t e n d e r sino m e d i a n t e el c o m p l e t o c o n o c i m i e n t o
de las vidas y o p i n i o n e s p r i v a d a s de los papas? B u e n o es,
en lo p o s i b l e , n o c a r g a r á u n s i s t e m a con las imperfec-
ciones de los i n d i v i d u o s q u e le s i g u e n ; p e r o en el caso
que n o s ocupa, el s i s t e m a y el i n d i v i d u o son i n s e p a r a b l e s
u n o de o t r o . E l p a p a d o , en la época de que h a b l a m o s ,
p r e s e n t a la n o t a b l e p a r t i c u l a r i d a d de que su h i s t o r i a es
g r a n d e y su biografía infame. N a d a d i r é , p u e s , de e s t a
biografía, que n o sea e s t r i c t a m e n t e n e c e s a r i o , y p a s a r é
e n silencio c u a n t o p u e d a h e r i r d e m a s i a d o p r o f u n d a m e n t e
los s e n t i m i e n t o s religiosos del lector. M e l i m i t a r é al p e -
ríodo que se e x t i e n d e desde el siglo v m á m e d i a d o s del x i .
E s , p o r lo d e m á s , el ú n i c o de q u e t e n g o q u e o c u p a r m e
e n este c a p í t u l o , c o n s i d e r a c i ó n q u e , á los ojos de la crí-
t i c a i m p a r c i a l , m e d i s p e n s a r á de f r a n q u e a r estos l í m i t e s .
A la m u e r t e del p a p a P a u l o I , q u e h a b í a o b t e n i d o el
pontificado e n 7 5 7 , a l g u n o s obispos i n s t a d o s p o r el du-
q u e de N e p i , c o n s a g r a r o n c o m o p a p a á C o n s t a n t i n o , u n o
de sus h e r m a n o s , e n 7 6 8 ; p e r o h a b i e n d o escogido los
electores legales á E s t e b a n I V , c a s t i g a r o n c r u e l m e n t e al
u s u r p a d o r y á sus cómplices; á C o n s t a n t i n o le a r r a n c a r o n
los ojos; al obispo Teodoro le c o r t a r o n la l e n g u a , y le en-
c e r r a r o n e n u n calabozo, d o n d e le d e j a r o n m o r i r de sed.
S u sucesor, el p a p a L e ó n I I I , fué cogido en la calle p o r
los s o b r i n o s del p a p a A d r i a n o y a r r a s t r a d o á u n a iglesia
c e r c a n a , d o n d e t r a t a r o n de a r r a n c a r l e la l e n g u a y l o s
ojos. E s t e m i s m o p a p a t u v o q u e defenderse c o n t r a u n a
c o n s p i r a c i ó n f o r m a d a con el fin de d e p o n e r l e . R o m a fué
e n t o n c e s desolada p o r m o t i n e s , a s e s i n a t o s é i n c e n d i o s .
E s t e b a n V, su sucesor, 8 1 6 , fué i g n o m i n i o s a m e n t e ex-
pulsado de la c i u d a d . P a s c u a l I , q u e le sucedió, fué a c u -
sado de h a b e r cegado y a s e s i n a d o á dos eclesiásticos e n
 — 392 —
el palacio de L e t r á n . L o s c o m i s a r i o s i m p e r i a l e s a b r i e r o n
u n a i n f o r m a c i ó n , p e r o el p a p a m u r i ó d e s p u é s de h a b e r s e
disculpado p o r j u r a m e n t o a n t e t r e i n t a obispos. J u a n V I I I ,
e n 8 7 7 , n o pudo r e s i s t i r á los s a r r a c e n o s y se v.ió obliga-
do á p a g a r l e s t r i b u t o ; el obispo de Ñ a p ó l e s , q u e e s t a b a
s e c r e t a m e n t e ligado con e l l o s , c o m p a r t í a el b o t í n de s u s
i n c u r s i o n e s . J u a n le excomulgó y n o quiso d a r l e la abso-
l u c i ó n sino después de h a b e r sabido que h a b í a h e c h o
m a t a r al d u q u e de Ñ a p ó l e s , su h e r m a n o , jefe de los t r a i -
dores. E l clero c o n s p i r ó c o n t r a el p a p a ; se apoderó de
u n a p a r t e de los tesoros de la I g l e s i a y a b r i ó , con lla-
ves f a l s a s , u n a p u e r t a de la c i u d a d con objeto de i n t r o -
d u c i r á los s a r r a c e n o * F o r m o s o , que h a b í a t o m a d o p a r t e
e n t o d o s estos a c o n t e c i m i e n t o s y que h a b l a sido exco-
m u l g a d o por h a b e r c o n s p i r a d o c o n t r a la vida del p a p a
J u a n , fué elegido pontífice en 8 9 1 . E n 896 le sucedió
Bonifacio V I , que p o r su i n m o r a l i d a d y licenciosas cos-
t u m b r e s , h a b í a sido excluido v a r i a s veces del seno de la
Iglesia. E s t e b a n V I I , que v i n o después, h i z o e x h u m a r el
c a d á v e r de F o r m o s o , le revistió con el traje pontificio, l e
h i z o colocar sobre u n a silla y c o m p a r e c e r d e s p u é s a n t e
u n concilio; p r o n u n c i a d a la s e n t e n c i a , le c o r t a r o n t r e s
dedos y l a n z a r o n el cuerpo al T í b e r , d i g n o r e m a t e d e
esta ridicula y odiosa escena. E s t e b a n e s t a b a d e s t i n a d o
á m o s t r a r p o r sí m i s m o el e n v i l e c i m i e n t o en que h a b í a
caido el p a p a d o ; fué encarcelado y e x t r a n g u l a d o . D u r a n t e
cinco a ñ o s , del 896 al 9 0 0 , fueron c o n s a g r a d o s cinco p a -
p a s . E n 9 0 4 , a p e n a s h a c í a dos m e s e s que L e ó n V e r a
p a p a , c u a n d o fué e n c a r c e l a d o p o r C r i s t ó b a l , u n o de s u s
c a p e l l a n e s . Cristóbal ocupó el p u e s t o de L e ó n , p e r o n o
t a r d ó en ser expulsado él m i s m o de E o m a p o r Sergio I I I ,
q u e se a p o d e r ó del pontificado á m a n o a r m a d a , en 9 0 5 .
S i se h a n de creer las c r ó n i c a s del t i e m p o , Sergio vivía
con la célebre c o r t e s a n a T e o d o r a , q u e , lo m i s m o q u e s u s
dos h i j a s , M a r o z i a y T e o d o r a , t e n í a sobre él e x t r a o r d i n a -
rio a s c e n d i e n t e .
J u a n X t u v o p a r t e t a m b i é n en el a m o r de T e o d o r a ;
p o r ella o b t u v o el a r z o b i s p a d o de R á v e n a , y poco des-
p u é s , en 9 1 5 , el pontificado. Bajo el aspecto político,
J u a n se m o s t r ó á la a l t u r a de su m i s i ó n ; o r g a n i z ó u n a
 — 893 —

c o n f e d e r a c i ó n , á la que B o m a debió q u i z á el n o ser t o -

m a d a p o r los s a r r a c e n o s , y el m u n d o vio con a s o m b r o y
sorpresa al belicoso pontífice p o n e r s e él m i s m o á la ca-
beza de sus t r o p a s . E l a m o r de T e o d o r a le h a b í a p e r m i -
tido c o n s e r v a r c a t o r c e a ñ o s el p o n t i f i c a d o ; las i n t r i g a s y
el odio de M a r o z i a le d e r r i b a r o n . A c o m p a ñ a d a de G u i d o ,
su s e g u n d o m a r i d o , le s o r p r e n d i ó en el palacio d e L e t r á n ,
hizo m a t a r d e l a n t e del p a p a á su h e r m a n o P e d r o , y a r r o -
j ó al p a p a en u n calabozo, d o n d e n o t a r d ó en m o r i r ,
a h o g a d o — s e d i c e — c o n u n a almohada. Poco después,
M a r o z i a h i z o p a p a á su propio hijo con el n o m b r e d e
J u a n X I , en 9 3 1 . E l p a p a Sergio p a s a b a p o r su p a d r e ,
pero M a r o z i a le reconocía c o m o hijo de su m a r i d o Albe-
rico, con cuyo h e r m a n o Guido se casó d e s p u é s . O t r o d e
sus hijos, Alberico, envidioso de su h e r m a n o J u a n , le
hizo e n c a r c e l a r , así como á su m a d r e M a r o z i a . E l hijo
de Alberico, en 956 , fué elegido p a p a con el n o m b r e de
J u a n X I I ; sólo t e n í a d i e c i n u e v e a ñ o s c u a n d o se h a l l ó
colocado á la cabeza de la c r i s t i a n d a d . S e h i z o c u l p a b l e
de t a n r e p u g n a n t e s i n m o r a l i d a d e s , que el clero a l e m á n
pidió al e m p e r a d o r O t ó n I q u e i n t e r v i n i e s e . B e u n i ó s e
u n sínodo en la iglesia de S a n P e d r o ; J u a n era a c u s a d o
de h a b e r recibido d i n e r o p o r c o n s a g r a r obispos, de h a b e r
o r d e n a d o á u n obispo de diez a ñ o s t a n solo de e d a d , y
de h a b e r celebrado la o r d e n a c i ó n de otro en u n e s t a b l o ;
era a c u s a d o t a m b i é n del c r i m e n de i n c e s t o con u n a de
las c o n c u b i n a s de su p a d r e , y de t a n t o s a d u l t e r i o s , q u e
parecía que el palacio de L e t r á n se h a b í a c o n v e r t i d o en
v e r d a d e r a casa de p r o s t i t u c i ó n ; se le a c u s a b a a d e m á s de
h a b e r h e c h o sacar los ojos á u n eclesiástico, m u t i l a r á
otro, y en fin, de h a b e r s e dedicado á la e m b r i a g u e z y al
j u e g o . I n t i m a d o p a r a q u e c o m p a r e c i e s e a n t e el s í n o d o ,
respondió q u e e s t a b a de c a z a , y como los P a d r e s le r e -
c o n v i n i e s e n p o r esta c o n d u c t a , les h i z o o b s e r v a r con
t o n o a m e n a z a d o r q u e « J u d a s c o m o los d e m á s discípulos,
había recibido de su m a e s t r o el p o d e r de a t a r y d e s a t a r ,
pero que e n c u a n t o h u b o v e n d i d o la c a u s a c o m ú n , el
ú n i c o p o d e r que r e t u v o fué el de a t a r su p r o p i o cuello».
F u é d e p u e s t o y r e e m p l a z a d o por L e ó n V I I I , en 9 6 3 ,
p e r o p o s t e r i o r m e n t e r e c o n q u i s t ó el p o d e r ; h i z o a r r e s t a r á
 — 394 —

sus mujeres y cortar á unas la mano y á otras las narices

ó la lengua. Pereció á manos de un romano, cuya mujer
había seducido.
Después de tales detalles, casi es inútil nablar de los
papas siguientes: Juan XIII fué extrangulado en su pri-
sión; Bonifacio VII hizo aherrojar á Benito VI y le dejó
morir de hambre; Juan XIV fué matado secretamente
en las mazmorras del cantillo de Santángelo; el cuerpo
de Bonifacio fué arrastrado en las calles por el popula-
cho. Todo sentimiento de veneración y aun de respeto al
soberano pontífice se había extinguido en Roma. En
Europa entera, la indignación del clero era tal, que casi
aprobó la intención que tuvo el emperador Otón de arre-
batar á los italianos el privilegio de elegir los papas y de
dárselo á su propia familia. Gregorio V, su próximo pa-
riente, á quien acababa de colocar en el solio pontificio,
fué pronto, sin embargo, expulsado por Crescencio y los
romanos; lanzó al fin sus bulas de excomunión, pero es-
tos romanos conocían demasiado bien lo que eran los rayos
papales para responderles con otra cosa que con el des-
precio y la burla. Terrible castigo esperaba al auti-papa
Juan XVII. Otón volvió á Italia, le hizo prender, sacar
los ojos, cortar la nariz y la lengua, y ordenó que se le
paseara por las calles montado en un burro, con el rostro
vuelto hacia la cola del animal y con un puchero de vino
á la cabeza. Parecía que el escándalo no podía ir más
allá; los romanos debían no obstante todavía ver, en 1035,
á un niño de doce años, Benito IX, elevado al solio.
Uno de sus sucesores, Víctor III, dice que la vida de
Benito IX fué tan vergonzosa, escandalosa y execrable,
que se niega á contarla. Su conducta fué más propia de
un jefe de bandidos que de un papa. El pueblo romano,
harto al fin de sus adulterios, homicidios y crímenes de
todas clases, se sublevó contra él. Desesperando de sos-
tenerse, sacó el pontificado á subasta. Lo compró un sa-
cerdote que llegó á ser papa en 1045, con el nombre de
Gregorio VI.
Más de mil años habían transcurrido desde el nacimien-
to del Salvador, y tal era el estado de cosas en Roma. Con
razón el historiador aparta con asco sus ojos de los ana-
 — 395 -

les de este t i e m p o y el c o r a z ó n del c r i s t i a n o se o p r i m e á

l a l e c t u r a de esta h i s t o r i a que n o es m á s q u e p r o l o n g a d a
serie de a s q u e r o s o s e s c á n d a l o s . ¡Esos e r a n los vicarios d e
D i o s e n la t i e r r a , esos h o m b r e s q u e a l c a n z a r o n v e r d a d e -
r a m e n t e el t é r m i n o q u e la p e r v e r s i d a d h u m a n a n o p u e d e
traspasar!
Sólo a l g u n o s siglos d e s p u é s de estos a c o n t e c i m i e n t o s
e s c u a n d o la o p i n i ó n p ú b l i c a llegó á la ú n i c a c o n c l u s i ó n
v e r d a d e r a m e n t e filosófica que de ellos n e c e s a r i a m e n t e se
d e s p r e n d í a : la n e g a c i ó n a b s o l u t a de los d e r e c h o s d i v i n o s
del p a p a d o . D u r a n t e cierto t i e m p o , se a c h a c ó el m a l al
m o d o de elegir los p a p a s , c o m o si este m o d o h u b i e r a d e -
b i d o ejercer a l g u n a influencia en la n a t u r a l e z a de u n p o -
d e r q u e p r e t e n d í a ser de origen divino y colocado bajo l a
i n m e d i a t a i n t e r v e n c i ó n de D i o s . A h o r a b i e n , h e a q u í
c ó m o se h a c í a n las e l e c c i o n e s : el clero r o m a n o r e c o m e n -
d a b a u n c a n d i d a t o al colegio de c a r d e n a l e s , c u y a elección
d e b í a ser confirmada p o r el pueblo de E o m a y ratificada
en vdtimo t é r m i n o p o r el e m p e r a d o r . Se t r a t a b a , p u e s ,
de conciliar y satisfacer á la vez las m a q u i n a c i o n e s del
clero s u b a l t e r n o , las i n t r i g a s de los c a r d e n a l e s , los cla-
m o r e s del p o p u l a c h o y la política del e m p e r a d o r . S e m e -
j a n t e s i s t e m a debía f a t a l m e n t e d e s a p a r e c e r . P u e d e sor-
p r e n d e r n o s q u e los c o n t e m p o r á n e o s n o h a y a n r e c o n o c i d o
q u e e r a de i n s t i t u c i ó n p u r a m e n t e h u m a n a , p e r o n o q u e
los e m p e r a d o r e s h a y a n c o m p r e n d i d o la n e c e s i d a d de a p o -
d e r a r s e p o r sí m i s m o s del n o m b r a m i e n t o de los p a p a s , y
q u e G r e g o r i o V I I h a y a concebido el p e n s a m i e n t o de
t r a n s m i t i r l a al colegio de c a r d e n a l e s s ó l o , con e x c l u s i ó n
d e l e m p e r a d o r , del pueblo r o m a n o , y h a s t a del r e s t o de
la c r i s t i a n d a d . Consiguió ejecutar este p r o y e c t o .
I m p o s i b l e es e s t u d i a r el desarrollo del p o d e r eclesiás-
tico r o m a n o sin o b s e r v a r q u e á cada paso d e s c u b r e s u
origen h u m a n o , y d e m a s i a d o á m e n u d o la influencia de
las p a s i o n e s é i n t r i g a s de este m u n d o , s i n r e c o n o c e r q u e
p a r a n o s o t r o s el s i s t e m a r o m a n o carece e s e n c i a l m e n t e del
s i g n o de la d i v i n i d a d , y que es, e n fin, o b r a del h o m b r e y
n o de D i o s , l l e v a n d o e n sí la s e ñ a l de t o d a s las p a s i o n e s
h u m a n a s , de t o d a s las v i r t u d e s h u m a n a s y de t o d o s l o s
pecados h u m a n o s .
 CAPÍTULO XIII

Digresión solb>x*e el p a s o de los á r a b e s

á su edad de razón.

