Em 'Renascer', Tião Galinha enfrenta José Inocêncio ao ser acusado de roubo: 'A minha decência vocês num vão levá!'

Revoltado com o roubo de cacau nas terras que eram de Venâncio (Rodrigo Simas), orquestrado por Egídio (Vladimir Brichta), José Inocêncio (Marcos Palmeira) vai até o assentamento e vê um menino saboreando um fruto, em "Renascer". Ele experimenta o cacau, como que tentando descobrir se aquele faz parte de seus negócios. Desconfiado, Deocleciano (Jackson Antunes), que acompanha o patrão, questiona o garoto de onde vem aquilo.

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Junta-se um grupo de pessoas, e uma das mulheres do assentamento explica que eles colheram o cacau numa fazenda da vizinhança. José Inocêncio segue desconfiando, pressionando e insinuando que aquele pode ser de suas terras. É quando Tião Galinha (Irandhir Santos), recém-chegado, intervém para defender os sem-terra.

Deocleciano pergunta o que Tião está fazendo por ali, ele explica que se juntou ao movimento depois que foi dispensado da fazenda.

"Veja só, Deocleciano, que azar o nosso? Dispensâmo Tião Galinha e no dia seguinte roubaram o nosso cacau!", insinua José Inocêncio.

Tião fica ofendido: "Quê que o sinhô tá querêno dizê com isso?"

O fazendeiro responde: "Que certamente você teve tempo de conhecer as coisas por lá... aprendê os caminho".

Tião afirma que, por ele, estaria ainda trabalhando e de graça: "As coisa que aprendî ni suas terra num tem dinhêro no mundo que pagasse!". E continua: "Se tem um defeito que Deus me deu nessa vida, sêo José Inocênço, foi num sabê robá!".

José Inocêncio não se abala: "Se vocês são tão inocente quanto tão dizendo, num vão se importá da gente vê se num tem um cacau de minha fazenda perdido por aí".

Mas Tião o enfrenta: "O sinhô pode revirá cada um desses barraco... desde que tenha um documento que prove que tem esse direito".

O fazendeiro diz que suas suspeitas bastariam, mas Tião recusa:

"Suspeita por supeita, sô José Inocênço... nós tumbém têmo as nossa a vosso respeito! Nem por isso saímo entâno ni sua casa... invadîno suas terra nem coisa ninhuma (...). Vocês levaram cada um de meus sonhos embora... cada um deles! A minha decência vocês num vão levá!".