Autoridades da Flórida e do Tennessee, nos EUA, acusaram uma assistente social de ajudar sua esposa a se passar por ela em sessões de terapia online por quase dois anos. Peggy Randolph, que tinha licença para oferecer o serviço em ambos os estados, teria conscientemente enganado centenas de pacientes por meio de uma plataforma de psiquiatria e terapia online por assinatura, a Brightside Health.
Segundo a BBC, Peggy Randolph negou a acusação, dizendo que não sabia que sua esposa, Tammy Heath-Randolph, que não era licenciada ou treinada, havia tratado os clientes em seu lugar. O plano foi descoberto depois que Tammy morreu, em fevereiro de 2023.
Naquela época, a plataforma recebeu uma reclamação de um cliente que havia descoberto, por meio das redes sociais, que a esposa da terapeuta era quem os tratava, de acordo com documentos do Departamento de Saúde do Tennessee.
Hannah Changi, porta-voz da Brightside, disse à CBS News, parceira da BBC, que, assim que a empresa tomou conhecimento das alegações, demitiu Peggy Randolph e a denunciou às autoridades estaduais.
"Estamos extremamente desapontados com o fato de uma profissional estar disposta a violar a confiança que a Brightside e, mais importante, seus pacientes depositaram nela", disse Changi em um comunicado.
Embora Peggy tenha negado saber que sua esposa estava tratando pacientes em seu nome, as autoridades disseram que sua companheira estava sendo paga pelas sessões que conduzia.
A terapeuta retirou voluntariamente sua licença em agosto de 2023, após uma investigação interna da Brightside Health, que descobriu que ela havia compartilhado suas credenciais de login com a esposa. Durante a investigação, ficou evidente que a esposa de Peggy Randolph estava atendendo todos os pacientes online, "e já há muito tempo", disse um relatório investigativo do Departamento de Saúde da Flórida.
Além de perder sua licença para exercer a profissão, a terapeuta também foi condenada a pagar uma multa de mil dólares (R$ 5.674,80). Mas, como entregou voluntariamente sua licença, a investigação foi arquivada. A investigação só se tornou pública recentemente, depois que a Flórida e o Tennessee divulgaram documentos relacionados à conduta de Randolph, em maio.