L a s operaciones m i l i t a r e s de los á r a b e s , t a l c o m o l a s
h e m o s descrito e n el capítulo X I , p r o d u j e r o n l a r u i n a
del s i s t e m a político b i z a n t i n o , y p u s i e r o n p r e m a t u r o fin
á l a e d a d de fe en O r i e n t e ; e n c u a n t o á su p r o g r e s o i n t e -
l e c t u a l , t u v o t a m b i é n i m p o r t a n t e s c o n s e c u e n c i a s q u e es-
t a b a n d e s t i n a d a s á t e r m i n a r m á s t a r d e la e d a d de fe e n
O c c i d e n t e . L o s s a r r a c e n o s h a n m a r c a d o con c a r a c t e r í s t i -
ca s e ñ a l la edad de r a z ó n de E u r o p a .
E s t o s a c o n t e c i m i e n t o s son t a n i m p o r t a n t e s , q u e fuerza
es dejar u n m o m e n t o la exposición del desarrollo i n t e l e c -
t u a l de E u r o p a , p o r u n a digresión sobre el paso de los
á r a b e s á su edad de r a z ó n . I m p o s i b l e n o s es c o m p r e n d e r
el g r a n d r a m a q u e va á d e s a r r o l l a r s e si n o c o n o c e m o s l o s
actores.
A l g u n o s siglos h a b í a n b a s t a d o p a r a c a m b i a r c o m p l e t a -
m e n t e á los f a n á t i c o s discípulos d e M a h o m a . G r a n d e s
filósofos, m é d i c o s , m a t e m á t i c o s , a s t r ó n o m o s , a l q u i m i s t a s
y g r a m á t i c o s h a b í a n n a c i d o e n t r e ellos. C u l t i v a b a n l a s
l e t r a s y las ciencias en t o d a s sus r a m i f i c a c i o n e s .
U n a n a c i ó n que h a sido r e m o v i d a h a s t a sus c a p a s m á s
profundas por u n a emigración armada, está m u y bien pre-
p a r a d a p a r a p r o g r e s a r r á p i d a m e n t e en la vía i n t e l e c t u a l ,
e n c u a n t o h a y a a l c a n z a d o su período de r e p o s o ; l a n u e v a
dirección que va á seguir p u e d e e n t o n c e s e s t a r d e t e r m i -
n a d a por los que se h a l l a n e n estado de i n d i c á r s e l a y de
s e r v i r l a de m a e s t r o s . L o s m a e s t r o s de los s a r r a c e n o s fue-
r o n los n e s t o r i a n o s y los j u d í o s .
 — 397 -
L a c i e n c i a á r a b e n a c i ó de la m e d i c i n a ; los m é d i c o s
e c h a r o n sus c i m i e n t o s e m p e z a n d o p o r dedicarse á la a l -
q u i m i a . E n este capítulo e s t u d i a r é estos o r í g e n e s de l a
ciencia á r a b e , y tendré por consiguiente que considerar
el estado de l a s m e d i c i n a s g r i e g a y egipcia y m o s t r a r c ó m o
d o n d e q u i e r a q u e prevaleció el s i s t e m a b i z a n t i n o , la filo-
sofía m é d i c a v e r d a d e r a fué r e e m p l a z a d a p o r l a s c u r a s de
l a s r e l i q u i a s ; t e n d r é t a m b i é n que m o s t r a r c ó m o o c u r r i ó
q u e , m i e n t r a s las ideas e u r o p e a s , e n t o d a s las r a m a s del
s a b e r , se a p o y a b a n e n lo s o b r e n a t u r a l , las de los s a r r a c e -
n o s h a b í a n e n c o n t r a d o ya sólida base m a t e r i a l .
C u a n d o h i c i e r o n la c o n q u i s t a de E g i p t o , los á r a b e s fe
c o n d u j e r o n como fanáticos devotos y se h a t e n i d o s i n
d u d a r a z ó n p a r a acusarles de h a b e r u t i l i z a d o l a s o b r a s de
la biblioteca a l e j a n d r i n a p a r a c a l e n t a r sus b a ñ o s . P e r o ,
a p e n a s e s t u v i e r o n a s e n t a d o s en sus n u e v a s p o s e s i o n e s ,
se produjo u n c a m b i o e x t r a o r d i n a r i o . D e r e p e n t e se d e s -
p e r t ó en ellos a r d i e n t e a m o r á la ciencia. E l p o d e r á r a b e
se h a b í a e x t e n d i d o en dos direcciones, y se h a b í a e n c o n -
t r a d o s o m e t i d o á dos influencias diferentes. E n Asia h a -
bía sufrido la influencia de los n e s t o r i a n o s , y e n África
la de los j u d í o s q u e , lo m i s m o q u e los n e s t o r i a n o s , h a b í a n
sido c r u e l m e n t e p e r s e g u i d o s p o r el g o b i e r n o b i z a n t i n o s i n
d u d a p o r esas m i s m a s o p i n i o n e s que h a b í a c o n s e g u i d o
establecer el acero de M a h o m a . L a d o c t r i n a de la u n i d a d
de D i o s fué su p u n t o de c o n t a c t o . D e b i e r o n e n t e n d e r s e
f á c i l m e n t e sobre este p u n t o y p o n e r s e de a c u e r d o p a r a
d e t e s t a r la d o m i n a c i ó n de los t r i n i t a r i o s que r e i n a b a n e n
O o n s t a n t i n o p l a . Cada vez q u e u n h o m b r e t i e n e q u e s u -
frir r i g o r e s de la ley, ó es p e r s e g u i d o c o m o h e r e j e , h a c e
c a u s a c o m ú n con sus s e m e j a n t e s q u e t a m b i é n c o m o él
p a s a n p o r infieles. G r a c i a s á su c o n t a c t o con los n e s t o r i a -
nos en A s i a , y con los j u d í o s a l e j a n d r i n o s en África, los
á r a b e s se h i c i e r o n e n t u s i a s t a s a d m i r a d o r e s de la c i e n c i a .
Y n o es que h u b i e r a , bajo el p u n t o de v i s t a teológico,
c o m p l e t a a r m o n í a en el m o d o de ver de los t r e s p a r t i d o s
c o a l i g a d o s ; los n e s t o r i a n o s y los j u d í o s p o r ejemplo c o n -
s e n t í a n en a c e p t a r la m i t a d del d o g m a á r a b e y e n a d m i -
t i r u n D i o s ú n i c o , p e r o n o p o d í a n decidirse á a c e p t a r l a
o t r a m i t a d , es decir q u e M a h o m a es su profeta. No h u b i e -
 — 398 —

ran sin duda tardado en suscitarse disensiones, si no se

hubiera presentado una afortunada circunstancia que
abrió la vía á la más completa inteligencia. Oasi desde el
origen, los nestorianos se habían consagrado al estudio
de la medicina y habían observado con gran atención la
estructura y enfermedades del cuerpo humano; los judíos
por su parte tenían, largo tiempo hacía, distinguidos mé-
dicos. Estos estudios médicos ofrecían., pues, un terreno
neutral en el que los tres partidos podían encontrarse y
marchar de acuerdo, y los árabes se unieron tan estrecha-
mente con sus nuevos maestros, que recibieron de ellos
'característica fisonomía intelectual. Sus médicos fueron
sus grandes filósofos, sus colegios de medicina sus centros
científicos. Mientras los bizantinos ahogaban la ciencia
bajo la teología, los sarracenos la desarrollaban con es-
plendor en sus estudios médicos.
Constantino el Grande y sus sucesores, obedeciendo á
la influencia eclesiástica, se habían hecho enemigos de-
clarados de los conocimientos humanos; había, pues, lle-
gado á ser un deber para el clero proveer á las necesi-
dades físicas del pueblo, tanto como á sus necesidades
religiosas. El nuevo régimen no podía soportar más tiem-
po á médicos cuyas tendencias filosóficas les relacionaban
con el partido pagano. Las ideas que sacaban de los Ascle-
piones estaban en abierta oposición con el nuevo estado
de cosas. Por un edicto de Constantino todos estos esta-
blecimientos fueron suprimidos y reemplazados con otros
que respondían mejor al genio del cristianismo. Fundá-
ronse en las ciudades hospitales y establecimientos de
beneficencia, y se les concedieron ricas dotaciones pecu-
niarias y territoriales. La emperatriz madre, Elena, dio
ejemplo de tan caritativas fundaciones, ejemplo que fué
seguido por la mayor parte de las mujeres de las grandes
familias. El corazón femenino, abierto naturalmente á los
desgraciados y afligidos, halla fácilmente medio de espre-
sar sus simpatías de un modo activo, cuando está santifi-
cado por la pura fe cristiana; esa era la verdadera direc-
ción en que debían ejercitarse la beneficencia y la incom-
parable caridad del cristianismo. Inmensas instituciones
que respondían á diferentes fines fueron creadas donde
 — 399 —
q u i e r a ; u n a s t u v i e r o n á su cargo n i ñ o s p e r d i d o s , o t r a s
huérfanos, otras pobres. Ya antes hemos tenido ocasión
de h a b l a r de los p a r a b o l a n o s ó v i s i t a n t e s , y del m o d o c o n
que fueron a p a r t a d o s de su m i s i ó n p r i m i t i v a .
P e r o por m e r i t o r i a s que fueran t o d a s estas c a r i d a d e s ,
h a b í a n sin e m b a r g o t e n i d o por efecto el s u s t i t u i r á m é d i -
cos i n s t r u i d o s eclesiásticos, a n i m a d o s de la m e j o r volun-
t a d , p e r o i g n o r a n t e s . Se h a b í a n s u p r i m i d o los A s c l e p i o n e s
s i n a d o p t a r l a s m e d i d a s n e c e s a r i a s p a r a a s e g u r a r de o t r o
m o d o la i n s t r u c c i ó n m é d i c a profesional. L o s e n f e r m o s
q u e e n t r a b a n en los n u e v o s e s t a b l e c i m i e n t o s r e c i b í a n en
ellos e x c e l e n t e s cuidados, pero n o e r a n los del m é d i c o ;
l a s c o n s e c u e n c i a s de este h e c h o se r e c o n o c e n en la cre-
dulidad y s u p e r s t i c i ó n de las edades s i g u i e n t e s , creduli-
dad q u e fué s i e m p r e creciendo h a s t a q u e al fin todo el
m u n d o tuvo fe en las curas m i l a g r o s a s . L a s r e l i q u i a s de
los s a n t o s , fetiches t a n i m p o r t a n t e s como los del África
c e n t r a l , p a s a r o n como si c u r a s e n t o d a s las e n f e r m e d a d e s .
L a m u l t i t u d se dirigía á los relicarios c o m o i b a en o t r o
t i e m p o al t e m p l o de E s c u l a p i o . E l n o m b r e de la d i v i n i -
dad h a b í a c a m b i a d o , p e r o todavía t e n í a sus a d o r a d o r e s .
A p e n a s se c e r r a r o n los Asclepiones y se p r o h i b i ó la en-
s e ñ a n z a de la filosofía, y las bibliotecas se d i s p e r s a r o n ó
d e s t r u y e r o n , y el saber fué e s t i g m a t i z a d o c o m o m a g i a ó
castigado como t r a i c i ó n , y los filósofos fueron d e s t e r r a d o s
y su clase a n o n a d a d a , c u a n d o se p a t e n t i z ó q u e a c a b a b a d e
a b r i r s e u n vacío, q u e c o r r e s p o n d í a c o l m a r á los v e n c e d o -
r e s . E n t r e todos aquellos i l u s t r e s p r e l a d o s ¿ d ó n d e esta-
b a n los que i b a n á ocupar el p u e s t o de los g r a n d e s h o m -
b r e s cuyos trabajos h a b í a n h e c h o la gloria de la h u m a n i -
d a d ? ¿ Q u i é n iba á suceder á A r q u í m e d e s , á H i p a r c o , á
Euclides, á Erófilo, á Eratóstenes? Charlatanerías como
las c u r a s m i l a g r o s a s de las r e l i q u i a s e r a n las l l a m a d a s á
eclipsar el g e n i o de H i p ó c r a t e s , y d e b í a n t r a n s c u r r i r cer-
ca de dos m i l a ñ o s e n t r e A r q u í m e d e s y N e w t o n , y c e r c a
de m i l s e t e c i e n t o s e n t r e H i p a r c o y K e p l e r . Casi v e i n t e
siglos de t i n i e b l a s s e p a r a n á H e r ó n , q u e h i z o f u n c i o n a r
en el S e r a p i ó n la p r i m e r a m á q u i n a de v a p o r , de J a m e s
W a t t que h i z o la r e v o l u c i ó n de la i n d u s t r i a del m u n d o .
¡ Qué penoso e s p e c t á c u l o el de esta p r o l o n g a d a i m p o t e n -
 — 400 -

c i a ! I m p o t e n c i a no-, p o r q u e h a sido s i n e m b a r g o produc-

t i v a ; á ella d e b e m o s esos infolios, llenos de las añejas es-
p e c u l a c i o n e s de los P a d r e s de la Iglesia, q u e p e s a n sobre
l a s t a b l a s de n u e s t r a s viejas b i b l i o t e c a s , ocultos bajo el
polvo y e s p e r a n d o los g u s a n o s .
J a m á s se vio a d o p t a r política m á s d e s a s t r o s a q u e esa
p e r s e c u c i ó n á m u e r t e de la ciencia p r o f a n a , y a p e n a s si
h o y p o d e m o s figurarnos la d e g r a d a c i ó n i n t e l e c t u a l que
produjo el s i s t e m a b i z a n t i n o c u a n d o h u b o a l c a n z a d o el
ú l t i m o t é r m i n o de su desarrollo. L o s o r i g i n a l e s de la m a -
y o r p a r t e de las o b r a s filosóficas y científicas de la a n t i -
g ü e d a d d e s a p a r e c i e r o n , y sólo m á s t a r d e , en m e j o r t i e m -
p o , se las volvió á e n c o n t r a r en l a s t r a d u c c i o n e s h e c h a s
p o r los s a r r a c e n o s en l e n g u a á r a b e . L o s q u e t e n í a n la es-
p a d a se h a b í a n d e s c a r a d a m e n t e a t r i b u i d o la d i s p e n s a del
s a b e r y a h o g a b a n t o d a a s p i r a c i ó n i n t e l e c t u a l . E s t a políti-
c a , sin e m b a r g o , aunque m o m e n t á n e a m e n t e triunfante,
c o n t e n í a f a t a l m e n t e en sí m i s m a el g e r m e n de su p r o p i a
d e s t r u c c i ó n ; debía llegar i n e v i t a b l e m e n t e u n día en que
ese d e t e s t a b l e a t e n t a d o á la r a z a h u m a n a fuese descubier-
to , execrado y c a s t i g a d o ; ú n día en q u e los p o e m a s de
H o m e r o s e r í a n leídos o t r a v e z , en q u e las i n m o r t a l e s es-
t a t u a s de los escultores griegos h a l l a r í a n o t r a vez adora-
d o r e s , en que las d e m o s t r a c i o n e s de E u c l i d e s h a l l a r í a n de
n u e v o i n t e l i g e n c i a s d i g n a s de ellas. P e r o u n a vez i n a u -
g u r a d a esta deplorable y t e m e r a r i a política de u s u r p a c i ó n ,
n o e r a posible volver a t r á s . L o q u e es infalible debe n e -
c e s a r i a m e n t e ser i n m u t a b l e . P o r su m i s m a n a t u r a l e z a ,
e s t a política i m p l i c a b a la v i o l e n c i a , la violencia i m p l i c a -
b a la posesión del p o d e r , y la explosión e r a s e g u r a en
c u a n t o f a l t a r a n m e d i o s de c o m p r e s i ó n .
E s a n é c d o t a h a r t o conocida la de q u e , c u a n d o los sa-
r r a c e n o s t o m a r o n á Alejandría, el v e n c e d o r envió á p r e -
g u n t a r al califa su v o l u n t a d r e s p e c t o á la biblioteca* L a
r e s p u e s t a revela el e s p í r i t u del t i e m p o : «Si los libros con-
firman el C o r á n , son i n ú t i l e s ; si le c o n t r a d i c e n , son
peligrosos. Quemadlos.» E n aquel i n s t a n t e , s e g ú n todas
l a s a p a r i e n c i a s , el a u t ó c r a t a m u s u l m á n e s t a b a á p u n -
t o de i m i t a r la culpable política del s o b e r a n o b i z a n t i -
n o . N o fué a f o r t u n a d a m e n t e m á s q u e u n a r r e b a t o sobre
 — 401 —

el q u e volvió p a r a s e g u i r otro c a m i n o m á s n o b l e . L o s a r a - / ^ p T
b e s h i c i e r o n p a s a r á su l i t e r a t u r a t o d a la s a b i d u r í a de s u s ^ "
n u e v o s s u b d i t o s . E l C o r á n n a d a t u v o q u e sufrir por haP- ^ ± \'
{

b e r dejado el paso libre á los c o n o c i m i e n t o s h u m a n o s y 5 Ü'** }

