Empresa de alimentos demite funcionário por comentário racista em rede social contra João do BBB 21

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  • Luiz Carlos Pires da Silva
    Vai virar garoto propaganda em breve, de marcas de xampoo, de cosméticos, de empresas que usam este ramo, farmácias e várias outras oportunidades. O que significa isto: 'resposta ao BURRO FALANTE, que fica propagando discriminações e separações sem o devido porque. FORA BURRO FALANTE, o Ali Babá nacional.

Empresa de alimentos demite funcionário por comentário racista em rede social contra João do BBB 21

João Pedrosa, participante do BBB 21
João Pedrosa, participante do BBB 21 Foto: Reprodução/ TV Globo
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A Seara, empresa do ramo de alimentos, demitiu um de seus funcionários que postou comentários racistas no perfil no Instagram de João Pedrosa, participante do BBB 21. O usuário identificado como “sanitarista de frango de corte” da empresa reforçou comentários preconceituosos contra o cabelo do participante.

A Seara publicou uma nota em suas redes sociais na qual diz não compactuar com discriminação e preconceito. A empresa ressalta que pretende impulsionar "transformação cultural" no ambiente de trabalho e para uma socidade mais inclusiva. A empresa não deu detalhes sobre o processo de desligamento do funcionário.

Na semana passada, o cantor Rodolfo, último eliminado do programa, comparou o cabelo de João a uma peruca de uma fantasia do jogo.

Ana Cristina Gameleira, advogada especializada em direito trabalhista e sócia do Gameleira Pelagio Fabião e Bassani, adverte que os empregados podem ser demitidos caso cometam atos que são contrários aos princípios contidos no regulamento e código de ética da empresa, aos quais aderem ao contrato de trabalho do empregado.

— Normalmente as rescisões são realizadas sem justa causa, a depender do ato praticado pelo empregado, mas não é regra. Por exemplo, se na página do empregado constar, além dos dados pessoais, a denominação da empresa no qual o empregado trabalha e o post for uma prática de transfobia, por exemplo, este empregado pode e deve ser demitido por justa causa — ressalta a advogada.

Ainda segundo Ana Cristina Gameleira, mesmo que estas publicações sejam feitas em perfis pessoais dos funcionários em redes sociais, o monitoramento pela empresa pode não caracterizar invasão de privacidade:

— A privacidade do indivíduo é uma garantia constitucional, porém essa garantia possui uma fronteira tênue, a partir do momento que o próprio usuário dá publicidade à sua imagem e às suas opiniões. Neste caso, deixa de se considerar a hipótese de invasão de privacidade para se tratar da questão da exposição da figura publicamente pelo próprio indivíduo — explica ela.

Para especialistas em mercado de trabalho, a postura dos usuários nas redes sociais pode influenciar diretamente no desempenho dos profissionais dentro das empresas, e muitas empresas avaliam que as opiniões de seus colaboradores nas redes podem ser confundidas com os valores da própria empresa.

Por esses motivos, as redes sociais viraram também alvo da análise de RHs já nos processos seletivos.

— As áreas de RH há algum tempo monitoram as redes socias, primeiramente no sentido de conhecer o candidato a uma vaga, e assim ter uma segurança na admissão. Esse é o primeiro aspecto há um certo tempo — aponta Jader Costa Mendes, coordenador do curso de Administração da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio.

Confira dicas para as redes

Uso do português - Não subestime a importância de escrever corretamente na internet. Preste atenção e leia as publicações, ao menos, duas vezes, para evitar erros de grafia e outros problemas. Isso pode ser muito malvisto por um recrutador ou um gestor de sua empresa.

Cuidado - Palavras chulas e frases com conteúdos pejorativos devem ser evitadas em publicações na rede.

Valores - Avalie se um comentário pessoal não está alinhado com os valores inegociáveis da empresa em que você trabalha.

Indisposição - Publicações que possam causar indisposição entre colegas de profissão e chefes, mesmo que aparentemente tenham humor, não devem ser feitas.

Imagens - Se você não quiser ser malvisto, nada de postar imagens com conteúdo sexual ou que possam macular a imagem de alguém.

Críticas - O perfil na rede social não precisa ser mil maravilhas. Mas postar apenas críticas e reclamações também é muito ruim.

Chefe - Por maior que seja o estresse, não fale mal do chefe na internet, se não quiser correr o risco de perder sua vaga. Nem fale de um antigo. Da mesma forma, durante uma entrevista de emprego, reclamar de gestores anteriores é uma péssima atitude do candidato.

Sigilo - O que acontece dentro da empresa deve ficar lá. Não é bom tratar de situações internas e de pessoas.

Análise - Se tem dúvida se seu perfil está adequado, nada melhor do que uma autoanálise. Reveja seus conteúdos publicados e verifique como repercutem. As pessoas que demonstram interesse no que você posta, por exemplo, são um bom sinal de como você lida com a rede social. Se estiver em busca de um novo trabalho, pergunte-se: essas pessoas vão ajudá-lo a chegar a um próximo emprego? Se empregado, tente imaginar como seu gestor avaliaria as postagens: teria um valor positivo ou negativo?

Desde cedo - Segundo o especialista Rodrigo Collini, parceiro da Sociedade Brasileira de Coaching, os adolescentes devem começar a se preocupar com essas questões para construir perfis mais atrativos e coerentes, de acordo com o que querem para seu futuro profissional.

Configurações - A cada postagem no Facebook, é possível filtrar quem terá acesso a ele ou não, clicando no ícone do globo terrestre. Há opções de “público”, “amigos” e para algumas pessoas restritas. Mas a gestora Andreia Deis considera que a ferramenta não é infalível e pode gerar confusões para a pessoa gerir.