Orçado em R$ 1 bilhão, o anel viário de Campo Grande, na Zona Oeste, é o projeto mais caro da terceira gestão do prefeito Eduardo Paes. E começa a tomar forma. Nesta sexta-feira, será inaugurado um mergulhão com 400 metros de extensão em um dos principais gargalos: o cruzamento da Avenida Cesário de Melo com a Estrada do Monteiro. As intervenções, feitas com um empréstimo do BNDES, incluem nove frentes de obras com a construção de dois túneis e duplicação de várias vias, entre outras obras, que só terminam no fim de 2025.
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O bairro de Campo Grande é o bairro mais populoso do Brasil; lá vivem 346.721 pessoas de acordo com o último censo do IBGE. Em 12 anos, desde a contagem de 2010 (328.37O), ganhou mais de 14 mil moradores. O bairro vizinho Santa Cruz, no ranking, com 238.710 habitantes, também será beneficiado pelo projeto. A inauguração ocorre no último dia que a legislação eleitoral permite que candidatos participem de atividades do gênero.
Morador de Campo Grande e com 226 mil seguidores nas redes sociais, o influenciador digital Wallace Cassiano, o Nego, de 33 anos, aguarda com expectativa a promessa de melhorias no trânsito com a execução de R$ 1 bilhão em obras do Anel Viário que a prefeitura constrói no bairro.
![Operários trabalham no acabamento das obras do mergulhão — Foto: Leo Martins](https://s2-extra.glbimg.com/6ROcbIV5Wf5DV33pGSJvZSTVjeI=/0x0:878x593/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_1f551ea7087a47f39ead75f64041559a/internal_photos/bs/2024/W/f/PyWMFJSjSEEeI7KkMh6A/captura-de-tela-2024-07-04-193139.jpg)
— Acho todas essas obras bafônicas. A Zona Oeste precisava disso. O trânsito em Campo Grande é extremamente difícil. Quem mora aqui sofre —diz Nego.
Incluindo os túneis, o projeto prevê a implantação de mais de dez quilômetros de pistas novas e a duplicação de alguns dos principais acessos ao bairro, como as estradas da Posse, da Cachamorra e do Lameirão.
O presidente da Associação Empresarial de Campo Grande, Samir Nehme, considera que os gastos com a obra são estratégicos para a própria economia da cidade. Ele explica:
— Somos o segundo bairro da cidade em arrecadação de ICMS do município (R$ 1,2 bilhão),só perdendo para o Centro. Com 30mil CNPJs, o bairro tem mais pontos comerciais do que em qualquer cidade do estado — diz.
Samir acrescentou que parte do impacto das melhorias de mobilidade ainda deve demorar a ser observado ,mas que a tendência é que mais lojas e serviços sejam abertos no entorno dos futuros túneis, quando serem liberados ao trânsito. Mas já há reflexos nas proximidades do futuro mergulhão:
— Durante as obras do Mergulhão , algumas lojas fecharam. Mas isso já está mudando. Há comerciantes que estão reformando seus pontos apostando no aumento do movimento com as mudanças no trânsito — diz Samir
Antes da obra, o motorista que seguia pela Cesário de Melo no sentido West Shopping, Santíssimo, Santa Cruz e Avenida Brasil enfrentava engarrafamentos de até dois quilômetros nos horários de pico porque a via não tem uma ligação direta com o viaduto Prefeito Alim Pedro. Era necessário desviar por ruas internas e aguardar pela abertura de um sinal na Estrada do Monteiro. Nos horários de pico, o motorista pod a perder até uma hora até o acesso a Avenida Brasil e Santa Cruz.
— O gargalo termina com a abertura do mergulhão. No reordenamento do trânsito, o motorista terá a opção de pegar uma das pistas (duas em cada sentido) ou optar pelas faixas laterais já existentes se for se deslocar no entorno —explica a secretária municipal de Infraestrutura, Jessiki Trairi.
As obras começaram há cerca de um ano. Antes do mergulhão, de todas as melhorias, apenas uma já tinha sido concluída: um novo acesso direto da Rua Cesário de Melo para a Artur Rios, pelo viaduto velho, na altura de Senador Vasconcelos. Isso encurtou em quase cinco quilômetros o acesso entre os dois bairros. Antes o motorista tinha que seguir até um retorno mais distante na Cesário de Melo.
Em relação aos túneis, a proposta também é encurtar os deslocamentos entre o bairro e a Avenida Brasil, junto com a implantação de novas vias. Além das pistas para os motoristas, os túneis terão ciclovias nas laterais. As escavações estão mais avançadas sob o Morro Luiz Bom no sub-bairro Adriana, onde as intervenções começaram em agosto do ano passado. Serão cerca 600 metros de pistas em cada sentido. Uma das galerias deve ser concluída até o fim do ano. ]
A obra cria ainda um corredor expresso com as estradas da Caroba e da Posse. Na altura da Posse, estão sendo plantadas 160 mil mudas na serra de mesmo nome, com auxílio de drones. O outro túnel fica sob o Morro do João e cria uma nova conexão com Santíssimo.
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