h a b e r i m p u l s a d o la ciencia en t o d a s direcciones, en l u g a s ' ¿ . ^
de c o m p r i m i r l a . G r a n h o m b r e de E s t a d o fué q u i e n d e s d e \ V ' ^ '
el o r i g e n del m o v i m i e n t o que p a r t i ó de la Meca, supo con-
d e n s a r en u n d o g m a c o n c i s o , f á c i l m e n t e c o m p r e n s i b l e y
f á c i l m e n t e expresable, todas las c r e e n c i a s n e c e s a r i a s , d e -
j a n d o en todos los detalles al e s p í r i t u h u m a n o l a m á s a m -
plia l i b e r t a d .
E n los párrafos a n t e r i o r e s , h e e s t u d i a d o el curso de l o s
a c o n t e c i m i e n t o s , c o n d e n a n d o ó a p r o b a n d o , s e g ú n las cir-
c u n s t a n c i a s , las acciones de sus a u t o r e s , t o m a n d o por b a s e
el p r i n c i p i o c o m ú n de q u e el h o m b r e g o b i e r n a los a s u n -
tos de este m u n d o , y q u e el a g e n t e es r e s p o n s a b l e de s u s
actos. No t e n e m o s sin e m b a r g o , m á s que l a n z a r u n a ojea-
da sobre n u e s t r a p r o p i a e x i s t e n c i a p a r a r e c o n o c e r en q u é
e s t r e c h o s l í m i t e s es aplicable este p r i n c i p i o . E l h o m b r e ,
c o m o á m e n u d o se h a d i c h o , es hijo de las c i r c u n s t a n c i a s ,
e x p r e s i ó n q u e o c u l t a u n a filosofía m á s a l t a de lo q u e pa-
rece al p r o n t o . N u e s t r a s acciones n o son r e s u l t a d o p u r o
y s i m p l e de n u e s t r a v o l i c i ó n ; son la r e s u l t a n t e de infini-
dad de c o n d i c i o n e s diversas y c o m p l e j a s . E n r e s o l u c i o n e s
que nos parecen indisputablemente proceder directa y úni-
c a m e n t e de n u e s t r a v o l u n t a d , e n t r a n g r a n p a r t e de ele-
m e n t o s e x t r a ñ o s , y esta p a r t e es q u i z á m á s c o n s i d e r a b l e
de lo q u e g e n e r a l m e n t e s u p o n e m o s . L o m i s m o o c u r r e con
los h o m b r e s -que s u p o n e m o s h a n ejercido e s p o n t á n e a y
d i r e c t a influencia sobre los a c o n t e c i m i e n t o s políticos y l a
s u e r t e de las n a c i o n e s ; si c o m p r e n d i é s e m o s mejor la si-
t u a c i ó n en q u e se e n c o n t r a b a n , p e n s a r í a m o s q u e h a n s i d o
t a m b i é n hijos de c i r c u n s t a n c i a s a b s o l u t a m e n t e i n d e p e n -
d i e n t e s de ellos, c i r c u n s t a n c i a s q u e j a m á s h i c i e r o n n a c e r ,
pero de las q u e s u p i e r o n sacar p a r t i d o . Se h a n e n c o n t r a -
do colocados en u n a c o r r i e n t e que les h a a r r a s t r a d o i r r e -
s i s t i b l e m e n t e consigo.
E x a m i n a r e m o s , p u e s , los m i s m o s a c o n t e c i m i e n t o s , co-
l o c á n d o n o s bajo este p u n t o de v i s t a m á s exacto y a d o p -
t a n d o el p r i n c i p i o de q u e los negocios h u m a n o s s i g u e n
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I. 26
 — 402 —
e n su m a r c h a y e n su d e s a r r o l l o u n a ley definida y d e t e r -
m i n a d a . V e r e m o s e n t o n c e s que estos actos que e s t i m á b a -
m o s poco h á c o m o fijados l i b r e m e n t e p o r l a v o l u n t a d h u -
m a n a , h a n sido en r e a l i d a d i m p u e s t o s á sus p r e t e n d i d o s
a u t o r e s p o r l a fuerza de las c i r c u n s t a n c i a s . H a s t a debe-
m o s ver en estos actos la s e ñ a l c a r a c t e r í s t i c a de cierta
fase de d e s a r r o l l o que t o d a s las n a c i o n e s d e b e n p r o n t o ó
t a r d e a t r a v e s a r . E n lo q u e a t a ñ e al i n d i v i d u o s a b e m o s
p e r f e c t a m e n t e que el c o m e d i m i e n t o en la acción y la gra-
v e d a d e n las m a n e r a s , c o r r e s p o n d e n al período de su m a -
d u r e z ; n o r e c o n o c e m o s ya e n t o n c e s el a t u r d i m i e n t o y la
vivacidad de su j u v e n t u d y c o m p r o b a m o s q u e se h a rea-
lizado ó h a e m p e z a d o á p r o d u c i r s e u n c a m b i o q u e p u e d e
ser debido á t r e s causas d i f e r e n t e s : en u n o á disgustos
d o m é s t i c o s , en otro á la p é r d i d a de su f o r t u n a y en el
t e r c e r o á las e n f e r m e d a d e s . S a b e m o s referir p e r f e c t a m e n -
t e á e s t a s c i r c u n s t a n c i a s la a l t e r a c i ó n del c a r á c t e r , p e r o
n u n c a n o s h a c e m o s la ilusión de llegar á p e n s a r q u e se
h a b r í a p r o d u c i d o si estas c i r c u n s t a n c i a s n o se h u b i e r a n
p r e s e n t a d o . E n m e d i o de todas"estas vicisitudes s e n t i m o s
la p r e s e n c i a del i r r e s i s t i b l e d e s t i n o .
P o d e m o s , p u e s , a d m i t i r q u e , sea c u a l q u i e r a la forma
p a r t i c u l a r e n q u e se h a n p r o d u c i d o los a c o n t e c i m i e n t o s
de q u e h e m o s t e n i d o ocasión de h a b l a r , el o r d e n en que
se h a n sucedido d e p e n d í a ú n i c a m e n t e del d e s t i n o y en
m o d o a l g u n o de u n i n d i v i d u o , fuese q u i e n fuese. Con-
d e n e m o s á los m o n a r c a s b i z a n t i n o s ó a l a b e m o s á los
califas á r a b e s , s i e m p r e h a y que e s t i m a r el valor de n u e s -
t r a s a p r e c i a c i o n e s h a c i e n d o estas r e s e r v a s . E u r o p a pasa-
b a de su edad de e x a m e n á su edad de fe. S e m e j a n t e t r a n -
sición m á s b i e n se r e a l i z a p o r el d e s t i n o q u e p o r la vo-
l u n t a d h u m a n a . E x i s t e c o m p l e t a a n a l o g í a e n t r e la vida
de u n a n a c i ó n y la de u n i n d i v i d u o . E l i n d i v i d u o p u e d e
s e r h a s t a cierto p u n t o a u t o r de su p r o p i a s u e r t e ; p u e d e
h a c e r s e feliz ó d e s g r a c i a d o , b u e n o ó m a l o ; p u e d e p e r m a -
n e c e r a q u í ó ir a l l á ; p u e d e ó n o h a c e r esto s e g ú n su vo-
l u n t a d , p e r o s i e m p r e , sin e m b a r g o , e s t á bajo el d o m i n i o
del i n e x o r a b l e d e s t i n o ; ese d e s t i n o q u e le h a l a n z a d o al
m u n d o s i n c o n s e n t i m i e n t o de su v o l u n t a d p e r s o n a l , que
le e m p u j a en la c a r r e r a q u e de a n t e m a n o le h a t r a z a d o ,
 403 —
y cuyas etapas están mareadas invariablemente: la in-
f a n c i a , la a d o l e s c e n c i a , la j u v e n t u d , la m a d u r e z , la v e -
j e z , cada u n a con l a s acciones y p a s i o n e s especiales q u e
la c a r a c t e r i z a n ; ese d e s t i n o en fin, q u e á la h o r a i n d i c a d a
le h a c e dejar la e s c e n a g e n e r a l m e n t e c o n t r a su g u s t o . L o
m i s m o o c u r r e á las n a c i o n e s ; e n e l l a s , c o m o en el i n d i -
v i d u o , sólo a p a r e c e n al e x t e r i o r los r e s u l t a d o s de la v o l u n -
t a d h u m a n a , c u b r i e n d o y o c u l t a n d o a p e n a s los del des-
t i n o . Si t e n e m o s a l g ú n p o d e r sobre los a c o n t e c i m i e n t o s
de n u e s t r a v i d a , n o t e n e m o s n i n g u n o sobre la ley q u e
rige su c u r s o . H a y p a r a las n a c i o n e s c i e r t a g e o m e t r í a par-
t i c u l a r , q u e a s i g n a u n a ecuación á la c u r v a , s e g ú n la cual
progresan. N i n g ú n mortal puede tocarla.
T e n e m o s a h o r a q u e e x a m i n a r cómo la a n t o r c h a de la
c i e n c i a se volvió á e n c e n d e r de n u e v o e n el m o m e n t o en
que l a n z a b a sus ú l t i m o s v a c i l a n t e s r e s p l a n d o r e s . L o s á r a -
bes n o s la h a n t r a n s m i t i d o . L a ciencia á r a b e n o carece
p a r a n o s o t r o s de i n t e r é s , a u n q u e á m e n u d o n o sea m á s
q u e g r o t e s c a y e x t r a ñ a m e z c l a de n e o - p l a t o n i s m o , m a -
h o m e t i s m o y c r i s t i a n i s m o . Q u i z á fué c i r c u n s t a n c i a fe-
liz q u e en a q u e l l a época de t i n i e b l a s e n c o n t r a s e n l a s p a
s i o n e s h u m a n a s u n a e x c i t a c i ó n , y la ciencia u n e s t i m u -
l a n t e en la i n v e s t i g a c i ó n de los m e d i o s de c o n v e r t i r el
p l o m o e n oro y de p r o l o n g a r la v i d a i n d e f i n i d a m e n t e .
A h o r a t e n e m o s que h a b é r n o s l a s con la p i e d r a filosofal,
el elixir de v i d a , el polvo de p r o y e c c i ó n , los espejos m á -
g i c o s , las l á m p a r a s p e r p e t u a s y la t r a s m u t a c i ó n de los
m e t a l e s . A h o r a e n c o n t r a r e m o s al a l q u i m i s t a p e r s i g u i e n -
do c l a n d e s t i n a m e n t e la g r a n obra e n sus a h u m a d o s s u b -
t e r r á n e o s , en m e d i o de sus a l a m b i q u e s , de sus c u c ú r b i t a s
y de sus p e l i c a n o s , a n t e sus h o g u e r a s q u e a r d e n desde
h a c e t a n t o s a ñ o s q u e en ellas h a n n a c i d o s a l a m a n d r a s
e s p o n t á n e a m e n t e . Así es como los á r a b e s h i c i e r o n r e n a -
cer la ciencia e x p e r i m e n t a l , a u n q u e bajo m u y e x t r a ñ a ,
forma. Desde m u y t e m p r a n o tuvo estrechas relaciones
con la m e d i c i n a , c i r c u n s t a n c i a que h a y que a t r i b u i r á l a
influencia de los n e s t o r i a n o s y de los j u d í o s . P r e c i s o es
que e x a m i n e m o s s u m a r i a m e n t e estas dos i n f l u e n c i a s , y
a n t e t o d o la n e s t o r i a n a .
E n el capítulo I X h e c o n t a d o la l u c h a de C i r i l o , obis-
 — 404 —

p o de A l e j a n d r í a , con N e s t o r i o , obispo de C o n s t a n t i n o r
pía. L a v i r g e n M a r í a debe ser m i r a d a como m a d r e de
D i o s ; t a l es el origen de la disputa. P a r a el egipcio, cuyo
e s p í r i t u h a b í a c o n s e r v a d o algo de la a n t i g u a s u p e r s t i c i ó n ,
s e m e j a n t e d o c t r i n a n a d a p r e s e n t a b a de i n a d m i s i b l e . ¿No
e r a E g i p t o la región de I s i s ? S a n Cirilo, que n o e r a m á s
q u e u n d e m a g o g o e c l e s i á s t i c o , e n c o n t r ó que esta doctri-
n a r e s p o n d í a al fin q u e se p r o p o n í a y la a c e p t ó sin v a c i -
l a c i ó n . P e r o en G r e c i a q u e d a b a n todavía vestigios de la
a n t i g u a filosofía. E l r e c u e r d o de las ideas de P l a t ó n n o
se h a b í a e x t i n g u i d o c o m p l e t a m e n t e . P a r a aquellos en
q u i e n e s sobrevivía, la d o c t r i n a egipcia e r a a b s o l u t a m e n -
t e i n a c e p t a b l e . T a l e r a s i n d u d a N e s t o r i o , q u e p r o b ó su
s i n c e r i d a d desafiando la p e r s e c u c i ó n , los s u f r i m i e n t o s y
la m u e r t e . N e s t o r i o y sus a d e p t o s se a p o y a b a n en el ú l -
t i m o versículo del p r i m e r capítulo del E v a n g e l i o de S a n
M a t e o , así como en los versículos 55 y 56 del capítu-
lo X I I I del m i s m o E v a n g e l i o , y j a m á s se les p u d o h a c e r
r e c o n o c e r la v i r g i n i d a d p e r p e t u a de la n u e v a r e i n a de los
cielos. H e m o s dicho c ó m o acabó el concilio de E f e s o : el
p a r t i d o egipcio t r i u n f ó g r a c i a s á la influencia de las m u -
j e r e s de la c o r t e ; N e s t o r i o fué d e p u e s t o y enviado al d e s -
t i e r r o con sus p a r t i d a r i o s . L a t e n d e n c i a filosófica de los
vencidos p r o n t o se m a n i f e s t ó p o r sus a c t o s .
M i e n t r a s su jefe e s t a b a d e s t e r r a d o en u n o de los oasis
de África, la m a y o r p a r t e de ellos e m i g r a r o n h a c i a el
E u f r a t e s y f u n d a r o n la Iglesia caldea. Bajo sus auspicios
se e l e v a r o n el colegio de E d e s a y v a r i a s e s c u e l a s . Allí se
t r a d u j e r o n al siriaco g r a n n ú m e r o de o b r a s g r i e g a s y la-
t i n a s , como las de A r i s t ó t e l e s y P l i n i o . L o s n e s t o r i a n o s ,
de a c u e r d o con los j u d í o s , f u n d a r o n el colegio médico de
D j o n d e s a b u r , d o n d e se i n a u g u r ó el s i s t e m a de los g r a d o s
a c a d é m i c o s q u e se h a c o n s e r v a d o h a s t a n o s o t r o s . L o s ca-
lifas n o sólo c o n c e d i e r o n á los n e s t o r i a n o s el l i b r e ejer-
cicio de su religión, sfno q u e p e r m i t i e r o n q u e las g r a n d e s
familias m a h o m e t a n a s les confiasen l a educación de sus
hijos. E s t a política liberal de los califas c o n t r a s t a b a sin-
g u l a r m e n t e con el f a n a t i s m o r e i n a n t e e n E u r o p a . E l ca-
lifa Al-Baschid llegó h a s t a p o n e r á la cabeza de t o d a s
s u s escuelas priblicas á J u a n M a s u é , q u e p e r t e n e c í a á l a
 — 405 —
secta nestoriana. Gracias á l o s nestorianos, pronto abun-
d a r o n en las a c a d e m i a s á r a b e s t r a d u c c i o n e s de los a u t o -
r e s griegos y se r e u n i e r o n e n Asia v a s t a s bibliotecas.
L a s r e l a c i o n e s que se e s t a b l e c i e r o n e n t r e á r a b e s y n e s -
t o r i a n o s p e r m i t i e r o n á sus m i s i o n e r o s difundir su cristia-
n i s m o especial p o r t o d a el Asia h a s t a C h i n a y la costa del
M a l a b a r . E l p a r t i d o egipcio, que h a b í a t r i u n f a d o e n E f e -
so, n o tuvo n i n g u n a influencia en aquellas lejanas c o m a r -
c a s d o n d e el n ú m e r o de las iglesias a s i á t i c a s de las c o m u -
n i o n e s n e s t o r i a n a y j a c o b i t a excedía con m u c h o al de
las iglesias europea, griega y r o m a n a . E l g o b i e r n o p a p a l
h i z o m á s t a r d e g r a n d í s i m o s esfuerzos p a r a h a c e r l a s vol-
v e r al seno de la I g l e s i a , p e r o en v a n o .
L a e x p u l s i ó n del p a r t i d o n e s t o r i a n o de C o n s t a n t i n o p l a
fué o b r a de los m i s m o s h o m b r e s y de l a m i s m a política
q u e h a b í a n p r o d u c i d o la d e s t r u c c i ó n de la filosofía e n
Alejandría. S a n Cirilo era el r e p r e s e n t a n t e de u n a f r a c :

c i ó n i g n o r a n t e y sin e s c r ú p u l o s , que h a b í a llegado al po-

