Vladimir Brichta dispara: 'Estou interpretando personagens dignos de lástima este ano'

— Egídio é terrível, já deu as caras. Tomás é mais dúbio, mas também se mostra bastante egoísta. Eles vêm de um lugar muito privilegiado e têm dificuldade de empatia, de se colocar no lugar do outro. São dois mimados! — compara o ator.

Se no horário nobre da Globo o embate do coronel é com José Inocêncio (Marcos Palmeira), pelo poder e controle da venda de cacau em Ilhéus, na Bahia, na plataforma de streaming o conflito de Tomás é familiar e se dá na cidade do Rio. Ao ter uma traição descoberta pela mulher, Liana (Juliana Paes), ele sai de casa. E, após uma reconciliação, fica sabendo que ela está grávida de gêmeos, sendo que um bebê é filho dele, e o outro, fruto de um abuso sexual.

— Tomás é machista, tóxico. Não consegue enxergar que a dor que sua mulher viveu é maior do que a sua — reforça Brichta: — Acho importante o debate de dilemas progressistas assim. É um realismo mais contemporâneo, mesmo a história se passando em 2006. Já o da novela é um universo quase mítico.

A barba, atualmente farta, é a característica física que diferencia os dois personagens.

— Ela envelhece, né? — brinca o ator, de 48 anos: — A ideia foi minha. Depois de gravar "Pedaço de mim", fui deixando a barba crescer, e quando pintou o convite para "Renascer" achei que seria útil. Fiquei feliz com esse resultado aqui. Não me incomoda em nada.