Esporte
Por — Rio de Janeiro

Capitão da Colômbia no empate com o Brasil, James Rodriguez foi um dos destaques individuais da fase de grupos da Copa América. Ele lidera uma equipe que chega ao mata-mata ostentando uma série invicta de 26 jogos e com status de forte candidata ao título continental. Protagonismo que reacende uma dúvida entre os torcedores do São Paulo. Afinal, por que o meia de 32 anos não consegue repetir no clube paulista nem uma fração de seu brilho na seleção?

De fato, são dois James distintos. Na Colômbia, é o grande articulador do time. Está presente nas principais jogadas. No São Paulo, não encontrou seu lugar na equipe com nenhum dos três treinadores com quem trabalhou (Dorival Junior, Thiago Carpini e o atual Luis Zubeldia). Não joga pelo tricolor desde o fim de abril e vive a expectativa de ser negociado.

Os números escancaram bem esta dualidade. Desde o ano passado, ele registra os mesmos minutos jogados tanto pela Colômbia quanto pelo São Paulo: 968. Sendo que, enquanto os "cafeteros" foram a campo 20 vezes no período, os tricolores atuaram em 75 partidas desde a estreia do meia até o último jogo antes de ele viajar para a Copa América.

Após o empate contra o Brasil, James destacou como está "à vontade" por sua seleção. O que é verdade. A forma como o grupo colombiano se esforça para deixá-lo confortável é o grande diferencial em relação ao São Paulo. Enquanto numa equipe ele é a grande referência em torno da qual os demais jogam, na outra ele precisa conquistar seu espaço. Só que lhe faltam intensidade e entrega para isso.

- Ele é um jogador muito especifico. É um 10 clássico, joga centralizado atrás do atacante com poucas obrigações defensivas. Ao mesmo tempo, precisa estar sempre perto da bola. Então você tem que criar uma estrutura em torno dele para fazer tanto uma coisa quanto outra. E, para criar isso dentro do São Paulo, ele tem que dar retorno dentro de campo. O torcedor são-paulino sabe que isso não aconteceu e perdeu a paciência com ele - opina Rodrigo Coutinho, comentarista do canal Sportv, que continuou.

- Se olhar para a seleção colombiana você vai ver que ele não tem concorrência a altura na posição. Hoje é o Carrascal, que tem altos e baixos. O Arias não é um meia central. Já no São Paulo ele tem a concorrência do Lucas e do Luciano, que dão correspondem nesta função.

Importante lembrar que James ocupa na Colômbia um posto semelhante ao de Neymar na seleção brasileira: é o grande ídolo e referência dos demais. Logo, conta com uma espécie de "consentimento" do grupo para a equipe jogar em torno dele. No São Paulo, essa realidade não existe. Para piorar, o jogador ainda se desgastou quando recusou o convite da diretoria para viajar com o grupo para Brasília, local da disputa da Supercopa do Brasil, contra o Palmeiras, em fevereiro. Mesmo atletas que estavam lesionados ou não vinham sendo relacionados integraram o grupo.

A verdade é que esta situação não é exclusiva do São Paulo. Ao longo da carreira, James viveu mais momentos de brilho na seleção do que nos clubes por onde passou. Foi bem no Porto e teve alguns lampejos no Real Madrid e no Everton. Mas nada comparado a sua história com a camisa da Colômbia.

- O futebol de seleções é diferente. Na seleção, os jogadores se reúnem, fazem quatro treinos e jogam. Mais dois treinos e voltam a jogar. É um tempo menor, um tiro curto. É um contexto em que o time consegue jogar para o James. No futebol de clubes, você joga e treina, joga e treina. É um cansaço muito maior. E exige uma regularidade maior do jogador. Na carreira inteira, o James foi um jogador de momentos. Talvez tenha sido superestimado por isso. Ele consegue se adaptar nesse contexto de tiro curto, em que os jogadores ajudam ele - analisa Leonardo Miranda, responsável pelo blog Painel Tático, do site Ge.

- Muita gente faz a pergunta invertida: por que o treinador não faz o que da Colêmbia faz? A resposta é simples. O que o técnico da Colômbia faz serve para uma competição curta, para alguns amistosos. O de clube não consegue. Ele tem outras necessidades - completou Leonardo Miranda.

Treinador do meia no São Paulo entre agosto e dezembro do ano passado, Dorival foi perguntado sobre o sucesso de James na Colômbia. Sua resposta foi no mesmo caminho.

- Ele sempre foi um jogador de altíssimo nível, que chamou a atenção pelas qualidades e pela capacidade técnica que possui. Realmente ele se sente tão bem com a camisa da seleção colombiana que isso impressiona em todos os aspectos. É muito interessante isso, porque pontua-se que determinados jogadores não fazem o mesmo em seus clubes, outros não desempenham em suas seleções - respondeu o técnico da seleção brasileira, que não conseguiu frear o camisa 10 colombiano no jogo da última terça.

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