d e r por las i n t r i g a s de las m u j e r e s de la c o r t e i m p e r i a l ,
de los e u n u c o s y de los p a r á s i t o s . E l e s p í r i t u q u e c o n d e -
n a b a á m u e r t e á N e s t o r i o era el m i s m o q u e h a b í a o r d e -
n a d o el a s e s i n a t o de H y p a t h i a . D e los dos p a r t i d o s ad-
v e r s o s , u n o era h o n r a d o y poseía a l g u n o s c o n o c i m i e n t o s ,
el otro e r a a b s o l u t a m e n t e i g n o r a n t e , y dispuesto á recu-
r r i r s i n e s c r ú p u l o s á la fuerza b r u t a y al a s e s i n a t o . D e s -
g r a c i a d a m e n t e p a r a el m u n d o , triunfó el ú l t i m o .
P o r su o r i g e n , los n e s t o r i a n o s r e s u l t a b a n ser los depo-
sitarios de la ciencia m é d i c a de los g r i e g o s . V e n e r a b a n
los g r a n d e s n o m b r e s q u e h a b í a n i l u s t r a d o la m e d i c i n a
g r i e g a , y con asiduidad infatigable r e u n í a n todas las o b r a s
escritas sobre esta c i e n c i a , c u a l q u i e r a q u e fuese sú ori-
g e n , griego ó a l e j a n d r i n o , desde los escritos de H i p ó c r a -
t e s , á q u i e n sus discípulos, e n su v e n e r a c i ó n l l e n a de afec-
to, l l a m a b a n «el divino anciano», h a s t a las o b r a s de la e s -
cuela de los P t o l o m e o s .
L a m e d i c i n a griega n a c i ó en los t e m p l o s de E s c u l a p i o , ,
d o n d e a c u d í a n h a b i t u a l m e n t e los e n f e r m o s q u e n e c e s i t a -
b a n socorros del d i o s . P a r e c e q u e e s t a s c o n s u l t a s e r a n
g r a t u i t a s , p e r o á m e n u d o los e n f e r m o s ofrecían r e g a l o s
al dios e n t e s t i m o n i o de r e c o n o c i m i e n t o y h a c í a n coló-
 — 406 —
car én el t e m p l o t a b l i l l a s v o t i v a s , q u e r e c o r d a b a n l a s
c i r c u n s t a n c i a s de su c u r a c i ó n y s e r v í a n luego á los q u e
v e n í a n á e s t u d i a r la m e d i c i n a . L o s asclepiones e r a n d e
este m o d o h o s p i t a l e s y escuelas á la v e z , i n s t i t u c i o n e s
religiosas y m é d i c a s . Creíase g e n e r a l m e n t e en esta é p o c a
q u e c a d a e n f e r m e d a d t e n í a su origen en la cólera de a l -
g ú n dios o f e n d i d o , sobre todo en las e p i d e m i a s y p e s t e s .
S e m e j a n t e c r e e n c i a debía n e c e s a r i a m e n t e p a r a l i z a r l a
m e d i c i n a y h a c e r i m p o s i b l e s las m e d i d a s s a n i t a r i a s , q u e
t a n ú t i l e s h u b i e r a n sido e n t o n c e s . E n n u e s t r o s m i s m o s
días es todavía difícil a p a r t a r de esta a ñ e j a c r e e n c i a l o s
espíritus de las clases i n f e r i o r e s , y c o n v e n c e r l e s de q u e
d e b e m o s salir n o s o t r o s m i s m o s al paso del m a l , y p o r lo
t a n t o , que n a d a d e b e m o s e s p e r a r de la p e n i t e n c i a y de
las o r a c i o n e s , si n o u n i m o s á ellas la m a y o r l i m p i e z a
de n u e s t r a p e r s o n a y l a m á s a m p l i a d i s t r i b u c i ó n de aire y
luz en n u e s t r a s h a b i t a c i o n e s y e n n u e s t r a s calles. A H i -
p ó c r a t e s e s t a b a r e s e r v a d a la g l o r i a de d e s t r u i r l a d o c t r i n a
médico-teológica. S u p o , c o m b i n a n d o con sus a d m i r a b l e s
observaciones p e r s o n a l e s los e l e m e n t o s q u e le p r o p o r c i o -
n a r o n las t a b l i t a s v o t i v a s , l a t r a d i c i ó n y o t r a s f u e n t e s ,
c o m p o n e r u n cuerpo de d o c t r i n a m é d i c a , p r á c t i c a y fí-
sica. L a c o n s e c u e n c i a n e c e s a r i a del g r a n éxito q u e o b t u -
vo fué la s e p a r a c i ó n definitiva del s a c e r d o t e y el m é d i c o ,
i n m e n s o r e s u l t a d o que vale á la m e m o r i a de H i p ó c r a t e s
la g r a t i t u d de t o d a s las g e n e r a c i o n e s . E s t a g r a n revolu-
ción v i n o á desviar de sus c a n a l e s p r i m i t i v o s fecundo
m a n a n t i a l de c o n s i d e r a b l e s beneficios; p o r eso n o se llevó
á cabo s i n conflictos.
D e las o b r a s que se a t r i b u y e n á H i p ó c r a t e s , la m a y o r
p a r t e sin d u d a p e r t e n e c e n á los m i e m b r o s de su familia,
á sus d e s c e n d i e n t e s ó á sus discípulos. L a s o b r a s apócri-
fas, e r a n m u y n u m e r o s a s en la época de los P t o l o m e o s ,
q u e p a g a b a n con g r a n g e n e r o s i d a d l a s o b r a s de los a u t o r e s
c é l e b r e s . L a s críticas s o n , p u e s , f r e c u e n t e m e n t e m u y di-
ficultosas c u a n d o se t r a t a de fijar la p a t e r n i d a d l i t e r a r i a
de las o b r a s de a q u e l t i e m p o . L o s escritos a u t é n t i c o s d e
H i p ó c r a t e s a t e s t i g u a n g r a n e x t e n s i ó n de c o n o c i m i e n t o s
d i g n a de la a u t o r i d a d q u e g o z a b a su n o m b r e . S u s d e s c r i p -
c i o n e s , v e r d a d e r a m e n t e v i v a s , j a m á s h a n sido s u p e r a d a s ,
 — 407 -
si es q u e h a n sido i g u a l a d a s ; la q u e h a dado del r o s t r o
del m o r i b u n d o existe t o d a v í a e n n u e s t r o s t r a t a d o s d e m e -
d i c i n a e n sus t é r m i n o s o r i g i n a l e s , s i n q u e se h a y a h e c h o
e n ella el m e n o r c a m b i o . E l p r i n c i p i o q u e sirve de b a s e
á la d o c t r i n a m é d i c a de H i p ó c r a t e s , es q u e el c u e r p o e s t á
c o m p u e s t o de c u a t r o e l e m e n t o s , de los cuáles n a c e n los
c u a t r o h u m o r e s c a r d i n a l e s . P i e n s a q u e éstos se h a l l a n
s o m e t i d o s á c a m b i o s , q u e la salud c o n s i s t e en el b u e n es-
t a d o y en la a c e r t a d a d i s t r i b u c i ó n de estos h u m o r e s , q u e
las e n f e r m e d a d e s son c a u s a d a s p o r sus i m p u r e z a s y d e s -
i g u a l d a d e s ; q u e u n a vez t u r b a d o s estos h u m o r e s , e s t á n
sujetos á c a m b i o s e s p o n t á n e o s ó cocciones q u e e x i g e n
cierto t i e m p o , y por c o n s i g u i e n t e , días y e v a c u a c i o n e s
críticas. A t r i b u í a el d e s a r r e g l o de los h u m o r e s á m u y d i -
v e r s a s c a u s a s , p a r t i c u l a r m e n t e á la influencia de las cir-
c u n s t a n c i a s físicas a m b i e n t e s , al c a l o r , al frío, al a i r e y
al a g u a . Al c o n t r a r i o de sus c o n t e m p o r á n e o s , n o i m p u t a -
b a t o d a s las e n f e r m e d a d e s del h o m b r e á la cólera de los
dioses. Al m i s m o t i e m p o que estas influencias' e x t e r i o r e s ,
e s t u d i ó t a m b i é n las p r o p i e d a d e s del cuerpo h u m a n o , y
c ó m o p u e d e modificarse p o r la acción del c l i m a y del
m o d o de vivir, m a n i f e s t a n d o d i f e r e n t e s p r e d i s p o s i c i o n e s
e n c a d a u n a de las e s t a c i o n e s del a ñ o . Creía q u e el calor
i n t e r n o del cuerpo v a r í a con la e d a d , q u e su m á x i m u m y
su m í n i m u m c o r r e s p o n d e n á la i n f a n c i a y á la v e j e z , y
q u e p o r c o n s i g u i e n t e , c u a n t o m á s a v a n z a m o s en la v i d a
m á s f á c i l m e n t e nos afectan los a g e n t e s morbíficos. P o r
eso el médico debe v e l a r con g r a n c u i d a d o p o r sus enfer-
m o s en todo lo que c o n c i e r n e á su d i e t a y m o d o de vivir,
p u e s de este m o d o p u e d e , n o sólo r e g l a m e n t a r su s u s c e p -
tibilidad g e n e r a l , sino t a m b i é n resolver el c u r s o q u e h a n
de t o m a r sus e n f e r m e d a d e s .
Refiriendo t o d a s las afecciones al estado ó d i s t r i b u c i ó n
de los h u m o r e s , a t r i b u y e la inflamación á la p r e s e n c i a de
l a s a n g r e e n p a r t e s del c u e r p o e n q u e h a s t a e n t o n c e s n o
h a b í a p e n e t r a d o . S e g ú n é l , la e n f e r m e d a d s u b s i s t e e n
t a n t o q u e estos líquidos p e r s i s t e n en estado n o r m a l , p e r o
en c u a n t o e n t r a n e n f e r m e n t a c i ó n ó e m p i e z a su cocción,
se p r e s e n t a n diversos s í n t o m a s c a r a c t e r í s t i c o s , y c u a n d o
l a e l a b o r a c i ó n es c o m p l e t a se e v a c ú a n p o r l a t r a n s p i r a -
 — 408 —
•eión y las d e m á s s e c r e c i o n e s , por las deyecciones albi-
n a s , e t c . Si p o r el c o n t r a r i o , el s i s t e m a n o se ve d e s e m -
b a r a z a d o así de los h u m o r e s pecantes, p u e d e n localizarse
e n u n ó r g a n o ó región especial en q u e la inflamación e r i -
s i p e l a t o s a , la g a n g r e n a y otros a c c i d e n t e s s e m e j a n t e s n o
t a r d a n en d e c l a r a r s e . A y u d a n d o á esta e l i m i n a c i ó n es
•como el médico m u e s t r a sobre todo su h a b i l i d a d . P u e d e
¡mucho m á s en este período de la e n f e r m e d a d que p o r la
i n f l u e n c i a . q u e h a podido ejercer sobre la m a r c h a de la coe-
rción. E n t o n c e s es c u a n d o p u e d e e m p l e a r el eléboro b l a n -
c o ó n e g r o y el elaterio. L a a p a r i c i ó n de los días críticos
•que r e s p o n d e n al período de cocción debe ser a t e n t a m e n -
t e o b s e r v a d a p o r el m é d i c o ; debe e x a m i n a r con el m a y o r
•cuidado si el estado del enfermo es el q u e c o r r e s p o n d e á
,-esta fase de la e n f e r m e d a d . Sólo así c o n s e g u i r á p o d e r
p r e d e c i r el c u r s o p r o b a b l e de la e n f e r m e d a d h a s t a su fin
y a d q u i r i r los d a t o s que le i n d i q u e n los m e j o r e s m e d i o s
•que h a y q u e e m p l e a r p a r a a y u d a r á la n a t u r a l e z a en sus
operaciones'
L a m e d i c i n a , t a l c o m o H i p ó c r a t e s la p r a c t i c a b a , se
•ocupaba, p u e s , m á s b i e n del c u r s o de la e n f e r m e d a d que
de la n a t u r a l e z a especial del m a l . N o se n e c e s i t a m á s
p a r a dejarnos confundidos a n t e el p o d e r científico de H i -
p ó c r a t e s . E s t u d i a la m a n e r a con q u e los h u m o r e s sufren
« u c o c c i ó n , los f e n ó m e n o s q u e se p r e s e n t a n d u r a n t e los
días c r í t i c o s , el aspecto y la n a t u r a l e z a de las e v a c u a -
c i o n e s críticas, y n o t r a t a de c o n t e n e r los p r o g r e s o s del
m a l , sino sólo de facilitar la obra n a t u r a l .
C u a n d o p e n s a m o s en q u é época vivía H i p ó c r a t e s , 4 0 0
a ñ o s a n t e s de J e s u c r i s t o , y en q u é c i r c u n s t a n c i a s h a b í a
•estudiado la m e d i c i n a , el i n m e n s o p r o g r e s o q u e realizó
n o s l l e n a de a d m i r a c i ó n . U n o de sus g r a n d e s m é r i t o s es
h a b e r r e c h a z a d o las t e n d e n c i a s s u p e r s t i c i o s a s de su t i e m -
p o y h a b e r e n s e ñ a d o á sus discípulos á a t r i b u i r los fenó-
m e n o s n a t u r a l e s á c a u s a s p u r a m e n t e físicas. D e s t r u y ó
p o r lo t a n t o las influencias i m a g i n a r i a s q u e e s t a b a n en-
t o n c e s e n b o g a . A los dioses s u s t i t u y ó la n a t u r a l e z a i m -
p e r s o n a l . I n t e r e s a b a á todos los q u e e s t a b a n a d s c r i t o s á
i o s t e m p l o s de E s c u l a p i o , a t r i b u i r l a s e n f e r m e d a d e s del
h o m b r e á c a u s a s s o b r e n a t u r a l e s ; s e g ú n ellos, t o d a enfer-
 — 409 —
m e d a d t e n í a su origen en la v e n g a n z a de a l g ú n dios ofen-
d i d o , y p o r c o n s i g u i e n t e , n o se podía r e c o b r a r la s a l u d
a n t e s de a p l a c a r l e . T o d a oposición á e s t a d o c t r i n a , y
t o d a t e n t a t i v a de s u s t i t u c i ó n d e b í a n n e c e s a r i a m e n t e e n -
c o n t r a r r e s i s t e n c i a . N o d e t u v i e r o n sin e m b a r g o á H i p ó -
c r a t e s , y s i n el m e n o r e s c r ú p u l o , c o n t i n u ó d e s a r r o l l a n d o
y p o n i e n d o en p r á c t i c a su teoría. Dio con ello h e r m o s o
ejemplo á los que d e b í a n sucéderle en su n o b l e profesión,'
e n s e ñ á n d o l e s que n o se debe n u n c a vacilar en sacrificar
á la v e r d a d las p r e o c u p a c i o n e s y p a s i o n e s del m o m e n t o ,
y q u e n o se debe e s p e r a r su r e c o m p e n s a sino de la j u s t a
e s t i m a c i ó n de la p o s t e r i d a d .
L a filosofía m é d i c a de H i p ó c r a t e s es d i g n a de n u e s t r a
m a y o r e s t i m a ; los m é t o d o s científicos de i n d u c c i ó n y de-
d u c c i ó n son e n ella r i g u r o s a m e n t e aplicados; su teoría es
p r e c i s a y c l a r a ; lleva v e r d a d e r a m e n t e el sello del g e n i o
griego. Si la j u z g a m o s a t e n d i e n d o al t i e m p o , r e c o n o c e r e -
m o s en ella las cualidades esenciales de este g e n i o : la
v i v a c i d a d , la p e n e t r a c i ó n y la fuerza. Bajo todos a s p e c -
t o s , en u n a p a l a b r a , m e r e c e á su a u t o r el t í t u l o de p a d r e
de la m e d i c i n a que le h a n conferido sus sucesores; q u i z á
h a s t a justifique la e n t u s i a s t a a s e r c i ó n de G a l e n o , de q u e
d e b a m o s v e n e r a r las p a l a b r a s de H i p ó c r a t e s c o m o la voz
de D i o s .
L a escuela h i p o c r á t i c a de Cos e n c o n t r ó u n a rival e n la
escuela de C n i d o , cuyos p r i n c i p i o s e r a n d i f e r e n t e s , n o
sólo r e s p e c t o á la n a t u r a l e z a de las e n f e r m e d a d e s , sino
t a m b i é n r e s p e c t o al m o d o de t r a t a r l a s . L o s c n i d i o s fija-
b a n e s p e c i a l m e n t e su a t e n c i ó n en los s í n t o m a s especiales
q u e se p r e s e n t a n en los casos i n d i v i d u a l e s , y a d o p t a b a n
u n t r a t a m i e n t o m e n o s activo, n o r e c u r r i e n d o s i n o e n
ú l t i m o e x t r e m o á los p u r g a n t e s d r á s t i c o s , á la s a n g r í a y
á o t r o s m e d i o s e n é r g i c o s . C o m o f á c i l m e n t e se a d i v i n a ,
estas e s c u e l a s , c u y a e n s e ñ a n z a profesional se d e s a r r o l l ó
c o n s i d e r a b l e m e n t e , p r o d u j e r o n m u l t i t u d de h o m b r e s ca-
paces , y d i e r o n n a c i m i e n t o á g r a n n ú m e r o de e x c e l e n t e s
o b r a s . F i l i s t ó n escribió s o b r e el r é g i m e n q u e debe s e -
g u i r s e p o r las p e r s o n a s de b u e n a s a l u d ; Diocles, sobre la
h i g i e n e y la g i m n á s t i c a ; P r a x á g o r a s , e n u n t r a t a d o s o b r e
el p u l s o , m o s t r ó q u e d a b a la m e d i d a de l a i n t e n s i d a d de
 — 410 —
l a e n f e r m e d a d . E l asclepión de Cnido d u r ó h a s t a la épo-
ca" de C o n s t a n t i n o ; pereció con la m a y o r p a r t e de los d e -
m á s e s t a b l e c i m i e n t o s p a g a n o s . L o s lazos q u e al p r i n c i p i o
h a b í a n u n i d o las profesiones s a c e r d o t a l y m é d i c a fueron
c o n s t a n t e m e n t e r e l a j á n d o s e ; la ú l t i m a los r o m p i ó defini-
t i v a m e n t e y e n t o n c e s se dividió en v a r i a s r a m a s especia-
l e s , la farmacia, la cirugía...; los m i s m o s m i e m b r o s de l a
profesión dejaron de t e n e r posición c o m ú n ; u n o s cultiva-
r o n l a m e d i c i n a c ó m o c i e n c i a , m i e n t r a s otros l a c o n v i r -
t i e r o n e n s i m p l e ocupación i n d u s t r i a l . E n t o n c e s c o m o
h o y , m u c h o s de aquellos á q u i e n e s la f o r t u n a n o h a b í a fa-
vorecido con sus d o n e s , se h a l l a b a n r e l e g a d o s á l a s ú l t i -
m a s filas. Así es c o m o A r i s t ó t e l e s , d e s p u é s de h a b e r con-
s a g r a d o su p a t r i m o n i o á i n v e s t i g a c i o n e s científicas, se
vio r e d u c i d o á p o n e r en A t e n a s t i e n d a de b o t i c a r i o ; Aris-
t ó t e l e s , d r o g u e r o , oculto t r a s su m o s t r a d o r y v e n d i e n d o
m e d i c i n a s á los p r á c t i c o s q u e el a z a r le e n v i a b a , es ese
m i s m o A r i s t ó t e l e s , ese g r a n e s p í r i t u q u e h a ejercido e n l a
h u m a n i d a d s i n i g u a l influencia y c u y a p a l a b r a e r a la su-
p r e m a a u t o r i d a d p a r a los escolásticos de la E d a d M e d i a .
E n g e n e r a l , sin e m b a r g o , los m é d i c o s salían de la clase
i l u s t r a d a . E n pos de e l l o s , y p o r ellos r e p u d i a d o s , se
a r r a s t r a b a n m u l t i t u d de i m p o s t o r e s y c h a r l a t a n e s , c o m o
s u c e d e r á s i e m p r e , m i e n t r a s h a y a h o m b r e s de j u i c i o flaco
y m u j e r e s frivolas y c r é d u l a s q u e e n g a ñ a r .
C u a n d o se fundó el M u s e o p o r P t o l o m e o F i l a d e l f o ,
comprendía cuatro facultades: literatura, matemáticas,
a s t r o n o m í a y m e d i c i n a . No se d e b e , s i n e m b a r g o , t o m a r
á la l e t r a e s t a d i v i s i ó n ; la h i s t o r i a n a t u r a l , p o r e j e m p l o ,
y o t r a s ciencias, c o r r e s p o n d í a n á l a facultad de m e d i c i n a .
L o s p r i m e r o s m é d i c o s del M u s e o fueron C l e o m b r o t o ,
Herófilo y E r a s i s t r a t o ; e n el n ú m e r o de los profesores de
r a n g o inferior e s t a b a P i l ó n Stéfano, que figuraba al f r e n t e
del d e p a r t a m e n t o de h i s t o r i a n a t u r a l y q u e fué e n c a r g a -
do de escribir u n libro sobre los p e c e s . Si q u i s i é r a m o s
u n a p r u e b a de la a l t u r a de ideas de su fundador, la en-
c o n t r a r í a m o s e n la o r g a n i z a c i ó n que dio á su escuela de
m e d i c i n a . L o s estudios a n a t ó m i c o s f o r m a b a n la b a s e de
l a e n s e ñ a n z a ; Herófilo y sus colegas fueron a u t o r i z a d o s
p a r a disecar c a d á v e r e s , ú n i c o m é t o d o q u e podía conducir-
 - 411 —
les al c o n o c i m i e n t o v e r d a d e r o de l a . e s t r u c t u r a del c u e r p o
h u m a n o . P t o l o m e o persiguió sus fines con r e s o l u c i ó n , y
n o se d e t u v o a n t e la r e p r o b a c i ó n con q u e el s e n t i m i e n t o
p ú b l i c o m i r a b a p r á c t i c a s de este g é n e r o , h a s t a e n t o n c e s
i n a u d i t a s . T o c a r á u n c a d á v e r era, á los ojos del egipcio,
a b o m i n a b l e c r i m e n . L a i n t e n c i ó n de P t o l o m e o n o e r a
sólo facilitar el c o n o c i m i e n t o de l a e s t r u c t u r a del c u e r p o
h u m a n o ; q u e r í a t a m b i é n q u e se d e s c u b r i e s e c ó m o se
ejercen sus diferentes funciones y c ó m o o b r a . A este fin
a u t o r i z ó á los a n a t ó m i c o s del M u s e o p a r a h a c e r vivisec-
ciones en a n i m a l e s y en c o n d e n a d o s á m u e r t e . Así s u p o
e n c o n t r a r en fisiología el g r a n c a m i n o r e a l , q u e E u -
clides, e n u n a c o m i d a del M u s e o , le h a b í a d i c h o n o e x i s -
t i r en g e o m e t r í a , y en c u a n t o á lo q u e sus actos t e n í a n
de c o n t r a r i o á la m o r a l , se justificaba d i c i e n d o , q u e
p u e s t o q u e estos c r i m i n a l e s d e b í a n sus vidas á la ley,
podía sin injusticia d i s p o n e r de ellos e n b i e n de la h u -
m a n i d a d . Herófilo h a b í a e s t u d i a d o en C o s ; su d o c t r i n a
g e n e r a l n o e r a m á s q u e el h u m o r i s m o ; su t r a t a m i e n t o
e r a activo á la m a n e r a de H i p ó c r a t e s , sobre c u y a s o b r a s
h a b í a escrito c o m e n t a r i o s . S u s i n v e s t i g a c i o n e s o r i g i n a l e s
s o n n u m e r o s í s i m a s ; e s t á n c o n t e n i d a s con sus o p i n i o n e s
p a r t i c u l a r e s , en sus t r a t a d o s sobre la p r á c t i c a de la m e -
d i c i n a , la o b s t e t r i c i a , el ojo y el p u l s o , q u e refirió p o r
p r i m e r a vez á las c o n t r a c c i o n e s del c o r a z ó n . Conocía l a
e x i s t e n c i a de vasos quilíferos'y s u s r e l a c i o n e s a n a t ó m i c a s
con los g l a n d e s m e s e n t é r i c o s . E r a s i s t r a t o , su colega, e r a
discípulo de Teofrasto y de Crisipo; c u l t i v a b a t a m b i é n l a
a n a t o m í a ; describió la e s t r u c t u r a del c o r a z ó n y las rela-
ciones m u t u a s del c o r a z ó n , a r t e r i a s y v e n a s , p e r o se e n -
g a ñ ó al p r e t e n d e r q u e las a r t e r i a s s e r v í a n de c a n a l e s al
aire y las v e n a s á la s a n g r e . S a b í a q u e h a y dos clases de
n e r v i o s : los del m o v i m i e n t o y los de la s e n s a c i ó n . A t r i -
b u í a todas l a s fiebres á i n f l a m a c i o n e s ; su p r á c t i c a m é d i c a
difería de la de H i p ó c r a t e s e n q u e su t r a t a m i e n t o e r a
menos activo.
E s t o s g r a n d e s m é d i c o s h a c í a n de la a n a t o m í a l a b a s e
sólida de los estudios m é d i c o s e n A l e j a n d r í a . E s t a b a n
a s i s t i d o s de m u l t i t u d de o t r o s p r o f e s o r e s , á q u i e n e s s e
r e s e r v a b a la e n s e ñ a n z a especial. E l t e m p l o de Serapis,
 — 412 —
e r a en efecto t a m b i é n u n h o s p i t a l ; los e n f e r m o s e r a n a d -
m i t i d o s en él y t a m b i é n las p e r s o n a s que q u e r í a n e s t u -
diar la m e d i c i n a y f a m i l i a r i z a r s e con la p r á c t i c a m é d i c a ,
c o m o s u c e d e todavía h o y . E n estas c i r c u n s t a n c i a s , es
m u y n a t u r a l que ciertas r a m a s e s p e c i a l e s , la cirugía y la
farmacia, h a y a n hecho progresos considerables, y hayan
p r o d u c i d o h o m b r e s m u y c a p a c e s . L a operación de la l i t o -
t o m í a fué p e r f e c c i o n a d a , n u e v o s i n s t r u m e n t o s se i n v e n -
t a r o n p a r a t r i t u r a r los c á l c u l o s , p a r a la r e d u c c i ó n de l a s
l u x a c i o n e s , e t c . G r a c i a s á'la actividad c o m e r c i a l de E g i p -
to, la m a t e r i a m é d i c a p u d o e n r i q u e c e r s e con m u l t i t u d de
y e r b a s y m e d i c a m e n t o s n u e v o s . La- escuela de m e d i c i n a
de Alejandría, cuya e n s e ñ a n z a t e n í a por base la disección,
p e r d i ó con el t i e m p o la t e n d e n c i a científica q u e h a b í a
m a r c a d o sus c o m i e n z o s . Se siguen, sin e m b a r g o , d u r a n t e
l a r g o t i e m p o las h u e l l a s de su e n s e ñ a n z a p r i m i t i v a . Así
es c o m o G a l e n o divide los m é d i c o s de su t i e m p o en h e -
rofilios y e r a s i s t r á t i c o s . H a b í a n n a c i d o v a r i a s s e c t a s , e n -
t r e o t r a s la d o g m á t i c a , q u e s o s t e n í a que las e n f e r m e d a d e s
n o p u e d e n ser t r a t a d a s c o r r e c t a m e n t e sin el c o m p l e t o
c o n o c i m i e n t o de la e s t r u c t u r a y funciones del c u e r p o ,
acción de los m e d i c a m e n t o s y c a m b i o s o c u r r i d o s en las
p a r t e s a f e c t a d a s ; i n s i s t í a n , p u e s , e n la n e c e s i d a d del e s -
t u d i o de la a n a t o m í a , de la fisiología, de la t e r a p é u t i c a y
de la patología, y p r e t e n d í a n ser los d e s c e n d i e n t e s de H i -
p ó c r a t e s . S u s a d v e r s a r i o s , los e m p í r i c o s , r i d i c u l i z a b a n
t o d o s estos c o n o c i m i e n t o s , q u e m i r a b a n c o m o q u i m é r i c o s
é i m p o s i b l e s de a d q u i r i r ; n o a d m i t í a n m á s q u e la expe-
r i e n c i a . L a m i s m a división se e n c u e n t r a en las escuelas;
h a c i a el fin de su v i d a , E r a s í s t r a t o m i s m o , q u i z á á con-
s e c u e n c i a de a l g u n a d i s p u t a ó d e s a c u e r d o , se decidió á
dejar el M u s e o y fué á f u n d a r u n a escuela en S m i r n a .
L a s diferentes r a m a s de la m e d i c i n a e r a n e s t u d i a d a s
t a m b i é n p o r p e r s o n a s e x t r a ñ a s al cuerpo de los m é d i c o s .
M i t r í d a t e s , r e y del P o n t o , c o n s a g r ó p a r t e de su v i d a al
e s t u d i o de los v e n e n o s y al d e s c u b r i m i e n t o de s u s a n t í -
dotos.

