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O arquipélago das Ilhas Salomão, nação insular do Pacífico Sul, tornou-se um centro para o comércio, nem sempre legal, de animais exóticos, segundo uma investigação da agência de notícias AFP. Com uma vasta diversidade ecológica, de papagaios coloridos a morcegos gigantes, o lugar também é palco da ação de caçadores, o que coloca em risco a manutenção das espécies.

O testemunho de um ativista, somado a documentos oficiais e dados da ONU, mostram que lagartos endêmicos foram enviados aos Estados Unidos, enquanto pássaros selvagens ganharam o Oriente Médio e os golfinhos dominam a rota mercantil com China.

Apesar de alguns animais selvagens poderem ser capturados e vendidos legalmente, o comércio de espécies ameaçadas é regido por normas restritas ou, até mesmo, proibido. Mas isso não impede que alguns tentem tirar proveito do mercado lucrativo de animais exóticos, alguns já ameaçados devido à caça furtiva.

— Não há estudos. Não há controle. É salve-se quem puder — denuncia o ecologista local Patrick Pikacha.

As Ilhas Salomão são o único país insular do Pacífico que participa do comércio legal de fauna selvagem, ou que está transformando suas espécies raras em animais de estimação cada vez mais populares.

Um dos mais procurados é o lagarto rabo-de-macaco, que se pendura nas árvores graças à cauda com atributos característicos dos primatas. Catalogado como uma espécie quase ameaçada, o comércio desse réptil foi suspenso em 2021 no âmbito de um tratado de conservação internacional promovido pela ONU.

No entanto, os números de exportação indicam que a prática não teve fim, ao menos no mercado paralelo. Mais de 2.000 lagartos de rabo-de-macaco foram vendidos por lá nos últimos anos, dos quais 1.300 seguiram para os Estados Unidos, indicam as estatísticas da ONU. Em um anúncio online um exemplar jovem é oferecido por 1.500 dólares.

'Fonte de receitas'

As Nações Unidas pediram em outubro que as Ilhas Salomão cumprissem as normas de comércio animal, principalmente do macaco. Por meio de uma nota, a organização demonstrou que tinha conhecimento da continuidade das "trocas com propósitos comerciais" da espécie, mesmo depois da proibição.

O Departamento de Meio Ambiente do país não respondeu aos contatos da AFP, mas afirmou anteriormente que "o comércio sustentável de fauna selvagem era uma fonte importante de receitas".

Em um movimento mercado de Honiara, capital do país, uma placa alerta contra o comércio de animais vivos e destaca que os golfinhos não podem ser comercializados. Desde o início do segundo milênio, contudo, comerciantes estrangeiros pagam às comunidades costeiras do arquipélago para caçar golfinhos vivos e enviá-los para parques temáticos.

As Ilhas Salomão prometeram encerrar com essa atividade em 2011, depois que um golfinho enviado ao México morreu e provocou condenações a nível internacional. Mas as exportações parecem ter sido retomadas de forma sigilosa. Os dados coletados pela ONU mostram que a China importou 56 golfinhos vivos por lá entre 2016 e 2018.

Para o ativista ambiental Lawrence Makili, os “estrangeiros” exploram “a pequena nação que sofre”.

Ponto de encontro

Especialistas suspeitam que o arquipélago ainda sirva de trânsito para aves ameaçadas capturadas em outros países, um verdadeiro ponto de encontro para o comércio de bichos exóticos. Uma das espécies é o papagaio lorius garrulus, que só pode ser encontrado nas Ilhas Molucas, na Indonésia, a cerca de 3.400 km de Honiara.

No entanto, os dados da ONU mostram que cerca de 400 exemplares desse pássaro de cor verde e vermelho chegaram a Omã e a Bangladesh através das Ilhas Salomão entre 2016 e 2020. De acordo com Pikacha, as aves provavelmente chegaram nos barcos que transportaram madeira para a Indonésia e para a Papua-Nova Guiné.

Os ecologistas acreditam que o comércio animal está vinculado ao setor madeireiro, que possui vastas extensões de floresta no país e goza de uma imensa influência política. Teoricamente, as aves vendidas são criadas em cativeiro, mas o país não dispõe de instalações suficientemente grandes para chegar a essas quantidades de exportação.

— O que citam nos registros comerciais são basicamente mentiras — acusa Pikacha.

Os ambientalistas também alertam que os dados sobre as espécies nativas do país são tão escassos que é difícil saber a situação da biodiversidade do país:

— Toda a região é um buraco negro quando o assunto é entender quais espécies são comercializadas, seus volumes, destinos, seu impacto — disse Chris Shepherd, especialista em tráfico animal que investigou o comércio nas Ilhas Salomão — Pode parecer pouca coisa perder uma espécie de lagarto aqui e de pássaro ali. Mas uma vez que se começa a destruir essas populações, as coisas desmoronam bem rapidamente.

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