Rampa de acesso ao Museu Nacional da República, em Brasília — Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília
O empresário e editor Charles Cosac, de 54 anos, vai assumir a curadoria do Museu Nacional da República, em Brasília. A informação foi confirmada ao G1 pelo secretário de Cultura do DF, Adão Cândido. Ainda não há uma data definida para a posse no cargo.
O museu, concebido por Oscar Niemeyer e inaugurado em 2006, fica na Esplanada dos Ministérios – perto da Catedral Metropolitana, da Biblioteca Nacional de Brasília e do Teatro Nacional Claudio Santoro.
A expectativa é de que, além de gerir a programação cultural do museu, Cosac seja ouvido em outros projetos do setor cultural. Desde a eleição, o governador Ibaneis Rocha (MDB) destacou diversas vezes a reforma e a reabertura do Teatro Nacional como prioridades para os próximos quatro anos.
O G1 tentou contato com Adão Cândido e Charles Cosac no fim de semana, em busca de detalhes sobre a indicação, mas não conseguiu retorno.
Cúpula do Museu Nacional da República, em Brasília, recebe projeção artística durante o Fórum Mundial da Água — Foto: Nilson Carvalho/Agência Brasília
Perfil
Charles Cosac ficou famoso no país em razão da empreitada com o cunhado, Michael Naify. A editora da dupla, Cosac Naify, ganhou espaço no mercado literário pelo cuidado de curadoria, edição e projeto gráfico.
A empresa surgiu em 1997 e fechou as portas em 2015. Na época, Cosac atribuiu o encerramento à crise editoral, à alta do dólar e a outros fatores de conjuntura. "A editora não está falindo, mas encerrando, e esse é um direito que me cabe", dizia um comunicado enviado aos funcionários.
Em janeiro de 2017, o editor assumiu a diretoria da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, onde ficou por um ano. A saída foi anunciada na última semana, e justificada pela troca de cargos no governo municipal paulistano.
De acordo com a Wikipédia, Charles Cosac tem formação em teoria e história da arte, com estudos na Inglaterra e na Rússia. Além disso, é colecionador de arte sacra e já recebeu prêmios nacionais, tanto pela Cosac Naify, como pelo trabalho individual de curadoria e em outras áreas da cultura.
No Museu, agora
Enquanto Cosac não assume a curadoria do espaço, o Museu Nacional da República segue com a programação prevista. Até 10 de fevereiro, o destaque é a mostra "A Xilogravura Popular: Xilógrafos e Poetas de Cordel", organizada por Edna Pontes e Fábio Magalhães.
Reprodução de xilogravura de Costa Leite — Foto: Divulgação
A exposição tem entrada gratuita e reúne 300 obras de xilografia e literatura de cordel, assinadas por artistas como Ariano Suassuna, Dila, Jota Borges, Samico, Mestre Noza e Palito.
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