¡Qué caída, desde esta m e d i c i n a científica, al s i s t e m a

de c u r a s p o r m i l a g r o s q u e p r o n t o iba á r e e m p l a z a r l a !
¡Qué caída, de H i p ó c r a t e s y de los g r a n d e s m é d i c o s de
 — 413 -
A l e j a n d r í a , á las r e l i q u i a s de los s a n t o s y á los frailes!
A este bosquejo de los g r a n d e s días de la m e d i c i n a
griega, debo u n i r el e x a m e n de la c i e n c i a e n t r e los j u d í o s
d e s p u é s del s e g u n d o siglo; es n e c e s a r i o h a c e r l o p a r a c o m -
p r e n d e r el origen de la ciencia á r a b e .
E n filosofía, los j u d í o s se h a b í a n e m a n c i p a d o g r a d u a l -
m e n t e de las a n t i g u a s t r a d i c i o n e s ; p r u e b a de sus adelan-
t o s en este s e n t i d o es la p a r t e q u e t o m a r o n en el d e s a r r o -
llo del n e o p l a t o n i s m o . D e s p u é s de la d e s t r u c c i ó n de J e -
r u s a l e m , S i r i a y M e s o p o t a m i a se l l e n a r o n de escuelas j u -
días; los g r a n d e s filósofos y los g r a n d e s c o m e r c i a n t e s d e
la n a c i ó n se fijaron en A l e j a n d r í a . L a s p e r s e c u c i o n e s y
la d i s p e r s i ó n , si n o t u v i e r o n o t r a s v e n t a j a s , t u v i e r o n p o r
lo m e n o s la de d e b i l i t a r el p o d e r eclesiástico. Q u i z á t a m -
b i é n las decepciones sufridas v a r i a s veces p o r los j u d í o s
sobre la v e n i d a del Mesías n a c i o n a l t e m p o r a l , h a b í a con-
ducido á la clase m á s a d e l a n t a d a i n t e l e c t u a l m e n t e á l a
a c e r t a d a a p r e c i a c i ó n del valor de las a n t i g u a s t r a d i c i o -
n e s . S u s m é d i c o s se p u s i e r o n á l a c a b e z a de e s t e m o v i -
m i e n t o de e m a n c i p a c i ó n i n t e l e c t u a l . D e s d e el p r i n c i p i o ,
h a b í a n t e n i d o q u e l u c h a r c o n t r a la a n i m o s i d a d de los
levitas; éstos c u r a b a n con o r a c i o n e s , m i l a g r o s y sacrifi-
cios e x p i a t o r i o s , ó c u a n d o r e n u n c i a b a n á los m e d i o s so-
b r e n a t u r a l e s , n o a p l i c a b a n m á s r e m e d i o s q u e los q u e él
v u l g o conoce d o n d e q u i e r a ; así es c o m o á u n a p e r s o n a
m o r d i d a por u n p e r r o rabioso le d a b a n á c o m e r el dia-
f r a g m a de u n p e r r o . E n t r e estos h o m b r e s q u e i b a n á di-
rigir el m o v i m i e n t o de los c o n o c i m i e n t o s h u m a n o s , p o -
d e m o s citar: H a n n i n a , 2 0 5 a ñ o s a n t e s de J e s u c r i s t o , de
q u i e n h a b l a n sus s u c e s o r e s c o m o del p r i m e r o de los m é -
dicos j u d í o s ; S a m u e l , q u e se d i s t i n g u i ó á la vez c o m o as-
t r ó n o m o , p a r t e r o y oculista, i n v e n t o r de u n colirio q u e
lleva su n o m b r e ; E a b , q u e escribió u n t r a t a d o sobre la
e s t r u c t u r a del cuerpo h u m a n o , r e s u l t a d o de sus n u m e r o -
sas disecciones y q u e a d q u i r i ó t a l c e l e b r i d a d q u e el p u e -
b l o , d e s p u é s de su m u e r t e , e m p l e a b a c o m o m e d i c a m e n t o
l a t i e r r a r e c o g i d a sobre su t u m b a : A b b a U m m a , cuyos es-
t u d i o s sobre la l o c u r a m u e s t r a n q u e d a b a u n a explica-
ción física de la d o c t r i n a p o p u l a r de la posesión p o r los
d e m o n i o s , y a t r i b u í a esta afección á u n s i m p l e d e s a r r e -
 — 414
g l o c o r p o r a l . A b b a - U m m a se creía e n el d e b e r de n o
a c e p t a r n i n g u n a r e m u n e r a c i ó n de los p o b r e s y les prodi-
g a b a asiduos cuidados s i n h a c e r diferencia a l g u n a e n t r e
ellos y los ricos. E s t o s g r a n d e s m é d i c o s p u e d e n conside-
r a r s e c o m o los tipos de los que les s u c e d i e r o n h a s t a el
s é p t i m o siglo, época e n q u e las escuelas o r i e n t a l e s fue-
r o n d i s p e r s a d a s p o r la c o n q u i s t a á r a b e . L a l i t e r a t u r a t a l -
m ú d i c a revela u n e s t a d o de t r a n s i c i ó n , al m e n o s en lo
q u e a t a ñ e á la m e d i c i n a ; lo s o b r e n a t u r a l se e n c u e n t r a
m e z c l a d o e n ella á lo m a t e r i a l , las d o c t r i n a s eclesiásti-
c a s á las ciencias e x a c t a s ; a d m i t e , p o r ejemplo, q u e u n
r a b i n o p u e d e c u r a r c i e r t a s e n f e r m e d a d e s p o r la i m p o s i -
c i ó n de m a n o s m i e n t r a s da u n a explicación científica,
a u n q u e e r r ó n e a , de los d e s ó r d e n e s causados p o r la fiebre;
se m u e s t r a i g u a l m e n t e científica c u a n d o a t r i b u y e la pa-
r á l i s i s de u n o de los m i e m b r o s p o s t e r i o r e s de u n a n i m a l
á la p r e s i ó n ejercida p o r u n t u m o r en el n e r v i o e s p i n a l ,
E n t r e sus aforismos, c i t e m o s este: «Todas las e n f e r m e -
d a d e s , s i e m p r e q u e las e n t r a ñ a s q u e d e n libres; todos los
d i s g u s t o s , s i e m p r e q u e n o t o q u e n al c o r a z ó n ; t o d o s los
t o r m e n t o s , s i e m p r e q u e n o a t a q u e n la cabeza; todos los
m a l e s , excepto u n a m a l a mujer.»
D e s p u é s de la r u i n a de la escuela a l e j a n d r i n a , todo lo
q u e los m é d i c o s j u d í o s p u d i e r o n h a c e r al p r i n c i p i o fué
c o n s e r v a r los c o n o c i m i e n t o s q u e se les h a b í a n t r a n s m i -
t i d o , p e r o u n a vez aplacado el t u m u l t o de la c o n q u i s t a
á r a b e , les e n c o n t r a m o s e n t r e los consejeros de los sobe-
r a n o s , ejerciendo por su a l t a posición, su educación libe-
r a l y la a m p l i t u d de sus m i r a s , c o n s i d e r a b l e influjo en
el p r o g r e s o i n t e l e c t u a l de l a h u m a n i d a d . M a s e r D j a i v a h ,
m é d i c o del c a l i f a - M o h a w i a , se d i s t i n g u i ó c o m o p o e t a ,
c o m o crítico y c o m o filósofo; Kalid t r a d u j o v a r i a s o b r a s
g r i e g a s ; H a r u n , m é d i c o de Alejandría, c u y a s P a n d e c t a s
h a n desaparecido desgraciadamente para nosotros, pasa
p o r h a b e r sido el p r i m e r o q u e h a descrito la v i r u e l a é i n -
d i c a d o el m o d o de t r a t a r l a . I s a a c - b e n - E m r a n escribió u n
t r a t a d o sobre los e n v e n e n a m i e n t o s y s u s s í n t o m a s , y
o t r o s m é d i c o s s i g u i e r o n s u s h u e l l a s . E l califa Al-Raschid,
q u e t e n í a e n v i a d o s j u d í o s en la corte de C a r l o m a g n o ,
dio á este m o n a r c a u n ejemplo que se a p r e s u r ó á a p r o -
 — 415 —

v e c h a r : t o m ó bajo su p r o t e c c i ó n el colegio m é d i c o de
D j o n d e s a b u r y fundó u n a U n i v e r s i d a d en B a g d a d . P r o h i -
b i ó el ejercicio de la m e d i c i n a á t o d o s los q u e n o h u b i e -
r a n sufrido satisfactorio e x a m e n a n t e u n a de sus fa-
c u l t a d e s . E n todo O r i e n t e la d o c t r i n a m é d i c a teológica
t e n d í a r á p i d a m e n t e á ser a b s o l u t a m e n t e r e p u d i a d a . L a
escuela de B a g d a d c o n t a b a en el n ú m e r o de sus profeso-
r e s al célebre J o s u é - b e n - N u n ; t o d a e s t a escuela t r a b a j a b a
a c t i v a m e n t e en la t r a d u c c i ó n al á r a b e de las obras g r i e -
g a s , a b a r c a n d o n o sólo la profesión m é d i c a sino t o d a l a
l i t e r a t u r a . Así es como se s a l v a r o n los escritos de A r i s t ó -
t e l e s y de P l a t ó n . Casi d i a r i a m e n t e — s e d i c e — f r a n q u e a -
b a n las p u e r t a s de B a g d a d c a m e l l o s c a r g a d o s de l i b r o s .
E l e m p e r a d o r Miguel fué obligado p o r u n t r a t a d o á p r o -
porcionar obras griegas. Toda esta actividad intelectual
n o p o d í a t e n e r otro r e s u l t a d o q u e la difusión de l a s lu-
ces. . E l e v á r o n s e escuelas en B a s s o r a , I s p a h a n , S a m a r -
c a n d a , F e z , M a r r u e c o s , Sicilia, Córdoba, Sevilla y G r a -
nada.
P o r los n e s t o r i a n o s y los j u d í o s c o n o c i e r o n , p u e s , los
á r a b e s la ciencia m é d i c a de G r e c i a y Alejandría. A g r e g a -
r o n o t r o s c o n o c i m i e n t o s de n a t u r a l e z a m á s s o m b r í a , que
v e n í a n de P e r s i a ó q u i z á h a s t a de la a n t i g u a Caldea. L o s
n e s t o r i a n o s t e n í a n i m p o r t a n t e s e s t a b l e c i m i e n t o s religio-
sos en M e s o p o t a m i a ; y esta r e g i ó n era, desde h a c í a l a r g o
t i e m p o , familiar á los j u d í o s ; h a b í a visto n a c e r á s u s an-
t e p a s a d o s . E s t a ciencia, de o r i g e n e x t r a n j e r o , se refería
á la astrología ó á la m a g i a ; se p r a c t i c a b a m e d i a n t e en-
cantamientos, amuletos, hechizos y talismanes. Tenía
p o r p r i n c i p i o f u n d a m e n t a l q u e los c u e r p o s p l a n e t a r i o s
ejercen su influencia e n las cosas de este m u n d o . C o m o
se c o n o c í a n e n t o n c e s siete m e t a l e s , y t a m b i é n siete pla-
n e t a s , el sol, la l u n a , M a r t e , M e r c u r i o , J ú p i t e r , V e n u s
y S a t u r n o , el oro fué c o n s a g r a d o n a t u r a l m e n t e al sol, la
p l a t a á la l u n a , el h i e r r o á M a r t e , e t c . L o m i s m o se h i z o
c o n l a s divisiones del t i e m p o ; los siete días de la s e m a -
n a r e c i b i e r o n los n o m b r e s de los siete p l a n e t a s . L o s n o m -
b r e s d a d o s á los días, y el o r d e n en q u e se s u c e d e n , d e -
r i v a n e v i d e n t e m e n t e de la h i p ó t e s i s a s t r o n ó m i c a de P t o -
l o m e o , e s t a n d o a s i g n a d a á c a d a p l a n e t a u n a h o r a espe-
cial, s e g ú n el r a n g o en q u e se p r e s e n t a , y d a n d o c a d a
p l a n e t a su n o m b r e al día cuya p r i m e r a h o r a m a r c a . Así
a r r e g l a d a , la s e m a n a n o s ofrece n o t a b l e ejemplo de la
l o n g e v i d a d de las i n s t i t u c i o n e s q u e r e s p o n d e e x a c t a m e n -
t e á las n e c e s i d a d e s de la h u m a n i d a d . H a sobrevivido á
todos los c a m b i o s políticos y se h a i m p u e s t o al s i s t e m a
eclesiástico de E u r o p a , q u e i n c a p a z de q u i t a r l e su aspec-
to i d o l á t r i c o , h a p r o p a g a d o el e r r o r v u l g a r de q u e debe
s u a u t e n t i c i d a d á la S a g r a d a E s c r i t u r a , e r r o r q u e d e n u n -
c i a n c l a r a m e n t e los n o m b r e s p a g a n o s q u e los días l l e v a n
y el o r d e n e n q u e se s i g u e n . L o s a u t o r e s clásicos de l a
a n t i g ü e d a d n o le c o n o c í a n , c o m o t a m p o c o los i n s p i r a -
dos copistas de la E s c r i t u r a .
E s t a i d e a de c o n s a g r a r á los a s t r o s los c u e r p o s m a t e -
r i a l e s y t a m b i é n las divisiones del t i e m p o d e r i v a b a de la
d o c t r i n a de u n e s p í r i t u u n i v e r s a l ó de l m a l m a del m u n -
do, d o c t r i n a q u e era casi g e n e r a l m e n t e a c e p t a d a en O r i e n -
t e . E s t a a n t i g u a concepción es l a b a s e , c o m o h e m o s di-
cho en el capítulo I I I , de todas l a s teologías o r i e n t a l e s ,
y n o es i n d i g n a en m o d o a l g u n o de la filosofía. E l espí-
r i t u del h o m b r e n o es m á s q u e u n a p o r c i ó n de esa a l m a
del m u n d o , de la q u e e m a n a c o m o la c h i s p a q u e b r o t a
de la l l a m a . T o d a s las d e m á s cosas a n i m a d a s ó i n a n i m a -
d a s , las b e s t i a s , las p l a n t a s , las p i e d r a s , h a s t a los ríos,
m o n t a ñ a s , c a s c a d a s y g r u t a s , t i e n e n cada u n a u n e s p í r i t u
especial q u e h a b i t a en ellas y q u e las a n i m a . L o s a m u l e -
tos y e n c a n t o s d e r i v a n , p u e s , su poder, n o de la s u s t a n -
cia m a t e r i a l de q u e e s t á n f o r m a d o s , s i n o d e l e s p í r i t u q u e
e n ellos h a b i t a . E n c u a n t o al h o m b r e , su p r i n c i p i o i n m a -
t e r i a l c o r r e s p o n d e á la forma c o r p o r a l de su p e r s o n a . D e
l a s dos g r a n d e s sectas en q u e sé h a b í a dividido la n a c i ó n
j u d í a , los fariseos a c e p t a b a n la d o c t r i n a asiría, y los sa-
duceos, p o r el c o n t r a r i o , n e g a b a n la e x i s t e n c i a de e'ste
e s p í r i t u i n t e r i o r ; se j a c t a b a n de q u e sus c r e e n c i a s e r a n
l a s v e r d a d e r a s c r e e n c i a s m o s a i c a s , y a c u s a b a n á s u s ad-
v e r s a r i o s de h a b e r l a s c o r r o m p i d o d u r a n t e la c a u t i v i d a d de
B a b i l o n i a , a n t e s de la c u a l — d e c í a n — e s a s d o c t r i n a s e r a n
d e s c o n o c i d a s e n J e r u s a l e m . L a m a y o r p a r t e de los g r a n -
des filósofos de A l e j a n d r í a se a d h e r í a n á e s t a s o p i n i o n e s .
P l o t i n o escribió u n l i b r o sobre la asociación de los de-
 - 417 —
m o n i o s con los h o m b r e s , y su discípulo Porfiro p r o b ó
m a t e r i a l m e n t e l a posibilidad de s e m e j a n t e a l i a n z a . C o m o
se h a l l a s e en el t e m p l o de Isis con P l o t i n o y u n sacerdo-
t e egipcio, este ú l t i m o , p a r a p r o b a r su p o d e r s o b r e n a t u -
r a l , p r o p u s o h a c e r aparecer el e s p í r i t u m i s m o de P l o t i -
n o e n forma visible. T r a z ó s e en el suelo u n círculo m á -
g i c o , r o d e a d o de c a r a c t e r e s astrológicos y e m p e z ó l a
e v o c a c i ó n ; el espíritu apareció y P l o t i n o se h a l l ó de
p r o n t o e n f r e n t e de su p r o p i a a l m a . L o s artificios q u e su-
g i r i ó al n i g r o m á n t i c o el c o n o c i m i e n t o que t e n í a de los
f e n ó m e n o s ópticos, y la i m a g i n a c i ó n a t e r r o r i z a d a de P l o -
t i n o t u v i e r o n sin d u d a i g u a l p a r t e en el éxito de la ope-
r a c i ó n . P e r o si así se podía evocar el e s p í r i t u de u n h o m -
b r e vivo, ¿qué n o p o d r í a h a c e r s e con las a l m a s de los
muertos?
E n el fondo, e s t a s e x t r a ñ a s d o c t r i n a s e n t r a n e n el p a n -
t e í s m o , que t e n í a d o n d e q u i e r a secretos prosélitos. E n
ellas se r e c o n o c e en forma g r o s e r a , la e t e r n a d i s t i n c i ó n
e n t r e la m a t e r i a y el e s p í r i t u , el a l m a y el c u e r p o ; los
i n i c i a d o s m i r a b a n l a m a t e r i a c o m o s o m b r a del e s p í r i t u ,
y el cuerpo c o m o e n g a ñ o s a a p a r i e n c i a del a l m a .
E n el siglo VIII e r a n conocidos m u l t i t u d de h e c h o s n a -
turales, demasiado sorprendentes para que uno pudiera
d a r s e c u e n t a de ellos y q u e e r a n m u y á p r o p ó s i t o p a r a
i m p r e s i o n a r p r o f u n d a m e n t e á, q u i e n e s los p r e s e n c i a b a n .
S o n t o d o s los h e c h o s h o y familiares á los q u í m i c o s . V a -
sos s ó l i d a m e n t e c e r r a d o s e s t a l l a b a n c u a n d o e r a n e x p u e s -
t o s al fuego, a p a r e n t e m e n t e p o r la acción de a l g ú n a g e n -
t e invisible; v a p o r e s i n t a n g i b l e s t o m a b a n s ú b i t a m e n t e
f o r m a sólida; en m e d i o de u n líquido incoloro se f o r m a -
b a n de p r o n t o p r e c i p i t a d o s de b r i l l a n t e s colores; b r o t a -
b a n l l a m a s s i n c a u s a a p a r e n t e y se p r o d u c í a n explosio-
n e s e s p o n t á n e a m e n t e . H a b í a - m o t i v o s de s o b r a p a r a j u s -
tificar los t é r m i n o s de «ciencias ocultas», «ciencia negra».
D e estos h e c h o s m a r a v i l l o s o s , aislados y s i n r e l a c i o n e s
u n o con o t r o , se h i z o u n t o d o . L a d o c t r i n a caldea del al-
m a del m u n d o y de los e s p í r i t u s i n t e r i o r e s p r o p o r c i o n ó
el h i l o q u e sirvió p a r a r e u n i r t o d a s e s t a s p e r l a s .
L o s o b r e n a t u r a l t i e n e s i e m p r e p a r a el h o m b r e g r a n
e n c a n t o ; así r e c i b i e r o n c o n avidez los á r a b e s de s u s m a e s -
Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO I . 27
 — 418 —'

tros en medicina, nestorianos y judíos, esas interpreta-

ciones místicas mezcladas con conocimientos exactos.
Muy lejos de estar satisfechos de la ciencia que se les
había transmitido, trabajaron en seguida por perfeccio-
narla y estudiarla por sí mismos. Sometieron todas las
sustancias á todas las operaciones imaginables, y perfec-
cionaron considerablemente los procedimientos de expe-
rimentación que les habían enseñado. Sometiendo cier-
tos cuerpos á la acción del fuego, consiguieron extraer de
ellos cuerpos más puros que parecían retener concentra-
das las propiedades pertenecientes á las sustancias de
que habían sido sacados. Estas esencias se desprendían
á menudo sin que la vista pudiese distinguirlas; frecuen-
temente hacían estallar los recipientes más solidos y á
veces desaparecían en una explosión ó se inflamaban; de
aquí se deducía necesariamente que era el espíritu inte-
rior ó el alma del cuerpo sometido al fuego la que así se
encontraba expulsada de él. Así obtuvieron el espíritu de
vino, el de sal y el de nitro. El comercio ha conservado
estos términos, aunque hayan perdido ahora su primiti-
va significación. La alquimia con sus esencias, sus quin-
tesencias y sus espíritus era el panteísmo materializado,
la doctrina caldea realizada. Veía á Dios en todas las co-
sas, en lo abstracto como en lo concreto, en los números
como en los objetos reales.
Adelantándome aquí á un asunto que más tarde trata-
ré más al pormenor, haré observar que no fueron los
mahometanos los únicos que cultivaron esta ciencia mís-
tica é imaginaria; también la cultivaban los cristianos.
Admitían éstos la existencia de multitud de formas invi-
sibles en la tierra, en el aire y en el mar. Creían, con fe
más ciega aún que la de los paganos, en el poder sobre^
natural de las imágenes de los dioses; sólo que la atri-
buían á la influencia de los demonios. El diablo era el
que poseía á los locos. Si un manantial derramaba sus
aguas con desprendimiento periódico de gas ácido car-
bónico, era que estaba agitado por un ángel; si un des-
graciado bajaba á un pozo y se hallaba sofocado por al-
gún vapor mefítico, era algún demonio el que segregaba
aquel vapor; si la antorcha del minero producía una ex^
 - 419 -
p l o s i ó n , e r a la v e n g a n z a de a l g ú n e s p í r i t u m a l i g n o q u e
g u a r d a b a u n t e s o r o y c u y a soledad se h a b í a t u r b a d o . H a -
b í a con este m o t i v o h i s t o r i a s s i n fin, c u y a a u t e n t i c i d a d
n a d i e n e g a b a , a p a r i c i o n e s de esos e s p í r i t u s bajo f o r m a s
visibles; n o h a b l a u n a g r u t a n i u n b o s q u e d o n d e n o se
hubieran visto ángeles y genios, ni u n a caverna que no
t u v i e r a sus d e m o n i o s . T o d o s estos e s p í r i t u s n o h a b í a n
todavía recibido n o m b r e s , p e r o e r a cosa c o r r i e n t e q u e
el aire t e n í a silfos, la t i e r r a g n o m o s , el fuego s a l a m a n -
d r a s y el agua o n d i n a s . A p a r e c í a n p o r el día, y p o r la n o -
c h e ejercían sus e n c a n t o s . E l aire viciado que se e x h a l a -
b a de los c h a r c o s e s t a n c a d o s t o m a b a f o r m a s de a s q u e r o -
sos d e m o n i o s ; los gases explosivos de l a s m i n a s l a s de
m a l i c i o s o s e n a n o s de r o s t r o l í v i d o , con orejas de c u e r o
q u e les caían sobre los h o m b r o s , y con s o m b r í o s v e s t i d o s
g r i s e s . L a s c o n c e p c i o n e s filosóficas llevan s i e m p r e l a
h u e l l a de las ideas s o c i a l e s ; s i e m p r e los p e n s a m i e n t o s
del h o m b r e r e t i e n e n algo del m e d i o e n q u e v i v e .
E n t r e los c r i s t i a n o s e s t a s d o c t r i n a s t u v i e r o n su p r i n c i -
pal aplicación á las r e l i q u i a s de los m é d i c o s y s a n t o s .
C o m o los a m u l e t o s y t a l i s m a n e s de M e s o p o t a m i a , se l a s
creía d o t a d a s de facultades s o b r e n a t u r a l e s . E r a n s e g u r a s
p r o t e c t o r a s c o n t r a los m a l o s e s p í r i t u s é infalible r e m e d i o
c o n t r a la e n f e r m e d a d .
L a dirección p a r t i c u l a r q u e e s t a s ideas m í s t i c a s t o m a -
r o n v i n o á darles c o n s i d e r a b l e p o d e r . C o m o la t i e r r a
p r e s e n t a v e n a s de a g u a y orificios p o r d o n d e el a i r e p u e -
de p e n e t r a r en s u i n t e r i o r , se v i n o á p a r a r á la s e m e j a n -
• za de e s t r u c t u r a y funciones e n t r e la t i e r r a y los a n i m a -
l e s . D e a h í la teoría del desarrollo de los m e t a l e s en su
s e n o bajo la influencia de los p l a n e t a s , p r o d u c i e n d o e s -
p o n t á n e a m e n t e la t i e r r a oro y p l a t a d e s p u é s de d e t e r m i -
n a d o n ú m e r o de l u n a c i o n e s . L a d o c t r i n a de la t r a n s m u -
t a c i ó n de los m e t a l e s deja a d i v i n a r q u e ya en a q u e l l a
época se p r e s e n t í a que el t r a n s c u r s o del t i e m p o , q u e es
t o d o p a r a el h o m b r e , n o es n a d a p a r a la n a t u r a l e z a . ¿ Q u é
son m i l a ñ o s p a r a l a n a t u r a l e z a c u a n d o t r a b a j a p o r c a m -
b i a r la m á s vil m a t e r i a e n u n m e t a l precioso? P a r a el
h o m b r e m e d i o siglo es s u período e n t e r o de a c t i v i d a d i n -
t e l e c t u a l . L o s q u e c u l t i v a n el a r t e s a g r a d o d e b e n , p u e s ,
 — 420 —
a n t e todo t r a t a r de a c e r c a r el t é r m i n o de esta t r a n s f o r -
m a c i ó n n a t u r a l ; p u e s t o q u e o b s e r v a m o s q u e la acción del
calor a p r e s u r a la m a d u r e z de los frutos, ¿no p o d e m o s es-
p e r a r r a z o n a b l e m e n t e q u e la acción del fuego c o n v e n i e n -
t e m e n t e r e g u l a d a , p r o d u c i r á a n á l o g o efecto, y q u e , al
t r a t a r la m a t e r i a o r d i n a r i a en u n h o r n o , l l e g a r e m o s á
o p e r a r la deseada t r a n s m u t a c i ó n ? E l e m p e r a d o r Calígu-
la q u e h a b í a t r a t a d o en o t r o t i e m p o de h a c e r oro con
o r o p i m e n t e , n o e r a m á s q u e u n o de los n u m e r o s o s a d e p -
t o s q u e p e r s e g u í a n esta q u i m e r a . A l g u n o s de ellos p e n s a -
r o n que l a a d i c i ó n de o t r a s u b s t a n c i a facilitaría lá sepa-
r a c i ó n de la p a r t e i m p u r a de la m a t e r i a s o m e t i d a á l a a c -
ción del fuego. D e a h í la p i e d r a filosofal y el polvo d e
p r o y e c c i ó n . E s t a d o c t r i n a de l a posibilidad de c a m b i a r
l a s s u b s t a n c i a s en o t r a s . ' e s e n c i a l m e n t e d i f e r e n t e s , se
a b r i ó r á p i d a m e n t e p a s o ; condujo e n el o r d e n físico a l a
a l q u i m i a , el a r t e de c o n v e r t i r los m e t a l e s inferiores en
oro y p l a t a , y e n el o r d e n teológico á la t r a n s u b s t a n c i a -
c i ó n . L a t r a n s m u t a c i ó n y la t r a n s u b s t a n c i a c i ó n e r a n
dos h e r m a n a s g e m e l a s d e s t i n a d a s á g e n e r a l c e l e b r i d a d ;
u n a e n c o n t r ó u n aliado en l a M e c a , la o t r a e n E o m a .
Al m i s m o t i e m p o que los á r a b e s se i n c l i n a b a n así á la
a l q u i m i a , s u s t e n d e n c i a s m é d i c a s les c o n d u c í a n á o t r a
q u i m é r i c a i n v e s t i g a c i ó n , l a de la p a n a c e a u n i v e r s a l ó
elixir q u e c u r a t o d o s los m a l e s y p r o l o n g a indefinida-
m e n t e la e x i s t e n c i a . D u r a n t e siglos e n t e r o s , p u s i e r o n l o s
e x p e r i m e n t a d o r e s la n a t u r a l e z a á c o n t r i b u c i ó n , t r a t a n d o
t o d a s las s u s t a n c i a s , desde las flores a m a r i l l a s c o n s a g r a -
d a s al s o l , y el oro q u e es su e m b l e m a y su r e p r e s e n t a n t e
e n la t i e r r a , h a s t a los e x c r e m e n t o s del c u e r p o h u m a n o .
E n c u a n t o al o r o , a d e m á s de su valor r e a l , se le r e c o n o -
c í a n m i l p r o p i e d a d e s i m a g i n a r i a s ; e n u n a de sus p r e p a -
r a c i o n e s — d e c í a n — s e e n c o n t r a r í a el elixir de v i d a ; y si
p u d i e r a o b t e n e r s e así en estado de d i s o l u c i ó n , se t e n d r í a
allí la p a n a c e a b u s c a d a ; esto es lo q u e explica el a r d o r y
p e r s e v e r a n c i a con q u e se t r a b a j ó p o r d e s c u b r i r el oro p o -
t a b l e . P a r e c í a i g u a l m e n t e posible llegar á d a r al a g u a
n u e v a s p r o p i e d a d e s que la h i c i e s e n capaz de disolver el
oro. ¿ N o ofrecía la n a t u r a l e z a a g u a s d o t a d a s de m u y d i s -
t i n t a s p r o p i e d a d e s ? ¿ N o h a b í a a g u a s q u e fortificaban l a
 - 421 -
m e m o r i a y o t r a s q u e la d e s t r u í a n ; a g u a s q u e d e s p e r t a b a n
e l e s p í r i t u y a g u a s que le e m b o t a b a n ; a g u a s , en fin, y
m u y e s t i m a d a s , q u e a s e g u r a b a n el a m o r de la p e r s o n a
a m a d a ? D e s d e h a c í a l a r g o t i e m p o se sabía q u e las a g u a s
n a t u r a l e s y artificiales p u e d e n afectar á l a salud de u n
m o d o p e r m a n e n t e y se conocían los i n s t r u m e n t o s q u e
p e r m i t í a n d e t e r m i n a r sus p r o p i e d a d e s . Z ó s i m o el P a n o -
p o l i t a n o h a b í a descrito e n otro t i e m p o el p r o c e d i m i e n t o
d e destilación p o r el q u e purificaba l a s a g u a s ; los á r a b e s
l l a m a b a n a l a m b i q u e al a p a r a t o que servía p a r a esta ope-
r a c i ó n . S u t r a t a d o sobre l a s v i r t u d e s y la c o m p o s i c i ó n de
las a g u a s se p a r e c e al r e l a t o de u n s u e ñ o ; v e m o s flotar
en él a n t e n u e s t r o s ojos t o d a clase de f o r m a s f a n t á s t i c a s :
s a c e r d o t e s de b l a n c a cabellera q u e sacrifican sobre el a l -
t a r ; c a l d e r a s de a g u a h i r v i e n t e en q u e se a g i t a n h o m b r e s
c o m o la m a n o de g r a n d e s ; g u e r r e r o s c u b i e r t o s de b r o n c e
q u e l e e n s i l e n c i o s a m e n t e e n l i b r o s de p l o m o , y esfinges
a l a d a s . T a l e s e r a n las i n c o m p r e n s i b l e s ficciones bajo l a s
c u a l e s j u z g a b a n o p o r t u n o o c u l t a r su ciencia t a n t o c o m o
su ignorancia.
A p e n a s h u b i e r o n los á r a b e s aplicado su g e n i o p r á c t i c o
á e s t a s fascinadoras, p e r o r i d i c u l a s i n v e s t i g a c i o n e s , cuan-
d o o b t u v i e r o n r e s u l t a d o s de g r a n d í s i m a i m p o r t a n c i a .
B a j o el p u n t o de v i s t a científico, el d e s c u b r i m i e n t o de
los ácidos m a r c a el v e r d a d e r o c a m i n o de la q u í m i c a ; bajo
e l p u n t o de v i s t a político, la i n v e n c i ó n de la pólvora r e -
volvió al m u n d o . S e c o n o c í a n ya v a r i a s m e z c l a s e x p l o s i -
v a s . E l fuego a u t o m á t i c o se o b t e n í a m e z c l a n d o en p a r t e s
i g u a l e s a z u f r e , s a l i t r e , sulfato de a n t i m o n i o r e d u c i d o á
polvo m u y fino, j u g o de s i c ó m o r o n e g r o y asfalto l í q u i d o
c o n adición de p e q u e ñ a c a n t i d a d de cal v i v a . E s t a b a ex-
p r e s a m e n t e r e c o m e n d a d o t e n e r la m e z c l a al abrigo de los
r a y o s del s o l , q u e l a h a c í a n a r d e r i n m e d i a t a m e n t e .
E n c u a n t o al fuego líquido ó fuego griego, n o c o n o c e -
m o s su c o m p o s i c i ó n , q u e e r a g u a r d a d a e n C o n s t a n t i n o -
p l a c o m o secreto de E s t a d o . H a y , s i n e m b a r g o , m o t i v o
p a r a s u p o n e r q u e c o n t e n í a a z u f r e , n i t r a t o de p o t a s a y
nafta. M a r c o G r e c o , q u e vivía p r o b a b l e m e n t e á fines d e l
siglo v i n , n o s da m u y e x p l í c i t a m e n t e la c o m p o s i c i ó n d e
l a p ó l v o r a . N o s dice q u e se p u l v e r i z a e n u n m o r t e r o d e
 - 422 -
m á r m o l u n a l i b r a de azufre, dos de c a r b ó n de l e ñ a y seis
de s a l i t r e . Si a p r e t a m o s en seguida f u e r t e m e n t e el polvo
así o b t e n i d o en u n largo t u b o c e r r a d o por u n a de s u s
e x t r e m i d a d e s y le p o n e m o s fuego, el t u b o v o l a r á p o r l o s
a i r e s ; eso es el c o h e t e , e v i d e n t e m e n t e . N o s dice t a m b i é n
q u e p o d e m o s i m i t a r el t r u e n o e n c e r r a n d o esta pólvora e n
u n a e n v o l t u r a f u e r t e m e n t e a t a d a ; es el p e t a r d o . L o s fue-
gos artificiales p r e c e d i e r o n , p u e s , á las a r m a s de fuego.
Al m i s m o a u t o r d e b e m o s la r e c e t a p a r a h a c e r la piel i n -
c o m b u s t i b l e , de m o d o que p u e d a t o c a r la l l a m a s i n q u e -
m a r s e . A q u í se e n c u e n t r a l a explicación de las a n t i g u a s
l e y e n d a s que c u e n t a n q u e los t a u m a t u r g o s se l a v a b a n l a s
m a n o s e n c o b r e fundido y se m a n t e n í a n s e n t a d o s i m p u -
n e m e n t e en paja a r d i e n d o . E n t r e los a l q u i m i s t a s á r a b e s ,
p u e d e n citarse E l - E a s i , E b i d - D u r r , Djafar ó G e b e r ,
T o g h r a g e , que escribió u n p o e m a sobre la a l q u i m i a , y
D s c h i l d e g i , u n a de c u y a s o b r a s se t i t u l a « L a L i n t e r n a » .
L a definición q u e a l g u n o s de estos a u t o r e s d a n de la a l -
q u i m i a m e r e c e ser n o t a d a : la l l a m a n la ciencia de la ba-
l a n z a , l a ciencia de la g r a v e d a d , l a ciencia de l a c o m -
bustión.
D e t e n g á m o n o s u n i n s t a n t e e n u n o de e l l o s , D j a f a r ,
q u e vivía á fines del siglo v i n ; E h a z é s , Avicena y K a l i d ,
los t r e s g r a n d e s m é d i c o s á r a b e s , le h o n r a b a n c o m o m a e s -
t r o . S u n o m b r e es célebre en los a n a l e s de la q u í m i c a , e n
los q u e m a r c a u n a época de i g u a l i m p o r t a n c i a que la d e
P r i e s t l e y y L a v o i s i e r . E s el p r i m e r o q u e describió el
ácido n í t r i c o y el a g u a r e g i a . A n t e s de él n o se conocía,
ácido m á s fuerte que el v i n a g r e c o n c e n t r a d o . N o p o d e -
m o s c o n c e b i r la q u í m i c a sin á c i d o s ; a s í , E o g e r B a c o n
t i e n e r a z ó n p a r a h a b l a r de Djafar c o m o del magister ma-
gistrorum. T e n í a n o c i o n e s m u y e x a c t a s de la n a t u r a l e z a ,
de los e s p í r i t u s ó gases, c o m o n o s o t r o s los l l a m a m o s .
« ¡ O h , hijo de l a d o c t r i n a ! — d i c e — c u a n d o los e s p í r i t u s
se fijan e n los cuerpos y p i e r d e n su f o r m a , su n a t u r a l e z a
n o es m á s q u e lo que e r a . C u a n d o les obligáis á d e s p r e n -
d e r s e de n u e v o , h e a q u í lo q u e o c u r r e : ó el e s p í r i t u se
escapa solo con el a i r e , y el cuerpo q u e d a fijo en el a l a m -
b i q u e , ó el e s p í r i t u y el c u e r p o se e s c a p a n a m b o s á l a
Tez». S u d o c t r i n a de la n a t u r a l e z a de los m e t a l e s , a u n q u e
 — 423 —
-errónea, no carece sin embargo de valor científico. Con-
sidera el metal como un compuesto de azufre, mercurio
y arsénico, de donde infiere que es posible operar la
transmutación variando las proporciones de estos ele-
mentos. Sabía que un metal cuando está calcinado au-
menta de peso, descubrimiento de la mayor importancia,
que destruyó la doctrina del flogístico de Stahl y que ha
sido atribuida á químicos europeos de época mucho me-
nos remota. Describe los procedimientos de destilación,
sublimación y filtración, diferentes aparatos químicos,
el baño-maría, el baño de arena y las copelas de tierra
de hueso, cuyo uso indica con singular claridad. Los quí-
micos leen todavía con interés el antiguo método de
Djafar para la preparación del ácido nítrico; consistía en
destilar en un matraz vitriolo de Chipre, alumbre y sa-
litre. Indica sus propiedades corrosivas, y nota que se le
puede hacer capaz de disolver el oro mismo adicionán-
dole cierta cantidad de sal amoniaco. Djafar puede, pues,
ser considerado como el que ha resuelto el gran proble-
ma alquímico de la preparación del oro en estado pota-
ble. Muchos ensayos se hicieron, sin duda de la influen-
cia que ejercía en el sistema animal esta disolución, de
la que se habían prometido tantas maravillas. Quizá á las
discusiones que causaron debemos la ignorancia en que
sus autores nos han dejado en. este respecto. Al lado de
Djafar podemos mencionar á Ehazés, nacido en 860,
médico jefe del gran hospital de Bagdad. A él debemos
la primera determinación de las propiedades del ácido
sulfúrico y su preparación. Se obtenía como hoy todavía
se obtiene, por la variedad de Nordhausen, por la desti-
lación del vitriolo verde desecado; también le es debida
la preparación del alcohol absoluto por la destilación del
espíritu de vino mezclado con cal viva. En el número de
los curiosos descubrimientos hechos por los árabes, po-
demos todavía citar el experimento de Achild Bechil que,
al destilar una mezcla de extracto de orina, cal y carbón
en polvo, obtuvo un escarbunclo artificial que brillaba en
la oscuridad «como una buena luna». Era el fósforo.
En algunos médicos árabes posteriores hallamos tal
precisión y amplitud de miras que son verdaderamente
 — 424 —
s o r p r e n d e n t e s . ¿ N o p o d r í a s u p o n e r s e q u e a l g u n a s de l a s
l í n e a s s i g u i e n t e s h a n sido e s c r i t a s p o r u n o de n u e s t r o s
c o n t e m p o r á n e o s ? E s t á n sacadas de u n a o b r a .sobre el
o r i g e n de las m o n t a ñ a s , e s c r i t a p o r u n a u t o r del siglo x,
Avicena: «Las m o n t a ñ a s p u e d e n ser debidas á dos c a u s a s
d i f e r e n t e s : ó r e s u l t a n de u n l e v a n t a m i e n t o de la c o r t e z a
t e r r e s t r e q u e p u e d e ser p r o d u c i d o p o r u n v i o l e n t o t e m -
b l o r de t i e r r a , ó de la acción del a g u a q u e , obligada á
a b r i r s e n u e v a v í a , h a d e s n u d a d o los v a l l e s . L o s v i e n t o s
y las a g u a s d e s p r e n d e n las capas t i e r n a s del suelo, p e r o
dejan i n t a c t a s las c a p a s d u r a s . L a m a y o r p a r t e de l a s
m o n t a ñ a s de la t i e r r a d e b e n su origen á esta acción de
l a s a g u a s . Se n e c e s i t a e n o r m e período de t i e m p o p a r a
q u e p u e d a n r e a l i z a r s e t a l e s c a m b i o s , y d u r a n t e este pe-
r í o d o las m o n t a ñ a s m i s m a s p e r d e r á n algo de su m a s a .
P e r o que el a g u a sea la c a u s a p r i n c i p a l de estos efectos,
lo p r u e b a la e x i s t e n c i a de r e s t o s fósiles de a n i m a l e s a c u á -
ticos y otros en la m a y o r p a r t e de l a s m o n t a ñ a s . » Avice-
n a explica t a m b i é n la n a t u r a l e z a de l a s a g u a s petrifican-
t e s ó i n c r u s t a n t e s y de los a e r o l i t o s ; a ñ a d e que h a v i s t o
u n a h o j a de e s p a d a h e c h a con u n o de estos a e r o l i t o s ,
p e r o q u e e r a t a n q u e b r a d i z a que n o se p o d í a h a c e r u s o
d e ella. U n a s i m p l e lista de l a s o b r a s de A v i c e n a n o s
m o s t r a r á h a s t a q u é p u n t o de d e s a r r o l l o h a b í a l l e g a d o en-
t o n c e s el e s p í r i t u á r a b e : 1.° Sobre la utilidad y adelanto de
las ciencias. 2.° De la salud y sus remedios. 3.° Canon de
medicina. 4.° Sobre las observaciones astronómicas. 5° Teo-
remas matemáticos. 6." Sobre la lengua árabe y sus propie-.
dades. 7.° Sobre el origen del alma y la resurrección del
cuerpo. 8.° Sobre las lineas paralelas trazadas en la esfera.
9.° Resumen de Euclides. 10. Sobre lo finito y lo infinito.
1 1 . Sobre la física y la metafísica. 1 2 . Enciclopedia de los
conocimientos humanos en veinte volúmenes, e t c . B a s t a esto
para excitar vivamente nuestra atención cuando pensa-
m o s e n q u é e s t a d o se e n c o n t r a b a e n t o n c e s E u r o p a .
L a b u s c a del elixir h i z o m a r c a d a i m p r e s i ó n en la c i e n -
c i a e x p e r i m e n t a l á r a b e , c o n f i r m á n d o l a en la vía de l a
m e d i c i n a p r á c t i c a que desde el p r i n c i p i o h a b í a t o m a d o .
L a b a s e f u n d a m e n t a l de e s t a ú l t i m a es q u e l a s e n f e r m e -
d a d e s del c u e r p o h u m a n o s o n c u r a b l e s p o r m e d i o s p u r a -
m e n t e m a t e r i a l e s . A m e d i d a q u e l a ciencia a d e l a n t ó , q u e -
b r a n t ó u n o t r a s otro los lazos q u e t o d a v í a l a l i g a b a n a l
f e t i c h i s m o , p e r o n o s i n q u e la g r a n d o c t r i n a e n c o n t r a s e
i n m e n s a s dificultades en su c a m i n o . ¿ N o establecía q u e
el influjo de las diversas s u s t a n c i a s e n la o r g a n i z a c i ó n
h u m a n a es p u r a m e n t e físico, y e n n i n g ú n m o d o debido á
la p r e s e n c i a de u n espíritu especial e n cada u n a de ellas?
¿ Q u é de n a d a s i r v e p r a c t i c a r e n c a n t o s sobre los m e d i c a -
m e n t o s , ó decir o r a c i o n e s sobre el m o r t e r o e n q u e se
c o m p o n e n , p u e s t o q u e el efecto p r o d u c i d o s e r á s i e m p r e
el m i s m o ; que los a m u l e t o s no t i e n e n n i n g ú n p o d e r , n i
los e n c a n t o s n i n g u n a v i r t u d , q u e las r e l i q u i a s de los s a n -
t o s p u e d e n a y u d a r á e x c i t a r l a i m a g i n a c i ó n del i g n o r a n -
t e , p e r o q u e son c o m p l e t a m e n t e i n d i g n a s de la a t e n c i ó n
d e l filósofo?
E r a i n m i n e n t e u n a colisión i n t e l e c t u a l e n t r e E u r o p a
y África. L a m e d i c i n a p r á c t i c a de los á r a b e s y de los h e -
b r e o s era t o d a m a t e r i a l ; la de la c r i s t i a n d a d , t o d a s o b r e -
n a t u r a l . E s t a b a en m a n o s del clero, p a r a el c u a l las r e l i -
q u i a s de los s a n t o s y las c u r a s m i l a g r o s a s e r a n i n a g o t a b l e
fuente de beneficios. E n u n o de los c a p í t u l o s s i g u i e n t e s
e x p o n d r é la h i s t o r i a de este conflicto q u e i b a á e s t a l l a r ,
y m o s t r a r é c ó m o el s i s t e m a á r a b e o b t u v o la v i c t o r i a , y
c ó m o de esa v i c t o r i a n a c i ó la v i d a i n t e l e c t u a l de E u r o p a . A
F e l i z m e n t e p a r a el m u n d o , la política b i z a n t i n a i n a u g u - M '
r a d a e n C o n s t a n t i n o p l a y e n A l e j a n d r í a a c a b ó p o r su/ÍT
c u m b i r . E e m i t o á ese m i s m o c a p í t u l o la d e s c r i p c i ó n d a "
los g r a n d e s r e s u l t a d o s o b t e n i d o s p o r los á r a b e s e n la ple-\'"\
n i t u d de su e d a d de r a z ó n . L o s á r a b e s c u l t i v a b a n , y h a s - >
t a c r e a b a n la ciencia c u a n d o E u r o p a a p e n a s e s t a b a m á s
civilizada que h o y lo e s t á Cafrería. L o s t r i u n f o s q u e al-,
•canzaron e n filosofía, en m a t e m á t i c a s , e n a s t r o n o m í a ,
e n q u í m i c a y e n m e d i c i n a , d e b í a n ser m á s gloriosos, m á s
d u r a d e r o s , y p o r c o n s i g u i e n t e , m á s i m p o r t a n t e s q u e lo
h a b í a n sido s u s t r i u n f o s m i l i t a r e s .

FIN DEL TOMO PRIMERO

 ÍNDICE DEL TOMO PRIMERO

Págs.

PREFACIO i

CAPÍTULO PRIMERO
D e las leyes «le l a naturaleza.

Asunto de esta obra.—Sus dificultades.—Graduales progre-

sos de la idea del gobierno de la naturaleza por la ley.—
Estos progresos son favorecidos por los descubrimientos
astronómicos, meteorológicos y fisiológicos.—Ejemplos:
leyes de Kepler, vientos alisios, migraciones de los pája-
ros, equilibrio entre la vida vegetal y la animal, variación
y permanencia de las especies.—El hombre individual es
emblema de la comunidad, de la nación y de la naturale- t -.r
zaentera.—Todas ellas presentan, como él, edades dis- :
tintas, estando regidas por condiciones físicas ambientes j
y por consiguiente por la ley.—Plan de esta obra.—La \ .. i
historia intelectual de Grecia.—Sus cinco edades caracte- \ >
rísticas.—Historia intelectual de Europa.—Grandeza de
la doctrina de que el mundo está regido por la ley. . . . . . 3

CAPÍTULO II
Europa: su topografía y su etnología.

Descripción de Europa.—Su topografía, meteorología y mo-.

vimientos geológicos seculares.—Sus efectos en sus habi-
tantes.—Su etnología determinada con ayuda de sus len-
guas.—Sus primeros habitantes vinieron de Asia.—Teo-
logía comparada de Grecia.—La edad de la hechicería, el
estado antropocéntrico.—Datos geográficos y astronómi-
cos erróneos.—El cielo, la tierra, el mundo inferior.—
Origen, variación continua y desarrollo de la teoría grie-
ga.—Va á parar á la filosofía jónica.—Decadencia de la.
teología griega, producida por los progresos de la geo-
 — 428 —
Pág3.
grafía y de la crítica filosófica.—Escisión de los poetas,
filósofos é historiadores.—Vanos esfuerzos del pueblo
para sostenerla.—Duración de su decadencia.—Su caída. 25

CAPÍTULO III
Digresiones sobre la teología india y la civilización
europea.

Teología comparada de la India: su fase de credulidad, su

fase antropocéntrica.—El vedismo, la contemplación de
la materia ó la adoración de la naturaleza, explicado en
los Vedas y en las Instituciones deManú.—El universo es
Dios.—Transmutación del mundo.—Doctrina de la ema-
nación. — Transmigración.—Absorción. — Penitencia. —
Dicha de la quietud absoluta.—El budhismo, la contem-
plación de la idea de fuerza.—Poder supremo imperso-
nal.—Naturaleza del mundo.—Naturaleza del hombre.-^-
Toda cosa llega á ser una no-entidad.—Desarrollo del
budhismo en vasto sistema monástico, caracterizado por
su extremado egoísmo.—Su culto es enteramente interior.
—Egipto, región misteriosa para los primitivos europeos.
—Su historia, sus grandes monumentos, sus relaciones
con el exterior.—Su ruina.—Antigüedad de la civiliza-
ción y del arte egipcios.—Su filosofía, su literatura gero-
glífica, su agricultura especial.—Nacimiento de la civili-
zación en las regiones sin lluvia.— Geografía, geología y
topografía de Egipto.—Las inundaciones del Nilo hacen
nacer la astronomía.—Teología comparada de Egipto.—
Adoración de los animales y de los astros.—Impersonali-
dad de los atributos divinos.—Panteísmo.—Las trinida-
des egipcias.— Encarnación.—Redención.—Juicio futu-
ro.—Prueba de los muertos.—Ritos y ceremonias. . . . . 59

CAPÍTULO IV
Edad de examen de Grecia.

Nacimiento y decadencia de la especulación física.

Filosofía jónica: toma por punto de partida las ideas egip-

cias, ,é identifica el principio primero de las cosas con el
agua, el aire ó el fuego.—Apenas sale de la edad de credu-
lidad, crea una psicología, una biología, una cosmogonía,
 - 429 -
Págs.
una astronomía, y acaba por dudar de que exista un cri-
terio de verdad.—Reproduce la doctrina egipcia é india
de la transmigración.—Filosofía eleática: revela conside-
rable progreso y marcada tendencia á las ideas orienta-
les.—Toma aspecto panteísta.—Nacimiento de la filoso-
fía en la Grecia europea.—Relaciones é influencia del sis-
tema comercial y colonial mediterráneo.—Atenas obtiene
la supremacía comercial.—Sus inmensos progresos en los
dominios de la inteligencia y del arte.—Su desmoraliza-
ción.— Se hace centro intelectual de la región mediterrá-
nea.—Primeros ensayos de análisis superior en Atenas.—
Los sofistas: rechazan la filosofía, la religión, la misma
moral y concluyen en el ateísmo.—Peligros políticos de
esté análisis superior.—Ejemplos de la Edad Media. . . . 98-

CAPÍTULO V
Edtul de fe de Grecia.

Nacimiento y decadencia de la filosofía ética.

Sócrates inaugura la edad de fe, rechaza las especulaciones

físicas y matemáticas y proclama la importancia de la vir-
tud y de la moral.—Su vida y su muerte.—Las escuelas
que le suceden enseñan la doctrina del placer y de la sa-
tisfacción personal.—Platón funda la Academia.—Los tres
principios primeros.-—Existencia de un Dios personal.—
Naturaleza del mundo y del alma.—La teoría de las ideas,
universales ó tipos.—Reminiscencia.—Transmigración.—
Instituciones políticas de Platón.—Su república.—Prue-
bas de la inmortalidad del alma.—Crítica de sus doctri-
nas.—Nacimiento de los excépticos, que analizan la filo-
sofía ética.—Pirron demuéstrala incertidumbre de los co-
nocimientos humanos. — Consecuencia inevitable: tran-
quila indiferencia, quietud é irreligión recomendadas por
Epicuro. — Descomposición de los sistemas socrático y
platónico en las últimas academias.—Sus errores y dupli-
cidad.—Fin de la edad de fe de Grecia 148
 - 430 -

CAPÍTULO VI
Edad de razón de Grecia.
Nacimiento de la ciencia.
• Págs.
¡La expedición macedónica.—Tiene consecuencias políticas
desastrosas para Grecia, pero apresura la venida de la
edad de razón.—Aristóteles funda la filosofía inductiva.
—Su método es inverso del de Platón.—Poder de este
método.—Fracasa en sus manos por falta de conocimien-
tos, pero es desarrollado por los alejandrinos.—Zenon.—
Hace de la virtud y de la ciencia el objeto de la filosofía.
—Es, en la filosofía ética, la equivalencia de Aristóteles
en la filosofía natural.—Fundación del Museo de Alejan-
dría.—Sus grandes bibliotecas, sus observatorios, sus jar-
dines botánicos y zoológicos, sus anfiteatros de disección.
—Lo que hizo por el rápido progreso de los conocimien-
tos exactos.—Influencia de Euclídes, Arquímedes, Era-
tóstenes, Apolonio, Ptolomeo é Hiparco, en geometría,
filosofía natural, astronomía, cronología y geografía.—
Decadencia dé la edad de razón en Grecia 177

CAPÍTULO VII
Edad de decrepitud intelectual de Grecia.
Muerte de la filosofía griega.
Decadencia de la filosofía griega: se hace retrospectiva; con
Filón el Judío y Apolonio de Tyana, incurre en el misti-
cismo, la inspiración y los milagros.—El neo-platonismo:
fundado por Ammonio Saccas, continuado por Plotino,
Porfiro, Jámblico y Proclo.—La trinidad alejandrina.—
El éxtasis.— Alianza con la magia y la necromancia.—-El
emperador Justiniano cierra las escuelas de filosofía.—Re-
sumen de la filosofía griega.—Sus cuatro problemas:
Origen del mundo; 2.°, Naturaleza del alma; 3. , Exis- 0

tencia de Dios; 4. , Criterio de la verdad.—Solución de

0

estos problemas en la edad de examen, en la de fe, en la

de razón, en la de decrepitud.—Determinación de la ley
de variación de las opiniones de Grecia.—El desarrollo
de la inteligencia nacional es el mismo que el de la inte-
ligencia individual.—Determinación de las conclusiones
finales de la filosofía griega respecto de Dios, del mundo,
del alma y del criterio dé la verdad.—Ejemplos y críticas
sobre cada uno de estos puntos. 213
 — 431 -

CAPÍTULO VIII
Digresión sobre la historia é influencia filosófica
de Roma.
Preparación al examen del progreso intelectual de Europa.
Págs.
Ideas religiosas de los europeos primitivos.—La influencia
de Roma decide del modo de variación de estas ideas.—
Necesidad del estudio de la historia romana para nues-
tras investigaciones.—Origen y desarrollo del poder ro-
mano, sus fases sucesivas, su engrandecimiento territo-
rial.—Adquiere el dominio del Mediterráneo.—Desmora-
lización de Italia.—Inevitable concentración del poden—
Desarrollo del imperialismo.—Extinción de la verdadera
raza romana.—Sus efectos en el estado intelectual, reli-
gioso y social de las comarcas mediterráneas.—Engendra
uniformidad en el modo de pensar.—El imperialismo
prepara el camino al monoteísmo. — Estado crítico de
transición de las ideas religiosas en el mundo romano.—
Opiniones de los filósofos romanos.—Alianza de las nue-
vas y de las antiguas ideas.—La clase ilustrada se apode-
ra del poder: degradación del cristianismo en Roma.. . . 246

CAPÍTULO IX
X<a e d a d d e e x a m e n d e Europa.

El desarrollo progresivo de las opiniones queda cerrado con la institución

de los concilios y la concentración del poder en manos del pontífice.
O B I G E N , P B I M E B A S VABIACIONES, L U C H A S Y D E F I N I T I V O E S T A B L E C I M I E N T O
D E L CBISTIANISMO

Nacimiento del cristianismo.—Distinción entre el cristianis-

mo y la organización eclesiástica.—La aparición del cris-
tianismo es consecuencia de la situación deplorable del
imperio.—Su lucha contra el paganismo.—Carácter de su
primera organización.—Variaciones del modo de pensar
y nacimiento de las sectas: su diferencia esencial en Orien-
te y Occidente.—Las tres formas primitivas del cristianisr
mo: la forma judaica; su fin.—La forma gnóstica; su fin.
—La forma africana; subsiste.—El cristianismo empieza
en Siria.—Es el antagonista del imperialismo; sus luchas.
•—Estado de las cosas bajo Diocleciano. — Política de
Constantino.—Se alia con el partido cristiano y llega por
 - 432 —
Págs.
él al poder supremo.—Sus relaciones personales con el
partido cristiano.—Controversia de los trinitarios.—His
toria de Arrio.—Concilio de Nicea.—Progresos del obis-
po de Roma hacia la supremacía.—La iglesia romana; su
posición secundaria primitiva.—Causas de los progresos
de su riqueza, influencia y corrupción.—Fases de su des-
arrollo.—Las disputas pelagiana, nestoriana y eutiquia-
na.—Rivalidades de los obispos de Constantinopla, Ale-
jandría y Roma.—Necesidad de un pontífice en Occiden-
te y de concilios eclesiásticos en Oriente.—Naturaleza de
estos concilios y del poder pontificio.—Ciérrase este pe-
ríodo con la toma y saqueo de Roma por Alarico.—Apo-
logía de este acontecimiento por San Agustín.—Crítica
de sus escritos.—Carácter del progreso intelectual duran-
te este período,—Destinos de los tres grandes obispos. . 2 7 4

CAPITULO X
¡ l i a e d a d d e f e «1c E u r o p a .

La edad de fe mi Oriente.

Consolidación del sistema bizantino ó unión de la Iglesia y

del Estado.—Paganización de la religión y persecución de
la filosofía.—La ciencia de los Padres de la Iglesia.—Las
doctrinas patrísticas.—Desaparición de Jos últimos vesti-
gios de la ciencia griega.—Las bibliotecas y el Serapion
de Alejandría.—Destrucción del Serapion por Teodorico.
—Muerte de Hipatia.—Extinción de la ciencia en Orien-
te por Cirilo, sus asociados y sucesores 318

CAPÍTULO XI
F i n prematuro de la edad de fe en Ox'iente.

Los tres ataques de los Vándalos, de los Persas y de los Árabes.

El ataque de los vándalos produce la pérdida de África.—

Después de grandes calamidades ésta provincia es recon-
quistada por Justiniano.—El ataque de los persas produce
la pérdida de Siria y la caída de Jerusalem.—La verdade-
ra cruz es llevada como trofeo por los vencedores.—Im-.
presión moral que hicieron éstos acontecimientos.—Ata-
qué de los árabes.—Nacimiento, misión y doctrina de
 — 433 —
Págs.
Mahoma.—Rápida difusión de sus doctrinas en Asia y
África.— Toma de Jerusalem por los árabes.—Importan-
tes conquistas del mahometismo sobre el cristianismo.
—Los árabes se hacen nación ilustrada.—Examen del
Corán.—Reflexiones sobre la pérdida de Asia y África
para el cristianismo 337

CAPÍTULO XII
Edad de fe en Occidente.
Melaeionea del Pontificado con los reyes francos.

Los triunfos militares de los árabes aislan y hacen indepen-

diente al obispo de Roma.—Gregorio el Grande organi-
za las ideas de su tiempo, materializa la religión, la hace
contraer alianza con el arte, rechaza la ciencia y crea el
cristianismo italiano.—El papado asegura su difusión
aliándose con Francia.—Historia política del acuerdo y
conspiración de los reyes francos y el papa.—Consolida-
ción de la nueva dinastía en Francia y difusión de las
ideas romanas.—Conversión de Europa.—Biografías de
los papas, que sirven para apreciar el verdadero valor del
catolicismo 361

CAPÍTULO XIII
Digresión sobre el paso de losárabes á s u edad de razón.
Influencia de la medicina por medio de los nestorianoe y judíos.

Los nestorianos y judíos presiden el desarrollo intelectual

de los árabes, que empieza por la ciencia médica.—La teo-
logía es la base de esta alianza de los árabes con los nes-
torianos y judíos.—Antagonismo del sistema bizantino y
de la medicina científica.—Supresión de los asclepiones.
—Son reemplazados por el sistema de las curas milagro-
sas.—Resultados que engendran la superstición y la igno-
rancia.—Relaciones de los árabes con los nestorianos y
judíos; 1.0 los nestorianos: su persecución y difusión de
sus ideas. — Son los herederos de la antigua medicina grie-
ga.—Digresión sobre la medicina griega.—Los asclepio-
nes.—Hipócrates separa la medicina de la religión.—La
escuela de Cnido.—Es cerrada por Constantino. —Digre-

Historia del desarrollo intelectual de Europa.—TOMO i. ¿8

 — 484 —
Págs.

sión sobre la medicina egipcia.—Tiene por bases la ana-

tomía y la fisiología.—Disecciones y vivisecciones.—Los
grandes médicos alejandrinos.—2.0 Los médicos judíos. —
Se desprenden de la superstición.—Fundan colegios y ha-
cen adelantar la ciencia y las letras.—Tendencia de la
época á la magia, á la nigromancia.—La piedra filosofal,
el elixir de vida, etc. —Los árabes hacen nacer la química
científica.— Descubren los ácidos, el fósforo, etc.—Sus
ideas geológicas. —Aplican la medicina á la medicina.—
Inminencia del conflicto entre el sistema material de los
árabes y el sistema sobrenatural europeo 396
 OBRAS E N ADMINISTRACIÓN
EN LA IMPRENTA DE RICARDO FÉ, CALLE DEL OLMO, í
X DONDE PUEDEN HACERSE LOS PEDIDOS

* Pesetas.

H i s t o r i a d e l a l i t e r a t u r a g r i e g a , p o r C a r l o s O t f r i d o Mii-
11er, a n o t a d a p o r E m i l i o H e i t z . a"!aducida d i r e c t a m e n t e d e l a l e -
. m a n p o r Kioardo d e H i a o j o s a , D o c t o r e n F i l o s o f í a y L e t r a s ; c o n
un prólogo del E x c m o . Sr. D. Alfredo'Adolfo Camiis, ex-catedrá-
tico d e Literatura griega y latina d e la Universidad Central. Tre B
tomos encuadernados en tela y plancha especial.. . . . . . 30
O b r a s d e d u n a O l i v a S a b u c o d e A Í a u t e a ( e s c r i t o r a d e l si-
g l o x v i ) , c o n u n p r ó l o g o d e 1>. O c t a v i o C u a c t e r o . U n c o m o . . . . 12,50
B . T . M u ñ o z d é Si u n a . — T r a t a d o de Química general, y <íes-
c r i j p t ó v a . - ü b r a d e t e x t o . U n t o m o d e 780 p á g i n a s . . . . . . 12,60
D r . J o r g e Curtius.—Q-ramática griega elemental, t r a d u c i d a d e
la 1 6 . y última edición alemana, por Enrique Sotas v Castelin,
a

c o n p r o l o g o d e D . M. M e n é n d e z y F e l a y o , u n t o m o e n '„..la . . . 1 2 , 5 0
S o m s y C a s t e l i n . — A u t o r e s griegos, e s c o g i d o s , o r d e n a d o s y a n o -
t a d o s . Obra d e t e x t o e n l a U n i v e r s i d a d d e M a d r i d . U n t o m o , . e n
tela -.- . . . . . ." . . . . - . 12,80
R a m i r o P a s c u a l y José. C a b e s t a n y . — r A p u n t e s d é Georné-
tria e l e m e n t a l y superior, redactados c o u objeto d e armonizar l a 1

t r a d u c c i ó n e s p a ñ o l a d e l a g e o m e t r í a d e Mrs. R o n c h é e t C o m b e *
r o u s a . U n t o m o e n 4.o 7,SO
í < u i s J B t t e l u i e r . — Lux y vida, t r e s l e c c i o n e s p o p u l a r e s d e h i s t o -
ria natural. U n t o m o . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
— El Hombre y su lugar en la naturaleza e n e l p a s a d o , e u el pre-
sente y e n el porvenir. Un grueso voí. e n 8.°. • 4
J . Ce. Drapér.— Sistoria de los conflictos entre la religión y la
ciencia, t r a d u c c i ó n d i r e c t a d e l i n g l é s , p o r Angosto T . A r c i m i s ,
de la Keai Sociedad Astronómica de Londres, con u n prólogo dé
Nicolás Salmerón. U n tomo 4
C a r l o s M a r x . — El Capital, r e s u m i d o y a c o m p a ñ a d o d e u n e s t u -
d i o s o b r e e l S o c i a l i s m o científico, p o r G a b r i e l D e v i H e . í r i m e r a
edición. U n tomo . 4
A . R o o i da.—Viajes muy extraordinarios de Saturnino Farandoal
por todos los países conocidos y aun desconocidos de Julio Verne.
Ilustrados con multitud d e granados. Cinco cuadernos.. . . . 10
C a r l o s F r o n t a u r a . — G a l e r í a de matrimonios. T e r c e r a e d i c i ó n .
I l u s t r a d a c o n 238 v i ñ e t a s i n t e r c a l a d a s e n e l t e x t o . D o s t o m o s . . 7
—„ Sermones de Doña Paquita. P r e c e d i d a d e u n p r ó l o g o d e T e o d o -
ro Guerrero. U n t o m o . . . . . . . . . . . . . . . • 8

— Tipos madrileños. C u a d r o s d e c o s t u m b r e s , U n t o m o e n 8.» d e 353

paginas. . . . . . . . . • . • - 8
— La doncella delpiso segundo. (RecuerdoB d é u n e s t u d i a n t e . ) T e r -
cera edición. U n torno. . . . . . . . . •. . . . . • • 3
A d o l f o M a n o s . — E í gigante americano. D e s c r i p c i o n e s d e l o s l i s -
tados Unidos d é l a América del Norte. U n t o m o . . . . . . . 3
A g e n d a d e l c o n s t r u c t o r , por una. Sociedad d e Arquitectos.
Novísima edición aumentada con, u n apéndice. On vol. e n tela y
plancha. . . . • . . . . . . . . . . . . . . ... . 6
P a b l o M a n t e g a z z a . - £ T Í arte de elegir mujer. V e r s i ó n c a s t e l l a -
na. Ilustraciones de Meólo. U n tomo.. . . . . . . . . . 4
Fisiología del amen: V e r s i ó n c a s t e l l a n a . U n t o m o . 4
Uli Hill I I I " » '

1000955599